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Tópicos de Contabilidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. João Paulo Lima Prof. Me. Wellington Rodrigues Silva Souza Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Oliveira da Costa Santos Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) • Estoques – CPC 16 (R1) IAS 2; • Receita – CPC 32 (IAS 12). · O objetivo principal desta unidade consiste em levar o(a) aluno(a) à compreensão de como os estoques e os tributos sobre o lucro devem ser mensurados, reconhecidos e contabilizados. E também direcioná-lo(a) ao reconhecimento dos requisitos para divulgação de acordo com os CPCs 16 – Estoques – e 32 – Tributos Sobre o Lucro. OBJETIVO DE APRENDIZADO Para que você tenha um melhor aproveitamento nesta quarta unidade da disciplina Tópicos de Contabilidade, seguem algumas orientações de estudo. Inicialmente, é fundamental que você compreenda quais são as finalidades do CPC 16 – Estoques – e do CPC 32 – Tributos sobre o lucro. Dessa forma, além de ler o conteúdo teórico da unidade, você também deve ler as normas em questão na íntegra. As referidas normas estão indicadas no item Materiais Complementares. Ao longo da leitura do conteúdo teórico, você deve atentar para as importantes discussões acerca de como os estoques e os tributos sobre o lucro devem ser reconhecidos, mensurados e contabilizados. Após os estudos de todos esses itens, você está preparado(a) para fazer as atividades desta unidade. Lembre-se de não deixar para estudar e fazer as atividades na última hora do vencimento dos prazos. Crie uma rotina de estudos e seja disciplinado. Isso é fundamental para o seu desenvolvimento profissional. ORIENTAÇÕES Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Contextualização Para iniciarmos esta unidade, convido você para emergir no Relatório Financeiro da Gerdau de 2015 que está disponível no seguinte link: http://goo.gl/P0s12JEx pl or Explore o referido relatório à procura de informações sobre os estoques e sobre as formas de reconhecimento dos tributos sobre o lucro e, ao mesmo tempo, reflita sobre o conteúdo teórico desta unidade. 6 7 Estoques – CPC 16 (R1) IAS 2 Estoques são de grande relevância na realidade econômica das empresas, tanto comerciais quando industriais. Surge, então, a questão da sua avaliação. Este IAS se refere à avaliação contábil dos estoques. Orienta na determinação dos métodos, critérios na atribuição de custos para estoques, no reconhecimento das despesas no resultado além de reduções a valor recuperável. Não trata dos assuntos dos IAS 32/CPC 39 – Ativo Biológico e Produto Agrícola –, das commodities avaliadas por comerciantes em certas circunstâncias a seu valor justo menos custos de venda, dos ativos incluídos no Pronunciamento Técnico IAS 11/CPC 17 – Contratos de Construção e dos instrumentos financeiros. Objetivo da norma O objetivo é determinar a forma de avalição dos estoques adquiridos para: a) Revenda; b) Consumo ou utilização industrial ou na prestação de serviços; c) Processamento; d) Manutenção de produtos acabados prontos para a venda. Visão geral do assunto Conforme Hendriksen, a classificação e mensuração dos estoques é de importância pela relevância deste item na informação do lucro de muitas entidades. A conta estoques pode abranger mercadorias destinadas à venda durante o curso normal do negócio, como também materiais e componentes usados no processo produtivo. Defi nições Estoques são ativos: a) Mantidos para venda no curso normal dos negócios; b) Em processo de produção para venda; c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios, deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. 7 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Valor justo: é aquele pelo qual um ativo poder pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Valor realizável líquido: refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico para entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda. Estoques: compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e matérias aguardando utilização no processo de produção, tais como componentes, embalagens e material de consumo. No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos, assim como descrito no item 19, para qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita. Desenvolvimento Mensuração O IAS 2/CPC 16 exige que os estoques sejam mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois, o menor. Custos de aquisição Devem-se incluir todos os custos de aquisição, de transformação e outros incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Para tal, incluem-se o preço da compra, os impostos de importação e outros tributos (para o CPC 16, destaca-se que os impostos não são aqueles posteriormente recuperáveis pela empresa em alguns casos, como o ICMS ou IPI), custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. É necessário deduzir os custos de aquisição os descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes. Custos de transformação Em relação aos custos de transformação de estoques, englobam-se os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão de obra direta. 8 9 Os custos de transformação também abrangem a locação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Pode-se encontrar a definição para custos indiretos, fixos e variáveis nos livros acadêmicos de custos, embora o IAS 2/CPC 16 abra em seu texto a definição como: · Os custos fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. · Os custos variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão de obra indireta. Deve-se levar em consideração a capacidade normal de produção para efetuar a alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas. Entenda-se capacidade normal como: “a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias”; assim, não se deve esquecer de considerar capacidade total não utilizada, como (a) parada para manutenção preventiva (b) parada por conta de férias coletivas e outras paradas semelhantes e comuns para a entidade. Os custos fixos relativos à capacidade não utilizada em funçãode volume de produção inferior ao normal devem ser registrados como despesas no período em que são incorridos, não podendo ser alocados aos estoques, o que traz o problema de mensuração destes itens no contexto do custeio por absorção. A ideia parece ser a de se estipular um volume normal de produção; calcular-se o total de custos fixos absorvidos neste volume normal; e compará-lo com os custos fixos a serem absorvidos em períodos de volumes inferiores. A diferença seria despesa do período e não custo. Apesar de interessante do ponto de vista de não permitir que custos fixos incorridos além de determinado patamar sejam estocados, deixa margem para alguns questionamentos. A situação simétrica de o que fazer quando o volume é superior ao normal não é tratada. Com uma análise lógica, entende-se que o custo fixo alocado a cada unidade em períodos de maior volume de produção diminuirá. A ideia de aumentar a produção para diminuir o custo não é verdadeira de um ponto de vista econômico. A análise econômica com base na margem de contribuição mostra que os custos fixos permanecem constantes em determinado patamar de produção e, nele, os produtos deveriam gerar margem de contribuição suficiente para gerar lucro. O aumento de volume não diminui o custo fixo. Se o produto gerar margem de contribuição positiva, ela pode ser suficiente para cobri- lo. Quanto maior o número de unidades vendidas, menor a margem necessária de cada para pagar os custos fixos e gerar o lucro. Esta seria a essência da análise. Os custos indiretos de produção variáveis devem utilizar a capacidade real utilizada para ser alocados a cada unidade produzida. 9 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Na fabricação de produtos conjuntos ou quando há um produto principal e um subproduto, os custos de transformação que não identificáveis separadamente devem ser atribuídos aos produtos em uma base racional e consistente. Um critério utilizado com frequência é o valor relativo da receita de venda de cada produto. No caso de subprodutos de custos irrelevantes, gerados a partir do principal, devem ser mensurados pelo valor realizável líquido, o qual é deduzido do custo do produto principal. Outros Custos O IAS 2/CPC 16 cita quatro tipos de custos que não devem ser considerados nos de estoque: a) Valor anormal de desperdício de materiais, mão de obra ou outros insumos de produção; b) Gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção; c) Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais; d) Despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes. Na compra de produtos para estoques com pagamento a prazo, a diferença entre o preço de aquisição em condição normal de pagamento e o efetivamente pago deve ser reconhecida como despesa de juros durante o período do financiamento. Em relação a outros custos, o custo-padrão pode ser utilizado para a avaliação de estoques. Mas é necessária atenção, pois ele deve ser reconhecido com base em níveis normais de eficiência e de volume de produção. Porém, é requerido que: a) Haja revisão periódica do custo-padrão; b) Revisão no caso de mudança das condições de produção; c) Os valores reflitam de maneira aproximada o custo real. O custo dos estoques, desde que não sejam os tratados intercambiáveis, deve ser pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (Peps) ou pelo critério do custo médio ponderado. Ressalta-se que o mesmo critério de custeio deve ser utilizado para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Assim, entende- se que, para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração. 10 11 Valor realizável líquido Alguns motivos como: · Danificação de estoque; · Obsolescência; · Redução no preço de venda; · Incremento no custo estimado de acabamento; · Outros. Esses motivos podem levar o custo dos estoques a não ser recuperável. Caso isso ocorra o valor de custo precisa ser substituído pelo valor realizável líquido, o qual deve ser obtido a partir do preço de venda estimado deduzido dos custos aferidos de conclusão, dos gastos aproximados necessários para se concretizar sua venda e dos tributos incidentes sobre esta. A redução deve ser de feita a cada item. Para que a avaliação item a item não ocorra os itens devem estar (i) relacionados com a mesma linha de produtos; (ii) tenham finalidades ou usos finais semelhantes; (iii) sejam produzidos e comercializados na mesma área geográfica; e (iv) não possam ser avaliados separadamente de outros itens dessa linha de produtos, ou circunstâncias semelhantes. É importante verificar que a reversão das reduções ao valor realizável líquido deve ser efetuada caso as circunstâncias que a obrigam cessarem. Quanto às matérias-primas e aos materiais de consumo, não há redução ao valor realizável, quando se prevê que os produtos acabados a serem utilizados serão vendidos pelo custo ou acima dele. Os estoques são baixados ao resultado como despesa quando reconhecida a receita a que se vinculam, conforme definido pelo princípio da confrontação. Eles não devem estar vinculados à produção de bens ou à prestação de serviços para a geração de receita futura. Divulgação De acordo com o IAS 2, devem ser divulgados, em relação aos estoques: a) As políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e critérios de valoração utilizados; b) O valor total escriturado em estoques e valor registrado em outras contas apropriadas para a entidade; c) O valor de estoques escriturados pelo valor justo menos os custos de venda; d) O valor de estoques reconhecido como despesa durante o período; e) O valor de qualquer redução de estoques reconhecida no resultado do período de acordo com o item 34; 11 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) f) O valor de toda reversão de qualquer redução do valor dos estoques reco- nhecida no resultado do período de acordo com o item 34; g) As circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de redução de estoques de acordo com o item 34; h) O montante escriturado de estoques dados como penhor de garantia a passivos; i) Valores contábeis registrados nas diferentes classificações de estoques e a proporção de alterações classificados como: · Mercadorias bens de consumo de produção; · Materiais; · Produto em elaboração; · Produtos acabados; · Estoque em elaboração. j) O custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos que consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que agora é vendido; k) Existem situações em que entidades adotam o formato para a demonstração de resultados que originam a divulgação de valores dos custos reconhecidos item a item, por natureza: matérias-primas e outros materiais, evidenciando o valor das compras e da alteração líquida nos estoques iniciais e finais do período; mão de obra; outros custos de transformação etc., apresentando o valor do custo. Exemplo de Mensuração do Estoque pelo Custo Admitamos que no dia 20/01/x1, a Cia. Boas Vendas S/A tenha adquirido, à prazo, 200 unidades de mercadorias para revenda pelo valor unitário de R$ 45. Foi combinado entre as partes que o frete cobrado pela transportadora, no valor de R$ 300, seria pago pela empresa vendedora. Embutidos no valor da aquisição, há 20% de impostos recuperáveis pela empresa quando da apuração do imposto a pagar no momento da revenda destas mercadorias aos consumidores finais. “Por fora”, ou seja, sobre o valor das mercadorias adquiridas, também incide um imposto não recuperável à alíquota de10%. Com base nas informações fornecidas, por qual valor a empresa deverá registrar esta compra em seus estoques e quais devem ser os lançamentos contábeis relativos à transação? Para resolver a questão, algumas considerações devem ser feitas: 1. Quando fica a cargo da empresa compradora, o frete faz parte do custo de aquisição das mercadorias. Ao contrário, se arcado pela empresa vendedora, não há qualquer ônus quanto ao transporte pelo comprador, ou seja, este valor não faz parte do custo de aquisição da mercadoria. 2. Quando há impostos recuperáveis na transação, tais impostos gerarão abatimentos futuros nos impostos devidos apurados sobre o valor de venda das mercadorias aos clientes finais, ou seja, devem ser excluídos do custo de aquisição das mercadorias. 12 13 3. Quando não recuperáveis os impostos, ou seja, quando a empresa paga por eles na compra, e no futuro não se beneficia abatendo-os do imposto apurado sobre a venda, estes valores fazem parte do custo de aquisição e devem ser imputados ao estoque. Dessa forma, tem-se o seguinte racional quanto à apuração do valor a ser regis- trado como estoque pela empresa: Mercadorias = 200 unid. x R$ 45 = (-) Impostos recuperáveis*= R$ 9.000 x 20% = (+) Impostos não recuperáveis** = R$ 9.000 x 10% R$ 9.000 (R$ 1.800) R$ 900 (=) Valor a ser computado aos estoques R$ 8.100 * Conforme enunciado, este valor está “embutido” no custo de aquisição das mercadorias. ** Conforme enunciado, este valor é calculado “por fora” do custo de aquisição das mercadorias, ou seja, é agregado a este custo. O registro contábil da aquisição é assim efetuado: 20/01/x1 • Débito: Estoque de mercadorias – 8.100 • Débito: Impostos a recuperar – 1.800 • Crédito: Fornecedores – 9.900 Observe que as partidas contemplam: • Débito em estoques, representando o custo de aquisição elegível ao cômputo nesta conta; • Débito em impostos a recuperar, uma vez que se tratam de impostos a serem compensados com o imposto futuro a ser apurado sobre a venda; • Crédito em Fornecedores, que corresponde exatamente à soma do valor das mercadorias (R$ 9.000) e do imposto não recuperável calculado sobre este valor (10% de 9.000 = R$ 900). Exemplo de Mensuração do Estoque pelo Valor Realizável Líquido Admitamos, agora, que para encerrar seu balanço patrimonial de janeiro/x1, a empresa fez uma análise do resultado a ser obtido pela venda do estoque adquirido em 20/01/x1 levantando as seguintes informações: • Preço unitário de venda = R$ 50 • Impostos sobre a venda = 20% • Comissões de vendedores sobre vendas = 3% 13 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Com base nestas informações, a empresa projetou o que chamamos “valor realizável líquido de estoques”, ou seja, quanto de fato a empresa terá de ingresso líquido de caixa pela venda dessas mercadorias: Receita = 200 unid. x 50 = (-) Despesas para concretizar a venda Impostos sobre vendas = 10.000 x 20% Comissões sobre vendas = 10.000 x 3% R$ 10.000 (R$ 2.000) (R$ 300) (=) Valor realizável líquido R$ 7.700 O CPC 16 – Estoques determina que o estoque deve ser mensurado pelo custo ou valor realizável líquido, entre os dois, o menor. Como o valor realizável líquido (R$ 7.700) é menor que o custo (R$ 8.100), a empresa deve reduzir em R$ 400 o saldo da conta contábil da conta de estoques. O lançamento contábil a ser realizado no fechamento do balanço patrimonial de janeiro/x1 é o seguinte: • Débito: Despesas com mercadorias • Crédito: (-) Redução ao valor realizável líquido de estoques Observe que as partidas contemplam: • Débito em despesas com mercadorias, representando o reconhecimento da perda futura estimada pela empresa quando da venda dos estoques (prejuízo decorrente do fato do valor da venda líquida ser menor que o valor do custo dos estoques). • Crédito em uma conta retificadora dos estoques (redutora do ativo). Considerações finais sobre os estoques As informações sobre os estoques são itens importantes na definição do pa- trimônio e do resultado de muitas entidades. O IAS 2 aponta parâmetros para avaliação de estoques, considerando-se aspectos de avalição para: revenda; os es- toques mantidos para consumo ou utilização industrial ou na prestação de serviços; estoques em processamento; estoques de produtos acabados prontos para a venda. 14 15 Tributos sobre o Lucro – CPC 32 (IAS 18) De acordo com a Lei nº 5.172/66 (BRASIL, 1966), “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Dentre outros tipos possíveis de classificações, os tributos são comumente dividi- dos em indiretos e diretos. Como a própria nomenclatura sugere, os tributos indire- tos são aqueles que não incidem diretamente sobre o resultado das entidades, sendo transferidos ao consumidor via preço de venda. Já os tributos diretos são aqueles que incidem diretamente sobre o resultado das entidades, ou seja, aqueles cobrados sobre o lucro ou que geram crédito fiscal sobre o prejuízo de determinado período. No Brasil, são exemplos de tributos indiretos: Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto Sobre Serviços (ISS), dentre outros. Já os tributos diretos são o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Para fins de apresentação na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), os tributos indiretos são considerados como deduções da receita bruta de vendas ou prestação de serviços, logo no início da demonstração. Já os tributos diretos são demonstrados após o resultado (lucro ou prejuízo) da entidade antes dos respectivos tributos, sendo sucedidos pelo resultado (lucro ou prejuízo) líquido. No entanto, principalmente em função do processo de convergência dos padrões brasileiros de contabilidade aos padrões internacionais, a partir de 2008, a contabilidade societária (aquela praticada para os acionistas e credores das empresas e cujo produto final são as demonstrações contábeis) passou a diferir significativamente da contabilidade tributária (aquela praticada para fins de apuração dos tributos a serem recolhidos aos cofres públicos). Tais diferenças fazem com que o valor de tributos efetivos devidos para determinado período (os chamados tributos correntes) sejam diferentes dos tributos apurados sobre o resultado contábil do período. Esta diferença é tratada pela contabilidade como “tributos diferidos”. Nesta unidade de aprendizagem, estudaremos o CPC 32 – Tributos sobre o lucro, que determina a apuração e evidenciação dos tributos corrente e diferido nas demonstrações contábeis, explorando a fundo seus conceitos e analisando exemplos práticos sobre o assunto. 15 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Objetivo da Norma O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro. A questão principal na contabilização dos tributos sobre o lucro é como contabilizar os efeitos fiscais atuais e futuros de: (a) futura recuperação (liquidação) do valor contábil dos ativos (passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da entidade; e (b) operações e outros eventos do período atual que são reconhecidos nas demons- trações contábeis da entidade. Em suma, em função do reconhecimento de certas receitas e despesas pela contabilidade societária e da não consideração dessas receitas e despesas pelo fisco local, existem diferenças entre o resultado contábil e o resultado tributável atual. Essas diferenças, porsua vez, podem gerar efeitos fiscais futuros sobre receitas e despesas atuais, já registradas pela contabilidade societária. A título de melhor entendimento do efeito fiscal atual e efeito fiscal futuro, ima- ginemos um exemplo de determinada empresa cujo lucro contábil apurado em determinado período é R$ 10.000. Este valor, no entanto, está impactado por uma despesa advinda de uma provisão trabalhista, referente a um processo para o qual provavelmente a empresa terá que desembolsar caixa para liquidação futura, no valor de R$ 1.000. A legislação fiscal brasileira só aceita esta despesa para fins de dedutibilidade fiscal quando, de fato, a empresa perder a causa e ter de liquidar este valor junto ao reclamante. Isso significa que, sem considerar esta despesa em seu resultado, o tributo devido no período (tributo corrente, o atual) deve ser cal- culado sobre R$ 11.000 (R$ 10.000 de lucro contábil mais R$ 1.000 de adição da despesa computada pela contabilidade societária, não aceita pelo fisco). No entanto, é factível que, no futuro, o fisco aceitará a despesa de R$ 1.000 para fins de dedutibilidade. Respeitando o regime de competência pela contabilidade societária, sobre este valor, já contabilizado no período atual, deve ser computado, concomitantemente, o respectivo efeito do tributo do período seguinte (tributo di- ferido), representativo do crédito fiscal que esta despesa trará para a entidade. Importante! Na contabilidade, as receitas e despesas são registradas considerando-se o fato gerador (regime de competência), independentemente de terem sido efetivamente recebidas ou pagas. Já a legislação fiscal, muitas vezes, só considera as receitas ou despesas como passíveis de tributação ou dedutibilidade da base de cálculo do imposto quando efeti- vamente realizadas (recebidas ou pagas). Como na contabilidade societária as receitas ou despesas já são contabilizadas no presente, respeitando o regime de competência, o efeito tributário sobre elas (tributo futuro a pagar ou a recuperar) também deve ser computado no presente, conjuntamente à receita ou despesa que lhe originou. Você Sabia? 16 17 Defi nições • Resultado contábil: é o lucro ou prejuízo para um período antes da dedução dos tributos sobre o lucro. • Lucro tributável (prejuízo fiscal): é o lucro (prejuízo) para um período, de- terminado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades tributárias, sobre o qual os tributos sobre o lucro são devidos (recuperáveis). • Despesa tributária (receita tributária): é o valor total incluído na determi- nação do lucro ou prejuízo para o período relacionado com o tributo sobre o lucro corrente ou diferido. • Tributo corrente: é o valor do tributo devido (recuperável) sobre o lucro tribu- tável (prejuízo fiscal) do período. • Passivo fiscal diferido: é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às diferenças temporárias tributáveis. • Ativo fiscal diferido: é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro relacionado a: (a) diferenças temporárias dedutíveis; (b) compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados; e (c) compensação futura de créditos fiscais não utilizados. • Diferença temporária: é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo no balanço e sua base fiscal. As diferenças temporárias podem ser tanto: (a) diferença temporária tributável, a qual é a diferença temporária que resulta em valores tributáveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros quando o valor contábil de ativo ou passivo é recuperado ou liquidado; ou (b) diferença temporária dedutível, a qual é a diferença temporária que resulta em valores que são dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou passivo é recuperado ou liquidado. • Base fiscal de ativo ou passivo: é o valor atribuído àquele ativo ou passivo para fins fiscais. Reconhecimento de Passivos e Ativos Fiscais Correntes De acordo com o CPC 32, os tributos correntes relativos a períodos correntes e anteriores devem, na medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se o valor já pago relacionado aos períodos atual e anteriores exceder o valor devido para aqueles períodos, o excesso deve ser reconhecido como ativo. 17 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Isso implica que, a cada período determinado pela legislação tributária local, a empresa deve apurar o valor do imposto corrente devido (aquele apurado sobre o lucro tributável do período), registrando-o em conta de passivo com contrapartida em despesa, ou o valor do imposto corrente a recuperar (aquele apurado sobre prejuízos fiscais ou cujas antecipações de tributos, se houver, excederam o valor total a pagar), registrando-o em conta de ativo com contrapartida receita. Imaginemos, a título de exemplo, que determinada empresa tenha auferido lucro contábil de R$ 200.000 no ano x1. Dentro deste valor, no entanto, estão incluídas despesas que o fisco não aceita para fins de dedutibilidade fiscal no valor de R$ 70.000. A alíquota do imposto sobre o lucro é de 34%. Dessa forma, a apuração e contabilização do tributo corrente no período são como segue: Lucro contábil R$ 200.000 (+) Adições R$ 70.000 (=) Lucro tributável R$ 270.000 (x) Alíquota do tributo 34% (=) Tributo corrente R$ 91.800 Lançamento contábil: 31/12/x1 • Débito: Tributos correntes [RESULTADO] • Crédito: Tributos a recolher [PASSIVO] – 91.800 Reconhecimento de Passivos e Ativos Fiscais Diferidos Distinção entre Diferença Temporária e Diferença Permanente Na apuração dos tributos sobre o lucro, devem ser adicionadas ao resultado con- tábil as despesas que não são aceitas pelo fisco para fins de dedutibilidade fiscal, as- sim como devem ser deduzidas as receitas não tributáveis. No entanto, há uma bifur- cação dessas diferenças, que podem ser tanto permanentes quanto temporárias. As diferenças permanentes são aquelas que nunca gerarão créditos fiscais futuros (no caso das despesas) ou que nunca serão tributadas no futuro (no caso das receitas). A título de exemplo, aplicável à legislação brasileira, multas de trânsito são adições permanentes na apuração do lucro tributável, isso porque nem quando incorridas, nem no futuro, serão aceitas pelo fisco para fins de dedutibilidade. Já a receita com equivalência patrimonial é um exemplo de exclusão permanente, uma vez que o fisco não a tributará nem hoje, nem no futuro, devido ao fato de que a investida (coligada ou controlada) que gerou o lucro do qual derivou a receita com equivalência patrimo- nial para a investidora, já teve o seu resultado tributado pelo fisco. 18 19 Já as diferenças temporárias tratam de despesas que futuramente, quando re- alizadas, serão aceitas pelo fisco para fins de dedutibilidade fiscal (por exemplo, as provisões trabalhistas) ou receitas que serão futuramente tributadas pelo fisco (por exemplo, ganhos com valorização de propriedades para investimento ainda não realizadas, ou seja, ainda não vendidas). Sobre as diferenças permanentes, não há qualquer tributo diferido a ser reconhe- cido, uma vez que estas não gerarão créditos fiscais ou receitas tributáveis no futuro; já sobre as diferenças temporárias, devem ser computados os respectivos efeitos fiscais, sejam ativo fiscal diferido ou passivo fiscal diferido, conforme o caso. Importante! Na apuração do lucro real, as empresas efetuam adições ao lucro contábil referentes às despesas não dedutíveis no período e exclusões do lucro contábil referentes às receitas não tributáveis no período. Estas adições e exclusões são segregadas em temporárias e permanentes, pois, como vimos, apenas as diferenças temporárias geram tributos diferidos. Em Síntese Reconhecimentode Passivos Diferidos De acordo com a definição já apresentada nesta unidade, o passivo fiscal di- ferido é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às diferenças temporárias tributáveis. Para melhor visualizarmos este conceito, consideremos o exemplo da Cia. Lu- crativa S/A, a qual auferiu lucro contábil de R$ 500.000 no exercício de x3. Neste ano, a empresa registrou em seu resultado um ganho (receita) com valorização de um edifício mantido para valorização de capital de acordo com o disposto no CPC 28 – Propriedade para Investimento no valor de R$ 80.000. Sabe-se que este ganho só é tributado pelo fisco quando da realização (venda) do ativo com ganho efetivo de capital. A alíquota tributária é 34%. Com base nos dados apresentados, a apuração e contabilização dos tributos corrente e diferido no período são como segue: Lucro contábil R$ 500.000 (-) Exclusões temporárias (R$ 80.000) (=) Lucro tributável R$ 420.000 (x) Alíquota do tributo 34% (=) Tributo corrente R$ 142.800 Tributo diferido (34% da exclusão temporária) R$ 27.200 19 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Lançamento contábil: 31/12/x3 • Débito: Tributos correntes [RESULTADO] • Crédito: Tributos a recolher [PASSIVO] – 142.800 • Débito: Tributos diferidos [RESULTADO] • Crédito: Passivo fiscal diferido [PASSIVO] – 27.200 Note que tanto o tributo corrente quanto o tributo diferido impactam o resultado do período e, neste cenário, têm contrapartida em contas de passivo – uma delas denominada “Tributos a recolher”, relativa ao tributo corrente e a outra denominada “Passivo fiscal diferido”, representativa do tributo, cujo recolhimento foi diferido (postergado) para o momento da efetiva venda da propriedade para investimento com ganho no futuro. Note também que, se aplicarmos 34% sobre o lucro contábil, temos R$ 170.000 de tributos. Não por acaso, este valor corresponde exatamente à soma do tributo corrente e diferido. Esta observação nos mostra, com dados numéricos, a finalida- de do tributo diferido: ajustar, contabilmente, a diferença entre o lucro contábil e o lucro fiscal pelo registro do efeito tributário sobre receitas ou despesas já reconhe- cidas no resultado do período, mas que foram desconsideradas para o cálculo do tributo corrente no momento atual e que serão consideradas no futuro. Reconhecimento de Ativos Diferidos Os ativos fiscais diferidos, por sua vez, como já definidos nesta unidade de ensino, correspondem ao valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro rela- cionado a: (a) diferenças temporárias dedutíveis, (b) compensação futura de prejuí- zos fiscais não utilizados e (c) compensação futura de créditos fiscais não utilizados. Em outros termos, há ativo fiscal diferido (direito de compensar tributos no futuro) quando: (a) a empresa contabiliza despesas em sua contabilidade societária, mas estas não são aceitas hoje pelo fisco, e, sim, apenas futuramente, quando efetivamente realizadas (diferenças temporárias dedutíveis); (b) quando a empresa apura prejuízo fiscal sobre o qual, em vez de incidir tributos, há direito de compensação tributária quando apurados lucros no futuro; (c) caso a empresa detenha algum direito de compensação de créditos fiscais e não os tenha utilizados, estes créditos também são passíveis de uso no futuro, ou seja, seu uso para compensar tributos devidos está diferido (postergado). Para melhor visualizarmos este conceito, consideremos o exemplo da Cia. Supe- ravitária S/A, a qual auferiu lucro contábil de R$ 250.000 no exercício de x4. Nes- te ano, a empresa registrou despesas com multas de trânsito, as quais nunca serão 20 21 aceitas pelo fisco para fins de dedutibilidade, no valor de R$ 40.000 e despesas com provisões trabalhistas, que serão aceitas pelo fisco para fins de dedutibilidade apenas quando a empresa, de fato, perder o processo e ter de pagá-lo ao recla- mante, no valor de R$ 55.000. A alíquota tributária é 34%. Além disso, a empresa tem saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores no valor de R$ 180.000 e o limite estabelecido pelo fisco local para dedução tributária deste prejuízo no exercí- cio atual é de 30% sobre o lucro real. Em primeiro lugar, é preciso levarmos em consideração que a empresa já têm prejuízos fiscais de períodos anteriores, os quais montam R$ 180.000. Isso significa que, quando estes prejuízos fiscais foram apurados, a empresa registrou o respectivo tributo diferido visto que tais prejuízos dão direito a crédito fiscal que será utilizado no futuro contra eventuais tributos apurados sobre lucro. Assim, 180.000 x 34% = R$ 61.200. O lançamento, na ocasião, foi o seguinte: [Na data em que foram apurados os prejuízos fiscais]: • Débito: Ativo fiscal diferido [ATIVO] • Crédito: Tributos diferidos [RESULTADO] – 61.200 Quanto à apuração e contabilização dos tributos corrente e diferido no exercício de x4: Lucro contábil R$ 250.00.00 (+) Adições permanentes R$ 40.000 (+) Adições temporárias R$ 55.000 (=) Lucro tributável antes da compensação de prejuízos fiscais R$ 345.000 (-) Compensação de prejuízos fiscais anteriores (*) (R$ 103.500) (=) Lucro tributável R$ 241.500 (x) Alíquota do tributo 34% (=) Tributo corrente R$ 82.110 Tributo diferido (34% das adições temporárias) R$ 18.700 Uso do tributo diferido do período anterior (**) (R$ 35.190) (*) Há R$ 180.000 de prejuízos fiscais anteriores, mas a legislação local só permite abater, no máximo, 30% do lucro tributável do período, ou seja, 345.000 x 30% = R$ 103.500. (**) A empresa já tinha R$ 61.200 de ativo fiscal diferido de períodos anteriores, correspondente a 34% do valor dos prejuízos fiscais anteriores (R$ 180.000). Como a empresa usou R$ 103.500 deste saldo de prejuízos fiscais para compensar a apuração do tributo devido em x4, deve ser feita a baixa proporcional deste saldo na conta do ativo fiscal diferido, remanescendo apenas os 34% do saldo sobre o prejuízo fiscal restante. O uso corresponde a: 103.500 x 34% = R$ 35.190. 21 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Lançamento contábil: 31/12/x4 • Débito: Tributos correntes [RESULTADO] • Crédito: Tributos a recolher [PASSIVO] – 82.110 Pelos tributos correntes. • Débito: Tributos diferidos [RESULTADO] • Crédito: Ativo fiscal diferido [ATIVO] – 35.190 Pela baixa parcial da parce- la de tributos diferidos sobre prejuízos fiscais anteriores utilizada no exercício de x4. • Débito: Ativo fiscal diferido [ATIVO] • Crédito: Tributos diferidos [RESULTADO] – 18.700 Pelos tributos diferidos sobre as adições temporárias, as quais gerarão créditos fiscais futuros para a empresa. Quanto aos tributos diferidos, algumas considerações podem ser feitas: • Após o uso de parte dos prejuízos fiscais de períodos anteriores na apuração dos tributos de x4, remanesceu R$ 26.010 de saldo ativo fiscal diferido a com- pensar em períodos futuros (R$ 61.200 contabilizados inicialmente menos R$ 31.190 utilizados na apuração dos tributos de x4). Outra forma de chegar- mos ao mesmo valor é aplicando 34% sobre o saldo remanescente de prejuí- zos fiscais a compensar: (180.000 – 103.500) x 34% = R$ 26.010. • Os tributos diferidos relativos a x4 só foram apurados sobre as adições tem- porárias, isso por que apenas a despesa com a provisão trabalhista (diferença temporária) será aceita futuramente pelo fisco para fins de dedutibilidade fiscal. Sobre as adições permanentes (neste caso, as multas de trânsito) não há qual- quer efeito fiscal futuro, uma vez que esse tipo de despesa não é aceita pelo fisco para fins de dedutibilidade. 22 23 Considerações Finais sobre CPC 32 – Tributos sobre o Lucro. O fluxograma abaixo nos mostra, simplificadamente, quando e como apurar e registraros tributos sobre o lucro, sejam eles correntes ou diferidos. 23 UNIDADE Os Estoques (CPC 16) e os Tributos Sobre o Lucro (CPC 32) Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites CPC 30 - Receitas para CPC 32 - Tributos Sobre o Lucro http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos Livros Curso de contabilidade avançada em IFRS e CPC ALMEIDA, M. C. São Paulo: Atlas, 2014. (e-book) Contabilidade avançada e internacional MULLER, A. N.; SCHERER, L. M. 3 ed. São Paulo : Saraiva, 2013. (e-book) 24 25 Referências ACARVALHO, L. N.; LEMES, S.; COSTA, F. M. da (Colab.). Contabilidade internacional: aplicação das IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília, DF: out. 1966. COMITÊ DES PRONUCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC 32: Tributos sobre o lucro. Brasília: 2009. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico: CPC 16 – Estoques. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico: CPC 32 – Tributos Sobre o Lucro. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/ Documentos-Emitidos/Pronunciamentos ERNST & YOUNG; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS. IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações: (aplicável às demais sociedades). 7. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2010. GLAUTIER, M. W. E.; UNDERDOWN, B. Accounting: theory and practice. 7th ed. Harlow: Prentice-Hall, 2001. HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. V. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999. SCHMIDT, P.; SANTOS, J. L.; FERNANDES, L. A. Contabilidade internacional avançada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. NIYAMA, J. K. Contabilidade internacional: causas das diferenças internacionais, convergência contábil internacional, estudo comparativo entre países, divergências nos critérios de reconhecimento e mensuração, evidenciação segundo FASB e IASB. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 25