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A Interpretação das Culturas - Clifford Geertz. Resumo do capitulo 1 - Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura.

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA CULTURAL
PROFESSORA: DANIELA CORDOVIL
ALUNA: ALESSANDRA DA COSTA DE SOUZA
A Interpretação das Culturas - Clifford Geertz.
Resumo do capitulo 1 - Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura.
Geertz inicia o capitulo utilizando métodos modernos aplicados às ciências sociais, priorizando as investigações antropológicas e questionando a força com que certas ideias surgem no panorama intelectual, às formas como elas se instalam excluindo ideias anteriormente existentes. Com base na compreensão e interpretação dos fenômenos sociais, Geertz apresenta conceito de cultura a partir da semiótica, para isso, ele destaca suas primeiras definições como ponto de partida: abordar a cultura como uma teia de significações tecida pelo próprio homem, partindo das ideias de Weber, em contraponto ao “todo complexo” da teoria estrutural funcionalista. Desta maneira, traz o estudo sobre a cultura "não como uma ciência experimental em busca e leis gerais, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado." (p.4). 
Clifford Geertz cria uma nova tese que coloca a antropologia como uma ciência interpretativa - experimental, partindo do viés que a cultura poderia ser um texto, portanto passiva de interpretação e não mera descrição, o texto parte de uma análise concreta. Tendo em vista isso, seria função do antropólogo não apenas descrever os acontecimentos sociais, dados, comportamentos, entre tantas outras descrições, mas caberia a ele também interpretar dentro do contexto em que se encontram, de maneira que exista algum nexo, a terceiros que façam parte ou não desta sociedade. Então, seria uma descrição densa o método adequado à análise interpretativa da antropologia, posto que nela se pudesse diferenciar uma piscadela de um tique nervoso, mesmo que as duas coisas utilizasse o ato de contrair a pálpebra. 
A diferenciação poderia ser alcançada através do sentido imposto pelo indivíduo, na proporção em que é compartilhado e compreensível pelos demais. Então, o etnógrafo só poderia captar as distinções de significado buscando o “ponto de vista dos nativos”. Assim, esse conhecimento se torna mais completo quando tomamos a noção da prática etnográfica, a qual é elaborada a partir de uma descrição densa. Essa prática se dá a partir da tentativa de "ler um manuscrito estranho, desbotado, cheio de elipses, incoerências, emendas suspeitas e comentários tendenciosos, escrito não como os sinais convencionais do som, mas com exemplos transitórios de comportamento modelado." (p.7). 
De acordo com o autor, elaborar uma etnografia a partir de uma descrição densa é interpretar e elaborar uma leitura da leitura que os nativos fazem da própria cultura. A etnografia enquanto um método de pesquisa antropológica tem a função não somente de guiar o pesquisador em campo, mas também atua como um fundamento do papel do antropólogo sem a necessidade dele se tornar um objeto de estudo. Para ele a quantidade do conceito de cultura, faz com que os estudiosos se confundam, em vistas disso o conceito de cultura é semiótico, porque ela não cabe a uma ciência experimental recheada de regras, mas, serve a uma ciência interpretativa em busca de significados e conclusões. 
Desta forma, a cultura não simboliza um poder sobre os quais possam ser atribuídos casualmente os comportamentos, os acontecimentos sociais, as instituições e os processos, o que de fato ela simboliza é um contexto na qual todos estes elementos estão inseridos. A descrição densa defendida e apresentada por ele está embasada em três características que se fundamentam em uma: ser interpretativa. Assim, a descrição densa serve para “traçar curva do discurso social: fixa-lo numa forma inspecionável.” (p.13). O antropólogo, diante deste discurso, anota e regista algo que não deixa de existir após ter acontecido se tornando assim um relato na pesquisa de campo. Em resumo: a descrição etnográfica é formada pela interpretação do discurso e o registro deste relato.
Geertz destaca condições da teoria cultural, na qual a primeira refere-se às resistências que as abordagens interpretativas almejam realizar com a articulação conceptual. Pode ser compreendido que nessa condição não se deve limitar o uso de uma teoria ou outra, como se o uso de uma excluísse a outra. Já a segunda condição da teoria cultural refere-se às suas premissas não proféticas, porque as teorias não devem projetar resultados de manipulações experimentais, mas devem sim provocar interpretações de assuntos já exista uma dominação cientifica.
Podemos concluir então, dizendo que é importante mencionar o quanto as abordagens teóricas de Geertz se tornaram um sinal complementar na história da ciência antropológica. Assim, ao estudar a antropologia e buscar entender seu espaço principal não é "responder às nossas questões mais profundas, mas colocar a nossa disposição as respostas que outros deram e assim inclui-las no registro de consultas sobre o que o homem falou." (p.21). Compreendendo aquilo que muitas vezes não somos capazes de compreender em nossa cultura, por não haver uma atenção para tais detalhes.

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