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Distúrbios do Sistema Cardíaco e Cardiovascular Curso de Nutrição – UNOESC Videira Nutr. Msc. Liziane Cassia Carlesso A doença cardiovascular (DVC) constitui um grupo de doenças inter-relacionadas: Doença arterial coronariana (DAC); Doença cardíaca isquêmica; Doença vascular periférica; Arterosclerose; Hipertensão; Insuficiência cardíaca. Epidemiologia Fig. 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no Brasil, em 2007. AVE - Acidente Vascular Encefálico; DIC - Doença Isquêmica do Coração; HAS -Hipertensão Arterial Sistêmica. V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Hipertensão arterial sistêmica - HAS - “É uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.” Idade (homem > 55 e mulheres > 65 anos) Tabagismo Dislipidemias: triglicérides > 150 mg/dL; LDL colesterol > 100 mg/dL; HDL < 40 mg/dL Diabetes melito História familiar prematura de doença cardiovascular: homens < 55 anos e mulheres < 65 anos V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Fatores de risco cardiovascular adicionais nos pacientes com HAS Fonte: SBH, 2002. Reduzir a morbimortalidade cardiovascular por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da HAS Classificação da HAS V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Atendimento sistematizado de nutrição Avaliação nutricional Antropometria: peso, altura, circunferência abdominal, circunferência do pescoço Exames bioquímicos: glicose em jejum, lipidograma, ferritina, uréia, creatinina, ácido úrico plasmáticos; Consumo alimentar: sal, álcool, gorduras, verduras, legumes e frutas, fibras. Consulta nutricional Verificação da pressão arterial com manguito adequado à circunferência do braço Medida de altura e peso com roupas leves e sem sapatos,medida da circunferência da cintura e quadril e cálculo do índice de massa corporal Anamnese alimentar, avaliando freqüência, quantidade e qualidade de alimentos, intolerâncias e alergias alimentares Diagnóstico nutricional Consulta nutricional Prescrição e orientação específica da dieta, considerando aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais, com ensinamentos que possibilitem preparações alimentares saborosas, práticas e saudáveis Identificação dos alimentos diet e/ou light, do teor de sódio existente nos alimentos processados Avaliação da interação de alimentos e/ou nutrientes com medicamentos Seguimento da evolução nutricional Educação nutricional Tratamento não medicamentoso Controle de peso Padrão alimentar Consumo moderado de sal Consumo moderado de bebidas alcóolicas Abandono ao tabagismo Exercício físico Controle de estresse psicoemocional V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade. Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média). Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia. Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral. Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf16 Quadro 1 – Como recomendar uma dieta ao estilo DASH Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf16 Quadro 1 – Como recomendar uma dieta ao estilo DASH Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou 1/2 xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas). Reduzir a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados (como azeite, soja, milho, canola). Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados. Diminuir ou evitar a o consumo de doces e bebidas com açúcar. 5g/dia sal = 2000mg sódio No máximo 3colheres rasas de café 3g + 2g sal dos alimentos ERVAS AROMÁTICAS… Fonte: Dumler F. Dietary sodium intake and arterial blood pressure. J Ren Nutr 2009; 19(1): 57–60. O sal cujo nome científico é cloreto de sódio é formado por: átomos de cloreto e átomos de sódio, contendo: 39,34% de sódio e 60,66% de cloreto. Para se obter o total de sal de um produto é necessário multiplicar a quantidade de sódio por 2,5. Observe no exemplo a seguir: 1 pacote de macarrão instantâneo possui: 1760 mg de sódio. Para sabermos o quanto representa em sal devemos fazer o seguinte calculo: 1760mg x 2,5 = 4400mg que divididos por 1000 equivale a 4,4 gramas de sal ou 1,76 gramas de sódio. Quando confundimos o sódio com o sal, achamos que estamos consumindo 1,76 gramas quando na realidade é 4,4 gramas de sal bem diferente seu efeito quando se fala em níveis de consumo. Sal-sensíveis Variação da PA > 10mmHg com excesso ou restrição de sódio Sal-resistentes Variação da PA < 5mmHg Fonte: SBH, 2002. 400mg de SÓDIO = 1 grama de SAL: 400mgSódio/400= 1grama de sal. Cada g de sal contém 400mg de sódio. Níveis de restrição de Sódio (em mg e mEq) Níveis de restrição mg mEq Leve 2400-4500 100-200 Moderada 100 43 Acentuada 500 22 Absoluta 250 11 Fonte: Mahan LK e Escott-Stump S. , 1995. V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Alto teor de cacau - pode promover discreta redução da PA, devido às altas concentrações de polifenóis. Fonte: Desch et al, 2010 Açúcar ou Adoçante Alguns fármacos... Hidroclorotiazida (Queijo, ovo frito e carne Aumenta a absorção do fármaco e depleta sódio) Furosemida (Abóbora, arroz, cenoura, carne Depleta sódio (Na) Clonidina Atenolol (alimentos diminuem a abs do fármaco) Propanolol (leite, aumenta disponibilidade) Diltiazem Captopril (alimentos diminuem a abs do fármaco) Situações especiais Afro descendentes e miscigenados Idosos Gravidez Crianças e adolescentes Anticoncepcionais orais e terapia de reposição estrogênica Diabete mellitus Síndrome metabólica e obesidade Dislipidemias Cardiopatia isquêmica IC AVC Apnéia obstrutiva crônica Aterosclerose É a principal causa de mortalidade no Brasil; Multifatorial; Prevenção: identificação e controle da dislipidemias, hipertensão, diabetes e obesidade. Progressão da Doença Cardiovascular Classificação das Dislipidemias Valores de referência(mg/dl) dos Lípides Plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos de idade Lípides Valores Categoria ColesterolTotal <200 200-239 ≥ 240 Ótimo Limitrofe Alto LDL-colesterol Se estiver alto, consequentemente o triglicerídeos pode estar alto <100 100-129 130-159 160-189 ≥ 190 Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito Alto HDL-colesterol <40 ≥ 60 Baixo Alto Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Hipertrigliceridemia gera o aumento da gordura ruim Forma de armazenamento energético mais importante do organismo Causas: excesso de peso, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de alcool e carboidratos, diabetes, IRC, certos medicamentos, distúrbios genéticos Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Valores de referência(mg/dl) dos Triglicerídios Plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos de idade Lípides Valores Categoria Triglicerídes <150 150-199 200-499 ≥ 500 Ótimo Limitrofe Alto Muito alto O excesso de triglicerídeos, faz alteração no fígado, que é emulsificante de gordura, o que vai alterar processo renal,cardíaco Dietoterapia V Diretrizes Brasileiras de HAS/2006 Reduzir o peso Aumentar de atividade física Terapia medicamentosa (alto) Evitar o consumo de açúcares simples e carboidratos refinados Reduzir o consumo de alcool Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Restringir o consumo de ácidos graxos saturados : gordura animal, polpa de coco, óleos de dendê e coco; Restringir o consumo de ácidos graxo trans Priorizar o consumo de ácidos graxos insaturados; Aumentar o consumo de fibras do tipo solúvel: farinha de aveia, farinha de centeio, farelo de trigo, flocos de aveia, feijão, maçã, laranja, goiaba, pêra; Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Ácidos graxos essenciais Ômega 3 – linoleico Linhaça, chia, semente de girassol, nozes, castanha, sardinha, abacate, atum Ômega 6 – linolênico Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Fibras Solúveis: ação colesterol Recomendação: 25 – 30g/dia Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Fitosteróis – vegetais- Flavonóides – antioxidantes Bebida alcóolica – 15ml/etanol/dia mulheres 30ml/etanol/dia homens Vitaminas C, E, A; Café Vários estudos têm relacionado o consumo de diversos tipos de preparo de café e elevação da fração LDL do colesterol, considerada “colesterol ruim”. CAFESTOL e KAHWEOL = ↑ homocisteína Fonte: Faculdade de Medicina Jikei, em Tóquio Café Fonte: Faculdade de Medicina Jikei, em Tóquio O café como o "próximo vinho vermelho", em referência aos polifenóis da bebida de Baco, reconhecidamente benéficos para as artérias. Ácidos fenólicos do café: cafeico, ferúlico, auxiliam o retorno do colesterol para o fígado. Isso aumenta o nível de HDL, o chamado bom colesterol. Ovos Fonte: Faculdade de Medicina Jikei, em Tóquio O teor de colesterol é de 397 g por 100g Entretanto o teor de ácidos graxos insaturados, tais como monoinsaturados e polinsaturados, são o dobro dos ácidos graxos saturados A recomendação diária de colesterol é de no máximo 300 mg/dia Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Recomendações Grau de recomendação Nível de evidência O consumo de colesterol alimentar deve ser < 300 mg/dia para auxiliar controle da colesterolemia. I A O consumo de ácidos graxos saturados deve se < 7% do Valor Calórico Total (VCT) para controle da colesterolemia. I A O alto consumo de ácido palmítico e mirístico aumenta o colesterol total e o LDL colesterol. I A A adequação do consumo de ácidos graxos saturados auxilia no controle do LDL-c. I A Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. O consumo de ácidos graxos monoinsaturados deve ser < 20% do VCT, juntamente com dieta rica em frutas, vegetais, grãos e carnes magras e laticínios desnatados, que se relacionam com menor concentração plasmática de LDL-c. I A O consumo de ácidos graxos poli- insaturados deve ser < 10 % do VCT. II B Oconsumo de ácidos graxos trans eleva o colesterol total e o LDL- c e reduz o HDL-c. I A O consumo de chocolate rico em cacau não está relacionado ao aumento do colesterol. II A Fonte: National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001. Não se recomenda coco e óleo de coco para tratamento de hipercolesterolemia, sendo necessários estudos adicionais para orientar seu uso em demais alterações metabólicas. III B O consumo de ovo ou alimentos ricos em colesterol tem pouca influência sobre níveis de lipídeos plasmáticos; no entanto, recomenda-se consumo moderado de alimentos fontes de colesterol. II A O consumo diário de 2 g de fitosterol está relacionado à diminuição do LDL-c. I A O alto consumo de fibra solúvel está a ssociado à redução no LDL-c. I A O consumo de proteína de soja em substituição da proteína animal está relacionado a maior controle dos níveis de lipídeos plasmáticos. III B Prevenção da aterosclerose na infância e adolescência 62 I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência/2005 I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência/2005 I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência/2005 Dietoterapia 66 I Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência/2005 Fonte: Coma, Beba e Seja Saudável – O Guia da Alimentação Saudável da Escola de Medicina de Harvard Insuficiência cardíaca congestiva 70 É definida como uma síndrome clínica caracterizada pela falência da função cardíaca e congestão circulatória, devido ao desenvolvimento e progressão do remodelamento do ventrículo esquerdo, geralmente resultante de uma série de eventos que é iniciada com a ativação de neuro-hormônios endógenos e citocinas. Fonte: Francis GS, 2001. Dispnéia, (dispnéia aos esforços, ortopnéia, dispnéia paroxística noturna, dispnéia de repouso até edema agudo de pulmão); Fadiga e astenia; Tosse, Broncoespasmo (“asma cardíaca”); Isquemia Cerebral (hipoperfusão); Insuficiência Vascular Periférica – sudorese e cianose; Edema periférico e pulmonar; Sintomas urinários noctúria (fase inicial) oligúria (fase tardia) Classificação da New York Heart Association, de acordo com os sinais e sintomas: Classes Limitações as AtividadesFísicas Sinais e Sintomas I Sem Asatividades físicas normais não provocam fadiga oudispnéia II Leve Os pacientes são assintomáticos em repouso. As atividades físicasnormais provocam fadiga oudispnéia III Acentuada Emboraos pacientes sejam assintomáticos em repouso, atividades mais leves que as habituais provocam fadiga edispnéia IV Incapacidade A fadiga oudispnéiaestão presentes mesmo em repouso Caquexia Cardíaca É uma complicação da IC e pode ser definida como perda de peso corpóreo, não-intencional e não-edematosa, de mais de 7,5% do peso habitual, num período de mais de seis meses. Massa magra = ingestão alimentar = balanço nitrogenado negativo = balanço energético negativo Dietoterapia 75 Nutrição adequada Reduzir e prevenir o edema Aliviar os sintomas Melhorar a qualidade de vida Fracionamento Necessidade energia e nutrientes Terapia nutricional Fonte: Keith ME et al, 2001. VET: 28-35 kcal/kg peso livre de edema/ dia, dependendo do estado nutricional; Se necessário suplementar para atingir o NED; CHO (50-55% do NED): atenção CHO complexos PTN (1,2 a 2,0g/kg/dia) dependendo do estado nutricional; atenção PAVB; LIP (30-35% do NED), ênfase em AGM e AGP (especialmente no ômega 3) e diminuição de AGS e trans; Na 2-3g/dia hipossodica Líquidos na prática recomenda-se 2000ml/dia de acordo com a condição clínica e dose de diuréticos; 1000-1500ml/dia em pacientes sintomáticos com risco de volemia; Fibras 20-30g/dia previnindo obstipação; Álcool restringir ou abolir DIETA PASTOSAESTUDO DE CASO – Para entregar
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