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MONOGRAFIA FINAL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Curso de Engenharia Civil
Paulo Henrique Silva
AVALIAÇÃO DA CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO CARBONATADO
Montes Claros - MG
Julho / 2018
Paulo Henrique Silva
AVALIAÇÃO DA CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO CARBONATADO
Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Estadual de Montes Claros como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Barbosa de Carvalho Jr.
Montes Claros - MG
2018
Paulo Henrique Silva
AVALIAÇÃO DA CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO CARBONATADO
Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Estadual de Montes Claros como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Barbosa de Carvalho Jr.
Membros:
____________________________________________________________
Professor Titulação e nome
____________________________________________________________
Professor Titulação e nome
Montes Claros - MG
2018 
RESUMO
O estudo das patologias das edificações é de grande relevância para área da construção civil, contemplando os conhecimentos sobre os agentes causadores, suas consequências, formas de diagnósticos e os métodos de reparo. Neste sentido, o presente trabalho apresenta duas situações de corrosão no concreto armado carbonatado nas cidades de Bocaiuva e Montes Claros - MG, visto que essa é umas das principais patologias nos elementos estruturais. Para ambos os estudos foram realizados ensaios e aferições para identificar as possíveis causas das patologias, bem como os seus efeitos. Como resultado, constatou-se que houve perdas significativas de seção, danificação das nervuras das barras e por consequência comprometimento da capacidade mecânica da estrutura, além de desplacamento e trincas no concreto. Confirmou-se também que a espessura do cobrimento das estruturas tem grande relevância na velocidade da despassivação das armaduras assim como a umidade submetida ao elemento apresenta significativa influência no processo de oxirredução do aço. Em seguida foram sugeridas propostas de reparo juntamente com soluções de proteção da armadura e do concreto, além de apontar a necessidade do reforço estrutural.
Palavras-Chave: Patologias, Carbonatação, Despassivação, Corrosão Generalizada, Recuperação.
ABSTRACT
The study of the pathologies of the buildings is of great relevance for the civil construction area, contemplating the knowledge about the causative agents, their consequences, forms of diagnosis and the methods of repair. In this sense, the present work presents two situations of corrosion in the carbonated reinforced concrete in the cities of Bocaiuva and Montes Claros - MG, since this is one of the main pathologies in the structural elements. For both studies, tests and measurements were performed to identify the possible causes of the pathologies, as well as their effects. As a result, it was found that there were significant section losses, damaging the rods and consequently impairing the bearing capacity of the structure, as well as displacement and cracking in the concrete. It was also confirmed that the thickness of the covering of the structures has great relevance in the speed of the disassembling of the reinforcements as well as the humidity submitted to the element has significant influence in the process of oxidation of the steel. Subsequently, repair proposals were suggested along with reinforcement and concrete protection solutions, in addition to pointing out the need for structural reinforcement.
Keywords: Pathologies, Carbonation, Despassivacion, Generalized Corrosion, Recovery.
LISTA DE FIGURAS
	Figura 01 – Modelo de Tuutti para a corrosão da armadura – modelo ajustado.
	
	15
	Figura 02 – Representação esquemática da carbonatação.
	
	19
	Figura 03 – Ábaco para obtenção da espessura de cobrimento com relação a carbonatação em função do tipo de concreto e da vida útil desejada para concentração de ambiente de 0,1%.
	
	21
	Figura 04 – Diagrama de Pourbaix modificado para o sistema ferro/água à 25°C.
	
	22
	Figura 05 – Representação de uma pilha de corrosão em um mesmo metal.
	
	22
	Figura 06 – Tipos de corrosão de armadura e fatores que os provocam.
	
	23
	Figura 07 – Tipos de corrosão generalizada.
	
	24
	Figura 08 – Armadura de espera do prédio da Unimontes.
	
	26
	Figura 09 – Armadura corroída em barras com diâmetros de 6,3mm (A), 12,5mm (B) e 16mm (C).
	
	27
	Figura 10 – Correspondência entre a inspeção prévia e a detalhada..
	
	28
	Figura 11 – Desenho esquemático do procedimento de medida do potencial de corrosão e critério de avaliação.
	
	32
	Figura 12 – Esquema simplificado do método de realcalinização eletroquímica.
	
	34
	Figura 13 – Esquema do método de realcalinização passiva.
	
	34
	Figura 14 – Armadura original ou de projeto (a), Armadura corroída (b) e Armadura com reforço (c).
	
	35
	Figura 15 – Métodos complementares de proteção das armaduras.
	
	38
	Figura 16 – Materiais e Sistema de reparo.
	
	39
	Figura 17 – Complexo Cultural e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva.
	
	40
	Figura 18 – Armadura exposta do Edifício Residencial Multifamiliar.
	
	41
	Figura 19 – Layout do Software CARAMBOLA.
	
	43
	Figura 20 – Anomalias da estrutura da situação 1: manchas, trincas, desplacamento e corrosão aparente. 
	
	45
	Figura 21 – Patologias na viga da situação 1.
	
	46
	Figura 22 – Armadura corroída com expansão do aço, danos nas nervuras, rompimento do estribo, perda de seção e na capacidade mecânica do aço no pilar da situação 1.
	
	47
	Figura 23 – Ensaio com 1% de fenolftaleína na situação 1: concreto totalmente carbonatado (A) e com resquícios de alcalinidade (B).
	
	47
	Figura 24 – Resultados do Software CARAMBOLA para a situação 1 com cobrimento iguais a 3cm (A) e 1cm (B).
	
	48
	Figura 25 – Exemplo de aplicação do reforço com Fibra de Carbono na viga (A) e no pilar (B).
	
	49
	Figura 26 – Corrosão aparente na laje da situação 2.
	
	50
	Figura 27 – Cobrimento indevido na laje da situação 2.
	
	51
	Figura 28 – Armaduras danificadas pela corrosão na situação 2.
	
	51
	Figura 29 – Ensaio com solução de 1% de Fenolftaleina na situação 2: Concreto Carbonatado (A) e com resquícios de alcalinidade (B).
	
	52
	Figura 30 – Resultados do Software CARAMBOLA para a situação 2 para cobrimento iguais a 2,5cm(A) e 1cm(B).
	
	53
	Figura 31 – Exemplo de reforço com chapa metálica na laje.
	
	54
	
	
	
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO...................................................................................................
	10
	1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................
	11
	1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................
	12
	1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................
	12
	1.2.2 Objetivos Específicos......................................................................................
	12
	2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................
	13
	2.1 Propriedades Fundamentais do Concreto Armado.............................................
	13
	2.2 Conceitos da Durabilidade e Vida Útil das Estruturas........................................
	14
	2.3 Conceitos Fundamentais da Patologia................................................................
	16
	2.4 Deterioração das Estruturas................................................................................16
	2.4.1 Carbonatação...................................................................................................
	18
	2.4.2 Corrosão das Armaduras.................................................................................
	21
	2.4.2.1 Tipos de Corrosão........................................................................................
	23
	2.4.2.1.1 Corrosão Generalizada..............................................................................
	23
	2.4.2.2 Fatores Acelerantes da Corrosão..................................................................
	24
	2.4.2.3 Efeitos da Corrosão na Estrutura..................................................................
	25
	2.5 Inspeção e Diagnóstico.......................................................................................
	27
	2.5.1 Inspeção Preliminar.........................................................................................
	28
	2.5.2 Inspeção Detalhada.........................................................................................
	28
	2.5.3 Diagnóstico.....................................................................................................
	29
	2.6 Ensaios...............................................................................................................
	29
	2.6.1 Profundidade da Carbonatação........................................................................
	29
	2.6.2 Porosidade.......................................................................................................
	29
	2.6.3 Teor de Umidade do Concreto.........................................................................
	30
	2.6.4 Determinação da Espessura do Cobrimento e Características das Armaduras.
	30
	2.6.5 Potencial de Corrosão Eletroquímica..............................................................
	31
	2.6.6 Resistividade Elétrica do Concreto..................................................................
	32
	2.7 Restauração e Controle.......................................................................................
	32
	2.7.1 Realcalinização...............................................................................................
	33
	2.7.1.1 Realcalinização Eletroquímica.....................................................................
	33
	2.7.1.2 Realcalinização Passiva...............................................................................
	34
	2.7.2 Reparação convencional..................................................................................
	35
	2.7.2.1 Retirada do Concreto Comprometido...........................................................
	35
	2.7.2.2 Limpeza da Armadura..................................................................................
	35
	2.7.2.3 Reforço.........................................................................................................
	35
	2.7.2.4 Proteção da Armadura e do Concreto...........................................................
	37
	2.7.2.5 Tratamento da Superfície do Concreto Original...........................................
	38
	2.7.2.6 Tipos de Materiais de Reparo.......................................................................
	38
	2.7.2.7 Revestimento e Pintura.................................................................................
	39
	2.8 Monitoramento das Edificações Restauradas.....................................................
	39
	3 MATERIAL E MÉTODOS ...............................................................................
	40
	3.1 Diagnóstico........................................................................................................
	41
	3.1.1 Exame visual...................................................................................................
	41
	3.1.2 Determinação da Classe de Agressividade do Ambiente...............................
	42
	3.1.3 Espessura do Cobrimento de concreto e Característica da Armadura............
	42
	3.1.4 Ensaio com Fenolftaleína...............................................................................
	42
	3.1.5 Software CARAMBOLA...............................................................................
	43
	3.2 Método de Reparo..............................................................................................
	44
	4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .....................................................................
	45
	4.1 Complexo Cultural e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva................
	45
	4.2 Edifício Residencial Multifamiliar....................................................................
	50
	5 CONCLUSÃO.....................................................................................................
	55
	REFERÊNCIAS.....................................................................................................
	57
	
	
1 INTRODUÇÃO
O concreto armado é um dos materiais mais utilizados nos elementos estruturais. Sua popularidade no meio da construção civil se deve a características como boa trabalhabilidade, custos relativamente baixos, flexibilidade quanto as formas e dimensões, satisfatória resistência à compressão e tração, além da sua durabilidade e vida útil. Essas qualidades se devem não só pelas propriedades de cada material empregado por si só, mas como também a perfeita combinação entre a armadura e o concreto que trabalham através da aderência para resistirem aos esforços solicitantes.
Porém, se projetada, executada ou utilizada de forma incorreta o elemento em concreto armado pode acarretar diversas anomalias. Diante deste fato, tem-se tornado imprescindível o estudo das patologias do concreto e do aço e os efeitos que elas têm sobre a segurança, estabilidade e qualidade de vida das edificações.
A corrosão das armaduras é umas das principais patologias nos elementos estruturais. Ela pode afetar diretamente o desempenho da edificação e gerar diversos riscos, pois o processo de oxi-redução pode provocar perdas na seção do aço e diminuição da aderência entre o concreto e o aço, além de fissuração ou até desplacamento do cobrimento. E em situações mais graves a corrosão pode comprometer a capacidade portante da estrutura.
Outra patologia bastante frequente é a carbonatação do concreto que tem seu processo iniciado com a reação entre os componentes do cimento hidratado e o dióxido de carbono. A consequência de maior relevância é a diminuição do pH do concreto que resulta na despassivação da armadura, favorecendo dessa forma o desenvolvimento da corrosão.
Tendo em vista essas duas anomalias nos elementos estruturais, este trabalho se aprofundará na corrosão generalizada que ocorre principalmente devido a carbonatação do concreto. Portanto, será apresentado as avaliações de duas edificações nas cidades de Bocaiúva e Montes Claros-MG, respectivamente, visando diagnosticar e apontar as causas e consequências das patologias para posteriormente serem sugeridos os métodos de restauração. 
1.1 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema vem da importância de se conhecer o processo de uma das principais patologias dos elementos estruturais, assim como os agentes desencadeadores e seus efeitos nas edificações. Fazendo-se necessário também o estudo do processo diagnóstico e do método de reparo.
A primeira estrutura estudada foi escolhida por pertencer a um patrimônio histórico, fazer parte do Complexo Cultural e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva e principalmente por haver uma demanda de restauração para que possa ser melhor aproveitada. Já a segunda estrutura analisada pertence a um edifício de aproximadamente 20 anos que apresenta o processo de corrosão ainda recente, fazendo-se necessário o reparo para que não agrave ainda mais situação da estrutura. 
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral 
Avaliaro processo da corrosão no concreto armado causado pela carbonatação nas edificações em estudo e sugerir medidas de reparação e proteção das estruturas se necessária.
1.2.2 Objetivos específicos
Estudar o processo da corrosão no concreto armado carbonatado;
Realizar procedimentos de diagnóstico nas estruturas em estudo;
Apontar as causas e consequências da corrosão;
Sugerir medidas de reparo para as situações apresentadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Propriedades Fundamentais do Concreto Armado
Define-se como concreto armado, a combinação entre o concreto simples e uma armadura, sendo que ambos os materiais devem trabalhar juntos através da aderência para resistir às forças solicitantes sobre o elemento (ABNT NBR 6118:2014). 
Além do trabalho mútuo em relação aos esforços sobre a estrutura, o concreto tem a finalidade de proteger a armadura contra os agentes agressivos presentes no meio, formando uma barreira física – cobrimento - e química através película passivadora que envolve o aço (ROCHA, 2015). 
Essa camada de proteção passivante é gerada e mantida por conta da alta alcalinidade do concreto -pH por volta de 12,5- e um determinado potencial eletroquímico. O que garante dessa forma uma satisfatória durabilidade não só para a armadura mas para a estrutura como um todo (FIGUEIREDO e MEIRA, 2013).
Na elaboração dos projetos, a correta identificação da classe de agressividade ambiental em que a estrutura estará proporciona maiores garantias de durabilidade, segurança e estabilidade à edificação. Para assegurar o melhor desempenho, a ABNT NBR 6118:2014 recomenda adotar as espessuras mínimas da camada de cobrimento do concreto armado de acordo com a Tabela 2 quanto a agressividade do meio, Tabela 1. 
Entende-se como sendo a agressividade do meio a relação física e química presente no ambiente que agem sobre a estrutura. A Tabela 1 indica então a classe e nível de agressividade além do grau de risco de deterioração da estrutura com base no ambiente em que o elemento estrutural está inserido. A ABNT NBR 6118:2014 ressalta ainda que para elementos em ambientes internos secos ou em regiões de clima seco com pouca umidade média relativa ao ar (por volta de 65%) ou até que estejam parcialmente protegidos pode-se admitir uma classe de agressividade mais moderada.
Tabela 1 – Classe de Agressividade Ambiental
	Classe de agressividade ambiental
	Agressividade
	Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto
	Risco de deterioração da estrutura
	I
	Fraca
	Rural
	Insignificante
	
	
	Submersa
	
	II
	Moderada
	
	Pequeno
	III
	Forte
	
	Grande
	
	
	
	
	IV
	Muito Forte
	
	Elevado
	
	
	Respingos de maré
	
	a- Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura)
	b- Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.
	c- Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em industrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, industriais químicas.
Fonte: Adaptada da ABNT NBR 6118:2014
A Tabela 2 foi retirada da ABNT NBR 6118:2014 e informa os cobrimentos mínimos sugeridos para os elementos estruturais em concreto armado de acordo com a classe de agressividade ambiental. É apresentada apenas os itens que dizem respeito ao concreto armado, omitindo dessa forma o concreto protendido que não é o foco do presente trabalho.
Tabela 2 – Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento nominal para ∆c= 10mm
	Tipo de estrutura
	Componente ou Elemento
	Classe de agressividade ambiental
	
	
	I
	II
	III
	IV
	
	
	Cobrimento nominal (mm)
	Concreto Armado
	Lajes
	20
	25
	35
	45
	
	Viga/ Pilar
	25
	30
	40
	50
	
	Elementos estruturais em contato com o solo
	30
	40
	50
Fonte: Adaptada da ABNT NBR 6118:2014
2.2 Conceitos da Durabilidade e Vida Útil das Estruturas
Entende-se como durabilidade a capacidade de a estrutura resistir a influências ambientais que foram previamente consideradas pelo responsável técnico do projeto e o contratante. Ou seja, ao se projetar deve-se primeiro analisar os agentes agressivos presentes no meio, e assim os considera-los nos cálculos já que as estruturas se alteram com o passar do tempo, comprometendo dessa forma a sua funcionalidade e estabilidade (ABNT NBR 6118:2014). 
Para Ribeiro (2014), o concreto é considerado durável quando o mesmo mantém a sua resistência e utilidade esperada em um determinado período de tempo, sendo assim, quando o elemento desempenha as suas funções como previsto. 
Por outro lado, define-se a vida útil como sendo um período de tempo em que uma estrutura mantém um limite aceitável de comportamento em serviço para o qual foi projetada antes que seu uso e reparo se torne antieconômico ou inseguro (RIBEIRO, 2014; ANDRADE, 1997).
Ribeiro (2014) destaca ainda que os problemas de durabilidade das edificações tendem a aumentar visto que a grande parte das edificações das principais metrópoles brasileiras foram construídas nas décadas de 70 e 80, dessa forma hoje apresentam idades que acarretam maiores gastos com manutenções e reparos. 
Mais especificamente para o caso de corrosão da armadura, podemos se basear sobre o conceito de vida útil das estruturas no fenomenológico proposto por Tuutti (1982) adaptado por Figueiredo e Meira (2013), conforme podemos analisar a Figura 1. 
Figura 1 – Modelo de Tuutti para a corrosão da armadura – modelo ajustado. 
Fonte: TUUTTI, 1982 apud FIGUEIREDO e MEIRA, 2013.
O diagrama de Tuutti (1982) apud Figueiredo e Meira (2013) é composto por três fases. Sendo a primeira fase a iniciação, que representa o período de ataque dos agentes agressivos externos contra concreto até seu contato com a armadura. A segunda fase é a despassivação que ocorre assim que cessa a proteção proporcionada da película protetora do aço. Por fim, a terceira fase é a propagação, que se consiste no período que dura por todo o processo da oxirredução até a implantação da medida corretiva.
2.3 Conceitos Fundamentais da Patologia
O termo patologia foi tomado emprestado da área de saúde que nada mais é do que o estudo das doenças, sintomas e natureza das modificações que ela provoca no organismo. Para a área da construção civil, a patologia implica nos estudos das anomalias encontradas nas edificações, que acarretam nas degradações, perda e ou diminuição da durabilidade e vida útil das construções (ANDRADE e SILVA, 2005 apud SANTOS, 2012). 
Souza e Ripper (1998), salienta que ao analisar uma estrutura de concreto que apresenta alguma anomalia, deve-se primeiramente estudar as causas que provocaram a patologia para só assim aplicar o método de restauração. Além do mais, geralmente a deterioração do concreto não é causada apenas por um fator.
2.4 Deterioração das Estruturas
Uma estrutura que teve sua durabilidade comprometida é uma estrutura que não resistiu aos agentes agressivos presente no meio. Esses agentes desencadeiam as deteriorações nas edificações que podem apresentar diversas causas, processos e consequências. 
Será apresentada a seguir os principais mecanismos citados pela ABNT NBR 6118:2014, sendo a Tabela 3 referente ao concreto e a Tabela 4 a armadura. Foram retirados da norma uma breve descrição de cada item afim de contextualizar as anomalias para posteriormente serem discutidos mais detalhadamente as patologias. 
Tabela 3 – Principais Mecanismos de deterioração relativos ao concreto
	Mecanismo
	Descrição
	LixiviaçãoÉ o mecanismo responsável por dissolver e carrear os compostos hidratados da pasta de cimento por ação de água puras, carbônicas agressivas, ácidas e outras. Para prevenir sua ocorrência, recomenda-se restringir a fissuração, de forma a minimizar a infiltração de água, e proteger as superfícies expostas com produtos específicos, como os hidrófugos.
	Expansão por sulfato
	É a expansão por ação de água ou solos que contenham ou estejam contaminados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado. A prevenção pode ser feita pelo uso de cimento resistente a sulfatos, conforme ABNT NBR 5737:1992
	Reação álcali-agregado
	É a expansão por ação das reações entre os álcalis do concreto e agregados reativos. O projetista deve identificar no projeto o tipo de elemento estrutural e sua situação quanto à presença de água, bem como deve recomendar as medidas preventivas, quando necessárias, de acordo com a ABNT NBR 15577-1:2008
Fonte: Adaptada da NBR 6118:2014
Gentil (2007) apud Ribeiro e Cunha (2014) cita ainda como formas de deterioração no concreto os fatores mecânicos (vibração e erosão), físicos (variação da temperatura), biológicos (bactérias) e químicos (produtos químicos como ácidos e sais). Apesar da carbonatação ser uma patologia do concreto, a sua ausência na Tabela 3 se deve ao fato de que a sua consequência negativa é contra a armadura, como podemos ver na Tabela 4. 
Tabela 4 – Principais Mecanismos de deterioração da Armadura
	Mecanismo
	Descrição
	Despassivação por carbonatação
	É a despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás carbônico da atmosfera sobre o aço da armadura. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendável um concreto de baixa porosidade. 
	Despassivação por ação de cloretos
	Consiste na ruptura local da camada de passivação, causada por elevado teor de íon-cloro. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendável o uso de um concreto de pequena porosidade. O uso de cimento composto com adição de escória ou material pozolânico é também recomendável nestes casos. 
	Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita
	São todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que atuam sobre a estrutura. [...]
Fonte: Adaptada da NBR 6118:2014
De acordo com a norma ABNT NBR 6118:2014, boa parte da deterioração do aço pode ser evitada pela diminuição da porosidade, controle da fissuração do concreto e adoção do correto cobrimento. Fazendo com que este exerça sua função de proteção, assim assegurando a durabilidade da armadura. 
2.4.1 Carbonatação
Basicamente, entende-se como carbonatação a reação química que se produz na superfície do concreto e que progride ao longo dos anos. Esse fenômeno se sucede, principalmente, através da combinação entre o gás carbônico () presente na atmosfera e o hidróxido de cálcio () que se encontra nos poros do concreto que juntos formam o carbonato de cálcio () e liberando água (, conforme podemos ver na Equação 1 (BAUER e BAUER, 2008).
	
 				(1)
A Equação 1 representa um modelo simplificado das reações do fenômeno. Montenor et al (2002) apud Ribeiro e Cunha (2014) separa a carbonatação em 4 etapas, representado nas seguintes equações:
Na primeira etapa ocorre a difusão do gás carbônico () para o interior do concreto.
 (2)
Na segunda etapa é a reação entre o hidróxido de cálcio() e o carbônico dissolvido na solução dos poros.
 (3)
A terceira etapa é a reação dos silicatos e aluminatos.
 (4)
ou
 (5)
Quarta etapa é a reação entre o cálcio e a água.
O desenvolvimento da carbonatação se dá de fora para dentro da estrutura. Logo, podemos dizer que há duas regiões no processo: A frente carbonatada e a uma zona que ainda se permanece intacta e com pH alcalino (FIGUEIREDO e MEIRA, 2013). Na Figura 2 ilustra ambas as regiões onde a área mais escura do concreto representa a zona carbonatada e a área mais clara é a parte mais interna do concreto ainda intacta. A Figura 2 ainda demostra simplificadamente a rede de poros presente no concreto e a forma como o o penetra.
Figura 2 – Representação esquemática da carbonatação.
Fonte: CEB, 1984 apud FIGUEIREDO e MEIRA, 2013.
De acordo com Ribeiro e Cunha (2014), a presença do Carbonato de cálcio resulta na diminuição do pH do concreto (12,5) para valores inferiores a 9, provocando dessa forma a despassivação da camada protetora da armadura, favorecendo a corrosão. Por isso, a importância da devida espessura do cobrimento na estrutura, que serve como uma barreira física fazendo com que a carbonatação demore mais para alcançar o aço. Os autores informam ainda que dependendo das quantidades de e umidade, poderá desencadear reações que produzirá bicarbonato, agravando dessa forma ainda mais a estrutura por conta do pH ácido da substância. 
Segundo Bauer e Bauer (2008), para que ocorra a carbonatação dependerá primeiramente do estado da pasta de cimento endurecida, assim como a disposição dos poros e a quantidade de água retida, pois são esses os fatores que influenciam a penetração do ar no concreto. 
Figueiredo (2006) apud Santos (2012), ressalta ainda da importância de não só determinar a presença da carbonatação com identificar a sua profundidade, visto que esse é um fenômeno lento mas que pode ter sua velocidade influenciada de acordo com a concentração de , umidade relativa do ar, tipo e quantidade de cimento, relação água/cimento e condições de cura. E com base na conclusão dos experimentos de Carmona (2005), constatou se que usualmente a carbonatação ocorre com mais facilidade no meio dos pilares visto que nas extremidades dos elementos há maiores concentrações de umidade, sendo este um empecilho para a difusão do .
Além disso, a presença de fissuração no concreto facilita o contato da carbanatação com a armadura, destruindo dessa forma a película protetora do aço, o deixando vulnerável a corrosão. Por outro lado, fatores como uma adequada cura e compactação do concreto, elevadas reservas de hidróxido de cálcio e a adição de cinzas volantes pozolânicas desaceleram a velocidade do processo da carbonatação (RIBEIRO e CUNHA, 2014). 
Aguiar (2006), afirma que a aplicação de reboco, revestimentos com pedras ou cerâmicos ou pinturas é uma ótima opção para se dificultar a entrada do gás carbônico, assim ajudando na durabilidade da estrutura.
De acordo com estudos realizados por Carmona (2005) diversos autores como Hamada (1968); Smolczik (1968); Helene (1981); Tuutti (1982) e Andrade (1992) realizaram pesquisas para estimar o tempo que levará para a carbonatação entrar em contato com a armadura de acordo com alguns fatores como a resistência característica do concreto, teor de no ambiente, espessura do cobrimento, tipo de cimento empregado e entre outros. 
Na Figura 3 é apresentada o ábaco com base nos cálculos de Helene (1981) apud Carmona (2005) que relacionam a vida útil de projeto desejada com o cobrimento para um determinado elemento estrutural para uma região com teor de ambiente de 0,1%. Ainda segundo Helene (1981) apud Carmona (2005), constatou-se que o uso do Cimento Pozolânico (POZ) e do Cimento de Alto Forno (AF) resulta em um aumento da velocidade de carbonatação de 10% e 20%, respectivamente.
 Figura 3 : Ábaco para obtenção da espessura de cobrimento com relação a carbonatação em função do tipo de concreto e da vida útil de projeto desejada para concentração de ambiente de 0,1% .
Fonte: Helene (1997) apud Carmona (2005)
2.4.2 Corrosãodas Armaduras		
Entende-se por corrosão como a interação destrutiva de um material com o meio ambiente. Mais precisamente, é a tendência do metal de retornar ao seu estado natural, para formar compostos estáveis na forma de óxidos. Para o caso das armaduras sempre com a presença de água (HELENE, 2014).
Desta forma, a corrosão das armaduras é sempre um processo eletroquímico, gerado pela diferença de potenciais em meio aquoso e com a circulação de íons através do eletrólito, formando uma espécie de circuito fechado (pilha) na estrutura. Estão presente nesse circuito duas zonas, o Ânodo que produz a oxidação e o Cátodo que produz a redução, juntos gera como produtos os hidróxidos de ferro, óxidos de ferro e entre outros. Caso ocorra a interrupção do processo em algum ponto do circuito, a corrosão se detém (ANDRADE, 1992). 
Para um melhor entendimento sobre a situação que desencadeia a corrosão utiliza-se o Diagrama de Pourbaix. Nele, como podemos ver na Figura 4, apresenta uma relação entre o pH do concreto e o seu potencial elétrico para o sistema ferro/água (SÁ, 2006). 
O diagrama apresenta três diferentes regiões: a primeira inicia-se a partir dos potenciais abaixo de -600mV, e é tida como a região imunizada. A segunda região representa a situação na qual há a formação e permanência da película protetora do aço, a passivação. Por último, a terceira região é quando se desencadeia a corrosão. Nessa região apresentam-se os fatores propícios para o desenvolvimento da patologia (SÁ, 2006). Figueiredo (1994) apud Sá (2006) informa ainda que o concreto normalmente se encontra na faixa de potencial elétrico entre -400 mV à +100 mV e com um pH por volta de 12,5.
Figura 4 – Diagrama de Pourbaix modificado para o sistema ferro/água à 25°C.
Fonte: FIGUEIREDO, 1994 apud SÁ, 2006
A Figura 5 representa o processo do circuito fechado da corrosão, no qual o metal da zona anódica cede elétrons para a zona Catódica, que flui através do caminho eletrônico. Que por sua vez, na zona catódica com a presença de água e oxigênio se juntam com o elétron para formar a hidroxila (). Com o produto das duas equações há a formação de um hidróxido metálico (). (FIGUEIREDO e MEIRA, 2013)
 
Figura 5 – Representação de uma pilha de corrosão em um mesmo metal. 
Fonte: FIGUEIREDO e MEIRA, 2013
2.4.2.1 Tipos de Corrosão
Os tipos de corrosão variam de acordo com a causa da patologia e as características do elemento estrutural, como podemos ver na Figura 6.
Figura 6 – Tipos de corrosão de armadura e fatores que os provocam. 
Fonte: ANDRADE, 1992
A corrosão localizada poderá ser causada principalmente por dois fatores, ataque de íons de cloreto e por tensão. Sendo que esse último fator ocorre, usualmente, em estruturas de concreto protendido. A principal característica desse tipo de corrosão é que se processam em pontos definidos ao longo da armadura e tendem se aprofundar de forma mais rápida. Enquanto a corrosão generalizada se procede por toda a extensão de uma maneira um pouco mais uniforme (FIGUEIREDO e MEIRA, 2013).
Como objeto de estudo é a corrosão causado pela carbonatação do concreto, será discutido mais profundamente apenas a corrosão generalizada.
2.4.2.1.1 Corrosão Generalizada
A corrosão generalizada ou uniforme se sucede por conta da perda da camada passivadora de proteção causada geralmente pela carbonatação. Desaparecida a capa passivante, o processo de corrosão generalizada se inicia facilmente, pois a umidade permanente do concreto fica em contato direto com o aço (ANDRADE, 1992).
A corrosão generalizada se desenvolve de forma mais ou menos uniforme no aço, porém em uma faixa extensa do material. Essa característica se dá pela formação de inúmeras regiões catódicas e anódicas na armadura, formando micropilhas que variam a todo tempo. Outra característica são os tipos de perda que podem ser uniformes ou irregulares, conforme podemos verificar na Figura 7 (FIGUEIREDO e MEIRA, 2013).
Figura 7 – Tipos de corrosão generalizada. 
Fonte: Adaptado de FELIU, 1984 apud FIGUEIREDO & MEIRA, 2013
2.4.2.2 Fatores Acelerantes da Corrosão
Outro tópico muito importante a ser estudado sobre a corrosão é compreensão de quais os fatores que aceleram o processo, para assim aplicarmos métodos para controlar e ou interromper a patologia. 
Andrade (1992) cita quatros fatores que tanto aceleram quanto cessam a corrosão da armadura dependendo das condições ambientais e do elemento. Os fatores são:
teor de umidade ou oferta de eletrólito que por sua vez fica a disponibilidade de oxigênio nas proximidades da armadura e a resistividade do concreto;
a proporção de cloreto;
a temperatura;
a existência de macropares galvânicos.
Andrade (1992) ressalta que o teor de umidade é o principal fator que interfere na velocidade da corrosão. Isso se deve as características do concreto que é material extremamente poroso, dessa forma absorve a água do meio com facilidade, porém seca de forma lenta. 
Em situações de saturação de umidade dos poros, apesar da resistividade do material ficar muito baixa (o que favorece para a corrosão), o oxigênio terá que se dissolver na água para poder chegar na armadura, portanto podemos dizer que o processo está controlado pelo acesso de oxigênio. Por outro lado, quando há pouquíssima umidade, a resistividade se torna muito elevada dificultado o processo. Logo, a corrosão da armadura tem sua velocidade máxima quando está submetida a um ambiente de alto teor de umidade, porém não saturado, situação no qual a resistividade é baixa e o oxigênio tem livre acesso a armadura (ANDRADE, 1992).
2.4.2.3 Efeitos da Corrosão na Estrutura
Os efeitos da corrosão podem ocorrer de três formas, segundo Andrade (1992):
sobre o aço com uma diminuição de sua capacidade mecânica;
sobre o concreto quando este se fissura;
sobre a aderência aço/concreto.
Durante o processo da corrosão, os produtos gerados apresentam um volume maior que o original, provocando dessa forma o aparecimento de trincas e rachaduras, podendo em alguns casos ocorrer o destacamento do cobrimento.
 
Outros efeitos que exigem atenção é a perda dos estados limites de ancoragem e superposição por transpasse, para isso deve ser observada a aparição de fissuras longitudinalmente ao longo da armadura. Pode haver também a perda da ductilidade pela diminuição dos deslizamentos relativos ao aço/concreto.
Andrade (1992) frisa ainda que nem sempre há a aparição de fissuras. Dependendo do teor de umidade as manifestações da corrosão pode se dá através de manchas que não necessariamente pode coincidir com a posição da corrosão, isso se dá por conta das redes de poros e a circulação da água. 
Para Caetano (2008), a corrosão generalizada pode provocar uma significativa perda da aderência entre o concreto e o aço. O autor relata ainda que segundo Auyeung (2001) apud Fang et al (2006), através de ensaios determinou-se que uma redução de 2% no diâmetro da armadura provoca uma diminuição de cerca de 80% na aderência. Fato este se deve por conta de a corrosão afetar as nervuras das barras, nervuras esta que tem como função principal aumentar a aderência entre o aço e o concreto. 
Como exemplo das consequências do processo de oxiredução tem-se a armadura de espera localizada no Prédio da Educação Física (Figura 8) da Universidade Estadual de Montes Claros no Campus Montes Claros. Construído no ano de 2002, a edificação apresenta diversas barras de diâmetros de 16mm, 12,5mm e 8mm pertencentes a algumas lajes e vigas do prédio que estão expostas a todo tipo de intempéries. 
Figura 8 – Armadura de espera do prédio da Unimontes. 
Fonte: Autoria Própria, 2018
Através da inspeção realizada pelo autor do presente trabalho no ano de 2018, constatou perda de seção e comprometimento das nervuras. Dessa forma, caso os vergalhões sejam utilizados futuramente irão provocar maiores tensões de aderência na região ao onde estão localizadas. Na Figura 9 ilustra a comparação dos danos ocorridos nas barrasde diferentes diâmetros. 
Verificou-se que nos vergalhões de menores seções houve uma perda de nervura mais considerável quando se comparado com as de maiores seções. Demonstrando desta forma que as barras mais finas são afetadas mais gravemente por apresentar altura da nervura menor. 
Figura 9 – Armadura corroída em barras com diâmetros de 6,3mm (A), 12,5mm (B) e 16mm (C).
Fonte: Autoria Própria, 2018
2.5 Inspeção e Diagnóstico
A etapa da identificação do problema é de suma importância para a aplicação do método corretivo mais eficaz. Andrade (1992) separa o processo de inspeção em três estágios:
inspeção Preliminar;
inspeção Detalhada;
diagnóstico.
Andrade (1992), destaca que nem sempre a inspeção detalhada é necessária, sendo que esta tem como objetivo quantificar a extensão do problema e caracterizar todos os elementos da estrutura. Por outro lado, a inspeção preliminar poderá ser suficiente para a identificação do problema e da causa. 
2.5.1 Inspeção Preliminar
Como foi exposto no tópico 2.4.2.3, os efeitos da corrosão podem ser observados visualmente num primeiro momento. Dessa forma, a inspeção preliminar consistirá principalmente na inspeção visual e em ensaios simples para avaliar o problema. Andrade (1992) cita 5 passos:
deverá ser feito um exame visual por toda a extensão da estrutura, o uso de binóculos e máquinas fotográficas podem ajudar no processo;
anotação de todos os sintomas visuais;
identificação da agressividade do ambiente;
verificação do cobrimento da estrutura em alguns pontos singulares;
ensaios de profundidade de carbonatação, presença de cloretos e/ou qualidade do concreto quanto a sua porosidade e resistência.
Ribeiro e Cunha (2014), destacam que nessa etapa a experiência do profissional é um fator decisivo para uma correta avaliação da estrutura de uma edificação. E frisa que a inspeção visual é sempre confirmativa do processo corrosivo, mas dificilmente consegue antecipar outros problemas corrosivos que estejam em formação.
2.5.2 Inspeção Detalhada
Para realização de uma inspeção detalhada será necessário a elaboração de um plano de trabalho a partir dos dados coletados pela inspeção preliminar, histórico da estrutura, documentos de projeto, plano de controle e outros. No Figura 10 ilustra esquematicamente os itens a serem seguidos na elaboração da inspeção detalhada.
Figura 10 – Correspondência entre a inspeção previa e a detalhada. 
Fonte: Adaptado de ANDRADE, 1992.
2.5.3 Diagnóstico
E por fim, o estágio de diagnóstico é a fase em que se chega a conclusão quais foram os fatores que acarretaram na corrosão da armadura, em quais condições se encontra a estrutura e qual tipo de intervenção corretiva é aconselhável. 
2.6 Ensaios
Andrade (1992), informa que apenas os ensaios podem fornecer as informações mais precisas sobre as causas da corrosão. Neste artigo será abordado apenas alguns ensaios preponderantes para o diagnóstico.
2.6.1 Profundidade da Carbonatação
A identificação da profundidade da carbonatação pode ser obtida através de um indicador químico como fenolftaleína, timolftaleína ou outro reagente equivalente. Esses tipos de ensaios indicam o pH do concreto, a análise é feita visualmente através da coloração do corpo de prova ao reagir com a solução. No caso da fenolftaleína, para pH iguais ou superiores a 9,5 o concreto ficará róseo-avermelhada, e para valores inferiores ficará incolor (ANDRADE, 1992).
Este artigo se baseasse nas instruções de execução do ensaio proposto por Garcia (2008), que consiste em fraturar a estrutura de concreto na direção ortogonal à superfície preferencialmente até a armadura, para logo em seguida ser aplicado a solução do reagente e depois ser feita a aferição da profundidade.
2.6.2 Porosidade
De acordo com Andrade (1992) uma metodologia que poderia ser empregada para a determinação do grau de porosidade do concreto é a medida da quantidade total de poros permeáveis à água realizado em um laboratório.
Basicamente, o ensaio é realizado da seguinte maneira:
deve-se secar uma amostra de dimensões 5x5x10cm em uma estufa ventilada e a 105ºC;
em seguida, a amostra deve ser colocada em um dessecador até o equilíbrio com a temperatura ambiente;
realizar a pesagem da amostra, obtendo dessa forma o peso seco ();
submergir a amostra em água a temperatura ambiente, submeter o recipiente ao vácuo de 1mm de mercúrio durante 24horas;
retira-se a amostra e a seca superficialmente para se obter o peso saturado ();
em seguida a amostra será novamente submergida para se obter o peso submerso ();
Tendo os valores dos pesos, basta calcular o grau de porosidade através da equação 6:
 (6)
O critério a ser adotado é o seguinte:
porosidade < 10% ⸫ Boa qualidade e bem compacto;
10%≤ Porosidade ≤ 15% ⸫ Permeável e não adequado para ambientes agressivos;
porosidade ≥ 15% ⸫ concreto inadequado para proteger a armadura por longos períodos.
2.6.3 Teor de Umidade do Concreto
Conforme foi discutido no tópico 2.4.2.3, a determinação do teor de umidade do concreto é importante para verificar a intensidade da corrosão. Visto que este é um dos fatores que influenciam na resistividade do concreto.
A determinação deste teor é através da diferença do peso da amostra com a umidade ambiente e o peso da mesma amostra depois de seca em estufa (ANDRADE, 1992). 
2.6.4 Determinação da Espessura do Cobrimento e Características das Armaduras
Este ensaio busca a determinação da espessura do cobrimento e de características da armadura como o seu diâmetro, posição, número e se houve redução (ANDRADE, 1992). O uso de equipamentos como o pacômetro, paquímetro, treta ou réguas se fazem necessários para aferição das medidas. 
A importância desse ensaio se baseia na averiguação se houve cumprimento da espessura do cobrimento de concreto na estrutura, visto que esse é um fator determinante a ocorrência de corrosão em edificações jovens. O ensaio busca averiguar também se está havendo uma perda de seção na armadura e danos nas nervuras, o que pode comprometer a segurança da estrutura. 
2.6.5 Potencial de Corrosão Eletroquímica
Este ensaio busca determinar de modo qualitativo a situação de corrosão ou passividade da armadura. Andrade (1992), frisa que algumas medicas deverão ser observadas para a obtenção de resultados confiáveis:
região de medição: determinar os pontos de leitura previamente e os seus distanciamentos. Deve-se evitar regiões de muita diferença de umidade, com presença de trincas e espessuras variáveis de cobrimento.
umedecer o concreto: umedecer a região de leitura uniformemente. Para dias úmidos ou que choveu recentemente essa etapa se faz desnecessária.
contato elétrico com a armadura: Deve-se abrir um buraco com o auxílio de uma furadeira até a armadura para que haja o contato com os bornes do equipamento de medição.
eletrodo de referência: Usualmente se utiliza um eletrodo de calomelano saturado, cloreto mercuroso ou cobre/ sulfato de cobre.
contato com o concreto: Entre o eletrodo de referência e o concreto recomenta-se colocar uma esponja ou um papel filtro úmido.
instrumento: Pode-se fazer uso de qualquer milivoltímetro com elevado impedância interna, com precisão mínima de ±1mV.
leituras: O polo positivo (vermelho) deve estar em contado com a armadura enquanto o polo negativo (preto) em contato com o concreto.
A Figura 11 representa esquematicamente como seria o procedimento para se determinar o potencial de corrosão eletroquímico e seus critérios de avaliação. 
Figura 11 – Desenho esquemático do procedimento de medida do potencial de corrosão e critério de avaliação.
Fonte: ANDRADE (1992)
2.6.6 Resistividade Elétrica do Concreto
A resistividade elétrica do concreto pode ser encontrada através do ensaio com um contra-eletrodo-punhal, de acordo com Andrade (1992). Este ensaio consiste em utilizar um eletrodo auxiliar de disco metálico conectado por um cabo a um equipamentode medição, que irá se mover ao longo da estrutura para obter a variabilidade da resistência. Enquanto o outro polo do equipamento será a própria armadura da estrutura conectado também ao aparelho de medição. Deverá ser utilizado uma corrente elétrica alternada afim de não polarizar o aço.
2.7 Restauração e Controle
A escolha do método de restauração a ser adotado em uma estrutura é de grande importância. Deve ser analisado diversos fatores como as causas da corrosão, possibilidade de acesso a toda extensão da estrutura, área total a ser recuperada, custo, mão de obra especializada, equipamentos, materiais necessários e eficiência do método.
Para Andrade (1992), o método de reparo e os materiais a serem utilizados é um assunto delicado, por causa das características de agressividade presente na estrutura oriundas das patologias já existente. O autor ainda ressalta da importância de não injetar ou selar fissuras sem antes tratar a corrosão, sendo que essa atitude iria apenas camuflar a anomalia. 
Lourenço (2014) exemplifica que para a situação de carbonatação do concreto, recomenda-se realcalinizar a estrutura ou realizar a reparação convencional, que é a substituição do material deteriorado por um material novo. O autor salienta que esse tipo de procedimento é pouco eficaz para estruturas que estão sofrendo ataques de íons de cloreto ao longo prazo. Para os casos de corrosão por pites a reparação eletroquímica como proteção catódica e dessalinização se tornam melhores opções.
Portanto, pode-se dizer que o principal objetivo da restauração é a recuperação das propriedades da estrutura, devolvendo a sua durabilidade, resistências mecânicas, características estéticas e geométricas, reconstruir os componentes em concreto e restaurando a proteção da armadura (ANDRADE, 1992).
2.7.1 Realcalinização
Segundo Garcia (2008), esse método de intervenção consiste em devolver a alcalinidade a estrutura após a sua degradação por carbonatação, restaurando ao concreto suas características para formar e manter a nova película protetora do aço. Com o pH elevado novamente, o processo de corrosão se cessa. O autor cita ainda que há dois tipos de realcalinização, por processo eletroquímico e por realcalinização passiva. 
Além disso, Réus (2017) cita que esta opção de restauração pode ser proporcionada por diversas soluções a base de KOH (hidróxido de Potássio), NaOH (hidróxido de sódio), solução tripla, solução comercial, (hidróxido de cálcio) ou cal. O autor informa ainda que a forma de aplicação pode variar entre por spray, trincha, manta e imersão. Porém, por se tratar de um método novo há uma grande demanda por novas pesquisas de aperfeiçoamento visto que, ainda segundo Réus (2017), não há resultados expressivos em estruturas reais com corrosão mais intensa se comparada com os ensaios em laboratórios. Tornando a realcalinização uma opção mais eficiente como forma de se prevenir a corrosão. 
2.7.1.1 Realcalinização eletroquímica
Esse método se assemelha ao processo de extração eletroquímica de cloreto, que se fundamentam-se no princípio de eletro-osmose. Basicamente, aplica-se sobre a superfície um eletrólito rico em álcalis, que contém carga positiva, para serem atraídos até a armadura (cátodo), aumentando dessa forma o pH na região e favorecendo a passivação da armadura. A Figura 12 ilustra o processo eletroquímico na estrutura. 
Figura 12 – Esquema simplificado do método de realcalinização eletroquímica.
Fonte: ARAUJO (2004) apud GARCIA (2008).
2.7.1.2 Realcalinização Passiva
É a aplicação de um revestimento rico em álcalis sobre a superfície do concreto armado a ser restaurado. O revestimento apresenta uma grande concentração de íons alcalinos que quando úmido migram por difusão para o interior da estrutura. Entretanto, segundo pesquisas realizadas apontam que este método apresenta limitações quanto a profundidade que o revestimento consegue beneficiar, cerca de 20mm podendo variar de acordo com a concentração de umidade e a mobilidade iônica. Outro fator limitante é o tempo de aplicação ser bastante longo, por volta de 2 anos. Felizmente, pesquisas estão sendo realizadas para otimizar esse tipo de método, buscando alternativas de revestimentos afim de aumentar a profundidade de atuação e diminuir o seu tempo de aplicação (GARCIA, 2008).
Figura 13 - Esquema do método de realcalinização passiva.
Fonte: ARAÚJO, 2004 apud GARCIA, 2008.
 
2.7.2 Reparação convencional
2.7.2.1 Retirada do Concreto Comprometido
Primeiramente, realiza o procedimento de escora dos elementos estruturais, afim de garantir estabilidade durante todo o processo de reparo. Em seguida, deve-se iniciar a retirada de todo o concreto deteriorado, avançando cerca de 2 cm por detrás da armadura para facilitar no processo da limpeza do aço. Essa etapa deve ser realizada rigorosamente afim de se evitar novas formações de anodo na estrutura (ANDRADE, 1992; LOURENÇO, 2014).
2.7.2.2 Limpeza da Armadura
Finalizada a etapa anterior, a partir de agora é realizado o tratamento da armadura. Inicialmente é feita uma limpeza retirando todo e qualquer produto gerado pela corrosão. Deve-se utilizar escovação manual com auxílio de escovas de aço ou jatos de areia com ou sem água, dependo da necessidade da limpeza (SOUZA e RIPPER, 1998) 
Souza e Ripper (1998) ressalta que para o emprego do jato de areia deve ser empregado areia limpa, de granulometria adequada ao diâmetro da mangueira, lavada, perfeitamente seca e isenta de matéria orgânica e não devendo ser aproveitada. A aplicação é feita em movimentos circulares e poderá ser o suficiente para a retirada de todo o material comprometido, podendo ser utilizado também como forma de apicoamento do concreto. 
2.7.2.3 Reforço 
Caso seja diagnosticado perda de cerca de 15% ou 20% da armadura será necessário realizar um reforço estrutural. Na Figura 14 ilustra esquematicamente o reforço com a adição de novas barras de aço para se complementar a área de aço requerida no projeto.
Figura 14 - Armadura original ou de projeto (a), Armadura corroída (b) e Armadura com reforço (c).
Fonte: SOUZA e RIPPER, 1998.
Logo teremos a seguinte equação:
 (7)
Onde:
 = Somatório da área de aço original ou de projeto;
 =Somatório da área de aço existente provocada pela corrosão;
 = Somatório da área de aço do reforço.
Geralmente, utiliza-se este conceito para as armaduras que estão sobre o efeito de flexão em vigas. Por outro lado, para os casos de estribos e armaduras de lajes e paredes deverá ser levado em consideração o espaçamento entre as barras para não comprometer a integridade localizada da estrutura (SOUZA e RIPPER, 1998).
Como exemplos de reforços nas estruturas degradadas há a possibilidade de intervenções com concreto armado, perfis e chapas metálicas, polímeros reforçado com fibras de carbono e fibras de aramida. Para a escolha do melhor sistema deverá ser analisada as características e particularidades de cada método. Zucchi (2015) frisa ainda que o projeto de reforço deve estar compatibilizado com os demais projetos, afim de se evitar novos problemas ou patologias. 
Reis (2001) salienta que mais de um sistema poderá ser adotado dependendo de fatores como:
urgência na intervenção;
custos e mão de obra especializada;
possibilidade de paralização do uso da estrutura;
tempo de execução;
ambiente em que a peça está inserida;
intervenção na arquitetura já existente;
eficácia da técnica adotada com o quadro patológico e a análise do comportamento global da estrutura. 
Portanto, a Tabela 5 apresenta alguns sistemas de reforço estrutural descrevendo as vantagens e desvantagens de cada método.
	Tipos de reforço
	Vantagens
	Desvantagens
	Concreto Armado
	Materiais de uso comum e de fácil acesso;
Técnica corriqueira nos canteiros de obra.
	Interferência arquitetônica/aumento de sessão;
Cuidado com aderência das camadas;
Suspenção do uso da estrutura para execução do reforçoe para ganho de resistência;
Sujeira e nível elevado de ruído.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Perfis Metálicos
	Execução rápida e simples.
	Visibilidade do elemento estrutural prejudicada;
Manutenção recorrente.
	
	
	
	Polímero Reforçado com Fibras de Carbono
	Resistencia à tração elevada;
Baixo peso especifico;
Elevado módulo de elasticidade;
Para aplicação de cargas cíclicas;
Imunes à corrosão;
Maior quantidade de produtores;
Opção de se usar os laminados.
	Custo elevado
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Polímero Reforçado com Fibras de Aramida
	Estabilidade Térmica/resistente ao fogo;
Resistencia à tração elevada; Módulo de elasticidade alto;
Boa Resistência ao impacto;
Boa resistência química;
Bom comportamento à ruptura/durável; 
Custo intermediário.
	Absorção de água/inchamento rompimento da matriz;
Materiais específicos para manuseio/dureza elevada
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Tabela 5 – Métodos de reforço estrutural.
Fonte: ZUCCHI, 2015.
2.7.2.4 Proteção da Armadura e do Concreto
Para situações onde seja necessária realizar uma proteção extra além do cobrimento do concreto, utiliza-se a pintura denominada de “antióxido” ou similar. O uso de inibidores, de revestimento protetores e proteção catódica são alguns dos tipos de proteção que envolvem o conceito de polarização (SOUSA, 2014). A Figura 15 apresenta algumas opções de proteção para a armadura e o concreto, indicando o seu campo de aplicação, vantagens e desvantagens de cada tipo.
Helene (1986) define que os usos de proteção das armaduras devem ser necessários principalmente quando: não há possibilidade de se obter o cobrimento mínimo segundo a norma; não for possível se evitar o uso ou acesso de agentes agressivos na estrutura; existir diferença de potencial significativas como por exemplos as linhas férreas; e quando for uma vantagem econômica. 
Figura 15 – Métodos complementares de proteção das armaduras.
Fonte: Andrade, 1992
2.7.2.5 Tratamento da Superfície do Concreto Original
Afim de proporcionar uma melhor aderência aos materiais da restauração, nessa etapa pode ser realizado algumas rugosidades na estrutura além de umedecer a superfície ou utilizar alguma resina própria para tal fim. Há também a opção de utilizar chumbadores como forma de ancoragem do concreto velho com o novo (ANDRADE, 1992).
2.7.2.6 Tipos de Materiais de Reparo
Andrade (1992) cita três tipos de materiais e descreve cada um, como podemos ver na Figura 16. O autor afirma que esses materiais proporcionam ajuda na restauração do meio alcalino e/ou atuam como uma barreira contra a entrada de oxigênio, umidade, cloreto e gás carbônico. A eficácia desses materiais dependerá da correta aplicação e aderência entre eles. 
Figura 16- Materiais e Sistema de reparo.
Fonte: Andrade, 1992
2.7.2.7 Revestimento e Pintura
E por fim, recomenda-se a aplicação de uma pintura ou revestimento afim de minimizar a entrada de gases ou outros agentes agressivos que podem desencadear uma nova corrosão ou outras patologias futuramente. Porém, Andrade (1992) alerta que devesse certificar que todo o material deteriorado foi eliminado e que não haja umidade residual pois com a presença de algum resquício, uma nova patologia poderá ser gerada.
2.8 Monitoramento das Edificações Restauradas
Após a finalização dos procedimentos de reparo aconselha-se o monitoramento periódico da edificação. Pois dependendo das causas e dos fatores inerentes presentes no meio em que a estrutura está inserida pode ocorrer novas formações de corrosão principalmente nas regiões aonde não foram restauradas. Apesar de Andrade (1992) salientar que a prática do monitoramento é mais relevante em ambientes com possíveis ataques de cloreto, acredita-se que a observação visual da estrutura durante os anos pode ser bastante para útil para identificação precoce de novas patologias, evitando dessa forma gastos mais elevados com manutenções futuras. 
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho contempla estudos em 2 edificações nos municípios de Bocaiúva e Montes Claros – MG, respectivamente. Foram realizadas vistorias nos locais, ensaios e análises nas estruturas para posteriormente serem sugeridos métodos corretivos contra as patologias apresentadas. 
Situação 01- Estação Ferroviária de Bocaiúva
Inaugurada em 1925, a Estação Ferroviária de Bocaiuva tinha como objetivo se ligar a malha E. F. Bahia-Minas. Foi tida como uma das maiores estações do interior do estado, porém com os anos foi perdendo a sua utilização. Após décadas de abandono, em 2012 os prédios pertencentes ao patrimônio histórico passaram por uma reforma para se tornar o Complexo Cultural e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva (MPMG, 2018; GIESBRECHT, 2018).
A edificação em estudo (Figura 17) é um antigo galpão construído alguns anos após a inauguração da estação e era onde se realizavam as manutenções dos trens. Atualmente, o local da estrutura funciona como uma quadra esportiva para o Complexo Cultural e Turístico e foi escolhida como um dos objetos de estudo por apresentar diversas patologias dentre elas a corrosão.
Figura 17 – Complexo Cultura e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva. 
Fonte: Autoria própria (2017) 
Situação 02- Edifício Residencial Multifamiliar
O Edifício em estudo se localiza no Centro da Cidade de Montes Claros, com idade por volta de 20 anos e apresenta 8 apartamentos dispostos em 4 andares mais o subsolo que se encontra a garagem. As patologias podem ser observadas na laje da garagem, mais especificamente sobre um dos banheiros do primeiro pavimento da edificação. 
As informações foram coletas pelos moradores e foram feitos registros fotográficos das anomalias em estudo. Segundo os entrevistados, a patologia se agravou nos últimos 3 anos. A Figura 18 mostra local estudado.
Figura 18 - Armadura exposta do Edifício Residencial Multifamiliar
Fonte: Autoria própria (2017)
3.1 Diagnóstico
3.1.1 Exame Visual
No primeiro momento realizou-se a inspeção visual de toda a estrutura da edificação, identificando preliminarmente os possíveis fatores desencadeadores das patologias e as suas consequências.
Segundo Andrade (1992), deve-se observar umidades, manchas de corrosão, destacamentos de concreto, empolamento de acabamento e expansões. Se faz necessário também a medição do diâmetro das armaduras e a identificação da morfologia da corrosão. 
3.1.2 Determinação da Classe de Agressividade do Ambiente
Para a determinação da agressividade do ambiente foi tomado como parâmetro a classificação da ABNT NBR 6118:2014 que se encontra no presente trabalho no tópico 2.1, nas tabelas 1 e 2. 
3.1.3 Espessura do Cobrimento de Concreto e Característica da Armadura
Primeiramente, este ensaio busca determinar a espessura do cobrimento do concreto para verificar da sua conformidade com a norma ABNT NBR 6118:2014. Como já foi discutido neste trabalho, o cobrimento é um fator decisivo para a durabilidade da estrutura em geral. Para a realização dessa etapa do ensaio, faz-se necessário o auxílio de uma régua para medição do cobrimento nas regiões na qual há armaduras expostas. 
Em seguida, averiguou-se algumas características da armadura: se houve perda de seção e danos a nervuras. Para a realização desta etapa se fez necessário o auxílio do paquímetro.
3.1.4 Ensaio com Fenolftaleína
A presença da carbonatação no concreto pode acarretar na despassivação da armadura. Neste sentido, se torna indispensável a sua verificação da formação e da profundidade.
Os ensaios com fenolftaleína indicam o pH do concreto, a análise do exame é feita visualmente através da coloração do concreto ao reagir com a solução. Para pH iguais ou superiores a 9,5 o concreto ficará róseo-avermelhada, e para valores inferiores ficará incolor.
Portanto, fraturou-se o cobrimento do concreto em uma pequena região na direção ortogonal à superfície do componenteestrutural em estudo até a armadura. Imediatamente após a fratura, borrifou-se a solução de fenolftaleína no teor de 1% em diluições em solução 1:1 de água destilada e álcool etílico. Após 2 minutos aferiu-se a profundidade e realizou registros fotográficos.
3.1.5 Software CARAMBOLA
Através de estudos e comparação de metodologias, Carmona (2005) desenvolveu um software denominado CARAMBOLA com base no método de cálculo desenvolvido por Helene (1997) que consegue estimar de forma probabilística ou determinística o período que levará para a carbonatação atingir a armadura. O software é disponibilizado pelo site www.stores.tqs.com.br de forma gratuita. A Figura 19 apresenta a tela inicial do programa onde são inseridos a resistência característica do concreto (fck), tipo de cimento, o cobrimento do elemento estrutural e o Teor de do ambiente. Na mesma tela já são informados os resultados com tempo de despassivação. Carmona (2005) ressalva que o programa não leva em consideração a presença de revestimento e pinturas, se tornando este um limitante do método de cálculo. Porém, o software serve como base para estudos de estimativa e comparação com as estruturas reais. 
 
Figura 19 – Layout do Software CARAMBOLA.
Fonte: Carmona, 2005.
Calculou-se o tempo de despassivação da armadura através dos valores mínimos recomendados pela norma ABNT NBR 6118:2014. Em Seguida, recalculou alterando apenas o cobrimento, admitido o valor da menor espessura encontrada nas aferições. Por fim, comparou-se os dois resultados gerado pelo software CARAMBOLA e os resultados do ensaio com 1% de fenolftaleína.
Para teor de estimou-se com base nas pesquisas de Helene (1986) apud Carmona (2005), pois se tornaria inviavel realizar um estudos para se determinar uma média do teor de dioxido de carbono do ambiente por toda a vida útil da estrutura. Portanto, tem-se os seguintes parâmetros: 0,03 a 0,05% para atmosferas rurais; 0,1 a 1,2% para atmosferas de tráfego intenso; 1,8% para atmosferas viciadas. Helene (1986) sugere ainda que para áreas urbanas pode-se adotar 0,06%.
3.2 Método de Reparo
Segundo Ribeiro e Cunha (2014), é imprescindível a determinação dos fatores que provocaram a corrosão, pois só assim será determinada a técnica de restauração mais eficaz e economicamente apropriada. Diante deste fato, e de acordo com as análises colhidas através do diagnóstico tem-se maiores embasamentos para sugerir qual método seria o mais viável para a restauração das estruturas apresentadas no presente trabalho.
A intensidade da corrosão e a extensão a ser restaurada foram levados em consideração. Bem como a necessidade de reforço e/ou proteção para a armadura e concreto. Analisou-se também através da bibliografia estudada, qual método apresentava melhores resultados de restauração de acordo com as características das estruturas estudadas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Estação Ferroviária de Bocaiúva
Avaliação das Patologias
Foi realizada uma vistoria no local da edificação que se verificou manifestações patológicas visíveis em todos os 18 pilares e as 27 vigas da estrutura. Para auxilio no exame visual utilizou-se uma máquina fotográfica para as áreas de difícil acesso. Conforme podemos ver na Figura 20 e 21, constatou-se as seguintes anomalias: trincas, manchas, desplacamento e corrosão aparente.
Figura 20 – Anomalias da estrutura da situação 1: manchas, trincas, desplacamento e corrosão aparente.
Fonte: Autoria Própria, 2018.
Figura 21 – Patologias na viga da situação 1
Fonte: Autoria Própria, 2018.
Com base na classificação da norma da ABNT NBR 6118:2014 tratada no ítem 2.1 deste trabalho, o local da estrutura é identificado como classe de agressividade II. Admitindo desta forma cobrimento mínimo para pilares e vigas de 3cm. Em seguida, analisou o cobrimento in loco da estrutura, principalmente nas regiões aonde há desplacamento. Observou-se que há uma grande variação de espessura, inclusive na mesma peça estrutural. Os cobrimentos vão de 1cm até 4cm. E em outras regiões é inexistente por conta da degradação do concreto.
Com o auxílio do paquímetro, foram averiguados os diâmetros das armaduras dos pilares e vigas, com o objetivo de verificar se houve perda de seção significativa por conta da corrosão. Examinou-se também a integridade das nervuras das barras de aço, pois como visto no item 2.4.2.3 a perda da nervura pode acarretar em situações graves de instabilidade da estrutura. Através das aferições constatou-se os seguintes itens (Figura 22):
há um severo processo de corrosão generalizada nas barras de aço em todos os elementos estruturais;
há perdas significativas de seção da armadura nos pilares e nas vigas analisadas;
em todas as barras de aço verificadas houve comprometimento das nervuras;
há rompimento de estribos nos pilares;
e consequentemente, perda da capacidade mecânica das armaduras analisadas.
Figura 22 – Armadura corroída com expansão do aço, danos nas nervuras, rompimento do estribo, perda de seção e na capacidade mecânica do aço no pilar da situação 1 (A) e (B).
Fonte: Autoria Própria, 2018.
Posteriormente, houve a investigação da profundidade da carbonatação através da solução de 1% de fenolftaleína. Este ensaio foi realizando em 5 pilares e 1 viga, e obteve como resultado uma profundidade maior que o cobrimento nos 6 elementos analisados, conforme a Figura 23 (A), desta forma podemos afirmar que a carbonatação foi um dos fatores que auxiliou o desenvolvimento da corrosão. Na Figura 23 (B) pode-se verificar que em um dos pilares analisados o concreto ainda apresenta resquícios pH alcalino, porém a frente carbonatada já havia chegado na armadura. Não foi realizado este ensaio nas vigas centrais por conta da sua altura que dificultou o seu acesso.
Figura 23 – Ensaio com 1% de fenolftaleína na situação 1: concreto totalmente carbonatado (A) e com resquícios de alcalinidade (B).
Fonte: Autoria Própria, 2018
Por fim, comparou a atual situação da estrutura com os resultados obtidos no software CARAMBOLA. Primeiro, admitiu-se o uso de cimento tipo CPI e valores mínimo segundo a atual norma ABNT NBR 6118:2014 para o cobrimento e a resistência característica do concreto (fck). E com base nas pesquisas de Helene (1986), considerou-se também 0,05% de teor de no ambiente. Visto que não houve um estudo sobre a concentração média de dióxido de carbono durante os anos no local que se encontra o objeto de estudo. Como resultado, o software calculou de forma deterministica que iria demorar 114,7 anos para a carbonatação atingir a armadura (Figura 24(A)). 
Depois, verificou o tempo de estimativa da despassivação alterando apenas o valor do cobrimento. Utilizou-se a menor espessura encontradas nas aferições feitas na estrutura (1cm). Gerando, dessa forma, como resultado uma idade de 12,7 anos (Figura 24 (B)). Ou seja, podemos concluir que o cobrimento indevido nos elementos estruturais tem grande relevância na velocidade da despassivação e por consequência na velocidade da aparição da corrosão das armaduras. 
 
Figura 24 – Resultados do Software CARAMBOLA para a situação 1 com cobrimento iguais a 3cm (A) e 1cm (B).
Fonte: Autoria Própria, 2018
Como comprovado nos ensaios e pelo software CARAMBOLA, a carbonatação do concreto atingiu a armadura antes do esperado. Fatores como: idade da edificação, presença de trincas e rachaduras, falta de manutenção e principalmente pelo cobrimento indevido proporcionaram na despassvação precoce do aço. 
Proposta de Reparo
A alternativa de reparo sugerida é a convencional que está descrito no ítem 2.7.2. pois é a método que se encontra mais viável por conta da grande extensão a ser reparada e por apresentar melhores resultados nas estruturas reais e com corrosão e carbonatação mais intensa quando se comparado com a realcalinização. Para a elaboração do projeto de restauração deve-se que respeitar as formas dos pilares e vigas, por se tratar de uma edificação tombada pelo patrimônio histórico. Além disso,segundo os ensaios realizados, há necessidade de reforço em alguns pontos da estrutura. Aconselha-se também a aplicação de produtos de proteção contra a formação de novas deteriorações como por exemplo a proteção catódica com liga de ZAI (zinco, alumínio e índio), que parte do princípio do metal de sacrifício e já no concreto sugere-se a aplicação de produtos à base de siloxanos hidrofugantes que funciona como bloqueadores de poros ou tintas à base epóxi que é um formador de películas. 
O uso de Polímeros reforçado com fibras de carbono se torna uma boa opção para o reforço da estrutura. Esse tipo de sistema proporciona um aumento na resistência à compressão, flexão e cisalhamento, além de não agredir a arquitetura da edificação. Porém apresenta custos mais elevado quando se comparado com outros sistemas de reforço. Portanto, para a elaboração deste projeto exigira maiores estudos para que seja dimensionado de forma econômica e estruturalmente mais eficiente. Na figura 25 ilustra um exemplo de aplicação deste método em uma viga e um pilar. 
 
Figura 25 – Exemplo de aplicação do reforço com Fibra de Carbono na viga (A) e pilar (B).
Fonte: Disponível em http://www.diprotec.com.br/produto/fibra-de-carbono/
Acesso em: 20/06/2018
Outro ponto significativo é a nova finalidade que o espaço poderá desempenhar. Com base na proposta elaborada por Faria (2009), através do novo projeto arquitetônico em conjunto com o projeto de restauração e reforço, o local estudado serviria como auditório para o Complexo Cultural e Turístico da Estação Ferroviária de Bocaiuva, sendo desta forma mais útil para a proposta do espaço.
4.2 Edifício Residencial Multifamiliar
Avaliação das Patologias
Antes da realização da vistoria, primeiro foi necessário entrar em contato com os residentes do edifício para verificar o histórico das patologias ocorridas no local de estudo e pedir permissão para a realização da avaliação. De acordo com a entrevista com os moradores, houve vazamentos na laje em estudo decorrente das instalações hidrossanitárias do banheiro do apartamento acima da garagem. Em seguida, foi realizada o exame visual identificando manchas de umidade e armaduras expostas com corrosão bastante avançada (Figura 26).
Figura 26 – Corrosão aparente na laje da situação 2
Fonte: Autoria Própria, 2018
Posteriormente, comparou-se o cobrimento segundo a norma ABNT NBR 6118:2014 e o cobrimento in loco com o auxílio de uma régua. A edificação se encontra na classe II da classificação de agressividade, logo o cobrimento mínimo é de 2,5cm. Por outro lado, o cobrimento real da laje é inexistente em algumas regiões conforme podemos ver na Figura 27, e em outros pontos constatou-se um cobrimento de 1cm. Desta forma, deixando a armadura totalmente vulnerável ao processo de corrosão.
Figura 27 – Cobrimento indevido na laje da situação 2.
Fonte: Autoria Própria, 2018
Através das armaduras expostas, verificou-se as características físicas do aço. Conforme a Figura 28, como decorrência da oxirredução observou-se que houve perda de seção, danificação das nervuras e comprometimento da sua capacidade mecânica.
Figura 28 – Armaduras danificadas pela Corrosão na situação 2.
Fonte: Autoria Própria, 2018
Em seguida, realizou-se o ensaio com a solução de 1% de fenolftaleína. Porém, por conta da instabilidade da estrutura o ensaio foi feito de forma mais branda. Foi realizado em 3 regiões da laje retirando apenas um pequeno pedaço do cobrimento já trincado e parcialmente soltos. E como resultado verificou-se a presença da carbonatação em grande parte das áreas analisadas, ilustrado na Figura 29 (A), e em uma outra pequena região constatou-se que o concreto apresentava resquícios de alcalinidade, conforme a Figura 29 (B).
Figura 29 – Ensaio com solução de 1% de Fenolftaleina na situação 2: Concreto Carbonatado (A) e com resquício de alcalinidade (B).
Fonte: Autoria Própria, 2018
Por fim comparou a situação real que se encontra o elemento estrutural com a estimativa de quantos anos levaria para a carbonatação atingir a armadura se tivesse seguido os requisitos mínimos da norma ABNT NBR 6118:2014 através do software CARAMBOLA. Para isso, considerou-se o cobrimento mínimo exigido de 2,5cm, fck de 25MPa, do cimento tipo CPI e teor de igual a 0,1%. Em seguida, alterou-se apenas o valor do cobrimento mínimo segundo a norma para o valor da obtido pela aferição realizada in loco.
Assim como na situação 1, o resultado gerado pelo cálculo do programa apontou que houve aceleração da despassivação da película protetora do aço, já que o edifício estudado apresenta uma idade por volta de 20 anos e segundo o software (Figura 30 (A)), demoraria 39,8 anos para a carbonatação atingir a armadura caso o elemento estrutural obedecesse às recomendações mínimas da norma ABNT NBR 6118:2014. Em contrapartida para o cobrimento real da estrutura a carbonatação atingiu a armadura em 6,4 anos (Figura 30 (B)).
 
Figura 30 – Resultados do Software CARAMBOLA para a situação 2 para cobrimento iguais a 2,5cm (A) e 1cm(B).
Fonte: Autoria Própria, 2018
Como conclusão do diagnóstico realizado pode-se afirmar que apesar de jovem o processo de corrosão, a anomalia resultou em graves consequências as barras de aço. Pelo ensaio da solução de 1% de fenolftaleína verificou-se a presença da carbonatação, que era um resultado esperado visto que a garagem está no subsolo do prédio e há grandes chances de se ter uma concentração mais elevada de dióxido de carbono por conta dos automóveis. 
Porém, a corrosão só se sucedeu pela umidade na área gerada pelo vazamento das tubulações no apartamento de cima. Como visto no item 2.4.3 que o teor de umidade é o principal fator que influencia na velocidade da oxirredução do aço. Resultando desta forma em uma corrosão generalizada com sérios danos a estrutura. Outro ponto a se destacar é um possível ataque de cloreto sobre o concreto visto que houve vazamentos oriundas das tubulações de esgoto. Fazendo necessário a realização do ensaio de determinação do teor de cloreto para a sua confirmação.
Proposta de Reparo 
Diante disto, a proposta de reparo sugerida para este caso é o método convencional, descrito no ítem 2.7.2. pela sua simples execução e eficiência. Porém, deverá ter algumas ressalvas: primeiramente, deve-se certificar a correta instalação e vedação das atuais tubulações afim de prevenir novos vazamentos. Outro ponto é realizar um projeto de restauração para aumentar a espessura do cobrimento ou aplicar um primer à base epóxi com zinco como forma de proteção visto que não há atendimento do cobrimento mínimo estabelecido pela ABNT NBR 6118:2014. Tornando necessário também a elaboração de um projeto de reforço estrutural pois boa parte das armaduras expostas estão em estado grave de corrosão, resultando na perda completa da função mecânica daquelas barras. Como alternativa poderá ser realizado o reforço com chapas metálicas juntamente com auxílio de chumbadores e adesivos epóxis para melhor aderência. A Figura 31 ilustra uma situação de aplicação desse tipo de reforço em uma laje. 
Figura 31 – Exemplo de reforço com chapa metálica na laje.
Fonte: ZUCCHI, 2015
Após a finalização dos métodos de reparo, deverá manter uma rotina de observação visual como forma de identificação de possíveis novas patologias. E também deve-se realizar manutenções periódicas conforme o projeto de reforço e os fabricantes dos produtos inibidores da corrosão aplicados. Pois geralmente as soluções utilizadas tem uma vida útil limitada, na ordem de 5 anos, segundo Helene (1986). 
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentou duas situações de corrosão generalizada em edificações com idades distintas, a primeira com cerca de 80 anos e a segunda por volta de 20 anos, com o objetivo de se realizar o diagnóstico, em seguida dá o parecer técnico quanto as causas e consequências das anomalias e por fim sugerir medidas de reparo. 
Através dos estudos, pode-se confirmar a correlação entre

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