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Violência e Depredação no Ambiente Escolar

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Uninter- Santa Luzia
Curso de licenciatura em Pedagogia
Estudo de caso: Pichação X Escola
Ana Cláudia dos Santos 
A Constituição Federal, em seu artigo 225, garante o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Entendendo a escola como meio ambiente, podemos afirmar constituir-se ato de violência, contra si mesmo e contra o Estado, na forma do bem público, aqui a escola, depredar o patrimônio escolar. Também a Lei de Crimes Ambientais proíbe destruir ou danificar um bem protegido por lei, tais como arquivos, registros, museus, bibliotecas, pinacotecas, instalações científicas ou similares e, também, pichar, grafitar ou macular edificação ou monumento urbano. O que se observa, porém, é que as garantias legais não constituem direitos de fato pois uma parte significativa da verba destinada à educação é gasta com reformas de prédios e materiais depredados todos os anos.
Entendendo a escola como inserida no meio ambiente, podemos afirmar que, constitui-se ato de violência, contra si mesmo e contra o Estado, na forma do bem público. Ou seja, depredar ou danificar o patrimônio escolar, é crime. 
Código Penal - Lei Nº 2.848/40 - sobre Dano ao Patrimônio Público. Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: ... III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; ... Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - Lei Nº 8.069/90 - sobre o Estudante que causar dano ao Patrimônio Público Escolar. Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. 
Lei de Crimes Ambientais - Lei Nº 9605 de 12/01/98, proíbe destruir ou danificar um bem protegido por lei, tais como arquivos, registros, museus, bibliotecas, pinacotecas, instalações científicas ou similares e, também, pichar, grafitar ou macular edificação ou monumento urbano.
Problematizando a relação escola-comunidade e preservação ambiental a partir de alguns questionamentos: Se a depredação do ambiente escolar atinge a todos e fere um direito coletivo, então por que encontramos tantos registros de violência contra o patrimônio escolar? Que fatos colaboram para que esta aconteça? Qual o real motivo pelo qual o jovem depreda? Qual a origem do vandalismo?
Entre outros, a banalização da vida e a brutalização das relações humanas, somadas à minimização do Estado, são tidas como fatores preponderantes para o aumento dos índices de violência expressa dessa forma ou de quaisquer outras. Talvez os alunos que cometam tais atos sejam também motivados por essas ou por diferentes razões, mas, o que se quer mostrar aqui é a relação entre aqueles que cometem os atos e o sentimento deles em relação à escola.
A maioria das escolas não está aberta à comunidade, aos seus reais anseios e necessidades, não vê o indivíduo como um todo e não o reconhece como cidadão crítico. A ausência de políticas públicas capazes de promover a integração da comunidade e escola gera manifestações também violentas, em uma de suas formas como depredação, e leva à evasão escolar. A depredação pode ser encarada como um sintoma de que algo não está bem, que a escola não o acolhe, mas apenas reproduz os costumes da sociedade que a circunda. O que se costuma chamar de violência pode ser apenas a maneira de explicitar o conflito existente entre o discurso e a forma como a educação é feita.
Pichações, violências entre colegas, violência contra professores, violência contra alunos, omissão da comunidade nas questões da vida escolar, exclusão da comunidade por parte da escola, evasão escolar, fracasso dos modos tradicionais de avaliação, constituem uma crise no sistema escolar vigente. Ao que parece, a crise da juventude reflete a crise da sociedade.
É preciso que a Escola viabilize a possibilidade e estimule a inserção comunitária das pessoas a fim de promover uma vivência construtora. O sentido de pertencer a uma sociedade, a uma cultura deve ser ampliado na convivência escolar. A Escola é um lugar fundamental para construção e reflexão sobre o sentido do pertencimento, quer dizer, ter uma identidade, partilhar de um modelo que reúna ética, moral, afetividade, conhecimento, definidora de papéis sociais de homens e mulheres em um espaço-tempo determinado.
Pais e responsáveis devem ter garantido o direito de participarem e terem acesso à Escola, de conhecer o seu Projeto Pedagógico, de compreenderem a avaliação de seus filhos, de conhecer o Regimento Escolar, de serem bem recebidos e atendidos com dignidade, de participarem e contribuírem com o processo de ensino-aprendizagem.
O espaço da Escola também deve estar disponível para as atividades comunitárias, inclusive nos finais de semana, estabelecendo parcerias no desenvolvimento de atividades culturais, artísticas, de cidadania; respeitando as características sócio-culturais da comunidade; promovendo ações também junto a essa comunidade.
A escola pública, com todos os seus bens materiais, é um exemplo claro de bem público de uso da coletividade. São bens que não pertencem ao governo, ao diretor, ao professor e tão pouco aos alunos, e sim, a toda comunidade escolar, sendo mantidos com recursos dos impostos pagos pelo povo. É preciso ser feito algo contra o vandalismo ao Patrimônio Público, e acredita-se que a Educação seja o caminho para se iniciar este enfrentamento.
 É necessário conscientizar o cidadão de que o dinheiro gasto para a compra e conserto dos bens recebidos, principalmente nas escolas, provém dos impostos arrecadados e os recursos gastos com reformas, reposições, consertos e outras ações, poderiam ser aplicados em benefícios para a própria comunidade escolar. Quando ocorrem indisciplina e depredação na escola, em geral usam-se ameaças, sanções coletivas e estímulos à delação. No entanto é preciso levar o aluno a perceber, refletir, e se conscientizar sobre suas atitudes, atos e consequências. É importante reparar um dano causado, mas por meio de abordagens que tragam resultados construtivos. 
Formar cidadãos conscientes requer não somente dialogar, mas praticar ações que ajudem na sua formação e conscientização, sendo primordial uma ação concreta que envolva a comunidade escolar, comunidade local, órgãos governamentais e não governamentais para que ocorra de fato uma conscientização.
Sobre a lei:
A Constituição Federal, em seu artigo 225, dispõe que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Conclusão: É necessário que a escola desenvolva projetos que conscientize os alunos a respeito da importância de preservação da escola, fazer com que os eles sintam que a escola é propriedade de toda a comunidade e que todos devem zelar por ela. Projetos que despertem o interesse dos alunos como dança, rodas de capoeira, grafite, projetos musicais que estimulem a preservação. Palestras e atividades em sala de aula que mostrem as consequências do ato de pichação- visto que quando menor, pego em flagrante pode ter de cumprir medidas sócio-educativas e quando maior, pode ter uma punição de três meses a três anos- devem ser incentivadas. Levando em conta a LDBEN, e o Estatuto, o mais correto seria a orientação dos pais para a correção e a não exposição do aluno. Os danos devem ser reparados, mas por meio de abordagens que tragam resultados construtivos.
Referências
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-sentimento-pertencimento-escola-depredacao-patrimonio-escolar.htm,acesso em 03/06/2019.
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1858/blog-na-direcao-certa-como-acabei-com-vandalismo-e-depredacao-em-uma-escola, acesso em 03/06/2019.
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/julho_2016/1dia_agentes2_anexo2_sp_2semestre.pdf, acesso em 03/06/2019.
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/julho_2016/1dia_agentes2_anexo2_sp_2semestre.pdf

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