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Cursos Online EDUCA 
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Curso Gratuito NR17 - 
Ergonomia 
 Carga horária: 60hs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Apresentação 
Análise Ergonômica Manejo 
Manual de Cargas 
Mobiliário dos Postos de Trabalho 
Equipamentos dos Postos de Trabalho 
Condições Ambientais de Trabalho 
Organização do Trabalho 
Atividades com Sobrecarga Muscular Estática ou Dinâmica 
Entenda o Que é DORT ou LER 
Equação do Niosch para o Levantamento Manual de Cargas 
Operadores de Caixa - O Posto de Trabalho e Manipulação de 
Mercadorias 
Operadores de Caixa - Organização e Aspectos Psicossociais do 
Trabalho 
Operadores de Caixa - Formação 
Operadores de Telemarketing - Mobiliário do Posto de Trabalho 
Operadores de Telemarketing - Equipamentos e Ambiente do Posto 
de Trabalho 
Operadores de Telemarketing - Organização do Trabalho 
Operadores de Telemarketing - Capacitação dos Trabalhadores 
Operadores de Telemarketing - PCMSO 
Operadores de Telemarketing - Outras Disposições 
Considerações Finais 
Texto da Norma NR 17 
Texto da Norma NR 17 - Anexo I - Trabalho dos Operadores de 
Checkout 
Texto da Norma NR 17 - Anexo II - Trabalho em 
Teleatendimento/Telemarketing 
 
 
 
Apresentação 
 
A décima sétima norma regulamentadora do trabalho urbano, cujo 
título é Ergonomia, visa estabelecer parâmetros que permitam a 
adaptação das condições de trabalho às condições 
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um 
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A 
ergonomia pode ser interpretada como o estudo da engenharia 
humana voltada para planejamento do trabalho, de forma a 
conciliar a habilidade e os limites individuais dos trabalhadores que 
o executam. 
 
 
A NR 17 tem a sua existência jurídica assegurada, a nível de 
legislação ordinária através dos artigos 198 a 199 da CLT, 
transcrito abaixo: 
Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode 
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do 
menor e da mulher. 
 
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de 
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou 
quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais 
casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços 
superiores às suas forças. 
Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao 
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a 
execução da tarefa exija que trabalhe sentado. 
 
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à 
sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir. 
 
Um número crescente de trabalhos manuais está sendo 
mecanizado e automatizado acarretando um aumento significativo 
do ritmo de trabalho, associado a isto, as atividades se tornaram 
mais diversificadas e, algumas vezes monótonas. Por outro lado, 
ainda existem muitos trabalhos que ainda são feitos manualmente, 
com muito esforço físico. Estas transformações têm apresentado 
aspectos negativos, alguns deles, diz respeito, à substituição do 
trabalho manual por máquinas a computadores exigindo a 
repetição de operações simples ou algumas vezes somente a 
supervisão do processo de produção. 
O biótipo dos seres humanos não mudou muito, no entanto, as 
máquinas e as rotinas de trabalho vem sendo modificadas num 
ritmo inadequado aos trabalhadores. Isto significa que a tecnologia 
está excedendo, cada vez mais, a capacidade das pessoas de se 
adaptarem às mudanças tanto no aspecto físico como psicológico. 
Algumas doenças ocupacionais, resultam de uma relação 
inadequada do trabalhador com a tarefa a ser executada. Se a 
estrutura óssea ou muscular do ser humano for sobrecarregada, 
isto pode resultar, por exemplo, em lesões na coluna, nas 
articulações e complicações musculares. Muitas doenças como 
úlcera de estômago, pressão alta e problemas de coração são o 
resultado de stress ocupacional. 
 
 
Análise Ergonômica 
 
A análise ergonômica do trabalho é prevista na regulamentação 
brasileira desde 1990, mas sua realização, na prática, está 
cercada de controvérsias em função da falta de indicadores 
quantitativos para a maioria dos casos tornando, desta maneira, a 
análise muitas vezes extremamente simples em casos complexos. 
 
Existem diversas metodologias para pesquisas ergonômicas, 
sendo que algumas delas podem ser encontradas em livros 
especializados nessa área. 
O empregador está obrigado a realizar análise ergonômica? 
Sim, a avaliação ergonômica dos postos e métodos de trabalho é 
um dos documentos obrigatórios que podem ser exigidos pelos 
Auditores Fiscais do Trabalho. 
 
O que deve conter uma análise ergonômica? 
A análise ergonômica do trabalho, também conhecida pela sigla 
AET, deve conter as seguintes etapas: 
 
- Análise da demanda e do contexto; 
- Análise global da empresa no seu contexto das condições 
técnicas, econômicas e sociais; 
- Análise da população de trabalho; 
- Definição das situações de trabalho a serem estudadas; 
- Descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das 
atividades; 
- Análise das atividades - elemento central do estudo; 
- Diagnóstico; 
- Validação do diagnóstico; 
- Recomendações; 
- Simulação do trabalho com as modificações propostas; 
- Avaliação do trabalho na nova situação. 
 
 
 
 
Manejo Manual de Cargas 
 
Podemos mencionar que os conceitos relacionados às técnicas de 
manuseio, levantamento e carregamento de cargas sofreram 
mudanças importantes, durante os últimos tempos, principalmente 
depois da introdução dos modelos biomecânicos, que 
demonstraram não haver muita vantagem na chamada técnica 
correta contra a técnica errada. É importante que todo treinamento 
relacionado a esse item, considere os novos conceitos 
ergonômicos relacionadas ao manuseio de cargas. 
O trabalho manual pesado contínuo aumenta a frequência 
respiratória a as batidas do coração. Se o trabalhador não estiver 
em boa forma física, ele se cansará rapidamente. Submeter o 
trabalhador à sua capacidade máxima de resistência física é muito 
prejudicial ao trabalhador. 
O uso da força mecânica para substituir o trabalho pesado ajuda a 
reduzir estes riscos, além de contribuir para aumentar as 
oportunidades de trabalho entre as pessoas com menos força 
muscular. Não é uma boa ideia submeter o trabalhador a um 
trabalho pesado, tais serviços são monótonos e cansativos, porém, 
algumas vezes são inevitáveis. Ao levantar cargas pesadas devem 
ser utilizadas as pernas e não as costas como apoio e sustentação 
do movimento. Os ombros devem ser posicionados para trás, com 
a coluna ereta e joelhos flexionados. Mantenha a carga o mais 
perto possível do peito e aí endureça as pernas para levantar a 
carga, mantendo as suas costas retas. 
Outros aspectos importantes na movimentação de cargas, citados 
abaixo, devem ser seguidos de modo a evitar lesões na coluna: 
a) Posicionar a carga perto do seu corpo (posição inicial); 
b) Colocar os pés separados e o corpo devidamente equilibrado; 
c) Flexionar os joelhos; 
d) Manter o pescoço e as costas alinhadas; 
e) Manter as pernas enrijecidas e as costas retas; 
f) Sempre que possível, a carga deve ser sustentada com as duas 
mãos. 
 
O que é considerado transporte manual de carga para fins de aplicação da NR 17? 
 
Segundo o item 17.2.1.1 da NR 17, transporte manual de cargas 
designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado 
inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o 
levantamento e a deposição da carga. 
 
O que é considerado transporte manual regular de carga para fins de aplicação da 
NR 17? 
 
De acordo com o item 17.2.1.2 da NR 17, transporte manual 
regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira 
contínua ou que inclua, mesmo deforma descontínua,o transporte 
manual de cargas. 
 
Qual a idade de enquadramento do chamado trabalho jovem previsto na NR 17? 
Conforme o item 17.2.1.3 da NR 17, trabalhador jovem designa 
todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de 
quatorze anos. 
 
Quais as restrições da mulher para o trabalho manual de carga? 
Segundo o item 17.2.5 da NR 17, quando mulheres e 
trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual 
de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente 
inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a 
sua saúde ou sua segurança. 
 
Observações: 
 
Levantar e carregar cargas pesadas manualmente deve ser 
evitado, tais atividades devem ser executadas por equipamentos 
mecânicos, sempre que possível, ou então, com a ajuda da força 
coletiva dos trabalhadores. 
Embora a CLT em seu art. 198 fixe o peso máximo de 60 kg para 
o levantamento manual de carga, é sabido que as atividades 
envolvendo o manuseio frequente de cargas acima de 50 kg, bem 
como o manuseio de pesos em determinadas posições, 
particularmente, levantando-os do chão, aumentam, 
substancialmente, a incidência de lombalgias e outras doenças 
envolvendo a coluna vertebral. 
Em 1991, o NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health - U.S.A.) 
propôs um limite de peso recomendado (L.P.R.) e o índice de 
levantamento (I.L.). Assim sendo, existe uma fórmula de cálculo 
estabelecida para uma situação qualquer de trabalho de 
levantamento manual de carga. O limite de peso recomendado (23 
kg) representa, para uma determinada situação de trabalho, o valor 
em que mais de 90% dos homens e mais de 75% das mulheres 
conseguem levantar sem sofrer efeitos nocivos. Na comunidade 
europeia, vem se formando um consenso em torno de 25 kg. 
 
 
Mobiliário dos Postos de Trabalho 
 
É importante que os interruptores de controle, alavancas e botões 
de tipos diferentes estejam ao alcance do operador em sua postura 
normal de pé ou sentado. Frequentemente, muitos controles de um 
torno mecânico ou máquinas similares estão abaixo do quadril e 
além do alcance dos braços do operador. A localização adequada 
dos controles é de fundamental importância, outras exigências 
incluem: 
a) Seleção de tipos adequados tais como controles manuais para 
precisão de operações em alta velocidade e controles de pé como 
pedais para operações que requeiram força maior, embora não se 
deva usar dois ou mais pedais por operador; 
 
b) Distinção entre os controles de emergência e aqueles usados 
em operações normais (por separação, código de cores, etiquetas 
claras ou proteção); 
 
c) Prevenção de ativação acidental dos botões de emergência 
(com espaço adequado, resistência adequada, local separado e 
proteções); 
 
d) Resistência adequada em operação, com uma indicação clara 
de ativação dos controles; 
 
e) Os procedimentos de operação são fáceis de entender, de 
acordo com o senso comum. (botões em equipamento elétrico 
giram em sentido horário para ligar e aumentar, mas válvulas giram 
no sentido anti-horário para abrir etc.). 
 
 
Os procedimentos operacionais baseados no bom senso são 
importantes para ajudar a resolver os problemas do sistema 
produtivo. 
Numa situação perigosa ou numa emergência, as pessoas tendem 
a operar controles importantes reagindo de acordo com o senso 
comum e instintos naturais, podendo variar entre os países, por 
isso é uma boa ideia verificar o acionamento de certos 
equipamentos principalmente os de origem estrangeira. Algumas 
vezes, a posição "liga e desliga" dos interruptores pode ser 
invertida, bem como cores de identificação. 
É importante estar certo de que as direções de acionamento dos 
equipamentos são compatíveis com o senso comum e que não 
envolvem risco de acionamento errado. Se uma peça do 
equipamento adquirido for diferente dos hábitos locais de 
operação, ela deve ser etiquetada claramente para indicar sua 
posição liga e desliga. 
As mesas de controle e painéis de operação de processo, que 
necessitam de atenção constante devem proporcionar sinal sonoro 
ou visual de fácil identificação que permita ação imediata dos 
operadores. Deve-se ter em mente que apertar um botão quando 
uma lâmpada de advertência se acende deve ocorrer em frações 
de segundo para que não ocorram erros. 
As ações se tornam mais difíceis se o operador tiver que apertar 
um botão quando uma lâmpada vermelha de emergência pisca 
entre muitas lâmpadas de diferentes cores. Consequentemente, 
todos os sistemas de informações e sinais usados para iniciar as 
operações consecutivas devem ser os mais simples possíveis. 
Com o objetivo de permitir a leitura dos instrumentos rapidamente 
é importante que: 
a) Os painéis de instrumentos sejam de fácil visualização; 
 
b) Os instrumentos estejam marcados claramente e posicionados 
de acordo com o processo de trabalho ou categoria; 
 
c) Todos os medidores se movam na mesma direção; 
 
d) Todos os instrumentos sejam de fácil leitura indicando a posição 
de funcionamento normal. 
 
Existem vários modelos de painéis de instrumentação onde 
diferentes tipos de sinais, luzes e medidores permitem ler 
rapidamente os aspectos diferentes do processo de produção, 
como velocidade, pressão, indicadores de nível, fornecimento e 
descarga de fluidos, que devem ser lidos rapidamente. Os sinais 
devem estar dispostos de forma que apenas uma olhada no painel 
seja possível indicar uma situação anormal no processo. 
Todos os sinais e informações exibidas ao operador devem 
permitir sua diferenciação facilmente. Isto pode ser feito pela 
disposição apropriada das posições no painel de controle e pela 
mudança de tamanho, forma ou cores dos mostruários com 
atenção para os aspectos abaixo: 
a) Colocar os instrumentos ou indicadores em sequência lógica ou 
em correspondência com as máquinas que representam; 
 
b) Colocar os instrumentos ou indicadores mais usados entre a 
altura da mesa de trabalho a nível da vista; 
 
c) Mudando o tamanho, forma ou cor para diferentes categorias de 
instrumentos ou indicadores; 
 
d) Usar palavras simples ou abreviações adequadas para marcar 
claramente cada instrumento ou indicador; 
 
e) Remover ou cobrir os mostradores fora de uso; 
 
f) Fazer sinais de emergência em destaque pela posição, tamanho 
e cor; 
 
g) Usar sinais luminosos de cores diferentes onde apropriado. 
 
Na transferência de informações durante a mudança de turno, as 
instruções devem ser claras, resumidas e escritas em formulário 
próprio. 
O suporte para os pés incorporado ao posto de trabalho (em 
bancadas ou linhas de montagem) é o mais adequado e pode ser 
feito através de suportes em que caibam o apoio para os pés, com 
escalonamento a cada 5 cm, de forma que o trabalhador coloque-
os na altura em que lhe for mais conveniente. O apoio dos pés em 
barras ou em suportes muito estreitos é inadequado. 
 
A altura em que se realiza o trabalho é importante. Se ela não for 
a correta, o corpo se cansa rapidamente. A altura de trabalho deve 
ser tal que o trabalho possa ser feito sem que as costas se curvem 
e com os ombros relaxados e nas suas posições normais. O 
trabalho deve ser feito com a mão em posição normal e o mais 
perto do corpo possível. 
A altura de trabalho confortável varia de acordo com o tipo de 
trabalho que está sendo feito. Se o trabalho requer precisão, onde 
a visão é importante, então, a altura de trabalho deve ser maior. O 
trabalho de precisão geralmente exige uma sustentação para os 
braços. Quando se tratar de trabalho pesado, a altura do plano de 
trabalho deve, para certas operações, ser baixo o suficiente para 
permitir que o trabalhador use o peso do seu corpo da melhor 
forma. 
 
Os diferentes tipos de trabalho exigem alturas de trabalho 
diferentes. A superfície do plano de trabalho deve ser 
consideravelmente mais elevada para trabalhos de precisão do 
que para os trabalhos pesados. A altura do plano de trabalho pode 
ser variada, de acordo com as necessidades pessoais, com a 
ajuda de umamesa de trabalho ajustável. 
É importante usar o calçado adequado para os trabalhos que 
impliquem em caminhar a ficar de pé por muito tempo, evitando 
desta forma, o cansaço nas pernas e costas. Os sapatos devem 
ser firmes e confortáveis para obter o apoio necessário. No caso 
do trabalho possibilitar qualquer tipo de lesão aos pés, tais como, 
queda de componentes metálicos pesados, deve-se calçar botas 
de segurança com proteção reforçada (biqueira de aço) para os 
dedos. 
Se possível, o trabalhador deve ter como alternar entre uma 
posição e outra (sentada a de pé). O serviço que não exija 
mudança de posição deve ser alternado com um serviço que exija 
maior movimentação. O trabalho que não necessita de muita força 
muscular e que pode ser executado numa área limitada deve ser 
feito sentado. Deve ser possível alcançar toda a área de trabalho 
sem se esticar ou se torcer desnecessariamente. 
A posição de trabalho deve ser a mais confortável possível. Uma 
boa postura significa que a pessoa está sentada na posição reta 
de frente e bem perto do plano de trabalho. A mesa de trabalho e 
a cadeira devem ser bem projetadas para que a superfície esteja 
no mesmo de nível que os cotovelos, as costas a os ombros 
relaxados. 
 
Passar o dia todo sentado não é bom para o corpo, por isso, deve-
se haver variação no tipo de trabalho executado. Uma boa cadeira 
permite alternar a forma de realizar o trabalho e na posição das 
pernas. 
O modelo da cadeira, de preferência ajustável na altura, deve ser 
adequada para o trabalho que está sendo executado e estar de 
acordo com altura da mesa de trabalho. É necessário que haja 
espaço para as pernas, para permitir que elas se movimentem 
livremente. A altura da cadeira é mais confortável quando os pés 
estão apoiados no chão. Quando isso não for possível, um 
descanso para os pés pode ajudar a aumentar o conforto da 
posição. 
Nas atividades realizadas em pé: 
 
Pode ocorrer, na prática, situações em que a condição dos postos 
de trabalho estejam ergonomicamente corretas, mas as pessoas 
podem não estar tirando um bom proveito da situação, em função, 
às vezes, de falta de treinamento ou de programas orientativos 
para que os recursos disponíveis sejam corretamente utilizados. 
Trabalhos que exigem muita movimentação e utilização dos 
músculos, geralmente são executados de pé, como por exemplo, 
a operação de máquinas em atividades metalúrgicas, construção 
civil e mineração. 
Um trabalho que obrigue uma pessoa a ficar de pé o dia todo 
representa muita tensão sob as pernas, isto pode resultar em 
inchaço dos músculos devido a falta de movimentação suficiente 
para bombear a quantidade adequada de sangue para o coração. 
Em função disto, o coração tem um suprimento insuficiente de 
sangue para trabalhar e o indivíduo se sente cansado e apático. 
No trabalho realizado de pé, deve-se evitar dobrar as costas, se 
inclinar para a frente ou para um dos lados do corpo. Os músculos 
das pernas, das costas e dos ombros devem estar contraídos para 
segurar o corpo nesta posição. Se você permanecer com o corpo 
inclinado, os músculos das costas continuam tencionados e 
quando você voltar para a posição normal vai sentir dores nas 
costas como se estivessem tencionados numa posição fixa. 
É impossível trabalhar de pé o tempo todo se o trabalhador tiver 
que executar a tarefa em uma altura que não esteja ajustada 
corretamente, ou se os controles, materiais e ferramentas não 
forem de fácil alcance. É necessário ter espaço suficiente para os 
pés, para permitir que se alterne a posição de trabalho e que as 
cargas possam ser distribuídas igualmente. Evite usar roupas de 
trabalho justas, pois elas inibem os movimentos exigidos pelo 
trabalho. 
Quando as articulações estão tencionadas, uma pressão mal 
exercida pode causar um cansaço considerável. Ficar de pé em 
uma perna pode levar a uma pressão de carga sobre a articulação 
do quadril que é duas vezes e meia o peso do corpo. Um bom 
exemplo de como isto pode ocorrer pode ser encontrado nos casos 
em que um trabalhador aciona um pedal mal posicionado. Quando 
as juntas são estendidas, uma pressão desconfortável pode 
causar uma fadiga considerável. 
Ao trabalhar de pé, é importante ficar atento para os seguintes 
aspectos: 
a) As ferramentas necessárias para o trabalho devem estar ao 
alcance; 
 
b) A altura do posto de trabalho ajustada à altura do trabalhador, 
de forma que a área de trabalho esteja nivelada com os cotovelos, 
com as costas retas e com os ombros relaxados; 
 
c) O trabalhador deve ficar de frente para a mesa, com o peso 
distribuído igualmente em ambos os pés, além de que, deve haver 
espaço suficiente para as pernas e pés; 
 
d) A natureza especial do trabalho pode significar uma mudança 
na altura do plano de trabalho; 
 
e) Os controles, como alavancas e interruptores, devem estar 
abaixo da altura dos ombros; 
 
f) A área sobre a qual está o trabalhador, deve ser adequada para 
as condições de trabalho; 
 
g) Um calçado adequado reduz a tensão nas costas e pernas. 
 
 
Equipamentos dos Postos de Trabalho 
 
Quais os cuidados a serem tomados com equipamentos utilizados no 
processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo de forma habitual e 
permanente? 
 
De acordo com o item 17.4.3, os seguintes cuidados devem ser 
tomados: 
 
- Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela 
do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra 
reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao 
trabalhador; 
 
- O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao 
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem 
executadas; 
- A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser 
colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e 
olho-documento sejam aproximadamente iguais. 
 
Quais os cuidados a serem tomados com equipamentos utilizados no 
processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo de forma eventual? 
 
Conforme o item 17.4.3.1 da NR 17, quando os equipamentos de 
processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem 
utilizados eventualmente, poderão ser dispensadas as exigências 
previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas 
executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do 
trabalho. 
 
Observações: 
Os problemas de visão estão aumentando com a disseminação do 
uso de diferentes telas de terminais de vídeo e trabalho de 
inspeção que exigem acuidade visual. A utilização de telas 
protetoras contra as radiações não ionizantes provenientes dos 
monitores é uma boa prática preventiva. 
Deve-se ver facilmente o trabalho sendo executado. A maioria dos 
objetos deve estar a 50 cm de distância dos olhos, já que eles não 
são tão pequenos. Se os objetos forem muito pequenos, eles 
devem ser colocados num plano elevado ou deve-se utilizar uma 
lente de aumento. Caso contrário, você terá que se curvar para a 
frente com a cabeça inclinada para baixo, criando uma tensão 
desnecessária no pescoço. 
O manuseio de equipamento de precisão tais como microscópio 
ou computador, enquanto executados sentados, exige muito do 
trabalhador. Concentrar-se em pequenos objetos através do 
microscópio ou olhar para a tela de um monitor por um longo tempo 
significa uma pressão considerável nos músculos dos olhos. A 
vista também pode ficar embaçada, mas após o descanso, ela 
volta ao normal. Este tipo de carga estática nos músculos dos 
olhos causa dor de cabeça e tensão ocular. 
 
Uma complicação a mais neste tipo de trabalho é o movimento 
repetitivo dos dedos e a postura limitada. Os resultados são dores 
nas mãos e nos braços; rigidez muscular; nas costas e nos 
ombros. Além das condições visuais e da postura, os usuários 
devem fazer intervalos para evitar o cansaço excessivo. 
Uma outra causa de desconforto de trabalho são as outras partes 
das máquinas. Algumas vezes, estas partes estão localizadas de 
tal forma que o trabalhador tem que virar o seu corpo para olhardo 
outro lado. Estas condições são comuns no ambiente de trabalho. 
 
 
Condições Ambientais de Trabalho 
 
Quais os cuidados a serem tomados no ambiente de trabalho que exijam 
solicitação intelectual e atenção constantes? 
 
 De uma forma geral, as condições ambientais de trabalho devem 
estar adequadas às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 
Segundo o item 17.5.2 da NR 17, nos locais de trabalho onde são 
executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção 
constante, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, 
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, 
são recomendadas as seguintes condições de conforto:· 
Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na norma ABNT 
NBR 10152; 
- Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23ºC;· 
- Velocidade do ar não-superior a 0,75 m/s; 
- Umidade relativa ao ar não-inferior a 40% . 
 
 
Onde se encontram as orientações a serem seguidas no ambiente detrabalho com 
relação à iluminação? 
 
De acordo com o item 17.5.3.3, os níveis mínimos de iluminação a 
serem observados nos locais de trabalho são os valores de 
iluminância estabelecidos na norma ABNT NBR 5413. 
 
Sobre a norma técnica ABNT NBR 10152: 
A norma técnica ABNT NBR 10.152 propõe os níveis de conforto 
e os níveis máximos de ruído para o trabalho, em situação de 
empenho intelectual. Em escritórios, uma fonte importante de ruído 
e que tem que ser mantida sob controle é o aparelho de ar 
condicionado, nem sempre silencioso como deveria ser. Outro 
ponto que deve ser levado em consideração, em relação ao ruído, 
é evitar escritórios próximos a ruas movimentadas e próximos a 
oficinas de manutenção. 
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) orienta que a zona 
de conforto de temperatura aceitável para muitas pessoas varia de 
20 a 25 °C, com umidade relativa por volta de 30 a 70 % se a 
carga de trabalho for leve e não transmitir calor radiante. À 
proporção em que a carga de trabalho físico aumenta, é necessário 
uma temperatura mais amena para manter o conforto. Pelo fato 
dos músculos em movimento produzirem calor durante o trabalho 
físico pesado, o conforto é mantido somente abaixo de 20 °C. 
O aumento da velocidade do ar é um fator de conforto positivo 
quando a temperatura estiver no limite ou acima da zona de 
conforto. 
A velocidade do ar de 0.1 a 0.3 m/ s é ideal na zona de conforto 
para o trabalho leve. Quando o clima local não permitir que o corpo 
se livre do excesso de calor ou ficar com a temperatura do corpo 
normal, nos deparamos com um verdadeiro desconforto térmico 
prejudicando nossa capacidade de trabalho. Em casos extremos, 
podemos acabar completamente exaustos e doentes. O nível de 
stress causado pelo calor pode ser calculado medindo o nível da 
zona de calor ou medindo a temperatura corporal de uma pessoa 
na zona de exposição. 
Em regiões muito quentes para se manter o ambiente de trabalho 
com temperatura ambiente entre 20 a 23 ºC, é necessário a 
utilização do ar condicionado. A regulagem inadequada de 
temperatura, também poderá acarretar frio excessivo e 
desconforto térmico. Com relação aos equipamentos de ar 
condicionado centralizados, deve ser tomar especial cuidado com 
sua limpeza, pois é uma fonte potencial de micro-organismos 
causadores de doenças respiratórias. 
Há várias formas de manter o local de trabalho confortável 
termicamente. As ideias básicas são as de evitar que o calor venha 
do lado de fora e aumentar a ventilação, como em casas 
tradicionais em climas tropicais. Lembre-se de: 
a) Reter a temperatura amena noturna o máximo possível 
considerando as características da edificação. Em locais longe do 
mar, é muito mais fresco durante a noite a de manhã do que no 
meio do dia; 
b) Abrir as janelas a as portas, para aumentar a ventilação ou 
instalar mecanismos de ventilação. A ventilação forçada através 
de ventiladores é uma boa ajuda 
c) Evitar pisos que retenham calor, tais como madeira e carpete. 
Aumentar a circulação de ar abaixo do piso; 
d) Projetar o telhado de modo que a facilitar a transmissão de calor, 
o material e a forma como ele é construído são importantes. A boa 
ventilação perto do telhado faz uma grande diferença. Para evitar 
a radiação direta proveniente do telhado, deve ser escolhido um 
material adequado ou construir um forro logo abaixo do teto. Cores 
claras ajudam a refletir a radiação do sol sobre o teto; 
e) Fazer sacadas longas, para que as paredes fiquem na sombra 
por um período maior. Aquelas que estão ao sol devem ser pintada 
sem cores mais suaves. Evitar metais ou materiais que sejam 
aquecidos facilmente pelo sol; 
f) Usar cores suaves para as paredes internas, pois elas absorvem 
menos calor do que as superfícies escuras além de 
proporcionarem um ambiente mais agradável; 
g) Fazer coberturas altas, os tetos altos são melhores que os 
baixos; 
Para o trabalho de precisão, se possível, deve-se providenciar 
algum tipo de suporte ajustável para os cotovelos, antebraços e 
mãos. Em laboratórios de pesquisa onde se utiliza equipamentos 
de grande precisão que exigem atenção e esforço do sistema 
ocular, é importante que o trabalho seja executado em posição 
confortável em cadeiras que permitam uma postura de apoio para 
as costas, lembrando que o ângulo ocular do microscópio deve ser 
ajustável. 
O desconforto do trabalho na posição sentada com a operação de 
máquinas ou unidades pode ser reduzido da seguinte forma: 
a) Ajuste cuidadoso do componente ou a condição das lentes para 
servir a visão do indivíduo; 
b) A distância olho / tela e a postura deve ser ajustada para o 
trabalhador; 
c) Ajuste da iluminação no local de trabalho à quantidade 
necessária nas áreas de trabalho; 
d) Variar o máximo possível, o tipo de trabalho, proporcionando 
descanso por um período mais longo para o trabalho que tenciona 
os olhos; 
e) Garantir que as pessoas tenham o direito à intervalos com o 
objetivo de descansar a vista; 
f) Utilizar cadeiras que se ajustem a uma altura adequada a 
confortável. 
 
Sobre a norma técnica ABNT NBR 5.413: 
 
A norma técnica ABNT NBR 5.413 estabelece os valores de 
iluminância médios e mínimos, em serviço, para iluminação 
artificial em interiores onde se realizem atividades de comércio, 
indústria, ensino, esporte e outras. Além disso, na norma estão 
previstos os fatores determinantes da iluminância adequada, bem 
como a maneira de selecionar o valor recomendado. 
 
 
a) Em relação à iluminação dos postos de trabalho, ressalta-se 
alguns erros cometidos e que devem ser evitados: 
b) Nível insuficiente de iluminação, gerando percepção 
inadequada dos detalhes causando queda de rendimento, erros, 
fadiga e outros; 
c) Existência de claridade excessiva ou de ofuscamento geram a 
fadiga visual; 
d) Tamanho inadequado de letras e objetos, ocasionando a fadiga 
visual e posturas forçadas, para se enxergar melhor; 
e) Inexistência de bom contraste dos limites do objeto; 
f) Uso de lâmpadas de baixa reprodutibilidade cromática, como, 
por exemplo, lâmpadas de vapor de sódio para atividades em que 
a percepção de cores é fundamental. 
 
 
Organização do Trabalho 
 
A norma NR 17 no item 17.6.2 informa que; 
a organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em 
consideração, no mínimo: 
 
a) as normas de produção; 
b) o modo operatório; 
c) a exigência de tempo; 
d) a determinação do conteúdo de tempo; 
e) o ritmo de trabalho; 
f) o conteúdo das tarefas. 
 
Os itens " b" , "c" a "d", relacionados nesse item devem ser 
detectados e analisados, no ambiente de trabalho, através de uma 
analise ergonômica, concluindo-se, então, se a exigência do 
tempo, a determinação do conteúdo de tempo e o ritmo de trabalho 
estão razoáveis ou não. 
Antes de pensarmos como o trabalho pode ser melhorado, 
devemos pensar em algumas desvantagens de tarefas mal 
organizadas como por exemplo: 
a) Funções limitados que exigem poucas habilidades compoucas 
oportunidades de aprendizado; 
 
b) Trabalhos repetitivos monótonos; 
 
c) Empregos sem possibilidades de cooperação levam ao 
isolamento; 
 
d) Trabalhos que não permitem o aprendizado e o crescimento 
limitando as possibilidades do trabalhador fazer carreira. 
e) Tarefas sem responsabilidade direta exigem supervisão 
contínua. 
 
f) Trabalhos onde o desempenho é medido pela repetição de uma 
tarefa simples causam frustração e cansaço. 
 
Obviamente, os trabalhadores cujas habilidades são utilizadas de 
forma inadequada são excessivamente supervisionados, ficam 
cansados, chateados e frustrados e são menos propensos a se 
preocuparem com a qualidade do seu trabalho para a melhoria da 
produtividade. Eles tendem a cometer mais erros, a estarem 
distraídos e sofrer mais acidentes e quando há chance deixam o 
emprego. 
 
 
 
A desorganização do trabalho é ruim para o trabalhador e para o 
empregador. Os funcionários devem ter a chance de desenvolver 
e usar suas habilidades para contribuir com a produtividade e a 
qualidade do produto final. Tratar os trabalhadores como máquinas 
implica em ignorar o seu potencial a criar um ambiente de 
insatisfação e de baixa produtividade. 
O planejamento das atribuições de trabalho deve estar baseado na 
compreensão clara dos aspectos de trabalho. A ênfase nos fatores 
físicos do meio ambiente deve ser complementado pelo 
conhecimento do clima social e psicológico do local de trabalho e 
da sua influência no senso de bem estar do indivíduo, de sua 
saúde e da qualidade de vida. 
Para melhorar a organização e o conteúdo do trabalho deve-se 
considerar que um bom ambiente de trabalho deve ser livre do 
stress excessivo, fadiga ou pressão operacional. Para executar 
uma tarefa adequadamente além do conhecimento técnico são 
necessários acompanhamento, ferramentas adequadas, 
fornecedores com qualidade, atualização profissional e tempo 
suficiente. Além do mais, um bom trabalho deve ter: 
a) Variedade e ciclo de trabalho razoável; 
 
b) Conhecimento a comprometimento com a qualidade do produto 
final; 
 
c) Oportunidades de comunicação e apoio entre os colegas de 
trabalho; 
 
d) Capacidade suficiente de auto estima e o respeito pelos outros; 
 
e) Treinamento contínuo para atualização profissional; 
 
f) Oportunidade de ascensão profissional. 
 
Estas condições fazem o trabalho mais desafiador. Em muitos 
casos, eles implicam em mudanças na organização de base, na 
comunicação interna da empresa e filosofia nas relações de 
trabalho. Sempre há o risco de aumentar excessivamente a carga 
de trabalho resultando no aumento do stress ocupacional. Mas a 
experiência mostra que os trabalhos monótonos e ajustados ao 
ritmo das máquinas são mais prejudiciais do que aqueles que 
possuem desafio mental e que operadores rigidamente 
controlados mostram mais sintomas de stress e irritabilidade do 
que os empregados com mais autonomia. 
Isto não significa que um bom emprego seja igual para todos. As 
pessoas tem experiências, habilidades e ambições diferentes bem 
como capacidade física, limitações pessoais e atitudes 
diferenciadas em relação ao trabalho. Por exemplo, alguns podem 
enfatizar o salário, outros, o companheirismo, a responsabilidade 
a capacidade técnica e produtiva. Por isso, os trabalhos devem ser 
ajustados de modo a atender às necessidades e às preferências 
individuais. 
Os seguintes aspectos devem ser observados para melhorar a 
organização e a produtividade do trabalho: 
a) mecanização, com o cuidado de adequar o ritmo das tarefas ao 
das máquinas e dos trabalhos repetitivos com baixa exigência 
intelectual; 
 
b) melhorias ergonômicas, especialmente em relação ao 
equipamento apropriado e à sequência de trabalho; 
 
c) organização coletiva dos empregados para executar uma tarefa 
numa sequência de operações. 
 
d) mudança de layout dos locais de trabalho, como por exemplo, 
usando uma mesa redonda para permitir a comunicação mais fácil; 
 
e) valorização da função, combinando tarefas diferentes, como por 
exemplo, criando linhas paralelas mais curtas, cada uma com um 
tempo de ciclo maior. 
 
Uma forma de melhorar a organização do trabalho e sua qualidade, 
com muitas vantagens para a administração e para os 
trabalhadores é o trabalho coletivo. A maioria das pessoas gostam 
de trabalhar em grupo. Além do mais, num trabalho participativo, 
as limitações de uns podem ser compensadas pela habilidade de 
outros. 
Uma nova organização do trabalho é a formação de grupos de 
trabalho semiautônomo, que pode decidir, até um certo ponto, os 
métodos de trabalho, horário, prioridades a solução de problemas. 
Para facilitar as melhorias na organização de trabalho, a 
participação de todos os integrantes no planejamento é essencial. 
Estas mudanças são direcionadas para as melhorias nas 
condições de trabalho objetivando um trabalho eficiente. Elas 
tornam as atividades mais flexíveis a adaptáveis aos 
procedimentos de produção e a mudanças. Para os trabalhadores, 
melhorias como a redução no stress de trabalho, maiores 
oportunidades de cooperação, melhor uso de capacidades a 
melhores perspectivas profissionais estão combinadas com os 
benefícios de uma empresa mais produtiva. Muitas técnicas de 
administração moderna, como os ciclos de qualidade ou a gestão 
por objetivos, fazem uso de um planejamento participativo. 
Uma boa organização empresarial deve fornecer espaço para 
iniciativas individuais e coletivas. As sugestões devem vir tanto dos 
supervisores como dos trabalhadores independentemente do seu 
nível hierárquico, esta é uma boa maneira para elaborar normas 
operacionais. A motivação para a implantação de um ambiente 
participativo é a base para o sistema de normalização de qualquer 
empresa. Dentro deste espírito na elaboração das normas de 
trabalho teremos a certeza que haverá um comprometimento de 
todos na sua obediência. Vale lembrar que os aspectos de 
segurança, higiene e saúde devem estar sempre presente em 
qualquer norma operacional. 
Como não existem soluções simples para os problemas 
organizacionais, devemos aproveitar as vantagens destas 
sugestões e as experiências profissionais acumuladas por todos 
dentro da empresa 
. 
 
Atividades com Sobrecarga Muscular Estática ou Dinâmica 
 
Quais os cuidados a serem tomados nas atividades e métodos de trabalho que 
exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica dos membros? 
 
Segundo o item 17.6.3, nas atividades que exijam sobrecarga 
muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e 
membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica 
do trabalho, deve ser observado o seguinte: 
- Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito 
de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em 
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; 
 
- Devem ser incluídas pausas para descanso; 
 
- Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de 
afastamento igualou superior a 15 dias, a exigência de produção 
deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção 
vigentes na época anterior ao afastamento. 
 
As posições que implicam ter as mãos para cima ou dobrar para 
frente estão entre as formas mais comuns de criar carga "estática". 
É importante que a carga de trabalho não seja muito pesada a que 
deva ser concedido descanso durante a jornada de trabalho. 
A carga "estática", que faz com que os braços fiquem erguidos ou 
dobrados para a frente, são comuns e geralmente estão 
combinadas com operações repetitivas, exigência de carga ocular 
e alto ritmo de pressão de trabalho. Os músculos tencionados 
sobre uma carga estática ficam cansados porque ficam contraídos 
por um longo período, depois de algum tempo eles ficam doloridos. 
A carga estática nos músculos por um longo período aumenta o 
trabalho cardíaco e a pulsação. 
A forma mais natural de trabalhar é através da forma ritimizada. A 
carga "dinâmica" viabiliza a contração e o relaxamento alternado 
dos músculos, sob uma carga estática uniforme.O desenho das ferramentas manuais pode afetar a produtividade 
e a saúde de um operador caso não seja adequado ao trabalhador 
ou à sua tarefa. As seguintes considerações são importantes na 
seleção de ferramentas manuais: 
a) Evitar sustentar continuamente um equipamento pesado; 
 
b) Evitar ângulos dos pulsos ao utilizar tesouras ou alicates; 
 
c) Reduzir a pressão desconfortável na palma das mãos ou nas 
articulações (alicates muito pequenos); 
 
d) Evitar ferramentas pontiagudas (tesouras de chapa); 
 
e) Utilizar maçanetas fáceis de agarrar, com bom isolamento 
elétrico e sem pontas agudas ou cantos vivos; 
 
f) Utilizar ferramentas especiais para ações repetidas, como ferro 
para soldar com a ponta dobrada e suporte de ferramenta ao usar 
uma talhadora. 
O número de horas de trabalho e a forma como estão organizadas 
podem afetar de forma significativa o cotidiano do trabalhador. É 
essencial que os trabalhadores tenham tempo livre para o 
descanso e lazer. 
O cumprimento do número de horas trabalhadas é uma das 
principais exigências de um trabalho. A limitação ou a redução das 
horas de trabalho é tema das recomendações da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT). A adequação da jornada de 
trabalho, incluindo os turnos diurnos e noturnos, trabalhos em 
turno, licenças por razões particulares e treinamento são 
igualmente importantes. 
As horas de trabalho básicas geralmente são fixas pela lei, 
podendo ser limitadas, também através de acordos coletivos entre 
empregados a empregadores. As horas trabalhadas geralmente 
diferem da duração normal, já que as horas extras devem ser 
acrescentadas. Se as horas de trabalho forem inadequadas, elas 
podem influenciar na saúde a na segurança, no grau de tensão a 
fadiga e na qualidade da vida de trabalho em geral. Muitos países 
estão estabelecendo limites menores, a Convenção n° 116 da OIT 
de 1962 ratifica as 48 horas por semana como sendo o padrão 
mundial com redução progressiva até 40 horas por semana. 
O limite legal no Brasil definido a partir da Constituição Federal de 
1988 é de 44 horas semanais, entretanto a CLT (Titulo III Das 
Normas Especiais do Trabalho, Capítulo I - Das disposições 
especiais sobre duração e condições de trabalho) estabelece 
períodos menores para algumas atividades como por exemplo, 
bancários, telefonista, serviços de portaria, ferroviários e outros. 
O trabalho extra compreende as horas trabalhadas além das horas 
normais. Quando o trabalho extra for frequente, as longas horas 
de trabalho podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar. O 
trabalho extra significa também, custos mais elevados para a 
empresa, o trabalho extra pode ser necessário para a organização 
de algum trabalho de emergência ou por razões econômicas para 
não contratação de mão de obra externa. Os problemas surgem 
quando o trabalho extra se torna uma regra, mais do que uma 
exceção, o que envolve acréscimos substanciais ao salário. Estes 
ganhos mais elevados são vantajosos para os trabalhadores, 
entretanto, os ganhos a mais são a despesa do descanso, da vida 
familiar e do lazer. As horas extras constantes têm outras 
desvantagens, incluindo ganhos instáveis, efeitos adversos na 
saúde e segurança. 
As horas de trabalho excessivas podem ser o resultado de: 
a) concentração sazonal de trabalho; 
 
b) trabalho intermitente distribuído em longas jornadas de trabalho; 
 
c) falta de mão-de-obra especializada ou qualificada; 
 
d) controle de execução fraco ou com dificuldades. 
 
As horas de trabalho excessivas acarretam efeitos adversos nos 
trabalhadores, à saber: 
a) tensão e cansaço excessivo, tanto físico como mental; 
 
b) baixa qualidade de trabalho e aumento da incidência de erros; 
 
c) aumento no número de acidentes; 
 
d) sono insuficiente, em alguns casos, associados com a 
dificuldade em dormir e o possível uso de medicamentos; 
 
e) diminuição da resistência a doenças, geralmente levando ao 
envelhecimento precoce; 
 
f) alterações na vida familiar e nas atividades sociais. 
 
Os efeitos negativos de muitas horas de trabalho podem estar 
associados a outros fatores, tais como: higiene e segurança 
deficientes, alimentação inadequada, saúde geral precária, 
condições de moradia precárias, falta de serviços sociais públicos, 
longas horas de viagem a meios de transporte ineficientes. 
A existência de períodos de descanso e intervalos é necessária 
para a segurança, a saúde e o bem estar dos trabalhadores. Tais 
períodos de descanso e intervalos devem incluir: 
a) intervalos curtos durante as horas de trabalho; 
 
b) intervalos longos para as refeições; 
 
c) descanso diurno e noturno; 
 
d) descanso semanal 
 
Os pequenos intervalos durante a jornada de trabalho são 
necessários para evitar a fadiga, eles são importantes nos 
trabalhos de supervisor das máquinas ou processos contínuos. 
O intervalo de uma hora para as refeições é obrigatório por lei, 
sendo indispensável para a jornada a partir de oito horas diárias. 
O empregador deve disponibilizar um local adequado para as 
refeições fora do local de trabalho. É recomendável a utilização de 
recursos que possam distrair o trabalhador durante seu período de 
almoço, como por exemplo, televisão, sala de jogos ou de leitura. 
Os intervalos para as refeições e as pausas curtas para descansar 
evitam a perda de concentração, o contato com os colegas de 
trabalho é essencial para criação de um bom clima social no 
trabalho. 
O descanso diurno ou noturno deve assegurar o sono, o lazer e o 
convívio familiar devem ser garantidos ao trabalhador. No caso do 
trabalho de turno, as precauções são necessárias para assegurar 
um descanso diurno ou noturno. O descanso semanal é 
fundamental para a saúde e o bem estar dos trabalhadores. O 
tempo mínimo de descanso semanal estabelecido na Convenção 
OIT n° 14 sobre o Descanso Semanal na Indústria e a OIT n° 106 
sobre o Descanso Semanal no Comércio e Escritórios é de 24 
horas consecutivas em qualquer período de sete dias. A adoção 
generalizada da jornada de cinco dias na semana, tornou o 
descanso semanal de 48 horas comum em muitos países. 
O direito a férias anuais remuneradas e o tempo mínimo de férias, 
estabelecido por lei é de 30 dias com direito a conversão de dez 
dias, no máximo, na forma de pagamento. É importante garantir o 
direito às férias e assegurar que estas realmente sejam utilizadas. 
O pagamento no lugar das férias não tem o mesmo efeito que o 
tempo de descanso fora do trabalho. Este direito possui sua 
abordagem na Convenção n°. 132 da OIT sobre Férias 
Remuneradas. 
As licenças ocasionais, como por exemplo a licença maternidade, 
de saúde e outras, não devem ser computados como parte 
integrante das férias anuais. 
Em muitas empresas, os turnos de trabalho estão se tornando mais 
comuns, o que, inevitavelmente cria problemas na saúde e à vida 
social. Poucas pessoas se adaptam adequadamente, devido às 
alterações nos seus "relógios biológicos" e no seu cotidiano. O 
turno de trabalho é necessário nas situações em que a produção 
não pode ser interrompida por razões técnicas e/ou econômicas 
ou quando o trabalho exercido envolve interesses da coletividade, 
como por exemplo, serviços de transporte, corpo de bombeiros, 
hospitais e outros de utilidade pública. 
Os trabalhadores de turno sofrem com as condições de sono 
alteradas, problemas estomacais e outros. Este tipo de trabalho 
pode trazer outros distúrbios no ritmo biológico normal, a 
temperatura do corpo varia durante o dia, normalmente ela tem sua 
mínima na manhã e sua máxima, à noite. Isto coincide com outras 
mudanças no sistema circulatório, nos tecidos, nas atividades 
hormonais e cerebrais que estão adequadas para o trabalho 
durante o dia a sono durante a noite. 
Este ritmo biológico não se inverte completamente na mudança 
dos turnos. Sabe-se que a adaptação completa não acontece, 
mesmo depois de várias semanas. Esta é a razão pela qual o 
trabalho noturno é mais penoso e porque o sono do dia é mais 
curto e menos compensadorque o sono normal da noite. 
O trabalho em turno deve ser programado e adaptado para evitar 
que o trabalhador se isole socialmente. Para melhorar as 
condições dos trabalhadores por turnos, é recomendável agir em 
duas áreas: 
a) Melhorar a programação dos turnos: 
 
- reduzir a carga horária de trabalho; 
 
- permitir maior flexibilidade de modo a permitir que os 
trabalhadores escolham seu turno de trabalho no caso de turnos 
fixos;· 
- garantir o revezamento, uma variação com mais equipes 
geralmente é mais favorável, já que ela reduz a necessidade de 
ajuste e a frequência de turnos noturnos; 
 
- adequar períodos de descanso adequado entre os turnos; 
 
- garantir dias de descanso, principalmente aos finais de semana; 
 
- variar o período dos turnos. 
 
b) Melhorar as condições de trabalho e de vida: 
- fixar pausas para as refeições e outros intervalos durante o turno; 
 
- fornecer lugares para comer e outras instalações com comidas 
quentes e bebidas; 
 
- fornecer serviços de transporte; 
 
- assegurar serviços de primeiros socorros e supervisão médica; 
 
- fornecer locais para descanso e lazer durante os intervalos de 
trabalho; 
 
- melhorar as condições de vida; 
 
- melhorar o acesso à atualização profissional e às atividades 
sociais. 
 
Já que as dificuldades dos trabalhadores de turnos aumentam com 
o trabalho noturno, os esforços sistemáticos são particularmente 
necessários para reduzir a carga de trabalho. 
As condições, durante as horas de trabalho a lazer, estão ligadas 
intimamente e afetam o nosso bem estar. Há uma interação entre 
o homem e o seu meio ambiente total, que afeta nossa habilidade 
de enfrentar o stress. A vida social, o lazer, o hábito de fumar, o 
descanso e o relaxamento, todos estes fatores podem afetar nossa 
saúde. 
De acordo com as recentes mudanças tecnológicas e sociais, 
alguns novos modelos de organização da jornada de trabalho 
estão se difundindo, levando em consideração as necessidades 
individuais como por exemplo os horários flexíveis, meio 
expediente, horários diferenciados a outros. Estes modelos 
permitem maior flexibilidade da jornada de trabalho, mas podem 
levar a problemas com o excesso de trabalho, atritos entre grupos, 
danos nas atividades sindicais e outros. É preciso ser prudente ao 
introduzir estas novas modalidades que devem ter a aceitação dos 
trabalhadores e suas organizações representativas. 
 
 
Entenda o Que é DORT ou LER 
 
 
 
DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) ou 
LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é uma doença 
ocupacional reconhecida pela Previdência Social. Esta 
enfermidade é comum aos trabalhadores de qualquer faixa etária, 
sexo ou condição social que exercem atividades envolvendo 
movimentos repetitivos do punho e da mão, como por exemplo o 
serviço de digitação. 
A terminologia DORT é recente e substitui, o termo LER, que vinha 
sendo utilizado para conceituar este tipo de distúrbio. De acordo 
com os especialistas, o termo LER, não é correto porque pré define 
uma causa, que é a repetitividade e o seu efeito que são as lesões. 
A LER representa um grupo heterogéneo de quadros clínicos, 
alguns deles bem definidos, como a tenossinovite, sinovite e 
outros. 
Como, a terminologia já está consagrada no Brasil, sendo que a 
própria instrução do INSS sobre a matéria utiliza este termo de 
forma rotineira, da mesma forma estaremos utilizando a 
terminologia LER, no decorrer destes comentários. 
A LER é uma "síndrome clínica" caracterizada por dor crônica, 
acompanhada ou não por alterações objetivas e que se manifesta 
principalmente no pescoço, cintura e ou membros superiores. 
Como termo LER é genérico, e o médico deve sempre procurar 
determinar o diagnóstico específico. Como se refere a diversas 
patologias distintas, toma-se difícil estabelecer o tempo necessário 
para uma lesão passar a ser considerada como crônica, além 
disso, até a mesma patologia pode se instalar a evoluir de forma 
diferente, dependendo dos fatores etiológicos, isto é das causas 
íntimas e fundamentais. 
 
Principais regiões do corpo que normalmente são afetadas. 
Com todas essas limitações, o que se pode dizer é que a LER são 
patologias, manifestações ou síndromes patológicas que se instala 
insidiosamente em determinadas partes do corpo, em 
consequência do trabalho, realizado de forma inadequada. Assim 
o nexo é parte indissociável do diagnóstico que se fundamenta 
numa boa anamnese ocupacional e em relatórios profissionais que 
conhecem a situação de trabalho, permitindo a correlação do 
quadro clínico com a atividade ocupacional efetivamente 
desempenhada pelo trabalhador. 
O reconhecimento da LER como doença ocupacional, data de 
06/08/87, quando o Ministério da Previdência Social reconheceu, 
através da Portaria 4.062, a tenossinovite como doença do 
trabalho. 
Para a caracterização de um quadro clínico como LER é 
necessário definir o nexo através da anamnese ocupacional, 
exame clínico, relatórios do médico responsável pela assistência 
ao paciente, do coordenador do PCMSO e, eventualmente visita 
ao local de trabalho. 
Uma boa anamnese ocupacional deve incluir informações sobre: 
a) Ambiente de trabalho: percepção do segurado quanto à 
temperatura, ruído, poeiras e iluminamento; 
 
b) Equipamentos: qualidade dos equipamentos e ferramentas, 
manutenção, necessidade do emprego de força de corrente de 
equipamento inadequado, desvios posturais impostos pelo 
equipamento, necessidade de repetir a tarefa por falta do 
equipamento; 
 
c) Mobiliário: qualidade a manutenção, frequência de reposição, 
adaptação dos postos de trabalho à introdução de novos 
processos, desvios posturais impostos pelo mobiliário; 
 
d) Organização do trabalho: ritmo, pausas, hierarquia, horas 
extras, estímulo, à produção, rotatividade a composição de mão de 
obra quanto ao sexo a idade, relacionamento interpessoal. 
 
Caracterizado o quadro clínico como LER, deverá o empregador 
emitir a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) e dar 
prosseguimento administrativo ao caso. 
Abaixo apresentamos um resumo das principais causas, patologia 
e quadro clínico da LER: 
a) Causa: Movimentos que causam atrito excessivo entre os 
tendões e o paratendão circundante pelo uso excessivo da mão 
sendo diferente da tenossinovite infecciosa. 
 
b) Patologia: Os tendões mais frequentemente afetados são os 
músculos profundos do dorso do antebraço, especialmente os 
extensores do polegar, e os extensores radiais do punho. Ocorre 
uma reação inflamatória ao redor do tendão a suas bainhas, com 
aumento de volume pelo edema. 
 
c) Quadro clínico: Após o uso frequente, não habitual do punho ou 
da mão por um período de dias ou semanas o paciente começa a 
sentir dor no dorso do punho e no extremo distal do antebraço. A 
dor agrava-se quando se utiliza a mão enferma. Ao exame há 
aumento de volume no trajeto dos tendões afetados, geralmente 
os extensores do polegar e do punho. Se o examinador coloca sua 
mão sobre a região edemaciada, sente uma crepitação fina e 
estende os punhos e os dedos: ele é causado pelo deslizamento 
do tendão coberto de fibrina no interior do paratendão inflamado. 
 
Exemplo de alguns exercícios simples para executar durante as 
atividades repetitivas. 
 
 
 
 
 
 
Equação do NIOSH para o Levantamento Manual de Cargas 
 
A equação do NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health, 
USA) é usada para aplicação prática e para o cálculo do peso 
máximo recomendado na manipulação manual de cargas, 
podendo-se, assim, redesenhar o posto de trabalho e evitar o risco 
de sofrer de lombalgia devido à manipulação de cargas. 
 
A manipulação e o levantamento de cargas são as principais 
causas de lombalgia. Estas podem aparecer por sobre esforço ou 
como resultado de esforços repetitivos. Outros fatores como 
empurrar ou puxar cargas, as posturas inadequadas e forçadas ou 
as vibrações estão diretamente relacionados com o aparecimento 
deste distúrbio. 
O National Institute forOccupational Safety and Health – NIOSH desenvolveu 
em 1981 (NIOSH, 1981) uma equação para avaliar a manipulação 
de cargas no trabalho. Sua intenção era criar uma ferramenta para 
poder identificar os riscos de lombalgia associados à carga física 
a que estava submetido o trabalhador e recomendar um limite de 
peso adequado para cada tarefa em questão, de maneira que uma 
determinada percentagem da população – a ser fixada pelo 
usuário da equação – pudesse realizar a tarefa sem risco elevado 
de desenvolver lombalgia. Em 1991, a equação foi revista e novos 
fatores foram introduzidos: a manipulação assimétrica de cargas, 
a duração da tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade 
da pega. 
 
Além disso, discutiram-se as limitações da equação e o uso de um 
índice para a identificação de riscos. 
Tanto a equação de 1981 como a sua versão modificada em 1991 
foram elaboradas levando-se em conta três critérios: o biomecânico, 
que limita o estresse na região lombo-sacra, que é o mais 
importante em levantamentos pouco frequentes que, porém, 
requerem um sobre esforço; o critério fisiológico, que limita o 
estresse metabólico e a fadiga associada a tarefas de caráter 
repetitivo; e o critério psicofísico, que limita a carga baseando-se na 
percepção que o trabalhador tem da sua própria capacidade, 
aplicável a todo tipo de tarefa, exceto àquelas em que a frequência 
de levantamento é elevada (mais de seis levantamentos por 
minuto). 
 
 
A revisão da equação, realizada pelo comitê do NIOSH no ano de 
1994, (WATERS, T. PUTZANDERSON, V.; GARG, A.; FINE, L. 1993 e 1994) 
completa a descrição do método e as limitações de sua aplicação 
(ver tabela abaixo). De acordo com esta última revisão, a equação 
NIOSH para o levantamento de cargas determina o limite de peso 
recomendado (LPR), a partir do quociente de sete fatores, que 
serão explicados mais adiante, sendo o índice de risco associado 
ao levantamento, o quociente entre o peso da carga levantada e o 
limite de peso recomendado para essas condições concretas de 
levantamento. 
NIOSH 1994 
LPR = LC x HM x VM x DM x AM x FM x CM
 LC: constante de carga 
 HM: fator de distância horizontal 
 VM: fator de altura 
 DM: fator de deslocamento vertical 
 AM: fator de assimetria 
 FM: fator de frequência 
 CM: fator de pega 
 
 
Operadores de Caixa - O Posto de Trabalho e Manipulação de 
Mercadorias 
 
Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvam 
atividade comercial utilizando sistema de auto serviço e checou, 
como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. 
 
Em relação ao mobiliário do posto de trabalho (che-ckout ou caixa) 
e às suas dimensões, incluindo distâncias e alturas, deve-se: 
a) atender às características antropométricas de 90% dos 
trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, 
ou seja, compatibilizando as áreas de visão com a manipulação; 
 
b) assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em 
pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e 
inferiores, nessas duas situações; 
 
c) respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos 
movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e 
a torção do tronco; 
 
d) garantir um espaço adequado para livre movimentação do 
operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do 
trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; 
 
e) manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para 
apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, 
ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; 
f) colocar apoio para os pés, independente da cadeira; 
 
g) adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira 
eletromecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos 
check-outs com comprimento de 2,70 metros ou mais; 
 
h) disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e 
supervisão; 
 
i) manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os 
elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de 
forma a não causar acidentes. 
 
Em relação ao equipamento e às ferramentas utilizadas pelos 
operadores de check-out para o cumprimento de seu trabalho, 
deve-se: 
a) escolhê-los de modo a favorecer os movimentos e ações 
próprias da função, sem exigência acentuada de força, pressão, 
preensão, flexão, extensão ou torção dos segmentos corporais; 
 
b) posicioná-los no posto de trabalho dentro dos limites de alcance 
manual e visual do operador, permitindo a movimentação dos 
membros superiores e inferiores e respeitando a natureza da 
tarefa; 
 
c) garantir proteção contra acidentes de natureza mecânica ou 
elétrica nos check-outs, com base no que está previsto nas normas 
regulamentadoras do MTE ou em outras normas nacionais, 
tecnicamente reconhecidas; 
 
d) mantê-los em condições adequadas de funcionamento. 
 
Em relação ao ambiente físico de trabalho e ao conjunto do posto 
de trabalho, deve-se: 
a) manter as condições de iluminamento, ruído, conforto térmico, 
bem como a proteção contra outros fatores de risco químico e 
físico, de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas 
regulamentadoras; 
 
b) proteger os operadores de check-out contra correntes de ar, 
vento ou grandes variações climáticas, quando necessário; 
 
c) utilizar superfícies opacas, que evitem reflexos incômodos no 
campo visual do trabalhador. 
 
Na concepção do posto de trabalho do operador de check-out 
deve-se prever a possibilidade de fazer adequações ou ajustes 
localizados, exceto nos equipamentos fixos, considerando o 
conforto dos operadores. 
A manipulação de mercadorias: o empregador deve envidar esforços a 
fim de que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de 
força muscular excessiva por parte dos operadores de check-out, 
por meio da adoção de um ou mais dos seguintes itens, cuja 
escolha fica a critério da empresa: 
 
a) negociação do tamanho e volume das embalagens de 
mercadorias com fornecedores; 
 
b) uso de equipamentos e instrumentos de tecnologia adequada; 
 
c) formas alternativas de apresentação do código de barras da 
mercadoria ao leitor ótico, quando existente; 
 
d) disponibilidade de pessoal auxiliar, quando necessário; 
 
e) outras medidas que ajudem a reduzir a sobrecarga do operador 
na manipulação de mercadorias. 
 
O empregador deve adotar mecanismos auxiliares sempre que, 
em função do grande volume ou excesso de peso das 
mercadorias, houver limitação para a execução manual das tarefas 
por parte dos operadores de check-out. 
O empregador deve adotar medidas para evitar que a atividade de 
ensacamento de mercadorias se incorpore ao ciclo de trabalho 
ordinário e habitual dos operadores de check-out, tais como: 
a) manter, no mínimo, um ensacador a cada três check-outs em 
funcionamento; 
 
b) proporcionar condições que facilitem o ensacamento pelo 
cliente; 
 
c) outras medidas que se destinem ao mesmo fim. 
 
A escolha dentre as medidas relacionadas no item 3.3 é 
prerrogativa do empregador. 
A pesagem de mercadorias pelo operador de check-out só poderá 
ocorrer quando os seguintes requisitos forem atendidos 
simultaneamente: 
a) balança localizada frontalmente e próxima ao operador; 
 
b) balança nivelada com a superfície do check-out; 
 
c) continuidade entre as superfícies do check-out e da balança, 
admitindo-se até dois centímetros de descontinuidade em cada 
lado da balança; 
 
d) teclado para digitação localizado a uma distância máxima de 45 
centímetros da borda interna do check-out; 
 
e) número máximo de oito dígitos para os códigos de mercadorias 
que sejam pesadas. 
 
Para o atendimento no check-out, de pessoas idosas, gestantes, 
portadoras de deficiências ou que apresentem algum tipo de 
incapacidade momentânea, a empresa deve disponibilizar pessoal 
auxiliar, sempre que o operador de caixa solicitar. 
 
 
Operadores de Caixa - Organização e Aspectos Psicossociais do 
Trabalho 
 
A organização do trabalho: a disposição física e o númerode 
check-outs em atividade (abertos) e de operadores devem ser 
compatíveis com o fluxo de clientes, de modo a adequar o ritmo de 
trabalho às características psicofisiológicas de cada operador, por 
meio da adoção de pelo menos um dos seguintes itens, cuja 
escolha fica a critério da empresa: 
a) pessoas para apoio ou substituição, quando necessário; 
 
b) filas únicas por grupos de checkouts; 
 
c) caixas especiais (idosos, gestantes, deficientes, clientes com 
pequenas quantidades de mercadorias); 
 
d) pausas durante a jornada de trabalho; 
 
e) rodízio entre os operadores de checkouts com características 
diferentes; 
 
f) outras medidas que ajudem a manter o movimento adequado de 
atendimento sem a sobrecarga do operador de checkout. 
 
São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante 
comunicação, a qualquer momento da jornada, para que os 
operadores atendam às suas necessidades fisiológicas, 
ressalvado o intervalo para refeição previsto na Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
É vedado promover, para efeitos de remuneração ou premiação de 
qualquer espécie, sistema de avaliação do desempenho com base 
no número de mercadorias ou compras por operador. 
É atribuição do operador de checkout a verificação das 
mercadorias apresentadas, sendo-lhe vedada qualquer tarefa de 
segurança patrimonial. 
Os aspectos psicossociais do trabalho: todo trabalhador envolvido 
com o trabalho em checkout deve portar um dispositivo de 
identificação visível, com nome e/ou sobrenome, escolhido(s) pelo 
próprio trabalhador. 
É vedado obrigar o trabalhador ao uso, permanente ou temporário, 
de vestimentas ou propagandas ou maquilagem temática, que 
causem constrangimento ou firam sua dignidade pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Operadores de Caixa – Formação 
 
Informação e formação dos trabalhadores: todos os trabalhadores 
envolvidos com o trabalho de operador de checkout devem receber 
treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação 
entre o seu trabalho e a promoção à saúde. 
 
 
O treinamento deve conter noções sobre prevenção e os fatores 
de risco para a saúde, decorrentes da modalidade de trabalho de 
operador de checkout, levando em consideração os aspectos 
relacionados a: 
a) posto de trabalho; 
 
b) manipulação de mercadorias; 
 
c) organização do trabalho; 
 
d) aspectos psicossociais do trabalho; 
 
checkout. 
Cada trabalhador deve receber treinamento com duração mínima 
de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua admissão, com 
reciclagem anual e com duração mínima de duas horas, 
ministrados durante sua jornada de trabalho. 
Os trabalhadores devem ser informados com antecedência sobre 
mudanças que venham a ocorrer no processo de trabalho. 
O treinamento deve incluir, obrigatoriamente, a disponibilização de 
material didático com os tópicos mencionados no item 6.2 e 
alíneas. 
A forma do treinamento (contínuo ou intermitente, presencial ou à 
distância, por palestras, cursos ou audiovisual) fica a critério de 
cada empresa. 
A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do 
treinamento devem contar com a participação de integrantes do 
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho e da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, quando houver, e 
do coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional e dos responsáveis pela elaboração e implementação 
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 
 
 
Operadores de Telemarketing - Mobiliário do Posto de Trabalho 
 
As disposições a seguir aplicam-se a todas as empresas que 
mantêm serviço de tele atendimento/telemarketing nas 
modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento 
telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes (call centers), 
para prestação de serviços, informações e comercialização de 
produtos. 
 
Entende-se como call center o ambiente de trabalho no qual a 
principal atividade é conduzida via telefone e/ou rádio com 
utilização simultânea de terminais de computador. 
 
Este Anexo aplica-se, inclusive, a setores de empresas e postos 
de trabalho dedicados a esta atividade, além daquelas empresas 
especificamente voltadas para essa atividade-fim. 
Entende-se como trabalho de tele atendimento/telemarketing 
aquele cuja comunicação com interlocutores clientes e usuários é 
realizada à distância por intermédio da voz e/ou mensagens 
eletrônicas, com a utilização simultânea de equipamentos de 
audição/escuta e fala telefônica e sistemas informatizados ou 
manuais de processamento de dados. 
 
 
MOBILIÁRIO DO POSTO DE TRABALHO: 
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé 
deve ser proporcionado ao trabalhador mobiliário que atenda aos 
itens 17.3.2, 17.3.3 e 17.3.4 e alíneas, da Norma Regulamentadora 
n.º 17 (NR 17) e que permita variações posturais, com ajustes de 
fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para seu 
conforto, atendendo, no mínimo, aos seguintes parâmetros: 
a) o monitor de vídeo e o teclado devem estar apoiados em 
superfícies com mecanismos de regulagem independentes; 
 
b) será aceita superfície regulável única para teclado e monitor 
quando este for dotado de regulagem independente de, no mínimo, 
26 (vinte e seis) centímetros no plano vertical; 
 
c) a bancada sem material de consulta deve ter, no mínimo, 
profundidade de 75 (setenta e cinco) centímetros medidos a partir 
de sua borda frontal e largura de 90 (noventa) centímetros que 
proporcionem zonas de alcance manual de, no máximo, 65 
(sessenta e cinco) centímetros de raio em cada lado, medidas 
centradas nos ombros do operador em posição de trabalho; 
 
d) a bancada com material de consulta deve ter, no mínimo, 
profundidade de 90 (noventa) centímetros a partir de sua borda 
frontal e largura de 100 (cem) centímetros que proporcionem 
zonas de alcance manual de, no máximo, 65 (sessenta e cinco) 
centímetros de raio em cada lado, medidas centradas nos ombros 
do operador em posição de trabalho, para livre utilização e acesso 
de documentos; 
 
e) o plano de trabalho deve ter bordas arredondadas; 
 
f) as superfícies de trabalho devem ser reguláveis em altura em um 
intervalo mínimo de 13 (treze) centímetros, medidos de sua face 
superior, permitindo o apoio das plantas dos pés no piso; 
 
g) o dispositivo de apontamento na tela (mouse) deve estar 
apoiado na mesma superfície do teclado, colocado em área de fácil 
alcance e com espaço suficiente para sua livre utilização; 
 
h) o espaço sob a superfície de trabalho deve ter profundidade livre 
mínima de 45 (quarenta e cinco) centímetros ao nível dos joelhos 
e de 70 (setenta) centímetros ao nível dos pés, medidos de sua 
borda frontal; 
 
i) nos casos em que os pés do operador não alcançarem o piso, 
mesmo após a regulagem do assento, deverá ser fornecido apoio 
para os pés que se adapte ao comprimento das pernas do 
trabalhador, permitindo o apoio das plantas dos pés, com 
inclinação ajustável e superfície revestida de material 
antiderrapante; 
 
j) os assentos devem ser dotados de: 
 
1. apoio em 05 (cinco) pés, com rodízios cuja resistência evite 
deslocamentos involuntários e que não comprometam a 
estabilidade do assento; 
 
2. superfícies onde ocorre contato corporal estofadas e revestidas 
de material que permita a perspiração; 
 
3. base estofada com material de densidade entre 40 (quarenta) a 
50 (cinquenta) kg/m3; 
 
4. altura da superfície superior ajustável, em relação ao piso, entre 
37 (trinta e sete) e 50 (cinquenta) centímetros, podendo ser 
adotados até 03 (três) tipos de cadeiras com alturas diferentes, de 
forma a atender as necessidades de todos os operadores; 
 
5. profundidade útil de 38 (trinta e oito) a 46 (quarenta e seis) 
centímetros; 
 
6. borda frontal arredondada; 
 
7. características de pouca ou nenhuma conformação na base; 
 
8. encosto ajustável em altura e em sentido anteroposterior, com 
forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região 
lombar; largura de, no mínimo, 40 (quarenta) centímetros e, com 
relação aos encostos, deno mínimo, 30,5 (trinta vírgula cinco) 
centímetros; 
 
9. apoio de braços regulável em altura de 20 (vinte) a 25 (vinte e 
cinco) centímetros a partir do assento, sendo que seu comprimento 
não deve interferir no movimento de aproximação da cadeira em 
relação à mesa, nem com os movimentos inerentes à execução da 
tarefa. 
 
 
Operadores de Telemarketing - Equipamentos e Ambiente do 
Posto de Trabalho 
 
EQUIPAMENTOS DOS POSTOS DE TRABALHO: 
 
Devem ser fornecidos gratuitamente conjuntos de microfone e fone 
de ouvido (head-sets) individuais, que permitam ao operador a 
alternância do uso das orelhas ao longo da jornada de trabalho e 
que sejam substituídos sempre que apresentarem defeitos ou 
desgaste devido ao uso. 
Alternativamente, poderá ser fornecido um head set para cada posto 
de atendimento, desde que as partes que permitam qualquer 
espécie de contágio ou risco à saúde sejam de uso individual. 
 
Os head-sets devem: 
 
a) ter garantidas pelo empregador a correta higienização e as 
condições operacionais recomendadas pelos fabricantes; 
 
b) ser substituídos prontamente quando situações irregulares de 
funcionamento forem detectadas pelo operador; 
 
c) ter seus dispositivos de operação e controles de fácil uso e 
alcance; 
 
d) permitir ajuste individual da intensidade do nível sonoro e ser 
providos de sistema de proteção contra choques acústicos e ruídos 
indesejáveis de alta intensidade, garantindo o entendimento das 
mensagens. 
 
O empregador deve garantir o correto funcionamento e a 
manutenção contínua dos equipamentos de comunicação, 
incluindo os conjuntos de head-sets, utilizando pessoal técnico 
familiarizado com as recomendações dos fabricantes. 
Os monitores de vídeo devem proporcionar corretos ângulos de 
visão e ser posicionados frontalmente ao operador, devendo ser 
dotados de regulagem que permita o correto ajuste da tela à 
iluminação do ambiente, protegendo o trabalhador contra reflexos 
indesejáveis. 
 
Toda introdução de novos métodos ou dispositivos tecnológicos 
que traga alterações sobre os modos operatórios dos 
trabalhadores deve ser alvo de análise ergonômica prévia, 
prevendo-se períodos e procedimentos adequados de capacitação 
e adaptação. 
 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO: 
 
Os locais de trabalho devem ser dotados de condições acústicas 
adequadas à comunicação telefônica, adotando-se medidas tais 
como o arranjo físico geral e dos postos de trabalho, pisos e 
paredes, isolamento acústico do ruído externo, tamanho, forma, 
revestimento e distribuição das divisórias entre os postos, com o 
fim de atender o disposto no item17.5.2, alínea “a” da NR-17. 
Os ambientes de trabalho devem atender ao disposto no subitem 
17.5.2 da NR-17, obedecendo-se, no mínimo, aos seguintes 
parâmetros: 
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, 
norma brasileira registrada no INMETRO, observando o nível de 
ruído aceitável para efeito de conforto de até 65 dB(A) e a curva 
de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB; 
 
b) índice de temperatura efetiva entre 20º e 23ºC; 
 
c) velocidade do ar não superior a 0,75 m/s; 
 
d) umidade relativa do ar não inferior a 40% (quarenta por cento). 
 
Devem ser implementados projetos adequados de climatização 
dos ambientes de trabalho que permitam distribuição homogênea 
das temperaturas e fluxos de ar utilizando, se necessário, controles 
locais e/ou setorizados da temperatura, velocidade e direção dos 
fluxos. 
As empresas podem instalar higrômetros ou outros equipamentos 
que permitam ao trabalhador acompanhar a temperatura efetiva e 
a umidade do ar do ambiente de trabalho. 
Para a prevenção da chamada “síndrome do edifício doente”, 
devem ser atendidos: 
a) o Regulamento Técnico do Ministério da Saúde sobre 
“Qualidade do Ar de Interiores em Ambientes Climatizados”, com 
redação da Portaria MS n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998 ou 
outra que a venha substituir; 
 
b) os Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em 
ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, 
com redação dada pela Resolução RE n.º 9, de 16 de janeiro de 
2003, da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou 
outra que a venha substituir, à exceção dos parâmetros físicos de 
temperatura e umidade definidos no item 4.2 deste Anexo; 
c) o disposto no item 9.3.5.1 da Norma Regulamentadora n.º 9 (NR 
9). 
 
A documentação prevista nas alíneas “a” e “b” deverá estar 
disponível à fiscalização do trabalho. 
As instalações das centrais de ar condicionado, especialmente o 
plenum de mistura da casa de máquinas, não devem ser utilizadas 
para armazenamento de quaisquer materiais. 
A descarga de água de condensado não poderá manter qualquer 
ligação com a rede de esgoto cloacal. 
 
 
Operadores de Telemarketing - Organização do Trabalho 
 
A organização do trabalho deve ser feita de forma a não haver 
atividades aos domingos e feriados, seja total ou parcial, com 
exceção das empresas autorizadas previamente pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, conforme o previsto no Artigo 68, “caput”, da 
CLT e das atividades previstas em lei. 
Aos trabalhadores é assegurado, nos casos previamente 
autorizados, pelo menos um dia de repouso semanal remunerado 
coincidente com o domingo a cada mês, independentemente de 
metas, faltas e/ou produtividade. 
As escalas de fins de semana e de feriados devem ser 
especificadas e informadas aos trabalhadores com a antecedência 
necessária, de conformidade com os Artigos 67, parágrafo único, 
e 386 da CLT, ou por intermédio de acordos ou convenções 
coletivas. 
Os empregadores devem levar em consideração as necessidades 
dos operadores na elaboração das escalas laborais que 
acomodem necessidades especiais da vida familiar dos 
trabalhadores com dependentes sob seus cuidados, 
especialmente nutrizes, incluindo flexibilidade especial para trocas 
de horários e utilização das pausas. 
A duração das jornadas de trabalho somente poderá prolongar-se 
além do limite previsto nos termos da lei em casos excepcionais, 
por motivo de força maior, necessidade imperiosa ou para a 
realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução 
possa acarretar prejuízo manifesto, conforme dispõe o Artigo 61 
da CLT, realizando a comunicação à autoridade competente, 
prevista no §1º do mesmo artigo, no prazo de 10 (dez) dias. 
Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um 
descanso mínimo de 15 (quinze) minutos antes do início do 
período extraordinário do trabalho, de acordo com o Artigo 384 da 
CLT. 
O contingente de operadores deve ser dimensionado às demandas 
da produção no sentido de não gerar sobrecarga habitual ao 
trabalhador. 
O contingente de operadores em cada estabelecimento deve ser 
suficiente para garantir que todos possam usufruir as pausas e 
intervalos previstos neste Anexo. 
O tempo de trabalho em efetiva atividade de tele 
atendimento/telemarketing é de, no máximo, 06 (seis) horas 
diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. 
A prorrogação do tempo previsto no presente item só será 
admissível nos termos da legislação, sem prejuízo das pausas 
previstas neste Anexo, respeitado o limite de 36 (trinta e seis) 
horas semanais de tempo efetivo em atividade de tele 
atendimento/telemarketing. 
Para o cálculo do tempo efetivo em atividade de tele 
atendimento/telemarketing devem ser computados os períodos em 
que o operador encontra-se no posto de trabalho, os intervalos 
entre os ciclos laborais e os deslocamentos para solução de 
questões relacionadas ao trabalho. 
Para prevenir sobrecarga psíquica, muscular estática de pescoço, 
ombros, dorso e membros superiores, as empresas devem permitir 
a fruição de pausas de descanso e intervalos para repouso e 
alimentação aos trabalhadores. 
As pausas deverão ser concedidas: 
a) fora do posto de trabalho; 
 
b) em 02 (dois) períodos de 10 (dez) minutos contínuos; 
 
c) após os primeiros e antes dos últimos 60 (sessenta) minutos de 
trabalho em atividade

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