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Inadimplemento das obrigações

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CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II – 
OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL 
PROFA.: GABRIELLE APOLIANO G A. PEARCE 
 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
 
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO 
CONSEQUÊNCIAS DA INEXECUÇÃO - Art. 389, CC/02 
 
Ø Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas de danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Ø Inadimplemento da obrigação é o descumprimento da obrigação. 
Ø Obs.: este artigo se refere ao inadimplemento com culpa, pois sem culpa extingue a obrigação. 
 
Ø O que pode ser cobrado diante do não cumprimento de uma obrigação? 
1. Perdas e danos: dano emergente + lucro cessante. 
2. Juros. 
3. Atualização monetária. 
4. Honorários advocatícios. 
 
Mas a partir de quando se está inadimplente? 
Ø Desde o dia que deveria ter cumprido e não cumpriu, nem consignou o pagamento. 
 
E nas obrigações de não fazer? 
Ø Nas obrigações negativas (obrigação de não fazer) o devedor está inadimplente, ou seja, 
descumprindo sua obrigação, no dia em que praticou o ato o qual não deveria praticar (art. 390, CC/02) 
Ø Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que 
executou o ato de que se devia abster. 
Ø Nas obrigações de não fazer sempre há adimplemento absoluto. Não há inadimplemento por 
mora. 
Ø Nas obrigações de não fazer: ou a pessoa fez ou não fez. 
Ø O que cobrar diante do não cumprimento de uma obrigação de não fazer? 
Ø Obrigações de não fazer instantâneas: as mesmas coisas que se pode cobrar diante de qualquer 
inadimplemento de obrigação (conforme art. 389, CC/02). 
Ø Obrigações não fazer permanentes: é possível requerer que seja desfeito (art. 251, CC/02). 
E o que cobrar? Buscar o patrimônio. 
Ø É o patrimônio do devedor que suporta as dívidas, salvo aqueles impenhoráveis por lei. (art. 
391, CC) 
Ø Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
 
CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR- Art. 393, CC/02 
INADIMPLEMENTO
ABSOLUTO
Impossibilidade 
defini;va do 
cumprimento da 
prestação
MORA
Obrigação ainda pode 
ser cumprida, mesmo 
que fora do prazo
VIOLAÇÃO POSITIVA 
DO CONTRATO
Cumprimento 
defeituoso
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Ø O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Ø Conceito do CC/02: art. 393, p.ú., CC/02: o caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
 
Mas quais são os efeitos que não era possível evitar ou impedir? 
Ø O conceito jurídico de impossibilidade é aquele em que, na linha da razoabilidade e da boa-fé, o 
cumprimento da prestação seja fisicamente possível, mas exija do devedor sacrifício intolerável e 
extraordinário. 
Ø Se de alguma forma a negligência do devedor auxiliou a posterior verificação do fortuito, não 
será isentado de responsabilidade. 
Ø Ex.: guardou, por anos, dinheiro para cumprir obrigação e foi roubado. Não poderá alegar o 
fortuito, pois assumiu o risco. Podia ter sido evitado o acontecimento se o dinheiro estivesse em um 
banco. 
Ø Ocorrendo fato inevitável e necessário (caso fortuito ou força maior), a consequência é a 
ausência da obrigação de indenizar. 
Ø Exceções (situações que mesmo acontecendo o fortuito, caberá indenização): 
1. “se expressamente não se 
houver por eles responsabilizado”: convenção – cláusula contratual 
2. Se estiver em mora – art. 
399, CC/02 
 
Ø Obs.: fortuito externo isenta de responsabilização 
Ø Ex.: Art. 734, CC/02: o transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior. 
Ø O fortuito externo excluiria a responsabilidade do transportador, como na situação em que o 
acidente seja produzido por uma súbita chuva de granizo que impediu a vista. 
 
3. Fortuito interno – 
responsabilidade civil: 
risco de “dentro para fora” e se trata de um evento evitável por quem assumiu a atividade. 
Ex.: empresa de transporte de passageiros que vitimou passageiros em razão de falha no freio. 
 
INADIMPLEMENTO POR MORA 
Ø Mora: atraso / deMORA 
Ø Apesar da falha no adimplemento, ela ainda pode ser cumprida de maneira proveitosa. 
 
Art. 394, CC/02. Conceito de inadimplemento por mora: 
Ø Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento [...] 
Ø Mora do devedor: mora solvendi 
Ø Cabe ao devedor provar que a demora no cumprimento decorreu de fatos estranhos á sua conduta 
e de natureza inevitável, que não podem lhe ser imputadas. 
Ø Ex.: Caso fortuito ou força maior – Ex.: greve geral nos transportes 
 
Art. 395, CC/02. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, 
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e 
honorários de advogado. 
Ø Diferença do inadimplemento absoluto (art. 389, CC/02): não tem perdas e danos 
 
Ø Se com o atraso a prestação se tornar inútil ao credor, ele pode rejeitá-la e buscar perdas e danos 
(art. 395, p.ú, CC) 
 Art. 395, Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este 
poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. 
 
O que pode ser cobrado diante do ATRASO no cumprimento de uma obrigação? 
Ø 1. prejuízos que sua mora der causa 
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Ø 2. juros legais 
Ø 3. correção monetária 
Ø 4. honorários advocatícios: se necessária a intervenção de advogado. 
 
Mora do credor: mora accipiendi 
Ø [...] e o credor que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou convenção 
estabelecer. 
Ø Credor recusa-se a receber a prestação devidamente ofertada pelo devedor, no tempo, lugar e 
modo convencionados. 
Ø Requisitos da mora do credor: 
1. oferta real do devedor correspondente ao que é efetivamente devido 
2. recusa injustificada do credor em receber 
 
Obs1.: Credor em mora passa a ser obrigado a ressarcir as despesas de conservação (art. 400, CC) 
Obs2.: Poderá o devedor cobrar pela valorização que ocorreu durante o período de atraso. (art. 400, CC) 
 Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela 
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-
o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia 
estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. 
 
Ø Quando sua culpa não for comprovada, não estará o devedor em mora (art. 396, CC/02). 
 Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. 
 
Ø A constituição em mora se dá automaticamente no momento do seu termo. Ou seja, após o 
vencimento, automaticamente o devedor estará em mora, independentemente de notificação. (art. 397, 
caput, CC/02). 
 Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de 
pleno direito em mora o devedor. 
 
Ø Já no caso de a obrigação não possuir um termo, a constituição em mora só se dará mediante 
interpelação judicial ou extrajudicial. (art. 397, p. ú., CC/02). 
Ø Art. 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação 
judicial ou extrajudicial. 
 
Art. 398, CC/02. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde 
que o praticou. 
Ø O causador do dano assume os riscos no momento em que ocorre o ato ilícito 
Ø Ex.: atropelar pedestre e posteriormente condenado por ato ilícito, os juros de mora serão 
aplicados retroativamente à data do evento danoso. 
 
PURGA-SE A MORA 
Ø Purgar: fazer desaparecer o estado de atraso no cumprimento da obrigação. 
Ø Sílvio Rodrigues: “a purga da mora é o procedimento espontâneo do contratante moroso, peloqual ele se prontifica a remediar a situação a que deu causa, sujeitando-se aos efeitos dela decorrente”. 
 
Ø Art. 401, CC/02. Purga-se a mora: 
Ø I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
Ø Obrigação originária + juros de mora + atualização monetária 
Ø II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se os 
efeitos da mora até a data da mesma; 
Ø Receber o pagamento + pagar eventuais despesas da outra parte para conservação da coisa 
 
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO 
Ø = inadimplemento ruim 
Ø = inadimplemento insatisfatório 
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Ø Lesão aos deveres genéricos de proteção, informação e cooperação 
Aplica-se a uma série de situações práticas de inadimplemento que não se relacionam com a obrigação 
principal, mais precisamente, o inadimplemento derivado da inobservância dos deveres laterais ou 
anexos. 
Ø Ex.: médico realiza tratamento e alcança a cura do paciente. Porém, a técnica empregada é 
extremamente dolorosa, quando existiam meios alternativos na ciência para se alcançar idêntico resultado 
sem que isso implicasse sofrimento para o paciente; 
Ø Ex2.: uma empresa contrata com agência de publicidade a colocação de outdoors pela cidade 
para exibição de um novo produto. Todos os anúncios são colocado em locais de difícil acesso e 
iluminação, em que poucas pessoas vejam. 
 
PERDAS E DANOS 
Art. 402, CC/02 
Ø Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor 
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
Ø Efetivamente perdeu: danos emergentes (dano positivo) 
Ø Deixou de lucrar: lucros cessantes (dano negativo) 
Ø Necessidade de prova do prejuízo pelo credor 
Ø Obs.: “salvo as exceções expressamente previstas em lei” 
Ø Logo, o credor tem que provas o que “efetivamente perdeu e o razoavelmente deixou de lucrar” 
 
Ø Obs.: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei” 
Ø São hipóteses em que a prova do prejuízo é dispensada. Ou seja, independente do prejuízo 
sofrido pelo credor, ele poderá cobrar. 
Ø Ex.: juros moratórios e cláusula penal (pena convencional é previamente estipulada pelas partes 
para a hipótese de inadimplemento. É uma substituição do cálculo das perdas e danos) 
 
Ø Ex.: taxista 
Ø Obs.: pode acontecer um ou outro 
Ø 1. Só danos emergentes. Ex.: taxi sem condições regulares de uso. 
Ø 2. Só lucro cessantes. Ex.: roubo de táxi devolvido intacto 1 semana depois. 
 
Art. 403, CC/02 
Ø Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os 
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na 
lei processual. 
Ø Este artigo aplica a teoria do dano direito e imediato, teoria que diz o dano que deve ser reparado 
é apenas o ocasionado direta e imediatamente da conduta. 
Ø Contudo, isso é questionável, pois atualmente a teoria que prevalece é a teoria dos antecedentes 
causais, que se baseia no razoável. 
Ø De modo que se o dano for consequência razoável da conduta do agente, este deverá indenizar. 
DANOS EMERGENTES
Valores efe;vamente perdidos pelo ofendido em razão da 
lesão
Dano Posi;vo
A diminuição patrimonial sofrida pelo credor, ou seja, 
aquilo que ele efe;vamente perdeu.
LUCROS CESSANTES
Acréscimo patrimonial concedido ao ofendido, se a 
obrigação não fosse descumprida
Dano nega;vo
Deixou de ganhar - diminuição potencial do patrimônio 
do credor pelo lucro que deixou de auferir, em virtude do 
inadimplemento do devedor.
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Ø Ex.: devedor que entrega vaca doente, que contagiou o rebanho com a mesma doença. É 
razoável que se alegue que a doença do rebanho foi adquirida pela vaca doente entregue pelo devedor. 
Então o dano foi causado por sua conduta e, consequentemente, deverá indenizar. 
 
Art. 404, CC/02 
Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, 
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. 
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena 
convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. 
As perdas de danos abrangem apenas os danos materiais. Contudo, outros danos podem surgir de diante 
do inadimplemento de uma obrigação como os danos morais e danos estéticos. 
Perdas e danos: seriam o equivalente do prejuízo suportado pelo credor em virtude de o devedor não ter 
cumprido, total ou parcialmente, absoluta ou relativamente, a obrigação, expressando-se numa soma de 
dinheiro correspondente ao desequilíbrio sofrido pelo lesado, segundo Maria Helena Diniz. 
Esses dispositivos se referem, exclusivamente, aos danos patrimoniais, sem aludir ao dano moral ou 
prejuízo extrapatrimonial que o inadimplemento do dever pudesse acarretar ao credor” (DINIZ, Maria 
Helena. Curso de direito civil, v. 7, cit., p. 121- 2). 
 
Art. 405, CC/02 
Ø Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
Ø Doutrina: só pode admitir a citação como elemento desencadeador dos efeitos da mora quando 
inexista fato anterior que a tenha materializado anteriormente. 
Ø Mora decorrente da lei: termo do pagamento será a data considerada para fluir os juros 
Ø Obrigações sem prazo: mora da interpelação (art. 397, p.ú., CC/02) 
 
JUROS LEGAIS 
Ø Os juros importam rendimento, lucro do capital emprestado, compensando o credor, 
funcionando também como um prêmio pelo risco que o credor assume frente a possibilidade do 
inadimplemento do devedor. 
Ø Art. 406. Quando os juros 
moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de 
determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento 
de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
Ø Logo, ainda que as partes não 
estipulem juros no negócio jurídico realizado por eles, serão aplicados os juros legais de 1% ou a taxa da 
SELIC (discussão doutrinária). 
 
 
Juros compensatórios (remuneratórios) 
São pagos pelo devedor como uma forma de remunerar (ou compensar) o credor pelo fato de ele ter 
ficado privado de seu capital por um determinado tempo. 
É como se fosse o preço pago pelo “aluguel” do capital. 
JUROS
CONFORME A 
DESTINAÇÃO
COMPENSATÓRIOS OU 
REMUNERATÓRIOS
Remunerar pelo período em que seu 
;tular ficou privado – “aluguel”
MORATÓRIOS Sanção pelo retardamento
DE ACORDO COM A 
ORIGEM
LEGAIS Expressamente referidos na norma
CONVENCIONAIS Convencionado entre as partes
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Ex: José precisa de dinheiro emprestado e vai até um banco, que dele cobra um percentual de juros como 
forma de remunerar a instituição financeira por esse serviço. 
 
Juros moratórios 
São pagos pelo devedor como forma de indenizar o credor quando ocorre um atraso no cumprimento da 
obrigação. 
É como se fosse uma sanção (punição) pela mora (inadimplemento culposo) na devolução do capital. 
São devidos pelo simples atraso, ainda que não tenha havido prejuízo ao credor (art. 407 do CC). 
Ex: José pactuou com o banco efetuar o pagamento do empréstimo no dia 10. Ocorre que o devedor 
somente conseguiu pagar a dívida no dia 20. Logo, além dos juros remuneratórios, terá que pagar também 
os juros moratórios como forma de indenizar a instituição por conta deste atraso. 
 
Juros convencionais 
São aqueles pactuados (ajustados, combinados) pelas partes. 
 
Juros legais 
São aqueles fixados pela própria lei. 
Estão previstos no art. 406 do CC. 
 
Ø Juros legais: quando não estipulado pelas partes, alcançarão a taxa que estiver em vigor para a 
mora de pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.Ø Que taxa? 
§ 1ª corrente: 1% ao mês, previsto no CTN. 
§ 2º corrente: SELIC. 
 
 Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se 
contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes 
esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. 
 Os juros são devidos “Ainda que não se alegue prejuízo”: São devidos independentemente de 
alegação de dano pelo credor, pois são impostos pela lei, em face do devedor retardatário, como forma de 
punição para aquele que retém a prestação injustificadamente em seu poder. (art. 407, CC) 
 
CLÁUSULA PENAL 
Ø Também chamada de convencional, é o pacto acessório pelo qual as partes de um contrato 
fixam, de antemão, o valor das perdas e danos que por acaso se verifiquem em consequência da 
inexecução. 
Ø É fruto da autonomia privada das partes. 
Art. 408, CC/02. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, 
deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
O devedor que não cumprir a obrigação ou estiver em atraso deverá pagar a multa. 
 
 Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, 
pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente 
à mora. 
 Esta multa pode ser estipulada no momento em que a obrigação nasceu, ou posteriormente, 
como exemplo, em um aditivo de um contrato. 
 Tal multa pode ser aplicada diante do não puder mais cumprir a obrigação ou quando estiver 
apenas em mora (a obrigação ainda pode ser cumprida, só está em atraso). 
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
 
CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA - Art. 410, CC/02 
Ø Quanto se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, 
esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. 
Ø Indenização substitutiva 
Ø “alternativa”: o credor escolhe se deseja a multa compensatória ou o cumprimento da obrigação, 
se ainda houver possibilidade. 
Ø Não é necessário produzir provas quanto as perdas e dano. 
 
CLÁSULA PENAL MORATÓRIA- Art. 411, CC/02 
Ø Quanto se estipular a cláusula penal para o caso de demora, ou em segurança especial de 
outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, 
juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
Ø “cláusula penal para o caso de DEMORA”: moratória 
Ø Multa + cumprimento da obrigação principal 
 
Art. 412, CC/02 
Ø O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação 
principal. 
Ø O valor da multa não pode ser maior que a obrigação principal. 
Ø Obs.: Doutrina: só se aplica em cláusula penal compensatória. Na cláusula penal moratória: pode 
passar da obrigação principal. 
 
Art. 413, CC/02 
Ø A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver 
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em 
vista a natureza e a finalidade do negócio. 
Ø A multa deve ser reduzida de forma justa, no caso de cumprimento da obrigação em parte. 
Ø Ex.: se cumpriu 80% do contrato, reduz-se a cláusula penal nos mesmos 80%. 
 
Art. 416, CC/02 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor 
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como 
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 
“Não é possível, pois, cumular cláusula compensatória com perdas e danos decorrentes de 
inadimplemento contratual.”(STJ) 
Para a multa ser cobrada, não é necessário provar que houve prejuízo pelo não cumprimento da 
obrigação. 
A multa deverá ser paga independente de haver prejuízo. 
CLÁUSULA PENAL
MORATÓRIA
MULTA
OBRIGAÇÃO 
PRINCIPAL
COMPENSATÓRIA
MULTA PARA 
INEXECUÇÃO 
TOTAL
 
CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II 
 
Contudo, se no contrato estiver previsto que se houver prejuízo, além da multa, poderá ser cobrado 
indenização a mais, ou seja, se o contrato prever a possibilidade de cumulação, a multa funciona como 
“taxa mínima de indenização”. 
Se o prejuízo exceder o valor da multa, o credor vai ter que provar este prejuízo para ter direito a 
indenização suplementar. 
 
ARRAS OU SINAL 
Ø Arras, ou sinal, como a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, 
por ocasião da conclusão do contrato. 
Ø Art. 417 a 419, CC/02: arras confirmatórias 
Ø Art. 420, CC/02: arras penitenciais 
 
ARRAS CONFIRMATÓRIAS- Art. 417, CC/02 
Ø Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro 
ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na 
prestação devida, se do mesmo gênero da principal. 
Ø Arras confirmatórias: garantia e reforço da execução de um futuro contrato e princípio de 
pagamento. 
Ø Popular “entrada” ou “sinal” 
 
Art. 418, CC/02. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por 
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o 
contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atuação monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
Ø Deverá ser analisado a parte inocente: 
Ø 1. Se foi quem recebeu: direito de retenção pela infidelidade da outra parte em cumprir o 
contrato. 
Ø 2. Se foi quem pagou: desfazimento do contrato + devolução + equivalente (em dobro) + 
atualização monetária + juros + honorários 
 
Art. 419, CC/02 
Ø A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maios prejuízo, valendo as 
arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as 
perdas e danos, valendo as arras como o mínimo de indenização. 
No caso de arras confirmatórias, é possível pedir indenização a mais, se provar que houve mais prejuízo 
do que o valor das arras, seja quando deseja-se o fim do contrato ou a execução deste. 
 
ARRAS PENITENCIAIS- Art. 420, CC/02 
Ø Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as 
arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em 
benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos 
não haverá direito a indenização suplementar. 
Ø quem as deu: perdê-las-á em benefício da outra parte; 
Ø quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente (em dobro). 
Ø Ex.: A adianta a quantia de R$ 5.000,00 para B como sinal e início de pagamento. Se A 
arrepender-se, perderá para B as arras adiantadas. 
Ø Ex2.: Se B desistir, terá que devolver + equivalente (em dobro) 
 
 
ARRAS CONFIRMATÓRIAS
Reforçam a ideia de execução da obrigação
Se nada ão vier expresso, presume-se 
confirmatórias
ARRAS PENITENCIAIS
Concedem o direito de arrependimento
Deve vir expressa

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