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Desafio Profissional 4 semestre Anhanguera

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CURSO
SERVIÇO SOCIAL
DESAFIO PROFISSIONAL
4° SEMESTRE
Darlene Santos da Rosa – RA 8798005837
Priscila Santos - RA 5300471035
Marília Francisca da Silva - RA 5321568471
Tutora a Distância: Suellen Aquino
Disciplinas Norteadoras: Atividades Complementares; Ética Profissional; Filosofia aplicada ao Serviço Social; Fundamentos das Políticas Sociais; Fundamentos Hist. E Teóricos Metodológicos do Serviço Social II; Psicologia e Serviço social II.
Polo Presencial: Novo Hamburgo-RS
30 de outubro de 2018.
SILVA, Marília Francisca da. Desafio Profissional de Atividades Complementares; Ética Profissional; Filosofia aplicada ao Serviço Social; Fundamentos das Políticas Sociais; Fundamentos Hist. E Teóricos Metodológicos do Serviço Social II; Psicologia e Serviço social II.
[On-line]. NOVO HAMBURGO 2018, p. 1/10 .Acesso em: outubro. 2018.
Introdução
O assistente social é um profissional que atua no planejamento, gestão e execução de políticas, programas e serviços sociais no sentido de ampliar o acesso aos direitos sociais.O seu agir profissional está ligado a teoria, não existe prática sem teoria, pois é a teoria quem fundamenta a intervenção do profissional. A atuação do serviço social está intimamente ligada com as demandas do sistema capitalista.
A teoria marxiana possibilitou considerar a questão social como objeto de intervenção do serviço social, uma vez que Marx considera que o processo de trabalho visa atender as necessidades humanas. Entretanto, o trabalhador fornece sua força de trabalho e o capital gerado vai para o capitalista, o que Marx chama de mais-valia.
É dentro desse complexo contexto que se encontra a atuação do assistente social. No presente trabalho iremos problematizar criticamente o agir profissional norteado pelo projeto ético político nas políticas sociais frente aos desafios encontrados pelos profissionais.
O conceito de trabalho a partir da definição Marxista
O conceito de trabalho é geralmente entendido como a atividade humana realizada com o objetivo de produzir uma forma de obtenção de subsistência. O trabalho é definido por Karl Marx como a atividade sobre a qual o ser humano emprega sua força para produzir os meios para o seu sustento.
O trabalho, de acordo com a perspectiva marxista, está subordinado, no sistema capitalista, ao propósito de reproduzir e expandir o domínio material e político da classe capitalista, enquanto a maioria da população está separada dos meios de produção e de subsistência e, por conseguinte, é compelida a ingressar no mercado de trabalho
O trabalho, nos seus elementos simples, é aquele produtor de valores de uso, pois.
[...] a existência [...] de cada elemento da riqueza material não existente na natureza, sempre teve de ser mediada por uma atividade especial produtiva, adequada a seu fim, que assimila elementos específicos da natureza a necessidades humanas específicas. Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana. (MARX, 1985a, p.50)
Marx caracteriza o trabalho, de um ponto de vista mais geral, como a interação entre o homem e a natureza, com o objetivo de transformar a natureza nos bens necessários à sobrevivência do homem. Deste ponto de vista, só seria trabalho a atividade que promovesse esta interação e consequentemente somente seria trabalho produtivo o que resultasse em um produto. Esta é uma primeira determinação do trabalho em Marx. Contudo o autor já faz uma ressalva, na qual afirma que 
“Essa determinação de trabalho produtivo, tal como resulta do ponto de vista do processo simples do trabalho, não basta de modo algum, para o processo de produção capitalista.” (MARX, 1985a, p.151).
Aqui Marx já contrapõe o trabalho do ponto de vista do processo simples ao modo como deve ser apreciado do ponto de vista específico da produção capitalista, ou seja, de um ponto de vista historicamente determinado.
A questão social “não tem nada a ver com o desdobramento de problemas sociais que a ordem burguesa herdou ou com traços invariáveis da sociedade humana” (NETTO, 2011, p. 158), como pensam as abordagens conservadoras da questão social que naturalização, desistoricizam, moralizam e individualizam tal fenômeno. 
A questão social “tem a ver, exclusivamente, com a sociabilidade erguida sob o comando do capital” (NETTO, 2011, p. 159). São a consolidação do capitalismo e a lei geral da acumulação do capital que põe sócio-historicamente as condições para a emergência e o desenvolvimento da questão social; é na reprodução do capital que se encontra a raiz da questão social, sendo esta insuperável sem a superação daquela. Não por acaso.
[...] o desenvolvimento capitalista produz, compulsoriamente, a ‘questão social’ – diferentes estágios capitalistas produzem diferentes manifestações da ‘questão social’; esta não é uma sequela adjetiva ou transitória do regime do capital: sua existência e suas manifestações são indissociáveis da dinâmica específica do capital tornando potência social dominante. A ‘questão social’ é constitutiva do desenvolvimento do capitalismo. Não se suprime a primeira conservando-se o segundo. (NETTO, 2011, p. 157).
Além das determinações de ordem econômica, aquelas de ordem ideopolítica pesaram decisivamente para que as implicações da relação capital/trabalho, da reprodução ampliada do capital e da lei geral da acumulação – implicações que de modo geral expressavam-se na degradação das condições de vida e de trabalho do operariado – culminassem na organização, protagonismo e luta de classe do proletariado.
[...] a questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesa, a qual passa exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão. (IAMAMOTO, 2005, p. 77). 
Nessa linha de raciocínio a questão social expressa “desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais” (IAMAMOTO, 2007, p. 160).
Política Social e sua estruturação na sociedade contemporânea, assim como atuação do Assistente Social em tais políticas
A Política Social é anterior até mesmo ao surgimento do capitalismo, pois esta apareceu como uma forma de responder à algumas demandas da população, onde o Estado e a sociedade uniram-se para dar conta dessas solicitações no período pré-capitalistas. A Igreja Católica é uma das primeiras Instituições a conceder “respostas” para a sociedade através da caridade que levaria “a Deus”. E por isso, desde o seu surgimento, a política social está repleta de contradições.
As políticas sociais são formas mais ou menos institucionalizadas que as sociedades constroem em seu processo histórico para proteger e/ou promover parte ou todos os seus membros. No Brasil é efetuada enquanto programas e ações do Estado para atender direitos sociais e cobrir riscos, contingências e necessidades. É seu dever garantir o mínimo à sua população como acesso à saúde, educação, entre outros. Entretanto, vivemos em um mundo onde o capital tem ocupado cada vez mais espaço e com isso, tem “desautorizado” o Estado de suas obrigações constitucionais.
Dentro deste contexto o trabalho desenvolvido pelos profissionais nas esferas de formulação, gestão e execução da política social é, indiscutivelmente, peça importante para o processo de institucionalização das políticas públicas, tanto para a afirmação da lógica da garantia dos direitos sociais, como para a consolidação do projeto ético-políticoda profissão. Portanto, o enfrentamento dos desafios nesta área torna-se uma questão fundamental para a legitimidade ética, teórica e técnica da profissão.
O espaço ocupacional do assistente social está intrinsecamente ligado ao contexto social e político do país. Para compreender a atuação do Assistente Social nas políticas sociais, primeiro faz-se necessário entender o contexto sócio histórico de formação da profissão e seus desdobramentos com a conjuntura social e política do país.  
O primeiro curso de Serviço Social no Brasil surgiu em 1936 e sua regulamentação ocorreu em 1957. O processo de reconceituação gestado pelo Serviço Social desde a década de 1960 permitiu à profissão enfrentar a formação tecnocrática conservadora e construir coletivamente um projeto ético-político profissional expresso no currículo mínimo de 1982 e nas diretrizes curriculares de 1996 e no Código de Ética de 1986 e 1993, nos quais as políticas sociais e os direitos estão presentes como uma importante mediação para construção de uma nova sociabilidade. 
Debater a prática dos assistentes sociais no campo da política social não se confunde com o debate da prática profissional travado no campo de conhecimento do Serviço Social. Embora a intervenção do assistente social no campo da política social seja determinada pelo ethos profissional, ela se recobre de características que vão exigir não somente um alinhamento a determinado projeto profissional. Traz, também, a exigência de como colocar este projeto em movimento, num espaço onde não se tem a direção do processo e onde a autonomia é relativa. O trabalho no campo da política social, sob a os auspícios do projeto crítico estratégico, nos termos de Netto (1996), requer a explicitação das mediações necessárias para que o profissional possa decidir sobre a sua prática.
Os desafios para a efetivação do projeto ético político profissional no cotidiano de trabalho do assistente social nos campos sócioocupacionais:
O projeto Ético e Político do Serviço Social surge em resposta à uma requisição social histórica, foi impulsionado pela conjuntura do Movimento de Reconceituação da Profissão, somado ao processo de democratização da sociedade brasileira. A gênese do Projeto Ético Político foi o Congresso da Virada de 1979, realizado em São Paulo, onde a categoria rompeu com as bases tradicionais da profissão, resultado do processo de Renovação do Serviço Social. O projeto avançou nos anos 1980, em 1986 houve a formulação de um novo Código de Ética profissional. Porém a consolidação do projeto foi efetivada nos anos 1990, com a maturidade profissional e acadêmica do serviço social através dos cursos de pós-graduação, tendo em vista que os projetos profissionais requerem valores éticos o código de ética tem um valor central na materialização do projeto (NETTO, 1999). Com isso, o contexto da formulação do projeto se processa na década de 1970 a 1980 (processo de redemocratização brasileira e de recusa ao conservadorismo profissional do serviço social), amadureceu na década de 1990, e destacou-se a partir da formulação do Código de Ética de 1993.
O projeto ético e político orienta o exercício da profissão e a formação do profissional em Serviço social, esse projeto é explicitado no Código de Ética profissional e sob a rege desse código os profissionais devem promover estratégias de atuação que concretizem princípios como:
-Ampliação da liberdade, autonomia, emancipação e pleno desenvolvimento dos indivíduos;
-Defesa intransigente dos direitos humanos;
-Defesa e consolidação da cidadania e da democracia;
-defesa da equidade e da justiça social, universalizando o acesso a bens e serviços relativos a programas e políticas sociais e sua gestão democrática;
-Compromisso com a qualidade dos serviços prestados, competência profissional e articulação com outros profissionais e trabalhadores
A partir dai surge um novo perfil profissional que busca atuar democraticamente contra o moralismo conservador e a moralidade burguesa, não apenas para afirmar um conjunto de normas, mas para o enfrentamento e a construção de novas respostas às antigas e novas expressões da questão social, comprometido com a luta da classe trabalhadora
As atividades profissionais dos assistentes sociais se dão com maior frequência, na execução, articulação e planejamento das políticas sociais públicas de diferentes segmentos (saúde, habitação, previdência social, educação, assistência social, dentre outras), sendo necessário um posicionamento crítico diante das desigualdades sociais. Outro campo de atuação do profissional é na articulação de movimentos sociais que estejam ligados aos interesses da classe trabalhadora. Sendo assim, é imprescindível o fortalecimento do Projeto Ético-Político acompanhado do Código de Ética profissional para caminhar rumo à construção de uma sociedade igualitária
Atualmente, a política social situa-se numa arena conflituosa, em que a necessidade posta pelos usuários e a disponibilidade de serviços públicos de proteção social, tornam-se limítrofes, fazendo com que a política ainda mantenha traços conservadores no que se refere ao financiamento, gestão e execução das políticas As políticas sociais no Brasil, assim como o Serviço Social, têm em sua gênese profundas características do conservadorismo, em que realizavam ações tratadas como caridade e assistencialismo como uma forma de conter as reivindicações das massas, principalmente da classe trabalhadora.
As políticas que compõe o sistema de seguridade social respondem pelo atendimento de necessidades, foram umas das mais importantes conquistas para a política social brasileira e um produto histórico das lutas da classe trabalhadora, porém não se atingiu seu objetivo, visto que a previdência está restrita aos cidadãos contribuintes e exclui os trabalhadores informais e os que estão fora do mercado de trabalho; a saúde é publica e universal, porém não atende as necessidades de todos que dela precisam devido à falta de recursos, falta de medicamentos e a demora nos atendimentos; e a assistência social que é um direito de todo e qualquer cidadão mas não consegue atingir a todos que dela necessitam. 
E a estratégia encontrada pelo estado para camuflar um enfrentamento a essa questão é a elaboração de políticas sociais direcionadas apenas a parte da sociedade que possui carências pontuais; e além da falta de ações e de interesse do estado para o combate das demandas sociais em prol do acesso universal aos serviços, oferecem somente os mínimos sociais precarizando esses serviços,o que requer profissionais que simplesmente executem essas políticas e não profissionais críticos, compromissados com o projeto ético-político. Por outro lado, se tem a precarização dos serviços públicos ocorrendo a ampliação das desigualdades sociais, tem o aumento das demandas ao Serviço Social, e é nessa perspectiva que a direção do trabalho profissional do assistente social deve ser focada. Esse deve intervir em defesa das políticas públicas e da democracia, trabalhando com a garantia de direitos e a efetivação das políticas sociais em favor da universalização dos serviços públicos de qualidade tendo o desafio de romper com a tradição clientelista e assistencialista, agindo de maneira que a sua intervenção profissional ultrapasse a execução das atividades previstas nos documentos institucionais para que não corra o risco de direcionar suas atividades com a finalidade de apenas suprir a questão da pobreza, moralizando a questão social à partir de práticas com uma visão individualizada da demanda, ao invés disso deve reafirmar o real propósito das Políticas Sociais Públicas que é a cobertura de necessidades sociais, o incentivo ao protagonismo e a emancipação dos sujeitos que usufruem da mesma , legitimando a esfera pública em coisa pública, fazendo com que as políticas sociais públicas estejam acessíveis a toda população em consonância com um trabalho coeso, não focado somente na execução da Política Nacional de Assistência Social, mas simcom vistas ao rompimento com a sociedade do capital e a construção de uma sociedade justa e igualitária.
Conclusão
A expressão da questão social está presente em todos os espaços ocupacionais do assistente social, caracteriza-se por um processo de violação de direitos. Os efeitos da questão social no Brasil ou suas expressões podem ser compreendidas nas desigualdades e nas exclusões sociais, que se revelam nas mais variadas expressões cotidianas.
Os desafios encontrados pelo Assistente Social vem desde os primórdios da profissão, muito já se rompeu, mais muito ainda precisa ser feito,a realidade encontrada atualmente nas políticas sociais,frente as necessidades posta pelos usuários e a disponibilidade de serviços públicos de proteção social como mencionado acima, os desmontes ocorridos na assistência, são desafios enfrentados pelo Assistente Social. Conforme Iamamoto: 
[..] O momento que vivemos é um momento pleno de desafios.Mais do que nunca é preciso ter coragem.É preciso ter esperança para enfrentar o presente.É preciso resistir e sonhar.É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários. ( MarildaIamamoto 1998, p 17)
È nesse momento que o profissional precisa de coerência e disposição para “lutar” na busca da garantia dos direitos de todos os cidadãos.
BIBLIOGRAFIA
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MONTAÑO, Carlos Eduardo. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2001. 
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802013000300005
file:///C:/Users/usuario/Downloads/PPA_e_PS_11jun2013_Jorge%20(1).pdf
http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_34_17_Morani_Hora.pdf

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