Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
DEPÓSITO DE MINÉRIO DE FERRO NA SERRA DOS CARAJÁS Revisão Bibliográfica Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia/Instituto de Geociências Geologia do Brasil – GEL640 Professor: Tiago Novo Junho/2015 Israel Rodrigues Teixeira Vitor Bersan Santos INTRODUÇÃO A Serra dos Carajás localiza-se na região centro-sul do Pará Estende-se por cerca de 355 km no sentido E-W (aproximadamente), atravessando vários municípios, como Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás Localização da Serra dos Carajás e seu sentido de extensão (seta). Fonte: Modificado de Google Maps INTRODUÇÃO Geologicamente, a Serra dos Carajás encontra-se no Cráton Amazônico Mais especificamente localiza-se na Província Geocronológica da Amazônia Central Províncias geocronológicas do Cráton Amazônico. Fonte: Modificado de Tassinari e Macambira, 2004 INTRODUÇÃO O relevo é caracterizado por um conjunto de colinas e platôs As áreas de afloramento do minério de ferro são recobertas por laterita ferruginosa Serra dos Carajás. Fonte: Hasui et. al., 2012 (Foto de Gonçalves) MINERALIZAÇÕES ENCONTRADAS A Serra dos Carajás é a maior província mineral do Brasil Depósitos: Ferro, Manganês, Cobre, Ouro, Paládio, Platina e Níquel Depósitos menores ou subprodutos: Alumínio, Prata, Cromo, Molibdênio, Estanho, Urânio e Tungstênio Mineralizações formadas no Arqueano e no Paleoproterozóico Setor nordeste da Província Mineral da Serra dos Carajás. Fonte: GIS Brasil, CPRM, 2004; apud: Hasui et al., 2012 Mapa Geológico com estruturas mais detalhadas da Serra dos Carajás. Fonte: Modificado de Assis, 2013 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS As jazidas de ferro mais importantes de Carajás estão distribuídas em três setores (Hasui, 2012): Serra Norte: N1, N4 e N5 Serra Sul: S11 Serra Leste Atualmente (Hasui, 2012) a Vale opera quatro minas a céu aberto em Serra Norte: N4E, N4W-N, N5W e N5E Em outubro de 2007 alcançaram a marca de 1 bilhão de toneladas produzidas desde o início da operação MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS *** Outubro/2007: total de 1 bilhão de toneladas produzidas Produção anual de minério de ferro em Carajás. Fonte: UFPA, 2013. MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS Os depósitos de ferro são associados à sequência vulcanossedimentar do Grupo Grão Pará Formação Parauapebas – unidade vulcânica máfica inferior Formação Carajás – unidade de jaspilitos intermediária Unidade vulcânica máfica superior Sills e diques de rochas máficas intermediárias são intrusivos nas três unidades definidas Coluna estratigráfica Serra dos Carajás. Fonte: Modificado de Assis, 2013 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS O Grupo Grão Pará encontra-se nos três setores (Serras Norte, Sul e Leste), onde o grau de metamorfismo varia sensivelmente, o qual é mais elevado na Serra Sul (CPRM / Bizzi, 2003) Na Serra Sul a influência da zona de cisalhamento de alto ângulo provocou a completa recristalização dos jaspilitos, conduzindo a formação de itabiritos (CPRM / Bizzi, 2003) MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E Localização da mina N4E no Complexo de Carajás. Fonte: Modificado de UFPA, 2013 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E A minas N4E foi a primeira a entrar em operação, em 1984. Embasamento – Complexo Xingu – Gnaisse e Migmatito Supracrustais pertencem a três unidades principais Grupo Grão Pará Grupo Igarapé Bahia Formação Águas Claras Intrusivas Soleira quartzo-diorítica de colocação tarditectônica Batólito granítico anorogênico Carajás Mapa geológico e seção interpretativa da região da minas N4. Fonte: Teixeira, 1994 apud Hasui et al., 2012 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E A jazida apresenta em seu perfil típico setores enriquecidos em ferro dentro da formação ferrífera bandada, com ocorrência de canga ferruginosa na superfície do terreno Seção geológica esquemática da mina N4, Serra Norte, Carajás. Fonte: Hasui et al., 2012 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E Os óxidos e hidróxidos de ferro são classificados de acordo com sua composição e grau de friabilidade (Rezende e Barbosa, apud Hasui, 2012). Classificação: Canga hidratada: Material limonítico pobre em fragmentos detríticos Canga de minério: Formado por blocos de minério cimentados por óxidos hidratados de ferro, precipitados quimicamente e com traços de material argiloso Hematita dura: Minério compacto constituído por hematita especular (especularita) MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E Hematita semidura: Minério finamente bandado constituído por: Palhetas microscópicas de especularita com cristais maiores de martita e intrusões de magnetita Goethita fibrosa e limonita terrosa amarela, as quais predominam nas partes mais superficiais dos corpos de minério Hematita semibranda: Não aflora, apesar de sua grande representatividade nos testemunhos de sondagem. Material cinzento a negro, com bandas milimétricas de hematita e martita MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS – MINA N4E Hematita branda: Material hematítico cinzento escuro a negro, o qual pode apresentar estrutura bandada semelhante ao minério semibrando Jaspilito: Protominério de onde provém todos os minérios de alto teor. É uma formação ferrífera bandada de fáceis óxido não matamorfizada, constituída de faixas alternadas de hematita e jaspe Jaspilito duro: Rocha de difícil fragmentação que ocorre em profundidade Itabirito brando: Material nitidamente bandado que se degrada com relativa facilidade Material Teor de Ferro(%) Cangahidratada 56,8 Canga de minério 64,1 Hematita dura 66,2 Hematitasemidura 65,9 Hematita semibranda 66,7 Hematita branda 66,3 Jaspilito duro 43,7 Itabirito brando 54,1 Teores de ferro de alguns dos diferentes tipos de minério encontrados na mina N4E, Serra Norte, Carajás. Fonte: Modificado de Hasui et al., 2012 a d c b Fotografias de campo de alguns dos tipos de minérios de Carajás: (a) Canga hidratada; (b) Canga de minério; (c) Hematita dura; (d) Jaspilito duro. Fonte: UFPA, 2013 [* fonte primária não encontrada] MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS As primeiras hipóteses para explicar a origem do minério de ferro em Carajás envolviam o enriquecimento supergênico Processos de alitização teriam causado a remoção da sílica do jaspilito, restando os grandes corpos de hematita residual, normalmente protegidos da erosão pela camada de crosta ferruginosa rica em goethita (Hasui, 2012) Tipo e intensidade de intemperismo. Fonte: Decifrando a Terra, 2009 – Cap.: 8 – pág.: 154 MINÉRIO DE FERRO EM CARAJÁS Atualmente reconhece-se mineralizações epigenéticas de hematita-carbonato em níveis mais profundos do que o alcançado pelo intemperismo atual. Isso aliado à descrição do metassomatismo Mg-Fe nas rochas encaixantes, indicam uma origem hipogênica para o minério (Dalstra e Guedes; apud: Hasui, 2012) O papel do intemperismo se relacionaria “apenas” à formação da carapaça protetora de canga ferruginosa há 72 milhões de anos o que possibilitou a sustentação do relevo de platôs e impediu a erosão dos corpos mineralizados REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil : texto, mapas & SIG / organizadores, Luiz Augusto Bizzi, Carlos Schobbenhaus, Roberta Mary Vidotti, João Henrique Gonçalves – Brasília : CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2003. 692 p. Geologia do Brasil /organizado por Yociteru Hasui; Celso Dal Ré Carneiro; Fernando Flávio Marques de Almeida; Andrea Bartorelli; - São Paulo: Beca, 2012. 900p. Assis, L. M., Geração de Modelo Exploratório para o Minério de Ferro da Província Mineral de Carajás Através da Integração de Dados Multifonte – Brasília: Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, 2013. OBRIGADO Israel Rodrigues Teixeira Vitor Bersan Santos
Compartilhar