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Sumário
1	INTRODUÇÃO	2
2	OBJETIVOS	3
2.1	Objetivo Geral	3
2.2	Objetivos Específicos	3
3	REFERENCIAL TEÓRICO	4
3.1	Conceito de patologias das edificações	4
3.2	Tipos de patologia	5
3.3	Infiltrações	6
3.4	Corrosão de Armadura	7
3.5	Fissuras, trincas e rachaduras.	8
3.6	Causas e origens das patologias	9
3.7	Patologias Oriundas de Projeto	9
3.8	Planejamento	10
3.9	Uso	10
3.10	Materiais utilizados	11
3.11	Execução	11
3.12	Vida útil e Durabilidade	12
4	METODOLOGIA	13
4.1	Área de estudo	13
4.2	Coleta de dados	14
4.3	Análise dos dados	15
5	RESULTADOS E DISCUSSÃO	21
6	CONCLUSÕES / CONSIDERAÇÕES FINAIS	25
7	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	26
8	ANEXOS / APÊNCICES	28
1 INTRODUÇÃO
As patologias são bastante recorrentes nas obras civis, com o aumento significativo de construções, com a racionalização e a velocidade de execução de obras, certos cuidados não são tomados, consequentemente esse ritmo acelerado resulta em defeitos nas construções.
DEGUSSA (2008) entende patologia como parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis e à terapia cabe estudar a correção e a solução desses problemas patológicos, inclusive aqueles devidos ao envelhecimento natural.
O termo patologia é usado na engenharia para definir causas e origens das manifestações patológicas, que é resultado de um mecanismo de degradação. Pode- se citar como principais causas de patologias os erros de projeto, falha de execução, qualidade de materiais, má utilização e falta de manutenção.
 As patologias são problemas evolutivos e tendem a piorar com o passar do tempo, a falta de inspeção e manutenção faz com que pequenas manifestações patológicas, de baixo custo, evoluam para situações com alto custo de recuperação e grande insegurança estrutural. Diante disso se afirma que os problemas patológicos, quanto antes forem tratados serão mais duráveis, fáceis de execução e econômicos. 
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar as manifestações patológicas encontradas nas edificações públicas na região metropolitana do recife, descrever algumas definições de conceitos e casos encontrados nas edificações, por meio de analises, inspeções, diagnósticos e recuperação e soluções mais adequadas para seu tratamento.
2.2 Objetivos Específicos
· Apresentar tipos de patologias encontradas nas edificações públicas;
· Analisar principais incidências e frequências do aparecimento das manifestações e 
· Determinar processos de identificação, diagnostico e recuperação.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Conceito de patologias das edificações
De acordo com RIPPER et al. (1998), a patologias das estruturas é denominada como “um novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestações, consequências e mecanismo de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas. ”
Sabe- se que a finalidade da patologia estrutural é encontrar explicações técnicas e cientificas para as irregularidades encontradas no comportamento das estruturas. Isso pode ocorrer na fase de construção, durante a execução dos serviços, podendo determinar as consequências em relação a segurança e a confiabilidade da obra, analisando qual a decisão mais correta e segura quanto à utilização posterior das estruturas em análise. (MACHADO, 2002).
Ainda, conforme PERES (2001), o termo patologia divide-se em duas ciências destinadas a prevenir e solucionar problemas em edificações:
• Patologia das Construções: estuda origens, causas, mecanismos de ocorrência bem como manifestações e consequências quando uma edificação não demonstra mais o desempenho esperado. 
• Terapia das Construções: são estudos que tratam da correção dos problemas detectados. 
Para Helene (1992) patologia é a parte da engenharia destinada aos estudos de sintomas, causas e origens de defeitos nas construções.
3.2 Tipos de patologia 
Segundo Cavalheiro (1995), as patologias podem dividir-se em:
• Patologia das fundações; 
• Patologia das instalações;
• Patologia dos revestimentos;
• Patologia das estruturas;
• Patologia das alvenarias; 
• Outras.
Peres (2001) apud Ioshimoto (1994), como uma classificação mais ampla, e mais utilizada:
•Umidade;
• Fissuras e trincas; e 
• Descolamento de revestimento.
Conforme a figura abaixo, uma representação da frequência de patologias mais encontradas nas edificações. 
Figura 1: Incidência de patologias mais frequentes. 
Fonte: Silva; Pimentel; Barbosa, 2003
3.3 Infiltrações
Conforme Verçoza apud Souza (2008), a umidade não é apenas uma causa de patologias, ela também age como um meio necessário para ocorram grande parte das patologias em construções.
De acordo com Ripper (1996), a umidade é o maior inimigo das construções e da saúde de seus ocupantes. É justamente contra este mal que não se tomam muitos cuidados nas obras, por falta de conhecimento das soluções corretas ou por falta de senso de responsabilidade, partindo-se para soluções mais baratas, mesmo por simples negligência do pessoal encarregado da execução.
Têm-se as seguintes origens as umidades nas construções, conforme VERÇOZA (1991):
• Trazidas durante a construção;
• Trazidas por capilaridade;
• Trazidas por chuva;
• Resultantes de vazamentos em redes hidráulicas;
 • Condensação.
Figura 2: Origem da umidade nas construções 
Fonte: Adaptado de Klein apud Souza, 2007.
3.4 Corrosão de Armadura
A corrosão pode ser definida como a interação destrutiva ou a interação que implique inutilização para uso, de um material com o ambiente, seja por reação química, ou por eletroquímica (CASCUDO, 1997).
Figura 3 - Tipos de corrosão e fatores que provocam 
 Fonte: CASCUDO, 1997, p.19
3.5 Fissuras, trincas e rachaduras.
Geyer (2007) destaca que em todas as construções, que tem suas estruturas executadas em concreto, podem ocorrer fissuras. Segundo Vitório (2003), Um dos sintomas mais comuns é o aparecimento de fissuras, trincas, rachaduras e fendas.
· Fissura é uma abertura em forma de linha que aparece nas superfícies de qualquer material sólido, proveniente da ruptura sutil de parte de sua massa, com espessura de até 0,5mm [...]. 
· Trinca é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de sua massa, com espessura de 0,5mm a 1,00mm [...]. 
· Rachadura é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, podendo-se “ver” através dela e cuja espessura varia de 1,00mm até 1,5mm [...]. 
· Fenda é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, com espessura superior a 1,5mm (VITÓRIO, 2003, p. 25).
Figura 4- Classificação de fissuras
Fonte: Site - http://somos.ufmg.br
3.6 Causas e origens das patologias
Conforme HELENE (2003), o processo de construção e uso pode ser dividido em cinco etapas: planejamento, projeto, fabricação dos materiais e componentes fora do canteiro, execução e uso.
Figura 5 - Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis 
FONTE. HELENE, 2003, p. 25
As causas das patologias da construção civil podem ser externas, quando os agentes causadores não são gerados por erros humanos, decorrência de agentes nocivos do meio ambiente, ou interna, são as que têm origem durante o processo construtivo (CREMONINI, 1988) e podem ser subdivididas em três: 
· Congênitas: originárias na fase de planejamento e projeto. 
· Construtivas: originárias na etapa de construção, por falta de qualidade de materiais ou mão de obra qualificada. 
· Uso: decorrentes do uso inadequado da estrutura projetada e da falta de realização de manutenção. 
3.7 Patologias Oriundas de Projeto
De acordo com SOUZA & RIPPER (1998) as falhas ocorridas durante as primeiras fases, são as responsáveis por deixar o custo da obra mais oneroso e por causar maiores transtornos relacionado à obra. Ou seja, na construção civil, quanto mais precoceocorrer à falha mais complexa será a solução. Quanto antes detectado a falha, maior será a facilidade para a solução, a menores custos.
CÁNOVAS (1988) alerta para o fato de que a ausência de um projeto de boa
Qualidade implica em modificações em obra, podendo acarretar de modo assustador o cometimento de erros durante a execução.
3.8 Planejamento 
Segundo AMARAL (2006), o planejamento anterior à execução da obra é muito importante, no início ele interfere 85% (oitenta e cinco por cento) do custo do produto final. No início ocorrem escolhas e determinações dos processos, outros 15% (quinze por cento), estão relacionados a outras definições e decisões tomadas depois da fase inicial do projeto.
CÁNOVAS (1988) alerta para o fato de que a ausência de um projeto de boa qualidade implica em modificações em obra, podendo acarretar de modo assustador o cometimento de erros durante a execução. O mesmo autor lembra ainda que: A patologia na execução pode ser consequência da patologia de projeto, havendo uma estreita relação entre elas; isso não quer dizer que a patologia de projeto sendo nula, a de execução também o será. Nem sempre com projetos de qualidade desaparecerão os erros de execução. Estes sempre existirão, embora seja verdade que podem ser reduzidos ao mínimo caso a execução seja realizada seguindo um bom projeto e com uma fiscalização intensa. 
3.9 Uso 
Muitas patologias que surgem durante a fase de utilização são originadas pelos usuários, através de diversos fatores como: sobrecargas não previstas no projeto, alterações estruturais indevidas em função de reformas, utilização de produtos químicos com agentes agressivos, falta de programações de manutenção adequada, falta de inspeções periódicas para detecção de sintomas patológicos, danificação de elementos estruturais por impactos, erosão por abrasão, retração do cimento, excesso de deformação das armaduras (PINA, 2013).
3.10 Materiais utilizados 
 PIANCASTELLI (2005) argumenta, que construtoras fazem uso de materiais de baixa qualidade, de forma inescrupulosa ou não, a fim de obter uma economia no orçamento da obra, ou podem empregar materiais de modo impróprio em virtude de falta de conhecimento técnico. O autor argumenta também que a utilização de materiais “similares” àqueles especificados no projeto, muitas vezes, não apresentam o mesmo desempenho requerido para a função a que se destinam.
 	O êxito na utilização dos materiais na construção se dará mediante a adoção de um sistema de controle de qualidade que contemple os processos de escolha, aquisição, recepção e aplicação dos mesmos, conforme ensinam SILVA & COSTA JÚNIOR (2010).
3.11 Execução
Durante a etapa de execução do projeto, os problemas na maioria das vezes são relacionados à qualidade da mão de obra, a falta de treinamento e qualificação dos operários. Dito isso, é evidente a necessidade de treinamento dos operários, tendo em vista que a relação custo benefício é relativamente boa, o treinamento de equipes para a execução de serviços específicos do processo, agiliza e otimiza a perda de materiais (SILVEIRA et al., 2002).
Já de acordo com VIEIRA (2008), diversas empresas, com o objetivo de tornar-se mais competitiva, criaram alternativas para aumentar a velocidade das suas obras. Para tanto, reduziram o período de execução da estrutura, do intervalo de escoramento de elementos estruturais e antecipação do início das alvenarias, entre outros.
A ausência de normatização de diversos materiais e procedimentos, acrescida à falta de fiscalização daqueles já normalizados por parte dos profissionais e responsáveis técnicos, mostra-se de grande importância à contribuição para o não surgimento de patologias, deve haver então, a conscientização de engenheiros no que tange ao controle de qualidade dos materiais e processos construtivos (SILVEIRA ET al., 2002).
3.12 Vida útil e Durabilidade
Outro termo importante que é necessário caracterizar é “vida útil”. A estrutura, ao decorrer de sua vida útil, estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques. Isto leva a definir “vida útil” como o tempo que a estrutura conserva seus índices mínimos de resistência e funcionalidade. Prolongar este tempo ao máximo é um dos desejos de quem trabalha com construções de edificações (HELENE, 2011).
A vida útil da construção como um todo depende igualmente do comportamento dos elementos estruturais de concreto armado e dos demais componentes incorporados à estrutura, porém, sem função estrutural (BRANDÃO, 1999).
4 
METODOLOGIA
4.1 Área de estudo
Edifício da Secretaria de Recursos Hídricos, situado a Av. Cruz Cabugá Nº 1111, Bairro de Santo Amaro, no município de Recife, no Estado de Pernambuco (Figura 7), a qual realiza recuperação e manutenção de barragens, possui um controle operacional de barragens para contenção de cheias na região metropolitana do recife, junto com a Compesa, desenvolve estudos hidrológicos, projetos de engenharia para abastecimento de água, esgotamento sanitário e macrodrenagem. 
 
Figura 06- Mapa de localização da Secretária de Recursos Hídricos. 
Fonte: Google Earth
4.2 Coleta de dados
Os dados foram obtidos através de informações do ITEP, da SAD- secretária de administração do governo de Pernambuco e por pesquisas bibliográficas, analisando e comparando os resultados obtidos, para aperfeiçoar o conhecimento sobre patologias.
Foram analisados pilares que apresentavam manifestações patológicas, visíveis característica de oxidação das armaduras, fissuras na direção da armadura e destacamento do revestimento cerâmico. 
Figura 7- Vista da manifestação patológica do pilar dois devido à oxidação da armadura 
Fonte: ITEP 2014
Foi detectada a necessidade de ser realizada uma inspeção detalhada, principalmente com a utilização do ensaio de potenciais de corrosão, com o objetivo de diagnosticar a existência ou não da probabilidade de corrosão ao longo do corpo do pilar. A realização do referido ensaio é importante para a determinação da correta abrangência do processo de recuperação estrutural.
Foram realizados ensaios tecnológicos, para determinar a Resistência Característica do Concreto à Compressão (Fck) estimado com o uso do Esclerômetro. 
A avaliação da dureza superficial do concreto, com esclerômetro de reflexão, é um ensaio não-destrutivo, prescrito pela ABNT - NBR 7584 (1995), sendo aplicável na verificação da uniformidade do concreto e na estimativa da sua resistência a compressão, fornecendo um importante parâmetro para analisar a qualidade do concreto. A partir dos resultados de esclerometria, podem-se identificar áreas de interesse para avaliações mais detalhadas. Desta forma, foi realizado o ensaio de esclerometria nos pilares dois e três. No ensaio foi empregado o esclerômetro de reflexão do tipo Schmidt analógico. Com relação aos resultados obtidos pela estimativa da resistência através do ensaio de esclerometria, devem-se levar em consideração os efeitos da carbonatação, que torna a superfície do concreto mais dura. A carbonatação incrementa os resultados, devendo-se aplicar o fator de minoração. Os ensaios realizados apresentaram índice esclerométrico igual a 32 para os pilares dois e três. Este índice corresponde a uma resistência à compressão de 24 Mpa (Mega Pascal).
4.3 Análise dos dados
O método de avaliação do potencial de corrosão compreende o uso de um eletrodo de referência acoplado a um voltímetro de alta impedância. Dessa forma, é necessário que se tenha um eletrodo de referência (geralmente de cobre/sulfato de cobre) em relação aos quais os potenciais são referenciados. A rigor, o que se tem é o registro, em determinados pontos da estrutura, de uma diferença de potencial (ddp) entre um eletrólito instável (sistema aço/concreto) e outro estável, que é o eletrodo de referência.
Mesmo tendo as armadurasdos pilares despassivadas, conforme indicado no ensaio visual, mostrado na figura oito, o ensaio de potencial corrosivo foi necessário para se determinar a extensão desta patologia. Os resultados destes ensaios comprovaram a oxidação da maioria das armaduras ensaiadas, que podem ser vistas nas figuras seguintes.
Figura 8- Gráfico do potencial de corrosão do pilar um, na posição um. 
Fonte: ITEP
Figura 9 - Gráfico do potencial de corrosão do pilar um, na posição dois. 
Fonte: ITEP
Figura 10- Gráfico do potencial de corrosão do pilar dois, na posição um.
 Fonte: ITEP
Figura 11– Gráfico do potencial de corrosão do pilar dois, na posição dois. 
Fonte: ITEP
Figura 12- Gráfico do potencial de corrosão do pilar três, na posição um.
 Fonte: ITEP
Figura 13- Gráfico do potencial de corrosão do pilar três, na posição dois. 
Fonte: ITEP
Figura 14- Gráfico do potencial de corrosão do pilar quatro, na posição um. 
Fonte: ITEP
Figura 15 – Gráfico do potencial de corrosão do pilar quatro, na posição dois.
Fonte: ITEP
Dos testes realizados, através de ensaios de potencial galvanômetro, foi constatada a existência de potencial elétrico acima de - 350mV, isto comprova a existência de um processo de oxidação das armaduras dos pilares vistoriados. Constatou-se que as ferragens estão despassivadas, principalmente na região do pé do pilar, a 60 cm e a 1,30 m de altura. Tendo-se com causas prováveis desta patologia a espessura de apenas 1 cm no cobrimento das ferragens, o ambiente marinho (corrosão induzida por cloretos) muito próximo e o grande fluxo de veículos nas ruas e avenidas próximas a edificação (corrosão induzida por carbonatação).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O meio ambiente onde fica o Edifício da Secretaria de Recursos Hídricos pode ser classificado como meio ambiente marinho devido à proximidade do mar. O Edifício em questão está sofrendo influência da zona de atmosfera marinha. Nesta zona, as estruturas não estão em contado direto com a água do mar, mas os ventos podem carregar uma quantidade razoável de sais, podendo formar depósitos salinos na superfície do concreto. Os sais, como por exemplo, os cloretos, são carregados na forma de partículas sólidas ou como gotas de solução salina, onde interagem com os ciclos de molhagem e secagem da superfície da estrutura. A zona de atmosfera marinha tem como principal mecanismo de degradação a corrosão das armaduras pela ação dos íons cloreto. 
No concreto armado, a absorção de sal cria regiões anódinas e catódicas, resultando em uma ação eletrolítica que leva à corrosão das armaduras, de modo que, os efeitos da água do mar são mais sérios no concreto armado de que no concreto simples. É preciso dotar as armaduras de cobrimento suficiente e utilizar concretos densos e impermeáveis (NEPOMUCENO, 1982).
Devido a essas características do ambiente do Edifício da Secretaria de Recursos Hídricos, por se enquadrar no ambiente marinho na classificação geral do tipo de ambiente, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003), o mesmo se enquadra na classe de agressividade ambiental III, que possui ambientes de agressividade forte e grande risco de deterioração da estrutura.
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) para o Edifício que está locado no ambiente de classe de agressividade ambiental III os pilares de concreto armado devem ter 40 mm de cobrimento nominal. Foi observado in loco, nos pontos que existe o desplacamento do concreto e nos pontos onde o concreto foi removido para a inspeção e realização de ensaios na região próxima ao pé (base) do pilar (P2 e P4), que o cobrimento nominal possui pequena espessura e está variando em torno de 10 até 25 mm.
A forte agressividade do meio e as pequenas espessuras de cobrimento nominal são fatores preponderantes para uma acelerada deterioração da estrutura. 
O fato dos pilares do Edifício da Secretaria de Recursos Hídricos, estarem em um local anteriormente utilizado como estacionamento em lugar aberta, exposto, contribuiu para a deterioração desses elementos de concreto armado.
Como os pilares se situam em uma garagem, há nas suas proximidades, uma maior concentração de dióxido e monóxido de carbono (CO2 e CO). Esses gases são altamente agressivos as estruturas, pois possibilitam a reação com elementos alcalinos presentes no concreto, proporcionando a diminuição do pH do concreto de valores em torno de 12,5 para 8. A redução do pH causa a despassivação do aço criando um ambiente propício para a iniciação da corrosão da armadura. 
Constatou-se que a principal manifestação patológica encontrada nos pilares é a corrosão das armaduras. Nas vistorias foi observada existência de armadura exposta em avançado processo de corrosão em um dos pilares internos (centrais). Na reação da corrosão acontece a expansão dos produtos da corrosão (ferrugem) causando uma força de tração no concreto, que tem uma baixa resistência tração, assim o concreto do cobrimento nominal destaca do elemento, no caso da parede, deixando a armadura exposta. Os danos causados pela corrosão são vários, como fissuração do concreto na direção da armadura, destacamento do cobrimento do aço, redução da seção da armadura e perda de aderência desta com o concreto, podendo ocorrer o colapso estrutural. 
O destacamento de parte do concreto indica que a armadura já está em avançado processo de corrosão. Foi observada a existência de armadura com grande perda de seção transversal.
Na inspeção realizada pelo ITEP foi feito o ensaio técnico de potenciais de corrosão em quatro pilares. Uma boa utilidade desse ensaio é o mapeamento dos valores de potencial de corrosão, pois tais mapas possibilitam a identificação de zonas comprometidas e com aço despassivado.
O potencial de corrosão pode identificar os locais com as condições termodinâmicas que viabilizam o início do fenômeno de corrosão eletroquímica das armaduras no concreto armado, ainda que esta corrosão não esteja manifestada de forma aparente na superfície da peça de concreto armado. 
Esse procedimento, que alia a interpretação de valores de potencial de corrosão com velocidade de corrosão, é atualmente o mais recomendável para o monitoramento da durabilidade das armaduras de estruturas de concreto armado.
O método de avaliação do potencial de corrosão compreende o uso de um eletrodo de referência acoplado a um voltímetro de alta impedância. Dessa forma, é necessário que se tenha um eletrodo de referência (geralmente de cobre/sulfato de cobre) em relação aos quais os potenciais são referenciados. A rigor, o que se tem é o registro, em determinados pontos da estrutura, de uma diferença de potencial (ddp) entre um eletrólito instável (sistema aço/concreto) e outro estável, que é o eletrodo de referência.
O êxito na utilização dos materiais na construção se dará mediante a adoção de um sistema de controle de qualidade que contemple os processos de escolha, aquisição, recepção e aplicação dos mesmos, conforme SILVA & COSTA JÚNIOR (2010).
Foi recomendado um reparo generalizado dos pilares para se combater a incompatibilidade eletroquímica (figura 16) 
Figura 16 - Incompatibilidade eletroquímica 
Fonte: HELENE(1996)
A recuperação generalizada dos pilares com a utilização de um processo tecnicamente recomendado está descrita a seguir:
· Remoção do revestimento cerâmico e do cobrimento de concreto das armaduras em toda extensão dos pilares;
· Limpeza e lixamento das armaduras de forma a possibilitar seu completo envolvimento com argamassa polimérica;
· Recompor as áreas afetadas com argamassa polimérica na consistência adequada a ser aplicada como massa de modelar, preenchendo toda área em torno das armaduras sem deixar vazios;
· Recomposição com graute do volume de concreto removido e aumento das áreas de suas seções transversais de forma a se obter um maior cobrimento das armaduras em todos os pilares. Segundo a NBR 6118 / 2003, recomenda-se que para ambiente marinho o cobrimento mínimo seja de 40 mm;
· Pintura elastomérica de todos os pilares para maior proteção das armaduras restauradas.
6 CONCLUSÕES / CONSIDERAÇÕES FINAIS
		
Osreparos nas regiões onde a incidência de corrosão tenha sido detectada devem ser realizados imediatamente, tendo como destaque os pontos que apresentaram fissuras e desplacamento do concreto. Portanto a realização dos reparos deve ser feita de forma consciente, pois quando estes reparos não são realizados com as técnicas e os materiais adequados, funcionam de forma contrária ao esperado, ou seja, ao invés de prolongarem a vida útil da estrutura, podem aumentar a velocidade de corrosão, levando ao colapso prematuro da estrutura.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, J. J. DE OLIVEIRA. Durabilidade das estruturas de concreto armado: análise das manifestações patológicas nas estruturas no estado de Pernambuco. Porto Alegre, 1997. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (RJ). Manutenção de
Edificações – Procedimento: NBR 5674/80. Rio de Janeiro, 1980.
Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/1102027/1245679048/name/NBR+ 5674+NB+595+-+Manutencao+de+edificacoes+-+Procedimento.pdf 
Acesso: Abril 2016.
BRASIL, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
CÁNOVAS, M. F. Patologia e terapia do concreto armado. São Paulo: PINI, 1988. 522p. 
CASCUDO, O. O controle da corrosão de armaduras em concreto: inspeção e técnicas eletroquímicas. São Paulo: PINI: UFG, 1997.
CORROSÕES DE ARMADURAS – INBRACON 2011 Disponível: http://www.padrao.eng.br/padrao/downloads/2001-IBRACON-Corrosao_de_armaduras.pdf
HELENE, Paulo R. L. Corrosão em armaduras para concreto armado. 1° Edição - São Paulo: PINI, 1986.
Jornal de Patologia da Construção. Informativo destinado à divulgação de problemas relacionados a patologias e deteriorizações em edificações. Os problemas patológicos de seu prédio são sempre os mesmos? Ano 1 - N°1.
Disponível em: http://www.padrao.eng.br - Acesso: Janeiro 2016.
LIMMER, Carl V., 1997, Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A
RELATÓRIO TÉCNICO DA SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS – ITEP 2014
SECRETÁRIA DE RECURSOS HIDRÍCOS E ENERGÉTICOS- PERNAMBUCO
Disponível em: http://www.srhe.pe.gov.br/ - acesso: março 2016 
THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: PINI, 1989.
 VERÇOZA, Enio José. Patologia das edificações. 1° Edição - Porto Alegre: Sagra, 1991
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ANEXOS / APÊNCICES
Figura x – Pilar com armadura exposta na região próxima ao pé (base) do pilar, devido ao desplacamento do concreto de cobrimento, apresentando grande perda de seção da armadura principal, ferrugem e estribo rompido
Fonte: ITEP 2014
Figura XX – Pilar que apresentou fissuras longitudinais na direção da armadura principal também na região próxima ao pé (base) do pilar.
Fonte: ITEP 2014 
Figura XX - Para confirmar a existência do fenômeno de corrosão nesse pilar foi retirado, com auxilio de uma talhadeira, o concreto de cobrimento fissurado. Com acesso visual a armadura foi possível detectar a presença de ferrugem na mesma.
Fonte: ITEP 2014
Figura XX – Pilares internos do térreo também foram observadas fissuras longitudinais na direção da armadura principal também na região próxima ao pé (base) do pilar.
Fonte: ITEP 2014
Figura XX – Nesse pilar, o mesmo da foto anterior, além das fissuras, foi detectado o desplacamento do concreto de cobrimento, que foi reconstituído com uma argamassa de maneira inadequada, que inclusive já estava fissurada.
Fonte: ITEP 2014 
Figura x – Preparação do pilar para a realização do ensaio técnico de potenciais de corrosão.
Fonte: ITEP 2014 
Figura 2 – Preparação do pilar para a realização do ensaio técnico de potenciais de corrosão.
Fonte: ITEP 2014 
Figura XX – Realização do ensaio de potenciais de corrosão com auxílio do equipamento CANIN+ da PROCEQ SA. Fonte: ITEP 2014 
Figura XX– Preparação do pilar para a realização do ensaio técnico de potenciais de corrosão.
Fonte: ITEP 2014
Figura xx - Realização do ensaio de potenciais de corrosão com auxílio do equipamento CANIN+ da PROCEQ AS. Fonte: ITEP 2014
Figura xx – Realização do ensaio de potenciais de corrosão com auxílio do equipamento CANIN+ da PROCEQ SA. Fonte: ITEP 2014
Figura 3 – Realização do ensaio de potenciais de corrosão com auxílio do equipamento CANIN+ da PROCEQ SA. Fonte: ITEP 2014
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