Grátis
9 pág.

protese sobre implante Capitulo3
Denunciar
5 de 5 estrelas









4 avaliações
Enviado por
Diogo Henrique Vaz de Souza
5 de 5 estrelas









4 avaliações
Enviado por
Diogo Henrique Vaz de Souza
Pré-visualização | Página 1 de 5
O segundo capítulo do Curso abordou o tema "Considerações oclusais em prótese sobreimplante". Em continuidade ao assunto, o terceiro capítulo discutirá, nesta edição, a "Prótese sobreimplantes no segmento posterior”. V. 3 | No 4 | Julho • Agosto | 2006| 336 PR ÓT ES E SO BR EI M PL AN TE REFERENCIAIS ESTÉTICOS E FUNCIONAIS - DIRETRIZES BÁSICAS O planejamento protético para colocação de implan- tes em segmentos posteriores exige toda atenção e capri- cho por parte do profissional face às exigências funcionais e detalhes oclusais que envolvem a restauração protética. Em consideração ao tema, talvez fosse o segmento posterior melhor definido como área de carga e o segmen- to anterior como área estética. Porém, ao se abordar a colo- cação de implantes em área de carga, o planejamento deve ser abrangente tanto do ponto de vista funcional quanto do ponto de vista estético, em razão do envolvimento das fa- ces vestibulares de pré-molares e molares superiores no sor- riso do paciente. Sendyk, Sendyk24 (2002) estabeleceram quatro postulados que ajudam, sobremaneira, na orienta- ção do planejamento protético: 1. O implante instalado não pode impedir a posterior con- fecção da peça protética por qualquer motivo. 2. Os implantes osseointegrados devem estar sempre imóveis. 3. Os implantes não devem apresentar dor ou desconforto. 4. O tecido ósseo ao qual se prendem deve permanecer es- tável através do tempo. As expectativas do paciente que o motivam a reali- zar o tratamento com implantes osseointegrados são da mais variada ordem mas, tecnicamente, pode-se centrali- zar no conforto em relação às próteses mucossuportadas e, até mesmo, a possibilidade de se ter elementos indivi- duais em lugar de pônticos de próteses fixas. Independente do motivo apresentado, quais seriam as diretrizes que o protesista deve seguir em seus planejamentos? Como se tornar um profissional referidor de implantes e participar ativamente do planejamento dos casos clínicos? Como se- lecionar o sistema de implantes mais indicado a cada caso em questão? Como orientar o técnico na confecção de suas próteses sobreimplantes? Como incorporar a excelência em seus trabalhos de reabilitação oral, seja em dentes na- turais ou em implantes? Estas são algumas das questões que serão abordadas neste capítulo. Prótese sobreimplantes no segmento posterior César Augusto Arita* REFERÊNCIAS E PARÂMETROS OCLUSAIS – IMPORTÂNCIA DO ENCERAMENTO DE DIAGNÓSTICO Referenciais oclusais e estéticos da futura prótese devem ser antecipados através do enceramento de diag- nóstico, evitando que procedimentos protéticos sejam de- cididos somente depois da instalação dos implantes (Fi- guras 1a, 1b, 1c e 1d). O primeiro postulado acima citado, “O implante instalado não pode impedir a posterior confecção da peça protética por qualquer motivo” – destaca a importân- cia da participação do protesista no planejamento inicial através da análise oclusal. Este será responsável na con- dução do caso antes – restabelecendo referenciais e parâ- metros oclusais através da prótese pré-implante – e de- pois da instalação dos implantes quando cumprir o perío- do necessário para a osseointegração – confeccionando a prótese sobreimplante propriamente dita. * ITI speaker, mestre e doutor em Reabilitação Oral e professor do curso de Especialização de Implantes da Aorp - Associação Odontológica de Ribeirão Preto. Figuras 1a - Enceramento de diagnóstico da arcada inferior com dispositivo de Passadore para o restabelecimento do plano oclusal; 1b - Mesmo dispositivo reproduzindo na prótese definitiva os referenciais determinados na fase inicial; 1c - Vista oclusal da peça terminada; 1d - Vista anterior da peça em posição. (TPD Daniela Moro) A C D B V. 3 | No 4 | Julho • Agosto | 2006 337 | PR ÓT ES E SO BR EI M PL AN TE REFERENCIAIS CLÍNICOS – ESCALA DE VALORES DE -10 ATÉ 10 A reabilitação sobreimplante na região posterior en- volve conhecimentos de ordem funcional, estética e suas res- pectivas limitações anatômicas. Estabelece-se que esta fase inicial seja qualificada em preparar o paciente até o estágio “zero”, partindo-se de uma escala de -10 até o 10 (Tabela 1). TABELA 1 - ESCALA DE VALORES DE -10 ATÉ 0 E DE 0 ATÉ 10, ONDE SE DISTRIBUI OS DIFERENTES PROCEDIMENTOS ENVOLVIDOS EM REABILITAÇÃO ORAL Uma vista do caso clínico ilustrado na Figura 2, pode classificá-lo em um estágio de -10, face à falta de parâme- tros oclusais que necessitam ser restabelecidos para o pos- terior planejamento da prótese sobreimplante. Nesta etapa – a cargo do protesista – devem-se recu- perar os referenciais oclusais e parâmetros neuromuscula- res, restabelecer a dimensão vertical e a posição maxiloman- dibular de referência (relação cêntrica) e promover o ence- ramento de diagnóstico nestas novas condições. A substi- tuição por próteses temporárias pré-implantes darão no- vos parâmetros neuromusculares ao paciente e ter-se-á mais tempo para uma resposta adaptativa a esta nova condição. Também neste estágio, através do enceramento de diag- nóstico, o protesista deve definir os sítios potenciais para a colocação de implantes, preparando a guia radiográfica/to- mográfica e a guia cirúrgica. O posicionamento dos implan- tes deve respeitar as limitações anatômicas (a serem estu- dadas posteriormente junto com o cirurgião) de ordem ge- ral - como a densidade óssea - e de ordem específica - loca- lização do canal mandibular e loja da glândula submandi- bular, no caso da mandíbula e a parede do seio maxilar no caso de implantes em maxila. Como regra de excelência, “O implante deve ser o pro- longamento de um dente encerado, e não o contrário”. Deve-se determinar o local do centro do implante, mantendo-o em uma zona de conforto, ou seja, a uma distância de 2,5 mm da raiz do dente adjacente e de 3,0 mm de outro implante. Des- ta forma, cabe ao protesista fazer o projeto das futuras raízes e/ou pônticos, mantendo estes valores mínimos e adaptan- do-os, da melhor maneira, ao espaço a ser reabilitado. Ter- minada esta etapa, perfura-se o guia no centro dos dentes planejados e prende-se material radiopaco da espessura de 0,7 mm (fio ortodôntico ou guta-percha), obedecendo a in- clinação protética ideal. Toma-se uma radiografia periapical para determinar se a angulação mesiodistal em estudo não implica em riscos para raízes de dentes adjacentes (Figuras 3a, 3b, 3c e 3d) podendo-se, nesta etapa, testar novas incli- nações através da modificação do material radiopaco. Esta mesma guia poderá servir de parâmetros vestíbulo- lingual ao ser utilizada em exames de tomografia computadori- zada. A sua localização, em cortes coronais, dará informações precisas ao cirurgião sobre a inclinação vestíbulo-lingual do implante planejado pelo protesista, as dimensões ósseas deste local (possibilitando o cálculo do diâmetro ideal do implante) bem como indicar a presença de acidentes anatômicos e re- giões nobres do ponto de vista cirúrgico (Figuras 4a e 4b). Figura 2 - Vista anterior de um caso clínico que necessita do restabelecimento de parâmetros oclu- sais básicos que servirão de referên- cia para o planeja- mento da prótese sobreimplante. Figuras 3a - Guia radiográfica para avaliação da inclinação mesiodistal que deve- rá ser instalado o implante; 3b - Tomada radiográfica periapical mostrando a traje- tória em estudo; 3c - Modificação da trajetória para desviar da raiz inclinada; 3d - Implantes posicionados de acordo com a guia radiográfica/cirúrgica. (Caso clínico realizado no curso de Especialização de Implantodontia) Figuras 4a - Guia tomográfico com material radio- gráfico em posição, reproduzindo a inclinação dese- jada do implante para estudo tomográfico; 4b - Corte coronal localizando o material radiopaco. Nota-se que a posição planejada inicialmente deve- rá ser modificada