Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rosana Parizotto ∙ Virginia Berger ∙ Vitor Zanella Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina • ESTATINAS Antilipemiantes - inibidores da síntese do colesterol. • Rosuvastatina (Crestor®) • Atorvastatina (Lipitor®) • Lovastatina (Mevacor®) • Pravastatina (Pravacol®) • Fluvastatina (Lescol®) • Sinvastatina (Zocor®) FARMACOCINÉTICA • Absorção A biodisponibilidade do β-hidroxiácido (VO) ↓5% - ampla extração hepática. • Distribuição A sinvastatina (na forma de lactonas inativas) e o beta-hidroxiácido (forma hidrolisada) ligam-se às proteínas plasmáticas humanas (95%). Não ocorre acúmulo do medicamento após a administração múltipla. A concentração plasmática máxima dos inibidores ocorreu 1,3 a 2,4 horas após a dose. FARMACOCINÉTICA • Metabolismo Metabolismo hepático de primeira passagem (hidrólise). Excreção: bile Meia-vida: 1,9h (β-hidroxiácido IV) • Eliminação “Após uma dose oral de sinvastatina radioativa em humanos, 13% da radioatividade foi excretada na urina e 60% nas fezes em 96 horas. A quantidade recuperada nas fezes representa os equivalentes do fármaco absorvido excretados na bile, assim como o fármaco não absorvido. Após uma injeção intravenosa do metabólito beta- hidroxiácido, apenas 0,3% da dose IV, em média, foi excretada na urina como inibidores.” FARMACODINÂMICA Sinvastatina a β-hidroxiácido inibe 3-hidróxi-3- metilglutaril-co-enzima redutase em mevalonato inibe a produção de colesterol (LDL). • Com a inibição dessa enzima (HMG-CoA), não haverá formação do mevalonato, o qual daria origem ao LDL • aumenta o HDL-colesterol • resposta em 2 semanas e respostas terapêuticas máximas ocorrem em 4 a 6 semanas. • A resposta mantém-se com a continuidade do tratamento. E o colesterol exógeno? ? ↓VDL ↓transporte de LDL p/sangue ↓LDL ↑receptor LDL ↑ recaptação LDL ↑ metabolização ↓LDL HMGCoA redutase HMGCoA Mevalonato LDL INDICAÇÕES Estabilização da placa de ateroma, reversão da disfunção endotelial e redução da trombogenicidade. • Aumento da formação de óxido nítrico pelo endotélio no tratamento a longo prazo com estatina, favorecendo vasodilatação; • Efeito anti-inflamatório relacionado a diminuição dos níveis de proteína C reativa; • Inibição da agregação plaquetária, reduzindo a formação de trombo; • Diminuição dos níveis de LDL oxidados. Esse LDL é captado pelos macrófagos levando a formação das células esponjosas, as quais contribuem na formação da aterosclerose. O LDL oxidado forma placas de ateroma mais facilmente que o LDL. INDICAÇÕES • Pacientes sob alto risco de doença coronariana ou com doença coronariana (dac) • Pacientes com hiperlipidemia • Reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) • Demais vasculopatias por dislipidemia CONTRA – INDICAÇÕES • Hipersensibilidade a componentes do produto; • Doença hepática ativa ou aumento persistente e inexplicado de transaminases séricas; • Gravidez e lactação; • Administração concomitante de inibidores da CYP3A4 • Administração concomitante de genfibrozila; ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES • Miopatia/Rabdomiólise: A sinvastatina ocasionalmente causa miopatia que se manifesta como dor, dolorimento ou fraqueza musculares e aumento anormal da creatinina quinase (CK). Algumas vezes, a miopatia apresenta-se como rabdomiólise, com ou sem insuficiência renal aguda secundária a mioglobinúria e, raramente, pode ser fatal. O risco de miopatia/rabdomiólise está relacionado à dose. Nos estudos clínicos, a incidência de miopatia é muito baixa (0,1% a 0,2%). Na prática clínica, há elevação da CK em cerca de 3%. De forma geral, queixas musculares ocorrem em cerca de 10% dos pacientes que tomam estatinas. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES • Efeitos hepáticos: Deve-se utilizar o medicamento com cuidado em pacientes que consomem quantidades substanciais de álcool e/ou apresentem histórico de doença hepática. Foram relatados aumentos moderados das transaminases séricas após o tratamento com a sinvastatina. Essas alterações ocorreram logo após o início do tratamento, foram geralmente transitórias, assintomáticas e não exigiram interrupção do tratamento. Toxicidade hepática é muito rara, e cerca de 1% dos pacientes apresentam aumentos das transaminases superiores a três vezes o limite superior ao normal, e essa elevação frequentemente diminui, mesmo sem interrupção da terapia; ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES • Gravidez e Lactação: Este medicamento pode causar malformação ao bebê durante a gravidez. A segurança em mulheres grávidas não foi estabelecida. Não foram conduzidos estudos clínicos controlados em mulheres grávidas. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES • Muitos fármacos são excretados no leite materno e podem causar reações adversas graves, mulheres que estejam recebendo sinvastatina não devem amamentar; • A eficácia da sinvastatina avaliada pela redução do colesterol total e do LDL, em pacientes com mais de 65 anos de idade em estudos clínicos controlados, foi semelhante à observada na população geral; • A segurança e a eficácia em crianças não foram estabelecidas. Até o momento, sinvastatina não é recomendada para uso pediátrico; INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Inibidores potentes da CYP3A4: Medicações inibidoras da via CYP3A4 interferem na oxidação da sinvastatina e reduzem a eliminação desse fármaco; -> Ciclosporinas, macrolídeos, amiodarona, nefazodona, inibidores da protease do HIV; • Genfibrozila (fibrato): Inibe captação hepática das formas ativas da maioria das estatinas, aumentando concentração plasmática desses fármacos; INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Bloqueadores do canal de cálcio – Verapamil ou diltiazem: A dose de sinvastatina não deve ser maior que 20 mg diários; – Amlodipina: A dose de sinvastatina não deve exceder 40 mg diários; • Inibidores da proteína transportadora OATP1B1: a sinvastatina ácida é um substrato da proteína transportadora OATP1B1. A administração concomitante de medicamentos inibidores da proteína transportadora OATP1B1 pode levar ao aumento da concentração plasmática de sinvastatina; • Outros fibratos (não genfibrozila e fenofibrato) - A dose de sinvastatina não deve ser maior que 10 mg/. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Niacina Aumenta inibição da síntese do colesterol, potencializando ação das estatinas; Está relacionada, porém, a aumento do risco de miopatia; • Resinas Estatinas combinadas com resinas sequestradoras de ácidos biliares reduzem níveis de LDL (20 – 30% mais do que estatina isolada); • Resina + Niacina + Estatina = Redução de LDL em até 70%. OUTRAS INTERAÇÕES • Colchicina: houve relatos de miopatia e rabdomiólise com a administração concomitante de colchicina e sinvastatina em pacientes com insuficiência renal. Aconselha-se o monitoramento de pacientes que tomam esta combinação; • Suco de grapefruit - contém um ou mais componentes que inibem o CYP3A4 e podem aumentar os níveis plasmáticos de medicamentos metabolizados por este sistema enzimático. Quantidades muito grandes aumentam significativamente os níveis plasmáticos da atividade inibitória da HMG-CoA redutase, então o suco de grapefruit deve ser evitado; • Derivados cumarínicos – o uso concomitante de sinvastatina pode potencializar o efeito dos anticoagulantes; Recomenda-se acompanhar TP; REAÇÕES ADVERSAS • A sinvastatina geralmenteé bem tolerada; • A maioria das experiências adversas é de natureza leve e transitória. REAÇÕES ADVERSAS • Distúrbios do sangue e do sistema linfático: anemia. • Distúrbios do sistema nervoso: cefaleia, parestesia, tontura, neuropatia periférica; perda de memória. • Distúrbios gastrintestinais: constipação, dor abdominal, flatulência, dispepsia, diarreia, náusea, vômito, pancreatite. • Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo: erupção cutânea, prurido, alopecia. • Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo: miopatia, rabdomiólise, mialgia, cãibras musculares. • Distúrbios gerais e condições no local de administração: astenia. • Distúrbios hepatobiliares: hepatite/icterícia; insuficiência hepática fatal e não fatal; hepatotoxicidade; • Distúrbios psiquiátricos: insônia; SUPERDOSE • Não há tratamento específico; • Nesses casos, devem ser adotadas medidas sintomáticas e de suporte. CASO CLÍNICO • NDP, masc, 73 anos, tabagista em abstinência há 10 anos; • HAS • IC classe II/III • Aneurisma apical • Insuficiência renal • DAOP com claudicação • Labirintopatia; CASO CLÍNICO • US vascular de abdome: severo acometimento aterosclerótico em aorta abdominal, artéria renal D com severa estenose ostial e E com leve estenose ostial; • Ecocardiograma: comprometimento segmentar do VE com severa disfunção contrátil global. Insuficiência mitral, aneurisma apical em VE, sobrecarga atrial esquerda. Ectasia leve de aorta ascendente; • Colonoscopia: angiodisplasia de ceco (acompanhamento com gastroenterologista – melena e anemia Hb:9) • Artérias vertebrais e carótidas sem comprometimento hemodinâmico. CASO CLÍNICO • Em uso de 1. Hidralazina 50mg 12/12; 2. Labirin 24mg 12/12; 3. Isossorbida 40mg 8/8; 4. Sinvastatina 40mg 1x; 5. AAS 100mg 1 cp/dia; 6. SeloZok 50mg 1x; CASO CLÍNICO 17 de junho: SUBJETIVO: • paciente refere piora da dispneia, ocorrendo em repouso com piora pela manhã e ortopneia. • Dor em aperto retroesternal, continua e com piora aos esforços. • Dispneia paroxística noturna 3-4 vezes por noite. • Redução de apetite, claudicação e dispneia após 50m; OBJETIVO: • bulhas hipofonéticas, dispneico à troca de decúbito, FR: 20 ipm, 87 kg, 1,70 m de altura e PA de 160/90 mmHg e FC: 59 bpm; CASO CLÍNICO 17 de junho: • LABORATORIAIS: colesterol total: 166, Trig: 92, HDL: 40 e LDL: 108; • IMPRESSÃO: piora de dispneia nos últimos dias para classe funcional IV com INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR para melhor manejo; • CONDUTA: intensificação do tratamento e requisitado exame de Cineangiocoronariografia/Cateterismo; # internação efetuada no mesmo dia; CASO CLÍNICO 19 de junho: • Ecocardio de 18/06 revelou FE de 30% e PSAP normal (ecocardio anterior FE de 40%) PA: 140/90; • SUBJETIVO: piora da dispneia porém sem episódios de DPN. Dor em peso no peito e continua com apetite reduzido; • OBJETIVO: em uso de CEN 02 e fadiga aparente; • AVALIAÇÃO: dispneia sem melhora e função renal sem piora; CASO CLÍNICO 21 de junho: • PA de 150/90 mmHg, FC: 65 bpm e FR: 20 ipm; • SUBJETIVO: não precisou da CEN O2 à noite com exceção de 2 vezes após ir ao banheiro. Ainda não evacuou, não aceitou bem a dieta do hospital, nega piora da dispneia e nega dor em peso no peito no dia de hoje; • OBJETIVO: bulhas hipofonéticas; • CONDUTA: óleo mineral, novo “LAC” de controle e Cateterismo para segunda-feira;
Compartilhar