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Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 47 AULA 2: Princípios Orçamentários SUMÁRIO PÁGINA Apresentação do tema 1 Princípio da Universalidade 3 Princípio da Anualidade 4 Princípio da Unidade 6 Princípio do Orçamento Bruto 7 Princípio da Exclusividade 8 Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários 10 Princípio da Especificação 11 Princípio da Proibição do Estorno 13 Princípio da Publicidade 14 Princípio da Legalidade 14 Princípio da Programação 15 Princípio do Equilíbrio 15 Princípio da Não Afetação das Receitas 16 Princípio da Clareza 19 Princípios Orçamentários Gerais e Específicos 19 Mais Questões de Concursos Anteriores 21 Memento (resumo) 35 Lista das questões comentadas nesta aula 37 Gabarito 47 Olá amigos! Como é bom estar aqui! “Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no centro da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor, e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre através da secretária que sua hora, na verdade, está marcada para semana que vem. Sinto muito, você perdeu a viagem. Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui” (Martha Medeiros) Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 47 Eu completaria esse texto dizendo que estão perdendo a viagem o grupo dos previamente derrotados. É o grupo que protela os estudos e procura apenas desculpas para não se preparar para o concurso que almeja; e ainda acha que tudo pode esperar, principalmente a dedicação e a seriedade nos estudos. É um grupo que serve apenas para aumentar o número de concorrentes, mas efetivamente não concorre a nada. Ser derrotado não significa não ser aprovado. Todos nós colecionamos reprovações em concursos, isso faz parte. O derrotado é aquele que desiste antes de lutar ou, em outras palavras, já entra na briga com a certeza que vai perdê-la. Tal grupo é o oposto daquele que está lendo esta aula. Você faz parte do grupo dos previamente vencedores, daqueles dedicados que se propõem efetivamente a estudar para concursos, de forma organizada, disciplinada e objetiva. Que apesar de muitas vezes passar por dificuldades, que pode ser de dinheiro, de tempo ou até mesmo de persistência, não deixa que o grupo dos previamente derrotados o contamine. Se ainda acha que por vezes se sente atraído pelo grupo dos previamente derrotados, a mudança só depende de você: escolha o grupo dos vencedores! "Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela". (Paulo Coelho) Com dedicação, organização, disciplina e objetividade, estudaremos nesta aula os princípios orçamentários, que são premissas, linhas norteadoras a serem observadas na concepção e execução da lei orçamentária. Visam a aumentar a consistência e estabilidade do sistema orçamentário. Por isso, são as bases nas quais se deve orientar o processo orçamentário e são impositivos no orçamento público, apesar de não terem caráter absoluto por apresentarem exceções. Veremos que alguns princípios são explícitos, por estarem incorporados à legislação, principalmente na Constituição Federal de 1988 (CF/1988) e na Lei 4.320/1964. Outros são implícitos, porque são definidos apenas pela doutrina, mas também são importantes para fins de elaboração, execução e controle do orçamento público. Atenção: é um assunto importante para a compreensão geral da matéria e também muito cobrado em concursos! Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 47 1. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO De acordo com o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Está na Lei 4.320/1964: Art. 2.° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Art. 3.º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Art. 4.º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2.°. O § 5.º do art. 165 da CF/1988 se refere à Universalidade, quando o constituinte determina a abrangência da LOA: § 5.° A lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Princípio da Universalidade A LOA deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. 1) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRT 24ª – 2011) A obrigação de fazer constar na Lei Orçamentária todas as receitas e as despesas decorre da aplicação do princípio orçamentário da (A) anualidade. (B) especificação. (C) não afetação da receita. (D) exclusividade. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 47 (E) universalidade. De acordo com o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Resposta: Letra E 2) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRE/RN – 2011) A afirmativa de que a lei orçamentária deve conter todas as receitas e despesas a serem realizadas, inclusive as de operações de créditos autorizadas em lei, decorre da aplicação do princípio orçamentário da (A) Universalidade. (B) Unidade. (C) Anualidade ou Periodicidade. (D) Exclusividade. (E) Legalidade. De acordo com o princípio da universalidade, na Lei 4.320/1964: Art. 3.º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Art. 4.º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas própriasdos órgãos do Governo e da administração centralizada (...) Resposta: Letra A 2. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE Segundo o princípio da anualidade, o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período de um ano. Está na Lei 4.320/1964: Art. 2.° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. E também na nossa Constituição Federal de 1988: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. É conhecido também como princípio da periodicidade, numa abordagem em que o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. No Brasil, ele coincide com o ano civil, segundo o art. 34 da Lei 4.320/1964: Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 47 Vários artigos da Constituição remetem à anualidade, como o § 1.º do art. 167: § 1.º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. A Lei 4.320/1964 poderia ser alterada, porém não desconfiguraria o princípio, pois o conceito de anualidade não está relacionado ao ano civil, mas com o exercício financeiro e o período de 12 meses. Os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício podem ser reabertos no exercício seguinte pelos seus saldos, se necessário, e, neste caso, viger até o término desse exercício financeiro. Por esse motivo, alguns autores consideram que se trata de exceções ao princípio da anualidade. Mais algumas considerações sobre o princípio da anualidade: Estamos tratando da anualidade orçamentária. A anualidade tributária determinava que deveria haver autorização para a arrecadação de receitas previstas na Lei Orçamentária Anual. Assim, as leis tributárias deveriam estar incluídas na LOA, não se admitindo alterações tributárias após os prazos constitucionais do orçamento anual. Tal princípio tributário não foi recepcionado pela atual CF/1988 e foi substituído pelo princípio tributário da anterioridade; Anualidade é princípio orçamentário, porém anterioridade não é. O princípio constitucional da anterioridade é princípio tributário e não orçamentário; A existência no ordenamento jurídico de um Plano Plurianual com duração atual de quatro anos não excepciona o princípio da anualidade, pois tal plano é estratégico e não operativo, necessitando da Lei Orçamentária Anual para sua operacionalização. 3) (FCC – Procurador de Contas – TCE/RR – 2008) NÃO se trata de princípio constitucional financeiro, mas de princípio constitucional tributário, o princípio da (A) anterioridade. (B) universalidade. (C) unidade. (D) publicidade. (E) não-vinculação dos impostos. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 47 O princípio apenas tributário é o da anterioridade. Os outros quatro também são princípios orçamentários (e financeiros também, numa visão mais ampla). Resposta: Letra A 3. PRINCÍPIO DA UNIDADE OU DA TOTALIDADE Segundo o princípio da unidade, o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da federação em cada exercício financeiro. Objetiva eliminar a existência de orçamentos paralelos. Também está consagrado na Lei 4.320/1964: Art. 2.° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. É importante destacar que autores como José Afonso da Silva (1999) defendem que o princípio da unidade orçamentária, na concepção de orçamento-programa, não se preocupa com a unidade documental; ao contrário, desdenhando-a, postula que tais documentos se subordinem a uma unidade de orientação política, numa hierarquização dos objetivos a serem atingidos e na uniformidade de estrutura do sistema integrado. Tem-se também a síntese de Ricardo Lobo Torres (2000), dispondo que o princípio da unidade não significa a existência de um único documento, mas a integração finalística e a harmonização entre os diversos orçamentos. Desta forma, houve uma remodelação pela doutrina do princípio da unidade, de forma que abrangesse as novas situações, sendo por muitos denominado de princípio da Totalidade, sendo construído, então, para possibilitar a coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação. A Constituição trouxe um modelo que, em linhas gerais, segue o princípio da totalidade, pois a composição do orçamento anual passou a ser a seguinte: orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos das estatais. Tal tripartição orçamentária é apenas de cunho instrumental, não violando o princípio em estudo. Concluindo, o princípio da unidade ou da totalidade não necessariamente significa um documento único, já que o processo de integração planejamento- orçamento tornou o orçamento necessariamente multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, dos vários instrumentos de planejamento, com datas de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo. Em que pesem tais documentos serem distintos, devem obrigatoriamente ser compatibilizados entre si. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 47 Princípio da Unidade ou Totalidade O orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da federação em cada exercício financeiro. Há coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação. 4) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRT 24ª – 2011) No município de Murilândia, devido a problemas políticos entre o Poder Legislativo e o Executivo, foram aprovados orçamentos distintos para Câmara e para Prefeitura Municipal. De acordo com as regras fundamentais estabelecidas na legislação pertinente, o procedimento adotado no ente em questão contraria, diretamente, o princípio orçamentário da (A) legalidade. (B) unidade. (C) especificação. (D) competência. (E) exclusividade. Segundo o princípio da unidade, o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da federação em cada exercício financeiro. Objetiva eliminar a existência de orçamentos paralelos, como o citado na questão. Logo, o procedimento adotado no ente em questão contraria, diretamente, o princípio orçamentário da unidade. Resposta: Letra B 4. PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO Existem despesas que, ao serem realizadas, geram receitasao Ente Público. Por outro lado, existem receitas que, ao serem arrecadadas, geram despesas. Por exemplo, quando o Governo paga salários, realiza despesas. No entanto, a partir de determinado valor, começa a incidir sobre a remuneração o Imposto de Renda, que é uma receita para o Governo, descontada diretamente pela fonte pagadora. Assim, ao pagar o salário de um servidor, é efetuada uma despesa (salário) que ao mesmo tempo gera uma receita (Imposto de Renda). O princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas sejam incluídas no orçamento nos seus montantes líquidos. Note que a diferença Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 47 entre universalidade e orçamento bruto é que apenas este último determina que as receitas e despesas devam constar do orçamento pelos seus totais, sem quaisquer deduções. Também está na Lei 4.320/1964: Art. 6.º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. § 1.º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. No nosso exemplo, considere uma carreira de alto escalão do Executivo, que tem como subsídio inicial R$ 13.000,00. Subtraindo os descontos de Imposto de Renda e Previdência Social, o líquido gira em torno de R$ 9.500,00. Na lei orçamentária, segundo o princípio do orçamento bruto, deverão constar todos esses itens, de receitas de despesas, e não somente a despesa líquida da União de R$ 9.500,00. Princípio do Orçamento bruto Não importa se o saldo líquido será positivo ou negativo, o princípio do orçamento bruto impede a inclusão apenas dos montantes líquidos e determina a inclusão de receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 5. PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE O princípio da exclusividade surgiu para evitar que o Orçamento fosse utilizado para aprovação de matérias sem nenhuma pertinência com o conteúdo orçamentário, em virtude da celeridade do seu processo. Determina que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO). Por exemplo, o orçamento não pode conter matéria de direito penal. Assim, o princípio da exclusividade tem o objetivo de limitar o conteúdo da lei orçamentária, impedindo que nela se inclua normas pertencentes a outros campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um processo legislativo mais rápido. Tais normas que compunham a LOA sem nenhuma pertinência com seu conteúdo eram denominadas “caudas orçamentárias” ou “orçamentos rabilongos”. Por outro lado, as exceções ao princípio possibilitam uma pequena margem de flexibilidade ao Poder Executivo para a realização de alterações orçamentárias. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 47 Possui previsão na nossa Constituição, no § 8.o do art. 165: § 8.º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. E também no art. 7.o, I e II, da Lei 4.320/1964: Art. 7.° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: I – Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; II – Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa. O inciso II foi parcialmente prejudicado e deve ter sua leitura combinada com o art. 38 da LRF, por ser mais restritivo. Estuda-se ARO quando é necessário estudar os temas ligados ao endividamento público ou à Lei de Responsabilidade Fiscal. Voltando ao nosso princípio, em resumo, significa que: Princípio da Exclusividade Regra: LOA deve conter apenas previsão de receitas e fixação de despesas. No entanto, admitem-se autorizações para: • créditos suplementares e apenas este; e • operações de crédito, mesmo que por antecipação de receita. Relembro que o gênero créditos adicionais possui três espécies: suplementares, especiais e extraordinários. Pelo princípio da exclusividade, a LOA poderá autorizar a abertura de créditos adicionais suplementares, porém não é permitida a autorização para os créditos adicionais especiais e extraordinários. No que se refere às operações de crédito, entenda, por agora, que elas se assemelham a empréstimos que o ente contrai para aumentar suas receitas e cobrir suas despesas. Finalizando, em relação ao princípio da exclusividade, é fundamental guardar que as exceções ao princípio da exclusividade são créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por ARO. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 47 5) (FCC – Analista Judiciário - Administrativa – TRT 24ª – 2011) A proibição de inserir, na lei orçamentária, dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, decorre da aplicação do princípio orçamentário da (A) Publicidade. (B) Especificação. (C) Anualidade. (D) Não Afetação da Receita. (E) Exclusividade. O princípio da exclusividade determina que a lei orçamentária não possa conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO). Resposta: Letra E 6) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) A proibição de se consignar na Lei Orçamentária dispositivo estranho à fixação das despesas e à previsão das receitas, ressalvada autorização para abertura de créditos suplementares, decorre do princípio orçamentário da (A) totalidade. (B) exclusividade. (C) universalidade. (D) especificação. (E) não-vinculação. O princípio que veda dispositivos estranhos à fixação de despesas e à previsão das receitas, ressalvada autorização para abertura de créditos suplementares, é o princípio da exclusividade. Lembro que a outra ressalva é para autorização de operações de crédito, ainda que por ARO. Resposta: Letra B 6. PRINCÍPIO DA QUANTIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS O princípio da quantificação dos créditos orçamentários está consubstanciado no inciso VII do art. 167 da CF/1988, o qual veda a concessão ou utilização de créditos ilimitados: Art. 167. São vedados: (...) VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br11 de 47 A dotação é o montante de recursos financeiros com que conta o crédito orçamentário. O princípio da quantificação dos créditos orçamentários determina que todo crédito na LOA seja autorizado com uma respectiva dotação, limitada, ou seja, cada crédito deve ser acompanhado de um valor determinado. Assim, não são admitidas dotações ilimitadas, sem exceções. O art. 59 da Lei 4320/1964 exige a observância do princípio: Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. Para que o empenho não exceda o limite dos créditos concedidos, tal crédito deve ter um valor determinado, limitado, coadunando-se com a regra constitucional da quantificação dos créditos orçamentários. 7. PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO (OU ESPECIALIZAÇÃO OU DISCRIMINAÇÃO) O princípio da especificação determina que as receitas e despesas devam ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. Tem o objetivo de facilitar a função de acompanhamento e controle do gasto público, evitando a chamada “ação guarda-chuva”, que é aquela ação genérica, mal especificada, com demasiada flexibilidade. O princípio veda as autorizações de despesas globais. Atualmente, o princípio da especificação não tem status constitucional, porém está em pleno vigor por estar amparado pela legislação infraconstitucional, como na Lei 4.320/1964, que em seu art. 5.o dispõe: Art. 5.º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. As exceções do art. 20 se referem aos programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa, como os programas de proteção à testemunha, que se tivessem especificação detalhada, perderiam sua finalidade. Tais despesas são classificadas como despesas de capital e também chamadas de investimentos em regime de execução especial. O referido art. 20 ainda determina que os investimentos sejam discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. O § 4.º do art. 5.º da LRF estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade imprecisa, exigindo a especificação da despesa. Esse artigo apresenta outra exceção ao nosso princípio, que é a reserva de contingência (art. 5.º, III, da LRF). Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 47 A reserva de contingência tem por finalidade atender, além da abertura de créditos adicionais, perdas que, embora possam ser previsíveis, são episódicas, contingentes ou eventuais. Deve ser prevista em lei sua constituição, com vistas a enfrentar prováveis perdas decorrentes de situações emergenciais. Exemplo: despesas decorrentes de uma calamidade pública, como uma enchente de grandes proporções. Atenção: as exceções dos programas especiais de trabalho e reserva de contingência são quanto à dotação global, pois não necessitam de discriminação. Não deve ser confundido com dotação ilimitada, que é aquela sem valores definidos. Exemplo: recursos para o programa de proteção à testemunha. Dotação ilimitada seria não definir o valor no orçamento ou colocar que se pode gastar o quanto for necessário. Não é permitido, sem exceções. Já dotação global seria colocar dotação limitada, R$ 20 milhões para o programa, porém sem detalhamento. Também a regra seria não ser permitido, porém admite exceções, como nesse programa, pois com um detalhamento poderia haver risco de morte para as testemunhas. Atenção de novo: não confundir Orçamento Bruto com Discriminação. O princípio da discriminação (ou especialização ou especificação) determina que as receitas e despesas devam ser especificadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. Tem o objetivo de facilitar a função de acompanhamento e controle do gasto público. Já o princípio do orçamento bruto impede a inclusão apenas dos montantes líquidos e determina a inclusão de receitas e despesas pelos seus totais, não importando se o saldo líquido será positivo ou negativo. Por exemplo, a apuração e a divulgação dos dados da arrecadação líquida, sem a indicação das deduções previamente efetuadas a título de restituições, fere o princípio do orçamento bruto. 7) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRT 24ª – 2011) A proibição de inserir, na lei orçamentária, dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, decorre da aplicação do princípio orçamentário da (A) objetividade. (B) exclusividade. (C) legalidade. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 47 (D) clareza. (E) especificação. De acordo com o princípio da especificação, a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado os programas especiais de trabalho. Resposta: Letra E 8. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO ESTORNO O princípio da proibição do estorno determina que o administrador público não pode transpor, remanejar ou transferir recursos sem autorização. Quando houver insuficiência ou carência de recursos, deve o Poder Executivo recorrer à abertura de crédito adicional ou solicitar a transposição, remanejamento ou transferência, o que deve ser feito com autorização do Poder Legislativo. Veja o dispositivo constitucional: Art. 167. São vedados: (...) VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. Os termos remanejamento, transposição e transferência são relacionados pela Constituição Federal às situações de destinação de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro. Foram introduzidos na CF/1988 em substituição à expressão estorno de verba, utilizada em constituições anteriores para indicar a mesma proibição. Essa é a origem do princípio da proibição do estorno. A doutrina considera que são conceitos que devem ser definidos em lei complementar (ainda não editada), portanto não poderiam ser definidos por lei ordinária ou outro instrumento infralegal. Outros doutrinadores consideram que não há distinção entre os termos. Na verdade, a importância do princípio está em evitar, no decorrer do exercício financeiro, a desconfiguração da LOA aprovada pelo Congresso Nacional. Para isso, é necessário autorização legislativa. Por categoria de programação deve-se entender a função, a subfunção, o programa, o projeto/atividade/operação especial e as categorias econômicas de despesas. Em geral, essa solicitação é encaminhada pelos órgãos setoriais de orçamento para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), onde é efetuada a análise do pedido de transposição, remanejamento ou transferência de categoria de programação para outra ou de um órgão para outro. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e QuestõesComentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 47 9. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O art. 37 da Constituição cita os princípios gerais que devem ser seguidos pela Administração Pública, que são Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. O princípio da publicidade também é orçamentário, pois as decisões sobre orçamento só têm validade após a sua publicação em órgão da imprensa oficial. É condição de eficácia do ato a divulgação em veículos oficiais de comunicação para conhecimento público, de forma a garantir a transparência na elaboração e execução do orçamento. Assim, tem-se a garantia de acesso para qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes. 10. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Todas as leis orçamentárias, PPA, LDO e LOA e também de créditos adicionais são encaminhadas pelo Poder Executivo para discussão e aprovação pelo Congresso Nacional. O art. 5.º da Constituição determina em seu inciso II que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. O art. 37 cita os princípios gerais que devem ser seguidos pela Administração Pública, que são Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Para ser legal, a aprovação do orçamento deve observar o processo legislativo. O respaldo ao princípio da legalidade orçamentária também está na Constituição: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. Em matéria orçamentária, a Administração Pública subordina-se às prescrições legais. O orçamento será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um processo legislativo completo, apesar de possuir um ciclo com características diferenciadas. Assim como toda lei ordinária, o orçamento será um projeto preparado pelo Poder Executivo e enviado ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior devolução, a fim de que ocorra a sanção e a publicação. Logo, legalidade também é princípio orçamentário. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 47 11. PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO O orçamento deve expressar as realizações e objetivos de forma programada, planejada. O princípio da programação decorre da necessidade da estruturação do orçamento em programas, dispondo que o orçamento deva ter o conteúdo e a forma de programação. O princípio da programação vincula as normas orçamentárias à consecução e à finalidade do Plano Plurianual e aos programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento. 12. PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO O princípio do equilíbrio visa assegurar que as despesas autorizadas não serão superiores à previsão das receitas. A LRF, em seu art. 4.o, I, a, determina que a Lei de Diretrizes Orçamentárias trate do equilíbrio entre Receitas e Despesas: Art. 4.o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2.o do art. 165 da Constituição e: I – disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas. Outras áreas, como as relacionadas às finanças públicas, aplicam o princípio do equilíbrio. Por exemplo, o art. 9.º da LRF também trata do equilíbrio das finanças públicas, só que no aspecto financeiro. Determina que “se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”. Outro exemplo é o art. 42, o qual veda ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. A CF/1988 é realista quanto à possibilidade de ocorrer déficit orçamentário, caso em que as receitas sejam menores que as despesas. Assim, o princípio do equilíbrio não tem hierarquia constitucional. No entanto, contabilmente e formalmente o orçamento sempre estará equilibrado, pois tal déficit aparece normalmente nas operações de crédito que, pelo art. 3.º da Lei 4.320/1964, também devem constar do orçamento. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 47 A inclusão da reserva de contingência no orçamento também visa, entre outras finalidades, assegurar o atendimento ao princípio do equilíbrio no aspecto financeiro. Por exemplo, imagine uma situação de calamidade pública, na qual o Poder Público Federal necessite de recursos para ajudar na reconstrução de um município destruído por uma inundação. Como não há previsão orçamentária, poderá ser utilizada a reserva de contingência. Na ausência dela, haveria um grande desequilíbrio entre a previsão inicial de receitas e o aumento imprevisto das necessidades de despesas, desestabilizando a execução financeira. 13. PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO (OU NÃO VINCULAÇÃO) DAS RECEITAS O princípio da não vinculação de receitas dispõe que nenhuma receita de impostos poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos e determinados gastos, salvo as ressalvas constitucionais. Está na Constituição Federal, no art. 167, IV: Art. 167. São vedados: (...) IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º deste artigo. Pretende-se, com isso, evitar que as vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento, porque receitas vinculadas a despesas tornam essas despesas obrigatórias. A principal finalidade do princípio em estudo é aumentar a flexibilidade na alocação das receitas de impostos. No que couber, aos demais entes são permitidas as mesmas vinculações da União previstas na CF/1988. Importante: caso o recurso seja vinculado, ele deve atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em outro exercício financeiro. Veja o parágrafo único do art. 8.º da LRF: Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer oingresso. Na Constituição Federal anterior (Emenda Constitucional n.°1/1969), o princípio da não vinculação de receitas estava relacionado a todos os tributos. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 47 A denominação do princípio foi mantida pela maior parte da doutrina (não vinculação de receitas), entretanto agora abrange apenas os impostos, coadunando-se com a ideia de que o imposto é o típico tributo de arrecadação não vinculada. Assim, a regra geral é que as receitas derivadas dos impostos devem estar disponíveis para custear qualquer atividade estatal. Na CF/1988, o princípio veda a vinculação de impostos e não de tributos. A Constituição pode vincular outros impostos? Sim, por emenda constitucional podem ser vinculados outros impostos, mas por lei complementar, ordinária ou qualquer dispositivo infraconstitucional, não pode. Apenas os impostos não podem ser vinculados por lei infraconstitucional. Exceções ao Princípio da Não Vinculação a) Repartição constitucional dos impostos; b) Destinação de recursos para a Saúde; c) Destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino; d) Destinação de recursos para a atividade de administração tributária; e) Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita; f) Garantia, contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta. 8) (FCC – Procurador de Contas – TCE/AP – 2010) A Constituição Federal veda expressamente a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, mas traz exceções. NÃO é admitida a vinculação de receita de impostos (A) para prestação de garantia às operações de crédito por antecipação de receita. (B) na destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde. (C) na destinação de recursos para a manutenção e desenvolvimento do ensino. (D) para o remanejamento de recursos de uma categoria de programação para outra, sem prévia autorização legislativa. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 47 (E) para prestação de garantia ou contragarantia à União e para o pagamento de débitos para com esta, em se tratando de impostos estaduais e municipais. Na alternativa “D”, o remanejamento de recursos de uma categoria de programação para outra, sem prévia autorização legislativa, caracteriza o princípio da proibição do estorno. As demais alternativas trazem corretamente as exceções ao princípio da não vinculação. Resposta: Letra D 9) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro – TCE/SP – 2008) Sobre o princípio da não-vinculação ou não-afetação, a Constituição Federal dispõe: I. É vedada a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesa, ressalvados os casos previstos em lei complementar. II. Haverá vinculação de receita de imposto para destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde, para o desenvolvimento do ensino e para a realização de atividades da administração tributária. III. É vedada a vinculação de receita de impostos para prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita ou para prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II. (E) II e III. I) Errado. Realmente é vedada a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesa, porém ressalvados os casos previstos na Constituição e não em lei complementar. II) Correto. As exceções ao princípio da não vinculação são as destinações de recursos para repartição constitucional dos impostos; ações e serviços públicos de saúde; desenvolvimento do ensino; realização de atividades da administração tributária; prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita; e garantia, contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta. III) Errado. Não é vedada a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, tampouco a vinculação para garantia, contragarantia e pagamentos de débitos, pois estão entre as exceções constitucionais. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 47 Logo, apenas o item II está correto. Resposta: Letra D 14. PRINCÍPIO DA CLAREZA O orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas as pessoas que, por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo. Dispõe que o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa. Embora diga respeito ao caráter formal, tem grande importância para tornar o orçamento um instrumento eficiente de governo e administração. 15. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS GERAIS E ESPECÍFICOS Para finalizar o tema, vamos abordar a classificação dos princípios orçamentários de Lino Martins da Silva (2008). Segundo o referido professor, os princípios objetivam assegurar o cumprimento dos fins a que se propõe o orçamento, o qual é dividido em duas partes, receitas e despesas, tanto no aspecto jurídico como no aspecto contábil. Em decorrência disso, os princípios podem ser resumidos em dois aspectos: gerais e específicos. Os princípios gerais são relacionados tanto a receita quanto a despesa. Podem ser materiais ou formais. Materiais ou substanciais: são os relacionados à essência do processo orçamentário. São eles: equilíbrio, exclusividade, universalidade, unidade, anualidade. Atualmente, acrescento os seguintes princípios: orçamento bruto, quantificação dos créditos orçamentários e proibição do estorno. Formais ou de apresentação: dizem respeito a formalidades, as quais não alteram o conteúdo da LOA: especificação, publicidade, clareza, uniformidade e precedência. Acrescento os princípios da programação e da legalidade. Já os princípios específicos são relacionados apenas à receita: princípio da não afetação de receitas e da legalidade de tributação. Repare que o eminente professor cita alguns princípios que não são adotados mais pela doutrina dominante como princípios orçamentários. Vamos apenas citá-los para conhecimento: Princípio da uniformidade ou consistência: o orçamento deve manter uma mínima padronização ou uniformidade na apresentação de seus dados, de forma a permitir que os usuários realizem comparações entre os diversos períodos. Apesar de facilitar para os usuários, tal princípio perdeu um pouco de importância, pois atualmente é possível fazer realinhamentos de séries históricas utilizando outros meios, que trazem dados passados para a formatação atual; Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 47 Princípio da legalidade de tributação: é relacionado às limitações constitucionais ao poder de tributar, portanto estudado pelo direito tributário; Princípio da precedência:a autorização prévia das despesas é ato obrigatório do Poder Legislativo, portanto é dever dos congressistas votar todas as leis orçamentárias nos prazos estabelecidos. Atualmente, estaria conjugado com o princípio da anualidade. 10) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRT 4ª – 2011) São princípios orçamentários: (A) competência e objetividade. (B) exclusividade e especificação. (C) entidade e equilíbrio. (D) continuidade e não-afetação das receitas. (E) universalidade e custo como base de valor. Dos mencionados na questão, são princípios orçamentários: exclusividade, especificação, equilíbrio, não-afetação das receitas e universalidade. Logo, apenas a alternativa “B” traz dois princípios orçamentários. Resposta: Letra B Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 47 MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES DA FCC 11) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro – TCE/AL – 2008) De acordo com a Constituição Federal, o projeto de lei orçamentária anual deve compreender (A) apenas o orçamento fiscal, em respeito ao princípio da exclusividade. (B) somente o orçamento fiscal e o orçamento da seguridade social, uma vez que as empresas estatais, por serem pessoas jurídicas de direito privado têm orçamento próprio. (C) todas as despesas correntes e de capital do Poder Público que está elaborando o orçamento. (D) apenas as receitas de capital que ultrapassarem o montante das despesas de capital. (E) somente o orçamento fiscal e o orçamento de investimento das fundações geridas pelo Poder Público. a) b) e) Erradas. A LOA compreende o Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investimentos das Estatais. c) Correta. Pelo princípio da Universalidade, todas as receitas e despesas devem constar do orçamento do ente público que o está elaborando. d) Errada. Pelo princípio da Universalidade, todas as receitas e despesas devem constar do orçamento, não apenas o montante das receitas de capital que superar as despesas de capital. Resposta: Letra C 12) (FCC – APOPF/SP – 2010) Com base nas disposições constitucionais sobre o processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de Lei Orçamentária Anual, é correto afirmar: (A) A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos especiais e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. (B) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. (C) A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, poderá ser realizada sem prévia autorização legislativa, desde Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 47 que seja definida como prioridade pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. (D) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de superávit financeiro. (E) Os recursos que, em decorrência de veto ou emenda, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, para a abertura de créditos extraordinários com prévia autorização legislativa. a) Errada. De acordo com o princípio da exclusividade, a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. b) Correta. Consoante o § 6º do art. 165 da CF/1988, o projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. c) Errada. Consoante o princípio da proibição do estorno, a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, não poderá ser realizada sem prévia autorização legislativa. d) Errada. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa. e) Errada. Os recursos que, em decorrência de veto ou emenda, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, para a abertura de créditos suplementares ou especiais com prévia autorização legislativa. Resposta: Letra B 13) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) Considere as assertivas abaixo. I. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. II. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. III. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 47 capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Está correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) I, II e III. (C) II, apenas. (D) III, apenas. (E) II e III, apenas. I) Correto. De acordo com o princípio da exclusividade, a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. II) Correto. Consoante o § 6º do art. 165 da CF/1988, o projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. III) Correto. Segundo a CF/1988, a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributáriae estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Logo, todos os itens estão corretos: I, II e III. Resposta: Letra B 14) (FCC – Procurador de Contas – TCE/RR – 2008) Considere as seguintes afirmações: I. A lei de diretrizes orçamentárias estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. II. A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas estatais e o orçamento da seguridade social. III. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, incluindo-se nessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 47 IV. Caberá à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. I) Errada. O plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. II) Correta. Integram a LOA o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas estatais e o orçamento da seguridade social. III) Errada. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo nessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito. IV) Correta. De acordo com o art. 165, § 9º, da CF/1988, caberá à lei complementar dispor, entre outros, sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. Logo, está correto o que se afirma somente em II e IV. Resposta: Letra D 15) (FCC - Analista Judiciário – Ciências Contábeis – TJ/PA – 2009) De acordo com as disposições constitucionais e legais relativas à Lei Orçamentária Anual (LOA), é INCORRETO afirmar que (A) a iniciativa da elaboração da proposta orçamentária é sempre do Poder Executivo, a qual deve ser encaminhada ao Poder Legislativo. (B) o Poder Legislativo discute, vota e aprova a proposta orçamentária, sem a possibilidade de fazer qualquer tipo de alteração. (C) a LOA conterá o orçamento fiscal, da seguridade social e dos investimentos das empresas em que o Poder público, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital votante. (D) todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. (E) a lei não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 47 a) Correta. A iniciativa da elaboração da proposta dos instrumentos de planejamento e orçamento é sempre do Poder Executivo, a qual deve ser encaminhada ao Poder Legislativo para a discussão e aprovação. b) É a incorreta. O Poder Legislativo discute, vota e aprova a proposta orçamentária, com a possibilidade de fazer alterações por meio de emendas. c) Correta. Integram a LOA o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas estatais e o orçamento da seguridade social. d) Correta. De acordo com o princípio do orçamento bruto, todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. e) Correta. Segundo o princípio da exclusividade, a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito. Resposta: Letra B 16) (FCC - Analista Judiciário – Economia – TJ/PA – 2009) No Brasil, em relação à lei orçamentária, é correto afirmar que (A) poderá conter autorização para contratação de operações de crédito, exceto as efetuadas por antecipação de receita. (B) integrará seu projeto de lei o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública. (C) deverá conter normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. (D) seu projeto de lei deverá ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. (E) deverá discriminar também as despesas de capital para o exercício seguinte, desde que em consonância com a lei das diretrizes orçamentárias. a) Errada. A LOA poderá conter autorização para contratação de operações de crédito, inclusive as efetuadas por antecipação de receita. É uma das exceções ao princípio da exclusividade. b) Errada. Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública. c) Errada. A LDO deverá conter normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 47 d) Correta. De acordo com o § 6º do art. 165 da CF/1988, o projeto da LOA deverá ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. e) Errada. A LOA deverá discriminar também as despesas de capital para o exercício a que se refere, desde que em consonância com a lei das diretrizes orçamentárias. Resposta: Letra D 17) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRF 3ª – 2007) Consta no rol de Princípios Orçamentários: (A) Prudência. (B) Objetividade. (C) Exclusividade. (D) Conservadorismo. (E) Materialidade. O único princípio orçamentário na questão é o da exclusividade, o qual determina que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO). Resposta: Letra C 18) (FCC – Técnico Judiciário - Contabilidade – TRF 3ª – 2007) O princípio orçamentário que estabelece que a lei orçamentária anual somente deve conter matériasrelativas à previsão de receita e à fixação das despesas, salvo as exceções mencionadas na Constituição Federal, é denominado princípio da (A) exclusividade. (B) universalidade. (C) especificação. (D) unidade. (E) não-afetação de receitas. O princípio orçamentário da exclusividade estabelece que a lei orçamentária anual somente deva conter matérias relativas à previsão de receita e à fixação das despesas, salvo as exceções mencionadas na Constituição Federal: autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO). Resposta: Letra A 19) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro – TCE/AL – 2008) A doutrina não considera princípio orçamentário o princípio da (A) legalidade. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 47 (B) exclusividade. (C) unidade. (D) programação. (E) anterioridade. A doutrina não considera o princípio da anterioridade como orçamentário e sim tributário. Os outros quatro são orçamentários. Resposta: Letra E 20) (FCC – Técnico de Controle Externo - TCM/PA – 2010) A Lei n° 4.320/64 determina que a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico- financeira e o programa de trabalho do governo, obedecendo, entre outros, o princípio da universalidade. Isso significa que a lei orçamentária (A) compreenderá todas as receitas e todas as despesas próprias dos órgãos do governo ou da administração centralizada ou que por intermédio deles se devam realizar. (B) discriminará as receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções, inclusive aquelas referentes às transferências intergovernamentais. (C) não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a qualquer elemento de despesa, exceções podendo ser feitas aos programas especiais de trabalho. (D) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações de crédito. (E) discriminará os valores de receitas e despesas para um período anual, inclusive para as despesas de capital. O princípio da universalidade determina que a LOA compreenda todas as receitas e todas as despesas próprias dos órgãos do governo ou da administração centralizada ou que por intermédio deles se devam realizar. Resposta: Letra A 21) (FCC - Analista Judiciário – Economia – TJ/PA – 2009) Em relação aos princípios previstos na Constituição brasileira e na Lei n° 4.320, de 1964, que devem nortear a elaboração do orçamento público em nosso país, é correto afirmar que o Princípio da: (A) Especificação estatui que o Orçamento não consigne dotações globais para atender indiferentemente despesas de diferentes naturezas, ressalvadas as exceções previstas na Lei n° 4.320, de 1964. (B) Não Afetação das receitas permite a vinculação de impostos a órgãos, fundos ou despesas e não admite qualquer tipo de exceção. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 47 (C) Programação dispõe que o Poder Executivo pode, em alguns casos, como na implantação dos créditos extraordinários, modificar o orçamento sem autorização do Poder Legislativo. (D) Anualidade implica que o orçamento deve ter a vigência de um ano, que coincide com o calendário civil, e não admite exceções, mesmo nos casos de créditos especiais e extraordinários. (E) Exclusividade implica que o orçamento do Governo Federal somente inclua as receitas e despesas da administração direta e indireta, vedando, inclusive, a autorização prévia de créditos suplementares na peça orçamentária. a) Correta. O princípio da especificação determina que as receitas e despesas devam ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. A LOA não pode consignar dotações globais para atender indiferentemente despesas de diferentes naturezas, ressalvadas as exceções previstas na Lei n° 4.320, de 1964. b) Errada. O princípio da não afetação das receitas veda a vinculação de impostos a órgãos, fundos ou despesas, admitindo ressalvas constitucionais. c) Errada. O princípio da programação decorre da necessidade da estruturação do orçamento em programas, dispondo que o orçamento deva ter o conteúdo e a forma de programação. d) Errada. O princípio da anualidade implica que o orçamento deve ter a vigência de um ano, que no nosso país coincide com o calendário civil, e admite exceções, como nos casos de créditos especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício financeiro. e) Errada. O princípio da exclusividade implica que o orçamento do Governo Federal somente inclua matérias atinentes a receitas e despesas, com exceção da autorização prévia de créditos suplementares e operações de crédito. Resposta: Letra A 22) (FCC – Procurador de Contas - TCE/RO – 2010) Analise as afirmações a seguir: I. O princípio da unidade expressa que a lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social. II. O princípio da não afetação de receita de tributos a órgão, fundo ou despesa vem consagrado constitucionalmente, mas não de forma absoluta, na medida em que admite exceções, como a destinação de recursos para as ações e serviços de saúde. III. O princípio da exclusividade não mais vige na atual ordem constitucional, na medida em que a lei orçamentária pode conter outras matérias estranhas à previsão de receita e à fixação da Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 47 despesa, como é o caso da previsão de autorização para abertura de crédito suplementar. Está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. I) Correto. Segundo o princípio da unidade, o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da federação em cada exercício financeiro. A composição do orçamento anual em orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos das estatais é apenas de cunho instrumental, não violando o mencionado princípio. II) Correto. A CF/1988 traz exceções ao princípio da não afetação de receita, como a destinação de recursos para as ações e serviços de saúde. III) Errado. O princípio da exclusividade tem vigência na atual ordem constitucional. Como exceção, há as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária. Logo, está correto somente o que se afirma em II e III. Resposta: Letra D 23) (FCC – Procurador - Recife – 2008) A respeito do orçamento público, a Constituição Federal consagra o princípio da não-vinculação de receitas de impostos a órgãos, fundos ou despesas com várias ressalvas onde admite-se vinculação de receita. Dentre tais ressalvas constitucionais cita-sea (A) repartição do produto da arrecadação dos impostos sobre importação e sobre exportação de produtos. (B) destinação de recursos para as ações e serviços públicos relacionados com a segurança pública. (C) destinação de recursos para realização de atividades relacionadas com a segurança nacional. (D) destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária. (E) prestação de garantias às operações de crédito em geral, exceto por antecipação de receita. As letras “A”, “B” e “C” não têm nenhuma relação com as exceções, todas erradas. A letra “E” poderia gerar alguma dúvida. No entanto, justamente as únicas operações de crédito que podem ser vinculadas são as por antecipação de receita orçamentária (ARO). Logo, a alternativa está errada. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 47 A resposta correta é a letra “D”, pois destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária são ressalvas ao princípio da não vinculação. Resposta: Letra D 24) (FCC – Analista Judiciário - Contabilidade – TRF 1ª – 2011) Em relação ao Princípio Orçamentário da Unidade, é correto afirmar: (A) Todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa, a Lei Orçamentária Anual - LOA. (B) A Lei Orçamentária Anual, em cada exercício financeiro, deverá conter todas as Receitas e Despesas, inclusive as extraorçamentárias. (C) Todas as receitas previstas e despesas fixadas, inclusive as operações de créditos por antecipação da receita, em cada exercício financeiro, devem integrar os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das estatais. (D) A Lei Orçamentária Anual deverá conter todas as receitas e despesas, para um período de doze meses. (E) A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito autorizadas em lei. De acordo com o princípio da unidade, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa, a Lei Orçamentária Anual - LOA. O orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da federação em cada exercício financeiro. Resposta: Letra A 25) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) Tendo em vista os princípios orçamentários, é correto afirmar que (A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade. (B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. (C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. (D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de orçamento. (E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na lei orçamentária, o princípio da exclusividade. a) Errada. O princípio da racionalidade é um dos princípios doutrinários do processo de planejamento, assim como a aderência e a previsão. Foge ao Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 47 escopo de nosso conteúdo e dos editais, mas a título de conhecimento, o princípio da racionalidade trata da busca de alternativas compatíveis com os recursos disponíveis. b) Errada. As fundações públicas dependentes ou não do Estado integram o orçamento, seguindo o princípio da universalidade. c) Errada. As dotações globais estão em desacordo com o princípio da especificação, o qual exige detalhamento da despesa pública. d) Errada. Vincular impostos à despesa contraria o princípio da não- vinculação. e) Correta. A autorização para abertura de créditos suplementares é uma das exceções ao princípio da exclusividade. A outra é a autorização para operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária. Resposta: Letra E 26) (FCC - Especialista em Adm, Orçamento e Fin Pub - Prefeitura de SP - 2010) O Prefeito Municipal de Escorpião solicitou ao contabilista da Prefeitura que elaborasse um projeto de Lei Orçamentária Anual sem considerar as despesas do setor da educação. O contabilista, corretamente, informou que o pedido não poderia ser atendido em razão do princípio (A) da clareza. (B) do equilíbrio. (C) da exclusividade. (D) da anualidade. (E) da universalidade. De acordo com o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Logo, caso o ente elaborasse um projeto de Lei Orçamentária Anual sem considerar as despesas de um dado setor, estaria ferindo o princípio da universalidade. Resposta: Letra E 27) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 18° Região- 2008) Em relação aos princípios orçamentários adotados no Brasil, é correto afirmar: (A) O princípio da não afetação de receitas deve ser cumprido rigidamente, uma vez que não há exceções previstas na Constituição Federal. (B) O princípio da exclusividade não impede que a lei orçamentária possa conter autorização para abertura de créditos suplementares. (C) O princípio da anualidade não implica que o orçamento coincida com o ano civil. Noções de Orçamento Público p/ TST Analista Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 02 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 47 (D) O princípio da universalidade admite exceções no tocante à fixação das despesas. (E) O princípio orçamentário da unidade não está previsto na Lei n° 4.320/64. a) Errada. Há exceções constitucionais ao princípio da não afetação de receitas. b) Correta. A autorização para abertura de créditos suplementares é uma das exceções ao princípio da exclusividade. A outra é a autorização para operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária. c) Errada. O princípio da anualidade ou periodicidade determina que o orçamento coincida com o ano civil. d) Errada. Não há exceções ao princípio da universalidade. e) Errada. O princípio da unidade tem previsão na Lei 4320/64: Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade Resposta: Letra B 28) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 2ª Região-2008) Com relação aos princípios que devem nortear a elaboração do orçamento, analise: I. A Constituição Federal brasileira adota explicitamente o princípio da exclusividade na elaboração da lei orçamentária anual, entretanto, ressalva os casos de autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito. II. O artigo 5° da Lei no 4.320/64, ao estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais destinadas
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