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UNIDADE I
Semiologia Neurológica 
Flávia Maria Campos de Abreu
Mestre em Ciência da Motricidade Humana
FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL 
INTRODUÇÃO AO EXAME 
NEUROLÓGICO
◼ Semiologia estuda os sinais e sintomas das 
doenças.
◼ A semiologia do sistema nervoso, visa
possibilitar um diagnóstico correto, a partir dos
conhecimentos de anatomia, patologias,
diversas síndromes neurológicas e pesquisa
com o paciente.
Como é feita a anamnese exame 
físico na semiologia do sistema 
nervoso?
◼ Observar a marcha ao entrar no consultório;
Questionar a mão dominante.
◼ Etapas de um exame neurológico:
I) Estado de consciência mental
II) Equilíbrio dinâmico e estático
III) Sensibilidade / audição
IV) Motricidade - Força e tono musculares -
Coordenação motora
V) Avaliação de sinais de irritação meníngea 
VI) Reflexos e pares cranianos
Anamnese
◼ Idade, cor, sexo, naturalidade, profissão
◼ Queixa Principal
◼ História da doença atual
◼ História física 
◼ História da patologia pregressa
◼ História pessoal 
◼ Antecedentes familiares
Exame físico
Faz parte da semiologia neurológica um
exame físico cuidadoso, visto não ser o
sistema nervoso uma entidade isolada e
fazer parte de um todo, o corpo humano,
sendo várias de suas patologias causadas
por alterações de outros órgãos.
Como é feito o exame 
neurológico?
✓ Inspeção 
✓ Crânio e coluna 
✓ Estática 
✓ Amplitude dos movimentos 
✓ Marcha 
✓ Força muscular 
✓ Tônus muscular 
✓ Coordenação 
✓ Reflexos superficiais e profundos 
✓ Sensibilidade superficial e profunda 
✓ Nervos cranianos 
✓ Palavra e linguagem 
✓ Sistema Nervoso autônomo (esfíncteres) 
✓ Estado mental 
Avaliação do nível de 
consciência 
Conceitos: Do ponto de vista neurológico, 
trata-se da avaliação da: 
1. Orientação no tempo e no espaço
2. Memória
3. Fala e Linguagem 
✓ Procedimento: Antes e após examinar 
um paciente lave as mãos
1. Orientação no tempo e no espaço
Pergunta-se ao paciente se ele sabe onde está e 
qual a data de hoje.
2. Memória
Observa-se a sequência lógica e cronológica da 
anamnese
Fala-se o nome de três objetos simples e solicita-
se ao paciente para repeti-los 
3. Fala e Linguagem
Observa-se as palavras e a construção de frases 
utilizadas pelo paciente durante a anamnese.
Escala de Glasgow 
convencional
A escala de coma de Glasgow é um método para
definir o estado neurológico de pacientes com
uma lesão cerebral aguda analisando seu nível
de consciência.
Esse recurso foi atualizado em abril de 2018.
A escala considera três fatores principais e
determina uma pontuação de acordo com o nível
de consciência apontada em cada um desses
casos (espontaneamente ou através de estímulo).
São eles: Abertura ocular, Resposta
verbal e Melhor resposta motora. Após a análise
desses fatores, a publicação de 2018 indica mais
um ponto a ser observado: a Reatividade pupilar,
que é subtraída da pontuação anterior, gerando
um resultado final mais preciso.
➢ As notas devem ser registradas ao longo do
atendimento, para que possam indicar a
progressão do paciente.
➢ Em todos os segmentos observados pelo
profissional de saúde, a primeira opção é uma
resposta normal do paciente (nota máxima na
escala) e a última uma reação inexistente ou
“Ausente” (nota 1).
➢ É preciso marcar “NT” na pontuação caso não
seja possível obter resposta do paciente por
conta de alguma limitação.
Ocular:
◼ (4) Espontânea: abre os olhos
sem a necessidade de estímulo
externo.
◼ (3) Ao som: abre os olhos
quando é chamado.
◼ (2) À pressão: paciente abre os
olhos após pressão na
extremidade dos dedos
(aumentando progressivamente
a intensidade por 10 segundos).
◼ (1) Ausente: não abre os olhos,
apesar de ser fisicamente
capaz de abri-los.
Verbal:
◼ (5) Orientada: consegue responder 
adequadamente o nome, local e data.
◼ (4) Confusa: consegue conversar em frases, 
mas não responde corretamente as perguntas 
de nome, local e data.
◼ (3) Palavras: não consegue falar em frases, 
mas interage através de palavras isoladas.
◼ (2) Sons: somente produz gemidos.
◼ (1) Ausente: não produz sons, apesar de ser 
fisicamente capaz de realizá-los
Motora:
◼ (6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) 
como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora.
◼ (5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em 
uma tentativa de interromper o estímulo (durante o pinçamento do 
trapézio ou incisura supraorbitária).
◼ (4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas 
há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção 
externa ao corpo.
◼ (3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas 
há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo.
◼ (2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo.
◼ (1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e 
inferiores, apesar de o paciente ser fisicamente capaz de realizá-
la.
Pupilar (atualização 2018):
◼ (2) Inexistente: nenhuma pupila 
reage ao estímulo de luz
◼ (1) Parcial: apenas uma pupila 
reage ao estímulo de luz.
◼ (0) Completa: as duas pupilas 
reagem ao estímulo de luz.
5 passos para utilizar a escala de 
coma de Glasgow corretamente:
1- Verifique
2- Observe
3- Estimule
4- Pontue e some
5- Analise a reatividade pupilar 
REGISTRO DO EXAME 
NORMAL: CONSCIENTE, 
COLABORATIVO, 
ORIENTADO NO TEMPO 
E NO ESPAÇO
EQUILÍBRIO DINÂMICO E 
ESTÁTICO
Antes e após examinar um paciente lave as mãos
A) Dinâmico:
1. Observe a marcha do paciente ao entrar no 
consultório.
2. Posicione-se em uma das extremidades de 
seu consultório e peça ao paciente para ir e 
voltar em linha reta na direção oposta.
B)
B) Estático: OBS: Cuide de proteger o paciente 
de possíveis quedas.
Sinal de Romberg
Em ortostatismo com um pé ao lado do outro estenda
ambos os braços para frente à altura dos ombros. Feche
os olhos. Pequenas oscilações do corpo são notadas. Se
houver desequilíbrio e forte tendência á queda, o sinal de
Romberg é positivo.
Em ortostatismo com o calcanhar de um encostado nos
dedos do outro pé e estenda ambos os braços para frente
à altura dos ombros. Peça que a seguir ele feche os olhos.
Em ortostatismo sobre um pé só. Peça que a seguir ele
feche os olhos.
REGISTRO DO EXAME 
NORMAL: EQUILÍBRIO 
NORMAL OU 
PRESERVADO 
AVALIAÇÃO MOTORA 
Avaliação do trofismo muscular.: Inspeção e medida da
circunferência dos braços, antebraços, coxas e pernas.
Atrofias ou hipotrofias musculares: primária ou
miogênica, desuso, parietal. Hipertrofia e pseudo-
hipertrofia.
Conceitos:
HIPOTONIA: observam-se o achatamento das
massas musculares, consistência muscular
diminuída, passividade aumentada, extensibilidade
aumentada e prova de balanço com exageradas
oscilações.
HIPERTONIA: consistência muscular aumentada,
passividade diminuída, extensibilidade diminuída e
prova de balanço com reduzidas oscilações.
As alterações podem ser globais ou focais (um
membro, um hemicorpo, mmss, mmii, etc.)
Procedimentos: Antes e após examinar 
um paciente lave as mãos.
A) Força e tônus musculares
Tono muscular: Consistência muscular. Examina-
se: 
a) palpação: observar a flacidez ou o enrijecimento 
anormal de cada músculo;
b) balanceio do segmento distal, através do 
proximal — balança-se as duas mãos, solicitando 
do paciente que as relaxe o mais possível;
c) extensão passiva: estende-se o mais possível 
alguns grupos musculares
1.Verifique os movimentos espontâneosdos 
MM e palpe a consistência das massas 
musculares
2. Imprima movimentos de flexão e extensão 
dos membros observando-se e palpando-se 
as massas musculares.
Avalie
✓ a passividade >> se há resistência
aumentada (tono aumentado) ou
diminuída (tono diminuído)
✓ a extensibilidade >> se existe exagero
(tono diminuído) ou diminuição (tono
aumentado) do grau de extensibilidade
da fibra muscular.
✓Observar atrofias, hipertrofias e miofasciculações.
✓ Modo de pesquisar: estudo comparativo.
✓ Membros superiores: preensão, flexão e extensão das 
mãos, flexão e extensão dos antebraços, abdução dos 
membros superiores.
✓ Membros inferiores: flexão das coxas sobre a bacia, 
extensão e flexão das pernas, flexão e extensão dos pés.
✓ Respostas: força muscular conservada; paresia ou plegia (paralisia). 
Pode ser conceituada em 100%; 75% se resiste moderadamente ao 
examinador; 50% se vence a gravidade mas não resiste ao 
examinador; 25% se não vence a gravidade, e paralisia completa se 
não há a mínima contração muscular.
Manobras deficitárias:
Mingazzini membros superiores: braços estendidos e 
separados, dedos abertos, olhos fechados — observar a queda 
das mãos e dos braços, bem como oscilações.
Mingazzini membros inferiores: decúbito dorsal, flexão das 
coxas. Respostas: 1 – oscilação e queda progressiva da perna; 
insuficiência da quadríceps (extensor da perna); 2 – queda 
isolada da coxa; insuficiência do psoas (flexor da coxa); 3 –
queda simultânea da perna e da coxa.
Barré: decúbito ventral, pernas fletidas sobre as coxas. 
Oscilação e queda indicam insuficiência dos flexores da perna. 
Pedalar de Pitres: abaixar e levantar o pé, repetida e 
rapidamente. Avaliar flexão do pé (ciático poplíteo externo).

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