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PTI Grupo - Agentes Penitenciarios - Escopo do Projeto de Acoes Estrategicas

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FACULDADE ANHANGUERA.
CURSO SUPERIOR DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA
PTI (GRUPO) DESAFIOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS: Escopo do Projeto de Ação Estratégias - em uma dada situação
Cotia (SP) 
 2019
ANHANGUERA EDUCACIONAL - UNIDERP
UNIDADE DE COTIA
Desafios Da Prática Profissional Dos Agentes Penitenciários: Escopo do Projeto de Ação Estratégias - em uma dada situação
Alunos.
Igor Aparecido de O. Machado......... / R.A. 2196529701
Douglas Natanael Rodrigues......... / R.A. 2212192701
 Miguel dos Santos Mendonça.......... / R.A. 2212825801
 Reginaldo Vieira de Queiroz Lima....... / R.A. 2201747801
 Edson de Souza Oliveira.......... / R.A. 2248982601
 Suzana Aparecida de A. Bilac.......... / R.A. 2236621101
 Vanderlei de Souza............ / R.A. 2246816701
Projeto Textual Interdisciplinar (PTI) apresentada ao Instituto Educacional Anhanguera como requisito obrigatório para os 1.ºs a 4.º semestre; e que engloba as disciplinas Comportamento Organizacional; Responsabilidade Social e Ambiental; Gestão de Projetos; Homem, Cultura e Sociedade Empreendedorismo; Seminário de Projeto Integrado I do curso Superior de Tecnologia de Segurança Pública.
Tutor: Fernando Antônio Campos de Moura
Cotia (SP)
2019
SUMÁRIO
Introdução
Este presente trabalho se trata de uma Proposta Textual Interdisciplinar (em Grupo), que tem como a Situação Geradora de Aprendizagem (SGA), a seguinte temática: “Agentes Penitenciários: desafios da prática profissional”.
O estudo se trata de analisar e traçar o diagnóstico estratégico da situação que está ocorrendo no presídio, que é a de muitos funcionários (como o exemplo ilustrativo do funcionário Marcelo, exposto na SGA) estão apresentando quadro de estresse e de desmotivação no trabalho, em virtude, da rotina de violência, insegurança e ameaça que ronda o presídio onde será desenvolvido um projeto de melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). 
A temática é analisada sobre o olhar da disciplinas: Comportamento Organizacional; Empreendedorismo; Homem, Cultura, Sociedade; Responsabilidade Social e Ambiental; e Gestão de Projetos. 
Sendo que ainda é visto sobre o Escopo do projeto (que traz ainda alguns pontos sobre o produto do projeto, que é justamente a QVT), na parte da Gestão de Projetos.
O estudo se trata de uma revisão de literatura de natureza descritiva ou seja, que descreve ou que engloba uma situação específica; no caso, um estudo tratando dos desafios da prática profissional dos agentes penitenciários: escopo do projeto de ação estratégias - em uma dada situação em um presídio descrito.
O objetivo do estudo é propor o escopo do produto que vai levar a QTV aos funcionários do presídio; e espera-se que este projeto possa ser idealizado, e que a qualidade de vida dos funcionários ou agentes penitenciários possa ser percebida, e que toda a sociedade perceba a importância desta temática para a melhoria da qualidade de vida de todos – contribuindo e algum modo para melhorar o sistema prisional, e que com isto, a sociedade toda possa ganhar sentindo-se mais segura, por exemplo.
1. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: Considerações sobre a Qualidade de Vida no Trabalho
O ambiente profissional, seja ele em qual situação for, deve ser prazeroso, refletir um belo tanto do estilo de vida da pessoa (trabalhadora), e indicar, de certo modo, as suas inclinações naturais. 
Os autores pesquisados na elaboração deste trabalho, tais como Seyle (1959), Durkheim (1995), Filgueiras; Steinherz Hippert (1999), Romero; Oliveira; Nunes (2007) e Ribeiro; Santana (2015) afirmam que dissonâncias entre o lado profissional e pessoal, ou ainda, que deixar de lado a qualidade de vida no trabalho ou ter um estilo de vida muito diferente daquele que é pregado em seu trabalho é uma das formas mais prováveis de se obter um estresse (ou SGA – Síndrome Geral da Adaptação) e / ou desenvolver uma síndrome de burnout (SB).
O estresse é um desequilíbrio biológico, que afeta o funcionamento físico, mental e social das pessoas (MELLO FILHO; MOREIRA 1992 apud FILGUEIRAS; STEINHERZ HIPPERT, 1999, p. 41).
“A Síndrome de Burnout, SB, é um dos desdobramentos mais importantes do estresse profissional” (ROMERO; OLIVEIRA; NUNES, 2007, p. 6).
A síndrome de burnout acaba consumindo e desgastando as pessoas, como um ápice de um mais abastado estresse negativo.
“Nesse sentido, o melhor modo de controlar e prevenir o estresse e a SB exige dois pressupostos básicos: manter elevada a qualidade de vida do trabalho e manter um adequado estilo de vida, dessa forma, tanto a organização como os profissionais são beneficiados” (ROMERO; OLIVEIRA; NUNES, 2007, p. 6).
De acordo com Ribeiro; Santana (2015) para que seja mitigado o dano a um funcionário como Marcelo, que está aparentemente sofrendo com o estresse no ambiente de trabalho (ainda mais em um ambiente de trabalho de um agente penitenciário, que lida com violência, tormentos e preocupações a todo momento), então, é necessário cuidar da saúde física e psicológica, tanto quanto investigar as causas que estão gerado esse estresse todo no ambiente de trabalho.
“A escolha da profissão, cultura, valores, infraestrutura familiar, relações interpessoais são fatores relevantes para a Qualidade de Vida no Trabalho. O conceito [...] (QVT) envolve tanto o aspecto físico e ambiental, como os aspectos psicológicos do local de trabalho” (RIBEIRO; SANTANA, 2015, p. 76).
O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT – é uma concepção muito ampla que envolve tantos aspectos tecnológicos, quanto fatores de melhoria na rotina de trabalho, diz de educação profissional, de terapias, workshops, treinamentos, de melhorias meio ambientais que a empresa venha a praticar e etc. (LIMONGI-FRANÇA, 2003 e ROMERO; OLIVEIRA; NUNES, 2007).
Baseado nessa conceituação pode-se afirmar que, para uma melhoria na qualidade de vida no trabalho, a organização deve levar em consideração alguns fatores como: riscos físicos, químicos e biológicos, além da carga de trabalho física, cognitiva e psíquica. Tais fatores podem influenciar, direta ou indiretamente, na saúde do colaborador e, por consequência na produtividade da organização (ROMERO; OLIVEIRA; NUNES, 2007, p.2).
Assim, pensando em um conceito mais amplo, o próprio Serviço de Engenharia e Segurança Médica do Trabalho – SESMT – e a Comissão Interna de Prevenção de Acidente – CIPA – do presídio poderiam pensar em soluções como os tratamentos médicos e psicológicos para os funcionários que apresentarem ou relatarem eventos relacionados à estresse. 
Uma vez que estas ações de tratamentos têm respaldo tanto nas concepções e técnicas da QVT quanto nas ações praticadas por SESMT / CIPA, então o sistema prisional poderia dar mais atenção neste assunto e realizar ações integradas e planejadas conjuntamente.
2. EMPREENDEDORISMO: Desafios Práticos dos Profissionais Agentes Penitenciários 
Muito enganam-se aqueles que pensam que a situação causadora de estresse no ambiente de trabalho dentro de uma penitenciária nada tem relação com o empreendedorismo.
De acordo com ONU, em pesquisa da década de 60, no momento em que o psicólogo e professor de Harvard, David McClelland fez um mapeamento do empreendedorismo pelo mundo e acabou por delimitar os dez perfis de comportamento mais encontrados nos empreendedores de sucesso, sedo que eles são: Autoconfiança; Comprometimento; Concentração; Coragem; Curiosidade; Iniciativa; Organização; Persistência; Persuasão; e Superação (ONU; McCLELLAND, S/d apud REALIZAÇÃOEMPREENDEDORA, S/d e ENDRES; DIGAÍ, 2015).[1: Endereço eletrônico. Disponível em < http://realizacaoempreendedora.com.br/serie-especial-os-10-comportamentos-empreendedores/> Acesso 11 de abr. de 2019][2: Endereço eletrônico. Disponível em < https://www.digai.com.br/2015/07/10-caracteristicas-de-um-empreendedor-de-sucesso-segundo-onu-e-sebrae/> Acesso 13 de abr. de 2019]
De fato, as proposituras, as ações positivas, o empreender, o fazer, a presteza própria e etc., seja dentro da iniciativa privada ou do poder púbico são sempre positivos, além de serem características de empreendedorismo, elas também mostram pessoas com perfis de liderança, de empatia ou de cheias de equipe, que podem melhor orientar e gerir os seus demais colaboradores ou funcionários. 
Assim, o perfil ideal de um empreendedor, tende a apresentar um padrão de comportamentos essenciais, que servem de guias bases para que um empreendedor que quer lograr êxito com suas atividades, possa seguir. De forma que estas características ou comportamentos (que apontam ao perfil ideal de um empreendedor) são: Autoconfiança; Comprometimento; Concentração; Coragem; Curiosidade; Iniciativa; Organização; Persistência; Persuasão; e Superação (ONU, S/d apud REALIZAÇÃO EMPREENDEDORA, S/d). 
De forma que o funcionário que tenha estas caraterísticas deve as ter e fazer uso delas, exteriorizando-as, e não apenas a ter para si, mas sim, de algum mudo, buscar uma foram de pôr em prática estas caraterísticas no ambiente de trabalho.
Outro trabalho que fala de metodologias de empreendedorismo com o aval de ONU (mas neste caso de uma pesquisa da ONU dos anos 80), é o artigo de Endres; Digaí, 2015 que aponta estas características e suas particularidades:
O conjunto de realização compreende as seguintes características: A Busca de Oportunidades e Iniciativa: O empreendedor desenvolve a capacidade de se antecipar aos fatos e de criar oportunidades de negócios[...]. A Persistência: Desenvolve a habilidade de enfrentar obstáculos para alcançar o sucesso. [...] Correr riscos calculados: Nesta situação o empreendedor assume desafios e responde por eles. [...] Exigência de qualidade e eficiência: Aqui aparece a disposição do empreendedor para fazer sempre mais e melhor. [...] Comprometimento: Esta característica envolve sacrifício pessoal, colaboração com os funcionários e esmero com os clientes. A atitude empreendedora aparece quando o empreendedor traz para si mesmo as responsabilidades sobre sucesso e fracasso [...] Busca de informações: Esta característica envolve a atualização constante de dados e informações sobre clientes, fornecedores, concorrentes e sobre o próprio negócio. [...] Estabelecimento de metas: O empreendedor compreende saber estabelecer objetivos que sejam claros para a empresa, tanto em longo como em curto prazo (com data pré-definida). [...] Planejamento e monitoramento sistemático: Ele desenvolve a organização de tarefas de maneira objetiva, com prazos definidos, a fim de que possam ter os resultados medidos e avaliados. [...] Persuasão e rede de contatos: Este comportamento engloba o uso de estratégia para influenciar e persuadir pessoas e se relacionarem com pessoas chave, que possam ajudar a atingir os objetivos do seu negócio. [...] Independência e autoconfiança: O empreendedor desenvolve a autonomia para agir e manter sempre a confiança no sucesso (ENDRES; DIGAÍ, 2015, endereço eletrônico).
Na verdade, estes conjuntos de 10 características ou comportamentos empreendedores no ambiente de trabalho dizem de um conglomerado de 3 conjuntos de caraterísticas, que são os Conjunto Realização, Conjunto Planejamento e Conjunto Poder.
Sendo que o conjunto de realização compreende as características de: 1) A Busca de Oportunidades e Iniciativa; 2) A Persistência; 3) Correr riscos calculados; 4) Exigência de qualidade e eficiência; 5) Comprometimento. Já no conjunto de planejamento, encontra-se os comportamentos de: 6) Busca de informações; 7) Estabelecimento de metas; e 8) Planejamento e monitoramento sistemático. E, por fim, o conjunto do poder reúne os comportamentos de: 9) Persuasão e rede de contatos e 10) Independência e autoconfiança (ONU S/d apud ENDRES; DIGAÍ, 2015, endereço eletrônico).
De forma que com mais planejamento, com mais motivação, realização e com uma rede e relacionamentos de poder mais bem estabelecidos na rotina dos presídios é possível que os agentes penitenciários venham a se sentirem mais satisfeitos em seus ambientes de trabalho, evitando assim desencadear doenças físicas, como dores corporais, tensões e pressão alta e doenças mentais como estresse ou síndrome de burnout.
3. HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE: A exterioridade e coercitividade da violência
Ao se pensar no caso de Marcelo e a rotina de trabalho estressante ao qual ele está exposto, e como ele está inserido em um contexto de violência como um fator social, é de bom tem que se recorra também ao meio social dele, ou o meio ambiente da penitenciária / presídio em que ele trabalha. E sobre as coisas este meio de trabalho, nada melhor do que se estudar sociologia e as ideias do francês Emilè Durkheim (1995) para se inteirar sobre isto.
A priori, a fatídica causa primordial, e que é a preocupação principal, dos estudos de Durkheim (1995) em “As regras do método sociológico” é a de apurar o que são fatos sociais. Que nada mais são do que “toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exteruir” (DURKHEIM, 1995, p. 9).
Sobre estas forças que têm o poder de atuar e influenciar o indivíduo, Durkheim (1995) as separou em duas: a exterioridade e coercitividade (habilidade de coerção). A primeira fala da força externa, do impacto social (da sociedade, ou do meio social) no ser; e a segunda, fala da força que impulsiona o ser a fazer algo (seja a lei, a própria consciência do indivíduo ou certos comportamentos que estão de acordo com os paradigmas sociais que são aceitos em determinados grupos aos quais o indivíduo participa ou faz parte).
Assim, Durkheim acaba por delimitar as forças internas e externas que agem no ser; bem como o referido autor faz importantes distinções entre os fatores biológicos, psicológicos, morais e sociais, e etc. Fazendo, assim, dualismos entre a normalidade biológica e a sociológica, por exemplo.
Nesse ponto, Durkheim busca socorrer-se do conceito de normal na Biologia, definido, em termos gerais, como a média de saúde do indivíduo em relação aos demais [...]. Na Sociologia, no entanto, as coisas são bem mais complexas porque não se dispõe de um critério seguro como o que se refere, na Biologia, ao número da mortalidade média para avaliar a normalidade dos fenômenos vitais. Em cada sociedade, devem os fatos sociais sofrer a avaliação de normal/anormal, o que leva, portanto, a admitir certa relatividade moral [...]. O normal e o patológico são da mesma natureza, mas Durkheim toma como normais os fatos que apresentam formas gerais em toda a extensão de uma espécie. Ao contrário, anormais seriam os fatos cujas formas se mostrem excepcionais. [...]. A normalidade ou anormalidade do fato social também deve ser considerada em relação a uma fase de seu desenvolvimento (DURKHEIM S/d apud MELLIN FILHO, S/d, p. 64).
Ou seja, o pensamento de Durkheim afirma que em um meio social onde a violência seja normal, como o é nos meios penitenciários / prisionais, então ser violento é algo positivo, e uma necessidade da exterioridade tanto quanto da coercitividade. Além disto, Durkheim admite que a violência é normal, porque toda sociedade é mais ou menos violenta.
“De acordo com Durkheim, o crime não se observa apenas na maior parte das sociedades desta ou daquela espécie, mas em todas as sociedades de todos os tipos. Não há nenhuma onde não exista criminalidade” (DURKHEIM, S/d apud CORRÊA, S/d, p.4).
Assim, o agente penitenciário Marcelo, e demais funcionários como eles que estejam passando por esta situação de estresse, devem entender que o momento deles extravasarem é no trabalho, ondeos detentos entendem a linguagem da violência e da imposição coercitiva, porém, eles, os agentes penitenciários, tem que entender que se a violência é algo normal e mais aceita – e entendida – nos meios criminais, nos meios sociais livres e democráticos, a violência é algo que deve ser empregada em última instância. E isto inclui o lar do Marcelo, onde ele deve agir com o mínimo, ou de preferência zero, de violência com seus membros familiares.
4. RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
Ao longo da evolução e do desenvolvimentos das cidades (e dos governos), foi então percebido que os modelos de corporações que apenas se preocupavam com os seus indicadores financeiros, ou com as suas produções e que não faziam análises dos impactos sociais e ambientais de suas atividades econômicas, percebeu-se que este modelos, necessitariam de ser substituído. Isto muitos chamam de substituição dos modelos de consumismo, de extrativismo, (e etc. mas o terno economias cinzas considera-se o mais apropriado), por um sistema mais de economia verde ou modelos de desenvolvimentos mais sustentáveis.
Pode parecer que há algo dissonante de se falar em meio ambiente e sustentabilidade em um trabalho sobre os presídios e a saúde dos servidores públicos. Porque entende-se, o senso comum, que em presídios há que se lidar com violência, crimes e cumprimento de penas, e nada mais. Mas, na verdade, tudo tem que ser relacionado em modelos sustentáveis, sejam as entidades empresariais, ou as entidades do poder público, ou seja o sistema carcerário.
A sustentabilidade diz que os sistemas se dividem em três grades pilares (esferas ou áreas) que são o meio ambiente, o meio social (ou a sociedade) e o fator econômico. Outros autores, como Carrol (1999) enxergam a sustentabilidade como um tripé de valores equiparados (como exposto no parágrafo acima), porém, Carrol (1999) admite que há outros elementos neste tripé, como a discricionariedade – que são feitos de atos extras que contribuem para a sustentabilidade e que são praticados por empresas ou poderes públicos –; além de Carrol (1999), também, tratar bastante do conceito, importante, ao mesmo tempo, de responsabilidades social quando o autor diz de desenvolvimento sustentável. 
Para Carrol (1999), a sustentabilidade, ou aquilo que é sustentável às sociedades, ao planeta e aos seres vivos, pode ser dividida entre a responsabilidade societária (da sociedade), responsabilidade econômica, e a responsabilidade sobre o meio ambiente das entidades empresariais ou outras entidades públicas. Mas, além disto, de acordo com Carrol (1999) o conceito de sustentabilidade é ainda pertinente a outro importante conceito, que é o da Responsabilidade Social. 
Responsabilidade Social, inclusive, tem uma implicação em um contexto mais amplo, de outros quatro aspectos, que são os aspetos Econômicos, Legal, Éticos e Discricionários (CARROL, 1999). 
Assim, um desenvolvimento sustentável, que tenha uma busca, ou que intenta e faça por almejar por uma sociedade mais sustentável e que tenha mais empresas, e órgãos públicos que pratiquem boas ações no âmbito da responsabilidade social, está diretamente relacionado à qualidade de vida no trabalho (QTV) das pessoas, dos servidores. 
Isto porque uma sociedade mais harmônica é uma responsabilidade de todos, e uma sociedda mais sustentável existe não apenas nos equilíbrios sócio ambientais, ou nos bons lucros e resultados que as empresas tem ou (as boas arrecadações) que os Governos demonstram ter obtidos; uma vez que uma sociedade mais sustentável se observa, também, na boa qualidade de vida que as pessoas e seus familiares têm, além da dignidade com que todas a pessoas – inclusive detentos e detentas – são tratadas.
5. GESTÃO DE PROJETOS
A Qualidade de vida no Trabalho, e suas repercussões e consequências, como o desempenho no trabalho, o bem estar e a qualidade de vida, ou o estresse e demais complicações relacionadas, estão diretamente ligados à rotina e os modos com que se faz seus trabalhos. Neste sentido, se apresenta o Projeto de Qualidade de Vida no Trabalho – a fim de que o diretor do presídio possa, por fim, resolver o caso de Marcelo e de outros funcionários concursados ou não – e também se apresenta o escopo do produto (que nada mais é do que as ações, ou as ferramentas que o projeto propõe que seja usadas a fim de se obter uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho – QVT).
O Projeto de Qualidade de Vida no Trabalho foi solicitado à e autorizado (a elaboração do projeto / escopo) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado; e ele deve ser implantado tão breve quanto seja idealizado o projeto e aprovado (por memorando ou por outra forma formal de comunicação interna entre órgãos públicos) junto à mesma referida Secretaria.
O Produto são as ações em si que devem levar a realização, ou melhor, ao pleno êxito do projeto, buscando assim uma melhor qualidade de vida no trabalho para os funcionários. De acordo com aquilo que foi visto neste estudo, pode-se indicar que os produtos do projetos são ações que se baseiam em pontos como a preocupação com a qualidade de vida do trabalho e isto inclui manter um adequado estilo de vida ao seu trabalho (ROMERO; OLIVEIRA; NUNES, 2007, p. 6). Além disto, como propõe Ribeiro; Santana (2015) há que se fazer o acompanhamento médico e oferecer tratamentos de saúde física e mental aos funcionários; claro, sempre levando em conta o estilo de vida e trabalho, ou seja, incentivando PDV (Programa de demissão voluntária), redução da carga horária de trabalho, programas de realocação para funções internas e que não tenham tanto contatos com detentos (aplicando se mais para aqueles servidores públicos, que tal como o Marcelo, demonstrar quadro de estresse em suas atividades), e etc.
Para que isto ocorra, primeiramente, deve ser estimulado o SESMT / CIPA e os Projeto de aperfeiçoamento das rotinas de trabalhos, Diários De Segurança do Trabalho, SIPAT (Semana Interna De Prevenção de Acidentes), Workshops e etc. Posteriormente, deve também ser feitas ações transversais juntamente às áreas de planejamento, RH (Recursos humanos – contando com mais motivação e maior enfoque na rede de relacionamentos e poder); além de trabalhar os lados físicos e psicológicos dos funcionários, para que estes funcionários saibam como lidar melhor com a violência ae o estresse da rotina dos trabalhos, e assim evitem a síndrome de burnout, o estresse e etc.
5.1. Escopo 
	DECLARAÇÃO DE ESCOPO
	Descrição do escopo do produto: qualidade de vida no trabalho, por meio de programas de ações integradas que visem o bem estar e um bom índice de desempenho dos funcionários no trabalho. 
	Critérios de Aceitação do Produto: Para ingressar no programa de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho), o funcionário deverá se sujeitar aos exames médicos e psicológicos necessários para se fazer os tratamentos, os acompanhamentos e a mensuração dos resultados deste programa de Qualidade de Vida no Trabalho. Será usada a própria metodologia do QVT nos termos nos autores citados, e referenciados no final deste projeto.
	Entregas do Projeto: O SESMT, a CIPA e os programas de avalição de desempenho, do setor de Recursos Humanos devem ser otimizados com o projeto, uma vez que estes setores ou comissões irão se responsabilizar, junto com os demais agentes externos do projeto (como médicos psicólogos e psicopedagogos, professores, agentes sociais e etc.); este pessoal, junto com a direção da instituição penitenciária devem ser os responsáveis por entregar, e proporcionar todos os meios (entrega primária) de o produto secundário, que neste presente projeto é a qualidade de vida no trabalho, ou seja, a melhora da CIPA, do SESMT, da Gestão de RH do presídio, irá contribuir, em uma última análise, para a melhorada QVT dos funcionários. 
	Exclusões do Projeto: O Projeto é voltado aos agentes penitenciários que estão em contato direto com os presos, e não abrange os agentes penitenciários alocados em funções internas. O projeto também não objetivaque os servidores ou funcionários terceirizados se tronem mais bonzinhos ou neguem seus lados violentos no presídio, não se trata disto, mas sim de canalizar a violência ano trabalho se isto for necessário, não negá-las, mas usá-la em momentos adequados, além disto, funcionários que nãos e sintam à vontade dentro do presídio, podem optarem pela redução de carga horária, se esta parte do projeto for aprovada.
	Restrições do projeto: o projeto têm restrições orçamentárias, e de aprovações de leis ou decretos pelo governador ou outro governante de alçada mais elevada. E também, a partir do momento que um laudo médico ou psicológico for emitido e for constato que o funcionário está com algum problema severo de saúde física (como úlcera nervosa) ou mental (como síndrome de burnout), ele deverá ser afastado para tratamento e não poderá mais integrar o programa de QVT.
	Premissas do Projeto: supõe-se que com este projeto, consiga-se reduzir a incidência de problemas de saúdes físicas, mentais e sociais nos agentes penitenciários; isto deve ser feito por meio do incentivo das QVT nos funcionários, sendo que o SESMT; CIPA (que vai ser formada) e Gestão de RH (que devem ser otimizados) serão os responsáveis, junto com os profissionais liberais que trabalham externamente ao presídio, como médicos e psicológicos.
	
 
CONCLUSÃO
Para cada profissão, há uma inclinação natural, uma aptidão que irá ser mais ou menos exigida. Motoristas vão ter que dirigir veículos constantemente; professores devem dar aulas; policiais deverão combater o crime e a violência; e, escriturários devem lidar com suas escritas e suas arquivamentos. Assim, é que se diz que, para cada profissão existe uma certa vocação.
Evidentemente, existe sim a verificação na prática daquele adágio popular que se diz: “ossos do ofício”, ou “em casa de ferreiro, o espeto é de pau”. Isto quer dizer que algumas profissões são naturalmente mais perigosas, mais violentas, mais estressante do que outras; um dos exemplos clássicos disto, são os gestores de alto nível ou os controllers que vivem estressados, trabalhando com uma carga de estresse ou carga de nervosismo muito elevada, igualmente apresentando assim preocupações e responsabilidades elevadíssimas. 
Porém, como é no caso dos agentes penitenciários, há certas atividades profissionais que podem ser consideradas sim como sendo de profissões que tenham um alto risco e uma alta tensão em suas rotinas de trabalhos; principalmente, os agentes penitenciários que tenham que lidar com os presos. Todavia, há como canalizar ou direcionar este estresse, esta tensão toda para melhorar a QTV e com isto, também, vir a trazer mais satisfação e realização aos funcionários que trabalham nos presídios.
O escopo de projeto, que intenta a trazer o produto qualidade de vida (alicerceado no conceito de QTV) no trabalho, traz uma série de medidas que compõe as ações que são propostas, a fim de que possam a ser valorizados o desempenho e o bem estar dos funcionários que trabalham nos presídios, abrangidos por este projeto. Entretanto, este projeto não está encerrado em si mesmo, mas sim é apenas um projeto piloto, um escopo, de modo que novas ações podem ser integradas à ele, de acordo com os resultados que forem obtidos no projeto, de acordo com os interesses da direção do presídio, e de acordo com os interesses dos governantes da sociedade (afinal, é a sociedade quem escolhe quais políticos ela quer que estejam no poder).
Ao que se nota, a busca pela qualidade de vida no trabalho em presídios, principalmente no lidar com os detentos, é algo complexo; algo, que envolve perfis de pessoas que já tenham uma tendência à agitação, agressividade ou a mediação, e etc. Porém, mais do que observar as tendências de comportamento, a qualidade de vida no trabalho sustenta uma série de ações e mensurações a fim de se verificar e garantir que os funcionários tenham boas condições de trabalho, e que este trabalho não venha a afetar o lado pessoal dos agentes prisionais.
REFERÊNCIAS 
CARROL, A. B. Corporate Social Responsibility: Evolution of a Definitional Construct. Business Society Magazine, num. 38, pps. 268-272, 1999. 
CORRÊA, Sérgio Luís de Castro Mendes. O Conceito de Crime em Durkheim. Brasília (DF): AGU (Advocacia Geral da União), S/d. versão online. Disponível em <http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/584648> acesso em 13 de abr. de 2019.
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo (SP): Martins Fontes, 1995.
ENDRES, Veridiane; DIGAÍ (site). As 10 Características de um Empreendedor de Sucesso, segundo ONU e SEBRAE. Site de Digaí, 2015. Endereço eletrônico. Disponível em < https://www.digai.com.br/2015/07/10-caracteristicas-de-um-empreendedor-de-sucesso-segundo-onu-e-sebrae/> Acesso 13 de abr. de 2019.
FILGUEIRAS, Julio Cesar; STEINHERZ HIPPERT, Maria Isabel. A Polêmica em Torno do Conceito de Estresse. Rev Psicologia Ciência e Profissão, 1999, 19 (3), pp. 40-51. Versão online. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931999000300005&ing=en&nrm=iso> acesso em 10 de br. 2019
MELLIN FILHO, Oscar. O Crime e a Pena no Pensamento de Émile Durkheim. Rev. Intellectus; Ano VI (S/d) | Nº. 13, p.63-68. Versão online. Disponível em <http://www.revistaintellectus.com.br/DownloadArtigo.ashx?codigo=144> acesso em 14 de abr. de 2019.
REALIZAÇÃO EMPREENDEDORA. Endereço eletrônico. Série Especial – Os 10 Comportamentos Empreendedores. Site de Realização Empreendedora. (S/d). Endereço eletrônico. Disponível em < http://realizacaoempreendedora.com.br/serie-especial-os-10-comportamentos-empreendedores/> Acesso 11 de abr. de 2019
RIBEIRO, Larissa Alves; SANTANA, Lídia Chagas de. Qualidade de Vida no Trabalho: Fator Decisivo para o Sucesso Organizacional. Revista de Iniciação Científica – RIC Cairu. Jun. 2015, Vol 02, n° 02, p. 75-96, ISSN 2258-1166. Versão online. Disponível em <https://www.cairu.br/riccairu/pdf/artigos/2/06_QUALIDADE_VIDA_TRABALHO.pdf> Acesso em 11 de abr. de 2019.
ROMERO, Drª Sonia Mara; OLIVERIA, Adm. Luciano Oliveira de; NUNES, M.sc. Sergio da Costa. Estresse no Ambiente Organizacional: estudo sobre o corpo gerencial. Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, 2007. Versão online Disponível em <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1215_SEGET0701Stress.pdf> Acesso em 30 de mar. de 2019.
SEYLE, H. Stress, a tensão da vida. São Paulo (SP): IBRASA (Instituição Brasileira de Difusão Cultural), 1959.

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