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Resumo-livro-INICIAÇÃO A HISTÓRIA DA FILOSOFIA-itemB-parte5-Tomás-de-Aquino

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Resumo – Parte II do Livro “Iniciação à História da Filosofia – Dos Pré-
Socráticos a Wittgenstein” 
Marcondes, D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASTANHAL 
Abril/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filosofia da Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASTANHAL 
Abril/2019 
 
 
Trabalho apresentado a Faculdade 
Estácio de Castanhal, como parte dos 
requisitos para obtenção de nota da 
Disciplina: Filosofia da Educação, 
Docente: Cassiano Simão, Discentes: 
 
 O CONTEXTO DE SURGIMENTO DA ESCOLASTICA 
Santo Agostinho é considerado o último dos pensadores antigos e o primeiro 
dos medievais. Porque sua obra é de grande originalidade, que influencia 
muitos nos rumos que tomava o pensamento medieval. Com a morte dele até 
nos séculos XI-XII a produção filosofia e cultural em geral no mundo europeu 
teve um grande declínio. 
Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um 
pensador fundamental para a mediação entre a filosofia antiga e a filosofia 
Cristã medieval, foi também um belo funcionário de Teodorico (rei dos 
ostrogodos), rei da Itália, ele escreveu comentários na lógica de Aristóteles e 
teve muita influencia no período medieval; “A consolação da filosofia” um livro 
que foi escrito dentro da prisão que pode ser considerada uma das obras mais 
famosas de espiritualidade de Boécio. 
As culturas Bárbaras que se estabeleceram na Europa Ocidental, não tinham 
conhecimentos e pela filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a 
morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar. 
São Bento, em 529, fundou na Itália a ordem monóstica Benedita, ela é a mais 
antiga ordem religiosa católica que se baseia na observância dos preconceitos 
designados a regular convivência social. 
Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre seu filho e os 
sucessores. Essa divisão perdurará, significando a separação entre o território 
da França e o do Império que ressurge no final do século X. 
Em torno do século XI-XIII que veio o surgimento assim chamado pensamento 
“Escolástico” como ficou conhecida a filosofia medieval. 
 
 Santo Anselmo e o desenvolvimento da Escolástica 
Santo Anselmo nasceu em Aosta no norte da Itália em 1033, foi monge 
Beneditino em Bec na França. Em 1093 se tornou Arcebispo de Canterbury. 
Faleceu em 1109 em conflito com o rei da Inglaterra. 
Santo Anselmo é considerado por muitos o primeiro grande pensador da 
Escolástica, Para elaborar sua filosofia usou a preocupação em articular a fé e 
o entendimento, a razão e a revelação. Em sua época a igreja não conhecia 
“fronteiras” bem como também a mobilidade geográfica típica da vida de um 
eclesiástico da época, as ordens religiosas da época possuíam Abadias e 
conventos nos diferentes territórios da Itália, França e Alemanha; lugares onde 
o latim era a língua franca, conhecida e falada por todos os que possuíam certo 
grau de instrução, o que facilitava a comunicação. 
 Os abades e priores de convento eram na prática senhores 
feudais proprietários de terras e desfrutavam de grande 
autonomia e autoridade, não só espiritual, mas tambeém 
política. 
Santo Anselmo seguia a tradição agostiniana, procurando a aproximação entre 
a filosofia e a teologia, consagrando a fórmula credo ut intelligam, “creio para 
compreender” e tinha como lema fides quaerens intellectum, “ a fé buscando a 
compreensão”. foi o autor de inúmeros tratados de filosofia e teologia, sua 
principal contribuição á filosofia, consiste na formulação do famoso argumento 
ontológico, como ficou conhecido posteriormente. Foi um dos argumentos 
mais clássicos da tradição filosófica e foi questionado por muitos outros 
filósofos da idade média, dentre eles: Tomás de Aquino, Descartes, Kant na “ 
dialética transcendental”. 
Santo Anselmo formula esse argumento em seu pequeno tratado Proslogion, 
como uma prova da existência de Deus, tentando demostrar que do conceito 
de Deus como um ser perfeito deriva-se a sua existência e que, portanto, 
alguém que entenda esse conceito não pode coerentemente duvidar da 
existência de Deus. (argumento ontológico). 
O argumento tem uma estrutura simples, embora suas implicações sejam 
bastante complexas. Santo Anselmo começa tomando como exemplo uma 
passagem dos salmos (14,1). “ diz o insensato em seu coração: Deus não 
existe”. No entanto, segundo o argumento um ser do qual não se pode pensar 
nada maior não poderia existir apenas no pensamento. 
As implicações no argumento de santo Anselmo foram discutidas á exaustão. 
Já em sua época o monge Gaunilo levantou objeções ao argumento em seu 
livro em defesa de um insipiente. Segundo ele, poderíamos pensar no caso da 
ilha perdida, a ilha mais perfeita, e o simples pensar nessa ilha acarretaria sua 
existência pelo mesmo tipo de raciocínio. Santo Anselmo respondeu que 
apenas Deus é o ser necessário e por isso é diferente da ilha ou de qualquer 
outra coisa ;nesse sentido o argumento só seria aplicável á Deus. Introduz 
assim a noção de necessidade como central para o argumento. 
 O segundo problema importante diz respeito á noção de necessidade. Se de 
fato pode-se argumentar que a existência não é um predicado, por outro lado 
parece legítimo sustentar que a existência necessária é um grupo predicado. é 
contraditório afirmar que o ser necessário não existe, por isso segundo santo 
Anselmo, Deus é o ens realissimun ( o ser mais real). 
 Filosofia Árabe – Um encontro entre o Ocidente e Oriente 
Nesse contexto, a história vai reconhecer a importância da influencia na 
formação da filosofia ocidental dentro do pensamento de Aristóteles. A cultura 
Árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão, o que isso tem em comum? 
Um dos fatores principais foi a expansão da cultura grega pelo oriente médio. 
Alexandre e seu exército poderoso conseguiram chegar até a Índia. E após sua 
morte outros reinos surgiram e foram fundados por seus sucessores. 
Em grande parte desse território as linguagens gregas e a linguagem local 
foram mantidas nesses territórios. Antioquia, Pérgamo e Alexandria foram os 
principais núcleos dessa cultura, chegando até os Árabes. 
Chegando no período Cristão, houve condenações por causa das heresias, é 
também alguns seguidores buscassem exilio no Oriente que ficava na Síria e 
na Mesopotâmia. Por causa desses os Nestoriamos foram todos para essa 
região, formando também um núcleo na Índia. Esses Cristãos tinham 
conhecimento da filosofia e da ciência. 
Foi ai que houve o fechamento das escolas pagãs e deixaram raízes da cultura 
grega. Esse povo árabe era um povo nômade e viviam em tribos. Foi quando o 
profeta Maomé assume a liderança religiosa. Após sua morte os seus 
sucessores os calefias expandiram o islamismo. Os árabes que souberam 
aproveitar valorizando a cultura a ciência e a filosofia, a matemática e a 
química. 
Após a conquista da África a conversão islã, os árabes invadiram conquistando 
a península ibérica. Chegando finalmente a França foram derrotados, 
finalmente esses países tornaram-se independentes tendo sua autonomia. 
Então os árabes estabeleceram sua cultura indiscutivelmente superior a que lá 
estavam. 
A filosofia escolástica deve-se principalmente as influências do pensamento 
árabe, o exemplo disto é o seu conhecimento de obra cientifica e filosófica de 
Aristóteles. Em alguns casos alguns filósofos restringiam o conhecimento dos 
filósofos gregos do ocidente em alguns textos de Platão. 
Os árabes praticamente conheciam toda a obra de Aristóteles e então 
dedicaram-sea comentá-la nesse meio haviam vários pensadores, um deles 
(Averróis 1126 – 1198) foi o principal comentador de Aristóteles do ocidente foi 
por causa de obra que Aristóteles tornou-se conhecido no cristão latino. 
Tínhamos também os judeus e foram os pensadores Árabes, o mais importante 
entre eles era Moisés e Maimondes. Seus estudos em pensamentos eram 
baseados em: o povo árabe estava sendo bastante tolerante em relação a 
cultura e religião. Nesse meio havia uma população cristã. Os árabes que 
tiveram liberdade de cultuar. No meio de tudo isso tinham povos misturados, 
como povos cristãos misturados do islamismo que formavam uma ponte entre 
as duas culturas. Haviam também judeus do oriente que mantiam sua religião e 
costumes. 
 Trajetória de Tomás de Aquino 
O filosofo Tomás de Aquino (1224-1274) nasceu em Nápoles de família nobre. 
Entrou em 1244 para a Ordem dos dominicanos apesar da oposição da família. 
Em 1245 foi estudar em Paris, da qual também foi professor. Sob a influência 
de seu mestre, o também dominicano Alberto Margo (1206-80). Sua primeira 
grande obra foi “De ente et essentia” (sobre o ente e a essência). Escreveu 
também tratado como a “Summa contra gentiles” (Suma contra os gentios) que 
foi dirigida aos judeus e árabes. Depois veio também “De veritate” (sobre a 
verdade 1256-59) e finalmente a sua principal obra “Suma theologica” (1265-
73), que permaneceu incompleta. 
São as passagens contidas nesta ultima que o autor do livro baseia a sua 
análise. No contexto da condenação da filosofia de Aristóteles, sua obra foi 
censurada (1277). Entretanto, por causa da importância da sua obra, com o 
apoio dos frades dominicanos, ela continuou a ser estudada. Sendo 
reconhecida pela igreja logo em seguida. Em 1323 é canonizado, e no período 
da contrarreforma, mais tarde, o Concílio de Trento (1567) o declara doutor da 
igreja. 
Sua obra é depositada no altar ao lado da bíblia, passando a considera-lo de 
importância central no combate e refutação do protestantismo. Interessante 
notar que a mesma igreja que outrora condenava suas ideias; logo em seguida 
“muda de posição” e o reconhece como “santo” e de grande importância dentro 
do contexto eclesial. 
 Sua Filosofia 
Com relação a sua filosofia, o texto irá focar numa passagem central da sua 
principal obra “Suma theologica”, cujo o conteúdo é dividido em torno de três 
grandes tratados. Esses tratados se subdividem em questões, que analisam os 
principais aspectos de seus temas. As questões, por sua vez, se desdobram 
em artigos em que Tomás de Aquino examina as várias posições acerca 
desses temas, formula objeções a elas e, seguindo o pensamento aristotélico, 
elabora suas próprias soluções e respostas. 
A segunda questão do primeiro tratado tem como tema “a existência de Deus”. 
O primeiro artigo foi dividido em três argumentos e parte do seguinte 
problema: “Se a existência de Deus é autoevidente”. De acordo com a 
estratégia de Tomás de Aquino, inicia-se examinando as teses a favor dessa 
posição para depois refutá-las. 
O primeiro argumento consiste em entender o conhecimento autoevidente 
como inato natural ao homem. Ou seja, o conhecimento de Deus seria natural 
ao homem, portanto autoevidente. Em resposta, Tomás de Aquino (TAQ) vai 
dizer que, na verdade, o homem trás consigo um conhecimento natural confuso 
de Deus. Usa o exemplo da Felicidade do homem. Ora, alguma coisa que é 
felicidade para uma pessoa; da mesma forma, pode não ser para outra. O 
segundo argumento faz referencia a prova ontológica de Anselmo de 
Canterbury, que afirma a existência de Deus no intelecto, se entendido pelo 
sujeito, este deve aceitar a existência real de Deus. “Se penso, logo existo”. Em 
resposta, o monge dominicano irá rejeitar a passagem do entendimento da 
definição de Deus; isto é, sua existência no intelecto, para sua existência real. 
Porque essa definição poderia ser não aceita e, portanto, estaria pressupondo 
o que quer demonstrar, e porque a existência no intelecto seria diferente da 
existência no real. O terceiro argumento baseia-se na noção de que a 
verdade é autoevidente, já que impossível negar a verdade, pois aquele que a 
nega supõe que sua afirmação seja verdadeira. Ora, a biografia de Jesus em 
João (14, 6) proclama que Deus é a verdade, portanto a existência de Deus é 
autoevidente. Para ilustrar essa passagem se pode pensar da seguinte forma, 
se a verdade for tomada como algo concreto e abstraindo dos possíveis 
conceitos que ela venha trazer, dentro de um universo no qual alguém afirma 
“a verdade não existe”, essa negação se o interlocutor supõe que seja 
verdadeira: bingo! Não se pode negar a verdade porque a afirmação de que ela 
não existe é em si uma verdade, a tornando assim, autoevidente. Por outro 
lado, pode-se dizer que é um argumento em circulo, mas não inválido. Mas 
retornando ao assunto, Tomás de Aquino vai responder a essa questão 
dizendo que a existência da verdade em geral é autoevidente, mas não de uma 
verdade primeira determinada. Além disso, conforme Aristóteles, porque eu 
posso pensar que Deus não existe (sendo essa uma verdade autoevidente, a 
qual eu não posso pensar o oposto): A existência de Deus não é autoevidente 
– pelo que entendemos, essa foi uma regra que Tomás de Aquino concordou e 
seguiu. A sua conclusão fica assim, como não conhecemos diretamente a 
essência de Deus, Deus não é autoevidente precisando ser demonstrado por 
meio daquilo que conhecemos. 
O segundo artigo, discute o problema “se a existência de Deus pode ser 
demonstrada”. E seguindo a mesma linha de raciocínio investigativo, conforme 
artigo anterior supõe que não pode ser demonstrada, devendo ser considerada 
autoevidente. 
O primeiro argumento, afirma que a existência de Deus não pode ser 
demonstrada uma vez que é um artigo de fé: uma demonstração produz 
conhecimento e Deus não é conhecido como tal. Sobre isso, Tomás de 
Aquino refuta: a existência de Deus e de seus atributos enquanto elementos 
da razão natural não são artigos de fé, mas pressupostos destes. Fé pressupõe 
a razão então? O segundo argumento, vai dizer que não se pode demonstrar 
que Deus existe porque a essência de Deus não pode ser conhecida e a 
essência é proposta na demonstração. Sendo assim, só se pode dizer o que 
Deus não é? A resposta de Tomás de Aquino vem na direção de afirmar que 
numa demonstração não se supõe o conhecimento da essência, mas parte-se 
apenas do sentido do nome daquilo cuja a existência se quer demonstrar, e o 
sentido do nome de Deus é constituído simplesmente por seus efeitos. 
Terceiro argumento, só se pode demonstrar a existência de Deus por seus 
efeitos, ora seus efeitos lhe são inferiores, uma vez que Deus é infinito, mas 
seus efeitos são finitos (ex: A terra, a água). Em resposta, Tomás de Aquino 
vai afirmar que, embora a partir destes efeitos não possamos alcançar o 
conhecimento pleno de Deus, podemos demonstrar sua existência. Ele 
Assume então que se pode conhecer o invisível através do visível. Portanto, 
pode-se demonstrar a existência de Deus, embora, não conhece-lo tal qual é 
em sua essência, tomando como ponto inicial os efeitos que nos são 
conhecidos. 
Importante notar até aqui o caráter extremamente sistemático, racional e 
organizado de Tomás de Aquino. Primeiro procura estabelecer se a existência 
de Deus é autoevidente, conclui que não é. Assim, precisa ser demonstrada, 
sendo necessário estabelecer primeiro: se pode ser demonstrada; e como 
demonstrar; concluindo que pode ser demonstrada a partir de seus efeitos. 
No terceiro artigo, encontra-se as célebres cinco vias segundo as quais se faz 
a “demonstração da existência de Deus”,consiste basicamente de cinco 
grandes linhas de argumentação aristotélicas. 
Primeira via, fundamenta-se no argumento do movimento (Física, VII). O 
movimento se caracteriza pela passagem de potência à ato. Só algo que existe 
em ato pode fazer com que algo que existe em potência passe a ato. Portanto, 
tudo que se move é movido por algo imóvel, já que não se pode caminhar a 
uma regressão infinita. Deus é o primeiro motor. 
Segunda via, parte-se da noção de causa eficiente (metafísica II). Nada pode 
ser causa eficiente de si próprio, pois se o fosse seria anterior a si mesmo. Não 
se podendo admitir uma regressão infinita de causas. Portanto, Deus é a 
primeira causa eficiente. 
Terceira via, conhecida como argumento cosmológico, baseia-se nas noções 
aristotélicas de necessidade e contingeência, que visa explicar a necessidade 
da existência do universo (cosmos). Constata-se a contingencia na natureza, 
toda via nem todas as coisas podem ser contingentes, senão seria possível 
que não houvesse nada. Mas aquilo que não existe só pode começar a existir a 
partir do que já existe antes. Assim, é preciso que algo do que já existe seja 
necessário. Deus é o primeiro Ser, origem de toda necessidade. 
Quarta via, toma por base o grau de existêencia das coisas (metafísica II). 
Todas as coisas que têm um predicado, ou qualidade, em grau maior e menor, 
se caracterizam por um termo comparativo (ex.: mais ou menos isso ou aquilo), 
portanto pressupõem como parâmetro o máximo. Deus é o Ser perfeito, isto é, 
aquele que tem o máximo de perfeição, a perfeição, por sua vez entendida 
como o máximo de realização de atributos ou qualidades. 
Quinta e ultima via, ou argumento teleológico, parte da noção de finalidade, ou 
causa final. Deve haver um propósito ou finalidade na natureza, do contrário o 
universo não tenderia para o mesmo fim. A causa inteligente dessa 
determinação é Deus. 
A importância desses argumentos não está apenas em si mesmos, mas na 
concepção e no novo caminho que abrem em relação ao tratamento dessas 
questões. São problematizações que vão contra a ideia de que só se pode 
conhecer Deus pela fé. Representa, portanto, o estabelecimento de um novo 
caminho teológico e epistemológico para o pensamento medieval. 
 
 Guilherme de Ockham e a crise a escolástica 
Gulherme de Ockham (1300-50) foi talvez o filósofo mais influente do sec. XIV 
e teve inúmeros seguidores assim como adversários nesse período. 
Franciscano, nascido na Inglaterra, estudou em Oxford. O contexto de 
Ockham, o séc. XIV é conhecido como o período de “dissolução da síntese 
escolástica”. A partir deste período, o pensamento hegemônico começa a ser 
questionado e o que antes era considerado natural, fé e razão dentro de um 
mesmo universo, começam a não ser tão bem aceito. 
O entendimento agora é de que a integração entre as verdades da razão, 
campo da filosofia e as verdades da fé, campo da teologia, em um sistema 
unificado, racional e logicamente construído, enfrentará dificuldades. E Ockham 
tem parte nisso no sentido de ser fiel defensor da separação destes dois 
campos de pensamento, sustentando que a filosofia não é capaz de 
demonstrar a verdade dos artigos da fé, e que as verdades necessárias para a 
salvação pertencem apenas ao campo da teologia. Contudo, é certo tanto do 
ponto de vista histórico quanto conceitual, que o pensamento escolástico entra 
em crise e declínio a partir do sec XIV. O séc. XV traz um pensamento 
inovador, o humanismo renascentista, que por sua vez prenuncia o período 
moderno com suas novas teorias filosóficas e científicas, e profundas 
transformações no mundo europeu. É nessa esteira que a partir de então se 
desenvolverá o pensamento.

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