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12 FACULDADE ANCHIETA DE ENSINO SUPERIOR DO PARANÁ PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA CRIANÇAS COM TDAH CURITIBA - PR ABRIL - 2018 JEOVANA MUZY PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA CRIANÇAS COM TDAH Projeto Integrador apresentado às disciplinas de Metodologia do Ensino de Geografia, Planejamento Educacional, Psicomotricidade, Metodologia do Ensino de História e Estágio Supervisionado V, como requisito parcial para obtenção de créditos no módulo V, do curso de Pedagogia da Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná. Orientadores: Rodrigo Marcos de Souza, Graciete Siqueira Franch, Jurandi Serra Freitas, Edi Marise Barni. CURITIBA - PR ABRIL - 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................03 1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................................04 1.1.1 OBJETIVOS GERAIS.....................................................................................................04 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................04 2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................05 3 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................06 4 CRONOGRAMA.................................................................................................................11 5 REFERÊNCIAS...................................................................................................................11 1 INTRODUÇÃO Este projeto trata-se de uma pesquisa sobre os alunos portadores de TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e como se dá a prática pedagógica com essas crianças. TDAH é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas caracterizada por hiperatividade, distração, agitação, hiperatividade e desorganização. O TDAH não é uma doença e sim é um transtorno neuro-comportamental associado a uma disfunção do Lobo Pré-Frontal. Quando essa região está comprometida ocorrem dificuldades de concentração, problemas de memória, hiperatividade e impulsividade, originando assim os sintomas do TDAH - déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Na escola as consequências desse transtorno se iniciam quando a criança apresenta dificuldade para prestar atenção e até mesmo em alguns casos ficar parada para a realização das atividades propostas como ela não consegue realizar tarefas simples por muitas vezes é zombada pelos colegas ficando triste e mais tarde como consequência pode vir a se tornar agressiva. Crianças e adolescentes que possuem o transtorno por diversas vezes são prejudicadas na escola. Seja por conta da dificuldade de concentração nas aulas e consequentemente a queda das notas. Ou pela falta de pedagogos, psicólogos e pais para darem o apoio pedagógico, psicológico e afetivo. Além disso, essas crianças e adolescentes são rejeitados pelos colegas por conta das suas características. Quando há acompanhamento e tratamento por profissionais, as crianças conseguem se comportar igual aos colegas melhorando o convívio. Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico e iniciar o tratamento melhor será para a o futuro da criança. O TDAH por não se tratar de uma doença não há cura, portanto deverá ser acompanhado durante toda a vida. 3 3 Conforme surgem os problemas na aprendizagem do aluno com TDAH cabe ao pedagogo encontrar a melhor forma para direcionar a aprendizagem para que exista o interesse do aluno pelo ambiente e pela escola, pois muitas vezes esses alunos são taxados de preguiçosos e acabam sendo ainda mais afastados da sala de aula. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 OBJETIVO GERAIS Compreender o que é o TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e as práticas pedagógicas que se utilizada no processo de aprendizagem dessas crianças. 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar o que é TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e como ela se apresenta nas escolas; Observar as práticas pedagógicas dos professores com relação às crianças TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade; 4 2 JUSTIFICATIVA O interesse pelo estudo surgiu a partir do desejo em aprofundar os conhecimentos da prática pedagógica de dificuldades específicas, neste caso o TDAH. Portanto a partir do objetivo geral e objetivos específicos, iremos desenvolver a nossa pesquisa sobre como é a prática pedagógica utilizada hoje, para ensinar e orientar essas crianças, procurando melhorar o seu aprendizado e desenvolvimento. Quando os professores desconhecem as dificuldades que o TDAH apresenta, contribuem para o fracasso escolar do aluno, por isto, a escola deve estar preparada e os docentes capacitados para receber e ajudar estas crianças a desenvolver suas potencialidades, pois, segundo Luczynski, um bom professor pode transformar a vida de uma criança (2002, p. 88). 5 3 REVISÃO DE LITERATURA Geralmente em atividades como estudo, leitura ou outras que exijam uma maior concentração, o cérebro eleva os níveis de ativação, para assim dar conta da demanda de exigências esperadas. Porém na maioria dos casos de TDAH, a característica psicofisiológica mais comum é a hipofunção / hipoativação do córtex pré-frontal, na qual uma quantidade significativa de neurônios pulsa mais devagar que o esperado, especialmente quando as circunstâncias exigem maior esforço mental e, portanto, maior ativação. A região frontal é responsável pela capacidade de prestar atenção, organização, planejamento, memória e autocontrole. Para o diagnóstico do TDAH na criança, é feita uma colaboração entre pais, professores e profissionais especializados, alguns desses profissionais podem ser por exemplo: neuropediatras, psiquiatras, pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos. São usados questionários, testes e avaliações com os pacientes, familiares e professores deles. Há questionários prontos em que se sinaliza alguns sintomas do paciente e também se ele contém características do distúrbio. Porém se faz necessário saber que não é somente o questionário que certifica se há ou não o transtorno. Em média se leva 6 meses para se chegar a um diagnóstico conclusivo. Esse diagnóstico é feito através de conversas, análises, testes e consultas feitas pelos profissionais capacitados para que possa ser concluído. Os testes variam de acordo com a idade e características de cada um. É de extrema importância que sempre se esteja trabalhando com um profissional hábil no assunto para que não haja desperdício de tempo e para que os resultados surjam mais rápido. 6 De acordo com Rohde e Benczik (1999), TDAH possui três características básicas: a distração, a agitação e a impulsividade. Para Amorim (2010, p.1-2), existem diversos tipos de TDAH. Tipo Desatento: Não enxerga detalhes ou faz erros por falta de cuidado, tem dificuldade em manter a atenção, parece não ouvir, sente dificuldade em seguir instruções, tem dificuldade na organização, não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado, frequentemente perde os objetos necessários para uma atividade, distrai-se com facilidade e tem esquecimento nas atividades diárias. Hiperativo Impulsivo: Inquietação mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira, dificuldade em permanecer sentado, corre sem sentido ou sobe nas coisas excessivamente, sente dificuldade de se engajar em uma atividade silenciosa, fala sem parar, responde às perguntas antes mesmo de serem terminadas, age a 200 por hora, não consegue esperar sua vez e interrompe constantemente. Combinado: Este tipo é caracterizado pelos dois tipos juntos, o desatento e o impulsivo. Esses tipos de hiperativossó são diagnosticados quando têm mais de seis sintomas. Rhode e Benczik (1999) dizem que os médicos chamam de comorbidade à ocorrência, em conjunto, de dois ou mais problemas de saúde mental. Em crianças com TDAH pode ocorrer em até 50% dos casos, distúrbios associados, exemplos disso são o Transtorno de Conduta (TC) e o Transtorno Desafiador Opositor (TDO). As crianças com Transtorno de Conduta (TC) costumam ter um comportamento agressivo, mentir, fogem da escola ou de casa. Há uma relação entre esse transtorno e vítimas de violência. 7 Comumente o Transtorno Desafiador Opositor (TDO) ocorre entre pré-adolescentes e adolescentes, sendo caracterizada pelo comportamento desafiador em relação aos pais e professores. Essas crianças e adolescentes se sentem injustiçadas e oprimidas por tantas cobranças e punições, causando agressividade, pouca auto-estima e transtornos anti-sociais tendo como consequência um comportamento desobediente e desafiador. Distúrbios de sono podem acontecer por conta da grande quantidade de pensamentos. Como o cérebro não consegue descansar, pode ocorrer ansiedade, fazendo com que as atividades do dia sejam ainda mais difíceis de serem executadas. Nós podemos dividir as desordens de comunicação em três categorias: Dislexia: caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam de um déficit fonológico, em relação às outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Disfasia: caracterizada pela dificuldade no controle motor da fala, há alterações articulatórias, fala acelerada e modulação na voz. Disgrafia: geralmente ocorre problema com a coordenação motora, dificuldade com o traçado e organização espacial e a caligrafia costuma ser ruim. De um modo geral crianças com TDAH são impacientes preferindo fazer atividades menores com resultados imediatos e recompensas imediatas do que algo maior e mais trabalhoso, por mais que a recompensa seja melhor pelo trabalho mais difícil. Existem sintomas para cada fase da vida, os principais são: Bebês: estes sentem mais cólicas, ficam irritados com frequência, são difíceis de serem consolados, tem dificuldades para dormir e também para se alimentar. Primeira infância: geralmente são crianças rebeldes, inquietas, se irritam facilmente e quase nunca estão satisfeitas. 8 Segunda infância: há dificuldade no desempenho escolar, desviam atenção com facilidade, há dificuldade de concentração e muito comumente esse tipo de criança se envolve em brigas. Adolescência: costumam ser inquietas, dificuldade para manter o foco, tem problemas de memorização, são muito impulsivas e em muitos casos usam drogas. Adultos: cometem diversos erros em atividades que necessitam concentração, são impacientes e desastrados, perdem prazos, compromissos, se distraem muito facilmente, perdem o interesse em determinado assunto muito facilmente e são inquietos. Cabe ao professor a aplicação de atividades de forma que ocorra o processo de inclusão e interação para o aluno com TDAH no processo de ensino aprendizagem com significado verdadeiro para o mesmo, fortalecendo esse tipo de aprendizagem para uma educação que vá além da educação acadêmica para que seja também uma educação social. O educador deverá usar de todos os recursos disponíveis para aplicar o conteúdo, e utilizar do método mais adequado para garantir a aprendizagem dos alunos, garantindo assim com que os alunos com TDAH atinjam a alfabetização passando pelo mínimo de sofrimento possível. Outra preocupação que o educador deve ter é a de fazer atividades que ajudem a criança com TDAH à interagir mais de modo a formar um alicerce para que ela possa futuramente conviver bem e exercer funções em sociedade. [...] Uma vez diagnosticado o TDAH, esse aluno deve ser considerado como uma criança com necessidades educacionais especiais, pois para que tenham garantidas as mesmas oportunidades de aprender que os demais colegas de sala de aula, serão necessárias algumas adaptações visando diminuir a ocorrência dos comportamentos indesejáveis que possam prejudicar seu progresso pedagógico [...] (REIS, 2011 p.8). 9 Sendo assim, o educador deve atuar de forma centralizada no atendimento do educando com TDAH, dando prioridade às especificidades de suas necessidades, fazendo o incluir-se no processo ensino-aprendizagem, contemplando a estimulação da percepção sensorial, tendo o apoio de uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, neuropediatras, fonoaudiólogos e psicopedagogos da qual devem realizar uma minuciosa investigação. Barkley (1998) no fornece sugestões que podem nos ajudar a lidar com o comportamento dos educand Adaptar quantidade de tarefas em sala à capacidade de atenção da criança. Modificar estilo de ensino e currículo (ex. incluir atividades que envolvem participação). Utilizar regras externas (ex. posteres, auto-verbalizações). Fornecer reforçamento freqüente e utilizar custo de resposta. Utilizar conseqüências imediatas para o comportamento. Utilizar reforços de maior magnitude (ex. sistema de fichas). Estabelecer limite de tempo para conclusão de tarefas. Estabelecer hierarquia para custo de resposta em sala de aula. Se as estratégias anteriores não forem efetivas, considerar reunião com pais e encaminhamento da criança. Coordenar as estratégias utilizadas na escola com aquelas utilizadas pelos pais em casa. Controlar o próprio estresse e frustração ao lidar com a criança. O professor tem papel primordial na vida desses alunos pois estes precisam de uma atenção a mais pois será ele quem irá auxiliar e guiar esse aluno como cita Reis, 2011: [...] o professor tem papel fundamental no desenvolvimento das habilidades e controle do comportamento da criança com TDAH. Desse modo, ele deve ser instruído, tanto na formação inicial como na continuada, como também deve ser auxiliado em sua prática pedagógica e deve ter conhecimento sobre o transtorno e as estratégias adequadas em sala de aula para que esses alunos sejam efetivamente inclusos na escola (REIS, 2011, p.7). 10 4 CRONOGRAMA 5 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Como ajudar o aluno com TDAH. 2012. Disponível em:<http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/25180/ como-ajudar-o-aluno-com-tdah/>. Acesso em: 17 mar. 2018. AMORIM, C. IPDA Instituto Paulista de Déficit de Atenção, 2010. Disponível em: <http://www.dda-deficitdeatencao.com.br/tipos/desatento.html>. Acesso em: 12 fev 2018. BARKLEY, R. A. & Colaboradores. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Manual para diagnóstico e Tratamento. 3 ed. Artmed Porto Alegre, 2008. TELES, Paula. Perturbações do Desenvolvimento .Revista Dossier, 2004. Disponível em:<http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10097/9834> . Acesso em: 20 mar 2018. PIAGET, Jean. Aprendizagem, criança e infância. Curitiba:P.P.P. Cimdy. 2014. 11 RICTHER, B. R. O professor atento ao TDAH: A hiperatividade e indisciplina. Revista Nova Escola. Rio Grande do Sul.2012.Disponível:<http://www.ucs.br/etc/conferenciasem/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2043/331>. Acesso em: 26 mar. 2018 BROMBERG, M. C. TDAH e a escola. São Paulo. 2008. Disponível em: <http://neuropediatria.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=104:tdah-e-a-escola&catid=60:tdah&Itemid=147>. Acesso em: 7 mar. 2018. ENCICLOPÉDIA DA SAÚDE. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). 2008. Disponível em:<http://saude.ig.com.br/minhasaude/enciclopedia/transtorno+de+deficit+de+atencao+e+hiperatividade+tdah/ref1238131678096.html>. Acesso em: 1 mar. 2018. Paul, George J. Du e Gary Stoner. TDAH nas escolas, Estratégias de avaliação e intervenção. M. Book, 2007. BORELLA, C. A. S. O que é hiperatividade? Sintomas e causas. 2002. Disponível em: <http://www.psicologosp.com/2013/10/o-que-e-hiperatividade-sintomas-e-causas.html>. Acesso em: 15 fev. 2018. Rohde, L. A., Barbosa,G., Tramontina, S., & Polanczy, K. G. (2000). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22, (Supl II), 7-11. Silva, A. B. B. (2003). Mentes inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Rio de Janeiro: Napedes. 12 ARTMED. Classificação de Transtornos Mentais e de Doenças Comportamentais da CID - 10 descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/ doc/235688387/CID-10-Classificacao-Dos-Transtornos-Mentais-e-de-Comportamento-OCR>. Acesso em: 29 mar. 2018 Planilha1 ETAPAS MÊS DE EXECUÇÃO FEV MAR ABR Definição do tema, problema e hipótese X Levantamento bibliográfico inicial X X Justificativa, Objetivos e Cronograma X X Entrega da primeira parte X Revisão de Literatura X X Descrição da metodologia X Referências Bibliográficas X X