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lei 11 101 e fraude contra credores

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A LEI 11.101 E A FRAUDE A CREDORES
Previsto no Artigo 168 da Lei de Falência e Recuperação de Empresas, o crime de fraude a credores está descrito na seguinte forma, vejamos:
"Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.
Pena — reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa."
Se trata de crime próprio, ou seja, aquele que só pode ser cometido por um determinado grupo de pessoas, pela condição ou qualidade pessoal do agente, que no nosso caso é o empresário, falido ou em recuperação judicial ou extrajudicial. Em se tratando de coautoria, o referido artigo diz em seu § 3°:
"Art. 168 [...] § 3º. Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas neste artigo, na medida de sua capacidade."
Em suma, o § 3° permite que os contadores, técnicos, contábeis, auditores e demais profissionais que de algum modo concorreram nas condutas criminosas deste artigo, porém cada um na medida da sua culpabilidade.
Seguindo essa mesma linha, o artigo 179 da LFRE permite que as sociedades, os sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros e o administrador judicial, se equiparem na figura do devedor/falido, podendo também estes responder pelo fato típico contido no artigo 168. Dispõe o artigo 179:
"Art. 179. Na falência, na recuperação judicial e na recuperação extrajudicial de sociedades, os seus sócios, diretores, gerentes, administradores, e conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, equiparam-se ao devedor ou falido para todos os efeitos penais decorrentes desta Lei, na medida de sua culpabilidade."
O sujeito passivo do artigo citado, são todos os credores que sofreram todo e qualquer tipo de prejuízo por via do ato fraudulento, ainda haverá chance da administração da justiça ser sujeito passivo, desde que a fraude ocorra após sentença de falência ou recuperação judicial/extrajudicial.
O elemento subjetivo do crime fica claro na expressão “com fim de”, ou seja, trata-se de dolo direto, pois fica eludido a intenção de obter de alguma forma vantagem indevida em relação aos credores.
Vale ressaltar que é necessário que a prática do fato típico, deva ocorrer antes ou depois da sentença que decrete falência, ou recuperação judicial/extrajudicial e quanto ao resultado, não é necessário que os credores sofram prejuízo, pois é classificado como crime de perigo (com entendimento do Supremo Tribunal de Justiça) ou seja, basta que o agente tenha interesse em praticar o ato fraudulento.
O ato fraudulento não fora fixado na LFRE, porém, o autor Edílson Enedino, embasado no artigo 185 da Lei nº 5.172, entende que possa ser através de alienação ou oneração de bens ou rendas, simulação, falsidade, dolo, entre outros. Quanto a isso, o artigo 130 da LFRE disserta sobre esses atos:
"Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida."
Os seja, todos os atos que tenham intenção de prejudicar credores, serão revogados desde que prove-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que ele contratar.
Ainda há hipótese do ato fraudulento beneficiar um credor, causando prejuízo nos demais, prevendo isso, a LFRE versa sobre isso no seu artigo 172:
"Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar plano de recuperação extrajudicial, ato de disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o credor que, em conluio, possa beneficiar-se de ato previsto no caput deste artigo."
Ademais, essa é a visão da fraude contra credores sobre o olhar da Lei de Falência e Recuperação de Empresas.

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