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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS Profª. Karla Andrade Nutrição Animal Lipídios Nutrição Animal Karla Andrade Não existe grupos funcionais em comum, apenas a hidrofobicidade! Nutrição Animal Substâncias heterogêneas Insolúveis em água Solúveis em solventes orgânicos (benzeno, éter de petróleo, hexano e clorofórmio) Nutrição Animal Karla Andrade Característica Geral CH2OH CH2 - O - CO – AG CHOH + CH3 – XXX -COOH CH - O - CO – AG CH2OH CH2 - O - CO – AG Glicerol Ácido Graxo Triglicerídio 95% TRIACILGLICERÓIS Nutrição Animal Karla Andrade Reserva energética (adipócito) PENONI e SANTOS, 1996. Estrutural (Fosfolipídios e glicolipídios Memb. celular) Produz 9,40 kcal de energia (2,25x +++ CHT) Fontes de AG essenciais Precursor de substâncias essenciais à vida (prostaglandinas, hormônios...) Fornece mais H2O no catabolismo em relação aos CHT H Reservatório de água para animais que hibernam Isolante proteção dos animais ao meio (focas, leões marinhos, etc) Marmorização e maciez da carne Melhora a aceitação de rações pulverulentas (MYNARD et al., 1979) Funções Nutrição Animal Karla Andrade Ácidos Graxos (AG) Principais componentes dos lipídios conferindo propriedades gerais Característica fundamental: a função ácida tem natureza carboxílica hidrofílica (COOH-) e a cadeia parafínica [CH3 – (CH2)n] é hidrofóbica Nutrição Animal Karla Andrade Ácidos Graxos Saturados - entende-se por AG saturados aqueles que possuem apenas ligações simples entre os átomos de carbono de sua cadeia (LEHNINGER, 1986). Ácidos Graxos Insaturados - entende-se por AG insaturados aqueles que possuem uma ou mais ligações duplas entre os átomos de carbono de sua cadeia (LEHNINGER, 1986). Esminger et al., 1990) Ácidos Graxos (AG) C C Nutrição Animal Karla Andrade Composição de Gorduras mmol/mol Manteiga Banha Sebo Bov. O. Soja Saturados 4:0 90 0 0 0 6:0 30 0 0 0 8:0 20 0 0 0 10:0 40 0 0 0 12:0 30 0 0 0 14:0 110 10 70 0 16:0 230 320 290 95 18:0 90 80 210 37 Insaturados 18:19 260 480 410 217 18:29,12 30 110 20 571 18:39,12,15 3 6 - 65 Nutrição Animal Karla Andrade CARACTERIZAÇÃO DE GORDURA Ponto de Fusão O que fala o PF em relação à gordura? Tamanho da cadeia Grau de insaturação exerce influência Quanto maior a cadeia maior o ponto de fusão, portanto poderá ser sólido à temperatura ambiente (Gorduras) demora mais para se tornar líquido Quanto menor a cadeia e quanto mais insaturada, menor ponto de fusão, portanto líquido à temperatura ambiente (óleos). Passagem do estado sólido para o líquido ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS DE OCORRÊNCIA NATURAL ÁCIDO NO DE ÁTOMOS DE CARBONO GRAU DE INSATURAÇÃO PONTO DE FUSÃO Butírico 4 - -4,2 Capróico 6 - -3,4 Esteárico 18 - 69,6 Tamanho da cadeia Menor n. de C menor PF Maior C maior PF Quantidade de insaturações Maior n. de INS. menor PF Menor n. INS maior PF Teor de Iodo Mede o grau de insaturação (união de 2 I em cada insaturação); C C I2 C C I I + (Lugol) TI g de I/100g de lipídio Teor de Saponificação KOH Gordura fervida com álcali Sais alcalinos dos AG + C O CH O C O H H H H H H H C O CH O C O H H H H R1 O C R2 O C R3 O C Glicerol Sais de sódio dos Ácidos carboxílicos SABÃO Triacilglicerol (óleo ou gordura) + 3 H O H água Na + OH - + + O - Na + C O R3 O - Na + C O R2 O - Na + C O R1 + teor de saponificação comprimento da cadeia Nutrição Animal Karla Andrade CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS a) Ácidos Graxos Livres b) Gorduras neutras (ésteres de ácidos graxos com o glicerol) mono, di e triglicerídios c) Ceras - Ésteres de ácidos graxos com álcoois de cadeia mais longa do que o glicerol Triglicerídios Nutrição Animal Karla Andrade COMPOSTOS Ésteres de ácidos graxos contendo outro grupo além do álcool e do ácido graxo CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Fosfoglicerídios ésteres de glicerofosfato Nutrição Animal Karla Andrade Permeabilidade da membrana Fosfoglicerídios ésteres de glicerofosfato CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Nutrição Animal Karla Andrade Esfingolipídios A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual estes se baseiam: em vez do GLICEROL, eles são derivados de um AMINO ÁLCOOL (d-eritro-2- amino-1,3-diol). Lipoproteínas Quilomicrons, VLDL, LDL e HDL Glicolipídios Ex. cerebrosídeos são formados pela união de uma glicose ou uma galactose com ceramida. CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Nutrição Animal Karla Andrade Colesterol ESTEROL (combinação de um esteróide ligado a um álcool) Os esteróides são lipídios derivados do colesterol. Atuam como hormônios- testosterona e estradiol responsáveis por características femininas e masculinas. Prostaglandinas: Estes lipídios não desempenham funções estruturais, mas são importantes componentes em vários processos metabólicos e de comunicação intercelular. CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Nutrição Animal Karla Andrade Àcido araquidônico Ác. araquidônico livre prostaglandinas - ação da enzima ciclooxigenase Ac. Araquidônico estocado na forma de fosfolipídios (fosfoinositol, em membranas) podendo ser liberado através da ação da enzima fosfolipase A2 convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo inflamatório. Cortisona tem ação anti-inflamatória por bloquear a ação da fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior parte dos anti-inflamatórios esterioidais. Ácido araquidônico - substância chave na biossíntese das prostaglandinas Outras rotas - conversão do ácido em um intermediário (ácido 5- hidroperoxy-6,8,1-eicosatetranóico - 5-HPETE), formado pela ação da 5-lipoxigenase. anti-inflamatórios não esterioidais, como a aspirina, agem bloqueiando as enzimas responsáveis pela formação do 5-HPETE. Àcido araquidônico Digestão dos lipídios Lipase lingual ação insignificante em pH ácido Estômago Ação gástrica movimentos peristálticos - emulsificação dos lipídios - dispersão de maneira equivalente pelo bolo alimentar Duodeno quimo induz a liberação Secretina (bicarbonato) e CCK Pâncreas lipase pancreática - ác. Graxos, colesterol, glicerol etc. Vesícula biliar bile –ác. Biliares cólico, taurocólico, glicocólico, quenodesoxicólico e seus derivados Digestão e absorção de lipídios no ID CCK Lipase pancreática Lipídeos nas plantas Dietas herbívoros lipídeos POR QUE? R U M I NA N T E S Alterações (fermentação ruminal) Lipídeo recebido (dieta) Lipídeo absorvido ≠ Lipídios no Estômago dos Ruminantes Teor pasto (exceto oleaginosas) Lipídios no Estômago dos Ruminantes NÍVEIS DE LIPÍDEOS NA DIETA podem comprometer a fermentação e o crescimento microbiano ruminal. Teoria mais aceita mecanismo de defesa. AGI PERMEABILIDADE DA MEMBRANA (prejudica seletividade da memb. cél. bact.) FERMENTAÇÃO RUMINAL. Outras: AGI recobrem a partícula de alimento AGI recobrem as células microbianas METABOLISMO DOS LIPÍDEOS NO RÚMEN Lipólise & Biohidrogenação DIETA teor de lipídeos (principal fonte: galactolipídeos) C3 Lipídeos dietéticos Galactolipídeos – forragens Triglicerídeos – grãos Hidrólise b Rapidamente e extensivamente modificados em sua passagempelo rúmen Galactose+ +AGLCL Glicerol fermentados AGV Neutralizados no pH rúmen (sais de Ca) Biohidrogenação (esteárico) Principal AG disponível para absorção no ID solubilidade aderidos às part. do alimento e g (Van Soest, 1994) Saturados 1 Excesso de AGinsat. no rúmen não são danosos hidrólise e biohid. eficientes lipídeos insaturados MAS... Papel da Biohidrogenação dos AGinsat. Excesso de AGinsat. e Triglicerídeos Profundas alterações no balanço e fermentação ruminal Supressão das bactérias metanogênicas Inibição da atividade das fibrolíticas disp. de H+ devido à biohid.; produção de C3; digestão dos CE fica reduzida a 50% ou mais, quando da adição de 10% de lipídeos à dieta se inibida Impedimento físico (adesão às part. do alimento) Efeito tóxico dos AGI (perda seletiv. membrana) Presença de AGL (reduzem atividade celulases) Leite com teor de gordura O uso de LIPÍDEOS NA DIETA está condicionado ao OFERECIMENTO de MELHORES CONDIÇÕES RUMINAIS USO DE FIBRA DA DIETA. Por que? AGL vão aderir às partículas do alimento e das bactérias Biohidrogenação ocorre quando os AGI estão aderidos à bactéria Dietas ricas em fibra ocorre mais produção de saliva favorece a ação das fibrolíticas LIPÍDEOS NA DIETA DE RUMINANTES Ração para vacas de leite 3% Lipídeos contêm SE O OBJETIVO É: qtde. de lipídeos na dieta COMBINAR fornecimento de lipídeos. Seqüência de Adição Fonte Lipídica Lipídeo na Ração (%MS) (kg/dia) 1 Ingredientes Basais Milho Feno Silagem Subprodutos 3 0,5-0,8 média = 0,5 2 Lipídeos Convencionais Sebo Mistura Anim-Veg. Semente Integral Algodão Semente Integral Soja 2-3 0,5-0,8 3 Lipídeos Inertes 2-3 0,5-0,8 TOTAL 7-8 1,5-2,5 Fonte: Palmquist, 1995 Sem provocar danos à população bacteriana ABSORÇÃO RUMINANTES x NÃO RUMINANTES Lipogênese – 90% T.A. e 5% figado; Lipólise – início no rúmen Lipogênese – figado; Lipólise – ID (próximo ao sítio de absorção) em ambos os grupos AGCL são absorvidos através do sistema linfático ABSORÇÃO AGCL são absorvidos através do sistema linfático Finas camadas de AGL chegam ao ID associadas à superfície do alimento Dissociação AGL Partículas do alimento sais biliares em meio ácido (suco pancreático) Lipase pancreática formando H O H H OH H2O H2O H2O - - - - - + -+ -+ - + - + -- - + - + - + - -- - + -+ - + + H O H H OH H2O H2O H2O - - - - - + -+ -+ - + - + -- - + - + - + - -- - + -+ - + +óleo óleo Sais biliares absorvidos Jejuno [lipídeos] na dieta (3-4% ésteres de glicerol) Lipídeos hidrolisados e AGLinsat. são biohidrogenados (g ruminais) Enquanto AGI = 80% AG totais nos alimentos da dieta, passam a representar 25% dos que chegam com a digesta ao ID. Parte dos AGL pode ser incorporada pelas células b. Maior parte sai do rúmen com a digesta para o abomaso e ID. Lipídeos que chegam no ID 70% AGL (b e alimentar) e 10-20% fosfolipideos b. À medida que fluem ao longo do ID, o pH e a ação dos sais biliares promovem formação de micelas, permitindo sua absorção por difusão passiva. No enterócito, maior parte dos AG são esterificados e absorvidos via linfa (quilomícrons ou VLDL); pequena parte entra livremente na circ. portal. Cuidado com o excesso de lipídeos na dieta RECAPITULANDO: Nutrição Animal Profa. Karla Andrade karla@uag.ufrpe.br UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS Δ6 - Acil graxo dessaturase AG Essencial (dietética)- ác. araquidônico Linoleato araquidonato eicosanoides
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