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FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO O fibroma ossificante periférico é um crescimento gengival relativamente comum, que é considerado mais como uma lesão de natureza reacional do que de natureza neoplásica. A patogênese desta lesão é incerta. Devido às suas semelhanças clínicas e histopatológicas, os pesquisadores acreditam que alguns fibromas ossificantes periféricos desenvolvam-se inicialmente como granulomas piogênicos que sofrem maturação fibrosa e subsequente calcificação. Entretanto, nem todos os fibromas ossificantes periféricos podem se desenvolver dessa maneira. O produto mineralizado provavelmente se origina de células do periósteo ou do ligamento periodontal. Existe uma confusão considerável sobre a nomenclatura desta lesão, e diversos termos têm sido usados para descrever suas características histopatológicas variáveis. No passado, os termos fibroma odontogênico periférico (Capítulo 15) e fibroma ossificante periférico geralmente eram utilizados como sinônimos, mas o fibroma odontogênico periférico é agora considerado uma entidade distinta e separada. Além disso, apesar da similaridade dos nomes, o fibroma ossi- ficante periférico não representa a contraparte de tecido mole do fibroma ossificante central. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: O fibroma ossificante periférico ocorre exclusivamente na gengiva. Apresenta-se como uma massa nodular, séssil ou pedunculada, que usualmente se origina da papila interdental (Figs. 12-41 e 12-42). A coloração varia do vermelho ao rosa, e a superfície é frequentemente, mas nem sempre, ulcerada. O crescimento provavelmente se inicia como uma lesão ulcerada. As lesões mais antigas comumente mostram a cicatrização da úlcera e uma superfície intacta. Lesões vermelhas ulceradas geralmente são confundidas com os granulomas piogênicos, enquanto as rosas, nãoulceradas, são clinicamente semelhantes aos fibromas de irritação. Muitas lesões medem menos de 2 cm, embora ocasionalmente possam ocorrer grandes lesões. As lesões geralmente estão presentes por muitas semanas ou meses antes do diagnóstico ser feito. O fibroma ossificante periférico é uma lesão predominantemente de adolescentes e adultos jovens, com um pico de prevalência entre os 10 e os 19 anos de idade. Quase dois terços de todos os casos ocorrem em mulheres. Há uma discreta predileção pelo arco maxilar, e mais de 50% de todos os casos ocorrem na região de incisivos e caninos. Usualmente, os dentes não são afetados, podendo raramente ocorrer migração e perda dos dentes adjacentes. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: O padrão microscópico básico do fibroma ossificante periférico é de uma proliferação de fibroblastos associada à formação de material mineralizado (Figs. 12-43 e 12-44). Se o epitélio estiver ulcerado, a superfície é coberta por uma membrana fibrinopurulenta com uma zona de tecido de granulação subjacente. O componente fibroblástico profundo geralmente é celular, especialmente nas áreas de mineralização. Em alguns casos, a proliferação fibroblástica e a mineralização associada representam somente um pequeno componente de um grande aumento de volume semelhante a um fibroma ou a um granuloma piogênico. O tipo de componente mineralizado é variável, e pode consistir em osso, material cementoide, ou calcificações distróficas. Frequentemente, observa-se uma combinação desses materiais. Usualmente, o osso é do tipo imaturo e trabecular, embora lesões antigas possam apresentar osso lamelar maduro. Não é incomum a presença de trabéculas de osteoide não-mineralizado. Menos frequentemente, são FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO formadas gotas ovoides de material cementoide basofílico. As calcificações distróficas são caracterizadas por múltiplos grânulos, pequenos glóbulos, ou grandes aumentos de volume irregulares de material basofílico mineralizado. Tais calcificações distróficas são mais comuns em lesões iniciais ulceradas, enquanto as lesões mais antigas, não-ulceradas, comumente exibem osso bem formado ou cemento. Em alguns casos, células gigantes multinucleadas podem ser encontradas, usualmente em associação com o material mineralizado. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: observa‐se que as bordas da lesão são normalmente bem definidas, com uma linha radiolúcida delgada que representa uma cápsula fibrosa. A estrutura interna tem uma densidade mista radiolúcida‐radiopaca, com um padrão que depende da forma e da quantidade do material calcificado presente. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: O tratamento de escolha para o fibroma ossificante perifé- rico é a excisão cirúrgica local, com o envio do espécime para o exame histopatológico. A excisão do aumento de volume deve ser feita subperiosticamente, já que as recidivas são mais comuns se a base da lesão permanecer. Além disso, os dentes adjacentes devem ser vigorosamente raspados para eliminar qualquer possível irritação. Técnicas cirúrgicas periodontais, como os retalhos reposicionados ou enxertos de tecido conjuntivo, podem ser necessárias para reparar esteticamente os defeitos gengivais. Embora a excisão seja usualmente curativa, uma taxa de recidiva de 8% a 16% têm sido relatada. REFERÊNCIA NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
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