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Saúde Coletiva I

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Introdução a saúde coletiva
Segundo a OMS o conceito de saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Segundo Oxford .:
disease=doença é uma condição do corpo, ou de alguma de suas partes ou órgãos, cujas funções encontram-se perturbadas ou prejudicadas.
Illness= moléstia é definida como qualidade ou condição de estar enfermo em vários sentidos,
Pathology=patologia é a interrupção de processos normais do organismo e esforços deste no sentido de restabelecer certo estado normal de existência
Disability=incapacidade é o comportamento resultante de limitação funcional crônica ou permanente
Impairment=comprometimento é a redução da capacidade anatômica, fisiológica, emocional ou funcional impedindo a realização de atividades cotidianas e papéis sociais normais
O Processo Saúde-Doença
A saúde e a doença sempre fizeram parte da realidade e das preocupações humanas e a explicação da saúde e da doença sempre estiveram vinculados aos diferentes processos de produção e reprodução da sociedade humana. Essas explicações têm relação com as formações sociais e econômicas, os significados atribuídos e o conhecimento disponível em cada época.
Até o sec. XVII , as doenças a agravos que não pudessem ser entendidos como resultado de suas atividades cotidianas eram explicadas pela ação sobrenatural de deuses ou demônios e espíritos malignos mobilizados por um inimigo.
O pensamento mágico-religioso era responsável pela manutenção da coesão social e pelo desenvolvimento inicial da prática médica. Nas diferentes culturas, o papel da cura estava entregue a indivíduos iniciados: os sacerdotes incas; os xamãs e pajés entre os índios brasileiros; as benzedeiras e os curandeiros na África. Encarregados de realizar a cura, erradicando o mal e reintegrando o doente a partir de diferentes recursos extáticos de convocação, captura e afastamento dos espíritos malignos.
Com o desenvolvimento das civilizações surgem formas de enfrentar alguns problemas em relação a condições sanitárias como canalização para esgoto, abastecimento de água e outros.
As primeiras explicações racionais para saúde-doença aconteceu no apogeu da civilização grega. A pratica da medicina ia além da ritualística, envolvendo o uso de ervas medicinal e métodos naturais. Além de lidar com os problemas de saúde procuravam entender a relação do homem com a natureza e passaram a dar a explicação da saúde e da doença como resultantes de processos naturais e não sagrados.
Na idade media ocorreu o regresso do pensamento do que ocasionavam as doenças. O cristianismo afirmava a existência de uma conexão fundamental entre a doença e o pecado. Como este mundo representava apenas uma passagem para purificação da alma, as doenças passaram a ser entendidas como castigo de Deus, expiação dos pecados ou possessão do demônio. Consequência desta visão, as práticas de cura deixaram de ser realizadas por médicos e passaram a ser atribuição e religiosos.
A visão da saúde entendida como ausência de doença é largamente difundida no senso comum, mas não está restrita a esta dimensão do conhecimento. Pelo contrário, essa idéia não só é afirmada pela medicina, como tem orientado a grande maioria das pesquisas e da produção tecnológica em saúde, especialmente aquelas referentes aos avanços na área de diagnóstico.
Políticas de saúde no Brasil
A política de saúde passa a ter visibilidade como disciplina acadêmica em âmbito intervenção social na segunda metade do sec XX, a ONU e a OMS vinculadas, são consideradas referencias para a consolidação da disciplina.
O Sistema Nacional de saúde foi criado a partir da implementação de programas especiais e campanhas em uma crise do autoritarismo e da divida sanitária herdada do milagre brasileiro.
Cinco conjunturas do desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil
VELHA REPUBLICA: 
Predominavam as doenças transmissíveis como febre amarela, tuberculose, sífilis além das endemias rurais.
A ocorrência dessas doenças ameaçou o interesse agrário-exportador e favoreceu uma reposta do Estado mediante a organização de serviços de saúde públicos e realização de campanhas sanitárias.
O atendimento médico era feito a pessoas com condições abastadas, os pobre eram atendidos por casas de misericórdia, benzendeiras e instituições filantrópicas.
Nessa época a saúde não era vista como dever do estado, porém com o surgimento das indústrias foi acompanhado de movimentos operários que resultaram no princípios das leis trabalhistas
Foram criadas a caixas de aposentadorias e de pensão incluindo assistência medica
Criação da Lei Eloi chaves, organizado as CAP (caixa de aposentadoria e pensões) e a reforma Carlos Chagas, implantando o novo regulamento do Departamento Nacional de Saúde Publica, com três diretorias ( serviço sanitários terrestres, defesa sanitária marítima e Fluvial, saneamento e profilaxia Rural)
ERA VARGAS
Nesse período tem um predomínio das doenças da pobreza (doenças infecciosas e parasitarias, deficiências nutricionais, etc) e o aparecimento das morbidades modernas ( doenças do coração, neoplasias, acidentes e violências)
Redução da mortalidade e certo envelhecimento da população
A saúde publica passa a ter a sua institucionalização, na esfera federal, pelo Ministério da Educação e saúde 
A medicina previdenciária e a saúde ocupacional vinculam-se ao ministério do trabalho, recém criado
Portanto a organização dos serviços de saúde era trifurcada no âmbito estatal ( saúde publica, medicina previdenciária e saúde do trabalhador) e fracionado no setor privado (medicina liberal, hospitais beneficentes ou filantrópicos e lucrativos - empresas medicas)
A educação sanitária passou a ser valorizada e as campanhas de controle de doença foram institucionalizadas, transformando em órgãos do departamento Nacional de Saúde.
Incorporação dos serviços de combate a endemias, a criação do Serviço Especial de Saúde Publica (SESP) e a instalação do Departamento Nacional de Endemias Rurais, que foram transformados depois em Fundação SESP e Superintendência de campanhas de Saúde Publica (SUCAM), fundidos em FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) três décadas depois.
O ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais concentravam-se na execução de campanhas sanitárias e de programas especiais ( materno-infantil, tuberculose, endemias rurais, hanseníase e etc)
IAP = Instituto de aposentadorias e pensões
Empregados rurais, desempregados, empregados domésticos não tinha esses direitos e eram chamados de mercado informal.
AUTORITARISMO
A saúde da população continua critica, a mortalidade infantil aumentou juntamente com casos de tuberculose, malaria, doença de chagas, acidentes de trabalho.
As políticas de saúde executadas pelo governo militar privilegiaram o setor privado com compra de serviços de assistência medica, apoiou os investimentos e empréstimos com subsídios.
Promoveu a unificação do IAP, criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)
Estendeu a medicina previdenciária aos trabalhadores rurais por intermédio do FUNRURAL.
Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) que implantou o Plano de Pronta Ação (PPA), possibilitando as clínicas e aos hospitais particulares contratados pela Previdência Social a atender casos de urgência de qualquer individuo, segurado ou não.
NOVA REPUBLICA
Nesse período uma redução da mortalidade infantil e das doenças imunopreveníveis, a manutenção das doenças do aparelho circulatório e neoplasias como principais causas de mortalidade e um aumento de casos de AIDS
Houve a proposta da Reforma Sanitária, que tinham como medidas destacadas os seguintes quesitos:
Conceito ampliado de saúde
Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do estado
Criação do SUS
Participação popular
Constituição e ampliação do orçamento social
A Reforma sanitária Brasileira (RSB) foi assumida como uma proposta abrangente de mudança social e um processo de transformação da situação sanitária
A constituiçãode 88 garantiu o direito de saúde para todos os brasileiros e instituiu o SUS
Fatos produzidos pela Reforma Sanitária Brasileira:
Contenção das políticas privatizantes da previdência social através do INAMPS
Transferência significativa de recursos previdenciários para estados e municípios
Prioridade para o fortalecimento dos serviços públicos
Estimulo a integração das ações e serviços de saúde
Apoio á descentralização gerencial
Incorporação do planejamento á pratica institucional
Abertura de canais para a participação popular
PÓS-CONSTITUINTES
Inicia-se coma epidemia de cólera e o agravamento da mortalidade por causas externas, destacando-se o predomínio dos homicídios sobre as mortes do trafego.
Erradicação da poliomielite, decréscimo da mortalidade infantil, persistência da tuberculose, estabilização das taxas de AIDS, expansão da dengue
Foi aprovada a Lei Orgânica (Lei 8080/90), que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes.
Collor reduz em quase metade os recursos para a saúde, criando um cão no SUS
Após o Impeachment ocorreram alguns fatos novos para reforçar o SUS:
 Influencia da sociedade civil na política de saúde por intermédio d Conselho Nacional de saúde, bem como nos conselhos estaduais e municipais
Municipalização da saúde reconhecendo a diversidade das situações
Experimentação de modelos assistenciais alternativo por governos estaduais e municipais
Reativação de certos movimentos de cidadania (luta contra a fome e a miséria, defesa da vida e contra a violência) 
Apesar dos problemas na organização do sistema de saúde, ocorreu a extensão de cobertura de serviços de saúde para a população brasileira no final do século XX.
Foi aprovada uma lei 9.961, criando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar da saúde.
Ainda foram produzidos os seguintes fatos políticos - institucionais:
Criação da agência de vigilância sanitária (Anvisa)
Implantação do SIOPS (Sistema de informação do orçamento Publica em saúde)
Adoção do cartão do SUS em alguns municípios
Implementação do programa de interiorização do trabalho em saúde (PITS)
Atualização da relação nacional de medicamentos essenciais (RENAME)
Princípios e diretrizes do SUS
Os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) constituem as bases para o funcionamento e organização do sistema de saúde em nosso país, afirmando direitos conquistados historicamente pelo povo brasileiro e o formato democrático, humanista e federalista que deve caracterizar sua materialização.
Três documentos compõem a base legal do SUS e expressam os elementos básicos que estruturam e organizam o sistema de saúde brasileiro. São eles:
1. A Constituição Federal de 1988, na qual a saúde é um dos setores que estruturam a seguridade social, ao lado da previdência e da assistência social (Brasil, 1988).
2. A lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como a Lei Orgânica da Saúde e que dispõe principalmente sobre a organização e regulação das ações e serviços de saúde em todo território nacional (Brasil, 1990a).
POLÍTICAS DE SAÚDE
3. A lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que estabelece o formato da participação popular no SUS e dispõe sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde (Brasil,
1990b).
As diferenças entre princípios e diretrizes é que os princípios do SUS é aquilo que serve de base, alicerce, para o sistema de saúde brasileiro; em contrapartida e ao mesmo tempo, tais princípios representam os valores, os preceitos, as bandeiras de luta que sustentam o sistema de saúde. As diretrizes seriam meios, normas para atingir os objetivos do SUS. São linhas gerais, determinam rotas; são estratégicas, pois apontam caminhos e meios para atingir objetivos.
A constituição de 88 em nenhum momento menciona o termo princípios, afirmando que o SUS é organizado a partir de diretrizes. Já a lei 8.080 de 1990, afirma que o SUS será organizado de acordo com as diretrizes dispostas no artigo 198 da constituição e também por princípios discriminados no texto.
O autor Matta faz comparações afirmando que os autores da constituição e das leis mesclam princípios e diretrizes.
Princípios são as bases, as leis que vão dar início a estruturação do SUS. É o alicerce Do SUS.
Diretrizes é o rumo que esses princípios iram seguir, são os planos e projetos de organização do SUS
Os três princípios do SUS são: UNIVERSALIDADE, EQUIDADE E INTEGRALIDADE
UNIVERSALIDADE: afirma que a saúde é direito de todos e dever do estado. Isso significa dizer que a saúde é um direito e não um serviço ao qual se tem acesso por meio de uma contribuição ou pagamento de qualquer espécie. Todos os cidadãos brasileiros têm direito à atenção à saúde.
É inapropriado afirmar que o SUS é gratuito, queremos reforçar a noção ou princípio do direito à saúde. Não queremos dizer que não é financiado, mas que a população não deve desembolsar nenhuma espécie de pagamento direto para a obtenção de serviços de saúde no SUS. O financiamento do serviço é feito pelo recolhimento de impostos.
O conceito aplicado de saúde afirma que, em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.
Desafios da universalidade: A universalidade do acesso às ações e serviços de saúde; A universalidade das condições de vida que possibilitem boas condições de saúde.
EQUIDADE: diz respeito a tratar desigualmente o desigual. 
INTEGRALIDADE: afirmar que o usuário do SUS tem o direito a serviços que atendam às suas necessidades, ou seja, da vacina ao transplante, com prioridade para o desenvolvimento de ações preventivas.
As diretrizes do SUS são: Descentralização, regionalização/hierarquização e participação da comunidade.
A diretriz da descentralização corresponde à distribuição de poder político, de responsabilidades e de recursos da esfera federal para a estadual e municipal. Ou seja, estamos falando de uma desconcentração do poder da União para os estados e municípios, tendo como objetivo a consolidação dos princípios e diretrizes do SUS.
Instâncias são:
. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems);
. Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass);
. Comissão Intergestores Bipartite (CIB) . estabelece pactos entre os municípios com a coordenação da gestão estadual;
. Comissão Intergestores Tripartite (CIT) . estabelece pactos entre representantes do Ministério da Saúde, do Conass e do Conasems.
Diretriz da Regionalização e Hierarquização: Essa diretriz diz respeito a uma organização do sistema que deve focar a noção de território, onde se determinam perfis populacionais, indicadores epidemiológicos, condições de vida e suporte social, que devem nortear as ações e serviços de saúde de uma região.
Diretriz da participação da comunidade: Participação da população, através de suas entidades representativas, na formulação da política, no planejamento, na gestão, na execução e avaliação das ações de saúde.
O SUS possui instâncias colegiadas de participação popular em cada esfera de governo. São elas:
. Os conselhos de saúde;
. As conferências de saúde.
Os conselhos de saúde estão presentes nos três níveis de governo, representados pelo Conselho Nacional de Saúde, Conselho Estadual de Saúde e Conselho Municipal de Saúde. Essas instâncias representativas são organizadas de forma paritária, composta por metade de representante de usuários e o restante de representantes da gestão, trabalhadores da saúde e prestadores privados.
Territorialização eMapeamento
Os sistemas de saúde devem se organizar sobre uma base territorial, onde a distribuição dos serviços segue uma lógica de delimitação de áreas de abrangência.
O território em saúde não é apenas um espaço delimitado geograficamente, mas sim um espaço onde as pessoas vivem, estabelecem suas relações sociais, trabalham e cultivam suas crenças e cultura.
A territorialização torna-se desse modo, a base do trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF) para a prática da Vigilância em Saúde.
A territorialização possibilita, portanto, um melhor acesso dos usuários ao serviço de saúde e a facilidade do acesso ao sistema, em função da cobertura do Agente Comunitário de Saúde.
A Estratégia de Saúde da Família: tem como objetivo: área delimitada, população adscrita, ações de: promoção, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes. Território distrito: delimitação político administrativa usada para a organização do sistema de atenção; Território-área: delimitação da área de abrangência de uma unidade de saúde, a área de atuação de equipes de saúde; Território-microárea: área de atuação do agente comunitário de saúde (ACS), delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômico-sanitária; Território-moradia: lugar de residência da família

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