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CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL PROFA.: GABRIELLE APOLIANO G A. PEARCE INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES INADIMPLEMENTO ABSOLUTO CONSEQUÊNCIAS DA INEXECUÇÃO - Art. 389, CC/02 Ø Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas de danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Ø Inadimplemento da obrigação é o descumprimento da obrigação. Ø Obs.: este artigo se refere ao inadimplemento com culpa, pois sem culpa extingue a obrigação. Ø O que pode ser cobrado diante do não cumprimento de uma obrigação? 1. Perdas e danos: dano emergente + lucro cessante. 2. Juros. 3. Atualização monetária. 4. Honorários advocatícios. Mas a partir de quando se está inadimplente? Ø Desde o dia que deveria ter cumprido e não cumpriu, nem consignou o pagamento. E nas obrigações de não fazer? Ø Nas obrigações negativas (obrigação de não fazer) o devedor está inadimplente, ou seja, descumprindo sua obrigação, no dia em que praticou o ato o qual não deveria praticar (art. 390, CC/02) Ø Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Ø Nas obrigações de não fazer sempre há adimplemento absoluto. Não há inadimplemento por mora. Ø Nas obrigações de não fazer: ou a pessoa fez ou não fez. Ø O que cobrar diante do não cumprimento de uma obrigação de não fazer? Ø Obrigações de não fazer instantâneas: as mesmas coisas que se pode cobrar diante de qualquer inadimplemento de obrigação (conforme art. 389, CC/02). Ø Obrigações não fazer permanentes: é possível requerer que seja desfeito (art. 251, CC/02). E o que cobrar? Buscar o patrimônio. Ø É o patrimônio do devedor que suporta as dívidas, salvo aqueles impenhoráveis por lei. (art. 391, CC) Ø Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR- Art. 393, CC/02 INADIMPLEMENTO ABSOLUTO Impossibilidade defini;va do cumprimento da prestação MORA Obrigação ainda pode ser cumprida, mesmo que fora do prazo VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO Cumprimento defeituoso CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Ø O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Ø Conceito do CC/02: art. 393, p.ú., CC/02: o caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Mas quais são os efeitos que não era possível evitar ou impedir? Ø O conceito jurídico de impossibilidade é aquele em que, na linha da razoabilidade e da boa-fé, o cumprimento da prestação seja fisicamente possível, mas exija do devedor sacrifício intolerável e extraordinário. Ø Se de alguma forma a negligência do devedor auxiliou a posterior verificação do fortuito, não será isentado de responsabilidade. Ø Ex.: guardou, por anos, dinheiro para cumprir obrigação e foi roubado. Não poderá alegar o fortuito, pois assumiu o risco. Podia ter sido evitado o acontecimento se o dinheiro estivesse em um banco. Ø Ocorrendo fato inevitável e necessário (caso fortuito ou força maior), a consequência é a ausência da obrigação de indenizar. Ø Exceções (situações que mesmo acontecendo o fortuito, caberá indenização): 1. “se expressamente não se houver por eles responsabilizado”: convenção – cláusula contratual 2. Se estiver em mora – art. 399, CC/02 Ø Obs.: fortuito externo isenta de responsabilização Ø Ex.: Art. 734, CC/02: o transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior. Ø O fortuito externo excluiria a responsabilidade do transportador, como na situação em que o acidente seja produzido por uma súbita chuva de granizo que impediu a vista. 3. Fortuito interno – responsabilidade civil: risco de “dentro para fora” e se trata de um evento evitável por quem assumiu a atividade. Ex.: empresa de transporte de passageiros que vitimou passageiros em razão de falha no freio. INADIMPLEMENTO POR MORA Ø Mora: atraso / deMORA Ø Apesar da falha no adimplemento, ela ainda pode ser cumprida de maneira proveitosa. Art. 394, CC/02. Conceito de inadimplemento por mora: Ø Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento [...] Ø Mora do devedor: mora solvendi Ø Cabe ao devedor provar que a demora no cumprimento decorreu de fatos estranhos á sua conduta e de natureza inevitável, que não podem lhe ser imputadas. Ø Ex.: Caso fortuito ou força maior – Ex.: greve geral nos transportes Art. 395, CC/02. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Ø Diferença do inadimplemento absoluto (art. 389, CC/02): não tem perdas e danos Ø Se com o atraso a prestação se tornar inútil ao credor, ele pode rejeitá-la e buscar perdas e danos (art. 395, p.ú, CC) Art. 395, Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. O que pode ser cobrado diante do ATRASO no cumprimento de uma obrigação? Ø 1. prejuízos que sua mora der causa CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Ø 2. juros legais Ø 3. correção monetária Ø 4. honorários advocatícios: se necessária a intervenção de advogado. Mora do credor: mora accipiendi Ø [...] e o credor que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou convenção estabelecer. Ø Credor recusa-se a receber a prestação devidamente ofertada pelo devedor, no tempo, lugar e modo convencionados. Ø Requisitos da mora do credor: 1. oferta real do devedor correspondente ao que é efetivamente devido 2. recusa injustificada do credor em receber Obs1.: Credor em mora passa a ser obrigado a ressarcir as despesas de conservação (art. 400, CC) Obs2.: Poderá o devedor cobrar pela valorização que ocorreu durante o período de atraso. (art. 400, CC) Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita- o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Ø Quando sua culpa não for comprovada, não estará o devedor em mora (art. 396, CC/02). Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Ø A constituição em mora se dá automaticamente no momento do seu termo. Ou seja, após o vencimento, automaticamente o devedor estará em mora, independentemente de notificação. (art. 397, caput, CC/02). Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Ø Já no caso de a obrigação não possuir um termo, a constituição em mora só se dará mediante interpelação judicial ou extrajudicial. (art. 397, p. ú., CC/02). Ø Art. 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Art. 398, CC/02. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. Ø O causador do dano assume os riscos no momento em que ocorre o ato ilícito Ø Ex.: atropelar pedestre e posteriormente condenado por ato ilícito, os juros de mora serão aplicados retroativamente à data do evento danoso. PURGA-SE A MORA Ø Purgar: fazer desaparecer o estado de atraso no cumprimento da obrigação. Ø Sílvio Rodrigues: “a purga da mora é o procedimento espontâneo do contratante moroso, peloqual ele se prontifica a remediar a situação a que deu causa, sujeitando-se aos efeitos dela decorrente”. Ø Art. 401, CC/02. Purga-se a mora: Ø I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; Ø Obrigação originária + juros de mora + atualização monetária Ø II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se os efeitos da mora até a data da mesma; Ø Receber o pagamento + pagar eventuais despesas da outra parte para conservação da coisa VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO Ø = inadimplemento ruim Ø = inadimplemento insatisfatório CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Ø Lesão aos deveres genéricos de proteção, informação e cooperação Aplica-se a uma série de situações práticas de inadimplemento que não se relacionam com a obrigação principal, mais precisamente, o inadimplemento derivado da inobservância dos deveres laterais ou anexos. Ø Ex.: médico realiza tratamento e alcança a cura do paciente. Porém, a técnica empregada é extremamente dolorosa, quando existiam meios alternativos na ciência para se alcançar idêntico resultado sem que isso implicasse sofrimento para o paciente; Ø Ex2.: uma empresa contrata com agência de publicidade a colocação de outdoors pela cidade para exibição de um novo produto. Todos os anúncios são colocado em locais de difícil acesso e iluminação, em que poucas pessoas vejam. PERDAS E DANOS Art. 402, CC/02 Ø Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Ø Efetivamente perdeu: danos emergentes (dano positivo) Ø Deixou de lucrar: lucros cessantes (dano negativo) Ø Necessidade de prova do prejuízo pelo credor Ø Obs.: “salvo as exceções expressamente previstas em lei” Ø Logo, o credor tem que provas o que “efetivamente perdeu e o razoavelmente deixou de lucrar” Ø Obs.: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei” Ø São hipóteses em que a prova do prejuízo é dispensada. Ou seja, independente do prejuízo sofrido pelo credor, ele poderá cobrar. Ø Ex.: juros moratórios e cláusula penal (pena convencional é previamente estipulada pelas partes para a hipótese de inadimplemento. É uma substituição do cálculo das perdas e danos) Ø Ex.: taxista Ø Obs.: pode acontecer um ou outro Ø 1. Só danos emergentes. Ex.: taxi sem condições regulares de uso. Ø 2. Só lucro cessantes. Ex.: roubo de táxi devolvido intacto 1 semana depois. Art. 403, CC/02 Ø Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Ø Este artigo aplica a teoria do dano direito e imediato, teoria que diz o dano que deve ser reparado é apenas o ocasionado direta e imediatamente da conduta. Ø Contudo, isso é questionável, pois atualmente a teoria que prevalece é a teoria dos antecedentes causais, que se baseia no razoável. Ø De modo que se o dano for consequência razoável da conduta do agente, este deverá indenizar. DANOS EMERGENTES Valores efe;vamente perdidos pelo ofendido em razão da lesão Dano Posi;vo A diminuição patrimonial sofrida pelo credor, ou seja, aquilo que ele efe;vamente perdeu. LUCROS CESSANTES Acréscimo patrimonial concedido ao ofendido, se a obrigação não fosse descumprida Dano nega;vo Deixou de ganhar - diminuição potencial do patrimônio do credor pelo lucro que deixou de auferir, em virtude do inadimplemento do devedor. CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Ø Ex.: devedor que entrega vaca doente, que contagiou o rebanho com a mesma doença. É razoável que se alegue que a doença do rebanho foi adquirida pela vaca doente entregue pelo devedor. Então o dano foi causado por sua conduta e, consequentemente, deverá indenizar. Art. 404, CC/02 Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. As perdas de danos abrangem apenas os danos materiais. Contudo, outros danos podem surgir de diante do inadimplemento de uma obrigação como os danos morais e danos estéticos. Perdas e danos: seriam o equivalente do prejuízo suportado pelo credor em virtude de o devedor não ter cumprido, total ou parcialmente, absoluta ou relativamente, a obrigação, expressando-se numa soma de dinheiro correspondente ao desequilíbrio sofrido pelo lesado, segundo Maria Helena Diniz. Esses dispositivos se referem, exclusivamente, aos danos patrimoniais, sem aludir ao dano moral ou prejuízo extrapatrimonial que o inadimplemento do dever pudesse acarretar ao credor” (DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil, v. 7, cit., p. 121- 2). Art. 405, CC/02 Ø Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. Ø Doutrina: só pode admitir a citação como elemento desencadeador dos efeitos da mora quando inexista fato anterior que a tenha materializado anteriormente. Ø Mora decorrente da lei: termo do pagamento será a data considerada para fluir os juros Ø Obrigações sem prazo: mora da interpelação (art. 397, p.ú., CC/02) JUROS LEGAIS Ø Os juros importam rendimento, lucro do capital emprestado, compensando o credor, funcionando também como um prêmio pelo risco que o credor assume frente a possibilidade do inadimplemento do devedor. Ø Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Ø Logo, ainda que as partes não estipulem juros no negócio jurídico realizado por eles, serão aplicados os juros legais de 1% ou a taxa da SELIC (discussão doutrinária). Juros compensatórios (remuneratórios) São pagos pelo devedor como uma forma de remunerar (ou compensar) o credor pelo fato de ele ter ficado privado de seu capital por um determinado tempo. É como se fosse o preço pago pelo “aluguel” do capital. JUROS CONFORME A DESTINAÇÃO COMPENSATÓRIOS OU REMUNERATÓRIOS Remunerar pelo período em que seu ;tular ficou privado – “aluguel” MORATÓRIOS Sanção pelo retardamento DE ACORDO COM A ORIGEM LEGAIS Expressamente referidos na norma CONVENCIONAIS Convencionado entre as partes CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Ex: José precisa de dinheiro emprestado e vai até um banco, que dele cobra um percentual de juros como forma de remunerar a instituição financeira por esse serviço. Juros moratórios São pagos pelo devedor como forma de indenizar o credor quando ocorre um atraso no cumprimento da obrigação. É como se fosse uma sanção (punição) pela mora (inadimplemento culposo) na devolução do capital. São devidos pelo simples atraso, ainda que não tenha havido prejuízo ao credor (art. 407 do CC). Ex: José pactuou com o banco efetuar o pagamento do empréstimo no dia 10. Ocorre que o devedor somente conseguiu pagar a dívida no dia 20. Logo, além dos juros remuneratórios, terá que pagar também os juros moratórios como forma de indenizar a instituição por conta deste atraso. Juros convencionais São aqueles pactuados (ajustados, combinados) pelas partes. Juros legais São aqueles fixados pela própria lei. Estão previstos no art. 406 do CC. Ø Juros legais: quando não estipulado pelas partes, alcançarão a taxa que estiver em vigor para a mora de pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.Ø Que taxa? § 1ª corrente: 1% ao mês, previsto no CTN. § 2º corrente: SELIC. Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. Os juros são devidos “Ainda que não se alegue prejuízo”: São devidos independentemente de alegação de dano pelo credor, pois são impostos pela lei, em face do devedor retardatário, como forma de punição para aquele que retém a prestação injustificadamente em seu poder. (art. 407, CC) CLÁUSULA PENAL Ø Também chamada de convencional, é o pacto acessório pelo qual as partes de um contrato fixam, de antemão, o valor das perdas e danos que por acaso se verifiquem em consequência da inexecução. Ø É fruto da autonomia privada das partes. Art. 408, CC/02. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. O devedor que não cumprir a obrigação ou estiver em atraso deverá pagar a multa. Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Esta multa pode ser estipulada no momento em que a obrigação nasceu, ou posteriormente, como exemplo, em um aditivo de um contrato. Tal multa pode ser aplicada diante do não puder mais cumprir a obrigação ou quando estiver apenas em mora (a obrigação ainda pode ser cumprida, só está em atraso). CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA - Art. 410, CC/02 Ø Quanto se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Ø Indenização substitutiva Ø “alternativa”: o credor escolhe se deseja a multa compensatória ou o cumprimento da obrigação, se ainda houver possibilidade. Ø Não é necessário produzir provas quanto as perdas e dano. CLÁSULA PENAL MORATÓRIA- Art. 411, CC/02 Ø Quanto se estipular a cláusula penal para o caso de demora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Ø “cláusula penal para o caso de DEMORA”: moratória Ø Multa + cumprimento da obrigação principal Art. 412, CC/02 Ø O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Ø O valor da multa não pode ser maior que a obrigação principal. Ø Obs.: Doutrina: só se aplica em cláusula penal compensatória. Na cláusula penal moratória: pode passar da obrigação principal. Art. 413, CC/02 Ø A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Ø A multa deve ser reduzida de forma justa, no caso de cumprimento da obrigação em parte. Ø Ex.: se cumpriu 80% do contrato, reduz-se a cláusula penal nos mesmos 80%. Art. 416, CC/02 Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. “Não é possível, pois, cumular cláusula compensatória com perdas e danos decorrentes de inadimplemento contratual.”(STJ) Para a multa ser cobrada, não é necessário provar que houve prejuízo pelo não cumprimento da obrigação. A multa deverá ser paga independente de haver prejuízo. CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA MULTA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL COMPENSATÓRIA MULTA PARA INEXECUÇÃO TOTAL CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II Contudo, se no contrato estiver previsto que se houver prejuízo, além da multa, poderá ser cobrado indenização a mais, ou seja, se o contrato prever a possibilidade de cumulação, a multa funciona como “taxa mínima de indenização”. Se o prejuízo exceder o valor da multa, o credor vai ter que provar este prejuízo para ter direito a indenização suplementar. ARRAS OU SINAL Ø Arras, ou sinal, como a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, por ocasião da conclusão do contrato. Ø Art. 417 a 419, CC/02: arras confirmatórias Ø Art. 420, CC/02: arras penitenciais ARRAS CONFIRMATÓRIAS- Art. 417, CC/02 Ø Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. Ø Arras confirmatórias: garantia e reforço da execução de um futuro contrato e princípio de pagamento. Ø Popular “entrada” ou “sinal” Art. 418, CC/02. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atuação monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. Ø Deverá ser analisado a parte inocente: Ø 1. Se foi quem recebeu: direito de retenção pela infidelidade da outra parte em cumprir o contrato. Ø 2. Se foi quem pagou: desfazimento do contrato + devolução + equivalente (em dobro) + atualização monetária + juros + honorários Art. 419, CC/02 Ø A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maios prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo de indenização. No caso de arras confirmatórias, é possível pedir indenização a mais, se provar que houve mais prejuízo do que o valor das arras, seja quando deseja-se o fim do contrato ou a execução deste. ARRAS PENITENCIAIS- Art. 420, CC/02 Ø Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Ø quem as deu: perdê-las-á em benefício da outra parte; Ø quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente (em dobro). Ø Ex.: A adianta a quantia de R$ 5.000,00 para B como sinal e início de pagamento. Se A arrepender-se, perderá para B as arras adiantadas. Ø Ex2.: Se B desistir, terá que devolver + equivalente (em dobro) ARRAS CONFIRMATÓRIAS Reforçam a ideia de execução da obrigação Se nada ão vier expresso, presume-se confirmatórias ARRAS PENITENCIAIS Concedem o direito de arrependimento Deve vir expressa
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