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Eletroeletrônica Climatizadores Climatizadores ÍNDICE Introdução 07 Histórico 08 Generalidades 11 O calor 12 A temperatura 15 A pressão 16 Estudo teórico dos gases 19 A refrigeração 20 Ciclo de funcionamento 22 Fluido refrigerante 25 Componentes do sistema 28 Compressor 28 Condensador 30 Filtro acumulador secador 33 Válvula de expansão 34 Evaporador 35 Pressostato de três níveis 37 Sensor de pressão linear 38 Termostato e pressostato anticongelamento 39 Central de comando auxiliar 40 Relé temporizador 42 Inter-relação com o sistema de injeção/ignição eletrônica 44 Funcionamento do condicionador 45 Operações com fl uido refrigerante R-134a 47 Verifi cação do sistema com manômetros (R-134a) 55 Dicas importantes 59 Esquemas elétricos do ar-condicionado manual 64 Generalidades/Instrumentos de diagnose 75 História do ar-condicionado 77 Objetivo do ar-condicionado 79 Pressão e temperatura de ebulição 81 Refrigeração 82 Sistema de ar-condicionado automotivo 83 Conceitos do ar-condicionado e seus componentes 83 Localização dos componentes do sistema de A/C 83 Ciclo de A/C com válvula de expansão (TVX) 84 Ciclo de ar-condicionado com tubo de orifício(OT) 84 HVAC - Modo aquecimento 85 HVAC - Modo A/C 85 Aquecedor 85 Eletroventilador da caixa de ar 86 Ventilador de arrefecimento 86 Evaporador de placa 87 Condensador de ar 88 Compressor de ar 90 Compressor-componentes 90 Tipos de compressores 91 Compressor - mecanismo interno 91 Compressor - componentes internos 92 Deslocamento volumétrico 92 Compressor Delphi com deslocamento variável 93 Válvula de controle 94 Modulação do deslocamento volumétrico 95 Válvula TXV 96 Filtro secador 97 Tubo de orifício (OT) 99 Acumulador de sucção 99 Mangueiras e dutos de gás refrigerante 100 Mufl as 101 Componentes de vedação 102 Dispositivos de proteção contra congelamento 103 Dispositivos de controle e proteção 104 Fluxograma de diagnose do sistema A/C 106 Diagnose do sistema de climatização 107 Objetivo 107 Análise da efi cácia do sistema de ar-condicionado 107 Inefi ciência do sistema de ar-condicionado 109 Controle das pressões do sistema de ar-condicionado 110 Conjunto condicionador de ar (caixa de ar do sistema de funcionamento automático) 111 Diagnósticos 112 Rastreamento de falhas com manômetro 113 Verifi car conjunto condicionador de ar (caixa do ar-condicionado) 121 Anexos 128 IT - Tubulação do compressor do ar-condicionado - novo 128 IT - Caixa de ar - novo posicionamento do termostato anticongelamento 129 IT - Placa do circuito de comando do ar-condicionado - modifi cada 129 IT - Ar-condicionado - controle do volume de óleo do sistema 130 IT - Polia do compressor do ar-condicionado - nova operação 5040 A 32 131 IT - Análise do resistor e do eletroventilador da caixa de ar 132 IT - Condensador do ar-condicionado - aplicação de peças anteriores 134 Análise do termostato anticongelamento - diagnose para falha de campo 134 Tabela de torques de aperto - sistema de climatização - aplicação: FIAT T.T. 137 Ficha de reparação 139 Caderno de exercícios 141 Climatizadores 07 Climatizadores Introdução Apresentamos aqui o Sistema de climatização, que equipa diversos veículos FIAT. Nesta apos- tila não pretendemos esgotar totalmente o assunto, mas abordar os pontos principais para sua compreensão, de forma que sirvam de embasamento para que você possa se aprofundar nos temas. Procuramos tornar a leitura agradável, através de ilustrações que complementam o texto. O objetivo é que você tire o máximo de proveito para seu aprimoramento profi ssional. Então vamos lá! 08 Climatizadores Histórico O homem sempre buscou formas de adaptar-se às variações climáticas, ao frio ou ao calor ex- cessivo que lhe causam desconforto. Com os avanços tecnológicos, foram se desenvolvendo equipamentos e sistemas cada vez mais efi cazes no controle dos fatores que infl uem no condicionamento do ar. Primeiro vieram sistemas mais simples de ventilação e aquecimento, depois foram desenvolvidos sistemas de condicionamento de ar propriamente dito. 09 Climatizadores Os construtores de automóveis também tiveram esta preocupação, e já em 1952 foi instalado o primeiro sistema de condicionamento de ar em um veículo de fábrica. Hoje em dia os veículos podem vir equipados com sistema de climatização, visando oferecer maior conforto e bem-estar aos ocupantes, além de melhorar as condições de segurança da direção. Nos países tropicais como o nosso, de clima quente e úmido, sistemas de climatização equipan- do os veículos são ainda mais necessários. 10 Climatizadores Um sistema de climatização efi ciente em um veículo deve controlar, além da temperatura, a velo- cidade e a pureza do ar no habitáculo. Isto criará condições de conforto mais satisfatórias. A. ar ambiente (impuro, úmido e quente) B. condicionador de ar C. ar-condicionado (mais puro, fresco, menos úmido e ventilado) Nos países tropicais, uma temperatura em torno dos 23°C é considerada agradável. Portanto, com o sistema estabilizado, a temperatura no interior do habitáculo não deve variar mais que 2 ou 3°C por hora, para que o usuário não perceba a variação e venha intervir nos comandos. 11 Climatizadores Generalidades A umidade relativa do ar permanece entre 15 e 30%, devido ao fato de não haver um mecanis- mo de controle desta umidade. Neste caso, é aconselhável que de tempos em tempos seja aberta a portinhola de recírculo do ar para tornar o ambiente mais agradável. A velocidade do ar que circula no habitáculo também é importante, pois reforça as trocas de calor. Porém, se a velocidade for mantida muito alta, pode- rá produzir uma sensação de incômodo. O organismo humano altera o ar à sua volta. Eleva a taxa de dióxido de carbono (CO2)e reduz o percentual de oxigênio, aumentando a concentração de bactérias patogênicas e produzindo odores. Por isso, é necessário renovar o ar do habitáculo. Um fi ltro antipólen equipa alguns siste- mas, tornando mais puro o ar que entra no habitáculo. Agora vejamos algumas importantes noções preliminares, que facilitarão a compreensão dos sistemas de condicionamento de ar. 12 Climatizadores O calor Através do tato, as pessoas percebem as condições de temperatura. Quando tocamos um objeto e dizemos que está “frio” ou “quente”, nos referimos a uma sensação térmica. O calor é a forma de energia que se transfere de um corpo a outro, ou de uma parte deste a outra, desde que ambos os corpos tenham temperaturas distintas. De acordo com o 2º Princípio da Termodinâmica, o calor é transmitido espontaneamente de um corpo com maior temperatura para outro com menor temperatura. O contrário só é possível com a introdução de trabalho. 13 Climatizadores As unidades de medida de calor mais usuais são a “caloria” e o “BTU” (British Thermal Unit / Unidade Térmica Britânica). No sistema métrico, a unidade adotada é a caloria, que representa a quantidade de calor necessária para aquecer 1°C (um grau Celsius), de 15,5 até 16,5°C, um grama de água. O “BTU” é a unidade utilizada no Sistema Inglês de Unidades, e representa a quantidade de calor necessária para variar de 1°F (um grau Fahrenheit), de 39,5 até 40,5°F, uma libra de água. O processo de transmissão de calor pode ocorrer de três formas. São elas: a condução, a con- vecção e a irradiação. A condução acontece nos corpos em estado sólido que apresentamtemperaturas diferentes em sua extensão. O calor se transfere de molécula a molécula até que todo o corpo esteja na mes- ma temperatura. 14 Climatizadores Nos fl uidos, ou seja, líquidos e gases, o calor se transmite por convecção. Convecção é o movimento que um fl uido adquire quando há diferença de pressão entre partes desse fl uido que estejam a temperaturas diferentes. Vejamos o exemplo de uma panela com água sendo aquecida por baixo. Nesse caso, uma determinada parte do fl uido, constituída por um grupo de moléculas que esteja mais próximo à fonte de calor se aquece mais rapidamente; sua densidade se torna menor que a do restante da água e por isso sobe. A porção de água que estava acima descerá, e o processo continua até que toda a água se aqueça. Outra forma de transmissão de calor é a radiação, que ocorre mesmo que não haja nenhum meio material entre os corpos. O corpo de maior temperatura irradia calor a outro, emitindo radiação térmica, que é um tipo de onda eletromagnética que se propaga inclusive no vácuo. Assim é que o calor do sol aquece a Terra. 15 Climatizadores A temperatura As moléculas de um corpo estão em constante movimento de vibração. Para que elas realizem este movimento, é preciso que possuam uma forma de energia, chamada de energia cinética. Quando se aumenta a temperatura, as moléculas passam a oscilar com maior energia. Se a temperatura diminuir, também a energia será menor. Assim, temperatura é a medida da energia cinética média das moléculas de um corpo. O instrumento utilizado para medir a temperatura é o termômetro. O tipo mais comum é o termô- metro clínico, constituído de um tubo de vidro muito fi no ligado a um bulbo, com mercúrio. Na parte externa está gravada uma escala graduada. 16 Climatizadores A unidade de medida de temperatura mais usada em nosso país é o grau Celsius (°C), também chamado centígrado. Nos países de língua inglesa utiliza-se o grau Fahrenheit (°F). Existe uma correspondência entre essas unidades de medidas. Aqui trataremos das relações entre as escalas Celsius e Fahrenheit, que são as mais comuns. Ambas as escalas têm dois pontos fi xos, que são as temperaturas em que a água passa do estado sólido ao líquido (ponto de fusão) e do líquido ao gasoso (ponto de ebulição). O ponto de fusão da água é zero grau na escala Celsius e 32 graus na escala Fahrenheit. O ponto de ebulição da água é 100 °C e 212 °F, sob pressão atmosférica normal. Se a pressão variar, estas temperaturas também variam. A escala Celsius é dividida em cem partes iguais, cada uma correspondendo a um grau. Para fazer a conversão de grau Celsius para Fahrenheit e vice-versa, basta usar as fórmulas: °C = (°F - 32) 1,8 °F = (°C x 1,8)+32 A pressão Chamamos de pressão a relação existente entre uma força aplicada perpendicularmente sobre uma determinada área. Sendo assim, quanto maior for a área, menor será a pressão, se manti- vermos a força constante. 17 Climatizadores Temos várias unidades para medidas de pressão, e essas são as relações entre elas: 1 atm = 1 bar = 14,23 lb/pol2(psi) = 1 kgf/cm2 = 29,92 polHg = 760 mmHg Dessas unidades, as mais utilizadas nas publicações sobre climatização são o “bar” e o “psi”. Para medir a pressão, o instrumento usado é o manômetro. A superfície da Terra está envolvida por uma camada de ar, chamada atmosfera, e esta também está sujeita à ação da força da gravidade. Como o ar possui massa, conseqüentemente, ele terá peso, e exercerá uma pressão sobre a superfície do planeta e todas as coisas aí existentes, inclusive sobre nós. 18 Climatizadores Essa pressão é chamada de pressão atmosférica, e varia de acordo com a altitude. No alto de uma montanha, a pressão é menor que ao nível do mar, pois a coluna de ar acima da montanha também é menor. É comum ouvirmos os termos pressão absoluta, pressão atmosférica, depressão etc. Veja as relações entre eles: Pressão acima da atmosférica Manômetro normal lê a diferença entre a pressão absoluta e atmosférica Pressão atmosférica O manômetro de vácuo lê a diferença entre a pressão atmosférica e absoluta Pressão inferior à atmosférica (depressão) Pressão absoluta inferior à atmosférica Zero absoluto (nível do mar) O barômetro lê a pressão atmosférica Pressão absoluta superior à atmosférica 19 Climatizadores Estudo teórico dos gases A pressão, a temperatura e o volume são as variáveis que controlam as transformações dos gases. Dizemos que houve transformação quando pelo menos uma destas variáveis mudou de valor. Essas transformações obedecem à equação geral dos gases: (P1.V1) = (P2.V2) T1 T2 Onde P é a pressão, V é o volume e T é a temperatura. As transformações nas quais o volume não se altera, são chamadas de isométricas. Nesse caso, para cada pressão, existe uma determinada temperatura. Quando se eleva a pressão, a tempe- ratura também se eleva. Ponto críticoFase líquida Fase gasosa Ponto triplo Fase sólida P re ss ão Temperatura Linha de fusão Lin ha d e v ap or iza çã o Lin ha de sub lim açã o A B C D E F G H Diagrama pressão-temperatura para uma substância de comportamento semelhante ao da água. 20 Climatizadores A refrigeração Geralmente a temperatura no interior do veículo é mais alta que a externa. O conjunto de con- dicionamento do ar atua retirando calor do habitáculo do veículo para transferi-lo ao ambiente externo. Assim como todos os outros sistemas refrigerantes, trabalha removendo o calor do ar que passa sobre os tubos e aletas da unidade de evaporação. À medida que o calor é retirado, é provoca- da uma queda gradual da temperatura no interior do veículo. Mesmo após as temperaturas do interior e do exterior se igualarem, o ar-condicionado continua- rá retirando calor do habitáculo para manter uma temperatura confortável. Isso só é possível com a realização de trabalho. 21 Climatizadores Para que você entenda melhor o funcionamento de um sistema de condicionamento de ar, é importante observar dois fenômenos básicos: - quando um líquido se evapora, passando ao estado gasoso, absorve calor do ambiente - quando um vapor se condensa, passando ao estado líquido, libera calor para o ambiente O sistema de condicionamento de ar utiliza um fl uido refrigerante para realizar as trocas de calor. O refrigerante atua como agente transportador de energia térmica de um corpo a outro. Em um sistema de condicionamento de ar, existem duas pressões distintas para controlar a trans- ferência de calor. À pressão alta corresponde temperatura alta e à pressão baixa corresponde temperatura baixa. 22 Climatizadores Ciclo de funcionamento O sistema funciona de modo inverso ao ciclo de Carnot. No início do século passado, um engenheiro francês chamado Sadi Carnot desenvolveu uma teoria sobre o fl uxo de energia das máquinas térmicas. O ciclo reversível que ele apresentou ganhou o mesmo nome e funciona da seguinte maneira: Fonte quente Fonte quente Fonte friaFonte fria Trabalho Trabalho No início da fase de expansão, o gás recebe calor (Q1) de uma fonte quente, que está a uma temperatura T1. O volume começa a aumentar. Q1 T1 23 Climatizadores Continuando a fase de expansão, retira-se a fonte quente. O gás passa a se expandir sem trocar calor com o exterior (adiabaticamente). A pressão cai e a temperatura também, até chegar à temperatura da fonte fria (T2), quando cessa a expansão. Neste ponto, o êmbolo começa a voltar. Utiliza-se a fonte fria para retirar calor do sistema, então o sistema cede calor (Q2). Continuando a volta do êmbolo, retira-se a fonte fria. O gás passa a se contrair adiabaticamen-te, por isso se aquece, até chegar novamente à temperatura T1, quando o ciclo recomeça. T2 Q2 24 Climatizadores No sistema de condicionamento de ar o ciclo ocorre da seguinte maneira: 1-4. Início da compressão do fl uido refrigerante em estado gasoso, provocando um rápido aumento da temperatura e da pressão do mesmo, através do compressor 4-3. Continuação da compressão, o fl uido cede calor (Q1) ao exterior, através do condensador 3-2. Início da fase de expansão rápida, através da válvula de expansão 2-1. Continuação da expansão. Para que a temperatura seja mantida constante, o fl uido absorve calor (Q2) do interior do habitáculo, através do evaporador. Com o fl uido percorrendo esse ciclo, o sistema pode absorver calor com baixa temperatura e restituí-lo com uma temperatura alta. Utilizando uma certa força de trabalho, consegue passar o calor de um corpo frio (interior do habitáculo) para outro mais quente (exterior). Q1 4 3 P T Q22 1 V 25 Climatizadores Fluido refrigerante Para serem usados em circuitos de condicionamento de ar, os fl uidos refrigerantes devem ter baixo ponto de ebulição, passando ao estado gasoso com temperatura baixa, e baixo ponto de congelamento para evitar a solidifi cação. Deve ainda absorver muito calor com pequena quantidade de refrigerante e possuir baixa temperatura crítica (acima da qual o gás não pode ser liquefeito, independentemente da pressão). Esta não pode ser atingida durante o ciclo. Além disso o fl uido não deve ser explosivo, infl amável, tóxico, nocivo, oxidante nem corrosivo. O fl uido ideal em termos de estabilidade, miscível* com lubrifi cantes e inerte à maior parte dos metais é o diclorodifl uormetano (CCl2F2), também chamado R-12 ou Freon 12. miscibilidade: é a capacidade do lubrifi cante e fl uido refrigerante se misturarem. É um fator muito importante para o retorno do óleo lubrifi cante ao compressor. 26 Climatizadores Esse refrigerante era amplamente usado nos sistemas de condicionamento de ar. Hoje em dia, porém, sabe-se que o Freon 12 e os outros clorofl uorcarbonetos (CFC) são prejudiciais à camada de ozônio que protege a Terra das radiações ultravioletas. Devido a esse problema os produtores de fl uidos refrigerantes estão substituindo os compostos que contêm CFC pelos hidrofl uorcarbonetos (HFC), que são inofensivos à camada de ozônio. Nos sistemas mais recentes de condicionamento de ar para veículos, o fl uido mais usado é o tetrafl uoretano, chamado de R-134a. Lembre-se que nos sistemas em que se usa Freon 12 não se pode usar o R-134a. Assim, os com- ponentes dos dois sistemas não são intercambiáveis. 27 Climatizadores A pressão e a temperatura de trabalho do R-134a são maiores. Por isso o condensador não será o mesmo, a válvula de expansão terá outra calibragem e o óleo de lubrifi cação do compres- sor terá uma especifi cação diferente. -10 2 4 6 8 12 1410 16 P.(bar)C B A -80 -60 -40 -26 -20 0 20 40 50 60 T.(°C) R 134 a ■ R 134 a ● Diagrama do estado líquido-gasoso em função da temperatura e da pressão. R 134a no estado gasoso R 134a no estado líquido Existem equipamentos próprios para efetuar a carga e descarga dos sistemas de climatização que contêm o R-134a. Atualmente utiliza-se o Ecotechnnics ECK 3000. 28 Climatizadores Componentes do sistema Agora estudaremos os principais componentes que fazem parte do sistema de condicionamento de ar: Compressor É o principal componente do sistema. Tem a função de receber o fl uido refrigerante em estado gasoso e comprimi-lo, aumentando rapidamente sua pressão e temperatura para enviá-lo ao condensador, sob a forma gasosa. É escolhido com base na capacidade, cilindrada e no número de rotações. A relação entre a capacidade do compressor e a calibragem da válvula de expansão deve ser tal que mantenha as pressões equilibradas... ...não permitindo pressões muito altas no circuito de alta pressão nem pressões muito baixas no circuito de baixa pressão. 29 Climatizadores O compressor é acoplado ao motor por meio de uma correia, que liga a polia do eixo de mani- velas à polia da embreagem de engate eletromagnético, que é montado no eixo do compressor. Quando o compressor está funcionando, o movimento do pistão na fase de aspiração abre as válvulas de sucção tipo palheta e o fl uido em estado gasoso é sugado continuamente, passando através do evaporador. Assim, é mantida a pressão baixa neste lado do sistema. Na fase de compressão, o fl uido é comprimido e são abertas as válvulas de descarga. 30 Climatizadores A compressão provoca aumento de temperatura e, conseqüentemente, o aumento da pressão, mantendo a pressão alta neste lado do sistema. Uma dica: com um simples toque podemos detectar qual é a saída de alta e qual a de baixa pressão. A tubulação de alta pressão fi ca muito mais quente que a de baixa pressão. Condensador É um trocador de calor, montado na frente do radiador, na parte frontal do veículo. 31 Climatizadores Sua função é fazer com que o refrigerante em estado gasoso passe ao estado líquido a uma temperatura aproximada de 60°C, cedendo calor para o exterior. É composto por tubos de cobre ou alumínio formando serpentinas, com aletas de alumínio para aumentar a superfície de troca de calor. As aletas do condensador são refrigeradas pelo fl uxo do ar gerado quando o veículo está em movimento, ou pelo eletroventilador do radiador, se o veículo estiver parado ou em um conges- tionamento. 10 a 20 bar 80 a 100°C 10 a 20 bar 50 a 60°C 32 Climatizadores Uma troca térmica insufi ciente no condensador poderá causar aumento na pressão do sistema, além da condensação incompleta do fl uido. Se o fl uido estiver com temperatura e pressão supe- riores às de condensação, tenderá a sair antes de estar totalmente líquido. A fi m de evitar que isso ocorra, o eletroventilador é acionado pelo 2º nível do pressostato de três níveis. Assim, a temperatura do fl uido diminui e, conseqüentemente, sua pressão também. Caso o fl uido chegue à válvula de expansão ainda no estado gasoso, haverá redução da ca- pacidade de refrigeração do sistema. Por este motivo, deve-se manter as aletas do condensador sempre limpas e sem deformações, para conseguir efi ciência máxima. 33 Climatizadores Filtro acumulador secador Tem três diferentes funções. A primeira é acumular uma grande parte do fl uido refrigerante utili- zado no abastecimento do sistema, funcionando como um tanque de reserva. Também atua como secador, pois tem em seu interior sílica gel para sistemas com Freon 12 ou Zeolite para sistemas com R-134a, que absorvem as partículas de água, evitando que congelem na entrada da válvula de expansão, o que prejudicaria o funcionamento do sistema. Eventuais partículas sólidas contidas no sistema são retiradas pelas camadas fi ltrantes. No topo do fi ltro há um visor, para inspeção do estado do refrigerante do sistema. O fi ltro acumulador secador pode ser montado antes ou depois do evaporador. Se for montado após o evaporador, o mesmo funcionará apenas como fi ltro e secador. 34 Climatizadores Válvula de expansão É montada na entrada do evaporador e regula o fl uxo e a expansão do fl uido, provocando uma pulverização parcial e uma forte queda em sua pressão e temperatura, antes que entre no evapo- rador. O compressor é acoplado ao motor térmico, que sofre variações constantes nas suas rotações. Por isso, a válvula necessita de uma regulagem automática da vazão do fl uido que vai para o evaporador, para que estabilize o sistema contra essas variações. Nos sistemas que utilizam o fl uido R-12, a regulagem é feita por um tubo capilar ligado à válvula e com a extremidade ligada nas proximidadesdo evaporador; e nos que usam o R-134a, por um bulbo sensível, o qual monitora a temperatura da tubulação de retorno do evaporador. Estes elementos percebem variações na temperatura e controlam a abertura da válvula, aumentando ou diminuindo a vazão do fl uido. do evaporador tubo capilar saída (baixa pressão) entrada (alta pressão) saída do fl uido para o evaporador entrada do fl uido 35 Climatizadores Há, em alguns veículos, sistemas condicionadores que utilizam no lugar da válvula de expansão o tubo expansor. O tubo expansor possui a mesma função da válvula, porém não é sensível às variações de tem- peratura do evaporador. Portanto, sua vazão é fi xa. Evaporador Está localizado na caixa de ar, com o eletroventilador de climatização. Ambos fazem parte do chamado grupo condicionador, junto com os comandos para regulagem do sistema. 36 Climatizadores É o segundo trocador de calor do sistema, composto de tubos de cobre em forma de serpentinas e aletas de alumínio para aumentar a área de troca de calor. Está ligado à válvula de expansão, por meio dos tubos de entrada e saída. O eletroventilador aspira o ar do habitáculo ou o externo e sopra esse ar em direção às aletas do evaporador. No evaporador estará circulando o fl uido refrigerante, com uma temperatura mais baixa que a do ar aspirado. O fl uido se aquece e passa do estado líquido ao gasoso, com temperatura entre 6 e 12°C. As- sim, o ar aspirado cede calor ao evaporador, tornando-se mais frio, além de perder umidade. 2,5 a 3 bar -10 a -15ºC 2,5 a 3 bar 6 a 12ºC 37 Climatizadores Essa umidade torna-se líquida em contato com as aletas frias do evaporador, escoa para o fundo da caixa de ar e é levada para fora do veículo através de uma mangueira. Pressostato de três níveis Está localizado junto ao fi ltro secador, na linha de alta pressão. Tem a função de proteger o compressor e manter as pressões dentro da faixa de trabalho. Contato A: corresponde ao 2º nível Contato B: corresponde ao 1º e 3º níveis Assim atuam os contatos: 1º nível - se a pressão do fl uido, no lado de alta pressão, cair a um valor abaixo de 2,5 bar (35,6 psi) aproximadamente, o contato desliga a bobina eletromagnética do compressor. Isso pode acontecer em caso de vazamentos ou se a temperatura externa estiver abaixo de 10°C. Nesse caso não haveria a evaporação do fl uido. 1 2 3 4 B A 38 Climatizadores 2º nível - fecha o contato ligando o eletroventilador para resfriar o condensador quando a pres- são atinge 15 bar (213,5 psi) aproximadamente. Ocorre quando o fl uxo de ar é insufi ciente, com o veículo parado ou em congestionamento, tornando necessária a ventilação forçada para o fl uido se condensar. 3º nível - se a pressão do fl uido, no lado de alta pressão, subir a um valor acima de 25 bar (356 psi) aproximadamente, mesmo com o eletroventilador ligado ou em caso de defeito deste, a embreagem eletromagnética do compressor é desligada. Sensor de pressão linear Atua como o pressostato, porém, em vez de abrir e fechar contatos, o sensor envia sinais elétricos lineares para ECM, e esta por sua vez comanda o acionamento do eletroventilador e da embreagem eletromagnética do compressor, proporcionando a mesma lógica de funcionamento que o pressostato. 39 Climatizadores Termostato e pressostato anticongelamento Em alguns veículos, como o Palio e o Ducato, o sistema condicionador de ar utiliza um termosta- to anticongelamento. Nesse caso o termostato é fi xado na saída do evaporador, na caixa de ar. O termostato tem a função de desligar a embreagem eletromagnética do compressor, através da abertura de seu contato quando a temperatura no evaporador estiver muito baixa, a fi m de evitar que a umidade condensada nas aletas do evaporador se congele, obstruindo a passagem do ar para o habitáculo. Um capilar ou um sensor eletrônico é ligado ao termostato e inserido no evaporador para sentir as variações de temperatura. Para o Palio, a temperatura para a qual o contato abre é de aproximadamente 3,5°C, o que cor- responde a uma pressão próxima de 1,72 bar. Com o compressor desligado, o fl uxo do fl uido pára e o evaporador cessa o resfriamento. Então, a temperatura sobe e o contato volta a fechar quando os valores atingirem 5°C (3,17 bar ou 45,2 psi) aproximadamente. 40 Climatizadores Há veículos, como o Tempra por exemplo, que utilizam pressostato anticongelamento no sistema. Este é instalado na linha de baixa pressão, na saída do evaporador, e ligado eletricamente em série com o 1º e 3º níveis do pressostato de 3 níveis. Se a temperatura do fl uido fi car próxima à de formação de névoa, o pressostato abre seu contato e interrompe a alimentação da embrea- gem eletromagnética do compressor, cortando o ciclo por alguns instantes. Central de comando auxiliar Cabe ao usuário controlar a climatização do veículo. Através de seus comandos, inicia ou cessa o funcionamento do compressor. Porém, ativar o eletroventilador para resfriar o condensador e inserir a embreagem eletromagnética do compressor em algumas situações típicas do sistema, não dependem do usuário. Um sistema auxiliar controla estas funções em alguns veículos. A escolha da central é feita de acordo com a motorização do veículo. 41 Climatizadores Alguns componentes do sistema de climatização com relação às funções de comando da central: A. Eletroventilador de resfriamento do condensador B. Compressor C. Central de comando auxiliar D. Pressostato de três níveis E. Interruptor termostático F. Termostato/pressostato Em geral se compõem de 2 fusíveis de proteção e 4 relés. Um dos relés serve para inserir a pri- meira velocidade do eletroventilador do condensador. Outro para inserir a segunda velocidade do eletroventilador do condensador. Um terceiro irá acionar a embreagem eletromagnética do compressor. Há ainda um relé temporizador que retarda o acionamento da segunda velocidade do eletroventilador do condensador. 42 Climatizadores NOTA: em alguns veículos, existe também um outro relé auxiliar que também atua no acionamen- to da embreagem eletromagnética do compressor. Nos veículos Palio estas funções são controladas por quatro relés, instalados em um suporte no vão do motor, que realizam as mesmas funções citadas acima. Relé temporizador Tem função de comandar o funcionamento do eletroventilador do condensador. O comando do relé temporizador é feito pelo contato “A” do pressostato de três níveis, que corresponde ao 2º nível. Quando a pressão do fl uido chegar a valores entre 14 e 16 bar (199 a 228 psi) na saída do condensador, o contato do 2º nível do pressostato de 3 níveis se fecha, e energiza com um sinal de massa o relé temporizador através do terminal “P”. 43 Climatizadores O relé envia o sinal pelo terminal “30” à bobina do relé da primeira velocidade do eletroventila- dor do condensador, colocando-o em funcionamento. Caso a pressão do fl uido não caia a 12 bar (171 psi) após 8 a 12 segundos, o relé envia um sinal pelo terminal “86”, que vai à bobina do relé da segunda velocidade do eletroventilador, colocando-o em funcionamento. Logo que a pressão do fl uido cai a 12 bar (171 psi) aproximadamente, o segundo nível do pres- sostato de 3 níveis se abre, desenergizando o relé temporizador, que após 0,01 a 1 segundo desenergiza o eletroventilador. v P 30 86 I II t1 t2 0,01÷ 1 s P 85 87 86 30 v 85 87 8630 P 8÷12 s 44 Climatizadores Inter-relação com injeção/ignição eletrônica Quando o condicionador de ar é colocado em funcionamento, o motor perde potência, diminuin- do o número de rotações, principalmente em marcha lenta, devido à entrada do compressor no sistema. A central de injeção/ignição recebe um sinal informandoque o condicionador foi ativado e faz aumentar o número de rotações em marcha lenta, antes que o compressor seja inserido. No caso de aumento na demanda de potência do motor, ou queda de rotações de marcha lenta abaixo de um limite, a central atua interrompendo o funcionamento do compressor. 45 Climatizadores Funcionamento do condicionador Aqui descreveremos o funcionamento do condicionador do Palio, que utiliza o fl uido refrigerante R-134a. Iniciando o ciclo, o compressor abre as válvulas de sucção e aspira o fl uido em estado gasoso para o interior do cilindro. Então as válvulas se fecham e é iniciada a compressão. Quando comprimido, o fl uido sofre um rápido aumento de pressão e temperatura, que chega a cerca de 80 a 100°C. As válvulas de descarga se abrem e o fl uido é impulsionado para dentro do condensador, com pressão e temperatura altas. Ali será resfriado, até aproximadamente 60°C, passando ao estado líquido e cedendo calor para o ambiente. Circuito de baixa pressão Circuito de alta pressão a) Fluxo de ar dinâmico que atravessa a grade dianteira e passa nas aletas do condensador e do radiador quando o veículo está em movimento. b) Fluxo de ar criado pelo eletroventilador (5) quando o veículo está parado ou em movimento num congestionamento. c) Fluxo de ar criado pelo eletroventilador (11) que passa nas aletas do evaporador. 12 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13 12 14 c ba 46 Climatizadores 1. Compressor 2. Polia com a bobina eletromagnética 3. Tubulação de ligação do compressor ao condensador 4. Condensador 5. Eletroventilador de arrefecimento do radiador e do condensador 6. Tubulação de ligação do condensador ao fi ltro secador 7. Filtro secador 8. Tubulação de ligação do fi ltro secador ao evaporador 9. Válvula de expansão 10. Evaporador 11. Eletroventilador do evaporador (na caixa de ar) 12. Tubulação de ligação do evaporador ao compressor 13. Pressostato de 3 níveis 14. Termostato anticongelamento Na saída do condensador o fl uido passa pelo fi ltro acumulador secador, onde é desumidifi cado e fi ltrado. Após ser liquefeito e comprimido, vai até a válvula de expansão. Esta irá regular a ex- pansão do fl uido, provocando queda de pressão e temperatura, que chega até -15°C. O fl uido então entra no evaporador, que estará sendo atravessado pelo fl uxo de ar que vem do interior do habitáculo (ou externo), enviado pelo eletroventilador do evaporador. O fl uido absorve calor desse fl uxo de ar, aquecendo-se até uma temperatura entre 6 a 12°C, quando então se evapora. O ar cedeu calor ao fl uido, tornando-se mais frio. Além disso, se condensa em contato com as aletas do evaporador, perdendo umidade. Agora o fl uido que sai do evaporador, frio e a baixa pressão, vai ser aspirado pelo compressor. Então, começa um novo ciclo. 47 Climatizadores Operações com fluido refrigerante R-134a Quando necessário fazer a descarga do fl uido R-134a (procedimento de absorção e purifi ca- ção), deve-se desapertar os tampões das válvulas de serviço de engate rápido e conectar nestas válvulas as mangueiras de alta pressão (high) e baixa pressão (low). Então comece o procedimento de descarga, de acordo com as instruções do manual de utiliza- ção do equipamento próprio, o CLEANER 134. Respeite as normas de segurança, trabalhando longe do fogo e em local arejado. Use luvas de couro, uma vez que o fl uido chega a -26,5°C e pode causar queimaduras. Proteja os olhos e utilize somente equipamento de descarga apropriado. 48 Climatizadores Antes de recarregar o sistema ou após a manutenção, deve ser feito o procedimento de vácuo. Conecte as mangueiras de alta e baixa pressão nas respectivas válvulas de engate rápido e inicie o procedimento, seguindo as instruções do manual de utilização do equipamento. Depois do procedimento de vácuo, recarregue o sistema com fl uido R-134a, na quantidade prevista nos “Dados Técnicos do Veículo” e seguindo as instruções do manual. Ao manusear os bujões de metal contendo R-134a, é necessário ter alguns cuidados. Não expo- nha os bujões ao sol por muito tempo, para não aumentar a pressão interna. Não vire o bujão para transferir fl uido. Se nos meses frios for difícil passá-lo do bujão para a estação de carga, por causa de sua baixa pressão, leve-o a um local aquecido a 35°C no máxi- mo, por 20 minutos. Nunca use fogo. Para procurar vazamentos no sistema, coloque uma carga de aproximadamente 200 g de R 134a. Usando o aparelho caça-fugas (nº A-60205/1), siga o circuito das mangueiras, tubu- lações e conexões do sistema. Após localizar o ponto de vazamento, descarregue o fl uido e corrija o problema. Também é possível verifi car se há vazamentos pelo procedimento de vácuo. Depois do procedimento, desligue as chaves de controle e feche todos os registros. Apenas serão usados os manômetros de alta e baixa pressão. 49 Climatizadores Nessa condição, os manômetros devem marcar um valor constante de depressão. Se a pressão estiver aumentando, existe vazamento. Verifi que cuidadosamente o sistema para localizar o local de vazamento. Quando a descarga é feita com o CLEANER 134, o óleo vai para o recipiente específi co (A) e será escoado pelo registro (B), do próprio equipamento. Complete o sistema com a quantidade de óleo retirada do veículo usando a bomba de recuperação de óleo que o acompanha. Se for necessário substituir os componentes do sistema, acrescente as quantidades de óleo reco- mendadas para cada componente substituído. Componente Quantidade Filtro secador 15 cm3 (ml) Tubulações 5 cm3/m (ml/m) Evaporador 40 cm3 (ml) Condensador 40 cm3 (ml) 50 Climatizadores Para substituir o compressor, que já vem com a quantidade de óleo necessária, remova a mesma quantidade que fi cou no sistema. Recupere o óleo retirado em um recipiente adequado (A). Colo- que o óleo do novo compressor em outro recipiente (B). Coloque no compressor novo a mesma quantidade retirada do velho. Depois monte o compressor no veículo. Se o óleo extraído do compressor substituído não chegar a 70 ml, coloque no compressor novo 50 ml de óleo e instale-o no veículo. Faça os procedimentos de vácuo e recarga. Depois coloque o veículo para funcionar entre 800 e 1200 rpm com o compressor ligado. Então, descarregue o fl uido, retire o compressor e verifi que a quantidade do óleo. Se necessá- rio, completar o óleo conforme tabela ao lado. Refazer os procedimentos de vácuo e recarga de sistema. Quantidade coletada Quantidade a colocar mais de 70 ml 70 ml menos de 70 ml 90 ml 51 Climatizadores Caso necessite fazer uma descarga rápida do sistema, complete com 50 ml de óleo. Este proce- dimento é feito em caso de quebras acidentais, quando fi ca impossível saber a exata quantidade de óleo vazado. O sistema deve ser lavado cuidadosamente, em caso de danos, quebra do compressor ou outros componentes, ou ainda se as tubulações fi carem abertas por mais de 6 horas durante uma revi- são. Usando o CLEANER 134, abasteça o sistema com a quantidade de fl uido indicada para recarga pelo lado de alta pressão. Depois, faça sua recuperação, carregue-o novamente com o fl uido e recupere-o como foi feito anteriormente. 52 Climatizadores Após a lavagem, substitua o fi ltro secador e faça os procedimentos de vácuo e recarga do siste- ma. Para controlar as pressões do condicionador, use a estação de recarga, com o veículo ligado com rotação em torno de 1500 rpm e temperatura externa entre 20 e 28°C. O manômetro do circuito de baixa pressão deverá indicar de 1,5 a 3,0 bar (21 a 43 psi) e o manômetro de alta pressão, deverá indicar de 11 a 16 bar (156 a 228 psi). O eletroventilador do radiador/condensador é ativado com pressão próxima a 16 bar(228 psi) e desativado a aproximadamente 11 bar (156 psi). Quando utilizar o CLEANER 134, deve-se tomar algumas precauções de segurança. 1º. Para introduzir o fl uido no CLEANER não vire o bujão, para que o aparelho não aspire fl uido em estado líquido. Em casos extremos poderá ocorrer “calço hidráulico” no compressor. 53 Climatizadores 2º. Antes dos procedimentos de absorção e purifi cação (descarga) deixe o veículo funcionar por mais ou menos 10 minutos, para aquecer o vão do motor. Assim, a temperatura das tubulações também aumentará, o que proporcionará um aumento da pressão do fl uido refrigerante, favore- cendo a absorção do mesmo, devido ao aumento da diferença de pressão. 3º - A operação de “limpeza e substituição dos fi ltros” deve ser realizada antes e depois da operação de “absorção e purifi cação”, assim como o esvaziamento do recipiente recuperador de óleo. 4º. Observe a relação entre pressão e quantidade de fl uido R-134a existente no cilindro dosa- dor. Essa quantidade é indicada numa escala inscrita no cilindro, em que cada valor correspon- de a uma determinada pressão, dada no manômetro. manômetro escala cilindro dosador 54 Climatizadores 5º. Atuando no termostato do cilindro, selecione a temperatura que forneça a pressão desejada, usando como referência as escalas de pressão e temperatura dos manômetros do CLEANER. No caso de sistemas que utilizam o gás R-12, lembre-se que os procedimentos de descarga, vácuo e recarga são específi cos. 55 Climatizadores Verificação do sistema com manômetros (R-134a) Sistemas de condicionamento que utilizam o fl uido R-134a poderão ser verifi cados por meio do uso de manômetros, a fi m de detectar problemas ou falhas. Para iniciar a verifi cação, o veículo deverá estar ligado e dentro das condições previstas para o rastreamento com manômetros. Com funcionamento normal e compressor desligado por longo tempo, ambos os manômetros deverão marcar entre 5 e 6 bar (71 a 85 psi). Com o compressor ligado, o manômetro de baixa pressão deverá marcar 1,5 a 3 bar (21 a 43 psi) e o de alta pressão deverá indicar 11 a 16 bar (156 a 228 psi). Quando entra umidade, por causa de saturação do dessecante do fi ltro secador, o sistema interrompe o ciclo e depois volta a funcionar. O manômetro de baixa pressão indica vácuo e, às vezes, pressão normal. 56 Climatizadores Caso falte fl uido refrigerante, os dois manômetros marcarão pressão baixa e aparecerão bolhas no visor do fi ltro secador. Quando houver pouca circulação do fl uido, o resfriamento fi cará defi ciente. Os manômetros marcarão pressão abaixo do normal e poderá ser visto gelo ou condensação próxima ao fi ltro secador ou na válvula de expansão. Com ausência de circulação do refrigerante, o sistema não refrigera na maioria dos casos. O manômetro do lado de baixa pressão indica vácuo e o do lado de alta marca pressão muito baixa. Pode-se ver condensação ou gelo antes ou depois do fi ltro secador ou da válvula de expansão. 57 Climatizadores Com excesso de fl uido ou defi ciência na troca de calor com o condensador, o sistema não refrigera normalmente. Os dois manômetros indicam pressão muito alta e, com baixa rotação do motor, não se vêem bolhas de ar no visor do fi ltro secador. Com presença de ar no sistema, os dois manômetros indicam pressão muito alta, os tubos do lado de baixa pressão se aquecem e aparecem bolhas no visor do fi ltro secador. Se a válvula de expansão estiver montada de maneira incorreta ou se o tubo expansor apresen- tar defeito, irá aparecer gelo ou condensação sobre os tubos de baixa pressão e os dois manô- metros marcarão uma pressão muito alta. 58 Climatizadores Quando há defi ciência no compressor, o sistema não refrigera. O manômetro de baixa acusa pressão muito alta e o manômetro de alta pressão acusa pressão muito baixa. 59 Climatizadores Dicas importantes Dicas importantes para utilização do aparelho de descarga/carga de fluido refrige- rante cleaner 134 1. Na operação “aspiração do recipiente”, nunca vire o bujão do fl uido refrigerante para introduzi-lo no CLEANER, pois o fl uido poderia ser absorvido no estado líquido e danifi car o compressor interno do CLEANER. 2. Antes da operação “absorção e purifi cação” em um veículo, caso a temperatura ambiente esteja baixa, deixe o veículo funcionar em regime de marcha lenta por aproximadamente 10 minutos. Assim, a temperatura do vão motor fi cará mais elevada, elevando também a temperatu- ra e a pressão da instalação do sistema de condicionamento do ar. Este aumento de pressão irá facilitar o fl uxo de fl uido refrigerante do veículo para o CLEANER (maior diferença de pressão), diminuindo o tempo da operação. 3. Escoe todo o óleo existente no reservatório do CLEANER. Desta maneira, após a realização da operação, fi cará armazenado no reservatório de óleo do CLEANER, apenas o óleo retirado do veículo, cuja quantidade deverá ser recolocada no veículo antes do procedimento “abasteci- mento do aparelho”. 60 Climatizadores Obs.: para retirar o óleo do reservatório do CLEANER, deve-se despressurizar o aparelho. Para isto, realize a operação “absorção e purifi cação” com os registros das mangueiras de alta e baixa pressão fechados, até que os manômetros indiquem uma pressão em torno de 0 bar, o que é confi rmado com o desligamento do compressor do aparelho. Observe a relação entre a pressão e a quantidade de fl uido no cilindro dosador, controlando o termostato do CLEANER, para se obter a pressão desejada e realizar uma leitura correta da quantidade de fl uido do cilindro dosador. Para saber qual o valor da temperatura a ajustar no termostato, basta verifi car na escala do cilindro dosador qual valor de pressão é associado ao mesmo e, em seguida, utilizar os manômetros, do CLEANER para relacionar a temperatura ne- cessária para se obter a referida pressão. Logo depois, atuar no termostato colocando a tempe- ratura desejada; 4. Após a operação “absorção e purifi cação” no veículo, realize o procedimento “vácuo no aparelho”, por cerca de 30 minutos. Este procedimento somente poderá ser realizado se o siste- ma estiver despressurizado (manômetros com indicação em torno de 0 bar). Se o sistema estiver pressurizado, realize o procedimento de despressurização, através da operação “absorção e purifi cação”, com os registros das mangueiras de alta e baixa pressão fechados, até que os manômetros indiquem uma pressão em torno de 0 bar, o que se percebe com o desligamento do compressor do aparelho. 61 Climatizadores Após medir a quantidade de óleo retirada, retorne o óleo retirado do sistema através do apare- lho injetor de óleo. Para isto, realize o procedimento de “vácuo no aparelho”. Em seguida, abra lentamente o registro “OIL” do injetor de óleo até que seja enviada uma quantidade de óleo correspondente à retirada na operação “absorção e purifi cação”. Depois, feche o registro “OIL” do injetor de óleo. Lembre-se que o óleo recolocado deverá ser novo. Em seguida, realize o procedimento de “abastecimento do aparelho”, colocando no veículo a quantidade de fl uido refrigerante prescrita. 62 Climatizadores 5. Quando a quantidade de refrigerante absorvida for importante para análises e diagnósticos, realize a operação “substituição dos fi ltros”, antes da operação “absorção e purifi cação”, ano- tando após a mesma a quantidade de fl uido existente dentro do cilindro dosador (fi ltros vazios). Em seguida, realize a operação “absorção e purifi cação” (fi ltros retêm o fl uido refrigerante) e depois novamente a operação “substituição dos fi ltros” (fi ltros vazios). Após esta última opera- ção, meça a quantidade de fl uido existente no cilindro dosador. A quantidade real de fl uido existente no veículo será a diferença entre as duas medidasrealizadas anteriormente, com os fi ltros vazios. Quantidade real = medida após 2ª substituição - medida após 1ª substituição dos fi ltros 6. Para abastecer o injetor de óleo, realize o seguinte procedimento: a) Despressurize o injetor de óleo. Realize a operação “absorção e purifi cação”, com os registros das mangueiras de alta e baixa pressão fechados. Abra lentamente o registro “REF” do injetor de óleo, até que seu manômetro indique uma pressão em torno de 3 bar; 63 Climatizadores b) Abasteça, com óleo, o injetor de óleo. Com as mangueiras do CLEANER desconectadas, realize a operação de “vácuo no aparelho”. Terminada a operação, conecte uma das extremidades da mangueira de sucção de óleo na par- te superior do injetor de óleo, e a outra num recipiente com o óleo a ser abastecido. Em seguida, abra lentamente o registro “REF” do injetor de óleo. Terminada a operação, retire a mangueira de sucção e feche bem o recipiente de óleo. c) Pressurize o injetor de óleo. Realize a operação “abastecimento do aparelho”, com os registros das mangueiras de alta e baixa pressão fechados, até que o manômetro indicador de alta pressão indique uma pressão de aproximadamente 10 bar. Abra lentamente o registro “OIL” do injetor de óleo, até que seu manômetro indique uma pressão em torno de 7 bar. Terminada a operação, feche o registro “OIL” do injetor de óleo. Operações do aparelho 64 Climatizadores Esquemas elétricos do ar-condicionado manual 65 Climatizadores 66 Climatizadores 67 Climatizadores 68 Climatizadores 69 Climatizadores 70 Climatizadores 71 Climatizadores 72 Climatizadores 73 Climatizadores Climatizadores Generalidades/Instrumentos de diagnose Climatizadores 77 Climatizadores História do ar-condicionado Um dos mais importantes elementos da chamada vida moderna, com mais de um centenário: o ar-condicionado. A invenção, que revolucionou o conceito de conforto ambiental, ao longo desses cem primeiros anos incorporou e continua incorporando inúmeras inovações tecnológicas e de aplicações e se projeta para fazer cada vez mais parte da vida das pessoas em todos os continentes. A invenção do ar-condicionado tem um aspecto inusitado. Em 1902, o jovem engenheiro Willis Carrier, então com 25 anos, analisando os problemas específi cos de uma indústria gráfi ca de Nova York, em seus processos de impressão, inventou um processo mecânico para condiciona- mento de ar. A gráfi ca constantemente enfrentava problemas com a variação da qualidade de impressão nos dias quentes, em função da absorção de umidade pelo papel. Mais tarde, o in- vento se tornaria precursor de toda a indústria da climatização e controle do conforto ambiental. Segundo dados do Ashrae Journal, de janeiro de 1993, o invento tornou-se público em 1904 na St. Louis Worldsfair. Na esteira do sucesso alcançado pelo engenheiro Carrier na solução do problema da gráfi ca, outras indústrias que também necessitavam controlar as condições ambien- tais apostaram na idéia, notadamente a indústria têxtil da época. Não tardou para que outros segmentos também passassem a adotar o condicionamento de ar, como indústrias de papel, laboratórios farmacêuticos e indústrias de fumo, por exemplo. Só em 1914 o uso do controle do clima é usado para fi ns de conforto. Um equipamento de ar-condicionado foi usado pela primeira vez numa residência, no estado norte-americano de Minnesota. No mesmo ano foi instalado também o primeiro ar- condicionado num hospital em Pittsburgh. O sistema supria com umidade extra o berçário de bebês prematuros, contribuindo para reduzir a mortalidade infantil por desidratração e problemas respiratórios. Assim, percebe-se como o invento iria contribuir decisivamente para a melhoria das condições de vida da Humanidade. Os anos 20 foram marcantes na relação entre o mercado e o advento do ar-condicionado. Em 1922, o primeiro local público a ter um sistema de ar-condicionado foi o Grauman´s Metropoli- tan Teatre, em Los Angeles. Igualmente a indústria cinematográfi ca se benefi ciou com o aumento da arrecadação das bilheterias: quanto mais conforto, mais público nas salas de cinemas. Nos anos 30, a Câmara dos Deputados e o Senado dos Estados Unidos, a exemplo dos escritórios da Casa Branca, instalam equipamentos de ar-condicionado. Todo esse impulso deu-se principal- mente graças à máquina de refrigeração centrífuga com uso do refrigerante “Dielene”, ambos criados pelo Engenheiro Carrier, em substituição à amônia. O maior entrave, entretanto, ainda era o tamanho das máquinas, que ocupavam muito espaço. 78 Climatizadores Na área dos transportes, os vagões da ferrovia B&O são os primeiros a oferecer o conforto do ar-condicionado. Nessa mesma época, começa a tornar-se viável a introdução no mercado de equipamentos compactos destinados ao condicionamento de ar em comércios e residências, em função do uso de um novo gás refrigerante não infl amável, o freon, mais apropriado para uso em sistemas de menor capacidade, além de mais seguro e barato. Ainda assim o custo do equipamento doméstico não era muito acessível, fi cando quase que limi- tado ao uso em pequenos estabelecimentos comerciais. A adoção do ar-condicionado residen- cial só pôde ser disseminada, com mais ênfase, a partir dos anos 50, com a produção em série de unidades em formato de caixas de aço para instalações suspensas, os hoje considerados ultrapassados equipamentos do tipo “janela”. A partir daí começam também a ser produzidas em escala as centrais de ar- condicionado para residências, que passam a ganhar cada vez mais espaço. Sistemas de refrigeração não utilizados para promover conforto tem seus estudos e patentes antes de 1750. O primeiro sistema automotivo foi testado em 1939. O primeiro veículo de montadora com ar-condicionado foi um Pontiac em 1954. Sistema de condicionamento de ar por gelo 79 Climatizadores Objetivo do ar-condicionado O objetivo é proporcionar conforto térmico aos passageiros, através de: Controle da temperatura Controle da umidade Redução dos poluentes Não só a temperatura, como a umidade relativa e o fl uxo de ar infl uenciam diretamente na sensação de conforto. Pode-se ter a mesma sensação de conforto térmico em diferentes temperaturas devido a diferen- tes umidades relativas. Em locais onde a umidade relativa está alta, torna-se mais difícil a evaporação da sudorese das pessoas, dando uma sensação de “corpo melado” e quente devido a não evaporação da umida- de do corpo que também, é responsável por retirada de calor. Por outro lado, em locais mais quentes com umidade relativa baixa podem propiciar maior con- forto térmico devido a retirada de calor do corpo durante a evaporação da sudorese do mesmo. Além das cargas externas (temperatura ambiente, irradiação solar, calor do motor, o A/C deve retirar as próprias cargas que os passageiros dissipam para o ambiente. Por exemplo: A. 1 Pessoa dirigindo no trânsito de cidade ~ 190 W B. 1 Pessoa dirigindo na estrada ~ 120W Na próxima página pode-se observar a região de conforto humano. 80 Climatizadores Um ida de re lati va -10 - 5 0 5 1 0 10 15 2 0 25 25 30 3 5 40 Ent alpi a es pec ifica na satu raçã o kJ / k g a r se co 40 4 5 5 0 55 60 6 5 70 7 5 80 8 5 90 9 5 10010 5 11 0 1 15 1 2 0 1 2 5 1 3 0 1 3 5 1 4 0 1 4 5 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 0 ,0 3 3 0 ,0 3 2 0 ,0 3 1 0 ,0 3 0 0 ,0 2 9 0 ,0 2 8 0 ,0 2 7 0 ,0 2 6 0 ,0 2 5 0 ,0 2 4 0 ,0 2 3 0 ,0 2 2 0 ,0 2 1 0 ,0 2 0 0 ,0 1 9 0 ,0 1 8 0 ,0 1 7 0 ,0 1 6 0 ,0 1 5 0 ,0 1 4 0 ,0 1 3 0 ,0 1 2 0 ,0 1 1 0 ,0 1 0 0 ,0 0 9 0 ,0 0 8 0 ,0 0 7 0 ,0 0 6 0 ,0 0 5 0 ,0 0 4 0 ,0 0 3 0 ,0 0 2 0 ,0 0 1 0 ,0 0 0 0 .3 6 0 ,4 0 0 ,4 5 0 ,5 0 0 ,5 5 0 ,6 0 0 ,6 5 0 ,7 0 0 ,7 5 0 ,8 0 0 ,8 5 0 ,9 0 0 ,9 5 1 ,0 0 Unidade específica kg/kg ar seco Fator de calor sensível - 1 0 -5 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 0 ,7 5 0 ,8 0 0 .8 5 0 ,9 0 Te m p er a tu ra d o B ul b o s ec o ( B S ) °C V o lu m e es p ec ífi co ( m ³/ kg ) d e a r se co Te m pe ra tu ra d e Bu lb o úm id o ou d e sa tu ra çã o (B U ) ° C - 5 0 1 0 1 5 5 2 0 2 5 3 0 90 % 80 % 7 0% 60 % 50 % 40 % 30 % 20 % 10 % 0 ,9 5 Desvio de entalp ia kJ/kg ar seco - 0,3 - 0,4 - 0,5 - 0,6 - 0,8 - 0,9 - 1,0 - 1,1 - 1,2 - 0,7 (((( )) QS QT Si st em a m ét ric o in te rn ac io na l C ar ta P sic ro m ét ric a B as ea da n a pr es sã o ba ro m ét ric a de 1 01 ,3 25 K Pg A o ní ve l d o m ar Zo na d e co nf or to h um an o 81 Climatizadores Pressão e temperatura de ebulição Infl uência da pressão na temperatura de ebulição A pressão exercida sobre o líquido infl uencia seu ponto de ebulição. Quanto mais alta for a pressão, maior será o ponto de ebulição. Exemplos de aplicação: Panela de pressão (água ferve ~ 120°C) Tampa de radiadores (água ferve ~ 125°C) As mudanças de estados e alterações de temperaturas: 1. Líquido antes de começar a ebulir é classifi cado como “sub-resfriado”. (ex.: água gelada na temperatura ambiente ganhando calor até antes de ferver) – Processo de alteração de temperatura 2. Quando o líquido começa a ebulir, está em processo de evaporação. (ex.: água fervendo)- Processo de mudança de estado – líquido para vapor – não altera a temperatura 3. Após totalmente evaporado (somente vapor), começa a aquecer – é classifi cado como superaquecido (ex. vapor de caldeira) - Processo de alteração de temperatura 4. Quando o vapor começa a esfriar antes de começar a condensar é classifi cado como desuperaquecido (ex.: vapor da caldeira resfriando) – Processo de alteração de temperatura 5. Quando começa a se condensar – está em processo de condensação (ex.: água formada no evaporador) - Processo de mudança de estado – vapor para líquido – não altera a temperatura Correlação de unidades de pressão: 1 atm = 14,7 psi = 14,7 lbf/pol2 = 1,01325 bar = 101,325 kPa = 760 mmHg = 1,033 kgf/cm2 = 29,92 pol Hg 82 Climatizadores Refrigeração A refrigeração é possível graças às mudanças de estado do refrigerante, ora em estado líquido, ora gasoso, ora uma mistura dos dois estados. O refrigerante absorve calor ao mudar do estado líquido ao gasoso, processo chamado de evaporação. De modo inverso, ao passar do estado gasoso ao líquido, o refrigerante perde calor, processo chamado de condensação. Os refrigerantes são fl uidos de alto calor latente e baixo ponto de ebulição, ou seja, utilizam grande energia para a mudança de estado. O R134a entra em ebulição a -26,2°C sob a pressão atmosférica. O fenômeno da refrigeração está baseado nos processos de: Evaporação e absorção de calor Expansão Compressão Liberação de calor, condensação e sub-resfriamento 83 Climatizadores Sistema de ar-condicionado automotivo Conceitos do ar-condicionado e seus componentes Componentes do ciclo refrigerante Localização dos componentes do sistema de A/C Condensador Radiador Ventilador de arrefecimento Acumulador de sucção secador Reservatório Compressor Difusores de ar Aquecedor Painel de controle Evaporador Caixa de distribuição Mangueiras de água quente de ar + blower (vent.) Tubo de orifício Localizados na entrada de gás do evaporador Normalmente no lado de fora da caixa (comportamento do motor) Válvula de expansão Mangueiras de Dutos de fi ltro secador ar-condicionado distribuição de ar Evaporador Condensador Componentes de A/C Compressor Filtro secador Tubo de orifício Válvula de expansão Acumulador de sucção 84 Climatizadores Ciclo de A/C com válvula de expansão (TXV) Vapor de alta pressão Líquido de alta pressão Líquido + vapor de baixa pressão Vapor de baixa pressão 1 Válvula de expansão 2 Evaporador 3 Ventilador 4 Compressor 5 Condensador 6 Filtro secador/reservatório Ciclo de ar-condicionado com tubo de orifício (OT) 85 Climatizadores HVAC - Modo aquecimento A caixa de ar-condicionado é conhecida por HVAC (Heating Ventilation & Air Conditioning), composta por evaporador, aquecedor e ventilador. HVAC - Modo A/C A caixa de ar-condicionado é conhecida por HVAC (Heating Ventilation & Air Conditioning), composta por evaporador, aquecedor e ventilador, podendo ainda conter um fi ltro antipólen. Aquecedor O aquecedor é o responsável pelo aquecimento do compartimento. Ele é posicionado após o evaporador o que ajuda a reduzir a umidade relativa. Tornando o ar com maiorpotencial de absorção de umidade do compartimento. Utilizando-se este ar quente, através de válvulas (fl aps) comandados pelo painel de controle, faz-se a mistura com o ar que vem do evaporador, permitindo o ajuste de tempe-ratura do ar na saída dos difusores. 86 Climatizadores O seu aquecimento é provido pelo sistema de arrefecimento do motor, através de uma derivação das mangueiras de água do sistema de arrefecimento. Em alguns modelos, existem válvula de fechamento da água que passa pelo aquecedor, para garantir a máxima performance de ar-condicionado nas condições de verão. Eletroventilador da caixa de ar Responsável pela movimentação do ar através do fi ltro, evaporador e aquecedor e, com o auxílio de dutos nas saídas da caixa, distribui-se o ar até os difusores, saídas para os pés, saída para o vidro, etc). Eles têm diversas velocidades que são moduladas através de resistores (comandos mecânicos/ manuais) ou PWM (comando eletrônicos ECC). Ventilador de arrefecimento Normalmente, o ventilador de arrefecimento é montado no conjunto radiador/condensador. Ele é o responsável no auxílio de troca de calor nos trocadores através da ventilação forçada. Os maiores impactos dos ventiladores são nas baixas velocidades, onde a contribuição do vento frontal é muito pequena. Normalmente eles têm mais de uma velocidade, as quais podem ser ajustadas por resistores ou por PWM´s. 87 Climatizadores Existem diversos tipos de aplicações: “dual puller” , “single puller”, “pusher-puller” e, também diversos tipos de montagens: frontal (pusher), traseira (puller) e central – entre radiador e conden- sador (CMF – center mounted fan). Existem também os chamados “visco fan”. Este é um ventilador acoplado diretamente ao eixo motor. Ele possui uma embreagem que pode acoplar aumentando a velocidade da hélice ou apenas mantê-la deslizando a uma velocidade mínima. Esta embreagem é acionada mecanicamente através de termostato mecânico bimetálico espiral. Este termostato é acionado recebendo a tem- peratura do ar que sai do radiador. Evaporador de placa O evaporador é o responsável pelo resfriamento do ar, através do fl uxo que passa por sua col- méia, condicionando o compartimento do passageiro. Quando o ar resfria, perde calor (energia) para o gás refrigerante (mais frio que o ar) que passa por dentro do evaporador, evaporando o mesmo. 88 Climatizadores Condensador de ar O condensador é o responsável por rejeitar o calor (energia) absorvido no evaporador a energia absorvida no trabalho do compressor através da correia. Estes calores (energias) são transferidos para o ar (mais frio que o gás) que passa pelas aletas aquecendo o ar e resfriando e condensando o gás. Existem opções de condensadores com fi ltro secador integrado. Tipos construtivos de condensador: A) Brasado B) Serpentina C) Expandido mecanicamente (T&F) D) Mecânico brasado Condensador brasado convencional. Filtro secador remoto Detalhe do tubo Condensador brasa- do com fi ltro secador integrado Gás Líquido 89 Climatizadores Condensador Condensador brasado convencional. Filtro secador remoto. Condensador brasado com fi ltro secador integrado. Filtro remoto Filtro integrado 90 Climatizadores Compressor O compressor pode ser chamado de “coração” do sistema. A função do compressor é a de comprimir o refrigerante, onde o mesmo succiona refrigerante gasoso a baixa pressão, comprimindo-o em alta pressão. A elevação da pressão é fundamental para o processo de expansão e refrigeração e também para que possa ocorrer a rejeição de calor no condensador. Compressor Nippodenso Compressor Zexel Compressor Harrisson Compressor Sanden Compressor - componentes Pistão Polia Embreagem eletromagnética Acoplador Bobina Placa oscilante Corpo do compressor 91 Climatizadores Tipos de compressores Conceito do mecanismo interno Pistão Scroll - Espiral Rotary Vane - Rotativo Capacidade volumétrica de bombeamento Deslocamento FIXO Deslocamento VARIÁVEL Acionamento Através da Embreagem Eletromagnética (E/M) Clutchless - SEM embreagem eletromagnética Compressor - mecanismo interno Sistema a pistões Pistões movimentados por uma placa oscilante (Swash Plate) ou articulada (Wobble Plate). Swash Plate Wobble Plate 92 Climatizadores Compressor - componentes internos Scroll - espiral rotativa Rotary Vane - pás rotativas Deslocamento volumétrico Deslocamento FIXO - Após acionado, o compressor trabalha na máxima capacidade de deslocamento volumétrico. - Com a diminuição da carga térmica, o compressor é gerenciado por termostato ou pressostato, ligando-o ou desligando-o. Deslocamento variável - Após acionado, o compressor trabalha de maneira contínua, de acordo com a necessidade do sistema. - Volume de compressão gerenciado por uma válvula de controle. - Evita o choque liga/desliga (on/off chock). - Otimiza a estabilidade da temperatura. Fixo Variável 93 Climatizadores Compressor Delphi com deslocamento variável Modulação do deslocamento volumétrico A modulação do deslocamento volumétrico depende da pressão interna do corpo do compres- sor. - Menor pressão interna signifi ca maior deslocamento e maior refrigeração - Maior pressão interna signifi ca menor deslocamento e menor refrigeração A variação da pressão interna é gerenciada pela válvula de controle que, através da leitura da pressão de sucção do compressor, entende se a temperatura na saída do evaporador está alta ou baixa. - Alta temperatura (alta pressão) na saída do evaporador signifi ca demanda por refrigeração e, portanto, necessidade de aumento do deslocamento volumétrico - Baixa temperatura (baixa pressão) na saída do evaporador signifi ca diminuição do desloca- mento volumétrico do compressor - A diminuição e o aumento do deslocamento do compressor são dados com a mudança de inclinação do prato giratório 94 Climatizadores Válvula de controle Aumentando o deslocamento do compressor Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador aumenta (maior necessidade de refrigera- ção), a pressão na entrada do compressor (sucção) também aumenta. O diafragma (3) contrai-se, a válvula (1) se fecha e libera a passagem (2) entre o interior do compressor (carcaça) e a sucção do compressor. Assim a pressão da carcaça diminui, causando menor contrapressão nas traseiras dos pistões, permitindo que estes aumentem seus cursos e conseqüente aumento da capacidade do compres- sor. 95 Climatizadores Reduzindo o deslocamento do compressor Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador diminui (menor necessidade de refrigera- ção), a pressão na entrada do compressor (sucção) também diminui. O diafragma (3) expande-se e fecha a passagem (2) entre o interior do compressor (carcaça) e a sucção do compressor. Por outro lado a válvula (1) se abre, permitindo a comunicação entre o interior do compressor e a descarga. Assim a pressão da carcaça aumenta, causando maior contrapressão nas traseiras dos pistões, resistindo ao recuo dos pistões reduzindo o curso dos mesmos e conseqüente redução da capaci- dade do compressor. Modulação do deslocamento volumétrico O sistema de ar-condicionado contém uma determinada quantidade de óleo para lubrifi car as partes móveis dos compressores. O óleo mistura-se com o refrigerante e este o arrasta ao longo do sistema através dos componen- tes e mangueiras. 96 Climatizadores As mangueiras e componentes devem ser dimensionados com velocidades mínimas de escoamen- to do gás para que possa promover o retorno do óleo circulante no sistema para o compressor. Cada modelode compressor exige que seja retida uma certa quantidade mínima de óleo em seu interior para sua perfeita lubrifi cação. “O óleo é desenvolvido para cada tipo de refrigerante e tipo de compressor, devendo-se sempre seguir a recomendação do fabricante. Caso contrário o compressor sofrerá danos permanentes, comprometendo sua durabilidade”. Válvula de expansão (TXV) A expansão do refrigerante acontece nesse dispositivo. Ao se expandir, o refrigerante líquido à alta pressão se transforma em mistura de líquido + vapor à baixa pressão. Para a evaporação deste líquido restante, o refrigerante absorve energia do ar que passa pelo evaporador resfriando o mesmo e conseqüentemente reduzindo a temperatura do compartimento de passageiro. A válvula é também a responsável por garantir o superaquecimen- to do gás e modular a quantidade de refrigerante no evaporador. 97 Climatizadores Válvula TXV - Funcionamento Além da expansão do gás a outra função importante é garantir o superaquecimento do fl uido de gás, protegendo o compressor contra possibilidade de “golpes de líquido” e ainda ajustar o fl uxo de refrigerante para o evaporador conforme a demanda requerida. A TXV sente a temperatura do gás que vem do evaporador e ao mesmo tempo a pressão com que este está passando pela válvula. Com isto, o eixo de atuação do diafragma é levantado ou abaixado contra a mola de ajuste, fechando ou abrindo respectivamente, a passagem do líquido para o evaporador. Esta variação de pressão e temperatura na saída da TXV é em função da carga térmica requeri- da. Se a temperatura do ar que passa pelo evaporador aumenta, também aumenta a temperatu- ra do gás que passa pela TXV, com isto há uma dilatação da cabeça da TXV empurrando o eixo de atuação para baixo e abrindo mais a TXV e permitindo ir mais gás para o evaporador. De forma inversa ocorre o fechamento da TXV reduzindo o fl uxo de gás no evaporador. Filtro secador O fi ltro secador desempenha as seguintes funções no sistema de ar-condicionado; - Filtra impurezas - Absorve a umidade remanescente no sistema - Reserva refrigerante líquido Ele garante que a TXV sempre seja alimentada com refrigerante na forma líquida. 98 Climatizadores Ele armazena o excesso de refrigerante, quando a TXV reduz o fl uxo de gás para o evapora- dor devido a redução de carga térmica, sem que esta carga seja acumulada no condensador, elevando a pressão do sistema. De forma contrária, quando a TXV aumenta o fl uxo de gás no evaporador, devido ao aumento de carga térmica, ele reduz seu volume de líquido armazenado, suprindo o evaporador com este aumento de demanda de gás e ainda garantindo líquido na entrava da TXV. Ele é projetado para ter um volume mínimo que, mesmo nas condições de alta carga térmica (alto fl uxo de gás no evaporador), ele garanta que a TXV seja alimentada somente com refri- gerante líquido. Com isto, ele balanceia a demanda de refrigerante em função da variação de carga térmica do sistema. 99 Climatizadores Tubo de orifício (OT) Igualmente como na TXV, a expansão do refrigerante acontece nesse dispositivo. Ao se expandir, o refrigerante líquido a alta pressão se transforma em mistura de líquido + vapor a baixa pressão. Para a evaporação deste líquido restante, o refrigerante absorve energia do ar que passa pelo evaporador resfriando o mesmo e conseqüentemente reduzindo a temperatura do compartimento de passageiros. Diferente da TXV, este dispositivo não garante o superaquecimen- to do gás que retorna ao compressor. Necessita-se, neste caso, da utilização de um acumulador de sucção como proteção do compressor contra possíveis “golpes de líquido”. Existe um limitado controle de fl uxo de refrigerante devido a ter orifício fi xo. Seu controle de fl uxo de refrigerante é feito através da perda de carga ao longo de seu comprimento. Daí a necessidade de ser um tubo e não apenas um orifício. Quando a demanda de carga aumenta, o volume de refrigerante reservado no acumulador é deslocado para o compressor, o qual o desloca para o condensador aumentando a pressão e o sub-resfriamento, desta forma, o refrigerante que entra no tubo de orifício só começa a ebulir no fi nal deste, ocasionando menor perda de carga no tubo e por fi nal permitindo maior fl uxo de refrigerante para o evaporador. De forma contrária, quando a carga térmica diminui, aumenta novamente a reserva de refrigerante no acumulador e conseqüente re- dução do sub-resfriamento na entrada do tubo, fazendo com que o refrigerante comece a ebulir no início do tubo de orifício (aumentando o volume específi co) e assim continuando ao longo dele, fazendo com que a perda de pressão aumente no tubo, reduzindo o fl uxo de refrigerante para o evaporador. Acumulador de sucção O acumulador desempenha as seguintes funções no sistema de ar-condicionado: A. Dissecante – absorve a umidade do sistema B. Acumula refrigerante líquido nas condições de baixa carga térmica, quando o evaporador reduz sua capacidade de evaporação do gás C. Protege o compressor contra “golpes de líquido” 100 Climatizadores Quando a temperatura do ar que passa pelo evaporador diminui com a redução da carga tér- mica, a capacidade de evaporação do gás também é reduzida. Assim, a quantidade de refrige- rante em forma líquida que sai do evaporador é aumentada. Nestas condições de baixa carga, o refrigerante líquido se acumula no acumulador. Quando o refrigerante encontra a carcaça do acumulador, o mesmo perde velocidade devido às diferenças de áreas, fazendo decantar o refrigerante líquido e parte do óleo, indo somente refrigerante na forma gasosa para o compres- sor. O pequeno furo na parte inferior do acumulador dosa o retorno de óleo e refrigerante para o compressor, evitando assim falhas de lubrifi cação no mesmo. De forma contrária, quando a carga térmica está alta, ele acumula o mínimo líquido possível, balanceando assim a demanda de refrigerante nas variações de carga térmica. Mangueiras e dutos de gás refrigerante Normalmente, os componentes são interligados com tubos de alumínio e mangueiras de borra- cha. As partes solidárias que não requerem liberdade de movimento, normalmente são totalmen- te em alumínio. Porém, quando necessitam de um certo grau de liberdade, devido às movimenta- ções, como: de bloco motores (suspensos em coxins), “front end” com os trocadores normalmente presos por coxins, etc; são requeridas mangueiras. Além dos requisitos de vibração e ruído, elas devem prover velocidades mínimas sufi cientes de condução do gás, para que o óleo seja arrasta- do e retorne ao compressor. Por outro lado elas não podem proporcionar velocidades muito altas ao gás, para não ocasionarem altas perdas de pressão nas linhas, levando à redução de performance e aumento de consumo. Outros critérios são considerados para o dimensionamento estrutural, como pressão, etc. Condensador Filtro secador Compressor Linhas em mangueira flexível Linhas em alumínio Evaporador TXV 101 Climatizadores Mufl as Mufl as são atenuadores de ruídos, normalmente utilizadas em compressores tipo alternativos (pistão), com o objetivo de reduzir ruídos provenientes de pulsos de pressão. São dimensionados em função da freqüência e amplitude do ruído. Através de mudança brusca de geometria (aumento da secção transversal), atenua as pulsações provenientes do compressor. Suas aplicações devem ser as mais próximas possíveis do compressor, o qual é a fonte geradora do mesmo. 102 Climatizadores Componentes de vedação Atualmente são dois os tipos básicos de vedação utilizados nas conexões ao longo do sistema de ar-condicionado. O’rings: São anéis de borracha em diferentes secções e diâmetros. Para aplicações com R134a são encontrados normalmente em materiais tipo
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