Ciência medieval

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Ciência medieval
Prof. Jonathan Melo
Ciência Medieval
• A perspectiva cristã introduziu algumas distinções que 
romperam com a ideia grega de uma participação direta 
e harmoniosa entre o nosso intelecto e a verdade, nosso 
ser e o mundo
• Distinção entre fé e razão; verdades reveladas e 
racionais, matéria e espírito; corpo e alma
• O erro e a ilusão são naturais dos humanos devido ao 
caráter pervertido de nossa vontade, após o pecado 
original
Ciência Medieval
• Em consequência, a Filosofia precisou enfrentar três 
problemas novos:
• 1. Como, sendo seres decaídos e pervertidos, podemos 
conhecer a verdade?
• 2. Sendo nossa natureza dupla (matéria e espírito), como 
nossa inteligência pode conhecer o que é diferente dela? Isto 
é, como seres corporais podem conhecer o incorporal (Deus) 
e como seres dotados de alma incorpórea podem conhecer o 
corpóreo (mundo)?
• 3. Separação entre humanos (pervertidos e finitos) e a 
divindade (perfeita e infinita). Como o finito pode conhecer a 
verdade (infinita e divina)?
As origens da filosofia cristã
• É da síntese entre judaísmo, cristianismo e cultura grega que 
se origina a tradição cultural ocidental
• Em seu surgimento a filosofia não pretendia romper com o 
pensamento mítico-religioso?
• Com a expansão do império Macedônico sobre a Grécia, 
houve uma interação entre povos de diferentes culturas, 
principalmente em Alexandria
• Filosofia cristã – escola neoplatônica cristã de Alexandria 
que aproxima o Timeu de Platão da Gênese cristã
• Timeu – diálogo em que Platão explica a origem do cosmo a partir de 
um demiurgo (deus intermediário) olhando para as formas e ideias 
que servem de modelo, organiza a matéria
As origens da filosofia cristã
• O conflito entre razão e fé surge da oposição entre as 
noções de que a filosofia poderia ser uma preparação 
para a fé em oposição a noção de que a fé é sabedoria 
revelada, independente de filosofia
• O critério de adoção de doutrinas e conceitos filosóficos 
é determinado por sua relação com os ensinamentos da 
religião
Santo Agostinho e o platonismo cristão
• Realizou a aproximação entre a filosofia de Platão e o 
cristianismo, o chamado platonismo cristão
• A filosofia antiga consiste em uma preparação da alma 
para compreensão da verdade revelada (mas é 
necessário primeiro acreditar para depois compreender)
• A teologia é a legítima ciência
• Propõe que se a linguagem é aprendida, não conhecemos 
pela linguagem (inatista como Platão, mas contrário à 
doutrina da reminiscência)
• A interioridade é dotada da capacidade de entender a 
verdade pela iluminação divina (teoria da iluminação)
A escolástica
• Escolástica – termo genérico que designa todos aqueles 
que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma 
determinada escola de pensamento e de ensino
• O desenvolvimento da filosofia torna-se possível devido à 
difusão e consolidação das escolas nos mosteiros e 
catedrais dedicadas à formação do clero
Tomás de Aquino e o aristotelismo cristão
• O mundo europeu nos séc. XI e XII passou por diversas 
transformações
• Saída do feudalismo para uma novas relações sociais, 
havendo a possibilidade de enriquecimento (arte e comércio) 
e a mobilidade social
• É importante considerar dois pontos no desenvolvimento do 
pensamento escolástico nesse período:
• O surgimento das universidades
• A criação de ordens religiosas (franciscanos e dominicanos)
• Há um aumento na demanda por educação, eclesiástica e 
civil
• O conhecimento sobre ciência natural de Aristóteles como a 
atrair interesse
A filosofia de são Tomás de Aquino
• São Tomás mostra como a filosofia de Aristóteles é 
perfeitamente compatível com o cristianismo, 
possibilitando uma nova alternativa para a filosofia cristã
• Suma teológica: Tratados-questões-artigos-soluções
• As “cinco vias” da prova da existência de Deus
• Primeira via (argumento do movimento)
• Tudo que se move é movido por algo imóvel (Deus é o primeiro 
motor)
• Segunda via (causa eficiente
• Algo não pode ser causa de si, logo algo anterior será a causa 
(Deus é a primeira causa)
A filosofia de são Tomás de Aquino
• Terceira via (argumento cosmológico)
• A existência de um ser necessário do quão dependem todos os 
seres contingentes
• Quarta via
• Todas as coisas de um grau de comparação (ex: maior ou 
menor), pressupondo como parâmetro o máximo
• Deus é o Ser Perfeito
• Quinta via (argumento teleológico)
• Deve haver propósito/finalidade na natureza
• A causa inteligente dessa determinação é Deus
A filosofia de são Tomás de Aquino
• Os argumentos de São Tomás podem ser questionados, 
mas são importantes por irem contra a concepção de que 
se pode conhecer Deus diretamente, por meio da 
evidência, sem passar pelo mundo sensível
• Também vai contra a noção de que só se pode conhecer 
Deus pela fé (São Tomás usa a razão natural)
• Revalorização do mundo natural como objeto de 
conhecimento
A crise da escolástica
• A inclusão do sistema Aristotélico auxilia no 
desenvolvimento da dificuldades na escolástica, por 
representar uma ruptura com a filosofia cristã anterior
• Além disso, passa-se a existir mais de um paradigma 
fundamental de formulação de uma filosofia cristã
• Isso é um problema por possuir uma posição filosófica 
doutrinária, que não admite com facilidade a pluralidade
• O próprio Ockham defende uma separação entre filosofia 
e teologia (não há como se demonstrar os argumentos da 
fé e as verdades para a salvação são apenas da teologia)