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Centro Universitário Estácio Juiz de Fora - campus Rio Branco Faculdade de Engenharia Civil Disciplina “Estradas” Professor: Engº. Mauro Gomes Bastos REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA A preparação das aulas da Disciplina de Estradas se baseou na seguinte Bibliografia: PIMENTA, Carlos R.T.; Oliveira, Marcio P; Projeto Geométrico de Rodovias. Rima, 2004. 2ed. MICHELIN, Renato G. Drenagem Superficial e Subterrânea de Estradas Multilibri,1975. MEDINA, Jacques. Mecânica dos Pavimentos. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 De SENÇO, Wlastermiler. Manual de Técnicas de Pavimentação São Paulo: PINI, 2001. LEE, Shu Han. Introdução ao Projeto Geométrico de Rodovias. USFC: Ed. 4 - 2017. BALBO, José Tadeu, Pavimentação Asfáltica: materiais, projeto e restauração. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. DAIBERT, J. D., DAIBERT, J. A., DAIBERT, T. J. Z., DAIBERT, D J. Rodovias - Planejamento, execução e manutenção. São Paulo: Érica, 2014. PESSOA, Elci Junior. Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana. São Paulo: PINI, 2014 CONSIDERAÇÕES INICIAIS De uma forma “simples”, podemos dividir uma Obra de Engenharia em três fases: Projeto, Planejamento e Execução. O Projeto é o conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para a realização de uma obra, e deve ter o detalhamento necessário para garantir a fluidez dos trabalhos nos canteiros de obras, evitando surpresas e erros estruturais que possam causar prejuízos ou até mesmo o embargo do empreendimento. O planejamento é muito mais do que prever datas e prazos, e deve envolver todos os aspectos da obra, desde mão de obra até os suprimentos que serão utilizados, visando assegurar a realização da obra dentro dos parâmetros desejados, para a minimização de perdas, desperdícios e atrasos, baseado no tripé “orçamento, cronograma físico-financeiro e controle de execução”. A Execução da obra pode ser considerada a fase mais “delicada”, pois os erros normalmente geram desperdícios, prejuízos e, em alguns casos, acidente. O Engenheiro de Obra lida com fornecedores, prestadores de serviço e o corpo técnico da empresa, composto por pessoas com diversificados tipos de formação técnica e social. Na obra o engenheiro tem que se preocupar com a Qualidade, a Produtividade e, sobretudo, a Segurança, pois é o trabalhador que faz a qualidade e a produtividade da obra. E para o sucesso desta “empreitada” o engenheiro deve combater a soberba, com a humildade de ouvir e respeitar seus pares e subordinados. 1. Introdução Para a construção de uma estradas são necessárias as seguintes fases: 1.1. Planejamento de Transporte Estuda o comportamento do sistema viário existente para, posteriormente, estabelecer prioridades de ligação com vistas às demandas de tráfego detectadas e projetadas, de acordo com os dados sócio econômicos da região em estudo. Isto significa implantar novos sistemas ou melhorar os existentes; Para se definir o que deve ser implantado ou melhorado (oferta de transporte), dentro do horizonte de projeto, faz-se necessário quantificar a demanda por transporte e saber como a mesma vai se distribuir dentro da área de estudo (linhas de desejo). A avaliação dessa demanda é feita utilizando-se os estudos de tráfego. 1.2. Projeto Viário Principais atividades para elaboração de um projeto viário: . Estudos geológicos e geotécnicos; . Estudos hidrológicos; . Estudos topográficos; . Projeto geométrico; . Projeto de terraplenagem; . Projeto de drenagem; . Projeto de pavimentação; . Projeto de obras de arte correntes; . Projeto de obras de arte especiais; . Projeto de viabilidade econômica; . Projeto de desapropriação; . Projetos de interseções, retornos e acessos; . Projeto de sinalização; . Projeto de elementos de segurança; . Orçamento da obra e plano de execução; . Relatório de impacto ambiental. 1.3. Execução da Obra 1.3.1. Terraplenagem Também conhecido como terraplanagem, significa encher de terra os vãos (depressões ou cavidades) de um terreno para ele ficar plano (até as camadas de sub-leito), processo em que terra em excesso é removida para outro lugar, denominado bota-fora, e a falta de terra é compensada com material vindo de outro lugar, denominado empréstimo. Pela grande movimentação de terra executada, nas obras de terraplenagem são utilizados equipamentos de grande porte, como: . Moto-niveladora (Patrol) . Escavadeira . Trator de Esteira . Caminhão Caçamba . Rolo Pé de Carneiro . Rolo Liso . Trator com grade . Caminhão Pipa . Caminhão Comboio A partir da locação do Eixo de Projeto da estrada, o levantamento topográfico orienta o Projeto Geométrico na determinação dos pontos de corte, de aterro e de corte e aterro. Para a medição dos volumes, em alguns pontos de cada trecho (intervalo entre estacas) são tiradas seções topográficas primitivas, antes do início, e seções topográficas finais, após o término. 1.3.2. Drenagem É o conjunto de estruturas instaladas ao longo de uma estrada, com o intuito de captar e transportar as águas pluviais (as águas da chuva) e dos lençóis freáticos, de modo a preservar a integridade física de toda a infraestrutura da rodovia, pois um sistema de drenagem bem feito garante, tanto a segurança dos usuários da rodovia, reduzindo consideravelmente o número de acidentes, quanto o aumento da durabilidade do pavimento, de elementos estruturais e da estabilidade dos taludes de corte e aterro. Pela grande variedade de “situações” e “necessidades”, um sistema de drenagem pode utilizar diverso tipos de “dispositivos de drenagem”, como: . valeta de proteção de corte . valeta de proteção de aterro . sarjeta de corte . sarjeta e meio-fio de aterro . sarjeta de canteiro central e de banquetas . transposição de segmentos de sarjetas . saída e descida d’água em talude . dissipador de energia . bueiro de greide . caixa coletora . bacia de captação e vala de derivação . vala lateral e corta-rio . Pontes ou Obras de Arte Especiais-OAE . Bueiros ou Obras de Arte Correntes-OAC . drenos . colchão drenante 1.3.3. Pavimentação Pavimentar significa revestir o solo. Em Estradas, Pavimentação é a estrutura de múltiplas camadas (sub-base, base e revestimento) construída sobre a terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços oriundos do tráfego e a melhorar as condições de rolamento. Na estrutura do pavimento devem ser levados em conta base original do terreno, o fluxo de veículos esperado, as condições climáticas da região e possíveis impactos causados por intempéries. Nas obras de pavimentação são utilizados, além dos mesmos equipamentos da terraplenagem, o caminhão espargidor, rolo pneumático, acabadora de asfalto e equipamentos de concretagem. Existem, basicamente, três tipos de pavimentos: . Rígido: revestido com placas de concreto de cimento. São indicados para vias em que haja tráfego pesado. . Flexível: revestido de camada asfáltica e com base de brita ou solo. Diferenciam-se dos demais por não empregarem, nem na sua base, nem na superfície, concreto ou cimento. O revestimento é asfáltico e a base é feita com brita, o próprio solo original terraplanado ou outros materiais. . Semi-rígido: revestido de camada asfáltica e com baseestabilizada quimicamente (cal ou cimento). Apresenta propriedades intermediárias em relação à resistência, deformação e absorção das tensões. 1.3.4. Sinalização e Segurança A sinalização da estrada é muito mais de que a disponibilização de informações, avisos e direcionamentos; é a ferramenta que “pode” garantir a segurança de seus usuários. Em estradas utilizam-se três tipos de sinalização: . Vertical: placas laterais e painéis transversais; . Horizontal: pintura no pavimento (símbolos ou palavras, faixas de tráfego, linhas de bordo, limites de velocidade, ...), tachas refletivas, tachões, ...; . Auxiliar: defensas, barreiras, delineadores, balizadores, iluminação, ...
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