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INFECÇÕES INTESTINAIS Relevância: doença diarreica > causa de morte Incidência e perfil etiológico Fatores de risco: idade, deficiências nutricionais, higiene inadequada, ausência de cuidaos sanitários e estação do ano INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL Diarreia: liberação anormal de fezes – perda de fluídos e eletrólitos Disenteria: distúrbio inflamatório, geralmente associado a sangue e pus (fezes) e acompanhados de dor, febre e cólicas Gastroenterite: sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais DIARREIA Consequência mais comum da infecção do TGI Principal causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento Varia de branda e autolimitada até grave, com desidratação e morte Transmissão:direta > via fecal-oral (mãos, utensílios, roupas contaminadas); indireta (alimentos, líquidos, insetos) Infecções locais: multiplicação por MO e produção de toxinas (restrita ao TGI) Infecções sistêmicas: invasão pelos MO ou absorção de toxinas AGENTES CAUSADORES DE DOENÇAS INTESTINAIS Podem ser transmitidos pelos alimentos, produtos químicos (metais pesados, pesticidas), toxinas naturais de plantas e de animais, vírus, parasitas, bactérias patogênicas e fungos toxigênicos MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS São os MO causadores de doenças Nos alimentos: doenças microbianas de origem alimentar ou toxinfecções AGENTES ETIOLÓGICOS Bactérias, vírus, parasitas, fungos E. coli, salmonella, shigella, yersinia enterocolitica (enterobactérias) Campylobacter, vibrio cholerae, vibrio parahemolyticus, staphylo aureus, bacillus cereus, clostridium botulinum (intoxicação alimentar) BACTÉRIAS G+ PATOGÊNICAS Staphylococcus aureus Clostridium botulinum Clostridium perfringens Bacillus cereus Listeria monocytogenes BACTÉRIAS G- PATOGÊNICAS Escherichia coli enteropatogênica Escherichia coli entero-hemorrágica Escherichia coli enteroinvasora Campylobacter jejuni Campylobacter coli Salmonella Shigella Yersínia enterocolítica Vibrio cholerae Vibrio parahaemolyticus Aeromonas hydrophila Plesiomonas shigelloides FUNGOS PRODUTORES DE MICOTOXINAS Aspergillus spp Penicillium spp Fusarium spp Claviceps spp MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS GERAL Breves e de prognóstico bom Período de incubação 2 a 10horas Síndrome gastrointestinal (dor intestinal, diarreia, vômitos) Poucas complicações (exceto em população de risco) EXAMES LABORATORIAIS Bacterioscopia / gram Pesquisa de leucócitos Parasitológico de fezes Biologia molecular ELISA Coprocultura COPROCULTURA Combinação de meios de cultura Meio moderadamente e altamente seletivo em placa Caldo de pré-enriquecimento Sorologia Coleta da amostra: Frasco de boca larga Meio conservante salina glicerinada ou caldo Cary Blair Coleta sem meio conservante – amostra semeada no máximo em 1 hora Metodologia – métodos de cultura: caldos de enriquecimento, ágar Maconkey, HE, XLD, TSI, LIA e anti-soro Metodologia - procedimento: Pré-enriquecimento Isolamento Identificação Série bioquímica Sorologia BACTÉRIAS ISOLADAS EM COPROCULTURA DE INTERESSE - Meios usados para identificar essas bactérias: meios que priorizam crescimento de G- - Exame de fezes: se quiser de G+ tem que pedir separado, algumas G- tmbm não são de rotina - Resultado: vai estar descrito ao final do exame quais bactérias foram pesquisadas SALMONELLA Sintomas: diarreias, febre, dores abdominais e vômitos; 12 a 36 horas após a ingestão do alimento contaminado durando de 1 a 4 dias (em indivíduos hígidos – imunodeprimidos, idosos, crianças, pct em quimio, recém-transplantado, doenças crônicas) Tratamento: geralmente autolimitadas; crinças (com menos de 2 anos, doença de fundo) e idosos pode haver desidratação, acidose e até morte > nesses casos uso de antibiótico, mas pode prolongar o quadro de diarreia (DE ROTINA NÃO SE USA MAIS AB); porém o perigo é que pode permanecer a cepa de salmonela (pede uma nova coprocultura) Taxonomia: enterobactéria, várias espécies – nomenclaturas diferentes, uma baseada em provas bioquímicas e outra baseada em biologia molecular – na prática, no laudo “salmonela sp”, saber espécie é pra fins epidemiológicos > SORO POLIVALENTE: ac direcionado a uma estrutura direcionada para todas as bactérias Bacilos G-, aeróbio e anaeróbio facultativo, maioria móveis (flagelos petríquios), exceção: S. gallinarum e S. pullorum, não esporulados > aspecto da bactéria não diz nada, mas se tiver leucócito você pensa em em processo infeccioso Aspecto na cultura: pontos negros SHIGELLA Shigelose ou disenteria bacilar: causada pela Shigella dysenteriae Shigelose: íleo terminal e cólon, invasão e destruição da camada epitelial da mucosa Reação inflamatória, fezes com leucócitos, muco e sangue – colher a parte das fezes purulenta Raramente invade a corrente sanguínea Manifestações clínicas: incubação 1 a 4 dias Sintomas: dor abdominal intensa, febre, diarreia aquosa (atribuída a exotoxina) após 1 a 2 dias quando a infecção afeta o íleo e o cólon, aumento do número de evacuações, fezes menos líquidas, fezes com muco, sangue e pus Dose infectante é baixa (10 a 100 microganismos) Bacilo G- Dependendo da espécie envolvida os sintomas variam de leves a graves S. sonnei – leve S. flexneri e Boydii – graves S. dysenteriae – produtora da toxina Shiga, doença mais grave A shigleose é primariamente uma doença pediátrica Não existem reservatórios animais – animal não fica doente, mas ele pode ingerir e eliminar Disseminação principal: pessoa a pessoa, via fecal-oral, onde saneamento e higiene pessoais são deficientes AB não são recomendados (exceto nas infecções graves) Lactose negativa, gás negativa (maioria) e são imóveis ESCHERICHIA COLI PATOGÊNICAS E. coli enteropatogênica (apenas em crianças), enterotoxigênica, entero-hemorrágica, enteroinvasiva, enteroagregativa e produtora de aderência difusa Enteropetogênica (EPEC): surtos de infecção em crianças menores de 1 anos; gastrointerite em criança duração de 6 horas e 3 dias período de incubação de 17 a 72 horas “lesão em pedestal” Enterotoxigênica (ETEC): diarreia aquosa profunda e muita náusea diarreia dos viajantes (nos casos leves, é autolimitada, tratamento só com hidratação) incubação 8 a 44 horas em indivíduos desnutridos a gastrenterite pode durar semanas levando a um quadro de desidratação grave Enterohemorrágica (EHEC): shiga like toxina diarreia aguda aquosa e sanguinolente, ausência de febre! síndrome hemolítico urêmic Colite hemorrágica, incubação 3 a 9 dias duração da doença varia de 2 a 9 dias – pcte não morre por diarreia e desidratação Enteroinvasiva: diarreia com sangue e muco cólica incubação 8 a 24 horas acomete crianças maiores e adultos transmissão por água ou alimento contaminado ou contato pessoal Enteroagregativa e produtora de aderência difusa: crianças em países em desenvolimento YERSINIA ENTEROCOLITICA Não é pesquisada de rotina Via oral (água e alimentos contaminados) Sintomas: podem haver sintomas extre-abdominais, septicemia, artrite e endocardite bacteriana VIBRIO CHOLERAE Diarreia moderada ou intensa – nos casos severos 1 litro por horas, levando a desidratação, colapso circulatório peiférico e morte Período de incubação: 6 horas até 5 dias Terapia: reposição de fluidos – oral ou endovenosa Brasil já não tem mais surto de cólera VIBRIO PARAHAEMOLYTICUS Sintomas: peixes, crustáceos e moluscos, gastroenterite mais branda com duração de 02 a 3 dias (diarreia de praia), diarreia, caimbra abdominal, náusea e vômitos Casos severos: fezes com muco e sangue Período de incubação: de 4 a 96 horas VIBRIO VULNIFICUS Infecções em feridas e gastroenterite Ambiente marinho CAMPYLOBACTER Frequência semelhante a salmonela Intestino do gado, cães, pássaros e ovelhas Infecção entérica: vômito, dor abdominal e diarreia explosiva Microaerófilo: transmissão através de carne crua de porco ou de pássaro e leite cru Infecção invasiva no epitélio intestinal Associado a síndrome de Gillian-Barret– dos pcts que desenvolvem Gillian-Barret a grande maioria pode ter Campylobacter*** INTOXICAÇÃO ALIMENTAR Causadas por toxinas produzidas por bactérias contaminantes presentes no alimento antes do consumo S. aureus (muito comum) B. cereus (arroz, extremamente resistente a temperatura) C. bolulinum (toxinas resistentes a ação de enzimas digestivas, porém podem ser inativadas após 30 min a 80º) Botulismo infantil e de feridas – os mo são ingeridos ou fixados na ferida, multiplicam-se no próprio individuo Clostridium dificille: bacilo gram +, anaeróbio, formador de esporos Destruição da microbiota normal – uso de antimicrobianos de amplo espectro Ingestão de esporos presentes no ambiente hospitalar Multiplicação do C. dificille: colite pseudomembranosa Exotoxinas: enterotoxina (toxina A) e citoxina (toxina B) Pacientes hospitalizados Infecção graves: metronidazol ou vancomicina S. aureus, Bacillus cereus e Clostridium botulinun: intoxicação alimentar – ingestão da toxina Bacillus cereus: bastonetes, móveis, esporulados, gram+ e anaeróbios facultativos Ocorrência: no meio ambiente na forma de esporos e forma vegetativa (grãos, cereais, vegetais, condimentos, animais) Sintomas: vômitos, diarreia e dores abdominais – aparecem entre 1 e 5 horas após a ingestão do alimento contaminado HELICOBACTER PYLORI Bactéria gram- espiralada Associada a maioria das úlceras gástricas e duodenais Vários fatores de virulência: citoxina, adesinas e urease Diagnóstico: exame histológico em amostras de biopsia e teste da ureia VÍRUS CAUSADORES DE DIARREIA Contaminação ambiental: bactérias – 30% dos casos; vírus (67% dos casos) e protozoários (3% dos casos) Vírus entéricos humanos Causam diversas doenças em humanos: diarreias, meningites assépticas, paralisia, hepatites, conjuntivites e miocardites Transmissão: fecal-oral Replicação: no TGI São patógenos bastante estáveis no meio ambiente ROTAVÍRUS Vírus é estável no meio ambiente Relativamente resistente a detergentes Susceptível a desinfecção com etanol 95%, Lysoform e formalina Epidemiologia: 600 a 850 mil mortes por ano, umas das principais causas de hospitalização por diarreia, estudos de soroprevalência mostram imunidade humoral presentes aproximadamente aos 3 anos de idade Patogênese Incubação: 4 a 7 dias Eliminação: 109 por grama de fezes Transmissão fecal-oral Sintomas mais frequentes: vômito, diarreia (desidratação) Duração dos sintomas: 7 dias Em indivíduos imunocomprometidos: infecção sistêmica Mecanismos da diarreia: diarreia aquosa devido a alta excreção de fluídos nos intestinos – ativação de nervos entéricos com possível papel de enterotoxinas compostas por proteínas não estruturais do vírus Diagnóstico Detecção do antígenos nas fezes: ELISA Microscopia eletrônica para rotavírus do grupo não-A Sorologia e eletroferotipos para estudos epidemiológicos Tratamento e prevenção Tratamento: reidratação oral ou venosa de suporte Prevenção: lavagem de mãos e desinfecção de superfícies Vacinas Rotarix: monovalente G1P8 vacina oral, eficácia na prevenção de doença severa é de 85% Rota teq: vacina pentavalente originada de recombinação bovino-humano, eficácia na prevenção de doença severa é de 100% ADENOVÍRUS Genoma: DNA de fita dupla Patogenicidade: sorotipos 12, 31, 40 e 41 – doenças como gastroenterite em crianças Prevenção: vacinas foram desenvolvidas para sorotipos 4 e 7, mas estão disponíveis somente para prevenção de doença respiratória aguda e cloração de água de abastecimento Sintomas clínicos Período de incubação de 3 a 10 dias Dirreia dura 10-14 dias Pode causar intussuscpção, adenite mesentérica, apendicite NOROVÍRUS Principais causadores de epidemias de gastroenterites sevras em adultos 2/3 de todas as doenças transmitidas por alimentos contaminados Período de incubação: 24 a 48h e duração de 24 a 72h Náuseas, vômitos e diarreia intensa Responsável mundialmente por 37% das epidemias veiculadas por moluscos Epidemiologia Distribuição no mundo todo >23 mi de casos/ano nos eua Principal causa de epidemias de gastroenterites por águas e alimentos A maioria das pessoas tem infecções a partir dos 4 anos de idade Sintomas clínicos Adultos e crianças Período usual de incubação de aproximadamente 24 horas (variando de 12h a 4 dias) Doença com duração curta < 3 dias Náusea, vômito, febre, dor de cabeça, cólicas abdominais, diarreia aquosa
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