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SUMÁRIO Aula 1 Definição de língua, linguagem e comunicação 3 Aula 2 Texto e mensagem 21 Aula 3 O Conceito do contexto de produção 27 Aula 4 Contexto de produção acadêmico 30 Aula 5 O contexto de produção na administração de empresas 34 Aula 6 Conceito de língua 40 Aula 7 Linguagem e variações linguísticas 45 Aula 8 Linguagem verbal oral e linguagem verbal escrita 49 Aula 9 A oralidade 51 Aula 10 A expressão de sentimentos na linguagem visual 54 Aula 11 As linguagens não verbais na arte 57 Aula 12 As linguagens não verbais na publicidade e propaganda 61 Aula 13 As funções da linguagem 64 Aula 14 Textos com ênfase no emissor 68 Aula 15 Textos com ênfase no referente 71 Aula 16 A língua e seus discursos I 74 Aula 17 Os discursos 80 Aula 18 A língua e seus discursos II 82 Aula 19 A língua e seus discursos II 85 Aula 20 O Uso de textos modais em diferentes situações de comunicação 88 3 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Definição de Língua, Linguagem e Comunicação A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes em distintos grupos de uma sociedade, nos mais diversos momentos da sua história. A linguagem é produzida nas mais variadas práticas sociais das quais é possível participar. Entretanto, uma conversa de bar na época atual diferencia-se da que ocorria há um século, uma vez que apresenta características específicas do momento histórico e também é diferenciada de acordo com as profissões exercidas pelos interlocutores. Ou seja, uma conversa entre engenheiros é diferente da conversa entre advogados, médicos, dentre outros. Já a língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-la é estudar não só as palavras, mas também os seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas. A linguagem verbal possibilita ao homem representar a realidade física e social e, desde o momento em que é aprendida, conserva um vínculo muito estreito com o pensamento. 4 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO IMPORTANTE! A linguagem possibilita não só a representação e a regulação do pensamento e da ação, próprios e alheios, mas comunicar ideias, pensamentos e intenções de diversas naturezas e, desse modo, influenciar o outro estabelecendo relações interpessoais anteriormente inexistentes. 5 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Essas diferentes dimensões da linguagem não se excluem: não é possível dizer algo a alguém sem ter o que dizer. E ter o que dizer, por sua vez, só é possível a partir das representações construídas sobre o mundo. Também a comunicação com as pessoas permite a construção de novos modos de compreender o mundo, de novas representações sobre ele. A linguagem, por realizar-se na interação verbal entre interlocutores, não pode ser compreendida sem que se considere o seu vínculo com a situação concreta de produção. É no interior do funcionamento da linguagem que é possível compreender o modo dessa atividade. Produzindo linguagem, aprende-se linguagem. Verbete - Interlocutor: são chamados de locutor, aquele que tem a intenção de comunicar algo a alguém e alocutário, aquele que recebe a mensagem e identifica a intenção do locutor. Se considerarmos a média de oito horas de sono por dia, conforme algumas recomendações médicas, uma pessoa que já viveu sessenta anos deve ter passado vinte deles dormindo. Esse cálculo causa alguma surpresa. Pesquisas demonstram que o ser humano emprega maior tempo ainda em se comunicar (ouvir, falar, ler e escrever): cerca de dez horas por dia, ou vinte e cinco anos da existência de um sexagenário. Mas, afinal de contas, o que seria, então, Comunicação? Podemos dizer que Comunicação nada mais é que o entendimento de uma pessoa com outra... Comunicação sf(lat communicatione) 1 Ação, efeito ou meio de comunicar. 2. Aviso, informação; participação; Transmissão de uma ordem ou reclamação. 3. Mec Transmissão. 4. Relação, correspondência fácil; trato, amizade. 5 Sociol Processo pelo qual ideias e sentimentos se transmite de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social 6 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Para que haja comunicação, deve existir antes de tudo a presença de interlocutores. Nesse sentido, é de fácil compreensão que a comunicação nada mais é que o enunciado, aquilo que o locutor deseja que o alocutário perceba em sua mensagem. Para que você compreenda a noção de enunciado, procure adentrar ao Saiba mais e veja o que você descobrirá. SAIBA MAIS Você sabe o significado de enunciado? Entender o seu conceito faz toda a diferença na hora de compreender o processo de comunicação baseado na interação entre interlocutores. Para isso, leia atentamente o que Luís Filipe Ribeiro (UFF) propõe como reflexões fundamentadas nos postulados teóricos de Bakhtin: “O enunciado não é um conceito meramente formal; um enunciado é sempre um acontecimento. Ele demanda uma situação histórica definida, atores sociais plenamente identificados, o compartilhamento de uma mesma cultura e o estabelecimento necessário de um diálogo. Todo enunciado demanda outro a que responde ou outro que o responderá. Ninguém cria um enunciado sem que seja para ser respondido. Mesmo isto que eu agora leio, ainda que não venha a receber respostas exteriorizadas, por certo as provocará interiormente e, desde já, esboço as minhas réplicas neste diálogo sem fim. Como se vê, cada enunciado é um ato histórico novo e variável. E é este enunciado a unidade básica do conceito de linguagem de Bakhtin. Toda linguagem só existe num complexíssimo sistema de diálogos, que nunca se interrompe”. http://revistabrasil.org/revista/artigos/crise.htm-acessoem18/08/2014 Sendo assim, não existe texto ingênuo, ou seja, mensagem sem intenção (Adam, 2008, p. 216). Para o autor, não existe comunicação que não apresente intenção por parte do locutor e que necessite ser descoberta e compreendida pelo alocutário. 7 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Tanto o locutor quanto o alocutário são considerados sujeitos sociais, pois realizam comunicações em suas práticas sociais, portanto, precisam interagir o tempo todo para que haja entendimento e troca de propósitos em sua comunicação. Os problemas de comunicação surpreendem a todos, aproveitando-se da pressa em cumprir uma tarefa, do descuido momentâneo, da falta de previsão analítica e (o que é pior) do desleixo. Por uma razão ou por outra, todos podemos ser vítimas desses problemas. O reitor de uma universidade brasileira soube que professores cumpriam doze horas por dia para diminuírem o número de dias de trabalho, e ultrapassavam, assim, as oito horas diárias de trabalho. Emitiu, por causa desse 8 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO fato, uma ordem de serviço proibindo que se cumprissem, num mesmo dia, doze horas. Todos acataram a ordem: alguns passaram a trabalhar onze horas, onze horas e meia...Problema de comunicação criado pelo reitor, que poderia ter elaborado da seguinte forma: FICAM OS PROFESSORES PROIBIDOS DE TRABALHAR MAIS DE OITO HORAS POR DIA. OS PROFESSORES DEVEM TRABALHAR NO MÁXIMO OITO HORAS POR DIA. Introdução:o emissor (codificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), através de uma chamada, por exemplo, de telefone. O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou resposta, completando o processo de comunicação. 1.1. Conceito de comunicação Imagine a seguinte situação de comunicação: 9 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 10 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Quais as reflexões que podemos extrair desta lição? Alguns podem dizer que é uma bela lição de vida. Outros que é uma forma de elogiar a capacidade de um publicitário, ou mesmo uma crítica à sociedade e ao capitalismo, ou ainda, outros irão brandir a sua ira ao neoliberalismo, que faz com que as pessoas sejam egoístas. Todos estarão certos? Sim, isso mesmo! Um dos maiores problemas da humanidade tem sido a falta de comunicação entre as pessoas, que pode ser causada em razão da péssima qualidade de comunicação. 11 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 12 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Quanto mais complexa a convivência humana, mais se faz necessário o uso adequado da comunicação. No processo comunicacional compartilhamos nossas crenças, nossos valores, imaginação, medos, ou seja, tudo o que a cultura, na qual estamos inseridos, nos expressa. A Antropologia analisa o fenômeno da comunicação como veículo de transmissão de cultura ou como formador da bagagem cultural de cada indivíduo. Atualmente, com tantos meios de comunicação de massa e a globalização, fica cada vez mais difícil preservar a cultura, uma vez que o homem se vê mergulhado numa miríade de informações. Verbete - Miríade: Miríade é um numeral de origem grega que significa 10 mil. Na figura a seguir, mesmo não entendendo inglês, o fluxograma até poderá ser compreendido pelo leitor, em razão da leitura feita na imagem. Para Colin Cherry (ANO), comunicação significa "compartilhar elementos de comportamento ou modos de vida, pela existência de um conjunto de regras". Berlo (ANO) entende comunicação "como sendo o processo através do qual um indivíduo suscita uma resposta num outro indivíduo, ou seja, dirige um estímulo que visa favorecer uma alteração no receptor por forma a suscitar uma resposta". Abraham Moles (ANO) define comunicação "como o processo de fazer participar um indivíduo, um grupo de indivíduos ou um organismo, situados numa dada época e lugar, nas experiências de outro, utilizando elementos comuns". 13 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO SAIBA MAIS Lembre-se: o que se fala, muitas vezes, é entendido de outra forma pelo receptor. Portanto, temos que partir da premissa de que o receptor não é uma extensão de quem transmite a mensagem. Então, tenha clareza ao se comunicar para que os elementos não se percam. Qual foi a primeira tentativa de comunicação entre dois seres humanos? Sabe-se que, a princípio, o homem fez uso dos símbolos e dos sinais. Depois, usou a fala e a linguagem e, em seguida, a escrita e a impressão. Hoje, na era digital, nos comunicamos via satélite, e tanto velocidade como distância não são mais obstáculos. O processo de comunicação deixou de ser composto simplesmente por um emissor, uma mensagem e um receptor. Hoje em dia, ele apresenta mais um ponto básico, que é o meio, o veículo ou a mídia, que se transmite a mensagem. Desse modo, o processo comunicacional é composto em: mensagem, fonte e receptor. Verbete - Mensagem : é a expressão da ideia que se quer transmitir. Fonte é o emissor dessa ideia. Meio ou mídia é o que leva a ideia, o veículo. E o Receptor é aquele que recebe a ideia. A escolha do veículo/meio/mídia para a transmissão de uma mensagem é um fator importantíssimo para torná- la efetiva ou não. Leia alguns exemplos. Na comunicação feita pela televisão, a mensagem é transportada eletronicamente e atinge o receptor por meio da visão e da audição e a “Mala-direta” é uma maneira de comunicação que usa o sentido visual e que pode chegar ao público-alvo por diversos meios. O importante é ter em mente que a seleção do canal/meio/veículo é determinante da efetividade da comunicação. Na comunicação interpessoal, num ambiente corporativo, habitualmente, usamos o telefone ou passamos um e- mail para o receptor. É necessário pensar na mensagem que se quer transmitir e escolher qual desses pode melhorar a compreensão. Muitas vezes, usar o telefone é mais compreensível e rápido do que usar a palavra escrita em um e-mail. E vice-versa. 14 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Em 1947, Claude Shannon e Warren Weaver (ANO), tendo em vista o desenvolvimento tecnológico em que vivemos, pensaram em mais dois aspectos importantes do processo comunicacional: a codificação e a decodificação. A codificação é responsável pela transformação da mensagem num formato que seja aceito pelo meio que será transmitido. Por exemplo, quando a mensagem for comunicada pelo rádio, será elaborada de forma oral e obedecerá às técnicas do rádio. Quando for televisionada, deverá ser transformada em imagem, texto, locução, etc. e estará de acordo com as técnicas da televisão. Se for pelo meio escrito, a mensagem deverá ser adaptada em palavras escritas e assim, sucessivamente. A decodificação é a operação de traduzir a mensagem para o receptor. Por exemplo, quando usamos o aparelho celular, nossa mensagem é codificada e lançada pelo meio - antenas, para chegar a outro aparelho que decodifica a mensagem por quem está na outra ponta da linha, o receptor. Shannon e Weaver trouxeram igualmente outro aspecto do processo comunicacional, o ruído. Tecnicamente, é ele que afeta a qualidade do sinal. É o "vírus" da comunicação. Torna-se ruído da comunicação tudo aquilo que possa atrapalhar o entendimento da informação a ser transmitida. Alguns autores abordam o que seriam "ruídos", definindo-os como sendo uma paralinguagem. São mensagens secundárias que dificultam o receptor a entender o que é transmitido. Por exemplo, existem os sonoros como o “hum-hum”, assim como os cacoetes "não é verdade?", "veja bem", "está me entendendo?", "cara", "enfim", "né", "viu" e tantos outros. Esses cacoetes em excesso na mensagem podem comprometer seu entendimento. Hoje em dia, o gesto e, até mesmo, o silêncio são pontos, dentre outros, considerados como parte do processo comunicacional. O gesto, a mímica e a atitude podem mudar ou valorizar a mensagem. Exemplo: uma demora numa resposta pode passar a ideia de descaso, desatenção. Se respondermos a um convite de jantar com "infelizmente não poderei comparecer", esta mesma mensagem carrega um significado se for transmitida logo após o convite, e outro, se for passada na véspera do evento. O silêncio, além do popular "quem cala, consente", pode também significar desprezo, esperteza. Tudo isso hoje é arsenal de comunicação.(...) Janaina Cortez. In: http://assessorando.blogspot.com.br/2007/06/modernizao-do-processo-comunicacional.html 15 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PONTO CHAVE Hoje em dia o processo comunicacional se dá também através de? O processo de comunicação deixou de ser composto simplesmente por um emissor, uma mensagem e um receptor. Atualmente, ele apresenta mais um ponto básico, que é o meio, o veículo ou a mídia, que transmite a mensagem. Portanto, o processo comunicacional é composto pela: mensagem, fonte e receptor. SAIBA MAISHistória da Comunicação: Experiências e Perspectivas - Igor Sacramento - coletânea abre caminho para uma compreensão das articulações entre a Comunicação, a História e as Ciências Sociais, apresentando 14 valiosos estudos sobre a comunicação no Brasil e no mundo. 1.2. Elementos da comunicação 16 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Estudo de caso: Ruído e redundância A vaguidão específica Millôr Fernandes - Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. - Junto com as outras? - Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. - Sim, senhora. Olha, o homem está aí. - Aquele de quando choveu? - Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. - Que é que você disse a ele? - Eu disse pra ele continuar. - Ele já começou? - Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. - É bom? - Mais ou menos. O outro parece mais capaz. 17 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO - Você trouxe tudo pra cima? - Não, senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera. - Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. - Está bem, vou ver como. In: http://www.lainsignia.org/2005/febrero/cul_028.htm À medida que lemos o texto não somos capazes de saber do que se trata, apenas vamos imaginando uma situação, preenchendo a conversa das duas mulheres como elementos da nossa própria imaginação. Ruído: é uma perturbação indesejável num processo de comunicação. Pode provocar danos ou desvios na mensagem. Eles podem se originar por: Ambiente adverso – local em que há muito barulho. O excesso de pessoas circulando poderá distrair a atenção do receptor que, por sua vez, compreenderá apenas parte da mensagem emitida pelo emissor; O momento em que a mensagem está sendo passada - caso o receptor não esteja concentrado para obter as informações necessárias, tenha sua atenção dividida em mais de uma atividade, a mensagem não será completamente entendida; Linguagem inadequada – uso de termos técnicos ou palavras em idioma desconhecido pelo receptor; Exposição descuidada – falar de temas que não são do interesse dos receptores, desviando assim a atenção, não centrando nos assuntos que são, de fato, importantes. Eliminamos o ruído utilizando a redundância. Se o ruído atrapalha nossa audição num discurso ou numa conversa telefônica, por exemplo, aumentamos a voz. Este ato chama-se redundância. IMPORTANTE! Quando surge uma palavra cujo significado não conhecemos, procuramos esclarecer o significado para que o nosso receptor compreenda. 18 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Veja o exemplo a seguir: 19 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Nos textos que escrevemos, às vezes, precisamos elucidar, ou seja, clarear o significado de uma palavra! IMPORTANTE! Quando usamos “ou seja” queremos apontar para uma explicação mais detalhada, pois podemos imaginar que quem nos lê, não compreenda o que seja elucidar!!! Isso é uma redundância. Há outras redundâncias que não devemos utilizar, por exemplo: Eu tenho um amigo meu que é ciclista. Nesta frase podemos dispensar a palavra “meu”, pois se eu tenho um amigo, é claro que ele é meu amigo!!!! O autor publicou sua autobiografia. Ora, se a biografia é dele, não é necessário colocar autobiografia! Há outras redundâncias que deixam os textos cheios de acidentes, por exemplo: O ladrão morreu em consequência de uma hemorragia de sangue!!!!! (Há hemorragia de outra coisa????) Saímos para fora para ver o acidente. (Prefiro não comentar) Ganhe grátis uma entrada de cinema!!!! (Esta, então, me faz rir) 20 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PONTO CHAVE Quais são os fatores que afetam a comunicação entre dois indivíduos? Ruído: é uma perturbação indesejável num processo de comunicação. Pode provocar danos ou desvios na mensagem. Podem ser causados por: Ambiente adverso: local em que há muito barulho. Excesso de circulação de pessoas que poderá distrair a atenção do receptor, que por sua vez compreenderá apenas parte da mensagem emitida pelo emissor; O momento em que a mensagem está sendo passada: caso o receptor não esteja concentrado para obter as informações necessárias, tenha sua atenção dividida em mais de uma atividade, a mensagem não será completamente entendida; Linguagem inadequada: uso de termos técnicos ou palavras em idioma desconhecido pelo receptor. 21 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 2 TEXTO E MENSAGEM A noção de texto é ampla e pode ser entendida como qualquer manifestação de linguagem: um texto pode ser falado, escrito, ou até mesmo um quadro, uma música pode ser um texto. SAIBA MAIS Letra, em música, é o texto contido nas composições vocais para ser cantado ou, às vezes, recitado. O escritor de uma "letra" é chamado de autor da letra ou letrista. A "letra" na música erudita é chamada de "texto". O escritor do texto é chamado de "autor" do texto. (Ex. Schiller é o autor do texto da Nona Sinfonia de Beethoven). O texto passa uma mensagem. O produtor do texto, ou o emissor, encaminha uma mensagem que será decodificada pelo receptor. A seguir, temos um texto verbal e um visual (foto do autor da frase). 22 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Qual a mensagem que o criador desta imagem quer passar? É importante ter criatividade? É interessante não ser compreendido? Quando escrevemos, para quem escrevemos e quem vai ler nosso texto? Por isso, quando um texto é produzido, é preciso compreender o contexto de produção da mensagem. Ou seja: ONDE O TEXTO CIRCULA? Quem são as pessoas que vão ler o texto? Alunos da universidade? Um grande jornal? Um jornal de bairro? Só as pessoas da sua família? Seu professor? Ou é uma redação para um concurso? Veja o texto a seguir, encontrado no blog: TEXTO SEM SENTIDO Em um dia ensolarado, tarde da manhã, quando a lua cheia era minguante, tudo era nada diferente do igual. A temperatura alta congelava o vento, que de desmotivado, motivava-se a soprar sem se pôr em movimento. E, isso era aquilo que, por não compreender era compreensível não ter compreendido. Poderia ser diferente e, só era igual porque ninguém me disse que, me dizendo, o que dissesse seria dito por aquele que diria o que ainda não me disseram; mas, eu acho que isso nada tem a dizer... Então, parti em direção contrária à oposta e, me disse em silêncio gritante: - Por que as palavras não dizem aquelas coisas pelas quais não foram escritas para dizer? Nisso, esse negócio todo confundia os meus olhos que queriam acompanhar o raciocínio lógico que, por sua vez, corria tanto quanto uma placa de 300km; o que não é muito, mas, é bastante. Eu pude fazer esta descoberta graças a estar coberto pelo véu que o cobria, cabendo a mim descobri-lo da forma tradicional: retirando-o do estado de coberto para o estado de descoberto. Estes problemas foram resolvidos com simples cálculos matemáticos e, só não foram exatos devido a complicação que é de sua propriedade. Além do que, há o fator relevante das aulas que me dei e não recebi, referente ao mesmo assunto, que particularmente já nem sei a que respeito venha a ser. E me encontrando neste local, onde nãome localizo, olhei para o mapa que nunca levo comigo e, lembrei sempre esquecê-lo em casa. Naquele instante, foi quando o despertador me despertou, e eu disse com todas as palavras que essas letras me ensinaram: - Se queres despertar do pesadelo, certifique-se primeiro de estar dormindo! Este texto, aparentemente, tem toda a estrutura de um texto: as frases têm sujeitos e predicados e é devidamente separado em parágrafos. 23 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Leia este trecho: A temperatura alta congelava o vento (objeto direto). SINTATICAMENTE ESTA FRASE ESTÁ PERFEITA. O QUE HÁ, ENTÃO, DE ERRADO COM ELA? (ruídos?) A PRODUÇÃO DE SENTIDO. AS MENSAGENS PRECISAM PRODUZIR SENTIDO PARA AQUELES QUE AS RECEBEM!!!! (ruídos?) Lembre-se de tornar comum! Então, precisamos tornar comum tudo aquilo que pensamos, porém de uma maneira coerente! A mesma coisa acontece com os textos publicitários: A seguir, uma propaganda da WWF alertando para o uso indiscriminado do papel relacionando-o ao desaparecimento das nossas florestas. O texto publicitário não apresenta palavras, no entanto, é perfeitamente compreensível em sua mensagem: “Precisamos economizar papel e preservar as florestas brasileiras”. 24 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO SAIBA MAIS O texto publicitário tem 5 pilares: clareza, concisão, interesse, proximidade com o consumidor e persuasão. O texto jornalístico, por exemplo, contém informações mais precisas e a interpretação é objetiva. Veja, abaixo, como diferentes jornais abordam o mesmo fato, com a foto idêntica de maneira diferente. Quais as mensagens que cada um quer passar sobre os desejos do presidente eleito? 25 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PONTO CHAVE Qual a diferença entre o texto jornalístico e publicitário? No texto jornalístico a informação é o principal fator de construção, sendo mais objetiva e precisa. Já no texto publicitário uma mensagem pode ser passada mesmo sem usar palavras. Texto acadêmico A seguir, apresentamos um exemplo de texto acadêmico. O artigo científico é um gênero textual bastante utilizado nos cursos de pós-graduação. O exemplo seguinte é um resumo elaborado pelos autores do texto: Verbete - Texto acadêmico: texto acadêmico tem como característica veicular o fruto de alguma investigação científica, filosófica ou artística. LIDERANÇA ESTRATÉGICA E CRIAÇÃO DE VALOR, de W. Glenn Rowe, Doutor em Administração pela Texas A&M University, Professor e Reitor Associado do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa da Faculty of Business Administration da Memorial University of Newfoundland (Canadá). RESUMO: A criação de valor tanto nas organizações recém-criadas quanto nas já estabelecidas é uma tarefa complexa e desafiadora. A liderança estratégica cria condições favoráveis para esse processo e para a maximização do retorno sobre o investimento. A liderança gerencial provavelmente conseguirá, no máximo, retornos equivalentes à média dos retornos. As organizações lideradas por visionários que não possuem apoio de uma liderança gerencial sólida podem perder seus recursos até mais rapidamente do que as dirigidas por líderes gerenciais. Este artigo define liderança estratégica e diferencia os conceitos de liderança estratégica, visionária e gerencial. Além disso, analisa os diferentes vínculos entre esses três tipos de liderança e a criação de valor. Quando as organizações restabelecem o controle estratégico e permitem o desenvolvimento de um grupo de líderes estratégicos, eles serão fonte de maximização do retorno sobre o investimento. O resultado será a criação de valor para os funcionários, clientes, fornecedores e acionistas. Publicado em: Revista de Administração de Empresas. v. 42. n. 1. Jan./Mar. 2002, p. 7-19. 26 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PONTO CHAVE O que é liderança estratégica? É a habilidade de antecipar, prever, manter a flexibilidade, e autorizar outros a criar mudanças. Conclusão: Se comunicar hoje em dia é tão fácil que até crianças na mais tenra idade já sabem como mandar um SMS ou adicionar alguém no “WhatsApp”. Mas, como fica a qualidade dessa comunicação, se fazer entender não é tão fácil como se imagina. Então, saber com quem se fala, como se fala e passar uma informação correta é a base para uma comunicação organizada e clara. Multimídia: Mr. Holland – Adorável professor: Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) decide lecionar para ter mais dinheiro e assim se dedicar a compor uma sinfonia. Inicialmente, ele sente grande dificuldade em fazer com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher (Glenne Headly) dá luz a um filho, que o casal vem a descobrir, mais tarde, que é surdo. Importante perceber como o pai músico cria uma comunicação nova com seu filho. 27 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 3 O CONCEITO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO 28 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Produtor do texto É aquele que pensa na informação e quer transformá-la em mensagem. Para isso, escolhe o assunto e a forma como expressar o seu dizer: se num em um texto verbal, visual ou multimodal, ou seja, que contenha várias linguagens. Nesse sentido, ele precisa ter em mente quem será o seu leitor. É preciso que esse leitor entenda a mensagem, todavia, isso depende do produtor. Por esse motivo, devem ser escolhidas as palavras, a mensagem, e até mesmo as imagens certas, se for o caso. Receptor do texto É aquele que recebe o texto que produzimos. Quando produzimos um texto, precisamos pensar em quem será o leitor. Onde está esse receptor? Dentro da Universidade? É um professor ou aluno? O texto vai ser publicado num jornal? Quem são os leitores? Qual a tiragem deste jornal e em que dimensão territorial ele circula? Local da produção Precisamos pensar no local de produção de um determinado texto. Isto é, quais as marcas o texto traz de quem o elaborou e onde ele foi produzido. Isso é passível de ser verificado ao analisarmos um jornal que circula numa cidade do interior do estado de São Paulo, pois ele possui informações menos abrangentes que outro que circule no estado inteiro. Momento da produção Tudo neste mundo é datado. Ou seja, todos os textos apresentam características relacionadas ao vocabulário, escolhas de roupas, música, e de profissões também. Cada momento da história determina uma série de escolhas que são feitas, até mesmo em relação às escolhas preferências dos gêneros textuais. 29 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Instituição onde circula o texto Em qual lugar circulará o texto que escreveremos? Só nas mãos do professor da Universidade? Todos os colegas vão ler? Vai para um blog? Quem responde pela produção do texto? Ele está digitado? Contem Contém imagens? Está numa seção especial de uma revista ou jornal? Por isto, quando escrevemos um texto, é imprescindível que tenhamos em mente todas as variáveis acima, a fim de que esta produção surta resulte os efeitos esperados. 30 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 4 CONTEXTO DE PRODUÇÃO ACADÊMICO Como vimos, o contexto de produção determina a forma como construímos nossos textos. Na universidade, por exemplo, nossos textos vão de simples resumos e capítulos de livros até a criação dos trabalhos deconclusão de cursos, que podem ser monografias, relatórios de pesquisa, artigos científicos, etc. A produção científica, em qualquer parte do mundo, pretende gerar e divulgar o conhecimento. Observe o resumo de um texto acadêmico a seguir, extraído do Caderno de Saúde Pública, RJ, 19(3) de 2003: 31 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO A produção científica mundial apresenta sempre o mesmo formato, quando se trata de artigos científicos. Há um padrão muito parecido entre os periódicos que circulam no mundo todo. Da mesma forma, os livros muito se assemelham também. Hoje em dia, há sempre que atentarmos para as normas de redação de dissertações, teses, relatórios de pesquisa e demais gêneros textuais destinados a divulgar o conhecimento. Afinal de contas, a construção do saber atual se dá por intermédio da produção científica. Contexto de produção nos meios de comunicação Os meios de comunicação, diferentemente da ciência, não se preocupam em saber se os fatos que divulgam são verdadeiros, falsos ou fantasiosos. Muitas vezes, o mais importante é, justamente, dar o fato em primeira mão, no caso do jornal impresso ou nas páginas da internet, ou mesmo nas edições dos telejornais. O discurso jornalístico apresenta a sua versão de uma dada realidade. Porém, o fato só vai para a mídia depois de mensurado o seu grau de noticiabilidade, ou seja, recria-se o real que pode virar notícia. Sabe-se que nem tudo o que é real pode ser notícia. Todavia, o inusitado, a aberração e, inclusive, o mais normal dos fatos precisam sofrer um distanciamento do humano para serem retomados como extraordinários e acabarem ganhando o status de notícia, a fim de que se possa consumir o veículo e não ficar necessariamente informado. A mídia constrói e destrói valores éticos com a mesma velocidade das máquinas de impressão. Nesse sentido, tanto a publicidade quanto o jornalismo utilizam-se da estratégia da ‘sobrenaturalização’ do natural, com o propósito de aumentar a carga semântica do real. Para citar Kierkegaard (in Berger, 1997:275): “De fato, se a imprensa diária, tal como acontece com outros grupos profissionais, tivesse de pendurar um letreiro, seus dizeres deveriam ser os seguintes: aqui homens são desmoralizados com a maior rapidez possível, na maior escala possível, ao preço mais baixo possível”. São os vínculos com os patrocinadores que definem a noticiabilidade e, neste ponto, surge uma bifurcação da reflexão que se fez aqui: o patrocinador busca uma agência que se utiliza de paradigmas sacralizados pela sociedade para vender seus produtos, enquanto o jornalismo busca o profano, pois o seu grau de noticiabilidade é mais alto (BONINI, 2005). 32 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO A Propaganda http://outdoor-ads.feedio.net/deceiving-billboard-ads-pinoy-scoop/moillusions.com*wp- content*uploads*i207.photobucket.com*albums*bb234*vurdlak8*illusions*abillboard15.jpg/acessoem16/07/2013. A filosofia, por trás de muita propaganda, é baseada na velha observação de que todo homem é, na realidade, dois homens - o homem que ele é e o homem que ele quer ser." William Feather O contexto de produção das peças publicitárias, sejam impressas, como a que você viu acima, ou as televisivas levam o receptor a convencer-se de que ele precisa comprar uma coisa que, normalmente não precisa, com um dinheiro quenão tem, para ser uma coisa que ele não vai ser. O discurso publicitário é aquele que rodeia o produto que anuncia de um mundo de sonhos, de promessas e de desejos, envolvendo-o em uma aura, sacralizando-o. Por meio de efeitos visuais, táteis, auditivos, olfativos e gustativos, é possível atrair a atenção do consumidor ao despertar o desejo, a vontade de adquirir o produto, utilizando certos recursos que fazem disparar, na mente do consumidor, seus instintos, sua sensibilidade, sua imaginação, desencadeando suas representações de mundo capitalista, é signo de si mesma, por satisfazer o consumidor pelo consumo da própria propaganda (BONINI, 2005). 33 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Imagine o contexto de produção da peça publicitária, a seguir: http://www.fromupnorth.com/archive/advertising/24398/acessoem16/07/2013 Há, ainda, os textos preparados para a tevê e para a internet. Eles são bastante diferentes: cada um, à sua maneira, cuida de chamar a atenção do seu público: há programas de televisão e sites da web para grupos específicos: donas de casa, crianças, idosos, tribos diferenciadas como jovens (nerds, punks, roqueiros, universitários, etc.), torcedores, médicos, advogados e todos os tipos de profissionais. 34 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 5 O CONTEXTO DE PRODUÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Dentro das empresas, a comunicação precisa ser ágil, direta e prática. A forma como nos comunicamos, em ambiente profissional, garante uma maior integração entre os departamentos, além de maior produtividade. Seja uma comunicação interna, um relatório técnico, uma carta para um cliente ou um plano de marketing é preciso ter em mente que, a empresa é sempre o produtor da mensagem. O que se leva em conta é a produtividade e a distribuição cada vez mais rápida de um produto em diferentes mercados. A lógica do capital, que prevalece no mundo de hoje, trouxe velocidade ao contexto de produção das mensagens no universo da administração de empresas, pois o cliente precisa ser compreendido e atingido sempre num tempo menor. Philip Kotler fala sobre inovação, fidelidade, segmentação, sustentabilidade e customização. Ricardo Fort, Diretor de Marketing da Coca-Cola Brasil, Glen Valente, Diretor de Marketing do HSBC Brasil, e Marcos Cobra, Chefe do Departamento de Marketing da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, fizeram suas perguntas sobre o marketing de hoje e do futuro. Na outra ponta, o entrevistado Philip Kotler respondeu sobre as inquietações do mercado brasileiro nesta entrevista exclusiva ao Mundo do Marketing. 35 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Autor de “Administração de Marketing” (Ed. Pearson), junto com Kevin Keller, livro considerado a bíblia do marketing, é desnecessário dizer que o professor Philip Kotler é um dos maiores pensadores e responsáveis pelo desenvolvimento do marketing no mundo. Cada palavra, teoria e gesto proferidos por ele são capazes de mudar a história de empresas e até de mercados. Afinal, em se tratando de marketing, ele é a maior autoridade do mundo. Em agosto, Kotler estará no Brasil para participar do Fórum Mundial de Estratégia e Marketing realizado pela HSM. Este norte-americano, nascido em Chicago, no ano de 1931, respondeu às perguntas por e-mail, pois não concede entrevistas por telefone. Entre as condições, o envio de apenas seis questões, das quais o professor respondeu a quatro, juntando três perguntas em uma resposta. Mesmo assim, imperdível. Como é possível uma companhia de bens de consumo como a Coca-Cola fazer algo customizado para a massa? Isso é algo que somente os produtos de alto valor agregado têm capacidade de fazer ou há uma esperança para todos? Ricardo Fort, Diretor de Marketing da Coca-Cola Brasil Philip Kotler: A customização em massa requer que a empresa dê o que todo consumidor quer. A Dell faz isso. Cada consumidor escolhe os componentes (memória, velocidade, etc.) e depois a empresa junta e entrega. Para a Coca-Cola seria como cada consumidor especificasse o nível de açúcar e a quantidade da bebida. Mas você pode ver que isto não é prático. No melhor dos casos, a Coca-Cola pode oferecer alguns tipos padrões de bebidas derivada da cola,como diet, regular e sem cafeína. Outras companhias de consumo de massa podem customizar sob as mesmas circunstâncias. A Levis deu opção para o consumidor comprar um jeans com ajustes pessoais, mas isto foi descontinuado mais tarde. Já uma empresa de vitaminas deu a possibilidade para que os clientes pedissem seus produtos com quantidades específicas de compostos vitamínicos. Como a interação com o consumidor afetará a maneira que nós trabalhamos? Glen Valente, Diretor de Marketing do HSBC Brasil Philip Kotler: As empresas seriam espertas se conhecessem melhor seus clientes. Isto significa que as companhias poderiam testar novos produtos com estes clientes e ainda obter novas ideias deles. Algumas 36 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO empresas ficam distantes a respeito de envolver o cliente no co-desenvolvimento de novas ofertas. Toda companhia deve ter um grupo de clientes para lhe ajudar a ler a mente em mudança do consumidor. O que muda no marketing do futuro considerando o ambiente globalizado e as mutações ambientais tal como o aquecimento global? Marcos Cobra, Chefe do Departamento de Marketing da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Philip Kotler: Posso listar três de muitos fatores que um número crescente de empresas têm que construir dentro de seus pensamentos: 1. Praticar a sustentabilidade. Os consumidores julgarão, cada vez mais, as companhias por seu desempenho com respeito ao uso sábio e eficiente dos materiais e dos processos de produção. Os críticos atacarão aquelas companhias que são descuidadas sobre os desperdícios, os gases, os produtos químicos nocivos emitidos e assim por diante. 2. Mensuração do Retorno sobre Investimento em Marketing. A diretoria não vai mais tolerar o uso do fundo de marketing incompatível com métricas apropriadas. As empresas têm muitos reivindicadores desta verba e o Marketing deve saber muito bem alocar esses fundos. 3. O dinheiro da promoção (dos produtos) está se movendo dos meios tradicionais para os on- line. Há uma evidência da queda de eficácia dos comerciais de 30 segundos e este dinheiro seria mais bem gasto nas novas mídias e meios inovadores. Em um mundo onde a oportunidade para um produto ou serviço se diferenciarem é cada vez mais reduzida, conduzindo-os à comoditização, como as companhias devem prosseguir para posicionarem seus produtos e serviços? José Carlos Aguilera, sócio-diretor da Consultoria Galeazzi & Associados Tendo em vista o cenário econômico internacional, o avanço tecnológico e a alta competitividade, quais as principais alterações nas ferramentas do marketing no momento atual comparado com o que se estima vir no futuro? E como as empresas deverão se adequar às mudanças? Marcelo Liberado, Gerente de Marketing da Femsa 37 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Fala-se muito em inovação constante dos produtos para conquistar e manter a participação de mercado. Ao passo que, se todos inovarem, o mix de um supermercado continuará o mesmo. O que deve ser feito para conquistar a diferenciação? Bruno Mello, Editor Executivo do site Mundo do Marketing Philip Kotler: As três perguntas são semelhantes e aconselho toda empresa a inovar continuamente. No entanto, vimos que muitos produtos falham, e quando não, são copiados rapidamente por seus concorrentes. Então, a lógica do marketing carrega uma contradição inerente: uma empresa falhará se não inovar e é provável que ela falhe se inovar também. Por esta razão, cada empresa precisa encontrar seus próprios caminhos para escapar deste grande dilema. Podemos ajudar com algumas ideias a seguir. 1. Segmentar mais criativamente do que seus concorrentes e encontrar novos segmentos em que possa se posicionar melhor. 2. Cercar seus produtos com uma reputação de qualidade melhor ou que sejam mais difíceis de ser imitados. 3. Trabalhar em cima de planos melhores para criar clientes leais (tais como programas de fidelidade). Mundo do Marketing: Publicado em 7/8/2007 O contexto de produção no Direito A linguagem do Direito é principalmente marcada por aquele que "fala" o Direito: por aquele que o edita (legislador) ou aquele que o diz (juízes), mais amplamente, por todos aqueles que concorrem para a criação e para a realização do Direito. 38 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO É a linguagem pela qual os membros das profissões judiciárias e jurídicas exercem suas funções e os magistrados, os advogados, os tabeliães, etc. Não é, pois, a linguagem de uma só profissão, mas de um ramo de atividades. Há textos e escolhas que são feitos neste contexto de produção que, muitas vezes, são bastante herméticos para os leigos da seara jurídica. Veja na íntegra a sentença proferida pelo juiz Rafael Gonçalves de Paula de Tocantins e analise qual era a real intenção na argumentação criada por ele. Qual o contexto de produção desta sentença? 39 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 40 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 6 CONCEITO DE LÍNGUA A língua é um código pelo qual um povo realiza a comunicação oral e/ou escrita. A língua é viva, as palavras nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Muitas mudanças ocorrem dentro da língua, seja na ortografia, na sintaxe e, também, com os significados que vão e vêm. Quando tratamos de significados observamos, por meio dos livros, de documentos e textos, que a Língua Portuguesa falada, no século XIX, possuía um vocabulário bem diferente do atual. Veja um exemplo: O trecho, a seguir, foi extraído do livro Iracema, de José de Alencar. Este romance trata da história de amor entre um branco, colonizador português, e uma índia. 41 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Os significados, abaixo, foram extraídos do dicionário Michaelis online. Verbete Jandaia jan.dai.a sf (tupi iandáia) Ornit - Nome comum a vários periquitos de coloração geral amarela, com o dorso verde em extensão variável; a jandaia do Amazonas (Aratinga solstitialis) se distribui desde as Guianas e Venezuela até o Rio Grande do Sul; outra jandaia (Aratinga aurea aurea), também chamada periquito- rei, ocorre, desde o Sul do Amazonas, em todo o Brasil; uma terceira (Aratinga jandaia) é do Nordeste brasileiro, presumindo-se seja esta a espécie de jandaia citada por José de Alencar, em Iracema. Frondes fron.de sf (lat fronde) 1 Folhagem ou rama de palmeiras e fetos. 2 Ramagem ou ramo de árvore. Perlongando per.lon.gar (per2+longo+ar2) vtd 1 Ir ou estar ao longo de; costear: "Perlongando a margem direita do São Francisco" (Euclides da Cunha). 2 ant Adiar, demorar, procrastinar: Perlongar um processo. 3 Prolongar: "De outras e muitas grandezas vos poderíamos ilustrar ... não fora perlongar demasiado esta epístola" (Mário de Andrade). Alvas al.va sf (lat alba) 1 A primeira luz alva e clara que aparece no horizonte entre a escuridão da noite e a aurora; alvor, alvorada. 2 Ecles Veste talar de pano branco, que os sacerdotes usam para celebrar os ofícios divinos. 3 Parte branca do globo ocular; esclerótica. sf pl Palhetas fixas no rodízio de moinho hidráulico sobre as quais cai água, produzindo movimento. Ensombradas en.som.brar (en+sombra+ar2) vtd 1 Fazer sombra a: O abacateiro ensombrava a casinha. vtd e vpr 2 Cobrir(-se) de sombras. vtd 3 Causar tristeza a; tornar triste: A moléstia lhe ensombra o espírito. vpr 4 Ficar carrancudo; entristecer--se. Var: ensombrecer. 42 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Resvaleres.va.lar (res+vale+ar2) vti e vint 1 Cair por um declive; deslizar, escorregar: Resvalou da caminha ao pavimento. A criança resvalou da cadeira para o chão. Faltando-lhe o apoio, resvalou. vtd 2 Fazer escorregar ou cair: "...quando Sebastião, no patamar, lhe resvalou na mão uma libra o Mendes curvou-se respeitosamente" (Eça de Queiros, ap Morais). vti 3 Passar rapidamente sobre; correr, deslizar: "S. Exa. resvalou pelo tremedal das impurezas administrativas" (Rui Barbosa). vtd 4 poét Fazer incidir: O plenilúnio resvalava a sua luz sobre a fazenda. vint 5 Escapar-se, esquivar-se, fugir: "Mas ele, que não deixava resvalar nenhuma ocasião de bem obrar" (Fil. Elísio, ap Aulete). vint 6 Passar insensivelmente: Resvalam depressa os momentos de felicidade. vti e vint 7Começar a ser vicioso; relaxar-se: Resvalar da inteireza. Resvalar em erro. O jovem resvalou e caiu. Resvalar um pé: a) escorregar; b) começar a errar ou prevaricar; c) praticar falta leve. Afouta a.fou.to(a) adj+sm (a1+lat fautu) V afoito(a). Alcíone al.cí.o.ne1 sf (lat alcyone) 1 Zool Ave fabulosa dos antigos, identificada pelos modernos com o martim-pescador europeu, e conhecida entre a gente do mar pelo nome de alma-do-mestre (Alcedo athis ispida). 2 Zool Gênero (Alcyonium) de celenterados da subclasse dos Alcionários. Veloce ve.lo.ce adj m+f (lat veloce) p us V veloz. Tez (ê) sf (cast tez) 1 A epiderme do rosto; cútis. 2 A pele mais exterior, mais fina e mais sutil. Rafeiro ra.fei.ro adj Diz-se de uma casta de cães próprios para a guarda de gado. sm Esse cão.adj Diz-se do indivíduo que acompanha sempre outro, vigiando-o e defendendo-o; capanga, guarda-costa. sm Esse indivíduo. adj fam e pej Diz-se do que sempre acompanha outro, como o cão segue o dono. adj+sm Bajulador. 43 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Lufada lu.fa.da sf (lufa+ada1) 1 Rajada de vento com caráter violento mas intermitente. 2 O mesmo que facheada. Marulho ma.ru.lho sm (de mar) 1 Agitação das ondas do mar. 2 Agitação, barulho, confusão, tumulto. 3 Enjoo do mar. Jirau ji.rau sm (tupi iurá) 1 Armação feita de varas e troncos, para servir de espera, na caça de ceva, ou para dormida no mato. 2 Cama de varas. 3 Estrado sobre forquilhas, dentro de casa, que serve para guardar objetos vários. 4Estrado que serve de assento aos passageiros de uma jangada. 5 Armação de madeira, sobre a qual se edificam as casas, para evitar a água e a umidade. Agro a.gro1 adj (lat *acru, por acre) 1 Acre, azedo. 2 Áspero, desabrido, desagradável, feroz. 3 Escabroso. 4 Lúgubre, melancólico, tétrico. sm 1 Sabor ácido. 2 Azedume. 3 Escabrosidade. 4 Aflição, desgosto, pena. Sup abs sint: agérrimo e agríssimo. Após conhecer os significados das palavras, o texto não ficou mais claro? Este é o início do livro, que, na verdade começa pelo fim: O guerreiro Martim vai embora levando seu filho, que teve com a índia Iracema. Ele está num barco com a criança e outra pessoa que o acompanha de volta para sua terra natal, Portugal. 44 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Comunicação Oral A comunicação oral ocorre de várias formas: uma conversa informal com seus amigos na balada, em uma aula, um jornal televisivo, entre outros. Quando produzimos um texto escrito, tomamos mais cuidado com as regras que a língua nos impõe; Há uma ordem das palavras nas frases e de frases no texto. Portanto, ao produzirmos um texto precisamos nos atentar às regras, entre elas, as de acentuação e ortografia. O Novo Acordo Ortográfico nos dá uma dimensão das mudanças que estão sendo feitas em todos os países que falam a língua portuguesa. Para conhecer as mudanças que estão sendo realizadas acesse o site: http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php. 45 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 7 LINGUAGEM E VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS O conceito de linguagem é muito amplo. São diferentes signos que usamos para comunicar nossas ideias. Temos a linguagem verbal – oral e escrita, que são aquelas que mais usamos em nossos processos comunicacionais e as linguagens não verbais, ou seja, as dos sons, das imagens, das cores, ou as sincréticas, ou melhor dizendo, linguagens que comunicam-se usando todas as anteriores ou mais de uma delas, como o cinema, a televisão, a internet. Veja a seguir, este exemplo encontrado no Portal G. Analise as duas imagens e preste atenção nos detalhes. Você percebeu que os textos são compostos de imagens e palavras. O que há de diferente entre eles? Houve um descuido na hora de passar a mensagem. Eles provocaram um vício de linguagem: MATA 19 MORTOS. Estes dois textos são exemplos de que as linguagens sincréticas auxiliam melhor a compreensão da mensagem. Consequentemente, servem para mostrar os cuidados que devemos ter quando produzimos um texto. 46 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO A Língua culta É a língua que usamos para escrever certo tipo de documento. Escrever um bilhete é diferente de redigir uma carta pedindo emprego. São situações distintas de comunicação, por isso, exigem diferentes escolhas de frases e de palavras. É preciso estar atento para não provocar duplo sentido nas palavras, nem nas frases, por exemplo: Por isso, é importante cuidar da língua que falamos, pois só assim escreveremos melhor! Compreenderemos a ortografia e acentuação corretas; Tomar mais cuidado quando o assunto é comunicar informações importantes para um grande número de pessoas! 47 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO As variações linguísticas das diferentes profissões Variação linguística: diferentes formas de dizer a mesma coisa! Por exemplo: No Nordeste, quando alguém fica aflito com alguma coisa, ou se irrita, diz: isso me dá gastura! O Brasil é um país de dimensões continentais, por isso, há uma diversidade linguística. Mas, por outro lado, podemos dizer que vivemos numa grande unidade, já que de Norte a Sul do país, podemos ser compreendidos. As letras R, o L o NH e o LH, dependendo da região e do falante, sofrem diferentes pronúncias. Veja os exemplos: GALFO = GARFO MUIÉ = MULHER Há palavras que expressam diferentemente o mesmo significado: PEGAJOSO e PEGUENTO. Também existem diferentes formas de construir frases – a ordem sintática pode vir de forma diferente: Ouviram do Ipiranga as margens Plácidas, de um povo heroico o brado retumbante... As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico... Há outras variações, dependendo da região, da classe social e até mesmo das profissões. Os vínculos dos sujeitos com determinadas profissões conduzem-nos a uma escolha lexical e sintática diferente de outras profissões. Um advogado usa recursos linguísticos distintos dos utilizados pelos engenheiros. Assim, a variação linguística ocorre em diferentes contextos de produção e depende do objetivo da mensagem, das pessoas que vão ler e do ambiente onde as mensagens circularão. Exemplo: (...)O discurso jurídico é elemento de dominação de poder. Tal tipo de discurso deve ter uma linguagem organizada e dirigida a um fim, o discurso tem como propósito a maior persuasão. Todo discurso é uma construção social embora de elaboração individual. Deve o discurso ser analisado e entendido dentro do contexto social que está inserido, também as suas consequências devem assim ser analisadas, sempre entendendo o seu autor e o meio social de sua convivência. O discurso jurídico 48 UMC | COMUNICAÇÃOE EXPRESSÃO é um elo entre o homem, a lei e as instituições, é através desse tipo de discurso que se tenta convencer, angariar opiniões. É por essa razão que esse discurso deve ter uma linguagem de fácil aceitação e organizada, para que o orador alcance maior poder social. Dessa forma, na medida em que uma prática discursiva cumpre sua finalidade, ocorre nesse momento uma construção retórica, e os participantes dela, seja na condição de produtores ou coprodutores, farão uma leitura retórica nesse circuito, de que resultará o bom êxito do tema em questão. A argumentação jurídica está se declinando para o direito positivo vigente. Há grande limitação. Por exemplo num tribunal, o réu vai contra sua vontade, há tempo de alocução e para as partes não interessa se a decisão é justa, cada parte quer ver o seu satisfeito. Somente na academia há uma certa liberdade para que possamos explorar mais essa questão. (Larissa L. Vilas Boas Santos. In. http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6805) 49 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 8 LINGUAGEM VERBAL ORAL E LINGUAGEM VERBAL ESCRITA A Linguagem Oral Como você fala? Que palavras você usa quando conversa com seus amigos, com seu superior no trabalho ou com sua namorada ou seu namorado? Quantas vezes colocamos palavras de outras línguas no nosso vocabulário, mesmo que haja uma correspondente na Língua portuguesa? 50 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Dizemos IR ao em vez de ir ao Dizemos em vez de Quais as palavras estrangeiras mais usadas por você e seus amigos? Elas estão ligadas ao seu trabalho ou seu estilo de vida? Muitas pessoas falam sem se preocupar com a concordância verbal ou nominal, nem tampouco com a pronúncia correta dos fonemas que cada letra representa, por esse motivo, muitos erros gramaticais vão aparecer na escrita. 51 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 9 ORALIDADE E ESCRITA Na linguagem oral, as frases são mais curtas do que as na linguagem escrita. Isto se dá porque, quando falamos, usamos gestos e entonações em cada palavra pronunciada, da mesma forma que também utilizamos expressões faciais que auxiliam para uma melhor compreensão do nosso ouvinte. A seguir, outra reflexão importante sobre o mesmo assunto: O que é comum entre a linguagem oral e a linguagem escrita? E o que diferencia uma da outra? Segundo os autores SCHNEUWLY (1997) e ROJO (1999), as relações existentes entre a linguagem oral e a linguagem escrita precisam ser pensadas discursivamente. Isso quer dizer que, é necessário considerar as condições efetivas de produção dos discursos, levando-se em conta que, nas práticas de linguagem, os discursos escritos mantêm relações complexas com os discursos orais. Vejam-se, por exemplo, os aspectos da presença física do interlocutor e do processo de planejamento do discurso. A presença física do interlocutor tem consequências interessantes para o processo de produção do discurso. Quando se trata do discurso escrito impresso, se o interlocutor estiver ausente fisicamente, caberá ao produtor/autor tentar garantir que seu texto (discurso) seja eficaz, ou seja, será preciso planejá-lo de forma antecipada, procurando prever possíveis interpretações, dúvidas ou refutações do leitor. Portanto, é importante termos em mente que a diferença entre as duas linguagens (oral e escrita) deve ser compreendida num sentido bem amplo. 52 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 53 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Elementos extratextuais contribuem com a construção de sentido do texto, produto da atividade discursiva. Tais elementos como gestos e entonação complementam a construção dos sentidos pretendida pelo autor, enquanto que, na linguagem escrita, isso não acontece: todas as referências que possibilitarão ao leitor construir os sentidos do texto – no sentido mais estrito – precisam estar colocadas no texto, e não fora dele. Sendo assim, podemos considerar que a linguagem escrita tem certas características que a distinguem da oralidade, porque não estamos na presença do sujeito que vai receber nossas ideias e palavras. (Grifo Nosso!!!) Quando escrevemos, não temos os mesmos recursos da fala como entonação de voz, expressão do corpo e do rosto, e temos mais tempo para escolhermos palavras e frases que possam dar mais ênfase aos nossos pensamentos, argumentos e visão de mundo. Dependendo do canal onde será publicado nosso texto, temos alguns recursos para dar expressão aos nossos sentimentos, com a utilização de desenhos e imagens. 54 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 10 A EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS NA LINGUAGEM VISUAL Na linguagem visual, muitos recursos existem para expressar sentimentos. Veja alguns smiles, a seguir: Para falar em público A comunicação oral é importante em qualquer profissão, pois falar com pessoas é necessário. Explicar nossas tarefas, fazer relatórios, informar o funcionamento de novas tecnologias, realizar treinamentos e palestras. É importante conhecer o assunto e a forma de se expressar na linguagem do corpo, usar diferentes tons de voz e expressão facial também. Até mesmo a forma como você se mexe ou coça o nariz poderá criar ruídos de comunicação. A forma de falar aproxima ou afasta as pessoas de nós. Por isso, o modo como se fala é importante: a escolha das palavras, suas sonoridades e do significado de cada uma. Falar em público é muito diferente de conversar com seu amigo, desse modo, a fala, nestes casos, precisa ser bem elaborada. 55 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Linguagem escrita Para quem escrevemos? O que escrevemos? Escrevemos para que as pessoas conheçam nossos pensamentos, para compartilharmos informações e também para contar histórias. 56 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Quando escrevemos um texto, precisamos pensar qual nosso objetivo. Normalmente, os artigos de opinião, publicados em jornais, são bons exemplos de como se expressam seus autores sobre temas polêmicos. No caso do texto que você acabou de ler, há uma argumentação sobre a vida, a política e a preservação da natureza. Os parágrafos foram construídos a partir de trechos de letras de músicas, você consegue identificar quais são as músicas? Procure descobrir quais são! Peça ajuda a seus amigos ou a sua família! Assim, a língua escrita é um grande instrumento utilizado para expressarmos as nossas emoções, seja pela poesia ou por uma canção, por um relatório ou um artigo de opinião. 57 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 11 AS LINGUAGENS NÃO VERBAIS NA ARTE Vamos a um texto interessante: “A função da arte não é a de passar por portas abertas, mas é a de abrir as portas fechadas” (ERNST FISHER, 1971). O homem das cavernas já utilizava a arte como meio de linguagem e identificação, uma forma de expor seus sentimentos e emoções. Portanto, podemos pensar a arte como forma de expressão do ser humano. Muitas foram as manifestações de dor, angústia, luta, morte, vitórias e alegrias que ficaramrepresentadas nas paredes das cavernas (nas pinturas rupestres), o que nos leva a pensar em expressões do inconsciente representadas por imagens e símbolos. “A arte é quase tão antiga quanto o homem” (FISCHER, 1971, p. 21). Já vimos, em momentos anteriores, como é difícil demonstrar nossas emoções nos textos escritos. Escolhemos diferentes palavras e modos de pontuar para deixarmos algumas emoções, mas até mesmo os comunicadores instantâneos, na web, usam os smiles para poder colocar uma carga emocional maior nas nossas conversas, porque só a linguagem escrita não dá conta de traduzir tudo o que sentimos. Veja o exemplo dessa tirinha. 58 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Quais as emoções e sentimentos descritos na tirinha? Como você observa a dor? Como sabemos que o personagem Cascão está gritando? Como cada desenho é pensado para expressar o que acontece na história? Se você respondeu que Mauricio de Sousa colocou as estrelinhas para representar a dor, que a grande boca aberta indica os gritos que deviam ser ensurdecedores, e por fim, quando o “enfermeiro” Cebolinha recorre à maleta de primeiros socorros, o que ele cura é, na verdade, a gritaria e não a dor. O que mais uma vez nos mostra que o sentimento de Cebolinha não é de pena, mas sim de irritação, por estar incomodado com a gritaria. Assim é a arte visual, por isso, convido você a conhecer algumas produções humanas de épocas distintas, que nos trouxeram diferentes ensinamentos sobre o artista e sua época. O Cubismo foi um movimento artístico que aconteceu na Europa, no início do século XX, o que veio evidenciar duas grandes expressões deste movimento artístico, que são Braque e Picasso. A seguir, um quadro famoso criado por Picasso, Guernica, disposto a representar a Guerra Civil Espanhola. 59 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO O Expressionismo, outro movimento surgido no começo do século XX, trouxe as emoções às telas. Observe a obra expressiva de Anita Malfatti. A estudante (1915-1916), de Anita Malfatti. | Acervo do Museu de Arte de São Paulo 60 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO As linguagens não verbais na publicidade e propaganda A imagem a seguir: Onde você acredita que esta imagem foi utilizada? Se você fosse utilizá-la, em que tipo de texto você o faria? A publicidade procura sempre uma linguagem intencionada a mudar seu comportamento. Na verdade, na maioria dos anúncios publicitários temos uma sedução. A publicidade procura seduzir você a comprar alguma coisa, acreditando que tal mercadoria vai mudar sua vida, trazer-lhe sorte, saúde, proteção, enfim, muitas outras coisas para você ter sucesso. Às vezes, alguns anúncios criativos podem fazer alguma diferença no universo da publicidade. Pesquise e observe se elas necessitaram e grandes textos ou não. 61 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 12 AS LINGUAGENS NÃO VERBAIS NA PUBLICIDADE E PROPAGANDA As linguagens não verbais no jornalismo O jornalismo é uma linguagem verbal por excelência, pois o jornal foi inicialmente criado para lermos. O jornal, tal como o conhecemos hoje, surgiu no século XVIII e XIX. Só com o advento da máquina fotográfica é que ele começa a inserir imagens. As histórias em quadrinhos também surgem no século XIX e, assim como o jornalismo, é dependente da palavra, todavia a evolução tecnológica trouxe novas formas de dar a notícia, o que fez os textos jornalísticos virem acompanhados de textos não verbais: infográficos, mapas, dentre outros. Vamos ao exemplo: 62 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO O jornalismo televisivo também se aproveita de gráficos e imagens em movimento. Preste atenção enquanto estiver vendo as notícias hoje. As linguagens não verbais no cinema e na televisão O cinema utiliza da linguagem visual para impactar as histórias que ele conta. No filme Avatar, você pode observar, a cor e a paisagem do planeta chamado Pandora e como esses elementos auxiliam na composição da história salvacionista de um planeta e suas riquezas naturais da saga pela destruição, a fim de se resgatar um metal precioso. A velha história da luta entre o bem e o mal, aqui, aparece revestida numa cena longe do planeta Terra. Lemos (2006) pontua que uma comunicação facial transmite o estado emocional do emissor. A pesquisa mostra que há sete emoções universais que manifestam diferentes significados, que são: a alegria, o medo, a surpresa, a tristeza, a raiva, o nojo e o desprezo. Numa conversa, é de suma importância que as expressões faciais estejam coerentes com as emoções, pois as pessoas, ao se comunicarem, observam se a fala está de acordo com os sinais expressos no rosto. Confirmando estas pesquisas, Ekman (2011) mostra-nos que, em sua análise feita com base em pessoas de diferentes países como: Chile, Argentina, Brasil, Japão, Estados Unidos e Nova Guiné, na qual mostrou fotografias e vídeos de alguns filmes, sugeriu pedindo para que julgassem as emoções expostas em cada expressão facial. Durante a pesquisa, ele gravou as expressões faciais das pessoas ao assistirem. Concluiu-se destacando que a maioria das pessoas demonstraram as mesmas emoções e expressões faciais, o que provou ser realmente uma expressão fácil universal. A seguir, há um exemplo da análise das sete expressões faciais, nas quais Ekman (2011) citou como sendo uma das sete principais. 63 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 64 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 13 AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM A relação entre os elementos da comunicação e os diferentes tipos de textos. As funções da linguagem foram, primeiramente, estudadas por Roman Jakobson, um linguista que descobriu que quando criamos um texto utilizamos um dos elementos da comunicação como foco seja este texto verbal ou visual. 65 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO O autor do texto enfatiza que cada um desses seis fatores determina uma diferente função da linguagem. Embora distingamos seis aspectos básicos da linguagem, dificilmente obteríamos, contudo, encontrar mensagens verbais que preenchessem uma única função. A diversidade reside não no monopólio de alguma dessas diversas funções, mas em uma diferente ordem hierárquica de funções. A estrutura verbal de uma mensagem depende, basicamente, da função predominante, mas conquanto um pendor (Einstellung) para o referente, uma orientação para o CONTEXTO - em suma, a chamada função REFERENCIAL, "denotativa", "cognitiva" - seja a tarefa dominante de numerosas mensagens. A participação adicional de outras funções em tais mensagens deve ser levada em conta pelo linguista atento (BRANDÃO, pág. 123). Assim, as funções da linguagem se caracterizam da seguinte forma: 66 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Sendo assim, ficam caracterizadas as funções da linguagem como: Elementos da Comunicação Emissor Emite, codifica a mensagem; Receptor Recebe, decodifica a mensagem; Mensagem Conteúdo transmitido pelo emissor; Código Conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem; Referente Contexto relacionado a emissor e receptor; Canal Meio pelo qual circula a mensagem. As atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exerce influência sobre a comunicação.Funções da Linguagem Função emotiva (ou expressiva) Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. 67 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Função referencial (ou denotativa) Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. É a linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. Função apelativa (ou conativa) Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Função fática Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Função poética Centralizada na mensagem com recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva e conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras e suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas, etc. Função metalinguística Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. 68 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 14 TEXTOS COM ÊNFASE NO EMISSOR Quando o texto é construído centrado no emissor, naquele que fala, e que cria a mensagem, dizemos que o texto está em função emotiva. Não emotiva ligada à emoção, mas sim, porque o sujeito fala de si mesmo. Assim, se o objetivo do seu texto for falar de si mesmo, enfatize suas qualidades, seus sentimentos, argumentos a respeito de um determinado assunto. Utilize o texto centrando-se em você, como nos exemplos a seguir: Veja que é uma letra de música, em que o artista fala de si mesmo, de ter perdido seu amor, etc. 69 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Os textos com ênfase no receptor Quando o texto é construído para chamar a atenção do receptor, ou o destinatário da mensagem, dizemos que ele está em função conativa, ou função apelativa, já que o objetivo é despertar no leitor, ou no ouvinte uma reflexão acerca de si mesmo. Vamos aos exemplos: Neste caso, a capa da revista pede a sua atenção, leitor! 70 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO No texto anterior, a autora busca chamar a atenção do leitor, principalmente os que têm filhos. É preciso alertar todos aqueles que serão futuros eleitores para que acertem nas pessoas que irão resolver os problemas do país. Observe como os textos, em função conativa ou apelativa, levam você, leitor, a mudar seu comportamento em algum aspecto. Assim são os artigos de opinião, discurso político e publicitário. 71 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 15 TEXTOS COM ÊNFASE NO REFERENTE Neste caso, chamamos de função referencial ou denotativa: uma vez que a preocupação é retratar a realidade, descrever, narrar com precisão. Função referencial ou denotativa Transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade, de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação, além da que está exposta. Em alguns textos, é mais predominante essa função, como: Científicos Jornalísticos Técnicos Didáticos Correspondências comerciais. Observe: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes” (O Popular, 16 out. 2008). 72 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Leia o texto a seguir: A preocupação do jornalista ao construir o texto é apresentar informações relacionadas à poluição e como ela afeta a saúde da população, procurando provar a necessidade da implantação da inspeção veicular, pois assim muitas vidas podem ser poupadas. 73 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Uma observação importante no texto anterior é que o autor se utiliza de informações e dados para o convencimento de que ele está com a verdade. Assim são os textos veiculados na mídia, de maneira geral. São dados, descrições, referências combinadas, de modo, a convencer o leitor de que os autores estão certos. Você precisa aprender a fazer isto também, buscando informações que o (a) auxiliem a fortalecer seus argumentos. Nos próximos e-books, veremos mais textos argumentativos. A grande questão é que você pense em alguns pontos: 74 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO AULA 16 A LÍNGUA E SEUS DISCURSOS I Conceito de discurso Leia o texto, a seguir, observe os trechos em destaque: Delegados e delegadas do Governo Federal alinham discurso para III Conapir. Evento realizado em Brasília tem como objetivo alinhar o discurso em torno do tema da Conferência: ‘Democracia e desenvolvimento sem racismo: Por um Brasil afirmativo’, e sob a perspectiva dos diferentes órgãos do governo. Reunião mobilizou representantes de Ministérios, autarquias e outros órgãos do Governo Federal A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, participa, às 17h30, desta sexta-feira, 18, do encerramento do encontro que reúne os 104 delegados e delegadas que representam o Governo Federal na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir). O evento começou pela manhã, em Brasília, com o objetivo de alinhar o discurso em torno do tema “Democracia e desenvolvimento sem racismo: Por um Brasil afirmativo”, que norteará as discussões da Conferência, de 5 a 7 de novembro deste ano, na capital do país. A iniciativa da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que junto ao Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), realiza a III Conapir, que mobiliza os representantes de Ministérios, autarquias e outros órgãos do Governo Federal. A programação foi aberta pelo secretário executivo da SEPPIR, Giovanni Harvey, que falou sobre as interfaces entre o tema central e as ações com recorte racial sob responsabilidade dos diversos órgãos de governo. Em seguida, a diretora de Programas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Mônica Oliveira, fez uma apresentação do formato e metodologia propostos para os debates da Conferência. 75 UMC | COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO O público foi dividido em grupos de trabalho para discutir avanços, desafios e perspectivas a partir dos subtemas que estão sendo discutidos no âmbito da III Conapir: Estratégias para o desenvolvimento e o enfrentamento ao racismo; Políticas de igualdade racial no Brasil; Arranjos Institucionais e Participação política e controle social. Às 18h, os trabalhos serão encerrados com a apresentação dos resultados das discussões, debate, aprovação das estratégias propostas e definição
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