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1 
 
 
 
DISCIPLINA : NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM 
 
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS 
PROF
a
 DIRCE KERCHE 
 
NUTRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 
A sabedoria popular diz que “você é o que come” e não podia ser mais verdade. A comida que ingerimos tem 
um grande impacto na nossa saúde e bem-estar. Ao manter a forma física e comer bem estamos reduzindo o 
risco de desenvolver doenças relacionadas com a alimentação, como doenças de coração, diabetes, 
hipertensão arterial, entre outras. A ligação entre a alimentação e as doenças está muito bem documentada, 
e existem vários estudos que comprovam que o que comemos tem um impacto muito grande na forma como 
nos sentimos. 
DIETOTERAPIA 
 
É o tratamento feito mediante a ingestão de alimentos ajustados às exigências específicas de cada 
caso, no que diz respeito tanto aos componentes nutritivos e ao valor energético da dieta quanto à 
quantidade, apresentação final e consistência dos alimentos.Abrange as áreas das enfermidades 
agudas ou crônicas, transmissíveis ou não, a clínica cirúrgica e o preparo de exames. 
A dietoterapia pode ser a parte mais importante de um tratamento ou, dependendo do caso, ser o 
único tratamento indicado.também pode servir de suporte para outros tipos de tratamento. 
 
Dieta é uma palavra derivada da língua grega e significa “regime de vida” ou “aquele que regula a 
vida”. 
 
Regime, em terapêutica, é o uso metódico de meios conhecidos e adequados para assegurar a vida 
do paciente. Quando o enfoque á e alimentação, usa-se a expressão “regime alimentar” ou “regime 
dietético”. 
 
As finalidades da dietoterapia podem ser resumidas nos seguintes tópicos: 
 Curar o doente; 
 Prevenir as alterações de nutrição ( por exemplo , no pré e pós operatório; 
 Restabelecer as condições de nutrição, quando se encontrem alteradas; 
 Manter um bom controle de doenças crônicas. 
 
 
Tipos de Regimes dietoterápicos: 
a) Aumento parcial de componentes: HIPER 
Hipercalórica, Hiperproteica, Hipercelulósica. 
 
b) Diminuição parcial de componentes: HIPO 
Hipolipídica, Hipocalórica, Hipoglicídica. 
 
c) Omissão de componentes: A 
Acloretada = Assódica, Apurínica, Aporteica. 
 
2 
 
d) Pobre em resíduos = deixará o mínimo possível de resíduos no trato intestinal. Sem fibras. 
 
e) Rica em resíduos = Com bastante resíduos para manter o trânsito intestinal com bom 
funcionamento. 
 
f) Dietas específicas ( aplicadas para patologias ): Para Diabético, Para Gota, Para Regime de 
emagrecimento, Para Úlcera, Para Gastrite. 
 
g) Dietas de rotina: 
 
 Geral ( normal )  valor calórico e nutricional normal. Inclui todos os alimentos e tipos de 
preparação. 
 Branda  Valor nutricional normal. Inclui alimentos abrandados pela cocção ( cozimento 
), sem frituras 
 Leve  Valor nutricional equivalente à dieta normal, poucos resíduos, alimentos semi-
sólidos, abrandados pela cocção, pouco condimento, cocção simples. 
 Pastosa  Valor nutricional equivalente à dieta normal, fibra vegetal modificada, piucos 
resíduos. 
 Líquida  Constituída basicamente de líquidos( leite, café, vitaminas,mingaus ralos, 
sucos de frutas naturais não ácidos e duluídos. 
 
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS 
 
1. DESNUTRIÇÃO: 
Múltiplos fatores comuns à doença de base contribuem para a desnutrição, entre elas, anorexia, 
náuseas, deficiente ingestão alimentar, má digestão, má absorção de nutrientes e estado metabólico 
conseqüentes à hepatopatia. 
O alcoolismo pode contribuir para as deficiências nutricionais encontradas em portadores de doença 
hepática alcoólica. 
Outros fatores resultam no consumo insuficiente dos nutrientes indispensáveis à manutenção da 
saúde. Caracteriza-se por estado físico deficiente, baixo, apatia, inapetência, resistência reduzida às 
infecções e capacidade limitada de realizar esforços físicos. 
Um indivíduo desnutrido á aquele cujas células não recebem os nutrientes de que necessitam para 
desempenhar suas funções de produzir energia, formar ou reparar tecidos e regular e seu próprio 
funcionamento. 
 
A desnutrição pode ser o resultado de pouca alimentação ou alimentação excessiva, ambas condições são 
causada por um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a ingestão de nutrientes essenciais. 
Atingem principalmente pessoas de baixa renda, crianças, idosos, pessoas hospitalizadas, adolescentes, 
entre outros. 
Classificação dos diferentes graus de desnutrição: 
 Desnutrição de primeiro grau: crianças que apresentam um déficit de peso ( ponderal ) de 10 
a 25% em relação ao que seria para sua idade. 
 Desnutrição de segundo grau:déficit ponderal de 25 a 40%. 
 Desnutrição de terceiro grau: déficit ponderal acima de 40%. 
 
Subnutrição: e o consumo insuficiente de nutrientes essenciais para a saúde, má absorção,perda excessiva 
de nutrientes por processos como diarréias,sangramento (hemorragia), raquitismo, osteoporose, escorbuto. É 
um estagio denominado leve da desnutrição. 
Hipernutricão:é um excesso de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de comer demais (ingestão 
excessiva); ou do uso excessivo de vitaminas ou suplementos. 
Desnutrição protéico- calórica: 
 E causada por uma ingestão inadequada de calorias,resultando de uma deficiência de proteínas e 
micronutrientes, onde se enquadra 3 tipos:seca  Marasmo (pessoa magra e desidratada profundas 
alterações bioquímicas no sangue especialmente relacionadas com a proteina); molhada  Kwashiorkor 
(inchada pela retenção de líquido); um tipo intermediário  Kwashiorkor marásmico (retém algum fluido e 
tem mais gordura corporal do que a seca)  A deficiência protéica prejudica o crescimento, a imunidade, a 
cicatrização e a produção de enzimas e hormônios. 
A desnutrição de terceiro grau pode manifestar-se de dois modos: 
3 
 
 MARASMO: definhamento gradativo dos tecidos do organismo, com conseqüente perda do tecido 
adiposo subcutâneo, que resulta em pele enrugada, perda de tecido muscular e de força, déficit de 
crescimento, letargia,anorexia, apatia, irritabilidade chegando mesmo a acidose e hiperproteinemia. 
 KWASHIORKOR: distrofia pluricarencial, que ocorre logo após o desmane, com origem em 
deficiência qualitativa e quantitativa de proteínas, caracterizando-se por edema, descamações 
cutâneas intensas, déficit de crescimento, fraqueza e apatia severa. 
 
FATORES DE RISCOS: 
 CRIANÇAS:formam uma faixa da população mais susceptível à subnutrição, pois elas 
precisam de uma maior quantidade de calorias para seu crescimento e desenvolvimento.Elas 
também podem desenvolver deficiências de ferro, ácido fólico, vitamina C e cobre em casos 
de dietas inadequadas e a ingestão insuficiente de proteínas, outros nutrientes e calorias 
podem conduzir a desnutrição proteico-calórica. 
 SEXO FEMININO: o retardo de crescimento na infância determina mulheres adultas de baixa 
estatura. 
 GESTANTES: maior necessidade de nutrientes para atender as necessidades do feto. 
 BEBÊ: a alimentação como fator primordial para o desenvolvimento. 
 IDOSOS: a alimentação como manutenção da vida. 
 
2. SINDROME METABÓLICA 
O termo Síndrome Metabólica ( SM ) representa uma entidade patológica complexa que reúne diversos 
componentes atuantes na fisiopatologia de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, dentre elas 
diabetes e doenças do sistema cardiovascular ( infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral ). A 
SM caracteriza-se pela associação, num mesmo indivíduo, de dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 ou 
intolerância à glicose, hipertensão arterial e excesso de peso corporal ou obesidade. 
A atividade física e a perda do peso corporal são as melhores formas de tratamento da SM.no entanto, em 
alguns casos, parece ser necessário o uso de medicamentos para tratar os fatores de risco. 
A perda de peso, portanto,é o principal objetivo a ser alcançado junto a esses pacientes. A orientação 
nutricional ao paciente requer tempo e paciência, já que a SM possui peculiaridades A ocorrência de 
Diabetes Mellitus em um grupo populacional está ligada, principalmente, a fatores socioeconômicos e 
culturais, tais como: urbanização, hábitos alimentares, estilo de vida sedentário, stress e, também, à 
conhecida predisposição familiar. 
 
2.1 – DIABETES MELLITUS 
A prevalência do Diabetes Mellitus e da Intolerância à Glicose na população urbana brasileira é de 
15,4%. Assim, estima-se a existência de oito milhões de brasileiros que necessitam de orientações 
específicas para o planejamento e mudanças de hábitos alimentares e no estilo de vida. 
Ao mesmo tempo em que, no Terceiro Mundo, a desnutrição energético-protéica é responsável pela 
alta taxa de mortalidade no primeiro ano de vida e pelo comprometimento intelectual de crianças e adultos, 
nos grandes centros urbanos, em todo o mundo, crescem os índices de morbimortalidade por doenças 
ligadas à obesidade e dislipidemias. 
A obesidade, por exemplo, é um dos principais fatores de risco para o Diabetes Mellitus/DM Tipo 2 e 
Doenças Cardiovasculares. A taxa de incidência de DM Tipo 2 está relacionada à duração e ao grau de 
obesidade. Ela praticamente dobra quando um aumento de peso moderado está presente e pode mais que 
triplicar na presença de excesso acentuado de peso. 
Nas doenças crônicas, ao contrário das doenças agudas, é fundamental que as indicações da equipe de 
saúde ( médico, nutricionista, enfermeiro ) sejam associadas à participação do indivíduo, como agente ativo 
que cuida da sua própria saúde. 
Diabetes Mellitus corresponde a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia 
resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina ou em ambas. A hiperglicemia crônica 
está associada, longo prazo, a dano, disfusão e insuficiência de vários órgãos, especialmente dos olhos, rins, 
nervos, coração e vasos sanguíneos. 
Dependendo dos motivos o diabetes é classificado em três tipos: 
 TIPO 1: As células do pâncreas que fabricam insulina, o hormônio que ajuda a glicose a entrar nas 
células, simplesmente foram destruídas. 
 TIPO 2: A produção dela não é suficiente ou as células simplesmente não conseguem aproveitá-la 
da forma correta - a chamada resistência à insulina. 
4 
 
 DIABETE GESTACIONAL: Geralmente surge em mulheres grávidas que não eram diabéticas, onde 
ocorreu alteração da tolerância a glicose em graus diversos diagnosticado durante a gestação. Geralmente, 
desaparece quando esta termina. Futuramente elas podem vir a desenvolver o diabetes tipo 2. 
A terapia nutricional é um dos componentes fundamentais da abordagem terapêutica do portador de 
diabetes. O plano alimentar, juntamente com as atividades físicas e as medicações antidiabéticas, se 
constituem nos pilares do tratamento. 
Os principais objetivos da terapia nutricional para indivíduos portadores de diabetes são: 
 Alcançar e manter os parâmetros metabólicos satisfatórios, sendo estes: 
- Níveis sanguíneos de glicose no limite normal ou mais próximo possível da normalidade, a fim de 
prevenir ou reduzir as complicações decorrentes do diabetes; 
- Perfil de lipoproteínas plasmáticas que reduza o risco de doença macrovascular; 
- Níveis pressóricos que reduzam o risco de doenças macro e microvascular. 
 Prevenir e tratar as complicações crônicas do diabetes. Para tanto, deve-se modificar a ingestão de 
nutrientes e o estilo de vida de forma adequada para a prevenção e o tratamento da obesidade, 
dislipidemia, hipertensão, doenças cardiovasculares e nefropatia. 
 Melhorar a saúde mediante escolha de alimentos saudáveis e estímulo à atividade física. 
 Abordar as necessidades nutricionais individuais levando em consideração suas preferências, 
aspectos culturais e de estilo de vida e, ao mesmo tempo, respeitando os desejos do indivíduo e sua 
vontade de mudar. 
 
Os diabéticos insulino-dependentes requerem a ingestão de alimentos com teores específicos de 
carboidratos, em horários determinados, para evitar hipoglicemias e grandes flutuações nos níveis 
glicêmicos. A ingestão alimentar deve estar sincronizada com o tempo e o pico de ação da insulina 
utilizada. Para diabéticos não insulino-dependentes, principalmente os obesos ou com sobrepeso, a 
principal orientação é a restrição da ingestão calórica total a fim de alcançar o peso adequado. 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 
Antigamente, os alimentos ricos em carboidratos eram proibidos a quem tinha diabetes, por serem os 
principais nutrientes que elevam a glicemia no sangue. No entanto, principalmente devido ao advento da 
insulina e medicamentos orais lançados nos últimos anos, a alimentação do diabético tornou-se bastante 
flexível. 
Contudo, ainda é recomendável restringir o consumo de alimentos ricos em carboidratos simples, 
constituídos basicamente de açúcar (sacarose). Tal recomendação vale a todas as pessoas e não só a quem 
tem diabetes. Isso porque, normalmente, os alimentos, ricos em açúcar, como doces e refrigerantes, de 
maneira geral, elevam mais rapidamente a glicemia e, quando consumidos em excesso, são associados à 
formação de depósito de gordura no corpo, podendo levar a obesidade, problema muito comum nos dias de 
hoje. 
A composição da dieta deve incluir 50 a 60% de 
carboidratos, 30% de gorduras e 10 a 15% de proteínas. 
Os carboidratos devem ser preferencialmente complexos e 
ingeridos em 5 a 6 porções por dia. As gorduras devem 
incluir no máximo 10% de gorduras saturadas, o que 
significa que devem ser evitadas carnes gordas, embutidos, 
frituras, laticínios integrais, molhos e cremes ricos em 
gorduras e alimentos refogados ou temperados com 
excesso de óleo. As proteínas devem corresponder a 0,8 a 
1,0 g/kg de peso ideal por dia, o que corresponde em geral 
a 2 porções de carne ao dia. Além disso, a alimentação 
deve ser rica em fibras, vitaminas e sais minerais, o que é 
obtido pelo consumo de 2 a 4 porções de frutas, 3 a 5 
porções de hortaliças, e dando preferência a alimentos 
integrais. O uso habitual de bebidas alcoólicas não é 
recomendável, principalmente em pacientes obesos, com 
aumento de triglicerídeos e com mau controle metabólico. 
Em geral podem ser consumidos uma a duas vezes por 
5 
 
semana, dois copos de vinho, uma lata de cerveja ou 40 ml de uísque, acompanhados de algum alimento, 
uma vez que o álcool pode induzir a queda de açúcar (hipoglicemia). 
A prescrição energética baseia-se nas calorias requeridas para alcançar e manter o peso desejado: 
 indivíduos obesos (geralmente diabéticos do Tipo 2) devem ser orientados para seguirem uma 
dieta com moderada restrição calórica, associada com exercícios físicos, a fim de reduzirem o 
peso, gradativa-mente. Geralmente, uma perda razoável de peso, 5 a 10 kg em grandes obesos, 
já se mostra efetiva no controle glicêmico, mesmo que o peso ideal ainda não tenha sido 
alcançado; 
 diabéticos com peso adequado devem ingerir calorias suficientes para mantê-lo; 
 diabéticos com baixo peso, particularmente do Tipo 1, que tenham perdido massa magra e 
gordura corporal, requerem ingestão calórica ajustada para recuperação do peso e do bom 
estado nutricional; 
 crianças e adolescentes necessitam de ajustes freqüentes no VET, a fim de prover energia 
suficiente para o crescimento e desenvolvimento, dentro do esperado para cada faixa etária. 
 
Estabelecido o VET para cada indivíduo, é importante orientar o diabético quanto ao manejo de sua dieta, 
a fim de manter a ingestão calórica razoavelmente constante dia após dia, pois flutuações na ingestão 
alimentar podem ter efeitos significativos no controle do nível glicêmico. O uso de tabelas de grupos 
alimentares (pão/cereais, carnes, vegetais, frutas, leite e gorduras), e suas substituições,constitui o principal 
instrumento para a elaboração da dieta. 
O objetivo inicial é a redução de 5 a 10 % do peso corporal. Recomenda-se redução do valor energético 
acompanhada de uma alimentação equilibrada e variada que supra todas as necessidades de nutrientes. 
A cirurgia bariátrica, uma opção mais recente de tratamento da SM, tem indicação limitada às pessoas 
com obesidade severa com Índice de Massa Corpórea ( IMC ) maior ou igual a 40. 
Os grupos alimentares relacionados abaixo são considerados básicos, sendo necessário ingerir, 
diariamente, alimentos de todos os grupos para conseguir-se um equilíbrio adequado na alimentação: 
 Grupo dos pães, cereais, outros grãos e tubérculos: pães, biscoitos, arroz, milho, aveia, fubá de 
milho, cuscuz, beiju, batata inglesa, batata doce, mandioca, cará, inhame, etc. 
 
 Grupo das frutas: laranja, banana, abacaxi, mamão, melancia, limão, caju, tangerina, caqui, 
manga, melão, etc. 
 
 Grupo dos vegetais: folhas verdes, berinjela, jiló, maxixe, pepino, tomate, cebola, pimentão, 
abóbora, cenoura, beterraba, quiabo, vagem, chuchu, etc. 
 
 Grupo das carnes e substitutos: frango, peixe, carne bovina, ovos, frutos do mar, feijões e 
ervilhas, etc. 
 
 Grupo do leite e derivados: leite, queijo, iogurte, coalhada. 
 
 Grupo das gorduras: óleos vegetais. 
 
É importante ressaltar que as quantidades e distribuição dos alimentos dependerão das características de 
cada indivíduo. 
 Índice Glicêmico - Considerando a grande variedade de alimentos que podem ser utilizados nas 
refeições, e seus efeitos sobre a concentração de glicose plasmática pós-prandial, alguns 
pesquisadores têm realizado estudos que caracterizam os alimentos de acordo com sua resposta 
glicêmica. 
As maiores elevações do Índice Glicêmico foram observadas com batatas, cereais e pães; as menores 
com macarrão e leguminosas. As diferenças podem estar relacionadas com o teor de fibras, com a forma de 
preparo e com variações no processo digestivo. As informações sobre o índice glicêmico poderão ser úteis 
na seleção dos alimentos quando estudos mais conclusivos melhor determinarem os seus benefícios na dieta 
do diabético. 
 Sacarose (açúcar) - Alguns estudos têm mostrado que o uso de sacarose como parte do plano 
alimentar não prejudicaria o controle glicêmico dos diabéticos, mas esta ingestão estaria 
6 
 
condicionada ao bom controle metabólico e ao peso adequado. Alguns estudiosos estabelecem 
percentuais que variam de 5 a 7% de sacarose na dieta de diabéticos compensados. 
 
Colesterol - Considerando que o diabetes por si só representa um fator de risco para aterosclerose, 
um consumo reduzido de colesterol e gordura saturada é portanto recomendável, a fim de prevenir a 
ocorrência de macroangiopatia, que atinge principalmente as artérias coronárias, cerebral e das 
extremidades inferiores. 
A ingestão de colesterol dietético deve estar limitada a 300 mg/dia (Exemplo: um gema de ovo 
fornece cerca de 225 mg de colesterol). Ver Anexo 4 - Teor de colesterol em alguns alimentos. 
 
 Dislipidemias - O risco de morte por doença isquêmica do coração, entre diabéticos, é o dobro 
do esperado em relação à população não diabética. Por esta razão, destacamos aqui a 
importância do controle das dislipidemias para prevenir as doenças cárdio e cerebrovasculares, 
entre elas, o infarto do miocárdio. As medidas preconizadas, em relação ao planejamento 
alimentar. 
Fracionamento de Refeições 
Para o diabético insulino-dependente recomenda-se fracionar a alimentação diária em 6 refeições (3 
grandes - café da manhã, almoço e jantar - e 3 lanches intermediários), com horários e quantidade 
determinadas e adequadas ao tempo de ação da insulina usada e à prática de exercícios, a fim de evitar 
hipoglicemia ou hiperglicemia. 
Sódio 
As recomendações de ingestão de sódio para o diabético, de modo geral, são semelhantes as do indivíduo 
não diabético (Sódio  3.000mg/dia). No entanto, especial atenção deve ser dada ao teor de sódio na dieta 
dos hipertensos e com problemas cardíacos e/ou renais, onde uma maior restrição se faz necessária. 
O controle da ingestão de sódio é melhor alcançado quando o diabético passa a ingerir alimentos naturais. 
Alimentos industrializados geralmente têm um teor de sódio aumentado, tanto pela adição de sal como pela 
presença de sódio na composição da maioria dos conservantes utilizados pela indústria . 
Álcool 
Os diabéticos devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas, considerando: 
 a importância do controle metabólico, uma vez que bebidas alcoólicas também contêm calorias; 
 a presença e/ou possibilidade de surgimento de complicações diabéticas que podem estar 
relacionadas com o alcoolismo. 
 
A abstenção de álcool deve ser enfatizada em diabéticos com: obesidade, dislipidemias, pancreatite, 
neuropatia, impotência, história anterior de abuso de álcool, controle instável, hipoglicemias freqüentes e 
durante a gestação. 
O consumo de bebida alcoólica por diabéticos bem controlados é aceito desde que a bebida seja ingerida 
como parte de uma refeição e que as calorias estejam incluídas no VET sob a supervisão do (a) nutricionista. 
É importante ressaltar que o etanol (álcool) não é um alimento por não conter nenhum nutriente necessário 
ao ser humano. Lembrar ainda que o álcool fornece 7 Kcal/g, que devem ser consideradas. 
Fibras 
A fibra alimentar ou dietética é a parte dos alimentos vegetais que apresenta resistência à hidrólise pelas 
enzimas digestivas humanas. 
 Um consumo diário de alimentos que contenham cerca de 20 a 35 gramas de fibras dietéticas é 
recomendado aos diabéticos, assim como para a população em geral. Para tanto, é importante incentivar o 
uso de alimentos pouco cozidos e não refinados. As frutas e vegetais devem ser ingeridos preferencialmente 
crus, procurando-se evitar consumí-los liquidificados, picados e fatiados. 
 
Vitaminas e Minerais 
Quando a dieta é balanceada, geralmente não é necessário suplementação de vitaminas e minerais. As 
recomendações diárias destes elementos são as mesmas que as da população em gera 
 
 
 
 
7 
 
Hábitos e Tabus Alimentares / Padrão Econômico 
Para que a adesão do diabético ao programa alimentar proposto seja satisfatória, é importante considerar 
seus hábitos alimentares anteriores ao Diabetes, uma vez que estes são reflexos de suas origens culturais, 
regionais e são profundamente influenciados pelo poder aquisitivo do indivíduo. A adaptação da dieta aos 
hábitos alimentares pré-existentes, sempre que possível, é a melhor conduta, pois, além do indivíduo, a 
família ficará mais integrada ao tratamento. Do ponto de vista econômico, o uso de alimentos já rotineiros, e 
que sejam adequados, oferece maior flexibilidade na escolha e impede a substituição por outros, às vezes 
impróprios e mais caros.Outro fator importante é a adaptação da orientação alimentar às condições 
financeiras do diabético, procurando encontrar opções, quando o padrão econômico for baixo. Bons 
resultados são obtidos com hortas caseiras ou comunitárias. Orientações práticas, relacionadas ao melhor 
aproveitamento dos alimentos e educação alimentar, também são exemplos de ações eficazes. 
2.2 – OBESIDADE 
É uma doença crônica multifatorial, na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa 
a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa da mortalidade.É o resultado do 
balanço energético positivo, ou seja, a ingestão é superior ao gasto energético. 
A variação torna-se mais evidente com a idade e a origem étnica, sendo duas vezes mais frequente entre as 
pessoas de idade avançada do que entre os jovens e mais acentuada entre as mulheres de meia-idade de 
etnia negra do que entre as brancas da mesma idade. Contudo, não existe muita diferença entre os homens, 
qualquer que seja suaetnia. 
É reconhecida como uma epidemia que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. 
Estudos epidemiológicos recentes apresentam resultados evidentes que estabelecem a relação entre a 
obesidade e as doenças cardiovasculares, sobretudo as dislipidemias ( valores anormais para os lipídeos 
presentes no sangue, que é avaliado por meio de um exame de sangue denominado perfil lipídico e à partir 
desses dados os profissionais da saúde podem estabelecer critérios para o tratamento e prevenção de DCV ( 
doenças cardiovasculares ). 
Tradicionalmente, o tratamento dietético da obesidade inclui a restrição importante de energia consumida 
com o objetivo quase que exclusivo de perda de peso. No entanto o índice de insucesso deste tratamento é 
muito elevado. 
A restauração e manutenção da saúde e da qualidade de vida do indivíduo obeso, envolve necessariamente 
a reeducação alimentar e o exercício físico. 
Com a alimentação equilibrada, a maior parte das pessoas consegue perder peso com segurança e maneira 
simples, com padrões saudáveis de alimentação que podem ser úteis para a vida inteira. 
CAUSAS: 
 Fatores genéticos 
 Fatores Socio econônicos 
 Fatores Psicológicos 
 Atividade Física 
• Fatores Hormonais: Responsável por menos de 5% dos casos de obesidade. 
Podendo ter correlação com variações hormonais, tais como: excesso de insulina; deficiência do 
hormônio de crescimento; excesso de hidrocortizona, os estrógenos etc. 
 Lesão cerebral 
 Medicamentos 
 Fatores Invisíveis - São Muitas vezes ignorados e aumentam os riscos da obesidade, como diabetes, 
os problemas cardiovasculares e respiratórios, distúrbios menstruais, cansaço. 
A principal causa é o erro alimentar. 
SINTOMAS: 
 Dificuldade respiratória,dispnéia; 
 Problemas ortopédicos; 
 Perturbações cutâneas; 
COMPLICAÇÕES: 
• Hipertensão arterial; Doença coronariana que pode levar ao infarto; Insuficiência cardíaca; 
• Diabetes;Apnéia do sono; Hiperlipidemia;Esteatose hepática; 
• Cálculos de vesícula;Doenças articulares especialmente em joelhos e tornozelos; 
• Doenças vasculares como varizes e má circulação nas pernas; 
• Câncer no intestino, próstata, mama, endométrio e ovários; Alterações na menstruação; 
• Incontinência urinária; Infertilidade; Impotência; Depressão; 
• Problemas do cotidiano: dificuldade de encontrar vestuário (opções e preço), inadequação do 
mobiliário (assentos de teatro, ônibus e avião, assentos de restaurantes), dificuldade em realizar 
higiene pessoal, dificuldade em amarrar os sapatos, dificuldade em passar na roleta do ônibus etc.; 
8 
 
• Problemas econômicos e sociais: dificuldade em adquirir emprego, discriminação no trabalho, em 
casa e na escola, problemas de relacionamento afetivo. 
DIAGNÓSTICO: 
A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC (índice de 
massa corporal), recomendado inclusive pela Organização Mundial da Saúde. 
O valor obtido estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza também os riscos associados. 
Ainda que a avaliação médica do paciente seja de obesidade, deve incluir uma história e exames clínicos 
detalhados e, de acordo com essa avaliação, o médico irá investigar ou não as diversas causas do distúrbio. 
Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações, com a elaboração de dietas 
individualizadas. 
TRATAMENTO: 
ATIVIDADE FÍSICA: 
O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos três 
vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. 
REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: 
Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica 
balanceada, sem restrições drásticas. Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 
calorias, por exemplo), uma vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações 
metabólicas, acidose e arritmias cardíacas. 
USO DE MEDICAMENTOS AUXILIARES: 
A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada com 
cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser utilizados 
apenas em situações especiais de acordo com o critério do médico 
 
OBESIDADE INFANTIL: É importante que as crianças, já a partir dos 4 ou 6 meses de vida, tenha uma dieta 
variada, colorida, que possua sabores e texturas diferentes, uma vez que os seus hábitos alimentares será 
formados ainda nos primeiros anos. 
Em crianças que já sofram com a obesidade, sugere-se uma reeducação alimentar, de forma que a criança, 
juntamente com a família possam atingir as metas estipuladas. 
Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade, e oito em cada dez 
adolescentes continuam obesos na fase adulta. 
 
CIRURGIA BARIÁTRICA: 
Em alguns casos de obesidade severa, que não alcançam seus objetivos de perda de peso e que 
desenvolvam outras condições derivadas da obesidade, a cirurgia para redução de estômago (bariátrica) 
pode ser recomendada. 
 
2.2 - HIPERTENSÃO ARTERIAL 
Já sabemos que a hipertensão também está diretamente ligada ao estilo de vida do homem, suas decisões 
pessoais, lazer, trabalho e cuidados com o corpo. É certo que, do total de pessoas hipertensas, a maioria 
delas está em idade economicamente ativa, portanto é muito importante que a população se informe sobre a 
doença e participe ativamente do processo de mudança no estilo de vida, pois a hipertensão representa um 
alto custo social, tendo em vista que ela causa enfermidades secundárias que podem levar à incapacidade e 
à morbidade. 
“É uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática (na grande maioria 
dos casos) que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e 
vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação 
tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.” 
 O controle da hipertensão por meio de medidas dietéticas específicas, visa não apenas a redução de 
níveis tensionais, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes. 
O excesso de peso é um fator predisponente para a hipertensão. Estima-se que 20 à 30% da 
prevalência da hipertensão possa ser explicada por esta associação. 
O cloreto de sódio há muito tempo tem sido considerado importante fator no desenvolvimento e na 
intensidade da hipertensão arterial. 
O consumo excessivo de álcool eleva a pressão, além de ser uma das causas de resistência 
terapêutica. 
Tabagismo: Em relação aos efeitos diretos do tabagismo, há evidências demonstrando haver uma 
leve obstrução nas vias aéreas e retardo de crescimento da função pulmonar em adolescentes. Além disso, a 
9 
 
exposição passiva ao fumo está relacionada a baixos níveis plasmático de HDL associado a uma disfunção 
endotelial (vasoconstrição) significativa. 
 
TERAPIA NUTRICIONAL: 
O tratamento nutricional é essencial para o sucesso no controle da pressão arterial. O controle da 
hipertensão arterial sistêmica HAS por meio de medidas dietéticas específicas visa não apenas a redução 
dos níveis tensionais, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes. A dieta como único 
recurso terapêutico, tem se mostrado ser eficaz. 
 
Potássio : Já é fato cientificamente comprovado que dietas ricas em sódio, aliadas ao baixo consumo de 
potássio, desencadeiam a hipertensão arterial em indivíduos geneticamente predispostos. Os efeitos da 
ingestão de potássio na pressão arterial incluem a redução na resistência vascular periférica por dilatação 
arteriolar, aumento da perda de sódio e água pelo corpo, suspensão da secreção de renina e angiotensina, 
diminuição do tônus adrenérgico e estimulação da bomba de sódio-potássio. Uma alta ingestão dietética de 
potássio pode ajudar a prevenir e controlar a hipertensão. 
Alimentosricos em potássio (natriurético): inhame, feijão preto, lentilha, abóbora, cenoura, chicória, couve-
flor, vagem, espinafre, nabo, rabanete, abacate, banana, ameixa, laranja, mamão, maracujá, temperos como 
alho, salsa, coentro, cebola, cebolinha, orégano, limão, louro no lugar do sal. 
Cálcio: principal constituinte dos ossos e dentes, tem papel controverso nos níveis de pressão arterial, 
parecendo haver correlação entre HA e dietas com menos de 600 mg/dia de Ca.Suas principais fontes são 
de leite e derivados, vegetais folhosos, sardinhas e salmão.A participação do cálcio intracelular na regulação 
do tônus vascular tem sido fundamentada em vários mecanismos bioquímicos. Os estudos com 
suplementação de cálcio em hipertensos nasceram após as observações de dados epidemiológicos que 
evidenciaram maiores níveis pressóricos dentre indivíduos que ingeriam menos cálcio. 
Magnésio: é um potente inibidor da contração da musculatura lisa vascular e pode desenvolver um papel na 
regulação da pressão arterial como um vasodilatador. Em muitos estudos clínicos, entretanto, a 
suplementação de magnésio tem se mostrado ineficaz na alteração da pressão arterial, possivelmente devido 
a um misto de efeitos da medicação anti-hipertensiva e do curto período de estudo.Suas principais fontes são 
cereais, leguminosas e os vegetais folhosos verde-escuros. A recomendação atual para os hipertensos é 
uma reorientação alimentar para uma dieta rica desses minerais, não sendo indicada reposição 
medicamentosa. 
Fibras: Pesquisas têm evidenciado os efeitos benéficos das fibras para prevenir e tratar doenças 
cardiovasculares, diverticular do cólon, reduzir o risco de câncer e melhorar o controle do diabetes mellitus. 
Fibras na dieta reduzem o risco de desenvolvimento de hipertensão. São fibras alimentares todos os 
polissacarídeos vegetais da dieta (celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens), e a lignina, que 
não são hidrolisadas pelas enzimas do trato digestivo humano. Tomando-se por base suas propriedades de 
solubilidade em água, as fibras são diferenciadas em solúveis (pectinas, gomas, mucilagens e algumas 
hemicelulose), por exemplo, farelo de aveia, cenoura cozida e goma guar. E insolúveis (lignina, celulose e 
hemicelulose), por exemplo, o farelo de trigo, leguminosos e folhosos. As fibras alimentares aumentam o 
volume de evacuações promovendo regulação do tempo de trânsito intestinal e diminuindo a pressão da luz 
intestinal. 
Mudanças no estilo de vida para prevenção e controle da hipertensão 
A dieta do hipertenso deve conter baixo teor de gordura, principalmente saturadas, baixo teor de colesterol e 
sódio e elevado teor de potássio e fibras. É importante ressaltar que a dieta seja acompanhada de hábitos de 
vida saudável, prática de atividade física regular, abandono do tabagismo, ingestão moderada de bebidas 
alcoólicas, controle do estresse e manutenção do tratamento medicamentoso, quando houver.É a 
modificação no perfil da população brasileira com relação aos hábitos alimentares e de vida, que indica 
uma exposição cada vez mais intensa a riscos cardiovasculares. a mudança nas quantidades de alimentos 
ingeridos e na própria composição da dieta provoca alterações significativas do peso corporal e distribuição 
da gordura, com o aumento progressivo da prevalência de sobrepeso e obesidade da população. 
 
 
10 
 
2.4 - DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
 As doenças cardiovasculares constituem, sem dúvida, a maior de todas as endemias nos países 
ocidentais desenvolvidos,sendo o aumento da incidência do infarto agudo do miocárdio a principal 
ocorrência. 
 No Brasil, são a principal causa de mortalidade, ou seja, 32% da mortalidade total. 
A adoção de um plano alimentar adequado permite a proteção e diminuição do risco de doenças do 
coração. 
Hábitos alimentares saudáveis reduzem significativamente as chances de se desenvolverem 
doenças cardíacas. A posição da American Dietetic Association (ADA) é que crianças entre 2 e 11 anos 
devam ter uma alimentação saudável e ter atividade física regular para promover um ótimo desenvolvimento 
físico e cognitivo, atingir um peso saudável e reduzir o risco de doenças crônico-degenerativas (DCD), como 
as doenças coronarianas, câncer, acidentes vasculares cerebrais e osteoporose. 
 A obesidade infantil tem se mostrado como forte influência na morbimortalidade do adulto, e crianças com 
excesso de peso tendem a ser adultos obesos, o que aumenta as suas chances de terem doenças 
cardíacas, hipertensão arterial, diabetes mellitus do tipo II, osteoartrite e alguns tipos de câncer. 
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no 
mundo ocidental, apresentando-se sob a forma de: 
• infarto agudo do miocárdio 
• insuficiência cardíaca 
• miocardiopatia isquêmica ou morte súbita. 
 
Influência da Alimentação nas Doenças Cardiovasculares 
O consumo excessivo de gorduras, especialmente de gordura saturada, tem sido associado ao 
desenvolvimento de DCD, como a aterosclerose. 
 Os ácidos graxos ômega-3 reduzem sensivelmente os níveis séricos dos triglicerídeos. Os ácidos 
graxos do óleo de peixe reduzem a coagulação do sangue e podem reduzir o risco de doenças cardíacas. 
 O consumo de fibras reduz o risco de diversas DCD, dietas ricas em fibras também contêm menos 
gorduras, colesterol e calorias do que as dietas pobres em fibras: 
• As fibras auxiliam o sistema digestório, ajudando na sua regulação. 
• Trazem benefício ao sistema circulatório, reduzindo os níveis séricos de colesterol. 
 Para prevenir níveis alterados desta substância, deve-se consumir alimentos ricos em ácido fólico, 
principalmente, e também vitaminas B6 e B12. 
Pesquisas têm apontado para outro fator de risco para doenças cardiovasculares: a homocisteína, 
um aminoácido, produzido pelo próprio organismo que, em determinada concentração no sangue, pode 
causar infarto, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, arteriosclerose etc. 
 
A alimentação deve ser composta por: 
• Fibras para diminuir a absorção de açúcares e gorduras, Como exemplo a aveia, a linhaça, farelo de 
trigo, fibra de maracujá, frutas, verduras, legumes e cereais integrais. 
• Gorduras boas como as polinsaturadas e as monoinsaturadas presentes no azeite extra-virgem, nos 
peixes, na linhaça, nas oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas). 
• Antioxidantes que atuam na diminuição na produção de radicais livres que estão envolvidos no 
aparecimento de doenças como o câncer e doenças cardiovasculares, envelhecimento, cansaço, 
perda de memória, perda de vitaminas e minerais e lesão para a célula. 
• Grãos integrais, frutas com casca e vegetais crus. 
• Consuma frutas ou vegetais no lugar dos tradicionais "lanches rápidos”. 
• Carnes magras (grelhadas, assadas, cozidas), e dê preferência a peixes e aves. 
• Pouco óleo para cozinhar; use óleo vegetal. 
• Leguminosas (feijão, lentilha, soja etc.) e oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas etc.) como fonte 
protéica. 
• Leite e derivados desnatados ou semi-desnatados. 
 
Principais fatores de risco para doenças cardiovasculares: 
 Colesterol Alto 
 Não se esqueça da atividade física. O melhor modo de manter o coração em forma é através 
da atividade aeróbica regular. 
 
3. ALERGIAS ALIMENTARES E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR 
3.1 - ALERGIAS ALIMENTARES: 
11 
 
O termo alergia significa literalmente, “reação diferente”, a maneira com que o organismo reage a 
uma determinada substância. Por alergia se entende, comumente, aumento de sensibilidade, o fundamento 
da alergia é a capacidade do organismo de reagir a certas substâncias estranhas que o invadem, tais 
substâncias comportam-secomo antígenos, para se defenderem destes invasores as células do sistema 
imune produzem moléculas chamadas anticorpos, esta reação incita outras células especializadas, os 
mastócitos, a libertar uma substância chamada histamina. É a histamina que provoca os sintomas alérgicos. 
A alergia alimentar ocorre com maior prevalência nos primeiros anos de vida, na infância a 
prevalência situa-se entre 2,5% e 8,0%. Entre os lactentes, o principal alimento desencadeante da alergia é a 
proteína do leite de vaca, sendo que em geral após os 2 ou 3 anos de vida essas crianças desenvolvem 
tolerância a esse alimento. 
Basicamente, três fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença alérgica: 
 Fatores genéticos; 
 Contato com o alérgénio; 
 Fatores ambientais (tipos e freqüência de infecções, se são virais ou bacterianas e a idade em que 
ocorreram). 
Para que a reação alérgica a um alimento ocorra, proteínas ou outros antígenos devem ser absorvidos pelo 
trato gastrointestinal, interagir com o sistema imunológico e produzir uma resposta. Os alérgenos alimentares 
mais comuns responsáveis por até 90% de todas as reações alérgicas são as proteínas do leite de vaca, ovo, 
amendoim, trigo, soja, peixe, frutos do mar e nozes. 
Frutas cruas e vegetais são responsáveis pela Síndrome alérgica oral, que afeta aproximadamente 50% dos 
adultos com rinite causada por pólen. 
Dietas modernas que incluem alimentos exóticos e uma grande variedade de frutas e vegetais têm causado 
aumento de reações alérgicas a certas frutas, como kiwi e papaia, e a grãos, como gergelim, mostarda e 
canola. 
Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas 
alérgicas semelhantes no mesmo individuo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros 
crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir 
a soja, ervilha ou outros feijões. 
 
Leite 
O leite de vaca é uma mistura de mais de 20 componentes. Das proteínas implicadas nas reações 
imunológicas, os principais alérgenos encontrados neste alimento são a caseína, α-lactoalbúmina e a ß-
lactoglobulina. 
A alergia ao leite de vaca é uma doença quase exclusiva dos lactentes e da infância, raramente é 
descrita na adolescência. O uso abusivo do leite de vaca como substituto do leite humano levou a um 
aumento da incidência dessa doença, esta incidência está situada entre 1,9 e 7,5%. É freqüentemente 
descrita nos primeiros dois a três meses de idade e quase sempre desaparece após o quarto ano de vida. 
Estudos mostram que, na mesma família, a alergia ao leite de vaca pode apresentar manifestações clínicas 
diferentes e que as crianças com esse tipo de alergia podem desenvolver outros processos alérgicos, como 
eczema e asma. 
O ponto principal do tratamento da Alergia ao Leite de Vaca é a exclusão do leite de vaca e seus 
derivados, o que implica na capacidade de identificação das diferentes proteínas do leite, muitas vezes 
descritas por meio de termos pouco conhecidos para o consumidor. Assim, deve-se enfocar a necessidade 
da leitura atenta dos rótulos dos produtos industrializados, devendo ser rastreados nestes produtos antes do 
consumo termos como o: aseína, caseinatos, hidrolisados (de caseína, de proteínas do leite e do soro), 
lactoalbumina, β-lactoglobulina, soro de leite, creme de leite. 
As indústrias de alimentos geralmente divulgam uma lista de seus produtos isentos de leite de vaca. 
Pode-se solicitar esta relação através do contato com o SAC (Sistema de Atendimento ao Consumidor) das 
respectivas empresas. Pelo fato de existirem freqüentes modificações dos ingredientes destes produtos, é 
necessário que a lista esteja atualizada e conferida antes do consumo. 
Alternativa 
A soja é considerada um alimento funcional porque, além das funções nutricionais básicas, produz 
efeitos benéficos à saúde e pode substituir o leite de vaca em caso de intolerâncias e/ou alergias. Um estudo 
teve como objetivo verificar a aceitação de preparações elaboradas com leite de vaca e com extrato solúvel 
de soja. 
 
12 
 
Ovo 
A ocorrência de alergia ao ovo é mais freqüente nos primeiros anos de vida, geralmente devido às 
proteínas da clara. 
A alergia ao ovo pode ser classificada como imediata ou tardia. A primeira ocorre em até quatro horas 
após a ingestão do ovo, e a segunda ocorre em período superior a este espaço de tempo. As reações 
imediatas envolvem mecanismo imediados, sendo as mais comuns: anafilaxia, hipotensão, urticária, choque, 
broncoespasmo, laringoespasmo ou síndrome da alergia oral. 
A ovoalbumina pode estimular uma reação de hipersensibilidade do tipo IgE mediada a alimentos, levando 
à liberação de mediadores de células mastocitárias (histamina), que atuam sobre a pele, nariz, pulmões e 
trato gastrointestinal. As alterações decorrentes do efeito da histamina envolvem o aumento da 
permeabilidade capilar, a vasodilatação, a contração de músculo liso e a secreção de muco. 
 
 
Mariscos 
As reações de hipersensibilidade a ingestão de mariscos constituem uma das alergias alimentares 
mais freqüentes nos adultos. A maioria são alergias múltiplas a mariscos, tais como a lagosta, caranguejo e 
camarão, os indivíduos podem desenvolver urticária, angiodemas, asma e quadros de anafilaxia. Foi 
demonstrada a presença de antígenos termoestáveis e termolábeis no camarão. E em estudos recentes, foi 
identificada como o alérgeno do camarão uma proteína muscular a tropomiosina. 
 
Aditivos 
Devido ao desenvolvimento tecnológico e as mudanças nos hábitos alimentares, tem aumentando a 
exposição da população a uma grande variedade de aditivos e contaminantes, principalmente nos alimentos 
processados, e isso vem criando um microambiente no intestino que favorece o desenvolvimento das 
reações adversas. 
Os aditivos em alimentos podem servir para muitos propósitos, desde o de realçar a cor e o sabor 
dos alimentos até o de atuar como complemento nutricional e como agente antimicrobiano. A maioria dos 
aditivos é ingerida em pequenas quantidades e os efeitos adversos decorrentes da sua ingestão podem 
variar de letargia a crises de asma grave. O diagnóstico preciso de reação alérgica a aditivos só pode ser 
feito através de procedimentos de provocação apropriados. 
 A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas, enquanto o glutamato 
monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os 
sulfitos são usados como preservativos em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e 
medicamentos tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis. O metabissulfito de sódio 
causa reações mais freqüentes (urticária e exacerbação da asma). O citrato de sódio, usado como 
antioxidante pode causar reações alérgicas, além da queda da pressão arterial, vermelhidão da pele e dor de 
cabeça; porém, mais raramente que os sulfitos. 
 
DIAGNÓSTICO DE ALERGIA ALIMENTAR 
O diagnóstico correto da alergia alimentar é fundamental para o tratamento adequado e para que não 
se instituam dietas desnecessárias. O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada aos 
dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos. Na história clínica, é 
fundamental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie e forneça pormenores acerca dos 
alimentos ingeridos rotineiramente ou eventualmente. Em algumas situações, é possível correlacionar o 
surgimento dos sintomas co ingestão de determinado alimento. Em outras ocasiões, o quadro não é tão 
evidente, necessitando de história mais detalhada. Isso ocorre principalmente quando as reações ocorrem 
horas após a ingestão do alérgeno. 
O teste alérgico é um método de diagnóstico seguro e geralmente indolor. Deve ser realizado pelo 
médico especialistaque, após a história clínica e o exame físico, determinará quais substâncias podem ter 
importância no quadro clínico e, portanto, deverão ser avaliadas. 
 
TERAPIA NUTRICIONAL 
A única terapêutica comprovada para AA é a dieta de exclusão, ou seja, a eliminação total do 
alimento causador, fazendo-se necessária orientação aos pais, principalmente no que se refere à leitura dos 
rótulos dos alimentos e a adaptação de recipientes utilizados. Os parentes mais próximos e educadores 
também devem ser orientados garantindo, assim, a realização da terapia e a total exclusão dos compostos 
alérgenos. Para a dieta de exclusão, tem sido definido como ideal um período de tempo mínimo de oito 
semanas. 
13 
 
A dieta deve ser adaptada a cada paciente e a certeza de sua realização deve ser sempre 
confirmada. A introdução de cada alimento deve ser cuidadosamente observada. 
São comuns os pais de crianças com AA (que seguem dieta de exclusão com sucesso), deparar-se com 
familiares e amigos que não acreditam no diagnóstico da AA e oferecerem alimentos proibidos à criança, 
causando reações. 
Os ingredientes descritos nos rótulos são feitos por profissionais da área de alimentação, assim 
sendo, as famílias devem ser ensinadas como ler os rótulos decifrando os vários sinônimos comuns em 
alimentos industrializados. 
Muitas vezes, os hábitos alimentares de toda a família são modificados e as idas a restaurantes 
tornam-se um problema. A escolha do local deve ser cuidadosa; devem-se evitar restaurantes com 
gastronomias específicas. Os pacientes que apresentam alergia ao glúten, por exemplo, devem evitar 
pizzarias e restaurantes italianos. 
As chances de contaminação cruzada em restaurantes durante o preparo e a cocção são muito altas, 
pois é comum a prática de cozinhar vários tipos de alimentos em um mesmo utensílio. Como resultado, a 
comida frita pode conter proteínas de outros alimentos cozidos no mesmo óleo. Recomenda-se que a criança 
com AA prefira alimentos de preparo simples, como batata assada, vegetais cozidos no vapor, carnes 
cozidas. 
As fórmulas à base de proteína de soja são utilizadas com freqüência no tratamento da alergia às 
proteínas do leite de vaca. 
Fórmulas à base de soja apresentam limitação devido à ocorrência de hipersensibilidade em até 50% 
dos casos. 
Lactentes com diagnóstico de enterocolite induzida pelo leite de vaca devem passar a receber 
fórmulas hipoalergênicas, considerando que 50% desses, podem desenvolver enterocolite quando 
alimentados com fórmulas à base de soja. 
Recomenda-se que as crianças alérgicas sejam submetidas ao desafio alimentar a cada 1 ou 2 anos. 
No caso do amendoim, nozes e frutos do mar, o desafio deve acontecer a cada 4 ou 8 anos, para determinar 
se a alergia persiste. Não existem evidências de que os indivíduos que se tornaram livres da AA 
desenvolverão novamente uma reatividade sintomática após a reintrodução do alimento na dieta. 
Na dieta de exclusão de leite e derivados, é importante monitorar a ingestão de cálcio, vitamina D e 
riboflavina. A diminuição dos níveis de cálcio pode contribuir para a redução da massa óssea, o que favorece 
fraturas na infância e o aparecimento de osteoporose na idade adulta. 
Crianças com alergia múltipla devem ser encaminhadas para um profissional Nutricionista para 
assegurarem-se que a dieta de eliminação da criança seja nutricionalmente adequada. 
PREVENÇÃO 
Segundo estudiosos, é possível prevenir ou retardar a aparição de alergias em crianças mediante 
intervenções dietéticas que se iniciam desde a gravidez. Em mães com antecedentes alérgicos, recomenda-
se evitar durante a gravidez os alimentos alergênicos tais como, leite, ovo, pescados, mariscos, amendoim e 
soja, e substituí-los por outros que não comprometam seu estado nutricional, complementando com cálcio 
quando necessário. A mãe deve continuar evitando os alimentos durante o aleitamento materno exclusivo e 
mantê-lo por no mínimo seis meses, já que alérgenos alimentares podem ser transmitidos através do leite. 
3.2 - INTOLERÂNCIA ALIMENTAR: 
Intolerância não se trata de uma resposta imunológica. Ocorre quando o sistema digestivo não consegue 
quebrar o carboidrato de um alimento, levando a um desconforto abdominal. 
A intolerância alimentar depende de mecanismos que não envolvem anticorpos: 
14 
 
Entende-se por intolerância aos alimentos a incapacidade de consumir certos alimentos ou nutrientes 
sem sofrer efeitos adversos sobre a saúde. Os efeitos podem ser mais ou menos rápidos sobre a saúde. 
A intolerância aos alimentos distingue-se da alergia a alimentos em que esta última provoca uma 
resposta do sistema imune, ativando a Imunoglobulina E (IgE); e a intolerância não. 
 
Alimentos que provocam reações de intolerância 
• Os alimentos que atuam diretamente nos mastócitos e provocam libertação de histamina são: chocolate, 
tomates, espinafres, morangos, ovos, peixe, mariscos, ananás e especiarias (canela). 
• Os alimentos que contêm histamina e outros mediadores causadores de sintomas são: chocolate, tomates, 
espinafres, morangos, mariscos, ruibarbo, queijo, arenque, bananas, cavala, bacalhau, pimenta, nozes, 
vinho, couve fermentada e atum. 
Além disso, muitos alimentos contêm corantes, aromatizantes, conservantes, etc., que podem 
também causar sintomas de intolerância alimentar. 
 
 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE 
A intolerância à lactose é uma alteração da mucosa intestinal devida a que o organismo produz 
pouca ou nenhuma quantidade da enzima lactase, que se deriva em uma impossibilidade de metabolização 
da lactose (o açúcar do leite). Desta forma, quando a ausência de lactase impede ao organismo assimilar a 
lactose se produz um quadro clínico representativo como manifestação a esta incapacidade de responder 
adequadamente a sua presença no conduto digestivo. A enzima lactase converte a lactose presente no leite 
em glicose, quando o individuo não possui essa enzima as bactérias presentes no intestino fazem a 
metabolização da lactose e produzem com o seu metabolismo ácido lático, que causa os sintomas desta 
doença. 
Terapia alimentar 
Para os casos de intolerância à lactose, a indústria leiteira colocou no mercado leites nos quais a lactose foi 
previamente hidrolisada em até 80%, tornando-os toleráveis. Podem ser encontrados em forma líquida ou em 
pó - esse último é mais facilmente encontrado. Alguns produtos existentes no mercado são descritos abaixo: 
 Zymil (Parmalat®) 
 O-Lac (Mead Johnson®) 
 Isolac (Nutricia®) 
 Supra-Soy sem Lactose (Josapar®) 
 Nan sem Lactose (Nestlé®) 
 Aptamil Soja (Support®) 
Outras alternativas à substituição do leite de vaca nos intolerantes à lactose são: a utilização de produtos 
lácteos fermentados, como iogurte, no qual a lactose é parcialmente hidrolisada, ou substituição do leite por 
fórmlas à base de proteína de soja que possui como fonte de carboidrato, a sacarose ou a dextrino-maltose. 
Nos casos de intolerância congênita à lactose, que se caracteriza pela ausência ou intensa deficiência 
isolada de atividade lactásica, que acomete crianças recém-nascidas terapia indicada é a exclusão de leite 
humano, leite de vaca e cabra (utilizados por nossa população). Indica-se, nesses casos, o extrato de soja, 
preparado a partir do grão, ou fórmulas lácteas sem lactose. Os demais alimentos podem ser introduzidos 
mais tardiamente, como os vegetais, frutas, carnes e ovos. É preciso estar atento ao uso de alimentos 
industrializados, pois costumam conter leite em sua formulação, como chocolates, bolachas, bolos, sorvetes 
de massa e muitos outros. 
INTOLERÂNCIA À SACAROSE 
A intolerância à sacarose ou déficit de sacarase é uma doença pouco conhecida, devida à falta da 
enzima denominada sacarase. As pessoas que a sofrem não podem tomar sacarose(açúcar comum), já que 
lhes provoca problemas intestinais graves. A faltada enzima sacarase no intestino delgado provoca que a 
sacarose (açúcar comum) passe sem digerir ao intestino grosso, onde é fermentada pelas bactérias, 
produzindo gases, mal-estar, diarréias, e inclusive sangramento 
É muito difícil diagnosticar a citada doença, já que os sintomas são similares a outras: doença 
celíaca, intolerância à lactose, síndrome de intestino irritável, doença de Crohn, etc. 
15 
 
INTOLERÂNCIA A SACAROSE-ISOMALTOSE 
Na intolerância primária à sacarose-isomaltose, a diarréia é o sintoma mais freqüente, acompanhada 
de distensão abdominal e, com a introdução muito precoce de fórmulas lácteas adicionadas de sacarose e 
amido, os sintomas podem ocorrer já no período neonatal. Se a ingestão de sacarose for pequena durante os 
primeiros seis meses de vida, as fezes podem apresentar-se apenas amolecidas, e nessa fase a introdução 
de alimentos amiláceos ou vegetais com altos teores de sacarose provocam o desencadeamento de crises 
mais intensas de diarréia. 
A isomaltose é derivada apenas da digestão do amido, não sendo encontrada nos alimentos, 
portanto, a tolerância pelos amidos depende de seu teor em isomaltose. 
O tratamento da intolerância à sacarose-isomaltose é baseado no uso de leite e glicose para a 
criança de poucos meses e a seguir carne, ovos, gorduras e alimentos vegetais com baixo teor de sacarose 
INTOLERÂNCIA A GALACTOSE 
O metabolismo anormal da Galactose na galactosemia é principalmente causado por deficiência em 
três enzimas da via metabólica da galactose, que são a Galactoquinase, a Galactose – 1 – P – Uridil 
transferase e a Uridina – Difosfogalactose epimerase. 
Quando ocorrem as deficiências enzimáticas, a Galactose não segue sua via metabólica normal. 
O acúmulo de galactose leva a uma reação que não ocorreria normalmente. 
Essa reação se dá pela conversão de Galactose em galactitol, um poliálcool de toxicidade elevada, 
ou em Galactonato, que também é um produto tóxico. 
Defeitos oculares são causados pelo acúmulo de substâncias tóxicas, que promovem a formação de 
Catarata (Aumento de Opacidade do Cristalino) e em alguns casos podem levar à cegueira. 
Já os problemas neurológicos têm causas mais complexas e não se relacionam apenas com 
acúmulos de substâncias 
4. DOENÇA CELÍACA 
Doença celíaca (também conhecida como enteropatia glúten-induzida) é uma patologia autoimune que 
afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de 
alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, 
causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. 
Os sintomas podem incluir diarréia, dificuldades no desenvolvimento (em crianças) e fadiga, embora 
possam estar ausentes. 
SINAIS E SINTOMAS 
 Diarréia crônica ou prisão de ventre 
 Inchaço e flatulência, irritabilidade, 
 Dificuldades no desenvolvimento (em crianças) 
 Fadiga 
 Anemia da carência de ferro 
 Osteopenia ou osteoporose, 
 Exames anormais de fígado 
 A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma. 
 
 
 
 
16 
 
TRATAMENTO: 
O único tratamento efetivo é uma dieta estritamente sem glúten, por toda a vida. 
Noventa por cento dos pacientes que são tratados com a dieta livre de glúten apresentam melhora dos 
sintomas em 2 semanas. 
Não existem medicamentos que previnam os danos nem previne o corpo de atacar o intestino quando o 
gluten está presente 
 
ALTERNATIVAS: 
 É possível substituir as farinhas proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, 
polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz, farinha de araruta ou fubá. 
 
BEBIDAS: 
PERMITIDAS 
 Sucos de frutas e vegetais naturais, refrigerantes e chás. Vinhos, champagnes, aguardentes e 
saquê. Cafés com selo ABIC 
NÃO PERMITIDAS 
 Cerveja, whisky, vodka, gin, Ovomaltine, bebidas contendo malte, cafés misturados com cevada. 
Outras bebidas cuja composição não esteja clara no rótulo. 
 
LEITES E DERIVADOS: 
PERMITIDOS 
 Leite em pó, esterilizados ( caixas tetrapack ), leites integrais, desnatados e semi desnatados. 
Leite condensado, cremes de leite, Leite Fermentado. Queijos frescos, tipo minas, ricota, 
parmesão. Pães de queijo. Para iogurte e requeijão. 
 
NÃO PERMITIDOS 
 Leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos, queijos preparados 
com cereais proibidos. Na dúvida ou ausência das informações corretas nas embalagens, não 
adquira o produto. 
 
 ATENÇÃO !! 
Ler atentamente os rótulos antes adquirir ou consumir qualquer alimento. 
 Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se ajustar a essa dieta radical. 
 
5. CÂNCER 
O câncer é uma doença cuja prevalência tem aumentado significativamente nos últimos anos. A OMS 
tem alertado para que autoridades tomem medidas de prevenção e para que a sua incidência não 
aumente mais ainda nos próximos anos. 
 No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte por doenças, superada apenas por doenças 
cardiovasculares. 
O desenvolvimento de varias formas mais comuns de câncer resulta da internação entre fatores 
endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta. 
É sabido que o câncer é uma doença que leva seus portadores a uma elevada desnutrição/perda 
ponderal. Esse quadro apresenta um índice entre 30% e 50% dos casos identificados, sendo conhecido 
como caquexia e tendo como característica principal a anorexia, e perda tecidual e atrofia de musculaturas 
esqueléticas. 
 
TERAPIA NUTRICIONAL: 
 Estudos demonstram que existem controvérsias na indicação da terapia nutricional nos pacientes 
com câncer. É discutido o custo elevado e o fato da nutrição estimular o crescimento tumoral. Por outro 
lado, a terapia nutricional ajuda a diminuir ou prevenir a desnutrição e minimizar efeitos colaterais do 
tratamento (náuseas, vomito, disfagia, anorexia, alteração do paladar e diarréia) É possível que a dificuldade 
em definir o papel preciso da terapia nutricional como terapêutica auxiliar no tratamento do paciente com 
câncer esteja relacionada ao conhecimento insuficiente do mecanismo de desnutrição e caquexia no câncer, 
bem como a dificuldade de definir o papel da terapia nutricional em relação ao tratamento proposto para o 
câncer e ao estágio da neoplasia. 
Na pratica diária, a terapia nutricional visa oferecer calorias de acordo com as necessidades 
energéticas individual, a consistência da dieta vai variar de aceitação do paciente (de dieta líquida a branda 
podendo, conforme aceitação, ser aceita a dieta livre). É importante atentar para intercorrências relacionadas 
à dieta em qualquer momento para se fazer adaptações necessárias. Outros aspectos também importantes a 
17 
 
serem observados são o funcionamento da dieta (cinco a oito refeições/dia), balanceamento e preferências 
alimentares para melhor aceitação da dieta. Há de se frisar a importância de que em muitos casos pode - se 
utilizar suplementos alimentares a fim de melhorar o perfil da dieta disponibilizando produtos para 
suplementação via oral, bem como nutrição enteral ou ainda utilizando – se as duas vias associadas. 
A nutrição enteral é um recurso terapêutico muito utilizado na terapia nutricional de pacientes com câncer; 
podendo ser utilizada no ínicio do tratamento ou ainda quando a ingestão via oral for inadequada (não 
atingindo 2/3 das recomendações nutricionais), presença de anorexia importante, perda ponderal maior ou 
igual a 10% nos últimos seis meses e obstrução da cavidade oral. 
As formulas enterais especializadas são desenhadas contendo nutrientes imunomodulares, tais como 
glutamina, arginina e cisteina e pode ser mais um recurso auxiliar na terapia nutricional. 
CONDUTAS DIETOTERÁPICAS:Efeito colateral do tratamento oncológico Conduta dietoterápica 
 
Anorexia Aumenta o fracionamento das 
 refeições,aumentar a densidade 
 calórica das refeições,reforçar as 
 necessidades de um bom estado 
 nutricional e proporcionar ambientes 
 agradáveis para refeições. 
 
Náuseas e Vômitos Oferecer alimentos secos (torradas, 
 bolachas, salgados),aumentar 
 racionamento e evitar ingestão de 
 líquido durante as refeições. 
 
Diarréia Ingestão de líquido para evitar a 
 desidratação(potássio e sódio) e dar 
 preferência a alimentos ricos em 
 fibras solúveis. 
 
Constipação Aumentar a ingestão de líquido, 
 dando preferência a sucos 
 laxativos,aumento consumo de 
 alimentos ricos em fibras 
 insolúveis. 
 
 
 
Efeito colateral do tratamento oncológico Conduta dietoterápica 
 
Sangramentos orais (estomatite, Evitar alimentos irritantes, extremos 
mucosite, esofagite) de temperatura de alimentos. 
 Modificar texturas/consistência de alimentos 
 e aumentar a freqüência. 
 
Saciedade precoce Aumentar o fracionamento das refeições 
 Evitar líquido nas refeições, alimentos 
 crus e preparações gordurosas ou ricas 
 em molhos. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
6.AIDS 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: 
A dieta deve ser avaliada em relação à adequação de nutrientes ingeridos, especialmente os envolvidos na função 
imune. 
Nutrientes: 
Energia: varia dependendo da evolução da doença. Uma meta realista para ingestão oral está entre 2.200 a 2.800 
Kcal. 
Proteina: estimada em 1 a 1,2g/kg de peso corpóreo para manutenção. 
Gorduras: dieta pobre em gorduras e óleo. 
Líquidos: as necessidades são as mesmas dos indivíduos adultos, exceto na presença de diarréia, náusea e vômito, 
sudorese noturna e febre prolongada. 
Vitaminas e minerais: existem poucos estudos documentando as necessidades de vitaminas e minerais nos 
aidéticos. 
 
COMPLICAÇÕES NUTRCIONAIS: 
A desnutrição em pacientes com HIV/AIDS está associada a vários mecanismos, dentre eles a baixa ingestão 
calórica e infecções oportunistas. 
Estes pacientes apresentam três tipos de alterações metabólicas importantes: aumento de gasto energético, 
alterações protéicas e lipídicas e o hipermetabolismo pode levar ao aumento da taxa metabólica basal em 9 a 12 %. 
A diarréia e malabsorção são os principais problemas nutricionais, seguidos de afecções da cavidade oral e 
esôfago, afecções neurológicas, pneumonias, insuficiência renal, entre outras. 
 
7.- NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL 
 
 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE ATUAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Tipos de Terapia Nutricional 
 
• Nutrição enteral: 
• Oral; 
• Por sonda. 
• Nutrição Parenteral: 
• Central (total); 
• Periférica (parcial); 
• Mista. 
 
7.1 - Terapia de Nutrição Enteral 
“Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na Forma isolada ou 
combinada de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por 
sondas ou via oral, industrializados ou não, utilizado exclusiva ou parcialmente para substituir ou 
complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades 
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, usando a síntese ou manutenção dos 
tecidos, órgãos ou sistemas.” 
 
Nutrição Enteral 
Indicações gerais: 
• Impossibilidade de ingestão adequadas de nutrientes por via oral: 
• Trato gastrointestinal em condições de uso seguro e efetivo; 
• Risco de desnutrição; 
 
 
 
Uso de Rotina (Mora 1997) 
• Ingestão inadequada de nutrientes por via oral durante 5 dias que antecederam a indicação; 
• Pacientes cirúrgicos: neoplasias, orofaríngeas, gastrointestinais, pulmonares, esofágicas, cerebrais; 
• Pacientes não cirúrgicos com anorexia grave, faringite, esofagite, anorexia nervosa, caquexia 
cardíaca; 
• Pacientes eutrófico com ingestão baixa de 50% de suas necessidades durante os 7 à 10 dias 
anteriores a indicação; 
• Disfagia secundária a processos neurológicos, neoplasia de esôfago ou cirurgia maxilo-facial; 
• Fistula entero-cutânea de baixo débito; 
• Queimaduras > 30% e 3º grau. 
 
Uso Habitual (Mora 1997; Kudsk 1998) 
• Politraumatismo; 
• Pacientes submetidos à radioterapia; 
• Quimioterapia intensiva e mucosite secundária; 
• Insuficiência hepática e grave disfunção renal; 
• Doença inflamatória intestinal; 
• Pancreatite aguda grave com motilidade gastrointestinal preservada. 
 
São vantagens da Nutrição Enteral 
• O menor custo; 
• A facilidade de administração; 
• A menor incidência de complicações metabólicas; 
• A manutenção da fisiologia intestinal: 
 
 
7.2 -- Nutrição Parenteral 
 
INDICAÇÕES: 
Necessidade de terapia nutricional em pacientes com grave disfunção do intestino ou incapacidade 
para tolerar e/ou absorver nutrientes por via enteral. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL: 
• Estado de consciência e risco de aspiração; 
20 
 
• Comodidade para o paciente; 
• Condições de absorção e doença do trato gastrointestinal; 
• Duração do tratamento; 
• Tipo de fórmula. 
 
 
 
FÓRMULAS ENTERAIS:Cálculo de Gotejamento; 
 
Gotas = volume 
 tempo x 3 
 
Gotas = 1500 50 gtas/min 
 10 x 3 
 
Sabemos: 
1 ml ---- 20 gotas 
x ml ---- 50 gotas 
 x = 2,5 ml / minuto 
21 
 
 
 1 hora ---- 60 min 
10horas----x min 
 x= 600 minutos 
 
600 minutos x 2,5 ml = 1.500 ml 
 
Nutrição Enteral / Preparo 
 
Estabelecer normas e procedimentos afim de: 
• Controlar os processos de preparo envase, conservação e administração de nutrição enteral; 
• Reduzir a colonização do tubo digestivo e o risco de sepse. 
 
 Normas de Preparo 
• Área de preparo: setores; 
• Recepção da prescrição; 
• Limpeza e desinfecção dos insumos; 
• Vestiário; 
• Preparo e envase da NE; 
• Armazenamento 
• Dispensação e distribuição. 
 
Nutrição Enteral 
Dietas Líquidas ou pó: 
• Equipamentos higienizados para evitar contaminação, uso de água potável filtrada, peso correto dos 
nutrientes, filtração adequada da solução. 
Controle de Qualidade: 
• Física: inspeção visual que garanta a ausência de partículas estranhas. 
• Química: reservar amostra sob refrigeração (2ºC-8ºC) para avaliação microbiológica. 
Controle do Processo de Preparo 
• Compra e recepção dos insumos; 
• Avaliação do processo de prescrição; 
• Controle do preparo; 
• Controle de qualidade: físico e microbiológico; 
• Rotulagem e envase; 
• Validação dos processos. 
Garantia de qualidade 
• O processo de preparo da NE deve cumprir com as exigências de Boas Práticas de Preparo de 
Nutrição Enteral; 
• Os controles de qualidade devem ser realizados de acordo com os procedimentos escritos e 
devidamente registrados; 
• Todos os equipamentos devem ser calibrados; 
• A NE deve ser preparada e conservada e transportada de forma que a qualidade da mesma seja 
mantida até o momento do uso. 
 
Interações Fármaco – Nutriente 
• É o aparecimento de um efeito farmacológico de intensidade maior ou menor que o esperado, como 
consequência da presença ou da ação simultânea de nutrientes e medicamentos 
• A viscosidade do meio gera um efeito de barreira que impede a difusão passiva do princípio ativo; 
• Instabilidade química por razões de óxido-redução, hidrólise, que reduzem a disponibilidade e origina 
produtos de degradação; 
• A incompatibilidade física ou química modifica a solubilidade e a absorção de medicamentos e 
nutrientes. 
• Conhecer o diâmetro interno da sonda e viscosidade do medicamento; 
• Verificar se os medicamentos podem ser administrados através da sonda; 
• Para evitar as interações físicas e farmacêuticas; 
Não misturar o medicamento diretamente na dieta; 
Administrar cada medicamento separadamente; 
Lavar a sonda depois de administrar o medicamento. 
22 
 
• Diferenciar a intolerância gastrointestinal induzida pelos medicamentos daquela provocada pelo 
método de administração da nutrição ou pela fórmula enteral; 
• Na transição por via oral: avaliar os efeitos dos medicamentos sobre o paladar e o olfato, e sobre o 
apetite. 
 
Complicações da Nutrição Enteral 
• Mecânicas; 
• Gastrointestinais; 
• Otorrinolaringológicas; 
• Pulmonares; 
• Metabólicas; 
• Psicológicas. 
 
Recomendações e Cuidados ao Administrar a Dieta 
• Manter o paciente de preferência sentado ou levantar a cabeceira da cama com travesseiros ou 
cobertores atrás das costas do paciente ou atrás do colchão. Deve permanecer nessa posição 
durante a administração da dieta e no mínimo 30 minutos após; 
• Observar se a sonda não está enrolada na boca; 
• Pendurar os frascos em local mais alto da cabeceira do paciente; 
• Deixar correr a dieta para encher todo equipo, evitando bolhas de ar. 
• Conectar o equipo na sonda , abrir a pinça e deixar gotejar lentamente; 
• Conferir o gotejamento durante um minuto, conforme quantidade de gotas/minuto, prescritas para a 
dieta. 
• Oferecer dieta em temperatura ambiente, pode retirar da refrigeração 30 minutos antes de 
administrar, caso tenha preparado a dieta anteriormente; 
• Após terminar a administração, retirar o equipo e com 1 seringa, administrar (20 e/ou 40 e/ou 60ml) 
de água filtrada e fervida (temperatura ambiente) ou chás claros como camomila e erva doce sem 
açúcar (temperatura ambiente); 
• Cuidar para não ficar com resíduos de alimentos dentro da sonda, caso venha obstruir, administrar 
200 ml de coca-cola ou água gaseificada, injetando com seringa todo o conteúdo. 
Obs: pacientes diabéticos – utilizar coca-cola zero; 
• Não esquecer da administração de líquidos prescritos nos intervalos das dietas; 
• Caso o paciente apresente vômitos, colocá-lo imediatamente do lado direito e abrir a sonda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
ADOÇANTES: 
Introdução 
Os adoçantes que podem ser utilizados como substitutos do açúcar na alimentação diária são 
classificados em calóricos e não calóricos. No seu consumo, devem ser tomadas certas precauções: 
observar a ingestão diária aceitável/IDA e considerar vantagens e desvantagens de cada um. Segundo a 
Portaria nº 234, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, publicada no D.O.U. nº 101 de 
27.05.96, “os adoçantes dietéticos são os produtos à base de edulcorantes. Devem atender à legislação 
específica”. 
Alimentos Dietéticos 
O mercado oferece um número cada vez maior de produtos rotulados como "DIET", "LIGHT" ou "DE 
BAIXA CALORIA" e a possibilidade de consumir doces, balas, refrigerantes, etc., pode ser uma opção para 
os diabéticos, principal-mente crianças e adolescentes. No entanto, a noção de que o uso destes alimen-
tos é liberado ou mesmo sem restrição, ou que qualquer produto dietético ou alimentos modificados 
possam ser consumidos livremente pelos diabéticos, é falsa. É preciso ter cuidado para não 
confundir alimentos dietéticos ou alimentos modificados com alimentos para diabéticos. 
Os alimentos de produção nacional rotulados como diet são classificados como Alimentos para Fins 
Especiais, “especialmente formulados e/ou produzidos de forma que sua composição atenda a necessidades 
dietoterápicas específicas de pessoas com exigências físicas, metabólicas, fisiológicas e/ou patológicas parti-
culares” (Portaria Nº 234 - Secretaria de Vigilância Sanitária/MS). Portanto, um alimento com redução no teor 
de sódio atenderá a uma clientela específica – indi-víduos hipertensos - e poderá ser rotulado como diet, 
mesmo que na sua composi-ção esteja incluído açúcar. 
Já os alimentos light podem ser definidos como aqueles que, em relação ao produto convencional, 
apresentam uma redução de no mínimo 25% do VET. Essa redução pode ser atingida a partir da exclusão 
e/ou modificação de um ou mais de seus ingredientes. Os produtos light, portanto, podem ou não conter 
açúcar e gordura. Alguns desses produtos têm valor calórico muito baixo, como, por exemplo, refrescos, 
refrigerantes e gelatinas com adoçantes, que podem ser opções para os diabéticos. Outros têm valor 
energético reduzido em relação ao tradicional mas, ainda assim, essas calorias devem ser consideradas no 
cálculo do VET de cada in-divíduo, como nos casos do requeijão e da margarina light. 
 
Concluindo, tanto os produtos diet como os light só poderão ser utilizados após análise de sua 
composição para verificar se são ou não adequados para o consumo do diabético. 
 
O diabético deve ter o conhecimento de que os ingredientes do produto podem ser 
calóricos e devem ser incluídos no cálculo da dieta, além de existir a possibilidade de conter 
sacarose ou glicose mesmo em teores menores que os produtos originais, o que contra-indica o 
seu uso indiscriminado. 
Conduta para o uso seguro destes alimentos: 
a) Só comprar alimentos com rótulos queespecifiquem: 
 análise calórica e nutritiva; 
 porcionamento/valor nutritivo por porção; 
 descrição dos ingredientes; 
 tipo(s) de adoçante(s) e quantidade(s); 
 validade do produto; 
 registro no órgão competente; 
 recomendações e advertências. 
 
b) Procurar orientação quanto ao uso do alimento (horário, qual o grupo de substituição, o 
porcionamento correto e a freqüência de uso). Os produtos dietéticos ou modificados devem ser 
consumidos em quantidades adequadas, pois o exagero na ingestão pode ocasionar um 
consumo energético muitas vezes semelhante ao convencional, ou até maior, prejudicando o 
controle glicêmico. Lembrar que o consumo máximo recomendado refere-se ao teor seguro de 
consumo do(s) adoçante(s), não estando relacionado com o valor energético. É fundamental, 
portanto, procurar a orientação do nutricionista. 
 
c) Considerar que os adoçantes usados nestes alimentos têm limites máximos recomendados para 
consumo. Além disso, lembrar que produtos com Sorbitol, Manitol ou Xilitol, como balas, por 
exemplo, se consumidos em excesso podem provocar reações gastrointestinais adversas, tais 
como diarréia osmótica e flatulência. 
25 
 
 
d) Estar atento ao fato de que, para alcançar a mesma aparência e textura do alimento 
convencional, as indústrias podem aumentar o teor de outros componentes, como, por exemplo, 
a gordura em chocolates, aumentando o valor calórico com reflexo na glicemia, caso sejam 
usados sem o devido controle. 
 
e) Cuidar para não substituir, rotineiramente, alimentos nutritivos e importantes para a saúde por 
alimentos dietéticos que cumprem apenas papel de agradar o paladar, como, por exemplo, trocar 
frutas e refrescos naturais por refrigerantes dietéticos. 
 
f) Considerar os alimentos dietéticos como opção importante, principalmente para ocasiões 
especiais nas quais eles funcionam como elementos que facilitam a integração e participação do 
diabético em eventos (festas, aniversários, almoços festivos, piqueniques, passeios de escola, 
colônias de férias). 
 
g) Os produtos estrangeiros, que estão continuamente sendo oferecidos no mercado nacional, não 
seguem necessariamente as mesmas regras que os nacionais. Portanto, a análise dos rótulos 
deve ser efetuada com o mesmo rigor que o recomendado para os produtos brasileiros. Além 
disso, devido as diferentes legislações, um produto que é rotulado como diet no seu país de 
origem pode ser considerado light de acordo com a legislação do Brasil e vice-versa. 
 
h) Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância Sanitária, vem estudando e avaliando 
medidas que resultem em maiores informações para o consumidor, como, por exemplo, a 
regulamentação referente à “informação técnica complementar”. Essas medidas incluem 
informes a respeito do conteúdo dos nutrientes, comparações com o produto convencional e 
atributos específicos, tais como, não contém açúcar, reduzido em calorias, etc.. Estas indicações 
são de fundamental importância para dar maior segurança ao consumidor que deseja utilizar os 
produtos. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS A SER CONSULTADA: 
BÁSICA: ITEM 2.3 
COMPLEMENTAR: ITEM 3 
 
OUTRAS: 
Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia/Sandra Maria Chemin Seabra da Silva, Joana D`Arc 
pereira Mura. – São Paulo:Roca,2007 
Nutrição e dietética: noções básicas/Maria Angela Borsoi.- 5.ed.- São Paulo: Editôra SENAC São 
Paulo,1999.-( Série Apontamentos;19)

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