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Trabalho (PATOLOGIA)

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CURSO DE ODONTOLOGIA
PATOLOGIA
CALCIFICAÇÕES E PIGMENTAÇÕES
Chapecó- SC
 2019
As células podem acumular quantidades anormais de substâncias que podem serDDddded
INTRODUÇÃO
Patologia é o estudo dos transtornos das moléculas, funções, tecidos e células que ocorrem nos organismos vivos em resposta de algum agente lesivo.
Essas respostas muitas vezes acabam comprometendo a saúde do indivíduo levando a algum tipo de doença.
Dentre os agentes causadores de doenças, temos os microrganismos patogênicos, privação de proteínas e influência de fatores genéticos. Alguns processos como a inflamação, apresenta como forma de defesa do organismo para salvar a vida do indivíduo, sem a inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. Em alguns casos, esses mecanismos neutralizam o agente lesivo para não ocorrer a doença de forma clinicamente detectável, em alguns casos ocorre alguma reação específica, quando as respostas do organismo não são eficientes, ocorrendo o surgimento de sinais (alterações visíveis) e sintomas (anormalidades sistêmicas).
Portanto, as reações acontecem em resposta de um agente lesivo, podendo variar de despercebidas ou até mesmo em graus variáveis, podendo ainda ser benéficas ou danosas.
 
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA
É o processo que implica o depósito anormal de sais de cálcio, em pequenas combinações com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros sais minerais, por exemplo na formação dos ossos e cartilagens, mas a entrada do cálcio em uma célula já em processo de degeneração acaba por conferir a morte da mesma.
A calcificação se torna um problema quando a posição, forma ou tamanho interfere com o funcionamento de um órgão, tais como aquelas que endurecem e bloqueiam os vasos sanguíneos no cérebro, coração e rins.
Existe dois tipos de calcificação patológica: calcificação distrófica e calcificação metastática.
Calcificação Distrófica
 Origina-se a partir de uma lesão pré-existente. Ocorre primeiro a necrose e depois a calcificação. É muito comum observar calcificação distrófica em indivíduos com aterosclerose, que é caracterizado pela presença de necrose no endotélio a partir da deposição de placas de ateroma.
Patogenia
Aumento da alcalinidade local
Determinada por tecidos degenerados ou necróticos
Favorecendo a deposição de íons Ca no local.
Aumento do pH normal
Aumento da fosfatase alcalina
Manifestações Clínicas
Dor óssea
Esporões ósseos
Redução do crescimento
Fraturas ósseas
Fraqueza muscular ou cãibras.
Diagnóstico Clínico 
Nódulos parenquimatosos frequentemente palpáveis, de consistência firme.
Formação de lamelas de deposição concêntricas caracterizando os chamados “corpos psaumomatosos”
Aparecimento de grumos basófilos irregulares (muitas vezes confundidos com bactérias) que confluem ou crescem formando grânulos maiores.
Diagnóstico Laboratorial
Radiografia
Ultrassonografia
Tomografia computadorizada
(Nódulo de origem tuberculosa, que sofreu necrose caseosa.  O material necrótico sofreu calcificação, ou seja, impregnação por sais de cálcio, que dão macroscopicamente ao material consistência dura, cor branca e aspecto de giz.  Como a calcificação ocorreu em tecido degenerado ou necrótico, é chamada calcificação distrófica. Microscopicamente, o material calcificado tem tonalidade basófila, isto é arroxeada, porque mostra grande afinidade pela hematoxilina. Nisto, contrasta com a necrose caseosa não calcificada, que tem cor rósea. O nódulo parcialmente calcificado mostra ainda pigmento negro, que já estava no tecido pulmonar antes do processo tuberculoso.)
Calcificação Metastática
Pode ocorrer em todo o corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões e da vascularização.
 A calcificação metastática se deve ao aumento do cálcio circulante (hipercalcemia), é, portanto, encontrada quando há o aumento do paratormônio, no excesso de vitamina D, no aumento da mobilização do cálcio ósseo e nos tumores ósseos.
O cálcio circulante aumentado, se deposita em tecidos normais, acentuando-se em tecidos lesionados.
Radiografia mostrando radiopacidade irregular em torno do fêmur proximal, na região do quadril.
Exemplos mais comuns de Calcificação
Calcificação na mama
Aparece com grande frequência na mama normal, também associada com nódulos malignos da mama: o tipo e agrupamento das calcificações associados com outros sinais vai dar a resposta se pode ou não ser maligno.
Pedras ou cálculos
A composição dos cálculos varia de acordo com o órgão, na vesícula biliar, formam-se a partir de modificações na composição da bile. Os cálculos biliares podem ser únicos ou múltiplos, puros ou mistos, com proporções variáveis de colesterol, bilirrubinato, sais orgânicos e inorgânicos de cálcio e sais biliares. Quando se impactam no colo da vesícula ou em outro ponto das vias biliares, os cálculos podem causar obstrução, caso a obstrução ocorra abaixo da união do ducto pancreático, pode causar pancreatite aguda.
Nos rins, outro lugar frequente de cálculos, são formadas por cálcio, estando o oxalato de cálcio envolvidos em cerca de 80% dos casos. Como em geral os cálculos são radiopacos, com apenas a radiografia é possível detectá-lo. 
PIGMENTAÇÃO
Pigmento nada mais é que uma substancia de cor própria, origem, composição química e significado biológico diverso. São encontrados na natureza, como também nas células vegetais e animais, na qual vai desempenhar diversas funções. Os exemplos mais comuns é clorofila, citocromos e melanina. 
Pigmentação é o processo de formação ou também chamado de acumulo normal ou patológico de pigmentos em certos locais do organismo.
Podem ser divididas em classes, sendo elas:
Endógenas: quando a patologia causara a pigmentação 
Exógenas: quando a pigmentação causara a patologia
PIGMENTAÇÕES ENDOGENAS:
É o resultado de hiperprodução e acumulo de pigmentos produzidos pelo organismo, podendo ser classificada em grupos: derivadas da hemoglobina, melanina, ácido homogentísico, lipofuscina. 
Pigmentos de hemoglobina:
Pigmentos biliares: o principal pigmento biliar é a bilirrubina (Bb), pigmento amarelo que é produto final do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de outras hemoproteínas. 
Hematoidina: é a mistura de lipídeos e um pigmento semelhante a Bb, que não há ferro, que se forma em focos hemorrágicos, após uma degradação das hemácias extravasadas por macrófagos locais. Aparece a partir do final da segunda ou terceira semana após o sangramento, tendo a forma de cristais variando de cor amarelo-ouro, amarelo-alaranjado ou vermelho-alaranjado a marrom-dourado, contendo agulhas formando pequenas placas irregulares.
 
Hemossiderina: é o armazenamento de ions de ferro cristalizado que se acumula na célula principalmente no reticulo endotelial, originada da lise das hemácias e é a forma de armazenamento intracelular de ferro e ferrina. A disposição excessiva de hemossiderina nos tecidos pode ser localizada ou sistêmica.
Localizada: logo após um traumatismo, a hemorragia é vista como uma área vermelha-azulada ou negro-azulada devido a presença de hemoglobina desoxigenada.
Sistêmica: ocorre em consequência do aumento de absorção intestinal de ferro.
Pigmento Malárico: também chamado de hemozoína, é produzida a partir da degradação de hemoglobina ingerida pelos parasitos da malária durante seu ciclo. É inerte e não toxico, mas sua retenção em grande número de monócitos e macrófagos pode contribuir para a redução da resposta imunitária.
Pigmento esquistossomótico: origina-se no tubo digestivo do Schistosoma a partir do sangue do hospedeiro, que é ingerido pelo verme adulto como uma fonte de nutrientes. 
Pigmentos melânicos: produzido por melanoblastos, e melanina tem cor castanho ao negro, é responsável pela coloração das mucosas, pele,olhos dos seres humanos e na plumagem das aves. Seu processo de síntese é controlado por hormônios, principalmente da hipófise e da suprarrenal e por hormônios sexuais. Se haver uma disfunção nessas glândulas pode ocorrer uma alteração na produção de melanina causando um aumento generalizado, ou uma exposição aos raios UV. 
 
Hiperpigmentação pode causar:
Nervos celulares: Localização heterotrópica de melanoblastos, podendo ser planos ou elevados.
Melanomas: manchas escuras de natureza cancerosa ocorrido pelo aumento de malenócitos, nos quais encontram-se totalmente alterados originando um tumor maligno. 
Efélides ou Sardas: hiperpigmentação da membrana basal causada por melanoblastos.
Mancha mongólica: mancha clara, principalmente na região do dorso. Isso acontece porque, em determinada região, os melanócitos se acumulam de forma irregular.
Hipopigmentação pode causar:
Vetiligo: diminuição de quantidade de melanócitos produtores de pigmentação na epiderme, manifestando-se como manchas claras.
Albinismo: é uma condição causada pela deficiência na produção de melanina. Pessoas com esse problema apresentam a ausência de pigmentação e, dependendo do grau, apresentam alterações até mesmo na cor dos olhos e dos cabelos.
Ácido homogentísico 
Trata-se de um pigmento em forma de grânulos de cor castanha-avermelhada, castanha-amarelada ou acre. É formada em pessoas com alcaptonúria. Essa rara doença deve-se a mutação no gene que codifica a enzima ácido homogentísico que degrada o ácido homosentísico. A falta da enzima impede a degradação do ácido, o que leva ao acumulo no plasma, cartilagens, tecido conjuntivo e é excretado em grande parte pela urina, podendo originar cálculos renais. A deposição de ácido homogentísico no tecido cartilaginoso da orelha, resulta em uma cor negro-azulada a inspeção visual.
Lipofuscina
É considerado um marcador biológico de envelhecimento celular. Ela aparece em grânulos delicados intracitoplasmáticos, pardos-amarelados, autofluorescentes e PAS-positivos. Cora-se com alguns corantes dos lipídeos e reduz sais de prata. 
PIGMENTAÇÕES EXÓGENAS:
Muitos pigmentos penetram no nosso organismo com o ar inspirado e alimentos deglutidos, assim como ocorre com injeções e tatuagens, que são por via parenteral. Primeiramente irão entrar em contato com a mucosa da pele, assim podendo ser eliminadas ou enviadas para outro local pela circulação linfática e macrófagos.
A pigmentação exógena pode ser dividida em diversos tipos, entre eles:
Tatuagem: é a pigmentação limitada a pele, introduzida por de pigmentos insolúveis na derme, podendo ser acidental ou proposital, eram usados ossos finos como agulhas. Muitas pessoas usam as tatuagens para a área estética, nos casos que houver uma cicatriz feia e grande, no qual teve perda de pigmento melânico. Existem tatuagens temporárias (hena) e as permanentes, dependendo do pigmento introduzido. Nas temporárias é utilizado diaminotolueno que serve para escurecer e acelerar mais o processo de penetração do corante na pele. Os elementos são: alumínio, oxigênio, titânio e carbono, a reação cutânea é pelas agulhas, podendo causar hemorragia, edema, entre outras, mas isso é um processo rápido, sendo passageiro. Os casos de pessoas com tatuagens muito grandes pode causar linfadenomegalia (aumento dos linfonodos) é uma infecção bacteriana. Tem que haver muito cuidado, pois pode ocorrer a transmissão de sífilis e hepatites.
 
 
Antracose: De todos os pigmentos que inalamos, o mais comum entre eles é o carvão, pode ser notado nas pessoas fumantes, e principalmente em pessoas que habitam em cidades grandes onde a poluição atmosférica é muito maior. Podemos inalar ela na queima de combustível.
 Vai ser fagocitado por macrófagos que transportará aos vasos linfáticos, assim levando ao linfonodo regional. Produzirá uma coloração escura e ficará manchas no parênquima dos pulmões.
 
Um exemplo bem comum é os trabalhadores das minas de carvão, que leva a fibrose (tem uma grande dificuldade na respiração).
Argíria: Deposição de sais de prata em tecidos, em forma de sulfeto de prata. É conhecida como Argirose quando entra em contato com os olhos, alguns fatores tem a capacidade de produzir efeitos tóxicos, um deles é a solubilidade do metal. A argiria é mais comum em trabalhadores de manufatura de joias, pois pode ocorrer a penetração mecânica da pele por partículas de prata. Um procedimento odontológico que pode causar argiria é com o uso de amálgama (mistura de prata e mercúrio). São vistas como grânulos escuros na microscopia de luz, encontrado na borda externa de membrana basal das glândulas sudoríparas. A luz solar reduz os compostos de prata que é oxidada nos tecidos, assim estimulando a produção de melanina.
Crisiase: deposição de ouro em tecidos, causada por uso prolongado de sais de ouro, um exemplo mais comum é na artrite reumatoide e na acupuntura. A pele tem cor cinza meio azulada, fica permanente em áreas expostas ao sol, podemos notar a hiperpigmentação melânica. É afetada na região periorbital, pescoço e membros superiores.
Saturnismo: contaminação de sais de chumbo. A cor é azulada ou escura dependendo da fase que se encontra no tecido. Pode ser provocada pelo uso prolongado de cosméticos e cremes desde metal. A via de penetração é pelo canal digestivo e respiratório. A intoxicação é mais fácil em jovens e mulheres podendo causar sífilis e tuberculose e também se manifesta na forma de cólica e anemia. Colocação cinzenta das gengivas, hálito fétido e coloração terrosa amarela.
REFERÊNCIAS
(BRASILEIRO FILHO, GERALDO-8.ed, Bogliolo, Luigi, Patologia Geral,1908-1981- Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2012)
(BRASILEIRO FILHO, GERALDO-5.ed, Bogliolo, Luigi, Patologia Geral-1908-1981- Rio de Janeiro:; Guanabara Koogan, 2013)
https://patofisio.wordpress.com/2010/05/06/pigmentacoes/

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