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PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 1 / 7 1. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA • Projeto de arquitetura • Projeto de estrutura • Projeto de fôrmas • Projeto de armação • Projeto de instalações elétricas • Projeto de instalações hidráulicas • Projeto de alvenaria • Projeto de impermeabilização • NR-18 “Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção” (norma regulamentadora do Ministério do Trabalho) • Nota Fiscal do fornecimento do concreto 2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS • Concreto dosado em central; • Água; • Cimento e areia; • Gerica e carrinho de mão (desnecessários para concretagem com grua ou bombeamento); • Guincho, grua ou bomba para concreto; • Pá; • Colher de pedreiro; • Enxada; • Régua de alumínio de 1"x3" de 2 a 3m de comprimento; • Desempenadeira de madeira; • Mangueira; • Martelo de borracha; • Caminhos para circulação de gericas e de pessoas; • Nível alemão ou aparelho de nível a laser; • Mestras metálicas; • Arame recozido nº 18 para amarração das mestras; • Gabaritos metálicos ou de madeira para execução de desníveis na laje; • Lona plástica; • Vibrador de imersão com mangote apropriado, cabo de alimentação e opções de reserva; • Moldes para corpos de prova; • Proteções de periferia, conforme a NR-18; • Equipamentos para slump test; • Sistema de iluminação para concretagem noturna, quando for o caso; • EPIs. 3. MÉTODO EXECUTIVO 3.1. Condições para o início dos serviços Para estruturas de edifícios (lajes, vigas e pilares) o concreto do pavimento inferior deve estar liberado, a fim de assegurar que o carregamento da nova concretagem não comprometa a estrutura subjacente, atentando para o reescoramento dos pavimentos inferiores. Nos casos gerais as fôrmas devem estar executadas e limpas, com desmoldante aplicado e eixos verificados. No caso de pilares, os pés destes devem estar tamponados entre a fôrma e o gastalho para evitar o escorrimento da PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 2 / 7 nata proveniente da concretagem. As armaduras precisam estar posicionadas e conferidas, com espaçadores instalados. As proteções de periferia, por sua vez, devem estar instaladas no perímetro da área a ser concretada (segundo determinação da NR-18), de modo a garantir a segurança de vizinhos e funcionários da obra. Todos os equipamentos e a equipe de trabalho devem estar dimensionados, considerando tempos de ciclo do transporte horizontal inferior, do transporte vertical e do transporte horizontal superior. Eventuais níveis de parada do concreto e possibilidade de criação de juntas frias precisam estar definidos. As áreas de acesso desde a descarga do concreto até o guincho devem estar delimitadas, desobstruídas e regularizadas quando necessário, bem como caminhos de acesso sobre as peças a serem concretadas, com posicionamento e remanejamento definidos conforme a seqüência de lançamento do concreto. O posicionamento, quantidade e altura das mestras devem ser verificados. Também devem ser checadas possíveis interferências da estrutura na arquitetura e nas demais instalações, observando-se a locação das fôrmas in loco. Data, horário, volume e intervalo entre caminhões devem estar programados junto ao fornecedor de concreto, considerando o dimensionamento de equipes e equipamentos, o tempo de transporte interno no canteiro até o local de concretagem, os requisitos de projeto e o slump test. Para a definição do volume, adotar um arredondamento de 0,5 m3. O controle tecnológico deve ser programado, prevendo-se um moldador para a obra e, se possível, um tecnólogo para acompanhamento da dosagem e controle dos caminhões na usina. As instalações elétricas e os equipamentos (vibradores, guincho, grua, ...), inclusive os de reserva, devem ser testados. O acesso do vibrador deve ser simulado, de forma a ter-se dimensionado o tamanho da agulha e do mangote. O abastecimento de água e energia no local deve ser verificado e garantido. Os gabaritos metálicos ou de madeira para rebaixo de lajes devem estar posicionados e conferidos, assim como os gabaritos para locação de furos para as instalações (Figura 1). Os ganchos para fixação posterior de bandejas de proteção e amarração de torres de guincho, grua e/ou tubulação de concreto bombeado devem estar colocados. Os eletrodutos devem estar posicionados, conferidos e amarrados à armadura positiva da laje. Os gabaritos para locação das instalações elétricas e prumadas de hidráulica devem estar posicionados. Figura 1 - Posicionamento dos gabaritos para locação das instalações As áreas a serem concretadas devem estar protegidas, a fim de impedir qualquer contaminação com barro ou outros detritos durante a concretagem. PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 3 / 7 Providenciar desenhos em papel A3 ou A4 para mapeamento da área ou peça a ser concretada. ☞ ATENÇÃO • Planejar a concretagem de forma que o lançamento do concreto termine junto à caixa de escada ou ao acesso de saída da laje. • As concretagens com início na primeira hora da manhã devem ser totalmente planejadas e preparadas no dia anterior. 3.2. Recebimento do concreto usinado O concreto dosado em central deve ser recebido segundo as orientações da EIM para concreto dosado em central. O concreto produzido em obra deve respeitar as orientações do procedimento para produçao de concreto em obra no que diz respeito a verificação de suas características. 3.3. Transporte do concreto a) Com guincho e gericas Posicionar os caminhos de concretagem, conforme planejado anteriormente. O uso de gericas requer alguns cuidados importantes: é preciso molhá-las antes da concretagem e lavá-las ao término do serviço, mantendo-as constantemente limpas para evitar acúmulo de concreto ou argamassa aderidos. Com relação ao guincho são necessários os seguintes cuidados: nunca descer em queda livre e evitar freadas bruscas. Também é indispensável a observação de todas as exigências da NR-18 no tocante a guinchos. Atentar para o travamento adequado das gericas ou dos carrinhos de mão dentro da cabine do guincho durante o transporte vertical. b) Com grua Delimitar a área sob a movimentação da carga, não permitindo a circulação ou permanência de pessoas nesta região. Atentar para os seguintes cuidados com a grua: molhar a caçamba antes da concretagem e lavá-la ao término do serviço, mantendo-a constantemente limpa para evitar o acúmulo de concreto ou argamassa aderidos. Operar a grua sempre com dois funcionários - um operador e um sinalizador qualificados, providos de aparelho intercomunicador, quando necessário - e verificar o travamento do fundo da caçamba no momento do seu carregamento. Também é indispensável a observação de todas as exigências da NR-18 quanto a gruas. c) Por bombeamento Assegurar-se de que o diâmetro interno do tubo é maior que o triplo do diâmetro máximo do agregado graúdo. Posicionar os caminhos para locomoção de pessoas sobre a laje ou o terreno de trabalho. Lubrificar a tubulação com nata de cimento ou argamassa fluida, não utilizando este material para a concretagem. Alocar de dois a quatro homens para segurar a extremidade da tubulação. ☞ ATENÇÃO Travar as curvas da tubulação em razão dos problemas decorrentes do grande empuxo envolvido. d) Por meio de caminhão-lança Assegurar-se que a lança atinge todos os pontos de concretagem (acessibilidade e comprimento da tubulação), que as redespúblicas de eletricidade e telefonia permitem a mobilidade segura da lança e que a tubulação do caminhão PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 4 / 7 se encontra devidamente lubrificada com argamassa. Um homem é suficiente para segurar a extremidade da tubulação. 3.4. Lançamento do concreto Molhar as fôrmas abundantemente antes da concretagem. A fim de impedir que as peças sofram qualquer tipo de contaminação durante a concretagem, provocada por sujeira ou pela queda de materiais, eliminar os principais focos (barro dos pés dos operários, deslizamento de terra, queda de entulho de pavimentos superiores, entre outros). Prever uma equipe de apoio composta por um armador para manutenção das armaduras; um eletricista para verificação da integridade de tubulações e caixas elétricas quando existirem; um carpinteiro por frente de concretagem, verificando a integridade e o seu completo preenchimento com o auxílio de um martelo de borracha. Lançar o concreto tomando o cuidado de não formar grandes acúmulos de material num ponto isolado da fôrma, conforme ilustra a Figura 2. Atentar também para o fato de que o concreto deve ser lançado logo após o batimento, não sendo permitido um intervalo superior a uma hora entre o fim da mistura e o lançamento, respeitando-se sempre o limite de 2 horas e 30 minutos entre a saída do caminhão da usina ou sua produção em obra e o lançamento. O mesmo é válido em interrupções envolvendo concreto já lançado e adensado e concreto novo. Havendo necessidade de um intervalo maior, deve-se especificar um aditivo retardador de pega, tomando-se os devidos cuidados que esse material exigir. Nesse caso, recomenda-se a assessoria de um tecnologista de concreto. Espalhar o concreto com auxílio de pás e enxadas. Figura 2 - Lançamento do concreto em laje por meio de grua No caso de pilares, estes devem ser concretados em camadas com espessura compatível com o comprimento da agulha do vibrador (aproximadamente igual a três quartos do comprimento da agulha). As camadas devem ser vibradas independentemente até se atingir o nível do fundo da viga, onde deve ser encerrada a concretagem. Se para os pilares a altura de queda livre for superior a 2,5 m, devem ser tomadas medidas especiais para evitar a segregação, tais como executar a concretagem por etapas de 2,5 m, abrindo janelas nas fôrmas, utilizando trombas ou funis. Ainda com relação a pilares, lançar imediatamente antes da concretagem uma camada de argamassa de cimento e areia com traço 1:3, em quantidade suficiente para impregnar a fôrma e a armadura, garantindo ainda um pequeno colchão de argamassa no pé do pilar. Para lajes, sarrafear o concreto com uma régua de alumínio tomando o nível das mestras como referência(Figura 3). O desempeno deve ser feito com madeira, atentando para o acabamento junto a interferências e gabaritos (Figura 4). Figura 3 - Sarrafeamento do concreto em lajes PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 5 / 7 Figura 4 - Detalhe do acabamento do concreto junto aos gabaritos metálicos para rebaixo da laje ☞ ATENÇÃO Em caso de chuva intensa, interromper criteriosamente a concretagem e proteger o trecho já concretado com lona plástica. Decidindo-se por continuar o serviço, deve-se proteger o trecho já concretado, as gericas e o silo do caminhão com lona plástica. Acompanhar, no lançamento, se não ocorrem deslocamentos da ferragem e outros elementos metálicos (inserts), assim como o nível de parada do concreto, a integridade das fôrmas, a vibração e o tempo de descarga (menor que 2 horas e 30 minutos a partir da saída do caminhão da usina ou sua produção em obra). Em se tratando de concretagem de lajes em balanço, é importante o acompanhamento do engenheiro, que deverá dar especial atenção à posição da armadura negativa. As mestras devem ser retiradas logo após o sarrafeamento para evitar que fiquem perdidas na massa de concreto. Mapear as regiões em que foram lançados os concretos de cada caminhão, lançando em planta específica para cada andar. PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 6 / 7 No caso de junta fria de concretagem (concreto fresco x concreto endurecido), alertar o projetista estrutural que deverá informar a melhor posição, o grau de inclinação da junta e a necessidade ou não de aplicação de ponte de aderência. Evitar juntas em áreas molhadas que não receberão impermeabilização. Na concretagem da periferia da laje, deve-se ter especial atenção para evitar a queda de materiais. 3.5. Adensamento do concreto Definir o diâmetro da agulha e aplicar a vibração em distâncias iguais a uma vez e meia o raio de ação, conforme a Tabela 1. Tabela 1 - Raio de ação do vibrador em função do diâmetro da agulha Diâmetro da agulha (mm) Raio de ação (cm) Distância entre vibração (cm) 25 a 30 10 15 35 a 50 25 38 50 a 75 40 60 Introduzir e retirar a agulha lentamente (o vibrador deve penetrar no concreto por si só), de modo que a cavidade formada se feche naturalmente. Em geral, 15 segundos são suficientes para adensar a área em que a agulha está imersa. Não é aconselhável produzir uma vibração além da necessária, pois a permanência excessiva do vibrador imerso poderá causar segregação do concreto. Várias incisões, mais próximas e por menos tempo, produzem melhores resultados. Para o correto adensamento do concreto dos pilares, ou de outras peças de grande altura, a espessura da camada de vibração deverá ser aproximadamente igual a três quartos do comprimento da agulha, de modo que esta penetre na camada imediatamente inferior, homogeneizando a peça. Evitar o contato da agulha do vibrador com as fôrmas, não vibrar o concreto pela armadura, bem como não desligar o vibrador enquanto ele ainda estiver imerso no concreto são medidas importantes. No que diz respeito ao equipamento, são recomendados os seguintes cuidados: não puxar o motor pelo mangote ou pelo cabo elétrico; não usar o vibrador como alavanca, martelo ou para transportar o concreto; não lubrificar internamente a agulha do vibrador e atentar para todas as recomendações da NR-18 em relação a vibradores para concreto. Dar especial atenção ao isolamento dos cabos e dos motores (duplo isolamento), à ligação dos vibradores em tomadas específicas e aterradas e à previsão de apoio para que os motores dos vibradores não fiquem em contato com o concreto. Terminado o trabalho, limpar os materiais e equipamentos em local que não interfira na qualidade das peças concretadas. PROGRAMA QUALIHAB PES - Procedimento de Execução de Serviço RESPONSÁVEL: SERVIÇO PES N° VERSÃO FOLHA N° CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL 07 01 7 / 7 Figura 5 - Adensamento do concreto de pilar com auxílio de um vibrador de agulha de imersão 3.6. Cura do concreto Posicionar os gastalhos “malucos”. Iniciar a cura úmida tão logo a superfície permita (secagem ao tato) ou utilizar retentores de água como sacos de estopa ou algodão, areia ou serragem saturados. Em regiões com incidência de sol intenso, cobrir as lajes com uma lona, a fim de minimizar a perda de água por evaporação. Molhar as peças por um período mínimo de três dias consecutivos, em intervalos de tempo suficientemente curtos para que a superfície da peça permaneça sempre úmida. Evitar o trânsito de pessoas ou impactos fortes sobre as peças recém concretadas, pelo menos nas primeiras 12 horas. Opcionalmente, a cura do concreto pode ser feita também por meiode um aspersor de água que mantenha as peças constantemente umedecidas, ou películas formadas pela aplicação de aditivos de cura, bem como por processos mais complexos como cura térmica, termo-elétrica, entre outros. Elaborado / revisado por: Aprovado para uso: ____________________________ NOME-ASS ___/___/___ Data ____________________________ NOME-ASS ___/___/___ Data