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EA D 4 Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte 1. OBJETIVOS • Conhecer e analisar o serviço intermodal de transporte de carga. • Analisar e compreender as vantagens e desvantagens do sistema multimodal. • Distinguir transporte inter e multimodal. 2. CONTEÚDOS • Transporte intermodal: conceitos, características e os di- ferentes serviços. • Transporte multimodal: importância e o operador multi- modal. • Combinação entre os modais. • Mecanismos de gestão dos sistemas de transportes. © Modais e Terminais de Transporte92 • Medidas de pallets. • Informações importantes antes da escolha do modal no transporte de carga. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Ao iniciar seus estudos sobre os serviços inter e multimo- dais de transporte, é importante considerar as seguintes técnicas que poderão potencializar sua aprendizagem: a) tente estabelecer um horário e lugar fixos para o es- tudo; b) procure ter à mão todos os recursos e materiais de que irá necessitar; c) participe ativamente do estudo: estude com com- preensão, atenção e concentração; d) faça as reflexões sugeridas; e) distribua racionalmente os períodos de estudo. 2) É importante que você reserve um tempo para ler os tex- tos, refletir atentamente sobre os conceitos apresentados e executar as atividades propostas. Autodeterminação, autodisciplina e organização do tempo são fundamentais para o êxito de sua aprendizagem em ambiente virtual. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Nas unidades anteriores, você teve a oportunidade de estu- dar os modais rodoviário, ferroviário, aéreo, aquaviário e dutoviá- rio. Agora, nesta unidade, você conhecerá o serviço de intermoda- lidade e multimodalidade de transporte. 5. TRANSPORTE INTERMODAL O sistema intermodal é o tipo de transporte carga que utili- za dois ou mais modais (aéreo, aquaviário, rodoviário e/ou ferro- Claretiano - Centro Universitário 93© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte viário) no transporte de cargas da origem ao destino final “porta a porta”, (também chamado door-to-door) com um contrato de transporte para cada uma das etapas envolvidas, ou seja, um con- trato para cada tipo de transporte utilizado. Ballou (2006) cita a importância da intermodalidade quando diz que cresceu nos últimos anos a utilização do transporte de mercadorias em processos que utilizem mais de um modal. Além dos óbvios ganhos econômicos que isso proporciona, o crescimento do transporte internacional tem sido um dos principais motores dessa mudança. Para que você compreenda melhor o que foi explicado ante- riormente, vamos a um exemplo: se uma mercadoria é transporta- da pelo modal aéreo, rodoviário e ferroviário, existirá um contrato para o transporte realizado por avião, um contrato pelo transporte rodoviário e um para o modal ferroviário, com a emissão de três documentos de transporte independentes, um para cada trans- portador. A responsabilidade por cada etapa/modal utilizada é do transportador da carga, envolvendo a segurança por danos, ava- rias, atrasos ou extravio da carga durante a sua respectiva presta- ção de serviços. Ou seja, a responsabilidade pelo transporte é di- vidida entre as empresas contratadas, separadamente, para cada modal de transporte, desde o ponto inicial em que coletou a carga até o destino da entrega (KEEDI, 2001). Qualquer transtorno que porventura acontecer, envolven- do o embarcador e o transportador, será de responsabilidade do transportador que estiver com a carga naquele momento, e cujo documento de transporte esteja em vigor, não sendo de respon- sabilidade do transportador anterior ou futuro (DEMARIA, 2004). Caso o embarcador tenha problemas no transporte, poderá recorrer contra aquele que lhe causou dano ou contra o segurador (se houve, de sua parte, a contratação do seguro). © Modais e Terminais de Transporte94 Ballou (2003) coloca que a principal vantagem do servi- ço que envolve mais de um modal é a possibilidade de troca de equipamento, como um contêiner rodoviário que pode ser levado por uma aeronave ou uma carreta que pode ser puxada por um transportador marinho. É importante entender, então, alguns ter- mos, como transbordo de carga, unitização de carga e os tipos de instrumentos utilizados para o transporte em diversos modais de transporte. Transbordo de carga Transbordo de carga é a transferência de um veículo para outro, sendo do mesmo tipo e modal de transporte. Por exemplo, para a continuação da viagem, é preciso modificar a mercadoria de um avião para outro. Isso acontece porque uma transportadora pode não atender à rota determinada. Dessa forma, se uma empresa precisar transportar uma mercadoria de São Paulo para Belém, por meio do modal aéreo, é necessário utilizar dois tipos de aviões e rotas. Uma rota de São Paulo que vai até o terminal do Amazonas e outra do Amazonas até Belém, utilizando diferentes aeronaves para esse transporte. Esse tipo de serviço pode ser feito, ainda, por transportado- ras diferentes. Se for um passageiro, por exemplo, que for fazer essa viagem, ele pode pegar um vôo pela companhia TAM, de São Paulo ao Amazonas, e preferir ir pela empresa Gol do Amazonas até Belém. Isso também pode ser aplicado para o transporte de mercadorias, por diferentes empresas de transporte. Portanto, transbordo de carga é o transporte que se utiliza de um mesmo veículo, em trajetos distintos, podendo ser realiza- do por diferentes transportadores com as respectivas responsa- bilidades da carga, que pode ser, também, só pela primeira trans- portadora, a qual só contratou outra empresa para o translado naquele trajeto. Claretiano - Centro Universitário 95© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Quando falamos em planejamento de rotas no contexto lo- gístico, existe um estudo denominado “roteirização”, que é muito útil para indicar o melhor e o menor caminho a ser percorrido. Para entendermos a importância desse planejamento, Ber- taglia (2006 p. 298) nos indica que as empresas envolvidas no ne- gócio de transporte de produtos e materiais apresentavam difi- culdades quanto ao conhecimento da posição geográfica dos seus veículos. Com o desenvolvimento da tecnologia de sistemas de po- sicionamento global, que emprega satélites para localizar objetos na superfície terrestre, é possível rastrear veículos, identificando sua posição. Com essa definição, fica evidente que com o avanço tecno- lógico a logística de transporte fica mais dinâmica, confiável e ren- tável, pois planejando as rotas de origem ao destino das mercado- rias as empresas conseguem ser mais competitivas. A seguir, veremos o que o DNIT está investindo na área de geoprocessamento, a qual interfere na questão do planejamento de rotas. Planejamento dos Sistemas de Transportes Histórico A Gerência de Pavimentos vem sendo implementada e desenvol- vida desde 1983 pelo extinto DNER. Em 1992, foi desenvolvida a primeira versão do Sistema de Gerência de Pavimentos–SGP. Para atender às necessidades do órgão em nível de planejamento, em 2004, o SGP passou a interagir diretamente com o Modelo HDM- 4 (Highway Development and Managment), software que define prioridades e cria cenários futuros de condições da infra-estrutura rodoviária para diversos níveis de investimento, gerando soluções de manutenção, construção e adequação da rede dentro de um programa plurianual, com a melhor relação custo/benefício. Reestruturação Sob a Coordenação Geral de Planejamento e Programação de In- vestimentos – CGPLAN, está implantando um núcleo de Geopro- cessamento,com uma visão multimodal, cuja principal missão é elaborar e manter toda base de dados geográfica, devidamente georreferenciada, representativa dos dispositivos integrantes do sistema de transporte, de modo a garantir a padronização, a quali- dade, a unificação e a atualização dos dados. © Modais e Terminais de Transporte96 Ao Sistema de Planejamento está sendo aplicado um conjunto de técnicas inerentes a Geotecnologias, que visam o georreferencia- mento da informação da infra-estrutura viária dos diversos modais de transporte de competência do DNIT. Nesta linha, está sendo de- senvolvido um novo módulo do SGP, com a finalidade de relacionar os dados de levantamentos em campo às informações geográficas, possibilitando análises espaciais como a criação de rotas condicio- nantes. Resultados O papel do planejamento do DNIT, que com o passar dos anos ficou sufocado pelas demandas emergenciais e pela escassez de recur- sos, hoje encontra-se em um novo rumo. Convencido que com um planejamento estratégico, a aplicabilidade dos recursos atinge os índices de desempenho e qualidade elevados, o Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, do Ministério do Planeja- mento Orçamento e Gestão, do Ministério da Fazenda, da Casa Civil e do DNIT, vêm juntando esforços na consolidação dos mecanismos de gestão dos sistemas de transportes. O fortalecimento do setor de planejamento do DNIT, com a atua- lização constante dos dados de levantamento de campo e a apli- cação de técnicas avançadas de controle e monitoramento da infra-estrutura do sistema de transporte, é peça fundamental no sucesso dos diversos programas de intervenções. Assim, pode-se garantir que com a manutenção da política ado- tada, será construído um ciclo de intervenções calcado nas reais necessidades dos sistemas de transportes, disponibilizando para o País, uma infra-estrutura adequada à necessidade de crescimento continuado. Atividades em andamento Levantamento de campo para obtenção de dados técnicos para re- finamento dos sistemas de planejamento. Execução dos serviços técnicos especializados de levantamento das coordenadas geográficas por GPS (Sistema de Posicionamento Global), visando a identificação posicional dos eixos das Rodovias Federais, incluindo as Obras de Artes Especiais, com registro foto- gráfico. Execução dos serviços técnicos especializados de filmagem e inven- tário das Rodovias Federais. Entre os levantamentos encontram-se: • segmentos críticos; • interseções e acessos; • travessias urbanas e contornos rodoviários; Claretiano - Centro Universitário 97© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte • obras de artes especiais; • ocupação de faixa de domínio; • necessidades de sinalização vertical e horizontal; • marcas no pavimento; e • condições de rodovias sob o ponto de vista do usuário. Desenvolvimento e adequação dos sistemas de planejamento. Desenvolvimento do Módulo de Aplicações Geográficas incorpora- do ao Sistema de Gerência de Pavimentos – SGP. Execução dos serviços técnicos especializados de calibração e aferi- ção do Modelo HDM-4 às condições das rodovias brasileiras. Implantação de um Sistema de Informações Geográficas – SIG, para tratamento e manutenção dos dados gráficos georreferenciados, visando a realizações de análises espaciais, criação de rotas, elabo- ração de mapas, entre outros. Implantação de um Banco de Dados Gráfico Georreferenciado Uni- ficado representativo dos dispositivos integrantes do Sistema Na- cional de Viação com destaque para o Sistema Federal de Viação. Levantamento de campo para obtenção de dados técnicos e insu- mos dos índices classificatórios das rodovias. 1 - Levantamento Visual Contínuo de defeitos – LVC, objetiva o le- vantamento e o monitoramento das condições dos pavimentos das Rodovias Federais. © Modais e Terminais de Transporte98 2 - Levantamento do índice de Rugosidade Internacional – IRI (Inter- nacional Roughness Index), objetiva o levantamento e o monitora- mento das irregularidades dos pavimentos das Rodovias Federais. 3 - Levantamento do Índice de Avaliação Estrutural, apurado pelo FWD (Falling Weight Deflectometer), objetiva o levantamento e o monitoramento das condições estruturais dos pavimentos das Ro- dovias Federais. Claretiano - Centro Universitário 99© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte 4 - Volume Médio Diário de tráfego – VMD, objetiva a identificação e classificação do número de veículos que circulam pelas Rodovias Federais. A incorporação de um sistema de informações geográficas na ges- tão da infra-estrutura de transporte é, sem dúvida, um grande pas- so na integração das informações técnico-gerenciais para o plane- jamento estratégico do DNIT. (DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURAE TRANSPORTE, 2010). © Modais e Terminais de Transporte100 6. UNITIZAÇÃO DE CARGAS Você já ouviu falar na expressão “unitizar”? Se sim, é sempre bom relembrarmos, porém, se não, ótimo, aprenderá um novo conceito! Quando se utiliza a expressão “unitizar uma carga”, isso quer dizer unir vários volumes menores em um outro maior, com o in- tuito de facilitar a movimentação, armazenagem e transporte. Isso facilita a movimentação do ponto de origem até o seu destino final com apenas um único volume. A unitização de cargas possui diversas vantagens e, por isso, os modais cada vez mais requerem esse procedimento (SILVA; SANTOS; REIS, 2001). Dentre suas inúmeras vantagens, destacam- -se: a) Redução do número de volumes a manipular. b) Menor número de manuseio da carga. c) Menor utilização do uso de mecanização. d) Melhoria no tempo de operação de embarque e desem- barque. e) Redução dos custos de embarque e desembarque. f) Redução de custo com embalagens. g) Diminuição das avarias e roubos de mercadorias. h) Incentivo da aplicação do sistema door-to-door (porta a porta). i) Padronização internacional dos recipientes de unitização. Pallet Os instrumentos utilizados para a unitização são: pallet e con- têiner, que, de acordo com Silva, Santos e Reis (2002), possuem di- ferenças. Eles mencionam que, enquanto o pallet é um equipamen- to para unitização de pequenos volumes, o contêiner é o próprio veículo transportador, que é um recipiente que transporta granéis, líquidos e sólidos como uma só carga unitizada. Claretiano - Centro Universitário 101© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Os pallets apresentam-se em diversos tamanhos em seus la- dos, padronizados ou não. Na Tabela 1, você pode conferir três me- didas padronizadas dessas unidades. Tabela 1 Medidas de Pallets. Comprimento (m) Largura (m) Padrão (m) 1,20 1,00 ISO e BR Pallet 1,20 0,80 Euro Pallet 1,10 1,10 USA/Japan Pallet Fonte: KEEDI, (2007, p. 55). Os pallets são estrados planos, podendo ser de madeira, alu- mínio, aço, plástico, entre outros tipos de matérias. Veja alguns exemplos de pallets na figura a seguir: Fonte: Silva, Santos e Reis (2001, p. 7). Figura 1 Exemplos de Pallets. Também é necessário abordar que existem pallets exclusivos para o modal aéreo, como demonstra o Quadro 1: Quadro 1 Medidas de pallets para cargas aéreas. Pallet P1 6.804Kg 3,18x2,24 2,98 x 2,04 B727 Cgo,B767, DC10, Pax/Cgo, B747 e MD11 Pallet P6 6.804Kg 3,18x2,44 2,98 x 2,24 DC10 Cgo, B767200, B747 e MD11 Pallet P7 13.608 Kg 6,06 x 2,44 5,92 x 2,24 DC10 Cgo, B747 Combi e Cgo Pallet P9 3.175 Kg 3,18 x 1,53 2,98 x 1,33 DC10 Pax/ Cgo, B747 e MD11 Pallet FQA 11.340 Kg 4,97 x 2,43 4,77 x 2,23 B747 Combi e DC10 Cgo Fonte: N&C Logística (2010). © Modais e Terminais de Transporte102 O pallet dispõe de asas (aletas), que são saliências para o iça- mento. Deverá haver umaaltura livre entre as duas faces, para pos- sibilitar a entrada dos garfos dos equipamentos mecânicos. Prefe- rencialmente, é preciso que ele tenha quatro lados que permitam a entrada dos equipamentos para agilização na sua movimentação, o que fica limitado quando possui apenas duas entradas. Já o contêiner é um tipo de caixa, que pode ser de aço, de alumínio ou de fibra, criada para o transporte unitizado, com ca- pacidade de resistir ao uso constante. Caracteriza-se por sua fácil utilização em vários modais de transporte, exceto a dutovia (BAL- LOU, 2003). Contém portas, escotilhas e, também, aberturas que permitem o seu estufamento e esvaziamento. Além disso, os contêineres sempre são identificados com mar- cas, com números, com a definição de espaço e peso que podem comportar, com o nome do proprietário, com o seu tamanho etc. Possuem um mecanismo de segurança aduaneira, atendendo às condições de segurança prevista pelas legislações internacionais. O contêiner é uma ferramenta que facilita o transporte de mercadorias e é considerado como um equipamento do veículo transportador, não se levando em conta o seu peso ou volume para efeitos de frete. Há diversos tipos de contêineres com adaptações para todos os tipos de cargas, como granéis líquidos, granéis sólidos, refrige- rados, petróleo, minérios e animais vivos. No Quadro 2, você co- nhecerá os tipos de contêineres. Quadro 2 Tipos de contêineres e suas características. TIPO DE CONTÊINERES CARACTERÍSTICAS DRY BOX • Totalmente fechado, com portas nos fundos. • Mais utilizado e adequado para o transporte da maioria das cargas gerais secas existentes, como alimentos, roupas, móveis etc. • Pode ser de 20’ ou 40’. Claretiano - Centro Universitário 103© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte TIPO DE CONTÊINERES CARACTERÍSTICAS VENTILATED • Semelhante ao dry box, porém com pequenas aberturas no alto das paredes laterais. • Podendo também tê-las na parte inferior das paredes, para permitir a entrada de ar. • Para transporte de cargas que requerem ventilação como café e cacau. REEFER • Totalmente fechado, com portas nos fundos, apropriado para embarque de cargas perecíveis congeladas ou refrigeradas, como carnes, sorvetes, frutas e verduras. • Pode ser integrado com motor próprio para refrigeração, mas perde espaço ocupado pelo motor. • Pode atingir até -25º C. BULK CONTAINER • Similar ao dry box, totalmente fechado, tendo aberturas no teto (escotilhas) para o seu carregamento e uma escotilha na parede do fundo, na parte inferior para descarregamento. • Apropriado para transporte de granéis sólidos como produtos agrícolas. OPEN TOP • Sem teto, fechado com lonas para transporte de cargas que apresentam dificuldades para embarque pela porta dos fundos e necessitam de um acesso especial. • Próprio para mercadorias que excedam a altura do contêiner, cujas cargas não poderiam ser estufadas num contêiner dry box tradicional. HALF HEIGHT • Contêiner open top, sem teto, porém de meia altura (4’ ou 4’3”). • Fechado com lonas e cabeceira basculante, adequado para embarque de minérios. OPEN SIDE • Com apenas três paredes. • Apropriado para mercadorias que apresentam dificuldades para embarques pela porta dos fundos, ou que excedam um pouco a largura do equipamento ou ainda para agilização de sua estufagem. FLAT RACK • Contêiner plataforma, sendo uma combinação dos open top e open side, sem as paredes laterais e sem teto, com cabeceiras fixas, ou dobráveis. • Adequado para cargas pesadas e grandes e que excedam um pouco as suas dimensões. PLATAFORM • Contêiner plataforma sem paredes e sem teto, tendo apenas o piso apropriado para cargas de grandes dimensões ou muito pesadas. © Modais e Terminais de Transporte104 TIPO DE CONTÊINERES CARACTERÍSTICAS TANK • Contêiner tanque, dentro de uma armação de tamanho padronizado. • Próprio para transporte de líquidos em geral, perigosos ou não. Fonte: Silva, Santos e Reis (2001, p. 11). Os contêineres, como podemos perceber no quadro ante- rior, podem ser utilizados para o transporte de vários tipos de car- gas. Todavia, deve-se evitar “conteinerizar” aquelas com um alto grau de umidade, pois podem apresentar combustão espontânea, como a farinha de peixe, algodão e farelo de soja. Outra dica é não juntar produtos que sejam muito diferentes entre si em termos de umidade, odor, peso e temperatura, como, por exemplo, tentar utilizar o máximo do espaço no contêiner não deixando muitos espaços vazios. Recomenda-se serem preenchi- dos com madeira, estrados, entre outras coisas, a fim de não per- mitir a movimentação de carga dentro do contêiner. Geralmente, as mercadorias mais pesadas são transportadas por contêineres de 20’, e as que possuem maior volume, nos de 40’. Antes de a mercadoria ser entregue, é realizada uma PTI (Pre Trip Inspection), um tipo de inspeção que o responsável faz antes da entrega ao embarcador, com o intuito de assegurar que o con- têiner está em boas condições para utilização. Como agora estamos tratando de contêineres, é importante lembrar e reforçar que existem contêineres específicos aplicados ao modal aéreo como apresentado no Quadro 3: Quadro 3 Contêineres para cargas aéreas. Container LD2 1.225Kg 3,91 x 5,03 x 5,33 3,65 x 4,77 x 5,13 B767 Cgo,B767, DC10, Pax/Cgo, B747 e MD11 Container LD8 2.450 Kg 7,99 x 5,03 x 5,33 7,73 x 4,77 x 5,13 B 767 Container LD11/21 3.175 Kg 10,45 x 5,03 x 5,33 10,19 x 4,83 x 5,13 DC10 Pax/ Cgo, MD11 e B747 Claretiano - Centro Universitário 105© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Container AQ6 6.804 Kg 10,45 x 8,02 x 8,02 10,13 x 7,69 x 8,02 B747 Combi Container LD3 (RKN) 1.331 kg 2,00 x 1,53 x 1,62 1,88 x 1,39 x 1,37 B767, B727F, DC10F e MD-11 Container LD9 5.588 kg 3,17 x 2,23 x 1,62 3,03 x 2,10 x 1,45 B767, DC10F e MD11 Fonte: N&C LOGÍSTICA. Medidas de contêineres para cargas aéreas. Disponível em: <http://www. neclogistica.com.br/noticia.asp?codigo=183>. Acesso em: 1 jul. 2010. 7. TRANSPORTE MULTIMODAL O transporte multimodal, assim como o intermodal, é aque- le em que uma mercadoria utiliza mais de um modal de transporte para chegar a seu destino, mas sob a responsabilidade de um úni- co transportador ou operador de transporte multimodal. Ou seja, existe um único responsável pelo transporte da carga, desde a ori- gem até a entrega no destino final, ou em partes do trajeto que, de qualquer modo, necessitam de transporte conjugado. O operador de transporte multimodal é a pessoa jurídica contrata- da como principal, e não como agente, para a realização do trans- porte multimodal de cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiro, o qual pode ser transporta- dor ou não. Assume perante o contratante a responsabilidade pela execução desses contratos, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver pra- zo acordado. (FIESP, 2010.) Portanto, a grande diferença entre a intermodalidade e a multimodalidade é que a primeira emite documento individual para cada um dos modais, assim como da divisão de responsabi- lidade pela carga, e a segunda só emite um documento que diz respeito a todo o trajeto realizado (KEEDI, 2007). O Art. 2º da Lei 9.611, de 19 de fevereiro de 1998, que regu- lamenta o transporte multimodal, conceitua transporte multimo- dal de cargas como: © Modais e Terminais de Transporte106 [...] aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou maismodalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é exe- cutado sob a responsabilidade única de um Operador de Transpor- te Multimodal (OTM). Leis que disciplinam o Transporte Multimodal no Brasil –––– As leis que disciplinam o Transporte Multimodal no Brasil são: 1) Decreto 1.563 de 19/07/1995 – dispõe sobre a execução do Acordo de Alcan- ce Parcial para a Facilitação do Transporte Multimodal de Mercadorias, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 2) Lei 9.611 de 19/02/1998 e Decreto 3.411 de 04/12/2002 – dispõem sobre o Transporte Multimodal de Cargas e dão outras providências. 3) Decreto 5.276, de 19/11/2004 – regulamenta o Transporte Multimodal de Car- gas. 4) Resolução ANTT nº 794, de 22/11/04 – dispõe sobre a habilitação do Opera- dor de Transporte Multimodal. Todas as leis citadas anteriormente são muito importantes e devem ser conheci- das pelos tecnólogos em Logística. Se você quiser saber mais, acesse os sites: • BRASIL. Ministério dos Transportes. Disponível em: <http://www.transportes. gov. br>. Acesso em: 20. jun. 2007. • AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Legisla- ção. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/legislacao/legislacao.asp>. Aces- so em: 22. jun 2007. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Em Fiesp (2010), vemos que a operação de transporte mul- timodal é: [...] aquela que, regida por um único contrato de transporte, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o des- tino. Tal operação é executada sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal (OTM). O transporte multimo- dal de cargas compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, consolidação, movimentação e armazenagem de carga, desconsolidação e entrega, enfim, todas as etapas indispensáveis à completa execução da tarefa. Em 19 de fevereiro de 1998, foi sancionada a Lei nº. 9.611, que dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas no Brasil, visando melhorar a qualidade e a produtividade dos transportes. Em sua es- sência, estabelece a operação não segmentada – serviço “porta-a- -porta” – e a figura do Operador de Transporte Multimodal (OTM), definindo a responsabilidade de cada interveniente na operação (FIESP, 2010). Claretiano - Centro Universitário 107© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte 8. DIVERSAS MODALIDADES PARA TRANSPORTE A utilização de múltiplas modalidades para o transporte é um assunto que está em discussão em praticamente todos os paí- ses do mundo (DEMARIA, 2004). O transporte intermodal e o multimodal são distintos: en- quanto o primeiro utiliza vários modais com contratos diferentes, o multimodal possui um só contrato. Essa distinção faz que as em- presas tenham vantagens e desvantagens na adoção de cada um desses tipos de transporte, além de facilitar a importação e a ex- portação, assim como a diversificação do tipo de modalidade utili- zada, diminuindo, assim, os custos de transporte. 9. ESPECIFICIDADES DO SERVIÇO MODAL Transporte Multimodal –––––––––––––––––––––––––––––––– A recente dispensa na apresentação de apólice de seguro de responsabilidade civil das pessoas jurídicas no momento da habilitação como Operador de Trans- porte Multimodal (OTM) diante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), introduzida pelo Decreto nº 5.276/04, é de extrema importância para o setor de transporte e logística. Daí a grande inovação introduzida pelo Decreto n.º 5.276/04 a partir do qual o seguro de responsabilidade civil do OTM será negociado para cada contrato de transporte multimodal, entre o OTM e o expedidor, de acordo com o valor e as características da carga. Os efeitos dessa importante alteração já podem ser no- tados: até março de 2005, 34 OTMs habilitaram-se diante da ANTT. (MARQUES, 2007). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Importância do transporte multimodal O transporte multimodal possui diversas vantagens, uma vez que: • proporciona segurança à carga; • possibilita a entrega mais rápida, ágil e protegida (realiza- da pela OTM em contêineres); • utiliza a capacidade disponível dos meios de transporte de forma eficiente; © Modais e Terminais de Transporte108 • possibilita ganhos em escala na contratação de transpor- tadores (preço do frete reduzido); • possibilita maior relacionamento entre os usuários e os prestadores de serviços e pode resultar na diminuição considerável dos custos de transporte e logística. Com responsabilidade à frente de uma operadora logística, aumenta-se a confiabilidade quanto ao cumprimento dos prazos de transportes, um maior reconhecimento do papel dos transpor- tes, gerando novas formas de operações logísticas e maiores opor- tunidades de mercado (MENDONÇA; KEEDI, 1997). De acordo com alguns dados da ANTAQ (2003), há diversos ganhos com a utilização da operação multimodal. No transporte da soja, por exemplo, economiza-se 20% no valor do frete para exportação para Europa pela hidrovia Madeira; em produtos in- dustrializados, 50% de redução do valor do transporte entre o Pa- raná e a Argentina pelo Mercosul; e há uma redução de 40% na cabotagem em relação ao frete rodoviário. A ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) ain- da enfatiza que o transporte multimodal, ou operação multimodal, por ser uma integração logística perfeita entre os diversos tipos de modais de transporte, serve como um importante instrumento de transporte não apenas para as empresas de grande porte, como também para as micro, pequenas e médias empresas (MPME). A operação multimodal é ferramenta fundamental para uma política de exportação competitiva internacional, pois possui uma estrutura tributária simplificada, de menor burocracia, reduz os custos diretos e indiretos e tem maiores ganhos de escala. Em termos ambientais, a utilização de transporte multimo- dal otimiza o uso de combustíveis, reduz ou elimina as ineficiên- cias resultantes da utilização sucessiva dos vários modais, sem pla- nejamento e coordenação única. Claretiano - Centro Universitário 109© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Cabe frisar que prestação de serviços de transporte por meio de uma operação multimodal vê a figura do OTM como o respon- sável pela execução da atividade. Montenegro (2002) afirma que a utilização de terceiros é até melhor, pois fortalece a prestação multimodal, garantindo eficiência e flexibilidade. Contudo, ainda existe uma dificuldade para a adoção do transporte multimodal no Brasil. Sua utilização é afetada pela falta de infraestrutura, pela pequena participação de ferrovias nos por- tos, pela pequena presença de ferrovias nos fluxos interestaduais (somente 12%) e pelo número de serviços adequados para coleta e distribuição. Há, ainda, a necessidade de criar mecanismos para facilitar o comércio exterior de produtos (KEEDI, 2007). Vantagens da utilização do transporte modal Dentre as vantagens da utilização do transporte multimodal no Brasil, Montenegro (2002) destaca as seguintes: • Os contratos de compra e venda são mais adequados. • Utilização de combinações de modais mais eficientes. • Utilizam-se com mais eficiência as tecnologias de infor- mação. • As negociações garantem maiores ganhos. • Melhor utilização da infraestrutura para armazenagem e manuseio. • Aproveitam-se as experiências internacionais. As desvantagens na utilização do transporte multimodal es- tão ligadas aos aspectos jurídicos e de certa burocracia para que ocorra o bom funcionamento do Operador de Transporte Multi- modal, um órgão essencial para facilitar o transporte e reduzir dos gastos em transporte. Vejamos o exemplo de Lima (1999), que apresenta uma operação multimodal e destaca as transaçõesne- cessárias para sua consolidação. © Modais e Terminais de Transporte110 Uma empresa que queira transportar certo tipo de mercado- ria utiliza, normalmente, caminhões, na medida em que os expe- didores não estão perto dos terminais de transportes. Para isso, é necessária a realização de um manifesto de carga. Entretanto, a mudança de um modal para outro, ou seja, do rodoviário para o ferroviário, aéreo ou marítimo, requererá a emissão de um novo manifesto de carga, com novas origens e des- tino, o que acarretará a inserção no pagamento de uma série de impostos para os proprietários ou seus consignatários, principal- mente do ICMS. [...] é evidente que o ICMS poderia ser compensado desde que hou- vesse valores a serem compensados obtidos em outras transações, mas mesmo nesses casos há custos efetivos impostos às empresas, como aqueles para a organização e manutenção de equipes dedica- das a atender as exigências e obrigações burocráticas e tributárias (LIMA, 1999, p. 188). Dessa forma, na operação multimodal descrita, haveria qua- tro momentos nos quais seriam obrigatórias a nova emissão dos manifestos de carga e a sujeição à tributação. 10. MULTIMODAL E INTERMODAL De forma a concluir e frisar a diferença entre multimodali- dade e intermodalidade, veremos alguns pontos relevantes que os diferenciam. Há muita confusão no que se refere a esses dois termos, pois a multimodalidade é, muitas vezes, tratada como intermodalidade, e vice-versa, apesar de suas grandes distinções (DEMARIA, 2004). O transporte intermodal é diferente do multimodal, pois ne- cessita de documentos separados para cada modal de transporte utilizado, ao passo que o multimodal concentra todos em um único documento. No transporte multimodal, o transportador ou opera- dor de transporte multimodal assume integral responsabilidade. Claretiano - Centro Universitário 111© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Multimodalidade e intermodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um modal de transporte; a se- melhança entre as duas está no ponto do transporte em si, isto é, na parte física. A intermodalidade, como já estudamos, caracteriza-se pela emissão individual de documento de transporte para cada modal e, também, de responsabilidade separada entre os transportado- res (KEEDI, 2001). Na multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de ape- nas um documento de transporte cobrindo o trajeto total da carga. Por exemplo, na utilização de três modais diferentes para o trans- porte de uma mercadoria, o documento de transporte será único, cobrindo os três trajetos e os três transportes. Esse documento é emitido pelo OTM, que é responsável perante o embarcador, ou seja, o dono da carga, que está com a responsabilidade de trans- portar ou de obter transporte para ela (KEEDI, 2001). Nazário (2007) encontrou, em diversos livros, artigos e leis, um conjunto de definições que não convergem, necessariamente, quando o assunto é diferença entre os termos “intermodalidade” e “multimodalidade”. O Quadro 4 apresenta uma síntese das prin- cipais definições vigentes no Brasil, de acordo com alguns autores. Quadro 4 Classificação de intermodalidade e multimodalidade se- gundo vários autores. AUTOR INTERMODALIDADE MULTIMODALIDADE Samir Keedi Utilização de mais de um modal. Emissão individual de documentos por modal. Responsabilidade fracionada entre os operadores dos diversos modais. Utilização de mais de um modal. Emissão de Documento Único para todos os modais. Responsabilidade concentrada no Operador de Transporte Multimodal. Conceito americano, por Nazário Emissão de Documento Único para todos os modais. Responsabilidade concentrada no Operador de Transporte Multimodal. © Modais e Terminais de Transporte112 AUTOR INTERMODALIDADE MULTIMODALIDADE Conceito P. Fleury (CEL/COPPEAD) Dois ou mais modais de transporte. Documento único da origem até seu Destino. Unitização padronizada. Art. 2o. da Lei n. 9.611 Dois ou mais modais de transporte. Documento único da origem até seu destino. Fonte: Nazario (2007). Resumindo, quando houver qualquer problema ou disputa em que se envolvam o embarcador e o transportador, a responsa- bilidade estará restrita ao Operador de Transporte Modal, o qual tem, obrigatoriamente, um seguro que lhe permite ressarcir o em- barcador, dono da carga, em caso de danos à mercadoria, deixan- do-o completamente “tranquilo” com relação ao seu embarque. Desse modo, é necessário dizer que, mesmo com suas dife- renças, a multimodalidade implica que, juntamente com ela, es- teja andando a intermodalidade, ao passo que, enquanto o dono da carga está realizando uma operação multimodal, recebendo um documento de transporte único, o OTM está envolvido numa operação intermodal. Isso é possível porque ele terá de contratar os modais de transporte independentes para levar a carga do seu ponto inicial ao seu destino final. Nesse caso, cada transportador será responsável pelo seu trecho em relação ao Operador de Transporte Modal, e qualquer disputa estará restrita a eles, não envolvendo o dono da carga que está realizando uma operação multimodal e sendo detentor de do- cumento de transporte único, que lhe dá o direito de resgatar a carga no destino final estabelecido (DEMARIA, 2004). A multimodalidade tem um antigo relacionamento com o contêiner, que é um apropriado instrumento para esse tipo de transporte em face da facilidade no seu manuseio na troca de veí- culos transportadores. Claretiano - Centro Universitário 113© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Uma característica importante do serviço integrado é a livre tro- ca de equipamentos entre os diversos modais. Por exemplo, uma carreta rodoviária (trailler) é embarcada num avião, ou um vagão ferroviário é transportado por um navio. Este intercâmbio de equi- pamentos cria serviços que usam mais de um modal de transporte. Serviços integrados são geralmente um compromisso entre os ser- viços oferecidos pelos transportadores associados individualmen- te. Ou seja, custo e desempenho situam-se entre as características dos operadores participantes (BALLOU, 1993, p. 123). 11. COMBINAÇÕES ENTRE OS MODAIS Ballou (1993) mostra que nos Estados Unidos há 5 alternati- vas no transporte intermodal, só usando os modais ferrovia e ro- dovia. O autor destaca que duas variáveis caracterizam essa com- binação: responsabilidade pela carga (emissão da documentação e recebimento do frete do embarcador) e propriedade sobre os ativos (investimento em carretas). Para seu melhor entendimento, veja a demonstração das alternativas no Quadro 5. Quadro 5 Tipo de combinações no transporte intermodal nos Es- tados Unidos. TIPO DE COMBINAÇÕES DESCRIÇÃO Tipo 1 A ferrovia, por meio de um vagão plataforma, movimenta a carreta do transportador rodoviário que é responsável pela carga. Tipo 2 A ferrovia é responsável pela movimentação da carga. Tanto a carreta quanto o vagão são de propriedade da ferrovia. Existem variações desse tipo no que diz respeito à coleta e entrega. Há a possibilidade de o próprio embarcador ser o responsável por essas atividades. Tipo 3 O embarcador/cliente fornece a carreta, e a ferrovia é responsável pela movimentação. Tipo 4 Diferencia-se do tipo 3 apenas quanto à propriedade do vagão, que, nesse caso, é do embarcador. Tipo 5 Caracteriza-se pela joint venture entre transportador rodoviário e ferroviário. Um dos dois pode ser o responsável pela movimentação da carga. Fonte: BALLOU (1993, p. 55). © Modais e Terminais de Transporte114 Na verdade, há diversas possibilidades de combinações en- tre os modais quepodem ser realizadas, conforme assegura Ballou (2001) em uma publicação mais recente. Essas combinações são: a) ferroviário e rodoviário; b) ferroviário e aquaviário; c) ferroviário e aéreo; d) ferroviário e dutoviário; e) rodoviário e aéreo; f) rodoviário e aquaviário; g) rodoviário e dutoviário; h) aquaviário e dutoviário; i) aquaviário e aéreo. Todavia, nem todas essas combinações são viáveis e poucas foram aceitáveis, como a combinação entre o rodoviário e ferro- viário, denominada piggybach. Há, também, outras combinações, como, por exemplo, a do rodoviário com aquaviário, denominada fishybach, mais utilizada para transporte de mercadorias com alto valor, e os modais rodoviário-aéreo e ferroviário-aquaviário, que são pouco utilizados. 12. INFORMAÇÕES IMPORTANTES ANTES DA ESCO- LHA DO MODAL NO TRANSPORTE DE CARGA Para que o profissional de Logística possa tomar a melhor decisão quanto à escolha do modal de transporte de carga, vários fatores e indicadores deverão ser levados em consideração para que não haja problemas com a carga nem desperdício de tempo e dinheiro. A seguir, são elencados alguns fatores importantes que de- verão ser conhecidos por esse profissional: Classificação de Transporte por Tipo de Modal Modal – É o deslocamento de carga através de um único meio de transporte, onde cada transportador emite seu próprio documento de transporte. Claretiano - Centro Universitário 115© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte Intermodal – É o deslocamento de carga através de vários meios de transporte, em que um único transportador organiza todo o transporte desde o ponto de origem, via um ou mais pontos de interligação, até o ponto ou porto final. Dependendo de como a responsabilidade pelo transporte total foi dividido a diferentes ti- pos de documentos são utilizados. (FIESP, 2010a). Bertaglia (2006) define que o serviço de transporte intermo- dal consiste na combinação de distintos modos de transporte, em que diferentes contratos são efetuados de maneira unilateral com as diferentes empresas responsáveis pelo transporte. Multimodal – É quando o transportador que organiza o transporte assume inteira responsabilidade pelo transporte “porta-a-porta e emite um documento único de transporte, o CTMC E (Conhecimen- to de Transporte Multimodal de Carga)”. É, portanto, um conceito que coloca a responsabilidade das atividades de transporte sob um único operador, o qual gerencia e coordena o processo todo desde o embarcador até o importador. Transporte Combinado – É o transporte de carga em um único car- regamento ou veículo, através de uma combinação entre modais rodoviário/ferroviário/aquaviário; Segmentados – Quando a prestação de serviços for realizada por mais de um meio de transporte, emitindo cada transportador o conhecimento de transporte e assumindo a responsabilidade de transportar a mercadoria no trajeto que lhe competir. Sucessivos – Quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessitar ser transportada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de transporte, regido por um único contrato (FIESP, 2010). 13. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta unidade. A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda- © Modais e Terminais de Transporte116 dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu- cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco- bertas com os seus colegas. Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu desempenho no estudo desta unidade: 1) O que você entende por unitização de carga? 2) Qual é a diferença entre multimodalidade e intermoda- lidade? 3) Como se caracterizam as combinações entre os modais? 14. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, vimos que a utilização dos diferentes modais de transporte é importante para a logística de uma empresa e que o uso de vários modais, pelos serviços de inter e multimodalidade, traz diversas vantagens para a organização. Ballou (1993) assegura que os serviços feitos de forma inte- grada aumentam o compromisso, e seus custos e desempenho se dão entre as características dos operadores participantes. Vimos, ainda, as diversas características de cada modal e dos aspectos de utilização de vários modais ao mesmo tempo. Agora, é necessário verificar como são os custos de transpor- tes em cada um dos modos e como se apresenta o custo quando se utiliza mais de um modo de transporte. Esse assunto será abor- dado na próxima unidade. Esperamos por você! 15. E-REFERÊNCIAS ANTT. Transporte multimodal. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/carga/ multimodal/otm.asp>. Acesso em: 12 ago. 2007. Claretiano - Centro Universitário 117© U4 - Serviço Intermodal e Multimodal de Transporte DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Mecanismos de gestão dos sistemas de transportes. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ planejamento-e-pesquisa/gestao-dos-sistemas-de-transportes>. Acesso em: 29 jun. 2010. FIESP. Classificação de transporte por tipo de modal. Disponível em: <http://www.fiesp. com.br/infra-estrutura/classificacao.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2010a. FIESP. Transporte multimodal. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/infra-estrutura/ transporte.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2010b. MARQUES, E. C. O transporte multimodal e o operador de transporte multimodal. Disponível em: <http://www.guiadelogistica.com.br/ Y605.htm>. Acesso em: 10 ago. 2007. MONTENEGRO, L. C. S. Vantagens da utilização do transporte multimodal no comércio internacional brasileiro. Disponível em: <www.antt.gov.br>. Acesso em: 27 abr. 2002. NAZARIO, P. Intermodalidade: importância para a Logística e estágio atual no Brasil. Disponível em: <www.cel.coppead.ufrj.br>. Acesso em: 10 ago. 2007. N&C LOGÍSTICA. Medidas de pallets para cargas aéreas. Disponível em: <http://www. neclogistica.com.br/noticia.asp?codigo=183> . Acesso em: 30 jun. 2010. _______. Medidas de contêineres para cargas aéreas. Disponível em: <http://www.neclogistica. com.br/noticia.asp?codigo=183>. Acesso em: 1 jul. 2010. 16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ). Seminário: Transporte / Energia Pilares de Sustentação da Nova Economia. Recife, 30 de out. 2003. BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. ______. Gerencimento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística Empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. ______. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. DEMARIA, M. O operador de transporte multimodal como fator de otimização da logística. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina, Pós-graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2004. KEEDI, S. Logística de transporte internacional: veículo prático de competitividade. 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