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Microbiologia Veterinária Enterobactérias Maior e mais heterogêneo grupo de bacilos Gram-negativos de importância médica. Família Enterobacteriaceae ~50 gêneros e + de 170 espécies. Habitat natural: trato intestinal de humanos e animais. Ubiquitários: solo, agua e vegetação. Patógenos primários: ex Salmonella Typhi, Shigella spp. E Yersinia pestis. Patógenos oportunistas: ex: Escherichia coli, klebsiella penumoniae. Estrutura · Bacilos Gram-negativos (BGN) curtos · A maioria apresenta flagelos peritríqueos (moveis). Ex: Klebsiella spp., Shigella spp., Yersinia spp. · Não formam esporos. · Podem apresentam cápsula. Ex: maioria das cepas de Klebsiella spp., alguns Enterobacter spp., e algumas cepas de Escherichia. · Muitas possuem fímbrias (também conhecidas como pili). -Fímbrias comuns: aderência aos receptores das células do hospedeiro. Pili conjugativo ou sexual: transferência de plasmídeo entre bactérias. · Três principais grupos de antígeno; Classificação Epidemiologia 1. Polissacarídeo O – somático (LPS-O): presentes em cada gênero e espécie, embora reações cruzadas entre os genes são comuns. Ex: Salmonela com citrobacter e a E. coli com shighela. Os antígenos são detectados pela aglutinação com anticorpos específicos: 2. Antígeno capsular K: não são comumente usados para triagem das cepas, mas são importantes pois podem interferir na detecção dos antígenos O. 3. Proteínas flageladas H: eles são antígenos H proteicos de flaginina, sendo termoláveis. Fisiologia · Anaeróbios facultativos. · Necessidade nutricionais simples. · Utilizam glicose como fonte única de carbono. · Utilizam amônia como fonte única de nitrogênio. · Capazes de metabolizar uma ampla variedade de substancias; - Carboidratos - Proteínas e aminoácidos. - Lipídios. Patogenicidade Fatores de virulência comuns: · Endotoxina · Cápsula · Variação de fase antigênica · Sistemas secretórios tipo III · Sequestro de fatores de crescimento CIVD – coagulação intravascular disseminada. Cápsula: proteção contra fagocitose e reconhecimento por anticorpos. Variação de fase antigênica: Expressão alternada dos antígenos somático (O), capsular (K) e flagelar (H). Proteção da bactéria contra morte mediada por anticorpo. Sistema de secreção tipo III: “Seringa” que “injeta” fatores de virulência dentro das células do hospedeiro. Sequestro de fatores de crescimento: produção de sideróforos ou compostos quelantes de ferro (ex: enterobactina, aerobactina). Produção de hemolisinas. Sorotipagem · Antígeno O ou somático (antígenos de parede): correspondem a parte externa do LPs (tipo de subunidades de açúcar: como as subunidades se encurvam concomitantes e o comprimento da cadeia.) · Antígeno H (antígeno flagelar): na composição da proteína flagelar (flagelina) · Antígeno K (antígeno polissacarídeo capsular): presente em organismos que possuem cápsula. · Fimbrial F: fímbrias (adesinas) Escherichia Coli · BGN mais comum no trato intestinal · Principal espécie do gênero Escherichia · Doenças causadas: - Gastroenterites - Infecções extraintestinais (ex: ITUs, meningites e sepse) · A maioria das infecções é endógena - Exceções: gastroenterites e meningite neonatal E. coli enterotoxigênica (ETEC) · Crianças pequenas em países em subdesenvolvimento · Transmissão: consumo de alimentos ou agua contaminados com fezes, “não há transmissão de pessoa a pessoa. ” · Diarreia secretora: início 1 a 2 dias após a infecção e a duração é de 3 e 5 dias. · Cólica abdominal · Náusea e vomito (sintomas menos comuns) · Não há alteração histológica ou inflamação da mucosa intestinal · Doença importante para a veterinária: - F4 e F6 quase sempre estão associados a isolados bacterianos de suínos – colibacilose entérica - F5 bovinos, ouvinos e suínos - F41 bovinos E. coli enteropatogênica (EPEC) · Principal causa de diarreia infantil em países pobres · Rara em crianças mais velhas e adultos. Desenvolvimento de imunidade protetora. · Transmissão: pessoa a pessoa · Diarreia aquosa (pode ser grave e prolongada) · Também pode ocorres febre e vomito · Destruição das microvilosidades intestinais · Doença importante para a veterinária: diarreia em todas as espécies animais E. coli enteroagregativa (EAEC) · Diarreia infantil em países desenvolvidos e em desenvolvimento · Diarreia aquosa persistente com desidratação · Associado à diarreia crônica e retardo do crescimento em crianças · Transmissão: consumo de alimentos ou água contaminados com fezes · Caracterizadas pela autoaglutinação (arranjo de “tijolos empilhados”). Fímbria de aderência agregativa · Aderência ao epitélio – secreção de muco – formação de biofilme espesso – proteção contra antibacterianos e células fagocíticas · Toxina enteroagregativa termoestável · Toxina codificada por plasmídeo (pet) Induzem a secreção de fluidos E. coli enterohemorrágica (EHEC) · Diarreia branda sem complicações · Colite hemorrágica (dores abdominais e diarreia com sague) · 3 a 4 dias após incubação – diarreia com dor abdominal, 50% dos pacientes tem vomito e sem febre alta. · Após 2 dias – progressão para diarreia sanguinolenta com dores abdominais intensas (30% a 65% dos pacientes) · Desaparecimento dos sintomas entre 4 a 10 dias, maioria dos pacientes não tratados. E. coli enteroinvasiva (EIEC) · Transmissão: alimentos e água contaminada. · Invasão e destruição do epitélio do cólon, pode ocorrer ulceração do cólon. · Diarreia aquosa: progressão para uma forma de disenteria (minoria de paciente), febre, dores abdominais, sangue e/ou leucócitos nas fezes Infecções extraintestinais por E. coli (E. coli uropatogênica – UPEC) · Produção de adesinas – ligação as células epiteliais da bexiga e do trato urinário superior · Produção de hemolisinas – lise de eritrócitos e outros tipos celulares – libração de citocinas e estimulo de resposta inflamatória · Meningite neonatal: E. coli estreptococos do grupo B – maioria das infecções do SNC em crianças < 1 mês de idade · Sepse: a partir de ITUs, a partir de infecções intestinais · Aumento o nível de mortalidade: pacientes com imunidade comprometida, infecções primaria localizada no abdome ou no SNC Diagnostico, tratamento e prevenção · Diagnostico: coprocultura – identificação bioquímica – sorotipagem · Tratamento: sintomático, terapia com antibacterianos orientada por antibiograma · Prevenção: praticas para redução de risco de infecção hospitalar (ex: restrição de uno de antibacterianos e cateteres urinários desnecessário). Manutenção de altos padrões de higiene Salmonella · Infecções ocorrem no mundo todo, principalmente em meses quentes · Transmissão: consumo de agua ou alimentos contaminados (mais comuns> aves, ovos e laticínios) · Transmissão fecal-oral em crianças · Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi (estritos a humanos) – pessoa a pessoa · Aumento de risco em infecção: indivíduos que consomem aves ou ovos mal cozidos, pacientes com níveis reduzidos de ácido gástrico e os imunocomprometidos · Gastroenterite - Inicio dos sintomas: 6-48h após a ingestão - Apresentação inicial: náusea, vomito e diarreia sem sangue - Duração dos sintomas: 2-7 dias - Resolução espontânea · Septicemia · - Principalmente infecções por Salmonella Typhi, Salmonella Paratyphi e Salmonella Choleraesuis - Risco aumento em paciente pediátricos, geriátricos e imunocomprometidos - Infecções supurativas localizadas, podem ocorres em até 10% dos pacientes · Febre entérica - Febre tifoide (Salmonella Typhi) - Febre paratifoide (Salmonella Paratyphi) - Transportadas por macrófagos para fígado, baço e medula óssea, onde se replicam - Início dos sintomas: 10 -15 dias após a ingestão (febre crescente com complicações não especificas de dores de cabeça, mialgias, mal-estar e anorexia) - Duração dos sintomas: 1 semana ou mais (acompanhados de sintomas de gastroenterite) Colonização da vesícula biliar e reinfecção do intestino · Colonização assintomática - Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi são mantidas porcolonização. - Colonização crônica + de 1 ano: 1 a 5% dos pacientes - Principal reservatório: vesícula biliar Diagnóstico, tratamento e Prevenção · Diagnóstico: coprocultura – identificação bioquímica – sorotipagem · Tratamento: terapia com antibacterianos não é recomendada para enterite. Infecções por Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi devem ser tratados por antibiótico selecionado por antibiograma. · Prevenção: preparação adequada de aves e ovos. Evitar contaminação de outros alimentos. Vacinação contra Salmonella Typhi (viagens para áreas endêmicas) Doenças importante na veterinária Salmonella · Pulorose (aves jovens): Causada por S. Pullorum. · Infecção: ovo e embrião · A mortalidade s deve a septicemia, sendo maior entre a segunda e terceira semana de vida · As avezes que sobrevivem são portadoras da doença e podem passa-la a sua prole. · Tratamento: medicamentos antimicrobianos. · Sintomas: fraqueza, diarreia, tampão fezes na cloaca, desidratação e alta mortalidade · Tifo aviário (aves adultas): Causado por S. Gallinarum. · Doença septicêmica aguda ou crônica – principalmente frangos. · Diagnostico: cultura microbiológica de amostra de fígado ou baço · Tratamento: com antimicrobianos. · Sintomas: baixa produção de ovos, baixo consumo de ração, diarreia, prostração e alta mortalidade · Vacinação é proibida quando o estabelecimento de reprodução é de linha puras, produtores de aves e ovos livres de patógenos específicos (SPF ou de ovos controlados. Shigella · Humanos são o único reservatório · Transmissão: pessoa a pessoa via fecal-oral · Pacientes de alto risco: Crianças pequenas em creche ou orfanatos, irmãos e parentes dessas crianças e homossexuais do sexo masculino. · Altamente infecciosa: poucas bactérias podem causar a doença. A doença ocorre no mundo todo e sem incidência sazonal. · Shigelose (gastroenterite) - Dores abdominais, diarreia, febre e fezes sanguinolentas. - Início dos sinais e sintomas: 1 a 3 dias após a ingestão. - Primeiro sinal da infecção: diarreia aquosa profusa (mediada por uma enterotoxina) - Característica importante: cólica abdominal baixa e tenesmo (esforço para defecar), com pus e sangue em abundancia nas fezes. Grande quantidade de neutrófilos, eritrócitos e muco nas fezes. · Cepas de S. dysebteriae produzem toxina Shiga - Bloqueia a síntese proteica - Manifestação primaria: dano a célula epitelial do intestino - Manifestação grave: danos as células do endotélio glomerular – falência renal (SHU). Diagnóstico, tratamento e prevenção · Diagnostico: coprocultura – identificação bioquímica · Tratamento: terapia com antibacterianos – diminui o curso da doença sintomática e a eliminação das fezes. Terapia empírica - fluroquinolona ou sulfametoxazol-trimetoprim. · Prevenção: lavagem das mãos e descarte adequado da roupa suja
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