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Transtornos Depressivos

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Transtornos 
Depressivos 
Profª. Simone Biangolino 
Transtornos de Humor 
 Algumas vezes denominados como 
Transtornos Afetivos. 
 São caracterizados por desvios brutais do 
humor (tristeza/alegria), que prejudicam e 
comprometem a vida social, familiar e 
profissional de seu portador. 
 Esses desvios brutais recebem a denominação de: 
•Depressão 
Tristeza 
•Mania 
Alegria 
Depressão normal X Depressão patológica 
 Sigmund Freud, “Luto e Melancolia” (1917, Obras 
completas, vol. XIV) 
 
 
 
 
 
 
 Randolph Nesse, “Origem Evolutiva da 
Depressão” (2005, Universidade de Michigan) 
Tipos de Transtorno do Humor 
TRANSTORNOS 
DE HUMOR 
BIPOLAR 
UNIPOLAR 
“As experiências 
fundamentais da depressão 
e da mania contribuem, 
tanto separadamente quanto 
juntas, para todos os 
Transtornos de Humor” 
(Barlow, D., 2008) 
depressão 
 
 Segundo levantamento da OMS, a depressão maior unipolar 
afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo, sendo 
considerada a primeira causa de incapacidade entre todos os 
problemas de saúde (incapacidade definida como uma variável 
composta por duração do transtorno e uma série de 22 indicadores de 
disfunção e sofrimento) (Murray e Lopez, 1996). 
 Esta patologia tem sido considerada há 
algum tempo como um problema prioritário 
de saúde pública. 
No Brasil, mortes por depressão crescem 
705% em 16 anos (Revista Exame -18/08/2014) 
 
Em 16 anos, o número de 
mortes relacionadas com 
depressão cresceu 705% no 
Brasil, mostra levantamento 
inédito feito pelo jornal O 
Estado de S. Paulo com 
base nos dados do sistema 
de mortalidade do Datasus. 
Estão incluídos na estatística 
casos de suicídio e outras mortes 
motivadas por problemas de 
saúde decorrentes de episódios 
depressivos. 
Os dados mostram que, em 1996, 58 pessoas morreram por 
uma causa associada à depressão. Em 2012, último dado 
disponível, foram 467. 
 
O número total de suicídios também teve aumento significativo 
no Brasil. Passou de 6.743 para 10.321 no mesmo período, 
uma média de 28 mortes por dia. 
As taxas de suicídio são muito 
superiores às mortes associadas à 
depressão porque, na maioria dos 
casos, o atestado de óbito não traz a 
doença como causa associada 
No Brasil, a faixa etária correspondente à terceira idade esta faixa 
etária é a que reúne as estatísticas mais preocupantes. 
 
No caso de mortes relacionadas à depressão, os maiores índices 
estão concentrados em pessoas com mais de 60 anos, com o ápice 
depois dos 80 anos. 
 
No caso dos suicídios, embora os números absolutos não sejam 
maiores entre os idosos, a maior taxa de crescimento no período 
analisado ocorreu entre pessoas com mais de 80 anos. 
 
Entre 1996 e 2012, o suicídio cresceu 154% nesta faixa etária. 
depressão 
  Enquanto entidade clínicas, a depressão pode ser descrita como uma 
síndrome, uma vez que apresenta um conjunto circunscrito e característico de 
SINAIS e SINTOMAS. 
 Este conjunto de sinais e sintomas que constitui a depressão, apesar de 
apresentar um núcleo comum, comporta ainda alguns variações que implica na 
configuração de tipos de depressão, configurando um campo denominado 
SÍNDROMES DEPRESSIVAS. 
 
 Do ponto de vista 
psicopatológico, os 
quadros depressivos têm 
como elemento central o 
humor triste. 
 
Síndromes Depressivas 
 Estas síndromes caracterizam-se por uma 
multiplicidade de sintomas: 
• Afetivos 
• Instintivos e Neurovegetativos 
• Ideativos 
• Cognitivos 
Relativos a: 
Autovalorização 
Volição 
Psicomotricidade 
Dalgalarrondo, 2008 
Sintomas Afetivos 
 Tristeza, melancolia 
 Choro fácil e/ou frequente 
 Apatia(indiferença afetiva, “tanto faz como tanto fez”) 
 Sentimento de falta de sentimento(“É terrível, não 
consigo sentir nada!”) 
 Sentimento de tédio, de borrecimento crônico 
 Irritabilidade aumentada(a ruídos, pessoas, vozes, etc.) 
 Angústia ou ansiedade 
 Desespero 
 Desesperança 
Alterações da Esfera Instintiva e 
Neurovegetativa 
 Fadiga, cansaço fácil e constante (sente o corpo pesado) 
 Desânimo, diminuição da vontade (hipobulia, “não tenho pique para 
mais nada”) 
 Insônia ou hipersonia 
 Perda ou aumento do apetite 
 Constipação, palidez, pele fria com diminuição do 
turgor 
 Diminuição da libido (do desejo sexual) 
 Diminuição da resposta sexual (disfunção erétil, orgasmo retardado ou 
anorgasmia) 
 Anedonia (incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida) 
Alterações Ideativas 
 Ideação negativa, pessimismo em relação a tudo 
 Idéias de arrependimento e culpa 
 Ruminações com mágoas antigas 
 Visão de mundo marcada pelo tédio (“a vida é vazia, sem 
sentido, nada vale a pena”) 
 Idéias de morte, desejo de desaparecer, dormir 
para sempre 
 Ideação, planos ou atos suicidas 
 
Alterações Cognitivas e da 
Autovalorização 
 Déficit de atenção e concentração 
 Déficit secundário de memória 
 Dificuldade de tomar decisões 
 Pseudodemência depressiva 
Sentimento de baixa auto-estima 
Sentimento de insuficiência, de incapacidade 
Sentimento de vergonha e autodepreciação 
 
Cognitivas 
Autovalorização 
Alteração da Volição e da 
Psicomotricidade 
 Tendência a permanecer na cama por todo o dia (com o 
quarto escuro, recusando visitas, etc.) 
 Aumento da latência entre as perguntas e as respostas 
 Lentificação psicomotora até o estupor 
 Estupor hipertônico ou hipotônico 
 Diminuição da fala, redução da voz, fala muito lentificada 
 Mutismo (negativismo verbal) 
 Negativismo (recusa à alimentação, à interação pessoal, etc.) 
Também podem estar presentes 
sintomas psicóticos 
e 
fenômenos biológicos 
(marcadores biológicos associados) 
Sintomas Psicóticos 
Ideias delirantes de conteúdo negativo 
(humor-congruente) 
 Delírio de ruína ou miséria 
 Delírio de culpa delírio hipocondríaco e/ou de negação dos órgãos 
 Delírio de inexistência (de si e/ou do mundo) 
 
Ideias delirantes de conteúdo positivo 
(humor-incongruente) 
 Delírio de perseguição (paranóide) 
 
Alucinações, geralmente auditivas, com conteúdo 
depressivo 
 
Ilusões auditivas e visuais 
 
Marcadores Biológicos 
(não são específicos) 
 Inversão cronobiológica (por exemplo: da arquitetura do sono, com 
diminuição da latência para o primeiro ciclo de sono tipo REM) 
 
 Ausência de resposta ao teste de supressão do cortisol 
pela dexametasona 
 
 Em depressões graves: Na Tomografia computadorizada 
por emissão de fóton único (SPECT) e na Tomografia 
por emissão de pósitrons (PET) – Há registros de 
hipofrontalidade 
 
 Em depressões graves: ventrículos e sulcos alargados, 
leucoareosis (alterações inespecíficas do cerebral substância 
branca frequentemente visto no CT e ressonância magnética) 
Tipos de Depressão 
 
Paulo Dalgalarrondo (2008) 
Episódio 
Depressivo 
Transtorno 
depressivo 
recorrente 
Depressão 
Secundária 
Distimia 
Depressão 
Atípica 
Depressão 
Agitada ou 
Ansiosa 
Depressão 
Psicótica 
Estupor 
Depressivo 
Depressão 
tipo 
Melancólica 
ou 
Endógena 
 A depressão mais comumente 
diagnosticada e mais grave é o 
Episódio Depressivo Maior. 
Episódio ou Fase depressiva 
 
No episódio depressivo, evidentes sintomas depressivos (humor 
deprimido, anedonia, fatigabilidade, diminuição da concentração, da 
auto-estima, idéias de culpa, de imutabilidade, transtornos do sono e do 
apetite)devem estar presentes por pelo menos duas semanas. 
 
As fases duram geralmente entre 3 a 12 meses ( com uma média de 
6 meses). 
 
Quanto aos episódios depressivos, é conveniente ressaltar que: 
 O episódio depressivo é classificado pelo CID-10 em leve, moderado ou 
 grave, de acordo com o número, intensidade e importância clínica dos sintomas. 
 
Transtorno Depressivo Recorrente 
Tal diagnostico e dado se o individuo preenche os 
sintomas de depressão, e estes se apresentam no curso 
de dois anos de forma ininterrupta. Após este período, 
caso os sintomas permaneçam, o diagnostico deve ser 
revisto. 
Quando o paciente apresenta, ao longo de sua vida, 
vários episódios depressivos, que nunca são intercalados 
por episódios maníacos, faz-se então o diagnóstico de 
transtorno depressivo recorrente 
Distimia 
 É uma depressão crônica, geralmente de intensidade leve, muito 
duradoura (tende a permanecer por vários anos, muitas vezes sendo 
considerada como um traço, uma característica de personalidade. 
 Alguns autores como Dalgalarrondo (2008), alegam que este 
quadro clínico tem início da vida adulta, no entanto, clínicos e 
estudiosos das manifestações psicopatológicas em crianças 
descrevem e relatam esta patologia em crianças e adolescentes. 
 
 Os sintomas depressivos mais comuns são diminuição da auto-
estima, fatigabilidade aumentada, dificuldade em tomar decisões ou 
se concentrar, mau humor crônico, irritabilidade e sentimento de 
desesperança. 
 
 Os sintomas devem estar presentes de forma ininterrupta por 
pelo menos dois anos. 
Depressão Atípica 
 É um subtipo de depressão que pode ocorrer em episódios 
depressivos de intensidade leve a grave, em transtorno uni ou bipolar. 
 Além dos sintomas depressivos gerais, ocorrem os seguintes 
sintomas: 
  Aumento do apetite (principalmente para doces, chocolate) e/ou ganho de peso 
  Hipersonia (>10h/d ou 2 horas a mais do que quando não-deprimido) 
  Sensação do corpo muito pesado (“paralisia plúmbea ou inerte”) 
  Sensibilidade exacerbada a “indicativos” de rejeição 
  Reatividade do humor aumentada (melhora rapidamente com eventos positivos e 
 também piora rapidamente com eventos negativos) 
  Fobias e aspectos histriônicos (afetação, teatralidade, sugestionabilidade) associados. 
 
 
Depressão Tipo Melancólica 
 Trata-se de um subtipo de depressão na qual predominam os sintomas claramente 
endógenos. 
 Dalgalorrondo (2008) defende o postulado de que, este tipo de depressão seria de 
natureza mais neurobiológica, e mais independente de fatores psicológicos. No 
entanto, existem sérias controvérsias em relação a essa questão. 
 Os sintomas típicos deste subtipo são: 
  Anedonia 
  Hiporreatividade geral 
  Tristeza vital, “sentida no corpo” (qualitativamente diferente da tristeza normal) 
  Lentificação psicomotora 
  Perda do apetite e do peso corporal 
  Depressão pior pela manhã, melhorando ao longo do dia 
  Insônia terminal (indivíduo acorda de madrugada e não consegue mais dormir) 
  Diminuição da latência do sono REM (Inversão da arquitetura do sono) 
  Ideação de culpa 
 
 
Depressão Psicótica 
 É uma depressão grave, na qual ocorrem, associados aos sintomas 
depressivos, um ou mais sintomas psicóticos, como delírio de ruína ou 
culpa, delírio hipocondríaco ou de negação de órgãos, alucinações 
com conteúdos depressivos. 
 
 Se os sintomas psicóticos são de conteúdo negativo, depressivo, 
classificam-se como “sintomas psicóticos humor-congruentes (de 
culpa, doença, morte, punição, etc.) 
 
 Caso os sintomas psicóticos não sejam de conteúdo negativo, são 
denominados “sintomas psicóticos humor-incongruentes” (delírio de 
perseguição, de inserção de pensamentos, auto-referentes, etc.) 
 
Estupor Depressivo 
 Estado depressivo grave, no qual o paciente permanece dias em uma cama 
ou cadeira, em estado de catalepsia (imóvel, geralmente rígido), com 
negativismo que se exprime pela ausência de respostas às solicitações 
ambientais, via de regra em estado de mutismo, recusando a alimentação, 
frequentemente urinando e defecando no leito. 
 
 O paciente pode neste estado desidratar e vir a falecer por complicações 
clínicas (pneumonia, insuficiência pré-renal, desequilíbrios hidroeletrolíticos). 
 
Depressão Agitada ou Ansiosa 
Depressão com forte componente de ansiedade e inquietação 
psicomotora. 
 
 O paciente queixa-se de uma angústia intensa associada aos 
sintomas depressivos, não para quieto, insone, irritado, anda de um 
lado para o outro, desespera-se 
 
 Nos casos graves, há sério risco de suicídio 
 
Depressão Secundária 
 É uma síndrome depressiva causada ou fortemente associadas a 
uma doença ou quadro clínico somático, seja ele primariamente 
cerebral ou sistêmico. 
 Síndrome e doenças como o hipo ou hipertireoidismo, hipo ou 
hiperparatireoidismo, lúpus eritomatoso sistêmico, doença de 
Parkinson, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), apresentam com 
significativa frequência um quadro depressivo, que faz parte da própria 
doença. 
 No caso dos AVCs, ocorre depressão após o episódio agudo, sendo 
que, de modo geral, AVCs no hemisfério esquerdo e mais próximos do 
pólo frontal desencadeiam mais frequentemente depressões 
secundárias 
 
Aspectos relacionados à Depressão 
Depressão 
Involutiva 
Depressão 
com Início no 
Pós-Parto 
Depressão do 
Climatério 
Depressão 
com Padrão 
Sazonal 
Transtorno 
Disfórico Pré-
menstrual 
Personalidade 
Depressiva 
David Holmes 
(1997) 
 Depressões resultantes do processo de 
envelhecimento. 
 
 
 
 
 
 
O termo depressão involutiva foi 
tradicionalmente usado para referir-se à 
depressão associada ao início da idade 
avançada. 
Depressão 
Involutiva 
 A incidência aumenta de modo substancial após os 
65 anos de idade aproximadamente. 
 
 Há uma tendência maior em encontrar estes 
quadros depressivos em homens. 
 
 Pesquisas indicam que a proporção dos 
indivíduos que tentam e são bem 
sucedidos em cometer suicídio é maior 
 entre os indivíduos com mais de 65 anos. 
◦ Sendbuchler (1977), e Sendbucher & Goldstein (1977) 
indicam que os indivíduos acima de 65 anos 
respondem pelo menos por 25% de todos os 
suicídios. 
 Questões como essas, relacionadas ao processo de 
envelhecimento, tem sido consideradas relevantes em 
função do fato de que, atualmente há um aumento 
considerável à expectativa de vida. 
 
 Originalmente pensou-se que a depressão involutiva era 
uma consequência de fatores fisiológicos associados ao 
envelhecimento, mas atualmente o entendimento vai em 
direção aos fatores psicológicos e culturais 
É fato que, a idade avançada e a proximidade 
da idade avançada, remetem os indivíduos à 
algumas condições específicas como: 
 
 a) perda da família, amigos, status e respeito; 
 
 b) aumento de doença e os problemas 
financeiros associados ao 
envelhecimento; 
 
 c) o futuro é limitado e pode parecersombrio 
 Holmes (2001) sinaliza ainda o fato de que, na 
maioria das sociedades ocidentais nas quais o 
progresso é rápido, os indivíduo mais velhos são 
vistos como obsoletos e considerados como 
“cidadãos de segunda classe” que devem ser 
retirados do caminho 
 Refere-se a uma depressão relativamente severa 
que se estabelece logo após uma mulher dar à 
luz e dura entre seis meses a um ano. 
Depressão 
com Início 
no Pós-Parto 
 Muitas mulheres aparentemente 
tentam esconder sua depressão 
pós-parto porque se sentem 
culpadas em relação a estarem 
deprimidas quando a tradição dita 
que elas deveriam estar 
exultantes 
 Toufexis (1988) chama a atenção para o fato de 
que mulheres que sofrem de depressão pós-
parto tendem a pensar e ou cometer o suicídio, 
assim como tem pensamentos persistentes de 
matar seus bebês, podendo muitas vezes levar 
esse pensamento adiante. 
 A depressão pós-parto não está relacionada a idade 
 Também não está relacionada ao número ou ordem da gravidez 
 Tende mais a ocorrer em gravidezes posteriores após o episódio 
inicial de depressão. 
 Tende mais a ocorrer em mulheres com uma história de outros 
transtornos psiquiátricos 
 Tende mais a ocorrer em mulheres com uma história familiar de 
outros transtornos psiquiátricos 
Possíveis causas da 
depressão pós-parto 
 A causação da depressão pós-parto é 
complexa e ainda não claramente 
respondida. 
 Suspeita-se que fatores fisiológicos, 
sobretudo oscilações endócrinas 
desempenham um papel.  Há, de 
fato, mudanças hormonais massivas 
após o parto e durante o “período de 
latência” de dois dias que, via de 
regra, ocorre antes do início da 
depressão. 
 Alguns estudos indicam mulheres que 
sofrem de dificuldades menstruais 
(dismenorréia e síndrome pré-
menstrual) tendem mais a 
experimentar depressão pós-parto 
(Dalton, 1971; Pitt, 1968, 1973; Yalom et. al, 
1968) 
 Há uma certa tendência na literatura médica em considerar 
que as mulheres que tem dificuldades em compensar 
fisiologicamente mudanças hormonais normais, terão 
dificuldade ainda maior para ajustar-se às severas mudanças 
associadas ao nascimento. 
 
 
 
 
 
 Apesar de vários indícios de pesquisas demonstrarem a 
relação com os processos hormonais, mudanças hormonais 
não oferecem uma explicação completa, muitos outros 
fatores podem estar envolvidos e seus papéis devem ser 
pesquisados. 
 Explicações psicológicas indicam 
a presença de conflitos não 
resolvidos (Karacan & Williams, 1970; 
Klatskin & Eron, 1970), preocupações 
sobre fracasso pessoal e controle 
(O’Hara et al., 1982), a ocorrência de 
eventos estressantes de vida 
(Paykel, et al. 1980), além de uma falta 
de apoio social (Gordon et al., 1965; 
Grossman et al. 1980) 
 O nascimento de um filho pode 
desencadear perturbações de humor e 
uma ampla gama de severidade, e 
nem todos os distúrbios são 
classificados como depressão pós-
parto. 
 
 Nesse sentido, algum grau de 
depressão, ansiedade, irritabilidade, 
perda de apetite, distúrbio de sono, 
tendência ao choro e instabilidade 
emocional são normais e esperadas 
após uma mulher dar à luz. 
 Estas respostas ocorrem pelo desconforto físico e o 
estresse associado ao trabalho de parto, as mudanças 
hormonais que ocorrem com o nascimento da criança, o 
início da lactação, os efeitos colaterais de medicamentos e 
o ambiente hospitalar. 
Blues da maternidade 
≠ Depressão pós-parto 
 Consiste na manifestação de 
reações mais extremas das 
consideradas normais (em relação à 
intensidade), mas circunscritas em 
um período de 24 a 48 horas. 
 
 São respostas transitórias, por este 
motivo não podem ser consideradas 
como depressão pós-parto. 
 As mulheres que experimentam o blues da maternidade são, 
no entanto, mais propensas subsequentemente a desenvolver 
depressão pós-parto com o nascimento do próximo filho. 
 Durante muitos anos pensou-se que as mulheres 
experimentavam problemas emocionais quando cessavam 
de menstruar, mas dados recentes não apoiam a existência 
de uma depressão do climatério. 
Depressão 
do 
Climatério 
 Há indícios de que a incidência da depressão aumenta 
durante os meses de inverno 
 Supôs-se, genericamente que as depressões de inverno 
simplesmente decorrem do fato de que o inverno é uma 
estação sombria, um momento deprimente no ano. 
 No entanto, alguns investigadores sugeriram que pelo 
menos para alguns indivíduos, a depressão no inverno e a 
hipomania na primavera, devem-se às mudanças na 
intensidade da luz que está associada às estações. 
Depressão 
com 
Padrão 
Sazonal 
 Durante muitos anos os pesquisadores 
chamaram as mudanças de humor relacionadas à 
luz de Transtorno Afetivo Sazonal, mas ela é 
agora oficialmente chamada de Depressão com 
padrão sazonal. 
 Envolve a depressão que precede a menstruação da 
mulher. 
 Para ser diagnosticada como sofrendo deste transtorno 
a mulher deve experimentar pelo menos cinco dos 
seguintes sintomas e eles devem ser suficientemente 
severos para interferir no seu funcionamento normal: 
1. Depressão 
2. Ansiedade 
3. Mudanças de humor 
4. Raiva 
5. Irritabilidade 
6. Interesse reduzido pelo trabalho, escola, amigos e hobbies 
7. Dificuldade de concentração 
8. Letargia 
9. Mudança de apetite 
10. Distúrbios do sono 
11. Sentir-se oprimida e fora de controle 
12. Sintomas físicos associados ao ciclo menstrual (sensibilidade dos 
seios, dores de cabeça, ganho de peso) 
Transtorno 
Disfórico 
Pré-
menstrual 
 O padrão dos sintomas deve persistir por alguns meses; 
 
 
 
 
 
 
 
 A introdução deste diagnóstico foi controversa porque alegou-
se que o diagnóstico torna anormal uma parte normal da 
experiência feminina e que a existência desse diagnóstico diz, 
em essência, que algumas mulheres tem um transtorno 
psiquiátrico a cada mês. 
 
 
 
Este diagnóstico não se refere ao que é geralmente 
chamado de síndrome pré-menstrual (PMS) que 
muitas mulheres experimentam. 
 
A síndrome disfórica pré-menstrual é um padrão 
de sintomas muito extremo e sério. 
 
Estima-se que esse transtorno poderia afligir entre 
3 a 5% da população feminina. 
 Algumas tentativas foram empreendidas 
para distinguir uma personalidade 
depressiva do transtorno depressivo, 
mas a distinção – se é que existe, não 
está clara. 
 
 Investe-se assim na ideia de que a 
personalidade depressiva represente 
uma extremidade de um continuo de 
severidade que vai da personalidade 
depressiva passando pela distimia até o 
transtorno depressivo. 
 
Personalidade 
Depressiva 
Este contínuo poderiam também 
refletir etapas do desenvolvimento de 
uma depressão maior e há evidências 
de que a distimia frequentemente 
precede uma depressão maior. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DOS ESTADOS 
DEPRESSIVOS 
 Os atuais critérios utilizados para o 
diagnóstico e classificação dos estados 
depressivos se encontram no Manual 
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos 
Mentais, em sua quinta edição (DSM-V, 
lançado em maio de 2013). 
ESTADOS DEPRESSIVOS 
DSM - V 
TRANSTORNO 
DISRUPTIVO DE 
DESREGULAÇÃO 
DO HUMOR 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
MAIOR 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
PERSISTENTE 
(DISTIMIA) 
TRANSTORNO 
DISFÓRIO PRÉ-
MENSTRUAL 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
INDUZIDO POR 
SUBSTÂNCIAS/ 
MEDICAMENTOS 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
DEVIDO A 
OUTRA 
CONDIÇÃO 
MÉDICA 
OUTRO 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
ESPECIFICADO 
TRANSTORNO 
DEPRESSIVO 
NÃO 
ESPECIFICADO 
1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias (p. ex.: sente-se triste, vazio ou sem 
esperança) por observaçãosubjetiva ou realizada por terceiros (Nota: em crianças e adolescentes pode ser 
humor irritável); 
2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, 
quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por terceiros); 
3. Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta (p.ex. alteração de mais de 5% do peso corporal 
em um mês) ou aumento ou diminuição de apetite quase todos os dias (Nota: em crianças, considerar 
incapacidade de apresentar os ganhos de peso esperado); 
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias; 
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outros, não apenas sensações 
subjetivas de inquietação ou de estar mais lento); 
6. Fadiga e perda de energia quase todos os dias; 
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os dias 
(não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente); 
8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo 
ou observação feita por outros); 
9. Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um 
plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico de cometer suicídio; 
A. Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas 
semanas e que representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA O 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
 
Pelo menos um dos sintomas é: 
 
 
 
 
 
Nota: não incluir sintoma nitidamente 
devido a outra condição clínica 
1) Humor deprimido 
 ou 
2) Perda de interesse ou 
prazer 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA O 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo; 
 
 
 
 
 
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos 
diretos de uma substância (p. ex.: droga) ou outra 
condição médica 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA O 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
Notas: 
1. Os critérios de A-C representam um episódio depressivo maior; 
2. Respostas a uma perda significativa (luto, perda financeira, perda 
por um desastre natural, uma grave doença médica ou invalidez) 
podem incluir sentimentos de tristeza intensa, reflexão excessiva 
sobre a perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observado 
no critério A, que pode assemelhar-se a um episódio depressivo. 
Embora estes sintomas possam ser compreensíveis ou considerados 
apropriados para a perda, a presença de um episódio depressivo 
maior em adição a uma resposta normal a uma perda significativa, 
deve também ser considerado cuidadosamente. Esta decisão, 
inevitavelmente, requer o exercício de julgamento clínico baseado 
na história do indivíduo e as normas culturais para a expressão de 
angústia no contexto de perda 
D. A ocorrência de episódio depressivo maior não é melhor 
explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, 
transtorno delirante ou outro transtorno especificado ou 
não do espectro esquizofrênico e outro transtornos 
psicóticos; 
 
E. Não houve nenhum episódio de mania ou hipomania 
anterior (Nota: esta exclusão não se aplica se todos os 
episódios tipo maníaco ou hipomaníaco forem induzidos 
por substância ou atribuíveis aos efeitos fisiológicos de 
outra condição médica). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA O 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
1. Com características ansiosas 
2. Com características mistas 
3. Com características melancólicas 
4. Com características atípicas 
5. Com sintomas psicóticos 
6. Com padrão sazonal 
 
7. No período próximo ao parto 
 
8. Com catatonia 
 Exige a presença de pelo menos dois dos seguintes 
sintomas durante a maioria dos dias do TDM: 
 
1. Sentir-se tenso; 
2. Sentir-se inquieto; 
3. Dificuldade de concentração devido a preocupações; 
4. Medo que algo terrível aconteça; 
5. Sensação de que pode perder o controle sobre si mesmo. 
 
Especificadores de gravidade: 
· Leve: dois sintomas; 
· Moderado: três sintomas; 
· Moderado a grave: quatro ou cinco sintomas; 
· Grave: quatro ou cinco sintomas com agitação motora. 
 
1. Com características 
ansiosas 
A. Pelo menos três dos sintomas seguintes de mania e 
hipomania devem estar presentes quase todos os dias 
durante um episódio de transtorno depressivo maior: 
 1. Humor elevado, expansivo; 
 2. Autoestima elevada ou grandiosidade; 
 3. Mais "falador" que o usual ou maior pressão de discurso; 
 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados; 
 5. Aumento da energia para uma atividade específica (social, no trabalho, na escola ou 
 sexualmente); 
 6. Envolvimento maior ou excessivo em atividades que têm um alto potencial para consequências 
 prejudiciais (p.ex.: compras excessivas, indiscrição sexual, investimento não planejados); 
 7. Menor necessidade de dormir (ao contrário da insônia, sente-se bem, apesar de diminuição do 
 padrão do sono); 
 
B. Os sintomas mistos são observados por outras pessoas e 
representam uma mudança no comportamento usual do 
indivíduo; 
 
C. Para indivíduos que se encontram em todos os critérios 
para mania e hipomania, o diagnóstico pode ser 
transtorno bipolar I ou II; 
 
D. Os sintomas mistos não são atribuídos a sintomas 
fisiológicos de uma substância (p.ex.: abuso de drogas ou 
tratamento medicamentoso). 
 
2. Com características mistas 
A. Um dos seguintes sintomas está presente durante o 
período mais grave do episódio atual: 
1. Perda de prazer em todas ou quase todas as atividades; 
2. Falta de reação a atividades usualmente agradáveis; 
 
B. Três (ou mais) dos seguintes sintomas: 
 1. Humor deprimido caracterizado por desânimo profundo e/ou 
 morosidade e humor vazio; 
 2. Piora dos sintomas pela manhã; 
 3. Insônia terminal (despertar precoce, com diminuição de duas 
 horas ou mais do sono habitual); 
 4. Agitação ou retardo psicomotor; 
 5. Significante perda do apetite ou anorexia; 
 6. Culpa excessiva ou inapropriada. 
 
3. Com características 
melancólicas 
 A. Reatividade do humor (melhora com estímulos 
positivos); 
 
B. Dois (ou mais) dos seguintes: 
 1. Aumento do apetite significativo ou ganho de peso; 
 2. Hipersônia; 
 3. Sensação de peso nas pernas e nos braços, além de falta 
 de energia; 
 4. Um padrão duradouro de sensibilidade a rejeição social 
 (não limitado a episódios de perturbação do humor) que 
 resulta em prejuízo social ou ocupacional significativo; 
 
C. Não preenche critérios para "com características 
melancólicas" ou "catatonia" durante o mesmo episódio. 
 
4. Com características 
atípicas 
Quando delírios ou alucinações estão presentes. 
 
a) Com humor congruente aos sintomas psicóticos: o 
conteúdo do delírio ou alucinações é consistente com os 
temas depressivos típicos de inadequação pessoal, culpa, 
doença, morte, niilismo ou punição merecida. 
 
b) Com humor incongruente aos sintomas psicóticos: o 
conteúdo dos delírios ou alucinações não envolve temas 
depressivos de inadequação pessoal, culpa, doença, 
niilismo ou punição merecida, ou o conteúdo é uma 
mistura de humor incongruente com congruente. 
 
5. Com sintomas psicóticos 
 A. Há uma relação temporal com um período específico do 
ano e o início dos sintomas do TDM. 
 
B. Remissão total em um período específico do ano. 
 
C. Em pelo menos dois anos ocorram dois episódios de 
TDM obedecendo ao padrão temporal dos itens A e B e não 
houve episódios de TDM não sazonais. 
 
D. Os episódiosde TDM sazonais são mais numerosos do 
que os TDM não sazonais ao longo da vida do indivíduo. 
 
6. Com padrão sazonal 
 
 Ocorre nas primeiras quatro semanas após o parto, tendo, 
frequentemente, início durante a gestação. 
 
7. No período próximo ao 
parto 
 
Afeta 10% a 15% das mulheres e 
tem o risco aumentado em 25% a 
50% nas mulheres com episódio 
de depressão maior anterior. 
 
Difere do blues puerperal (quadro 
transitório benigno que remite sem 
necessidade de intervenção 
médica nos primeiros quatro a dez 
dias do pós-parto, em que a 
mulher necessita de orientação e 
amparo), que afeta sobremaneira 
as primigestas. 
Outro diagnóstico diferencial é a 
psicose puerperal, que é uma 
condição rara, ocasionada, na maioria 
das vezes, por transtorno bipolar e que 
necessita de tratamento 
medicamentoso incisivo, além de 
cuidados especiais em relação a 
possíveis condutas suicidas e de 
agressões (até morte) da criança 
 Forma rara e grave da depressão maior. 
 
 Os sintomas também podem estar presentes na 
esquizofrenia, nos episódios maníacos ou podem ser 
causados por síndrome neuroléptica maligna. 
 
 Este quadro caracteriza-se pelas seguintes apresentações: 
1. Perda extrema das habilidades motoras; 
2. Adoção de postura rígida durante horas; 
3. Movimentos repetitivos e, às vezes, involuntários; 
4. Mutismo ou repetição de frases sem sentido; 
5. Estupor; 
6. Negativismo extremo. 
 
 
8. Com catatonia 
 
 
 
 
 
 
NEUROFISIOLOGIA NO TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
Caso a remissão total dos sintomas não seja alcançada, o paciente pode ficar 
exposto a um modelo estresse crônico. (Este modelo em animais cursa com 
uma ativação crônica do sistema nervoso simpático (SNS)). 
 
Esta ativação pode ter consequências sistêmicas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ativação crônica do SNS é apenas parte do problema dos efeitos do estresse crônico 
sobre o corpo e cérebro, sendo parte integrante da carga alostática associada com 
diversos transtornos mentais graves, como TDM, esquizofrenia, transtorno bipolar, 
transtornos de personalidade e outros 12. 
 
 
 
 
 
 
 As adaptações fisiológicas ao estresse crônico geram uma carga alostática que leva a 
um funcionamento patológico. Ocorre uma ativação crônica do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal (HPA) e do SNS o que aumenta a suscetibilidade do indivíduo para 
doenças relacionadas com o estresse, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, 
acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio e também pode aumentar a 
mortalidade12. 
 
TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
A termo alostase descreve as respostas fisiológicas adaptativas ativadas pelo 
organismo quando sua homeostase é alterada. O objetivo da alostase é adaptação 
do organismo a mudanças ambientais através de mecanismos compensatórios em 
funções corporais. 
 O objetivo do tratamento é sempre a retomada dos 
níveis de funcionamento pré-mórbido do paciente e 
não apenas alívio dos sintomas. 
 
 Devido à alta prevalência da doença é muito comum que os 
casos mais leves sejam tratados por outras especialidades 
que não a psiquiatria, mas em caso de falha terapêutica ou 
casos mais graves um encaminhamento deve ser feito. 
 
 
TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
 Sempre é preciso lembrar que, no mais famoso estudo 
naturalístico realizado em pacientes com TDM, 50% a 60% 
dos pacientes não se recuperam após a primeira tentativa de 
tratamento(Sinyor M, Schaffer A, Levitt A. The sequenced treatment 
alternatives to relieve depression (STAR D) trial: a review. Can J Psychiatry. 
2010; 55(3):126-35.). 
 
TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
 No quesito duração do tratamento temos o gráfico clássico de 
Kupfer (Kupfer DJ. Long-term treatment of depression. J Clin 
Psychiatry. 1991; 52(suppl 5):28-34) demonstra que, mesmo 
após remissão total dos sintomas, a dose utilizada para a 
remissão deve ser mantida como tratamento de manutenção. 
 
TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
 O TDM leve pode ser tratado inicialmente apenas com 
psicoterapia, da modalidade que o paciente se adapte 
melhor, além de mudanças de hábito de vida e atividades 
físicas, que aumentam a produção de endorfinas. 
 
 Nesses casos podem ser medicados apenas os sintomas 
associados, tais como a insônia com 10 mg de zolpidem ou 
com 50 mg de trazodona ao deitar. Em alguns casos pode 
ser necessária a introdução de um antidepressivo (AD) 
TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Árvore de decisão diagnóstica para diagnosticar Transtornos de Humor 
A pessoa está experimentando 
Consistentemente humor deprimido ou 
elevado? 
O humor é devido a fatores orgânicos (ex.: 
doença, prescrição ou outras drogas 
O humor é elevado, expansivo ou irritável? 
A pessoa experimentou depressão 
profunda durante pelo menos duas 
semanas? (O humor deprimido menos 
profundo ou de duração mais curta é 
chamado DISTIMIA) 
A depressão ocorre apenas durante um 
período de psicose? 
Esse não é um transtorno 
de humor. Considere a 
possibilidade de um 
Transtorno Psicótico 
A pessoa apresentou 
sintomas de distimia 
durante um período de dois 
anos antes ou depois da 
depressão? 
A pessoa está sofrendo de 
DISTIMIA e DEPRESSÃO 
MAIOR. 
A pessoa está sofrendo de 
DEPRESSÃO MAIOR. 
A pessoa não tem um 
transtorno de humor. Considere 
a possibilidade de uma 
síndrome de humor orgânica ou 
de um transtorno mental 
orgânico induzido por 
substância psicoativa 
O humor elevado foi 
suficientemente extremo para 
causar um prejuízo no 
funcionamento? (O humor 
altamente elevado que 
prejudica o funcionamento é 
chamado MANIA. O humor 
menos elevado que não 
prejudica o funcionamento é 
chamado HIPOMANIA 
A distimia ocorre apenas 
durante um período de psicose? 
A pessoa apresentou sintomas 
distímicos durante pelo menos 
metade do tempo de um 
período de dois anos e não 
ficou sem os sintomas durante 
mais de dois meses? 
Este não é um transtorno 
de humor. Considere a 
possibilidade de um 
transtorno psicótico 
O humor maníaco ocorre 
apenas durante um 
período de psicose? 
O humor hipomaníaco 
ocorre apenas durante um 
período de psicose? 
Este não é um transtorno 
de humor. Considere a 
possibilidade de um 
transtorno psicótico 
A pessoa está sofrendo de 
DISTIMIA 
A distimia durou menos de 
seis meses e ela ocorreu 
em resposta a algum 
estresse de vida 
A pessoa está 
sofrendo de 
CICLOTIMIA e de 
um TRANSTORNO 
BIPOLAR 
A pessoa está 
sofrendo de um 
TRANSTORNO 
BIPOLAR 
A pessoa experimentou mudanças de 
humor entre depressão leve e hipomania 
durante os dois anos anteriores ao 
episódio maníaco? 
A pessoa está com CICLOTIMIA 
A pessoa experimentou vários períodos 
de hipomania e depressão durante os 
dois últimos anos e a pessoa não ficou 
sem os sintomas por mais de dois 
meses? 
A pessoa está sofrendo de um 
TRANSTORNO BIPOLAR DE OUTRO 
MODO NÃO ESPECIFICADO (ou seja, 
não preenche os critérios-padrão) 
A pessoa está sofrendo de um 
TRANSTORNO DEPRESSIVO DE 
OUTRO MODO NÃO ESPECIFICADO 
(Ou seja, não preenche os critérios-
padrão) 
A pessoa está sofrendo de um 
TRANSTORNO DE AJUSTAMENTO com 
HUMOR DEPRESSIVO 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se sim 
Se não 
Se não 
Se nãoSe não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Se não 
Comece aqui 
Referências Bibliográficas 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia 
dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Armed, 2008. 
HOLMES, D. Psicologia dos Transtornos 
Mentais. Porto Alegre: Armed, 1997. 
KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. & GREBB, J. A. 
Compêndio de Psiquiatria: Ciências do comportamento 
e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Armed, 1997. 
ANDREASEN, N. C. Admirável Cérebro Novo: 
Vencendo a doença mental na era do genoma. Porto 
Alegre: Armed, 2005.

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