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Refrigeração Comercial Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 2 Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 3 2007. CFP-T Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. CFP-T Centro de Formação Profissional de Taguatinga FICHA CATALOGRÁFICA CFP-T Refrigeração comercial - Refrigeração. Brasília, 2008. CFP-T Centro de Formação Profissional de taguatinga Área Especial nº 02 Setor “C” Norte CEP: 72115-700 - Taguatinga - DF Telefone: (0xx61) 3353-8700 FAX: (0xx61) 3561-2608 Site: www.sistemafibra.org.br http://www.sistemafibra.org.br/ Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 4 SUMÁRIO I. REFRIGERAÇÃO COMERCIAL ...................................................................................... 8 1.2- Degelo nos equipamentos de refrigeração comercial .................................................. 8 1.2.1- Degelo Natural 8 1.2.2- Degelo por resistência elétrica e gás quente 9 1.2.3- Resistência elétrica 9 1.2.4- Degelo por gás quente 9 II. CÂMARA FRIGORÍFICA ................................................................................................ 9 2.1- Isolamento Térmico .............................................................................................................. 10 2.1.1- Métodos de Isolamento Térmico 10 2.1.2- Espessuras recomendadas dos termopainéis: 10 2.1.3- Alguns casos de isolamento no ponto de junção entre piso e termopainel 11 2.1.4- Escolha do Isolamento Térmico 12 III. CICLO DE REFRIGERAÇÃO ...................................................................................... 12 3.1- Evaporador ............................................................................................................................. 13 3.1.1- Evaporadores com ventiladores forçadores 13 3.1.2- Evaporadores Estáticos 14 3.2- Condensador .......................................................................................................................... 14 3.3- Dispositivos de expansão .................................................................................................. 14 3.3.1- Válvula de expansão automática 14 3.3.2- Válvula de expansão termostática 16 3.3.3- Posição de montagem da válvula termostática – Posição bulbo e processo de brasagem. 17 3.3.4- Operação da válvula de expansão termostática 17 3.3.5- O que é “superaquecimento”? 19 3.3.6- Medição do Superaquecimento 19 3.4- Compressor ............................................................................................................................ 20 3.4.1- Classificação 20 3.5- Filtros secadores .................................................................................................................. 27 3.6- Filtro secador de sucção .................................................................................................... 28 3.7- Filtro de Carcaça fixa, núcleo intercambiável. .............................................................. 28 3.7.2- Instalação dos filtros secadores DCR (carcaça, núcleo intercambiável) 29 3.8- Separador de óleo ................................................................................................................ 30 3.9- Válvulas de retenção ............................................................................................................ 31 3.10- Reservatórios ...................................................................................................................... 32 3.10.2- Os benefícios da instalação de um reservatório são: 32 Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 5 3.10.3- Os inconvenientes de um reservatório são: 33 3.11- Registros ............................................................................................................................... 33 3.12- Válvula (registro) de esfera .............................................................................................. 33 3.12.1- Detalhes de montagem da válvula de esfera do tipo soldável 34 3.13- Visor de líquido ................................................................................................................... 34 3.13.1- Detalhes de montagem do visor de líquido – Tipo soldável e rosca 35 3.14- Válvulas solenóides ........................................................................................................... 35 3.14.1- Princípios de operação 36 3.14.2- Detalhes construtivos 36 3.15- Distribuidor de líquido....................................................................................................... 37 3.16- Trocador de calor – HE ..................................................................................................... 37 3.17- Acumulador da Linha de Sucção ................................................................................... 38 3.18- Aquecedor do Cárter ......................................................................................................... 39 IV. INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO ............................................................................ 40 4.1- Localização da unidade condensadora .......................................................................... 40 V. BOAS PRÁTICAS EM REFRIGERAÇÃO .................................................................... 41 5.1- Brasagem da tubulação ...................................................................................................... 41 5.2- Limpeza do sistema ............................................................................................................. 41 5.3- Impurezas - Fatos ................................................................................................................. 41 5.4- Teste de vazamentos no sistema ..................................................................................... 42 5.5- Procedimento de Vácuo ...................................................................................................... 42 5.6- Procedimento básico para carga de refrigerante ........................................................ 42 5.7- Partida da unidade condensadora ................................................................................... 43 5.8- Verificação da condição de operação ............................................................................. 44 5.9- Acompanhar nível de óleo .................................................................................................. 45 5.10- Problemas elétricos ........................................................................................................... 45 VI. BALCÕES FRIGORÍFICOS ......................................................................................... 47 6.1- BALCÕES PARA TEMPERATURAS ACIMA DE 0ºC .................................................... 47 6.1.1- Expositor para Refrigerantes - Conveniências Aberto 47 6.1.2- Balcão frigorífico popular duplex 48 Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 6 6.2- BALCÕES PARA TEMPERATURAS ABAIXO DE 0ºC .................................................. 48 6.2.1- Expositor do tipo “Ilha” para Congelados 48 6.3- Referente a sua instalação deverão ser observadas as seguintes normas: ........ 49 6.4- Dicas para a instalação do aterramento nos balcões frigoríficos e expositores 49 6.5- Controle de temperatura para produtos deterioráveis ............................................... 50 6.6- Algumas dicas de utilização dos balcões frigoríficos: ..............................................50 6.7- Princípio de funcionamento dos expositores com circulação forçada de ar ...... 51 6.8- Circuito de refrigeração (Unidade selada) com evaporador com degelo elétrico ........................................................................................................................................................... 52 6.9- Circuito de refrigeração com degelo por gás quente ................................................. 53 VII. DIAGRAMA DE CICLO .............................................................................................. 54 7.1- Temperatura de Saturação ................................................................................................. 54 7.2- Vapor Superaquecido .......................................................................................................... 54 7.3- Líquidos Subresfriados ....................................................................................................... 54 7.4- Entalpia .................................................................................................................................... 54 7.5- Entropia ................................................................................................................................... 55 7.6- Temperatura de Evaporação. ............................................................................................ 55 7.7- Temperatura de Condensação. ......................................................................................... 55 VIII. DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA ....................................................................... 56 IIXX.. OO CCIICCLLOO FFRRIIGGOORRÍÍFFIICCOO -- COMPONENTES BÁSICOS DE UM CICLO ..................... 56 X. RESUMO – O CICLO .................................................................................................... 57 10.1- Superaquecimento ............................................................................................................. 57 10.2- Subresfriamento ................................................................................................................. 57 10.3- Válvula de Expansão – Superaquecimento ................................................................. 58 XI. INSTALAÇÃO FRIGORÍFICA COM CONDENSAÇÃO A ÁGUA E COM TORRE DE RESFRIAMENTO .............................................................................................................. 61 XII. PRESSOSTATO DE ÓLEO INSTALADO NO CIRCUITO DE REFRIGERAÇÃO ...... 62 XIII. CIRCUITO DE REFRIGERAÇÃO COM DOIS EVAPORADORES EM PARALELO . 62 Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 7 13.2- Regulador KVP montado na linha de sucção após o evaporador ....................... 63 13.3- Rregulador de pressão de cárter tipo KVL .................................................................. 63 13.4- Reguladora de pressão no condensador e tanque de líquido por modulação (KVD + KVR) ................................................................................................................................... 64 13.5- Reguladores de pressão de condensação (KVR e NRD) ......................................... 64 13.8- Reguladores de pressão de condensação (válvulas para água) ........................... 65 XIV. CIRCUITO DE REFRIGERAÇÃO COM COMPRESORES EM PARALELO – INSTALAÇÃO DE SUPERMERCADO. ............................................................................ 66 14.2- Giclê (orifício) substituível da válvula de expansão termostática ........................ 67 14.2.1- Seleção do giclê do distribuidor 68 XV. DETALHES DE PREPARAÇÃO DAS PAREDES DA CÃMARA FRIGORÍFICA EM ALVENARIA ...................................................................................................................... 72 XVI. DIAGRAMAS ELÉTRICOS ....................................................................................... 76 16.1- Expositor vertical para produtos congelados a -20°C com timer mecânico e bi- metal para controle fan-delay. ................................................................................................... 76 16.2- Circuito de comando com controlador digital ............................................................ 81 16.2- .................................................................................................................................................. 80 16.3- Circuito de força ................................................................................................................. 80 16.4- Régua de bornes ................................................................................................................. 82 16.5- Diagrama elétrico com controlador digital com dois sensores de temperatura ........................................................................................................................................................... 83 16.6- Diagrama elétrico com controlador digital com um sensor de temperatura ..... 83 XVII. CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA ........................................................................... 84 17.1- Carga de Transmissão ...................................................................................................... 85 17.2- Carga de produtos .............................................................................................................. 85 17.3- Carga de infiltração ............................................................................................................ 86 17.4- Outras cargas (Iluminação interna, Pessoas e etc). ................................................. 86 17.5- Potência Frigorífica Real .................................................................................................. 87 XVIII. REFERÊCIAS .......................................................................................................... 89 Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 8 I. REFRIGERAÇÃO COMERCIAL A refrigeração comercial abrange os refrigeradores-expositores especiais, os equipamentos de médio porte como as câmaras frigoríficas de resfriados, congelados e supercongelados, as sorveteiras, os fabricadores de gelo, os balcões frigoríficos, “ilhas” de congelados e as instalações frigoríficas utilizadas em supermercados denominadas de sistema de refrigeração integrado com compressores em paralelo, montados em um rack com diversos componentes, instalados em uma casa de máquina e interligado com todos os equipamentos de refrigeração do interior do supermercado. Figura 1.1 - Refrigeração comercial 1.2- Degelo nos equipamentos de refrigeração comercial É o período de tempo que é usado para remover o gelo que se acumulou no evaporador durante o ciclo de refrigeração. Os tipos de degelos comumente utilizados são: 1.2.1- Degelo Natural O fato de o compressor desligar quando a temperatura da câmara ou balcão é atingida já poderá proporcionar o degelo (isso em casos em que o balcão trabalha com temperaturas superiores a °0 C). O degelo por ar é controlado pelo temporizador (timer), mas o(s) ventilador(es) do evaporador continuam operando de maneira a facilitar o degelo. No degelo natural o fluxo de fluido refrigerante é interrompido através do fechamento da válvula solenóide da linha de líquido (pump down system). Esta é mantida fechada através de um timer (temporizador) por um período de tempo suficiente para que todo gelo seja derretido. E nos evaporadores com forçadores (ventiladores), através da circulação do ar do interior do equipamento (balcões e expositores) ou câmara de resfriados, o gelo do evaporador será derretido. Embora o degelo natural é possível em algumas aplicações a médias temperaturas onde um controle de temperatura não é tão críticoe um tempo sem refrigeração suficientemente grande pode ser permitido, a maior parte das aplicações de refrigeração comercial necessita um meio rápido e eficiente de degelo. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 9 1.2.2- Degelo por resistência elétrica e gás quente Expositores e câmaras de baixa temperatura (congelados) requerem calor adicional durante o tempo de degelo para derreter o gelo do evaporador. O calor adicional pode ser fornecido por resistências elétricas ou utilizando o gás da descarga (gás quente) do compressor. Existe uma grande discussão sobre qual a melhor maneira de realizar degelos em sistemas com baixas temperaturas de evaporação, ou seja, degelo elétrico versus degelo a gás quente. Ambos funcionam se dimensionados e instalados corretamente. A seguir temos uma lista das vantagens e desvantagens desses dois tipos de degelos. 1.2.3- Resistência elétrica Vantagens: Menor custo do equipamento e não causa choque térmico nas linhas de sucção Desvantagens: È necessário fiação elétrica extra; Manutenção e troca eventual das resistências de degelo e “Tempos” de degelos longos. 1.2.4- Degelo por gás quente Vantagens: Não necessitam de fiação extra p/ balcões (dependendo do projeto); Períodos de degelo mais curtos do que o elétrico e Pode degelar um evaporador bloqueado rapidamente. Desvantagens: Maior carga de gás devido à inclusão de uma linha de gás quente; Choque térmico nas linhas de sucção; Alta temperatura de sucção após degelo, exigindo um esforço maior do motor compressor durante o degelo e Obrigatoriedade da inclusão de um acumulador de sucção p/ eliminação de golpes de líquido no compressor. II. CÂMARA FRIGORÍFICA Uma câmara frigorífica é qualquer espaço de armazenagem, que tenha as suas condições internas controladas por um sistema de refrigeração. Existem basicamente dois tipos de câmaras: nalidade é proteger os produtos em temperaturas próximas de 0 ºC produtos, à baixas temperaturas, em geral abaixo de -18 ºC e as abaixo de -25oC costumamos denominá-las de câmaras super-congelados. . Os critérios envolvidos no projeto de uma câmara frigorífica são praticamente iguais a qualquer armazém: Capacidade de armazenamento, Instalações para receber e despachar os produtos, Espaço interior bem dimensionado para a operação. Porém, as câmaras frigoríficas têm como diferença, a necessidade de se manter em seu interior temperaturas abaixo da temperatura externa. Como conseqüência, existem certos limites tanto na escolha dos métodos de construção e dos equipamentos, quanto no modo que a câmara operará. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 10 A busca pela redução dos custos de energia elétrica em câmaras frigoríficas, envolve necessariamente vários aspectos. Através do balanço entre a escolha dos materiais construtivos mais adequados, da elaboração de um projeto correto, do cuidado na montagem, e principalmente da supervisão da operação, é que se pode alcançar este objetivo. Para a construção de uma câmara frigorífica, o primeiro aspecto a ser considerado é o planejamento operacional desejado para a instalação, e em seguida, a definição das soluções técnicas baseadas nas condições locais e fatores econômicos. 2.1- Isolamento Térmico A finalidade do isolamento térmico é reduzir as trocas térmicas indesejáveis e, manter a temperatura da parede externa do recinto isolado à do ambiente externo, ou seja, é separar duas temperaturas diferentes para evitar problemas de condensação (trocas de calor). O isolamento térmico é formado por materiais de baixo coeficiente de condutividade térmica (k). Os materiais isolantes são porosos, sendo que a elevada resistência térmica se deve à baixa condutividade térmica do ar contido nos seus vazios. A transferência de calor ocorre, principalmente, por condução. Nos espaços vazios ocorre também convecção e irradiação, porém com valores desprezíveis. 2.1.1- Métodos de Isolamento Térmico Há dois métodos de isolamento que se diferenciam no tipo e na maneira que são instalados, isolamento colocado no local e isolamento pré-fabricado e integrado. De acordo com o que se deseja do isolamento, podem ser examinados sob diversos pontos de vista: Como o isolamento é aplicado; Funcionamento da barreira de vapor; A função básica do isolamento, ou seja, a limitação das perdas através das paredes; Papel das camadas protetoras. Na grande maioria dos casos, os materiais que tem sido utilizados para o isolamento térmico nas câmaras frigoríficas são os chamados termopainéis que constituem-se de um núcleo formado por poliestireno expandido (EPS) ou poliuretano (PUR), com acabamento em chapa de aço pré-pintada. Estes materiais são do tipo macho e fêmea facilitando muito a instalação. 2.1.2- Espessuras recomendadas dos termopainéis: Câmaras de resfriados: 100 mm (EPS) e 80 mm (PUR) Câmaras de congelados: 200 mm (EPS) e 150 mm (PUR) Os pisos, quando necessários são executados com isolamentos térmicos convencional que constituem-se de pintura de tinta primária tipo neutrol, asfalto oxidado, filme de alumínio, chapas de isolamento térmico em poliuretano ou poliestireno nas espessuras recomendadas colocadas em duas camadas de 50 mm (EPS) ou duas camadas de 40 mm (PUR) quando trata- se de câmaras de resfriados e duas camadas de 100 mm (EPS) ou duas camadas de 60 mm (PUR) quando trata-se de câmaras de congelados e o feltro asfático colocado sobre o isolamento para finalmente receber o piso de concreto. As portas disponíveis são do tipo de correr com acionamento manual ou automática e do tipo giratória, cada uma com uma finalidade de aplicação específica em função da necessidade. São compostas por folhas de núcleo isolante de poliuretano rígido e batentes, contra batentes e vigas de madeira, podendo o revestimento ser de aço inox ou de chapa de aço pré-pintada. O sistema de vedação é composto por uma manta da borracha confeccionada de maneira a ficar pressionada quando a porta está fechada evitando assim o fluxo de ar. O sistema de aquecimento Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 11 das portas que operam em temperaturas negativas é constituído por uma soleira metálica e resistência auto-reguladora. Para as câmaras frigoríficas devemos ter especial atenção aos problemas de penetração de umidade para o interior das mesmas. É muito importante instalar corretamente as portas frigoríficas verificando sempre o fechamento e estanqueidade. No caso de termopainéis as uniões macho-fêmea devem estar sempre bem encaixadas e totalmente vedadas com material apropriado e em todas as passagens de tubulações frigoríficas e eletrodutos deverá ser injetado poliuretano nas folgas dos furos. No caso de piso com isolamento devemos ter especial atenção a aplicação correta da barreira de vapor. Nas câmaras em painéis de poliestireno ou poliuretano (fig.), este trabalho inclui a colocação de uma barreira de vapor na junção (encaixes) dos painéis e na estrutura principal, e a na preparação do piso aplicação de camadas protetoras e camada de concreto. Figura 2.1 - Montagem de painéis em poliuretano 2.1.3- Alguns casos de isolamento no ponto de junção entre piso e termopainel Figura 2.2 - Detalhes de preparação e montagem de paredes, piso, teto e barreira de vapor. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 12 2.1.4- Escolha do Isolamento Térmico Muitos materiais têm sido utilizados para o isolamento de câmaras frigoríficas e entende- se que quanto menor a densidade e maior o número de poros, maioro poder do isolamento, e por tanto, um bom isolante térmico deve apresentar as seguintes qualidades: Um baixo coeficiente de transferência de calor. Boa impermeabilidade à água e umidade; Um baixo coeficiente de expansão térmica; Pouca variação da condutividade térmica devida à utilização; Total ausência de odores; Resistência a roedores e outros animais; Material à prova de fogo; Baixa densidade, especialmente para isolamento do piso e do teto (principalmente câmaras em alvenaria), pois necessita de uma boa resistência à compressão. III. CICLO DE REFRIGERAÇÃO O fluido refrigerante no estado líquido entra no evaporador sob baixa pressão e temperatura, absorve calor do ar que circula através das serpentinas e aletas por convecção forçada e vaporiza-se, este ar por sua vez retira calor dos alimentos e do meio a ser refrigerado. Em seguida o fluido é succionado do interior do evaporador no estado de vapor a baixa pressão e temperatura pelo compressor, por meio da linha de sucção. O compressor comprime o fluido refrigerante descrevendo um processo praticamente isentrópico e descarrega-o no condensador através da linha de descarga, com pressão e temperatura bem mais elevada, o fluido refrigerante inicia o seu processo de rejeição de calor, ou seja, começa a liberar calor para o meio externo até atingir a pressão e temperatura de condensação, passando do estado gasoso para o estado líquido. Da saída do condensador, onde se deseja que o fluido saia totalmente na fase líquida, o fluido segue para o tanque de líquido, onde, condensado acumula-se na parte inferior e através de um tubo chamado de pescador ele sai do tanque totalmente na fase líquida seguindo através Válvula de expansão Filtro Visor de líquido Linha de sucção Linha de descarga Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 13 da linha de líquido passando pelo filtro secador, visor de líquido ainda liberando calor para o ambiente externo, diz-se que o fluido esta subresfriando, até chegar a válvula de expansão ou tubo capilar (dispositivo de expansão) responsável pela descompressão do fluido refrigerante, levando-o da pressão de condensação para pressão de evaporação. Na saída do dispositivo de expansão, entrada do evaporador, o fluido refrigerante sofre queda de pressão e temperatura, expandindo-se passa então para a fase vapor novamente retirando calor do ambiente interno e dando novamente inicio ao seu processo de refrigeração. 3.1- Evaporador Sua função é absorver calor do meio a ser refrigerado. Onde o refrigerante passa do estado líquido para o estado gasoso. Resumo • Retira calor do ambiente ou meio a ser refrigerado. • É nele que ocorre a evaporação do refrigerante • No ciclo ideal, o processo de evaporação ocorre a uma pressão constante denominada pressão de evaporação. 3.1.1- Evaporadores com ventiladores forçadores Figura 3.1 - Evaporadores com ventilador forçador. Evaporador Circulação do ar através das serpentinas / aletas do evaporador Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 14 3.1.2- Evaporadores Estáticos Aletas com colarinhos totalmente repuxados e superfície com melhor escoamento da água durante degelo. Aplicação: Balcões frigoríficos e geladeiras expositores comerciais. Figura 3.2 - Evaporador com serpentina e aletas estáticas. 3.2- Condensador Sua finalidade é liberar o calor absorvido pelo refrigerante no evaporador e o acrescentado pelo compressor no processo de compressão. É onde o fluido refrigerante passa do estado gasoso para o estado líquido. A função básica do condensador é liquefazer o fluido refrigerante, para isso, empregam-se como agente de resfriamento, o ar ou a água. Resumo • Rejeita calor para o ambiente ou meio externo. • É nele que ocorre a condensação do refrigerante. • No ciclo ideal, o processo de condensação ocorre a uma pressão constante denominada pressão de condensação. 3.3- Dispositivos de expansão São componentes controladores do circuito de refrigeração que operam no sentido de manter aproximadamente a mesma quantidade de refrigerante líquido no evaporador em função da carga térmica de refrigeração exigida. 3.3.1- Válvula de expansão automática Circulação do ar através das serpentinas / aletas do condensador Condensador com descarga de ar vertical Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 15 A válvula de expansão automática funciona para manter uma pressão constante no evaporador, alagando mais ou menos sua superfície, em resposta às mudanças na carga do evaporador. A pressão constante característica da válvula, resulta da interação de duas forças opostas: a) a pressão do evaporador e b) a pressão da mola. A pressão do evaporador exercida sobre um lado do fole ou diafragma age para mover a válvula numa direção de fechamento, enquanto que a pressão da mola agindo sobre o lado oposto do fole ou diafragma, move numa direção de abertura. Quando o compressor está em funcionamento, a válvula funciona para manter a pressão do evaporador em equilíbrio com a pressão da mola. Como o nome indica, a operação da válvula é automática e, uma vez que a tensão da mola é ajustada para a pressão desejada do evaporador, a válvula operará automaticamente para regular o fluxo de refrigerante líquido dentro do evaporador, de modo que a pressão desejada do evaporador é mantida, independente de sua carga. Por exemplo, considere que a tensão da válvula é ajustada para manter uma constante de 10lb/in2 no evaporador. Depois disto, quando a pressão do evaporador tende a cair, abaixo de 10lb/in2, a pressão da mola excede a pressão do evaporador causando o movimento na direção da abertura, aumentando deste modo o fluxo de líquido para o evaporador e inundando a superfície do evaporador. Quanto mais a superfície do evaporador se torna efetiva, a taxa de vaporização aumenta e a pressão do evaporador se eleva até que o equilíbrio é estabelecido com a pressão da mola. Se a pressão do evaporador tender a se elevar acima de 10lb/in2, ela excederá imediatamente à pressão da mola e causará o movimento da válvula na direção do fechamento, estrangulando deste modo o fluxo de líquido dentro do evaporador e reduzindo a quantidade de superfície efetiva. Isto diminui a taxa de vaporização e abaixa a pressão do evaporador até que o equilíbrio com a pressão da mola seja de novo restabelecido. É importante observar que as características de operação da válvula de expansão automática são tais que esta fechará suavemente quando o ciclo do compressor é desligado e permanecerá fechada até que o ciclo do compressor seja ligado outra vez. Figura 3.3 - Válvula de expansão automática Um inconveniente da válvula de expansão automática é que a mesma é projetada para responder a pressão do evaporador em vez de responder a carga de resfriamento ou ao superaquecimento do fluido refrigerante na sua saída do evaporador. O resultado é que a condição do refrigerante ao sair do evaporador pode tornar-se inaceitável em certas condições de carga. Por exemplo, se a carga de resfriamento diminuir, menos refrigerante líquido evaporará no evaporador. Isso provoca uma queda da pressão do evaporador, o que abre o obturador da válvula. Como uma quantidade maior de refrigerante entra no evaporador, é maior a inundação do mesmo. Estando correta a carga, uma quantidade de líquido evaporará para voltar a aumentar a pressão, equilibrando-a com a pressão da mola da válvula. Caso contrário, o refrigerante líquido fluirá para forado evaporador. Esse excesso de líquido apresenta um sério perigo para o compressor. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 16 3.3.2- Válvula de expansão termostática O tipo mais utilizado de dispositivo de expansão em instalações de tamanho médio são as válvulas de expansão controladas por superaquecimento, conhecidas como válvulas de expansão termostática. Esta denominação não é apropriada uma vez que o controle não é feito pela temperatura do evaporador, mas pelo superaquecimento do gás de aspiração que deixa o evaporador. A válvula de expansão por superaquecimento regula a vazão de refrigerante líquido em função da taxa de evaporação. Ela é composta basicamente por bulbo, capilar e corpo. Figura 3.4 - Válvula de expansão termostática A ação de superaquecimento gás de aspiração sobre a válvula de expansão termostática é descrita a seguir. Um bulbo parcialmente cheio com refrigerante líquido igual ao da instalação, denominado fluido ativo, é preso ao tubo na saída do evaporador de tal modo que a temperatura do fluido ativo seja próxima da temperatura do gás de aspiração. A pressão do fluido ativo age sobre a superfície superior do diafragma enquanto a pressão no evaporador age sobre sua superfície inferior. A força exercida pela mola na haste da válvula age no sentido de manter a válvula fechada enquanto a força exercida na região superior do diafragma não supera aquela resultante de ação da mola e da pressão do evaporador. Para que a pressão acima do diafragma seja maior do que a pressão na região inferior, é necessário que o fluido ativo esteja a uma temperatura maior que a temperatura de saturação no evaporador. Assim, o gás da aspiração deve estar superaquecido para que o fluido ativo proporcione uma pressão suficiente para abrir a válvula. A válvula de expansão termostática opera no sentido de manter aproximadamente a mesma quantidade de líquido no evaporador, uma vez que se a quantidade de líquido diminuir, PB = Pressão no BULBO PM = Pressão da MOLA PE = Pressão de Evaporação EM EQUILÍBRIO PB PE PM DIAFRAGMA PM PE PB > PM + PE DIAFRAGMA EM ABERTURA PB PB < PM + PE PB PM PE EM FECHAMENTO DIAFRAGMA PB < PM + PE Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 17 uma superfície maior do evaporador será exposta ao vapor superaquecendo-o em maior grau, proporcionando a abertura da válvula. O tipo de válvula mostrada na figura acima é do tipo equalização interna, na qual a pressão reinante no evaporador é transmitida à região do diafragma É comum encontramos em alguns sistemas uma perda de carga elevada no evaporador. Neste caso, se a válvula for de equalização interna, a pressão que atua na região inferior do diafragma será maior que aquela reinante na tubulação de aspiração na região de fixação do bulbo. Tal situação exige um superaquecimento maior para a abertura da válvula reduzido a eficiência da evaporação. Para corrigir esta distorção, utiliza-se um equalizador externo, que consiste de um tubo de pequeno diâmetro ligando a linha de aspiração a uma pequena câmara na região inferior do diafragma com o que a pressão da região de aspiração passa a agir sobre a superfície inferior do diafragma. Figura 3.5 - Tubo de equalização externo Resumo • Realiza a queda de pressão no ciclo, caindo da pressão de condensação até a pressão de evaporação. • Promove a expansão do líquido em líquido+gás, controlando a vazão de refrigerante para o evaporador. • Só deve expandir líquido. • No ciclo ideal, o processo de expansão ocorre a uma entalpia constante (processo isentálpico) • Ajusta o fluxo de refrigerante dentro do evaporador em função do superaquecimento. 3.3.3- Posição de montagem da válvula termostática – Posição bulbo e processo de brasagem. Figura 3.6 - Posição do bulbo sensor remoto e proteção da válvula durante a brasagem 3.3.4- Operação da válvula de expansão termostática Tubo de equalização externa Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 18 A figura a seguir mostra uma válvula de expansão termostática conectada a um evaporador como, por exemplo, uma serpentina de resfriamento de expansão direta. A válvula fica conectada diretamente ao coletor de líquido e controla a quantidade de líquido que entra na serpentina. O bulbo remoto fica atado ao tubo de sucção, perto da saída da serpentina. O gás resultante deixa a serpentina através da linha de sucção. Se, por exemplo, a válvula for regulada para 6 oC de superaquecimento, o gás que passa pelo tubo remoto deve estar 6 oC mais quente do que a temperatura do refrigerante em evaporação. Isso significa que a parte da serpentina imediatamente antes do coletor de sucção deve ser utilizada para aquecer o refrigerante completamente evaporado, desde a temperatura correspondente a pressão de sucção até uma temperatura 6 oC superior. Nestas condições, a serpentina na figura contém uma mistura de líquido e gás desde o coletor de líquido até o ponto X. No ponto X o líquido está totalmente evaporado. Desde o ponto X até ao bulbo remoto, a superfície da serpentina é apenas utilizada para elevar a temperatura do gás até a regulagem do superaquecimento da válvula. Se a carga diminuir, a secção de superaquecimento da serpentina entre o ponto X e o bulbo remoto, absorve menos calor, reduzindo a temperatura do gás superaquecido. Esta diminuição na temperatura do gás resfria o bulbo remoto e a válvula funciona de modo a diminuir o fluxo de líquido para a serpentina. Se a carga aumentar, a secção de superaquecimento da serpentina absorve mais calor e a temperatura do gás superaquecido aumenta. Este aumento na temperatura do gás aquece o bulbo remoto e a válvula funciona de modo a admitir mais líquido. Figura 3.7 - Superaquecimento à frente do ponto X. À medida que a carga flutua, o ponto X move-se para frente e para trás de modo que haja sempre uma porção do evaporador entre o ponto X e o bulbo remoto para aquecer o gás até a regulagem de superaquecimento da válvula a qual, neste caso, é 6oC acima da temperatura de evaporação. Se a regulagem de superaquecimento da válvula for alterada manualmente, o ponto X mover-se-á de acordo com esta alteração. Note em especial que o ponto X é determinado pela diferença em temperatura (superaquecimento) entre a temperatura do gás no bulbo e a temperatura de evaporação, em vez de ser apenas pela temperatura de evaporação. Isto é importante, pois independente das variações de temperatura de evaporação ou de sucção, a quantidade do superaquecimento permanece aproximadamente constante para evitar a entrada na linha de sucção. A quantidade de calor que pode ser absorvida pelo refrigerante líquido em evaporação é muito superior à quantidade que pode ser absorvida no superaquecimento de gás refrigerante Antes do ponto X a serpentina está cheia de refrigerante líquido e gasoso. Esta parte é efetivada para resfriamento Válvula de expansão termostática Linha de sucção À frente do ponto X a serpentina está cheia só com gás. Esta parte da serpentina é usada para superaquecer o gás de sucção Linha de líquido vinda do tanque de líquido Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 19 “frio”. Por essa razão, a parte da serpentina necessária para superaquecer o gás é quase desprezível do ponto de vista de carga de resfriamento. É assim desejável manter o superaquecimento razoavelmente baixo e usar a maior quantidade possível da serpentina para trabalho útil. Há sempre, contudo um intervalo entre a altura em que o bulbo remoto“sente” uma variação no superaquecimento e altura em que a válvula responde a esta variação. Uma regulagem demasiado baixa de superaquecimento origina entrada de líquido na linha de sucção e uma regulagem demasiado alta origina uma redução na capacidade. As válvulas de expansão termostática são normalmente ajustadas em uma gama de superaquecimento que vai de 0oC a 13oC ou 17oC, mas pode ser enviada pelo fabricante já ajustada para o superaquecimento desejado. As serpentinas de resfriamento de expansão direta são caracterizadas na base de cerca de 5oC de superaquecimento. Se as variações de carga forem grandes e sujeitas a alterações rápidas, as válvulas devem ser reguladas para o superaquecimento entre 5oC e 8oC, ou o bulbo remoto pode ser inserido num poço na linha de sucção para um controle justo, caso se use regulagens mais baixas de superaquecimento. 3.3.5- O que é “superaquecimento”? Superaquecimento é uma diferença entre as temperaturas de saturação do fluido refrigerante e a sua condição na saída do evaporador. 3.3.6- Medição do Superaquecimento Esta medição deve sempre ser efetuada o mais próximo possível da saída do evaporador. É importante saber o valor do superaquecimento na saída do evaporador quando se soluciona problemas ou quando se ajusta o superaquecimento numa válvula de expansão termostática. Na maioria dos sistemas, a maneira fácil de se medir o superaquecimento consiste em ler as pressões e temperatura durante a operação do sistema. Primeiro se lê a pressão na válvula de serviço de sucção de compressor. Para obter a temperatura de saturação que combine com essa pressão, é só verificar a leitura no manômetro ou numa tabela Pressão X Temperatura. Mesmo que a temperatura não seja lida exatamente na saída do evaporador, ela será aproximadamente correta (especialmente quando se trabalha num sistema compacto). Agora, se lê a temperatura no topo da linha de sucção, bem próximo a saída do evaporador, através de um sensor de um termômetro eletrônico. A diferença entre a temperatura medida e a temperatura de saturação é o superaquecimento. Ao ajustar-se o superaquecimento numa válvula de expansão termostática, gire-a no sentido anti-horário. Isso costuma reduzir o superaquecimento. No sentido horário, aumenta o superaquecimento. Jamais ajuste mais de uma volta de cada vez, leia o superaquecimento após cada regulagem. Tenha paciência. O sistema pode demorar até 30 minutos para mostrar os resultados finais de um ajuste do parafuso do superaquecimento. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 20 Figura 3.8 - Medida de superaquecimento na saída do evaporador. 3.4- Compressor É quem succiona os vapores do evaporador e comprime-os até a pressão de condensação do refrigerante utilizado. É o componente de custo mais elevado e considerado o “coração” do sistema de refrigeração.A função determinante do compressor no sistema de refrigeração é o bombeamento e a elevação de um certo fluxo de massa de refrigerante. RESUMO • Responsável pela compressão e circulação do refrigerante. • Ele comprime vapor, aumentando sua pressão e temperatura. • Só deve comprimir vapor. • No ciclo ideal, adiabático, o processo de compressão ocorre mantendo-se a entropia constante (processo isentrópico). 3.4.1- Classificação Os compressores podem ser classificados quanto ao acoplamento do motor ao sistema de compressão (mecânica) e quanto à forma como se processa a compressão do fluido refrigerante. Quanto ao acoplamento com o motor podem ser: 3.4.1.1- Compressor aberto Chama-se compressor aberto por sua parte de compressão ser facilmente desmontável e totalmente separada da parte de acionamento. Sua movimentação é feita através de correia acionada por um motor elétrico ou à combustão interna. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 21 Em caso de danos ás partes mecânicas, estas são facilmente substituídas por kit´s encontrados no mercado chamados de “reparos”. Figura 3.9 - Compressores abertos 3.4.1.2- Compressor semi-hermético É semelhante ao compressor hermético, notando-se que a caixa que envolve o conjunto compressor-motor é toda parafusada, permitindo, assim, o acesso aos componentes, parte interna, bem como sua substituição. Neste tipo de motor-compressor o fluido refrigerante pode ou não entrar em contato direto com o motor elétrico. Figura 3.10 - Compressor semi-hermético. 3.4.1.3- Compressor hermético Este tipo de motor apresenta-se de forma hermética, ou seja, totalmente fechado, sua parte mecânica de compressão encontra-se diretamente acoplada a parte elétrica, motor elétrico, envoltos por uma carcaça soldada na fábrica, o que não permite acesso á manutenção interna. em caso de danos a parte elétrica ou mecânica os fabricantes recomendam a substituição do mesmo. O motor-compressor hermético foi uma grande vitória das indústrias de compressores no sentido de reduzir: O custo de fabricação; O custo de manutenção; O nível de ruído; O tamanho; O peso. Além disso, melhorou sua aparência. Nas de instalação de unidades frigoríficas modernas, dá-se preferência aos compressores herméticos. O motor elétrico é acoplado diretamente à Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 22 bomba compressora e o conjunto é montado no interior de uma carcaça cujo fechamento é feito com solda não permitindo qualquer acesso às suas partes internas, no local da instalação. Figura 3.11 - Compressores herméticos Classificação Quanto à maneira de realizam a compressão do fluido refrigerante: 3.4.1.4- Compressores Alternativos (recíprocos) Os compressores alternativos baseiam-se no deslocamento do volume de fluido refrigerante através do movimento de pistões que trabalham em conjunto com uma biela e o eixo do motor elétrico em forma de manivela. Neste tipo de motor o sentido de rotação do motor não interfere na compressão do fluido. Figura 3.12 - Funcionamento do compressor alternativo. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 23 Compressores Recíprocos Maneurop - Por dentro do compressor... Figura 3.13 - Detalhes do compressor hermético alternativo MANEUROP – Refrigeração comercial. Figura 3.14 - Válvula de alívio interna do compressor – aciona quando a pressão ultrapassa 30bar. Válvula de segurança (30bar). By-pass entre descarga e sucção quando aberta. O desenho do pistão permite uma alta eficiência volumétrica (menor reexpansão do gás). pistão Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 24 Figura 3.15 - Protetor térmico introduzido nas bobinas do compressor. Figura 3.16 - Reaproveitamento da descarga do compressor para pré-aquecer o óleo lubrificante e cerâmicas imantadas. Funcionamento Figura 3.17 - Processo de aspiração e descarga do fluido refrigerante . Protetor térmico interno acoplado ao motor elétrico, abre os contatos com 105°C e fecha com 60°C. Pré - aquecedor do óleo do cárter (serpentina da descarga) e no fundo cerâmicas imantadas para atrair metais. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 25 3.4.1.5- Compressores Rotativos Os compressores rotativos apresentam seu sistema de compressão com característica de movimentosrotativos reduzindo o volume da câmara de aspiração direcionando o fluido refrigerante a uma descarga já a alta pressão. odem também apresentar processo de compressão diferentes: Rotativos do tipo rolete, este bastante empregados em condicionadores de ar compacto e split system, rotativos do tipo scroll, é bastante utilizado na refrigeração comercial, rotativos do tipo parafuso, já estes são aplicados na refrigeração industrial. Figura 3.18 - Compressor rotativo de rolete Figura 3.19 - Compressor rotativo scroll Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 26 Compressor centrífugo Figura 3.20 - Compressor do tipo parafuso. 3.4.1.6- Compressor centrífugo Neste tipo de compressor o gás refrigerante é acelerado ao passar pelas pás de um rotor forçador (turbina) e sua velocidade é convertida em pressão por um difusor. São usados em grandes instalações (50 a 300 TR) em sua maioria grandes sistemas de condicionamento de ar. São compressores requeridos para grandes deslocamentos volumétricos e compressão moderada. Figura 3.21 - Compressor centrífugo. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 27 3.5- Filtros secadores O filtro secador conjuga as funções de um filtro de impurezas ou umidade que por ventura venha a ter no fluido refrigerante. O filtro é projetado para proteger os dispositivos medidores (capilar ou válvula de expansão) e o compressor contra corpos estranhos, tais como sujeira de construção do circuito de refrigeração, incrustações nas linhas e resíduos de solda, ferrugem e pedaços de metais. O secador retém a umidade do sistema não a deixando circular. Os filtros devem ser instalados imediatamente antes de todos os dispositivos medidores. Isto impede que partículas bloqueiem o orifício da válvula. Muitas válvulas contêm um filtro de malha metálica fina para esse fim. Muitos compressores vêem equipados com um filtro na entrada de sucção apropriado para um sistema normal com tubos de cobre. A tubulação da linha de sucção do compressor é projetada para permitir o acesso ao filtro. Recomenda-se o uso de um filtro secador permanente para todos os sistemas e todos os fluidos refrigerantes. Sistemas montados em fábrica de todos os tamanhos incluem o filtro secador que o fabricante considera necessário. É muito usado também, um filtro secador do tipo descartável que é instalado nos sistemas comerciais e industriais de média e alta capacidade de refrigeração. Está localizado diretamente na linha de líquido, em algum ponto entre a saída do condensador e a entrada do dispositivo medidor. Para que se tenha um bom funcionamento do sistema de refrigeração, é importante observar a correta colocação desses filtros no circuito de refrigeração, verificando o sentido de fluxo que vem identificado em sua carcaça. Figura 3.22 - Filtro secador da linha da linha de líquido Figura 3.23 - Instalação do filtro na linha de líquido Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 28 RESUMO • Remover umidade do refrigerante. • Filtrar (reter) partículas sólidas. • Instalado na linha de líquido, depois do tanque de líquido. 3.6- Filtro secador de sucção Utilizado na linha de aspiração do compressor para a retenção de partículas sólidas a adsorção de ácidos e umidade; Figura 3.24 - Filtro de sucção com tomada de pressão – Cuidados durante brasagem. • Proporciona proteção extra ao compressor. • Deve ser utilizado em procedimentos e Start-up e pós queima de compressores. 3.7- Filtro de Carcaça fixa, núcleo intercambiável. • Núcleos para umidade, acidez, filtragem e queima. • Aplicação em linhas de líquido e de sucção. Os sistemas comerciais e industriais de médio e grande porte instalam um sistema de tubulação chamado by-pass junto com o filtro secador. Este arranjo permite a troca do cartucho secador sem interromper a operação do sistema, ou sem perda da carga de fluido refrigerante. Figura 3.25 - Arranjo para troca do filtro secador Tanto os filtros secadores descartáveis como os de elemento substituível são adicionados á linha de sucção de um sistema onde um compressor queimou. Nesse caso o filtro secador se sucção é vital para remover os contaminantes gerados pela queima. Se não forem removidos, esses contaminantes danificarão o novo compressor. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 29 Um filtro secador costuma conter em seu núcleo um composto químico que serve ao mesmo tempo como agente secador, ou dessecante e filtro. Quando um bom filtro secador é utilizado numa linha de líquido, não será necessário outro filtro nessa mesma linha. Entre os dessecante de uso mais comuns estão o sílica-gel ( dióxido de silício ) , a alumina ativada ( óxido de alumínio ) , e a drierite ( sulfato de cálcio anidro ). Cada composto absorve a umidade , impedindo assim que a mesma entre naquelas áreas onde poderá causar danos. O bloco dessecante pode filtrar partículas muito pequenas. Partículas tão pequenas como as com um diâmetro de 10 a 50 mícrons são eliminadas. Uma partícula com 30 mícrons de diâmetro seria para área de um metro quadrado o que uma folha de papel de 12” X 15” é para um terreno de um acre. Um filtro secador continua removendo umidade do sistema de refrigeração até alcançar sua capacidade máxima de retenção. Além desse limite, qualquer umidade adicional passará intacta. Conseqüentemente, o filtro secador deve ser periodicamente inspecionado e trocado. O entupimento do filtro secador gera uma queda de pressão. São muitas as vantagens de um filtro secador. Seu único inconveniente é a possibilidade de gerar uma leve queda de pressão. Mantém as válvulas livres de obstruções e protege o compressor contra os danos causados por partículas sólidas. Ao remover a umidade , ele impede a formação interna de gelo , a qual pode causar congelamento dos dispositivos medidores. A remoção da umidade impede também a corrosão interna dos metais , bem como a queima do isolamento do motor do compressor. O secador impede a formação de compostos químicos que removem o cobre da tubulação e o depositam nas partes móveis do compressor. É importante evitar esse processo prejudicial de cobreamento. Figura 3.26 - Filtro de cartucho substituível. 3.7.2- Instalação dos filtros secadores DCR (carcaça, núcleo intercambiável) • Linha de líquido • Linha de sucção • Prever registros para manutenção. Figura 3.27 - Filtro da linha de líquido e sucção. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 30 3.8- Separador de óleo O Separador de óleo tipo é utilizado em todas as instalações onde se faz necessário que o lubrificante volte diretamente ao cárter do compressor, evitando a migração excessiva de óleo para o sistema. O lubrificante é separado do refrigerante através da combinação de efeitos produzidos pela redução da velocidade, centrifugação, mudança de direção do vapor da descarga e adsorção do óleo a alta temperatura. O uso do separador de óleo é principalmente utilizado nas máquinas que trabalham com o R -22, pois é característica deste fluido refrigerante que em temperaturas abaixo de -20°C, apresentar dificuldades de misturar-se com o óleo lubrificante que se acumula no interior do evaporador, o que dificulta, assim, o seu retorno para o compressor.Figura 3.28 - Detalhes do separador de óleo. 1 2 3 4 5 1- Concentrador de óleo 2- Entrada da mistura 3- Bóia flutuante 4- Saída do refrigerante 5- Retorno do óleo Bóia flutuante Válvula agulha Características construtivas Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 31 3.9- Válvulas de retenção São dispositivos que só permitem a passagem do fluido refrigerante somente no sentido da seta de indicação. Este tipo de válvula de retenção é para uso de refrigerantes fluorados. As válvulas de retenção geralmente são utilizadas nas linhas de descarga de compressores conectados em paralelo e em linhas de sucção para evitar a migração e a condensação de refrigerante de um evaporador operando com temperatura superior, para outro evaporador operando com temperatura inferior e interligados em um mesmo sistema. NRV – São indicadas para serem instaladas nas linhas de baixa pressão. NRVH – São indicadas para serem instaladas nas linhas de alta pressão. Figura 3.29 - Instalação da válvula de retenção Assento da Válvula Pistão Mola de fechamento Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 32 3.10- Reservatórios Um reservatório é um dispositivo simples, do tipo tanque, utilizado para armazenar o fluido refrigerante líquido de um sistema de refrigeração em certos sistemas pelas seguintes razões: Lidar com as variações de carga térmica durante a operação. Drenar livremente o refrigerante do condensador. Utilizar um método de retorno do refrigerante para o controle da pressão de descarga. Proporcionar um espaço para recolhimento da carga do sistema durante períodos prolongados de não operação. Figura 3.30 - Tanque de líquido Reservatórios não são obrigatórios para a operação de certos ciclos de refrigeração e não devem ser instalados a não ser quando necessário. O reservatório está localizado na linha de líquido, saída do condensador. Todos os sistemas que utilizam uma válvula de expansão como dispositivo medidor exigem algum meio de armazenamento do fluido refrigerante durante a operação. A carga operacional de fluido refrigerante no evaporador varia expressivamente com a carga térmica. Diminui à medida do aumento da carga de resfriamento, porque a evaporação é mais intensa. Da mesma maneira, aumenta á medida da redução dessa mesma carga. O refrigerante rejeitado do evaporador com cargas maiores de resfriamento deve ser armazenado em algum lugar. Os sistemas de conforto residenciais e comerciais costumam armazenar esse excesso no condensador. Nesses casos, o condensador é de uma certa maneira superdimensionado para aceitar o volume extra de líquido subresfriado e proporcionar ao mesmo tempo uma capacidade adequada em condições de carga máxima. Se assim for, nenhum reservatório será necessário. Em outros sistemas, porém necessita-se a totalidade da área do condensador para a condensação e um reservatório será utilizado para armazenar o fluido refrigerante excedente. 3.10.2- Os benefícios da instalação de um reservatório são: Permite aproveitar a capacidade máxima do condensador. Proporciona uma área de recolhimento de fluido refrigerante fora do condensador para fins de manutenção do sistema. Isso é útil também quando o sistema fica desligado por longo período de tempo. Permite uma variação na carga operacional aceitável, o que simplifica o serviço. Reservatório de líquido de alta pressão Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 33 3.10.3- Os inconvenientes de um reservatório são: Acrescenta o custo do reservatório, junto com seus tubos e válvulas. Complica o projeto da linha de líquido. Isso aumenta os custos de engenharia e instalação. Torna difícil obter o subresfriamento. 3.11- Registros Permitir ou bloquear fluxo de refrigerante em uma linha, manualmente. Permitir manutenção e/ou substituição de componentes (filtros, por exemplo) Figura 3.31 - Registro manual. Figura 3.32 - Cuidados durante a brasagem. 3.12- Válvula (registro) de esfera • Permitir ou bloquear fluxo de refrigerante em uma linha, manualmente. • Permitir manutenção e/ou substituição de componentes (filtros, por exemplo) • Baixíssima perda de carga quando aberta. Figura 3.33 - Válvula de esfera Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 34 3.12.1- Detalhes de montagem da válvula de esfera do tipo soldável 3.13- Visor de líquido Os visores de líquido são utilizados para indicar principalmente o estado do refrigerante na tubulação de líquidos da instalação, verificar o nível de umidade no sistema, pois são compostos de um indicador que muda de cor para indicar as condições de presença de umidade do refrigerante e orientar o técnico em refrigeração quando nos ajustes de performance do sistema se a carga de fluido refrigerante é suficiente. Figura 3.34 - Visor de líquido com indicador de umidade. O visor é como uma “janela” que permite ao técnico olhar para dentro do sistema. Permite que o instalador ou técnico observe a condição do fluido refrigerante no local do visor. Quando está incluído um indicador de umidade, esse arranjo permite ao mecânico identificar a presença de umidade existente no sistema. O composto químico no indicador entra em contato com o fluido contaminado pela umidade e muda de cor. A intensidade da mudança indica a quantidade de umidade presente. Cada unidade deve dispor de um meio para verificar se a carga de fluido refrigerante é suficiente. Um visor corretamente localizado atende essa necessidade, porém não dirá se o sistema está sobrecarregado. Um visor corretamente localizado auxilia a carga de fluido refrigerante do sistema. A localização normal do visor é na linha de líquido, o mais próximo possível da saída do Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 35 reservatório, ou saída do condensador quando não houver reservatório. Quando a unidade tiver um único visor de líquido, este deverá estar posicionado após o filtro secador. Se a carga estiver incorreta aparecem bolhas, indicando que está ocorrendo expansão na linha de líquido devido a queda de pressão. RESUMO • Verificar se a carga de gás é suficiente. • Verificar o nível de umidade no sistema. • Verificar se existe acidez no sistema (óleo preto) • Verificar retorno de óleo de um separador • Verificar se existe subresfriamento suficiente. 3.13.1- Detalhes de montagem do visor de líquido – Tipo soldável e rosca 3.14- Válvulas solenóides As válvulas solenóides mais utilizadas na refrigeração comercial, são na sua grande maioria de ação direta ou servo-acionadas usadas para bloquear a passagem de líquidos, vapor ou gás quente em sistemas de refrigeração que operam com refrigerantes halogenados. A válvula solenóide é composta por duas partes básicas: o corpo e a bobina solenóide. A bobina consiste de um fio enrolado ao redor de uma superfície cilíndrica. Quando a corrente elétrica circula através do fio, gera uma força eletromagnética no centro da bobina solenóide, que aciona o êmbolo, abrindo ou fechando a válvula. O corpo da válvula contém um dispositivo que permite a passagem ou não do fluido, quando a haste é acionada pela força eletromagnética da bobina. O pino é “puxado” para o centro da bobina por esta força, permitindo assim a passagem do refrigerante. Quando a bobina é desenergizada ocorreo processo contrário, pois o peso do pino em conjunto com a força da mola instalada na parte superior da válvula faz com que volte a bloquear a passagem do fluxo através da válvula. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 36 3.14.1- Princípios de operação A válvula solenóide pode ser dividida em ação direta ou ação indireta (operada por piloto). O tipo de aplicação determina a utilização de cada uma delas. A válvula de ação direta é utilizada para baixas capacidades e pequenos tamanhos de orifício de passagem. O sistema operado por piloto é utilizado em válvulas de grande porte, pois elimina a necessidade de bobinas e pinos maiores. Figura 3.35 - Princípio de funcionamento - Válvula operada por piloto (ação indireta). 3.14.2- Detalhes construtivos Figura 3.36 - Detalhes de montagem da válvula solenóide Figura 3.37 - Cuidados durante a brasagem e posição de cabo de alimentação Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 37 3.15- Distribuidor de líquido Tem por finalidade distribuir o fluido refrigerante em proporções idênticas pelas várias seções dos tubos do evaporador, permitindo assim, um rendimento imediato, logo após a partida do compressor. O distribuidor é instalado na saída da válvula de expansão. As tubulações que nele vão soldadas devem ter o mesmo comprimento, para que não haja deficiência no fornecimento do refrigerante no evaporador. Figura 3.38 - Montagem do distribuidor de líquido 3.16- Trocador de calor – HE Os trocadores de calor HE são utilizados principalmente para efetuar a transferência de calor entre a linha de líquido e a linha de sucção, em instalações de refrigeração. O objetivo é utilizar o efeito de refrigeração que seria perdido no ar ambiente através das tubulações de sucção não isoladas, na ausência de um trocador de calor. Neste, o referido efeito é utilizado para subresfriar o refrigerante líquido. Figura 3.39 - Trocador de calor posicionado entre a linha de sucção e líquido. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 38 RESUMO Alta capacidade de refrigeração no evaporador. Assegura a presença de líquido sem vapor antes da válvula de expansão. Rendimento máximo do evaporador ajustando a válvula de expansão termostática a um Superaquecimento mínimo. Previnem a condensação e a formação de gelo nas linhas de sucção. 3.17- Acumulador da Linha de Sucção Figura 3.40 - Acumulador de sucção instalado. O acumulador da linha de sucção é um dispositivo que impede os golpes do fluido refrigerante líquido ou do óleo no compressor. É um dispositivo dos mais simples que exerce uma função das mais importantes. Quando o líquido entra no compressor, o resultado mais provável será uma operação barulhenta, um consumo de energia alto e, mais importante, danos no compressor. Sistemas que pedem regularmente um acumulador de sucção são aqueles que: Trabalham com mudanças de carga térmicas amplas ou rápidas. Têm muitos estágios de controle de capacidade ou um sistema complicado de controle de capacidade. São sistemas de ciclo reverso. Utilizam gás quente para descongelar uma serpentina. Tiveram troca do compressor por causa dos golpes de líquido. O acumulador da linha de sucção serve também como câmara temporária de armazenamento de fluido refrigerante líquido em certos sistemas de ciclo reverso. Isso é necessário quando o sistema requer no modo refrigeração uma carga operacional de refrigerante diferente da necessária no modo aquecimento. Os acumuladores são instalados na tubulação de sucção o mais próximo possível da entrada do compressor. Nesse local, qualquer refrigerante líquido ou óleo que retorne em grande quantidade fica temporariamente preso no acumulador. “Golfadas” de refrigerante líquido que entram no acumulador ficam presos até poder ser transformados de volta em vapor. O refrigerante evaporado se junta ao resto do fluxo de gás de sucção e sai pela parte superior do acumulador. Existem acumuladores que ficam envoltos num aquecedor para acelerar a evaporação do líquido refrigerante. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 39 Acumuladores de linha de sucção são uma excelente apólice de seguro contra danos causados pelo golpe de líquido no compressor que pode ocorrer nas aplicações normais de refrigeração ou condicionamento de ar. 3.18- Aquecedor do Cárter O aquecedor de cárter é utilizado para impedir o acúmulo de fluido refrigerante líquido no óleo que ocupa o cárter do compressor. Diz-se do óleo do compressor que ele tem uma grande afinidade com a maioria dos refrigerantes. Isto é, ele absorve com facilidade o vapor ou líquido refrigerante. Sua absorção do vapor refrigerante é particularmente boa quando o óleo está frio. Com a unidade desligada, o refrigerante migra de maneira natural até o ponto mais frio do sistema. Com o compressor ainda quente, o destino mais provável da migração do refrigerante é o evaporador. A medida do esfriamento do compressor, no entanto, o refrigerante migrará para o óleo presente do cárter do compressor. É possível durante o desligamento que todo ou a maior parte do refrigerante entre no cárter. Lá, é misturado como líquido com o óleo. Isso gera a condição de uma “partida inundada”.Quando o compressor é ligado, a pressão do cárter cai rapidamente até o nível da pressão de sucção. Isso faz com que o refrigerante líquido misturado com o óleo evapore repentina e violentamente. A seguir, a mistura espumante de fluido refrigerante e óleo entra nos cilindros do compressor, ocasionando golpes de líquido na placa de válvula e fazendo com que o óleo saia do compressor. A falta de óleo pode causar desgaste e aquecimento excessivo do compressor, levando ao seu engripamento. Além disso, o refrigerante dilui o óleo, reduzindo, portanto suas qualidades lubrificantes. O acúmulo de fluido refrigerante no cárter durante o desligamento pode ser minimizado mantendo-se o cárter mais quente do que o resto do sistema. A esse fim são instalados aquecedores dentro ou fora do cárter em muitos compressores. Normalmente, são incluídos pelo fabricante como parte fixa ao compressor. Normalmente, o aquecedor de cárter é controlado de maneira a estar sempre ligado sempre que o compressor estiver desligado. Deve ser ativado ao menos 24 horas antes de se dar a partida a um sistema de condicionamento de ar que ficou desligado durante o inverno ou durante qualquer período prolongado de tempo. O aquecedor de cárter é de operação e manutenção barata. O aquecedor num sistema residencial consome mais ou menos a energia elétrica do que uma lâmpada de 75W. Aquecedores de cárter são considerados um “must” em muitas aplicações. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 40 Figura 3.41 - Resistência de carter. IV. INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO 4.1- Localização da unidade condensadora • Piso nivelado. • Ambientes onde não exista acúmulo de sujeira. • Local com ótima circulação de ar fresco e que não permita recirculação de ar quente. • Prever espaço para manutenção. Figura 4.1 - Distâncias recomendadas na instalação Figura 4.2 - Circulação do ar através da unidade condensadora Resistência de Cárter: Mantém o óleo aquecido diminuindo o risco de partida inundada. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino deRefrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 41 V. BOAS PRÁTICAS EM REFRIGERAÇÃO 5.1- Brasagem da tubulação • O processo de brasagem deve ser realizado sempre com a passagem de nitrogênio através da tubulação. Desta forma, evita-se a formação de resíduos (óxidos) de cobre ou “carepa” indesejável para o sistema. • Evitar o contato do fluxo decapante com o interior das tubulações. 5.2- Limpeza do sistema A limpeza de uma instalação pode ser realizada por passagem de R141b ou refrigerantes similares sob pressão, ou ainda mediante a utilização de filtros na linha de sucção ( tipo DAS ou 48-F), que deverão ser substituídos entre 48 e 72 horas a partir do funcionamento do equipamento. 5.3- Impurezas - Fatos • Soldas feitas sem a passagem de nitrogênio dentro dos tubos, leva à formação de carepa, a qual não é facilmente removida pelo R141b; • Nitrogênio é bem mais barato que R141b. Não há porquê não usar. • O R141b deve ser usado para fazer apenas a limpeza final. • Tubos de cobre devem ter as rebarbas removidas e as pontas lixadas. • Sempre que o sistema for aberto, deve-se trocar o filtro secador. • Após queima de motor, trocar o óleo de todos compressores do circuito, filtro secador e instalar filtro pós-queima na sucção se necessário. A acidez resultante da queima irá queimar outros compressores que estejam interligados em paralelo se nada for feito no sistema. Sem passagem de nitrogênio Com passagem de nitrogênio Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 42 5.4- Teste de vazamentos no sistema 1 – Após todas as linhas estarem conectadas, o sistema de deve ser testado quanto a sua estanqueidade. O sistema de ser pressurizado com não mais que 150psig (10 Kg/cm2G) de nitrogênio seco. 2- O uso de detergente comum ou espuma de sabão, é uma prática bastante comum e para detecção de vazamento em sistemas frigoríficos. 5.5- Procedimento de Vácuo • Inicialmente, fazer teste de pressão e eliminar eventuais vazamentos; • Conectar a bomba de vácuo tanto pelo lado de baixa quanto o de alta pressão; • Energizar a resistência de cárter durante todo o processo de vácuo; • Use vacuômetros confiáveis e de precisão (Conjunto manifold não serve!); • A leitura de vácuo deve ser feita no sistema e não na bomba de vácuo! • Atingir vácuo abaixo de 500 microns (0,67 mBar); • Isolar o circuito da bomba; • Esperar no mínimo 30 minutos; • Se a pressão subir rapidamente, e não parar, existem vazamentos. Localizar e iniciar o processo; • Se a pressão subir e estabilizar acima de 500 microns, existe umidade. Quebre o vácuo com nitrogênio e faça novo vácuo; • Se a pressão ficar estabilizada em até 500 microns por no mínimo 1 hora, o sistema está bem desidratado e sem vazamentos. O vácuo do circuito estará pronto. Figura 5.1 - Gráfico Pressão(microns) x Tempo. 5.6- Procedimento básico para carga de refrigerante É recomendado após a realização do vácuo, quebrar o vácuo com o refrigerante na fase líquida através do tanque de líquido, desta forma conseguiremos introduzir boa parte de toda a carga necessária de maneira rápida e sem riscos de golpe de líquido ou ciclagem do compressor. Após a evacuação do sistema com 500 microns, inicia-se a carga de fluído refrigerante na forma líquida pela válvula da linha de líquido ou tanque de líquido com a UC desligada. Sendo necessário completar a carga de fluído através da válvula da linha de sucção, neste caso com a UC ligada. Para os fluídos blends (misturas), como o R404A( R125 - 44% , R143A - 52% e R134A - 4% ), efetuar a carga somente pela Linha de líquido, no intuito de manter os percentuais da mistura. UMIDADE Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 43 1- recomenda-se que o refrigerante seja pesado antes de ser carregado no sistema e, que a quantidade calculada, seja introduzida e rigorosamente anotada. 2- Se a carga do sistema estiver sendo feita com base na observação do visor de liquido, considerar o seguinte: 3- Verificar a temperatura de condensação. 4- Ela deve estar acima de 40,6 °C, se não estiver, reduzir o fluxo de ar do(s) ventilador(es) do(s) condensador(es). Reduzir a área de passagem do ar no condensador ate que a pressão de descarga atinja o equivalente a 40,6°C. 5- A partir daí, proceder a carga de refrigerante, na forma de vapor, até que não apareçam mais bolhas pelo visor de líquido, anotar a quantidade adicional. 6- O melhor modo de se verificar se carga de refrigerante está correta é o valor do superaquecimento e do subresfriamento na condição de regime. 7- A tabela a seguir é uma referência para a pressão de condensação esperada para uma dada temperatura do ar na entrada do condensador: 5.7- Partida da unidade condensadora 1- Verificar todas as conexões elétricas e de refrigerante, certificar-se de estão bem apertadas. 2- Observar o nível de óleo do compressor antes da partida. O nível de óleo deve estar acima de ¼ do visor. 3- Verificar os controles de alta e baixa pressão, válvulas de regulagem de pressão, quando instaladas, pressostato de óleo e qualquer outro dispositivo de proteção, ajustando quando necessário. 4- Ajustar o termostato da câmara para a temperatura de operação normal. 5- Todos os motores de ventiladores de condensadores resfriados a ar, etc., devem ser verificados quanto à rotação correta. Verificar o sentido de rotação no caso dos motores serem trifásicos. As fixações dos motores devem ser cuidadosamente verificadas quanto ao aperto e alinhamento (0,15 kgf/cm2 G) com refrigerante e remova bomba de vácuo. Refrigeração Comercial Laboratório de Ensino de Refrigeração - Centro de Formação Profissional de Taguatinga 44 6- Para efetivação da garantia, o cliente deverá preencher a planilha de star-up (anexo), com as informações cabíveis na mesma. 7- Observar as pressões do sistema durante a carga de refrigerante e operação inicial, não acrescentar óleo enquanto o sistema estiver com pouco tempo de operação, a não ser que o nível de óleo esteja perigosamente baixo. 8- Continuar carregando o sistema até haver refrigerante suficiente para uma operação adequada do sistema. Lembrar que borbulhas no visor de líquido tanto podem significar perda de pressão quanto falta de refrigerante. 9- O sistema deve ser observado até as condições normais de operação serem alcançadas e a carga de óleo ser observada de modo que o nível de do visor de óleo seja sempre adequado. Atenção: Extremo cuidado deve ser tomado na partida de compressores na primeira vez após a carga de refrigerante. Nessa ocasião todo óleo e parte de refrigerante podem estar no compressor, criando condições que podem causar danos no compressor devido a golpe de líquido. Ativar o aquecedor de cárter 24 horas antes de dar partida na instalação é recomendável. Se não houver aquecedor de cárter, incidir na parte inferior do cárter do compressor, o calor de uma lâmpada de 500 watts ou outra fonte segura de calor por aproximadamente 30 minutos. Isso ajudará a eliminar essa condição que jamais deverá ocorrer. Importante: Compressor tipo scroll tem sentido correto de rotação, se o funcionamento estiver ruidoso, em compressores trifásicos, deve-se inverter duas fases da alimentação elétrica. A rotação do compressor em sentido inverso, por alguns segundos, não afetará o compressor, um dispositivo de proteção contra a inversão de fases, aumentará a segurança do compressor. 5.8- Verificação da condição de operação Após o sistema estar com carga e operando, por no mínimo duas horas, e sem nenhuma indicação de mau funcionamento, o mesmo devera ser posto em operação
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