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Interpretação-Resumo

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INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 75PROENEM.COM.BR
10 DICAS PARA INTERPRETAR 
OS TEXTOS NO ENEM01
1. COMECE SEMPRE A QUESTÃO 
PELO COMANDO. 
No ENEM, nem sempre é necessário ler o texto, se você já tem 
alguma base teórica sobre a estrutura do texto ou sobre o tema 
envolvido. Nesse sentido, convém analisar primeiro o comando 
e, caso a resposta seja óbvia, já poderá ser marcada. Em caso de 
dúvida, leia e releia o texto. Quanto mais questões resolvidas sobre 
o mesmo assunto, mais simples fica a identificação da alternativa 
correta. Por isso, a prática constante é tão importante. 
2. IDENTIFIQUE A TEORIA POR TRÁS DE 
CADA QUESTÃO. 
Muitas questões que parecem se referir a “objetivo do texto” 
ou “objetivo do autor do texto” na verdade querem saber sobre 
função textual, tipologia textual, escola literária, características 
dos gêneros do discurso etc. Por isso, ao dominar conteúdos 
interpretativos como esses, a interpretação fica muito mais rápida 
e fácil na hora da prova. Lembre-se que existem modelos de 
questão e modelos de prova, logo se você dominar esses modelos, 
será mais fácil acertar com mais rapidez e segurança. 
3. IDENTIFIQUE AS ALTERNATIVAS QUE 
REPRESENTAM A MESMA RESPOSTA E 
ELIMINE-AS. 
Na hora da prova, muitas questões costumam apresentar 
como alternativas respostas que remetem a um mesmo conceito, 
ou seja, se uma estiver opção estiver certa, a outra também teria 
de estar. Isso faz com que essas alternativas sejam excludentes 
entre si, pois a validação de uma ou outra naturalmente anularia 
a questão. As respostas corretas são únicas e não podem ter 
sinônimos ou equivalentes em outras opções. 
4. NAS QUESTÕES COM TEXTOS NÃO 
VERBAIS, PROCURE RELACIONAR A 
RESPOSTA A CADA DETALHE DA IMAGEM. 
Na maioria das questões que envolvem texto verbal (palavras) 
e não verbal (imagens), os alunos costumam ter dificuldade, pois 
acham que a respostas só pode estar nas palavras, o que representa 
um engano. Uma mesma frase, dependendo da imagem, pode ser 
uma declaração sincera ou uma ironia, um elogio ou um deboche, 
por exemplo. Portanto, muitas vezes, a charge, a caricatura, as 
expressões do personagem ou os detalhes de um cartaz podem 
contribuir mais para a localização da resposta certa do que o que 
se lê nas frases materializadas no texto.
5. EM QUESTÕES QUE ENVOLVEM TEXTO 
LITERÁRIO, PROCURE TER SEMPRE EM 
MENTE A ESCOLA A QUE PERTENCE A 
OBRA OU O AUTOR. 
A poesia e a prosa quando caem numa questão do ENEM, 
em geral, reforçam marcas comuns de determinados períodos da 
literatura brasileira. Portanto, se você conhece as características 
do Romantismo, por exemplo, ao se deparar com um poema 
dessa fase, já será possível inferir determinados objetivos, 
intenções, sentimentos ou critérios na escolha de determinados 
recursos expressivos. 
6. EM QUESTÕES DE TEXTO JORNALÍSTICO 
OU PUBLICITÁRIO, TENHA ATENÇÃO ÀS 
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO. 
Os gêneros textuais, de modo geral, apresentam características 
particulares relacionadas ao objetivo comunicativo de cada um. O 
tipo de linguagem, o vocabulário, a maior ou menor subjetividade, 
a ideia de interlocutor, o tamanho do texto, tudo isso configura 
as mensagens e costuma aparecer em forma de pergunta na 
prova. Por exemplo, qual o objetivo de se usar uma linguagem 
mais simples e objetiva num texto jornalístico? Atingir um maior 
número de interlocutores. Qual o objetivo de se usar humor 
numa propaganda? Persuadir determinado público a comprar 
determinado produto. Ou seja, cada gênero costuma já apresentar 
suas respostas específicas de acordo com a pergunta que é feita 
ao candidato na hora do exame. 
7. EM QUESTÕES SOBRE LINGUAGEM 
CORPORAL, ATENÇÃO ÀS 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM E DO 
ESPORTE. 
O ENEM cobra questões de linguagem corporal, ou seja, suas 
aulas de Educação Física são importantíssimas para ajudar a 
resolver essas questões. Muitas dessas perguntas costumam 
requerer mais do seu conhecimento sobre determinados esportes, 
posições e movimentos do que a própria interpretação do texto. 
É comum questões perguntando sobre a quantidade de jogadores 
em certo esporte, sobre o que está acontecendo na imagem de uma 
quadra, sobre a representação de uma dança, sobre movimentos 
de alongamento entre outros. 
8. EM QUESTÕES SOBRE TECNOLOGIA 
DA INFORMAÇÃO, MUITA ATENÇÃO ÀS 
CARACTERÍSTICAS DOS SUPORTES 
ENVOLVIDOS. 
Outro item importante presente nos editais do ENEM é a cobrança 
do conhecimento sobre a tecnologia da informação. Mas o que 
isso significa? Você vai interpretar textos sobre os recursos que 
a humanidade em utilizado para se comunicar em nossa cultura. 
Telegrama, carta, Twitter, Facebook, Direct... tudo pode se transformar 
em questão e você precisa estar preparado para reconhecer 
semelhanças e diferenças entre essas tecnologias. Em que o 
telegrama do passado se assemelha ao nosso Twitter, por exemplo? 
O tipo de linguagem direta e com um mínimo de caracteres. Em que se 
difere um facebook com sua linha do tempo e um diário? O objetivo de 
registros coletivos ou privados. Enfim, tais questões não costumam 
apresentar alto grau de dificuldade, porém assustam os candidatos 
que não esperam curiosidades como essas em suas provas. 
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INTERPRETAÇÃO 01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
9. RESOLVA O MÁXIMO POSSÍVEL DE 
QUESTÕES E JUSTIFIQUE AS ALTERNATIVAS 
ERRADAS. 
Estudar anotando é o melhor caminho para a maioria dos 
candidatos. Como o modelo de questão estabelecido pelo Inep não 
manda o candidato assinalar a alternativa ERRADA - só se pode 
perguntar pela opção correta – muitos candidatos se habituaram a 
só anotar ou compreender a justificativa da certa, quando na verdade 
justificar a razão de as outras opções estarem erradas é tão importante 
quanto. Portanto, a melhor maneira de se estudar interpretação 
para superar grandes dificuldades é se perguntar “Por que sim?” e 
“Por que não?” e anotar ou destacar em cada opção a razão de sua 
classificação como certa ou errada, adequada ou inadequada. 
10. NÃO DESANIME COM OS ERROS NO 
COMEÇO. REFAÇA, ENTENDA E VENÇA. 
Intepretação é relevante não só para as provas de humanas, 
mas para todas as áreas de conhecimento cobradas na prova 
do ENEM. Desse modo, só é possível realizar uma boa prova, 
interpretando bem. E cada banca tem seu estilo de criar suas 
questões de interpretação. Por isso, não basta estudar o conteúdo 
das matérias apenas. Você precisa, na verdade, praticar o máximo 
de questões em cada área. Muitas vezes, você vai perceber que 
pode errar uma questão mesmo dominando seu conteúdo, o que 
ocorre pois o problema não está na teoria do assunto, mas na sua 
prática de resolução. Nesse sentido, é muito importante resolver 
muita questão e não desanimar com os erros. Errar é natural e 
faz parte do processo de aprendizagem, portanto, valorize seus 
acertos e use suas respostas erradas como roteiro para avaliar-se, 
traçar estratégias para melhoria e maior capacitação.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Explique a importância da Educação Física para o ENEM.
02. Justifique a relevância dos textos jornalísticos para o ENEM.
03. Identifique como a tecnologia é cobrada na prova de Linguagens 
do ENEM.
04. Justifique a relação entre texto e imagem nas questões do ENEM.
05. Explique como o aluno encontra a teoria por trás da questão 
apresentada no ENEM.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM/2010) Em uma reportagem a respeito da utilização 
do computador, um jornalista posicionou-se da seguinte forma: 
A humanidade viveu milhares de anos sem o computador e 
conseguiu se virar. Um escritor brasileiro disse com orgulho que 
ainda escreve a máquina ou a mão; que precisa do contato físico 
com o papel. Um profissional liberal refletiu que o computador não 
mudou apenas a vida de algumas pessoas, ampliando a oferta de 
pesquisa e correspondência, mudou a carreira de todo mundo. Um 
professor arrematou que todas as disciplinas hoje não podem serimaginadas sem os recursos da computação e, para um físico, ele é 
imprescindível para, por exemplo, investigar a natureza subatômica.
Como era a vida antes do computador? OceanAir em Revista. n° 1, 2007 (adaptado).
Entre as diferentes estratégias argumentativas utilizadas na 
construção de textos, no fragmento, está presente
a) a comparação entre elementos.
b) a reduplicação de informações.
c) o confronto de pontos de vista.
d) a repetição de conceitos.
e) a citação de autoridade.
02. (ENEM/2010) Estamos em plena “Idade Mídia” desde os anos 
de 1990, plugados durante muitas horas semanais (jovens entre 
13 e 24 anos passam 3h30 diárias na Internet, garante pesquisa 
Studio Ideias para o núcleo Jovem da Editora Abril), substituímos as 
cartas pelos e-mails, os diários intímos pelos blogs, os telegramas 
pelo Twitter, a enciclopédia pela Wikipédia, o álbum de fotos pelo 
Flickr. O YouTube é mais atraente do que a TV.
PERISSÉ, G. A escrita na Internet. Especial Sala de Aula. São Paulo, 2010 (fragmento).
Cada sistema de comunicação tem suas especificidades. No 
ciberespaço, os textos virtuais são produzidos combinando-se 
características de gêneros tradicionais. Essa combinação representa,
a) na redação do e-mail, o abandono da formalidade e do rigor 
gramatical.
b) no uso do Twitter, a presença da concisão, que aproxima os 
textos às manchetes jornalísticas.
c) na produção de um blog, a perda da privacidade, pois o blog se 
identifica com o diário íntimo.
d) no uso do Twitter, a falta de coerência nas mensagens ali 
veiculadas, provocada pela economia de palavras.
e) na produção de textos em geral, a soberania da autoria 
colaborativa no ciberespaço.
03. (ENEM/2010)
Prima Julieta
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em 
pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao 
charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio 
de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando 
a cabeça para trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira 
loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um 
verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos: 
voz de pessoa da alta sociedade.
MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como 
se organiza a própria composição textual, tendo-se em vista 
o objetivo de seu autor: narrar, descrever, argumentar, explicar, 
instruir. No trecho, reconhece-se uma sequência textual
a) explicativa, em que se expõem informações objetivas referentes 
à prima Julieta.
b) instrucional, em que se ensina o comportamento feminino, 
inspirado em prima Julieta.
c) narrativa, em que se contam fatos que, no decorrer do tempo, 
envolvem prima Julieta.
d) descritiva, em que se constrói a imagem de prima Julieta a 
partir do que os sentidos do enunciador captam.
e) argumentativa, em que se defende a opinião do enunciador sobre 
prima Julieta, buscando-se a adesão do leitor a essas ideias.
04. (ENEM/2010) O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina 
são personagens típicos de grupos teatrais da Commedia dell’art, 
que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias 
de carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, 
com faces e disfarces, fazendo suas críticas, declarando seu amor 
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01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
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INTERPRETAÇÃO
por todas as belas jovens e, ao fi nal da apresentação, despediam-
se do público com músicas e poesias.
A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a
a) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real 
e o espiritual.
b) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do 
processo histórico.
c) crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça 
social dos feudos.
d) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do 
início do século XVI.
e) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na 
mulher e no cotidiano.
05. (ENEM/2010)
XAVIER, C. Disponível em: http://www.releituras.com. Acesso em: 03 set. 2010.
Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, 
tratada no texto, verifi ca-se que a escrita
a) modifi ca as ideias e intenções daqueles que tiveram seus 
textos registrados por outros.
b) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência 
de ideias ao longo do tempo.
c) fi gura como um modo comunicativo superior ao da oralidade.
d) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio 
da oralidade.
e) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.
06. (ENEM/2010)
APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, 
MILHARES DE CRIANÇAS 
TAMBÉM PRECISAM DE UM 
MELHOR AMIGO. SEJA O 
MELHOR AMIGO DE UMA 
CRIANÇA.
Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para 
Crianças CCF-Brasil. Revista IstoÉ. São 
Paulo: Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.
Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se 
que, nessa peça publicitária, predominantemente, busca-se
a) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.
b) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.
c) divulgar informações a respeito de um dado assunto.
d) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enunciador.
e) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo 
veiculado.
07. (ENEM/2010) No Brasil colonial, os portugueses procuravam 
ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam 
índios, que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. 
Os missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-
los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo, as línguas se 
influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma 
língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, 
e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua 
geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português.
De acordo com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-
se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a formação 
desse idioma e suas variedades foi condicionada
a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos 
portugueses.
b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber 
linguístico dos índios.
c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas 
precisavam aperfeiçoar-se.
d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova 
língua com os portugueses.
e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era 
anterior à chegada dos portugueses.
08. (ENEM/2010) Por volta do ano de 700 a.C., ocorreu um 
importante invento na Grécia: o alfabeto. Com isso, tornou-
se possível o preenchimento da lacuna entre o discurso oral e 
o escrito. Esse momento histórico foi preparado ao longo de 
aproximadamente três mil anos de evolução e da comunicação 
não alfabética até a sociedade grega alcançar o que Havelock 
chama de um novo estado de espírito, “o espírito alfabético”, 
que originou uma transformação qualitativa da comunicação 
humana. As tecnologias da informação com base na eletrônica 
(inclusive a imprensa eletrônica) apresentam uma capacidade de 
armazenamento. Hoje, os textos eletrônicos permitem flexibilidade 
e feedback, interação e reconfi guração de texto muito maiores e, 
dessa forma, também alteram o próprio processo de comunicação.
CASTELLS, M. A. Era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e 
Terra, 1999 (adaptado).
Com o advento do alfabeto, ocorreram, ao longo da história, várias 
implicações socioculturais. Com a Internet, as transformações na 
comunicação humana resultam
a) da descoberta da mídia impressa, por meio da produção de 
livros, revistas, jornais.
b) do esvaziamento da cultura alfabetizada, que, na era da 
informação, está centrada no mundo dos sons e das imagens.
c) da quebra das fronteiras do tempo e do espaço na integração 
das modalidades escrita, orale audiovisual.
d) da audiência da informação difundida por meio da TV e do 
rádio, cuja dinâmica favorece o crescimento da eletrônica.
e) da penetrabilidade da informação visual, predominante na 
mídia impressa, meio de comunicação de massa.
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INTERPRETAÇÃO 01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
09. (ENEM/2010)
CURRÍCULO
Identifi cação Pessoal
[Nome Completo]
Brasileiro, [Estado Civil], [Idade] anos
[Endereço – Rua/Av. + Número + Complemento]
[Bairro] – [Cidade] – [Estado]
Telefone: [Telefone com DDD] / E-mail: [E-mail]
Objetivo
[Cargo pretendido]
Formação
Experiência Profi ssional
[Período] – Empresa
Cargo:
Principais atividades:
Qualifi cação Profi ssional
[Descrição] ([Local], conclusão em [Ano de Conclusão do Curso ou 
Atividade]).
Informações Adicionais
[Descrição Informação Adicional]
A busca por emprego faz parte da vida de jovens e adultos. Para 
tanto, é necessário estruturar o currículo adequadamente. Em que 
parte da estrutura do currículo deve ser inserido o fato de você ter 
sido premiado com o título de “Aluno Destaque do Ensino Médio – 
Menção Honrosa”?
a) Identifi cação pessoal.
b) Formação.
c) Experiência Profi ssional.
d) Informações Adicionais.
e) Qualifi cação Profi ssional.
10. (ENEM/2010)
Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, ago. 2009.
Esse texto é uma propaganda veiculada nacionalmente. Esse 
gênero textual utiliza-se da persuasão com uma intencionalidade 
específi ca. O principal objetivo desse texto é
a) comprovar que o avanço da dengue no país está relacionado 
ao fato de a população desconhecer os agentes causadores.
b) convencer as pessoas a se mobilizarem, com o intuito de 
eliminar os agentes causadores da doença.
c) demonstrar que a propaganda tem um caráter institucional e, 
por essa razão, não pretende vender produtos.
d) informar à população que a dengue é uma doença que mata e 
que, por essa razão, deve ser combatida.
e) sugerir que a sociedade combata a doença, observando os 
sintomas apresentados e procurando auxílio médico.
11. 
Tampe a panela
Parece conselho de mãe para a comida não esfriar, mas a ciência 
explica como é possível ser um cidadão ecossustentável adotando 
o simples ato de tampar a panela enquanto esquenta a água para o 
macarrão ou para o cafezinho. Segundo o físico Cláudio Furukawa, 
da USP, a cada minuto que a água ferve em uma panela sem tampa, 
cerca de 20 gramas do líquido evaporam. Com o vapor, vão embora 
11 mil calorias. Como o poder de conferir calor do GLP, aquele gás 
utilizado no botijão de cozinha, é de 11 mil calorias por grama, 
será preciso 1 grama a mais de gás por minuto para aquecer a 
mesma quantidade de água. Isso pode não parecer nada para 
você ou para um botijão de 13 quilos, mas imagine o potencial de 
devastação que um cafezinho despretensioso e sem os devidos 
cuidados pode provocar em uma população como a do Brasil: 54,6 
toneladas de gás desperdiçado por minuto de aquecimento da 
água, considerando que cada família brasileira faça um cafezinho 
por dia. Ou 4 200 botijões desperdiçados. 
Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007.
Segundo o físico da USP, Cláudio Furukawa, é possível ser um 
cidadão ecossustentável adotando atos simples. É um argumento 
utilizado pelo físico, para sustentar a ideia de que podemos 
contribuir para melhorar a qualidade de vida no planeta,
a) tampar a panela para a comida não esfriar, seguindo os 
conselhos da mãe.
b) reduzir a quantidade de calorias, fervendo a água em recipientes 
tampados.
c) analisar o calor do GLP, enquanto a água estiver em processo 
de ebulição.
d) aquecer líquidos utilizando os botijões de 13 quilos, pois 
consomem menos.
e) diminuir a chama do fogão, para aquecer quantidades maiores 
de líquido.
12. O contato com textos exercita a capacidade de reconhecer os 
fi ns para os quais este ou aquele texto é produzido. Esse texto tem 
por fi nalidade
a) apresentar um conteúdo de natureza científi ca.
b) divulgar informações da vida pessoal do pesquisador.
c) anunciar um determinado tipo de botijão de gás.
d) solicitar soluções para os problemas apresentados.
e) instruir o leitor sobre como utilizar corretamente o botijão.
13. Onde fi cam os “artistas”? Onde fi cam os “artesãos”? 
Submergidos no interior da sociedade, sem reconhecimento formal, 
esses grupos passam a ser vistos de diferentes perspectivas pelos 
seus intérpretes, a maioria das vezes, engajados em discussões 
que se polarizam entre artesanato, cultura erudita e cultura popular.
PORTO ALEGRE, M. S. Arte e ofício de artesão. São Paulo, 1985 (adaptado).
O texto aponta para uma discussão antiga e recorrente sobre o que 
é arte. Artesanato é arte ou não? De acordo com uma tendência 
inclusiva sobre a relação entre arte e educação,
a) o artesanato é algo do passado e tem sua sobrevivência 
fadada à extinção por se tratar de trabalho estático produzido 
por poucos.
b) os artistas populares não têm capacidade de pensar e conceber a 
arte intelectual, visto que muitos deles sequer dominam a leitura.
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c) o artista popular e o artesão, portadores de saber cultural, têm 
a capacidade de exprimir, em seus trabalhos, determinada 
formação cultural.
d) os artistas populares produzem suas obras pautados em 
normas técnicas e educacionais rígidas, aprendidas em 
escolas preparatórias.
e) o artesanato tem seu sentido limitado à região em que está 
inserido como uma produção particular, sem expansão de seu 
caráter cultural.
14.
O American Idol islâmico
Quem não gosta do Big Brother diz que os reality shows são 
programas vazios, sem cultura. No mundo árabe, esse problema 
já foi resolvido: em The Millions’ Poet (“O Poeta dos Milhões”), 
líder de audiência no golfo pérsico, o prêmio vai para o melhor 
poeta. O programa, que é transmitido pela Abu Dhabi TV e tem 70 
milhões de espectadores, é uma competição entre 48 poetas de 
12 países árabes — em que o vencedor leva um prêmio de US$ 1,3 
milhão. Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia. O BBB teve 
a polêmica dos “coloridos” (grupo em que todos os participantes 
eram homossexuais). E Millions’ Poet detonou uma discussão 
sobre os direitos da mulher no mundo árabe.
GARATTONI, B. O American Idol islâmico. SuperInteressante. Edição 278, maio 2010 
(fragmento).
No trecho “Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia”, o termo 
destacado foi utilizado para estabelecer uma ligação com outro 
termo presente no texto, isto é, fazer referência ao
a) vencedor, que é um poeta árabe.
b) poeta, que mora na região da Arábia.
c) mundo árabe, local em que há o programa.
d) Brasil, lugar onde há o programa BBB.
e) programa, que há no Brasil e na Arábia.
15.
Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura 
na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os 
quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque
a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e 
adequado para a expressão de uma criança.
b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico 
usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte.
c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a 
linguagem de quadrinhos.
d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico 
informal.
e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do 
registro formal utilizado por este último.
16. (Enem 2018) 
A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais 
e impulsionou a modifi cação de outros já estabelecidos nas 
esferas da comunicação e da informação. A principal consequência 
criticada na tirinha sobre esse processo é a 
a) criação de memes. 
b) ampliação da blogosfera. 
c) supremacia das ideias cibernéticas. 
d) comercialização de pontos de vista. 
e) banalização do comércio eletrônico. 
17.(ENEM 2018) 
A utilização de determinadas variedades linguísticas em 
campanhas educativas tem a função de atingir o público-alvo de 
forma mais direta e efi caz. No caso desse texto, identifi ca-se essa 
estratégia pelo(a) 
a) discurso formal da língua portuguesa. 
b) registro padrão próprio da língua escrita. 
c) seleção lexical restrita à esfera da medicina. 
d) fi delidade ao jargão da linguagem publicitária. 
e) uso de marcas linguísticas típicas da oralidade. 
18. (ENEM 2018) 
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INTERPRETAÇÃO 01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis 
ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem glúten. Essas reações 
indicam que, em geral, os rótulos desses produtos 
a) trazem informações explícitas sobre a presença do glúten. 
b) oferecem várias opções de sabor para esses consumidores. 
c) classificam o produto como adequado para o consumidor 
celíaco. 
d) influenciam o consumo de alimentos especiais para esses 
consumidores. 
e) variam na forma de apresentação de informações relevantes 
para esse público. 
19. (ENEM 2018) TEXTO I
TEXTO II
Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro 
urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrenta em 
média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar 
às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa 
às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. 
Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é 
importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem 
da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa 
praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a 
de pessoas da classe média/alta que vivem outra realidade. Nesse 
caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que 
a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios 
e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. 
RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).
O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca 
do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta 
uma visão 
a) medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por 
qualquer indivíduo à promoção da saúde. 
b) ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na 
prática de exercícios no cotidiano. 
c) crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao 
sedentarismo do indivíduo. 
d) focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela 
prevenção de doenças. 
e) geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade. 
20. (ENEM 2018) 
A fotografia exibe a fachada de um supermercado em Foz do 
Iguaçu, cuja localização transfronteiriça é marcada tanto pelo 
limite com Argentina e Paraguai quanto pela presença de outros 
povos. Essa fachada revela o(a) 
a) pagamento da identidade linguística. 
b) planejamento linguístico no espaço urbano. 
c) presença marcante da tradição oral na cidade. 
d) disputa de comunidades linguísticas diferentes. 
e) poluição visual promovida pelo multilinguismo. 
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UNESP 2014)
Horror a aprender
Se quiséssemos numa fórmula definir a mentalidade mais ou 
menos generalizada dos que militam na vida literária brasileira, não 
lograríamos descobrir outra que melhor se prestasse do que esta: 
horror a aprender. Nosso autodidatismo enraizado, nossa falta 
de hábito universitário, fazem com que aprender, entre nós, seja 
motivo de inferioridade intelectual. Ninguém gosta de aprender. 
Ninguém se quer dar ao trabalho de aprender. Porque já se nasce 
sabendo. Todos somos mestres antes de ser discípulos. Aprender 
o quê? Pois já sabemos tudo de nascença! Ignoramos essa verdade 
de extrema sabedoria: só os bons discípulos dão grandes mestres, 
e só é bom mestre quem foi um dia bom discípulo e continua 
com o espírito aberto a um perpétuo aprendizado. Quem sabe 
aprender sabe ensinar, e só quem gosta de aprender tem o direito 
de dar lições. Como pode divulgar e orientar conhecimentos quem 
mantém o espírito impermeável a qualquer aprendizagem?
Nossos jovens intelectuais, em sua maioria, primam pelo pedantismo, 
autossuficiência e falta de humildade de espírito. São mestres antes 
de ter sido discípulos. Saber não os preocupa, estudar, ninguém lhes 
viu os estudos. É só meter-lhes na mão uma pena e cair-lhes ao 
alcance uma coluna de jornal, e lá vem doutrinação leviana e prosa 
de meia-tigela. Não lhes importa verificar se estão arrombando portas 
abertas ou chovendo no molhado.
(No hospital das letras, 1963.)
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01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
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INTERPRETAÇÃO
Indique a contradição da personagem mais nova da tira em pretender criar um blog intelectual sobre Saramago. 
02. (FGV 2014) Os enunciados de uma obra científica e, na maioria 
dos casos, de notícias, reportagens, cartas, diários etc., constituem 
juízos, isto é, as objectualidades puramente intencionais pretendem 
corresponder, adequar-se exatamente aos seres reais (ou ideias, 
quando se trata de objetos matemáticos, valores, essências, leis 
etc.) referidos. Fala-se então de “adequatio orationis ad rem”*. Há 
nestes enunciados a intenção séria de verdade. Precisamente por 
isso pode-se falar, nestes casos, de enunciados errados ou falsos 
e mesmo de mentira e fraude, quando se trata de uma notícia ou 
reportagem em que se pressupõe intenção séria. 
O termo “verdade”, quando usado com referência a obras de arte 
ou de ficção, tem significado diverso. Designa com frequência 
qualquer coisa como a genuinidade, sinceridade ou autenticidade 
(termos que, em geral, visam à atitude subjetiva do autor); ou 
a verossimilhança, isto é, na expressão de Aristóteles, não a 
adequação àquilo que aconteceu, mas àquilo que poderia ter 
acontecido; ou a coerência interna no que tange ao mundo 
imaginário das personagens e situações miméticas; ou mesmo a 
visão profunda - de ordem filosófica, psicológica ou sociológica - 
da realidade. Até neste último caso, porém, não se pode falar de 
juízos no sentido preciso. Seria incorreto aplicar aos enunciados 
fictícios critérios de veracidade cognoscitiva. [...] Os mesmos 
padrões que funcionam muito bem no mundo mágico-demoníaco 
do conto de fadas revelam-se falsos e caricatos quando aplicados 
à representação do universo profano da nossa sociedade atual [...]. 
“Falso” seria também um prédio com portal e átrio de mármore que 
encobrissem apartamentos miseráveis. É esta incoerência que é 
“falsa”. Mas ninguém pensaria em chamar de falso um autêntico 
conto de fadas, apesar de o seu mundo imaginário corresponder 
muito menos à realidade empírica do que o de qualquer romance 
de entretenimento. 
Anatol Rosenfeld, literatura e personagem. In: A. Candido et. al. 
A personagem de ficção. 
* adequatio orationis ad rem: adequação da linguagem ao assunto. 
Atenda ao que se pede: 
a) A natureza do texto justifica a citação da frase latina, tendo em 
vista que ela é corrente em textos de Retórica? Justifique sua 
resposta. 
b) No contexto, o que se entende por “situações miméticas” (2º. 
parágrafo)? 
03. (PUCRJ 2017) 
Texto 1
O afeto em Freud
“Se eu nos sonhos sinto medo de uns ladrões, os ladrões são por 
certo imaginários, mas o medo é real, e ocorre o mesmo quando me 
regozijo nos sonhos” (Freud, 1900/1976, p. 458). Prestar atenção 
aos afetos parecia a Freud ser um bom caminho para entender 
a natureza da alma humana. Para compreender um sonho, por 
exemplo, ele seguia os afetos nas séries de representações. O 
mesmo acontecia nos encontros com seus pacientes: as variações 
afetivas, das paixões intensas às hostilidades ao psicanalista e ao 
tratamentoem geral, indicavam-lhe que direção dar ao tratamento.
Texto adaptado de WINOGRAD, Monah & TEIXEIRA, Leônia Cavalcanti. Afeto e 
adoecimento do corpo: considerações psicanalíticas. In: Ágora: Estudos e Teoria 
Psicanalítica. Vol.14 nº 2 Rio de Janeiro, July/Dec. 2011. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982011000200001 - 
acesso em 30/06/2016
Texto 2
Vários estudos constataram uma dimensão profunda do contato 
físico, separada da função discriminativa. Esse sistema recém-
descoberto, chamado pelos pesquisadores de toque afetivo ou 
emocional, é composto por fibras nervosas acionadas exatamente 
pelo tipo de carícia amorosa que uma mãe faz em seu filho. A 
constatação é que as bases neurobiológicas do afeto desempenham 
papel muito mais significativo no comportamento humano do que 
acreditávamos, a ponto de estreitar laços e até mesmo aumentar 
as chances de sobrevivência. Essas fibras podem também ajudar 
o psiquismo a construir e a integrar a percepção de si e do outro, 
informando a consciência sobre nosso próprio corpo e a habilidade 
de nos relacionarmos.
“O toque afetivo pode ajudar na compreensão do desenvolvimento 
do cérebro social; para a maioria das pessoas, o gesto permite 
que o sistema neural reconheça a si mesmo e tome contato com 
o outro”, diz o neurocientista Francis McGlone, pesquisador da 
Universidade John Moores Liverpool, na Inglaterra. “Do ponto de 
vista emocional, uma carícia suave nutre e sustenta boa parte da 
interação social.”
DENWORTH, Lydia. O poder do toque. In: Revista Mente e Cérebro, Ano XI, nº 274. p. 
21-22. Ed. Segmento.
a) Explique, de acordo com o Texto 1, o que há em comum entre 
o processo de compreensão dos sonhos e a indicação de 
tratamento para pacientes, no que diz respeito à conduta de 
Freud.
b) Indique que elemento relacionado a afeto é apresentado no 
Texto 2 e aponte uma de suas utilidades no dia a dia do ser 
humano. 
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INTERPRETAÇÃO 01 10 DICAS PARA INTERPRETAR OS TEXTOS NO ENEM
04. (FUVEST 2016) Leia este texto.
É conhecida a raridade de diários íntimos na sociedade 
escravocrata do Brasil colonial e imperial, em comparação com a 
frequência com que surgem noutra sociedade do mesmo feitio, o 
velho Sul dos Estados Unidos. Gilberto Freire reparou na diferença, 
atribuindo-a ao catolicismo do brasileiro e ao protestantismo do 
americano: aquele podia recorrer ao confessionário, mas a este 
só restava o refúgio do papel. Esta é também a explicação que 
oferece Georges Gusdorf, na base de uma comparação mais ampla 
dos textos autobiográficos produzidos nos países da Reforma 
e da Contrarreforma. Ao passo que no catolicismo o exame de 
consciência está tutelado na confissão pela autoridade sacerdotal, 
no protestantismo, ele não está submetido à interposta pessoa.
Evaldo C. de Mello, “Diários e ‘livros de assentos’”. In: Luiz Felipe de Alencastro (org.), 
História da vida privada no Brasil - 2.
a) De acordo com o texto, em que grupo de países os diários 
íntimos surgiam com maior frequência e por que isso ocorria?
b) A que expressões do texto se referem, respectivamente, os 
termos sublinhados no trecho “ele não está submetido à 
interposta pessoa”? 
05. (UNESP 2018) Leia o trecho do livro O maior espetáculo 
da Terra, do biólogo britânico Richard Dawkins (1941- ), para 
responder às questões.
A seleção natural impele espécies predadoras a tornarem-se cada vez 
melhores em apanhar presas, e simultaneamente impele espécies 
que são caçadas a tornarem-se cada vez melhores em escapar dos 
caçadores. Predadores e presas apostam uma corrida armamentista 
evolucionária, disputada no tempo evolucionário. O resultado tem 
sido uma constante escalada na quantidade de recursos econômicos 
que os animais, dos dois lados, despendem na corrida armamentista, 
em detrimento de outros departamentos de sua economia corporal. 
Caçadores e caçados tornam-se cada vez mais bem equipados para 
correr mais do que (ou surpreender, ou sobrepujar em astúcia etc.) o 
outro lado. Mas um equipamento aprimorado para correr mais não 
se traduz obviamente em mais sucesso numa corrida, pela simples 
razão de que, numa corrida armamentista, o outro lado também está 
aprimorando seu equipamento: essa é a marca registrada das corridas 
armamentistas. Poderíamos dizer, como explicou a Rainha de Copas 
a Alice, que eles correm o mais rápido possível para não sair do lugar.
Darwin tinha plena noção das corridas armamentistas evolucionárias, 
embora não usasse essa expressão. Meu colega John Krebs e eu 
publicamos um artigo sobre o tema em 1979, no qual atribuímos a 
expressão “corrida armamentista” ao biólogo britânico Hugh Cott. 
Talvez significativamente, Cott publicou seu livro, Adaptive coloration 
in animals, em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial:
Antes de afirmar que a aparência enganosa de um gafanhoto ou 
borboleta é desnecessariamente detalhada, devemos verificar 
primeiro quais são os poderes de percepção e discriminação dos 
inimigos naturais desses insetos. Não fazê-lo é como dizer que a 
blindagem de um cruzador é pesada demais ou que seu conjunto 
de canhões é demasiado grande, sem investigar a natureza e a 
eficácia do armamento do inimigo. O fato é que, na primeva1 luta 
da selva, assim como nos refinamentos da guerra civilizada, vemos 
em progresso uma grande corrida armamentista evolucionária 
— cujos resultados, para a defesa, manifestam-se em recursos 
como velocidade, estado de alerta, couraça, coloração, hábitos 
subterrâneos, hábitos noturnos, secreções venenosas e gosto 
nauseante; e, para o ataque, em atributos compensadores como 
velocidade, surpresa, emboscada, atração, acuidade visual, garras, 
dentes, ferrões, presas venenosas e coloração atrativa. Assim 
como a velocidade do perseguido desenvolveu-se em relação a um 
aumento na velocidade do perseguidor, ou uma couraça defensiva 
em relação a armas ofensivas, também a perfeição de recursos de 
disfarce evoluiu em resposta a poderes crescentes de percepção.
Saliento que a corrida armamentista é disputada no tempo 
evolucionário. Não deve ser confundida com as corridas entre, 
por exemplo, um guepardo individual e uma gazela individual, 
que é disputada em tempo real. A corrida no tempo evolucionário 
é uma corrida que desenvolve equipamento para as corridas 
em tempo real. E o que isso realmente significa é que os genes 
para produzir o equipamento destinado a vencer o adversário 
em esperteza ou velocidade acumulam-se nos reservatórios 
gênicos de ambos os lados.
(O maior espetáculo da Terra, 2009. Adaptado.)
1primevo: antigo, primitivo.
a) Explique sucintamente o que o autor entende por “corrida 
armamentista evolucionária”.
b) De que forma a fala da Rainha de Copas a Alice – “eles correm 
o mais rápido possível para não sair do lugar” (1º parágrafo) 
– relaciona-se com a “marca registrada das corridas 
armamentistas” (1º parágrafo)? 
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. C
02. B
03. D
04. E
05. B
06. A
07. E
08. C
09. D
10. B
11. B
12. A
13. C
14. C
15. D
16. D
17. E
18. E
19. B
20. B
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. A completa falta de informação da personagem sobre Saramago, escritor amplamente 
conhecido no meio intelectual, é contraditória com a intenção de criar um blog sobre ele. 
02. 
a) Sim, pois a expressão latina comum a textos relativos aos assuntos da retórica, 
“adequatio orationis ad rem,” refere-se aos aspectos linguísticos de produções de 
diversas naturezas textuais, como ocorre no texto de Anatol Rosenfeld.
b) A expressão “situações miméticas” sugere a reprodução de situações de forma 
verossímil, ou seja, a recriação harmônica entre os elementos fantasiosos ou 
imaginários que são determinantes no texto. 
03. 
a) No texto, vemos que Freud seguia os afetos tanto para compreender um sonho, 
quanto para pensar em um tratamento para os pacientes. Ou seja, seguindo “os 
afetos nas séries de representações”, Freud conseguiacompreender um sonho e 
percebendo as variações afetivas dos seus pacientes, Freud conseguia pensar em 
uma direção para o tratamento.
b) No texto II, a autora vai tratar do “poder do toque”, colocando o toque físico como 
elemento relacionado ao afeto. Logo no primeiro parágrafo ela cita várias utilidades 
do contato físico, tais como estreitar laços, aumentar as chances de sobrevivência 
e ajudar o psiquismo a construir e a integrar a percepção de si e do outro.
04. B
a) Segundo o autor, os diários íntimos surgiam com maior frequência nos países em 
que a Reforma Protestante se consolidou, pois os adeptos dessa nova corrente 
religiosa, que não contempla o ato da confissão, não podiam recorrer à autoridade 
sacerdotal para fazer exame de consciência. Assim, recorriam com frequência à 
escrita de textos autobiográficos para elaborarem questionamentos autocríticos 
relacionados com comportamento individual ou conduta social.
b) Os termos “ele” e “interposta pessoa” referem-se a “exame de consciência” e 
“autoridade sacerdotal”, respectivamente.
05. 
a) Segundo o autor, “corrida armamentista evolucionária“ define a competição entre 
as espécies predadoras e as que são caçadas, a fim de aprimorar métodos e 
estratégias de caça ou defesa ao longo da evolução natural da sua espécie. 
b) A mudança das características hereditárias de uma população de seres vivos 
de uma geração para outra é simultânea em todas as espécies, ou seja, tanto 
predadores como presas tratam de produzir mecanismos gênicos destinados a 
vencer o adversário em esperteza ou velocidade. Desta forma, estabelece-se um 
equilíbrio entre os grupos que impede que um ultrapasse o outro, ou seja, ambos 
“correm o mais rápido possível para não sair do lugar”, como afirma a Rainha de 
Copas em “Alice no país das maravilhas”.
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INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 83PROENEM.COM.BR
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, 
SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO02
Veja esta tira de Luis Fernando Verissimo:
(VERISSIMO, Luis Fernando. Aventuras da Família Brasil. Porto Alegre: L&PM, 1993.)
A tira é construída em três cenas. Nelas, se verifica uma situação 
de conversação entre os personagens envolvidos. A filha é quem 
representa papel de locutor, isto é, a pessoa que fala, na primeira 
cena. Os pais são os interlocutores, isto é, as pessoas com quem 
se fala. Essa tira retrata uma situação de comunicação, pois as 
pessoas interagem pela linguagem, de tal forma que modificam o 
comportamento do outro. Assim, o que uma pessoa transmite à outra 
na forma de linguagem chama-se mensagem. A comunicação ocorre 
quando, ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos compreender 
por uma pessoa.
Em um ato de comunicação não estão em jogo somente 
palavras, mas também gestos e movimentos. Quando empregamos 
esses elementos com a intenção de estabelecer uma comunicação, 
estamos usando diferentes linguagens. Essa linguagem, por 
conceito, é a representação do pensamento por meio de sinais que 
permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.
Tais sinais que permitem o ato de comunicação são os 
chamados signos linguísticos. Segundo o escritor e linguista 
Umberto Eco, define-se como signo aquilo que “à base de uma 
convenção social previamente aceita, possa ser entendido como 
algo que está no lugar de outra coisa”. Por exemplo, quando se 
diz que alguém é uma raposa, por uma convenção, estabelece-se 
que se trata de alguém esperto, por uma analogia com o animal, o 
vocábulo “raposa” está em lugar de “esperto” no contexto.
A partir desses conceitos, percebe-se que, na tira, houve uma 
falha na comunicação entre o pai e namorado da filha. O rapaz 
não entendeu a mensagem porque a palavra “Shakespeare” não 
representa um signo para ele, não comunica nada: o nome do 
escritor inglês é interpretado como algo para beber.
Os signos podem ser verbais (as palavras) ou não verbais 
(gestos, símbolos, cores, até o tom de voz). Repare que em um 
anúncio de sorvetes, por exemplo, há, normalmente, sol e uma luz 
alaranjada, signos que representam o calor. Da mesma maneira, 
propagandas que querem sugerir uma certa intelectualidade 
costumam usar atores com óculos, signo de uma possível 
bagagem cultural. Tais signos, juntos, ajudam o interlocutor a 
perceber a intenção da mensagem que se quer passar.
São signos os sinais verbais ou não verbais, que apresentam 
dois eixos de significação: uma parte perceptível (sons, letras) e 
uma parte inteligível (conceito). Assim, no campo das palavras, 
entende-se por signo linguístico a unidade constituída de expressão 
e de conteúdo, de significante e de significado, respectivamente
significante → coroa
significado → 1. arranjo de flores; 2. ornamento de reis, 
rainhas; 3. idoso.
Veja que a propaganda acima explora os recursos do 
significado do signo “coroa”. Por se tratar de uma propaganda 
de empresa funerária, a palavra está ligada ao arranjo de flores 
presente em funerais; no entanto, a figura do senhor em destaque 
também faz alusão à gíria usada para idosos, ou seja, arranjar uma 
companheira.
Leia este anúncio da LPCE (Liga portuguesa contra epilepsia):
(Recolhido do site: http://www.lpce.pt)
A intenção do anunciante é divulgar a ideia do voluntariado 
para ajudar à associação. Os questionamentos dirigidos ao 
público (“Sente necessidade de ser útil? Necessidade de dar apoio 
e suporte?”) se juntam à conclusão simples, porém fundamental: 
“com pequenos gestos podemos melhorar a vida de outras 
pessoas... seja voluntário”.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR84
INTERPRETAÇÃO 02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
Repare que o anúncio mostra várias mãos juntas como num 
“cabo de guerra”. Tal procedimento dá ao público uma imagem de 
que a associação precisa de sua colaboração nesse “jogo”. Ora, 
essa imagem nos remete à ideia de que quanto mais pessoas 
estiverem ajudando, a tarefa a ser cumprida será menos árdua. A 
imagem das mãos no “cabo de guerra” é, portanto, um sinal que 
ajuda a perceber a intenção da mensagem do anúncio. É um signo 
não verbal.
O ser humano utiliza diferentes tipos de linguagem, como 
a da música, da dança, da pintura, da fotografi a. Essas várias 
linguagens se organizam em dois grupos: a linguagem verbal, que 
tem por unidade os signos verbais, as palavras; e as linguagens não 
verbais, que têm como unidade signos não verbais, como o gesto, 
a imagem, o movimento, como analisado acima. Há, ainda, as 
linguagens mistas, como a das histórias em quadrinhos, o cinema, 
a televisão, que utilizam a palavra e a imagem.
Numa situação de comunicação, se empregamos palavras, 
gestos, movimentos, estamos empregando um código. Código 
é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a 
transmissão da mensagem.
Não só as palavras, gestos, são códigos, mas também os 
sinais de trânsito, os símbolos, o código morse, as buzinas de 
automóveis. É importante notar que só haverá comunicação 
utilizando um código se os interlocutores tiverem essa convenção 
internalizada. Determinados gestos podem representar sentidos 
diferentes dependendo das comunidades em que se vive.
Na nossa comunidade, usamos a língua portuguesa como 
principal código. Língua é um tipo de código formado por palavras 
e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam 
e interagem entre si. Em cada sistema linguístico, há regras de 
diversas naturezas, sejam lexicais, sejam sintáticas. Quando 
escutamos palavras como love ou sun, percebemos que estamos 
diante do código empregado na língua inglesa, pois se trata de 
palavras do vocabulário desse idioma.
Porém, dominar bem uma língua não signifi ca apenas saber 
seu vocabulário; é preciso também ter domínio de suas leis 
combinatórias, de suas ordens internas, de sua sintaxe. Saber, por 
exemplo, que no código da língua inglesa o adjetivo vem sempre 
anteposto ao substantivo, enquanto que, na língua portuguesa, a 
anteposição do adjetivo pode, inclusive, alterar o sentido da palavra.Outro traço fundamental em jogo nesse sistema linguístico é o 
aspecto fonético. Quantas vezes ouvimos nas resenhas internacionais 
sobre jogos da seleção brasileira a pronúncia “errada” do meio-campo 
Falcão, hoje comentarista de futebol? Invariavelmente ouvíamos 
“Falcao”, sem o til. Essa nasalização, característica da língua, causa 
difi culdades em falantes não nativos. Da mesma maneira, nós, 
falantes de língua portuguesa, apresentamos grandes difi culdades 
para a realização de certos fonemas de outros códigos linguísticos, 
como a pronúncia do inglês the (com a língua entre os dentes, 
inclusive), ou ainda o ich alemão.
Além disso, um conhecedor da língua é, presumivelmente, um 
conhecedor das nuances que regem essa língua. Um estrangeiro 
poderá ter difi culdades ao receber como resposta um “pois não”. 
Entrar na “lista negra” não signifi cará uma cor dessa tal lista. 
Quando se fala em saber usar a língua, percebe-se que a intenção 
do falante é o que realmente importa, ele é o sujeito dessa ação 
e é fundamental dominá-la, até mesmo para jogar com suas 
possibilidades, com suas ambiguidades, seus duplos sentidos. Em 
outras palavras, em uma situação de conversação, será sempre o 
falante o sujeito da ação de escolher os enunciados que melhor 
se ajustem às suas intenções. Toma-se um exemplo recolhido da 
fala do professor Agostinho Dias Carneiro, em uma palestra para 
professores de Língua Portuguesa no Colégio Pedro II:
A menina, adolescente, chega a casa altas horas da noite. O pai, 
sisudo, esperando por ela:
- A senhora sabe que horas são?
- O pneu do carro do Rodrigo furou.
- Que isso nunca mais se repita.
Repare que a menina não respondeu ao que o pai perguntou. 
Ela jogou com a língua da maneira mais conveniente para ela. E o 
pai, ao lançar a fala fi nal, defi nitiva, sabe que, na maioria dos casos, 
aquilo se repete, sim.
Um usuário da língua deverá entender a nuance que regeu 
esse diálogo, no qual não vale o que se está dizendo, mas o que 
está subentendido. Dessa forma, como afi rma o linguista russo 
Mikhail Bakhtin, a verdadeira substância da língua não está num 
sistema abstrato de formas linguísticas, mas no fenômeno social 
da interação verbal, realizado através da enunciação. Diz ele: “A 
interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua”.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Explique o que é linguagem verbal.
02. Explique o que é linguagem não verbal.
03. Explique o que é linguagem mista.
04. Conceitue o que é Língua.
05. Identifi que exemplos de códigos usados cotidianamente pelos 
falantes de Língua Portuguesa.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
Casados e independentes
Um novo levantamento do IBGE mostra que o numero de 
casamentos entre pessoas na faixa dos 60 anos cresce, desde 
2003, a um ritmo 60% maior que o observado na população 
brasileira como um todo...
Fontes: IBGE e Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
*Som base no último dado disponível, da 2008
Veja São Paulo, 21 abr. 2010 (adaptado)
Os gráfi cos expõem dados estatísticos por meio de linguagem 
verbal e não verbal. No texto, o uso desse recurso
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02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
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INTERPRETAÇÃO
a) exemplifi ca o aumento da expectativa de vida da população.
b) explica o crescimento da confi ança na instituição do 
casamento.
c) mostra que a população brasileira aumentou nos últimos cinco 
anos.
d) indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na 
mesma proporção.
e) sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupação no 
mercado de trabalho.
02. (ENEM)
Disponível em: www.sasia.org.br. Acesso em: 30 maio 2016.
Essa propaganda foi criada para uma campanha de conscientização 
sobre a violência contra a mulher. As palavras que compõem a 
imagem indicam que a
a) violência contra a mulher está aumentando.
b) agressão à mulher acontece de forma física e verbal.
c) violência contra a mulher é praticada por homens.
d) agressão à mulher é um fenômeno mundial.
e) violência contra a mulher ocorre no ambiente doméstico.
03. (ENEM) Os signos visuais, como meios de comunicação, são 
classifi cados em categorias de acordo com seus signifi cados. A 
categoria denominada indício corresponde aos signos visuais 
que têm origem em formas ou situações naturais ou casuais, as 
quais, devido à ocorrência em circunstâncias idênticas, muitas 
vezes repetidas, indicam algo e adquirem signifi cado. Por exemplo, 
nuvens negras indicam tempestade.
Com base nesse conceito, escolha a opção que representa um 
signo da categoria dos indícios.
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
04. (ENEM)
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008.
Disponível em: http://capu.pl. Acesso em: 3 ago. 2012.
Através da linguagem não verbal, o artista gráfi co polonês Pawla 
Kuczynskiego aborda a triste realidade do trabalho infantil.
O artista gráfi co polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 
e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao 
abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
05. (ENEM)
Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com
A linguagem não verbal pode produzir efeitos interessantes, 
dispensando assim o uso da palavra.
O cartum faz uma crítica social. A fi gura destacada está em 
oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualifi cação profi ssional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR86
INTERPRETAÇÃO 02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
06. (PRODEMGE - Analista de Tecnologia da Informação)
IVO viu a Uva – htttp://www.ivoviuauva.com.br
Na sequência de 1 a 4 dos quadrinhos, podem ser identifi cadas as 
seguintes características de linguagem:
I. No primeiro quadrinho, há apenas a linguagem verbal oral.
II. No segundo quadrinho, pode-se perceber apenas a linguagem 
não-verbal.
III. No terceiro quadrinho, o chargista apresenta uma mistura entre 
o verbal escrito e o não-verbal.
IV. No quarto quadrinho, há uma informação verbal escrita.
Marque a alternativa CORRETA:
a) apenas as proposições III e IV são verdadeiras.
b) apenas as proposições I e II são verdadeiras.
c) apenas as proposições I e III são verdadeiras.
d) as proposições I,II,III e IV são verdadeiras.
07. (IBGP/CISSUL – MG - Condutor Socorrista )
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/+IVXd9Wp3Ve4/TJokbm7qKQI/AAAAAAAAEnk/
H4QU5R4PRCY/s1600/0+a+Transito+11.jpg Acesso em: 18/09/2016.
Sobre o tipo de linguagem utilizada no cartum, assinale a alternativa 
INCORRETA.
a) Possui linguagem não-verbal.
b) Possui linguagem mista.
c) Possui linguagem verbal.
d) Possui linguagem informal.
08. (IF-TO – Auditor)
Disponível em: https://patologiapolitica.wordpress.com/2011/07/08/charge-saber-
viver/. Acesso em: 15 ago. 2016.
Considerando a relação entre a linguagem verbal e a linguagem não 
verbal para a compreensão da charge, não é adequado afi rmar que:
a) O texto está criticando o assaltante e está dando apoio ao 
deputado por estar sendo assaltado.
b) O texto critica os escândalos de corrupção, desvio de dinheiro, 
no âmbito da administração pública.
c) O texto critica a postura desonesta de certos políticos que 
lesam a população ao fazerem mau uso do dinheiro público.
d) O texto aponta para o fato de que certos políticos lesam a 
população ao usarem em suas vidas particulares dinheiro 
público indevido.
e) O texto compara o ato (de assaltar) de um assaltante qualquer 
ao ato de alguns políticos também lesarem a população.
09. (CRC-MG – Motorista) Considerando que as pessoas não se 
comunicam apenas pela voz ou pela escrita, quanto à linguagem 
corporal, assinale a alternativa correta.
a) Palavras.
b) Voz.c) Gestos.
d) Linguagem verbal.
e) Audição.
10. (IF-GO – Assistente em Administração)
Disponível em: <htttp://aprendaescrever.blogspot.com.br/2016/-3/charge-sobre-
influencia-da -midia.html>. Acesso em: 21 ado. 2017.
No texto, o humor é instaurado pela
a) linguagem não verbal, que é a única responsável pela produção 
de sentidos no texto.
b) linguagem verbal e não verbal, que, juntas, se responsabilizam 
pelo sentido do texto.
c) linguagem verbal, que detalhada e de modo exclusivo, resume 
os sentidos produzidos pelo texto.
d) linguagem não verbal que se sobrepõe à verbal, dispensando a 
primeira na produção de sentidos.
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02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
87
INTERPRETAÇÃO
11.
Mineiro de Araguari, o cartunista Caulos já publicou seus trabalhos em 
diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil e o The New York Times.
No cartum apresentado, o signifi cado da palavra escrita é reforçado 
pelos elementos visuais, próprios da linguagem não verbal. A 
separação das letras da palavra em balões distintos contribui para 
expressar principalmente a seguinte ideia:
a) difi culdade de conexão entre as pessoas
b) aceleração da vida na contemporaneidade
c) desconhecimento das possibilidades de diálogo
d) desencontro de pensamentos sobre um assunto
12.
Os versos de Carlos Drummond de Andrade que mais adequadamente 
traduzem a principal mensagem da fi gura acima são: 
a) Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel? 
b) As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
c) Um silvo breve. Atenção, siga.
Dois silvos breves: Pare.
Um silvo breve à noite: Acenda a lanterna.
Um silvo longo: Diminua a marcha.
Um silvo longo e breve: Motoristas a postos.
(A este sinal todos os motoristas tomam lugar nos 
seus veículos para movimentá-los imediatamente.) 
d) proibido passear sentimentos
ternos ou desesperados
nesse museu do pardo indiferente
e) Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua. 
13. Para responder à questão, considere a tela Guernica, de Pablo 
Picasso (fi gura 1), pintada em protesto ao bombardeio a cidade 
espanhola de mesmo nome, e a imagem criada pelo cartunista 
argentino, Quino (fi gura 2). 
Na cena criada por Quino, está presente a intertextualidade, pois
a) o humor surge em consequência da falta de dedicação e de 
empenho da faxineira no momento de realizar as tarefas da 
casa. 
b) a dona da casa é uma pessoa que aprecia pintura e possui 
várias obras de artistas cubistas em sua residência. 
c) as alterações realizadas pela faxineira na pintura de Picasso 
mantiveram a ideia original proposta pelo pintor para Guernica. 
d) o cartunista reproduz a famosa pintura de Picasso, inserindo-a 
em um novo contexto que é a sala em desordem de uma 
residência. 
e) a faxineira irrita-se com a sujeira deixada pelos adolescentes 
da casa os quais frequentemente realizam festas para os 
amigos. 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR88
INTERPRETAÇÃO 02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
14.
Sobre a charge, assinale a alternativa CORRETA.
a) A mensagem de paz do texto que introduz a charge apresenta-
se substancialmente oposta à imagem violenta retratada. 
b) O confronto entre os personagens apresenta uma mensagem 
coerente com a mensagem inicial da charge: de amor e paz. 
c) Lutar é algo inerente ao ser humano; por isso pode-se afi rmar 
que não há qualquer contradição entre a mensagem verbal e a 
não verbal. 
d) As frases da torcida indicam que esses espectadores não 
gostam de violência. 
e) No contexto da charge, a luta pode ser entendida como uma 
forma de violência pacífi ca. 
15. O cartaz a seguir foi usado em uma campanha pública para 
doação de sangue.
Glossário
Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em linguagem informal, signifi ca 
“pequeno passeio”. Recentemente, tem designado encontros 
simultâneos de centenas de pessoas em locais como praças, parques 
públicos e shopping centers, organizados via internet.
Anonymous riot: rebelião anônima.
Considerando como os sentidos são produzidos no cartaz e o seu 
caráter persuasivo, pode-se afi rmar que:
a) As fi guras humanas estilizadas, semelhantes umas às outras, 
remetem ao grupo homogêneo das pessoas que podem ajudar 
e ser ajudadas. 
b) A expressão “rolezinho” remete à meta de se reunir muitas 
pessoas, em um só dia, para doar sangue. 
c) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas a serem 
benefi ciadas a partir da ação de um só indivíduo. 
d) O destaque visual dado à expressão “ROLEZINHO NO 
HEMORIO” tem a função de enfatizar a participação individual 
na campanha. 
16. (CMRJ 2018) Você já ouviu falar em “pinturas rupestres”? São 
as mais antigas formas de arte produzidas pelo ser humano – 
algumas datam de 40.000 anos antes de Cristo! – e se encontram 
nas paredes das cavernas que serviam de moradia. Essas pinturas 
mostram situações do dia a dia das pessoas daquela época, como 
a que inspirou o próximo texto. 
A charge retrata uma cena ou situação com intenção crítica, 
usando o desenho como linguagem. Nessa charge, a mensagem 
tem sentido crítico, uma vez que 
a) compara os homens de hoje com os da pré-história. 
b) ironiza a forma como as pessoas viviam nas cavernas. 
c) chama a atenção para com o desrespeito com a natureza. 
d) questiona a autoria dos desenhos mais antigos do homem. 
e) remete à Idade da Pedra o princípio do respeito aos animais. 
17. (IFSC 2018) Em relação ao gênero textual história em 
quadrinhos, analise as afi rmações a seguir.
I. É obrigatório o uso de texto verbal em todos os quadrinhos da 
história.
II. As histórias em quadrinhos servem exclusivamente para a 
contação de piadas.
III. A mescla entre informações verbais e visuais é uma 
característica fundamental na constituição das histórias.
IV. Por ser voltada ao público jovem, é imprescindível a presença 
de personagens adolescentes.
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02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
89
INTERPRETAÇÃO
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Somente III é verdadeira. 
b) Somente I e IV são verdadeiras. 
c) Somente III e V são verdadeiras. 
d) Somente IV é verdadeira. 
e) Somente I e II são verdadeiras. 
18. (CMRJ 2018) 
Qual é a crítica presente na charge e como o elemento verbal é 
inserido? 
a) Existe uma crítica quanto ao esfriamento das relações 
familiares e o elemento verbal explicita isso através de 
eufemismo. 
b) Existe uma crítica quanto à supervalorização da interação 
interpessoal através de novas mídias de tecnologia e o 
elemento verbal explicita isso através de ironia. 
c) Existe uma crítica quanto à supervalorização da interação 
interpessoal através de novas mídias de tecnologia e o 
elemento verbal explicita isso através de eufemismo. 
d) Existe uma crítica quanto ao impacto social causado pelas 
novas tecnologias de comunicação e informação nas relações 
entre os casais e o elemento verbal explicita isso através de 
metonímia. 
e) Existe uma crítica quanto ao esfriamento das relações 
familiares e o elemento verbal explicita isso através de ironia. 
19. (IFAL 2017) 
Pela ordem de aparecimento dos textos acima e, considerando 
o diálogo neles contido entre linguagem verbal e linguagem não 
verbal, temos, respectivamente, as seguintes ideias: 
a) desemprego atinge níveis muito altos no país / as relações 
trabalhistas são injustas 
b) o jornalismo também é atingido pelo desemprego / é necessário 
investir em mão de obra qualificada 
c) o jornalismo é uma área profissional instável / o trabalhador é 
considerado um super-herói 
d) as informações são velozes / há trabalhadores lentos 
e) é preciso frieza no jornalismo / é necessário modernizar o 
trabalho 
20. (IFPE 2017) Leia a tirinha abaixo para responder à questão.
Sobre a linguagem dos personagensda tirinha, retirada da página 
do Facebook “Bode Gaiato”, avalie as assertivas abaixo.
I. O texto verbal, embora escrito, revela aproximação com a 
oralidade. A grafia da palavra “nãm” evidencia esse aspecto.
II. Os falantes se utilizam de uma linguagem com fortes marcas 
regionais, como, por exemplo, a escolha da palavra “mainha”.
III. O diálogo entre mãe e filho revela o registro formal da 
linguagem, como podemos perceber pela utilização das 
expressões “venha cá pra eu...” e “que nem...”.
IV. O vocábulo “boizin”, formado a partir da palavra inglesa “boy”, 
é uma marca linguística típica de grupos sociais de jovens e 
adolescentes.
V. Visto que todas as línguas naturais são heterogêneas, podemos 
afirmar que a fala de Júnio e sua mãe revelam preconceito 
linguístico.
Estão CORRETAS apenas as afirmações contidas nas assertivas 
a) I, II e IV. 
b) I, III e V. 
c) II, IV e V. 
d) II, III e IV. 
e) III, IV e V. 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR90
INTERPRETAÇÃO 02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UFU 2015) 
O anúncio publicitário, produzido por uma revista para divulgar seus 
blogs, dialoga com outro texto. Considerando essa informação, 
a) indique que texto é esse e explique o processo de intertextualidade 
que se estabelece entre ele e o anúncio publicitário. 
b) explique de que maneira a linguagem não verbal do anúncio 
publicitário contribui com o diálogo estabelecido entre os dois 
textos.
02. (UERJ 2017) 
Um estudo sobre contestações do povo dirigidas ao governo na 
primeira década do século XX, registradas em uma coluna de 
jornal, revela a atitude do cidadão em momentos não críticos, 
em seu cotidiano de habitante da cidade do Rio de Janeiro. A 
conclusão do estudo é que quase só pessoas de algum modo 
relacionadas com a burocracia do Estado se queixavam, quer os 
próprios funcionários e operários, quer as vítimas dos funcionários, 
especialmente da polícia e dos fiscais. Reclamavam funcionários, 
artesãos, pequenos comerciantes, uma ou outra prostituta. 
Mas as queixas não revelavam oposição ao Estado. O conteúdo 
das reclamações girava em torno de problemas elementares, como 
segurança individual, limpeza pública, transporte, arruamento. 
Permanece, no entanto, o fato de que entre as reivindicações não 
se colocava a de participação nas decisões, a de ser ouvido ou 
representado. O Estado aparece como algo a que se recorre, como 
algo necessário e útil, mas que permanece fora do controle, externo 
ao cidadão. Ele não é visto como produto de concerto político, pelo 
menos não de um concerto em que se inclua a população. É uma 
visão antes de súdito que de cidadão, de quem se coloca como objeto 
da ação do Estado e não de quem se julga no direito de a influenciar.
Como explicar esse comportamento político da população do 
Rio de Janeiro? De um lado, a indiferença pela participação, a 
ausência de visão do governo como responsabilidade coletiva, de 
visão da política como esfera pública de ação, como campo em 
que os cidadãos se podem reconhecer como coletividade, sem 
excluir a aceitação do papel do Estado e certa noção dos limites 
deste papel e de alguns direitos do cidadão. De outro, 1o contraste 
de um comportamento participativo em outras esferas de ação, 
como a religião, a assistência mútua e as grandes festas em que a 
população parecia reconhecer-se como comunidade.
Seria a cidade a responsável pelo fenômeno? Neste caso, como 
caracterizá-la, como distingui-la de outras? Entramos aqui na 
vasta e rica literatura sobre o fenômeno urbano, em particular 
sobre a cultura urbana.
JOSÉ MURILO DE CARVALHO 
Adaptado de Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1987. 
No último parágrafo, o autor emprega dois recursos que explicitam 
sua interlocução com os leitores. Identifique-os. 
03. (Fuvest 2015) Examine a seguinte matéria jornalística: 
Sem-teto usa topo de pontos de 
ônibus em SP como cama 
Às 9h desta segunda (17), ninguém dormia no ponto de ônibus da rua 
Augusta com a Caio Prado. Ninguém a não ser João Paulo Silva, 42, 
que chegava à oitava hora de sono em cima da parada de coletivos. 
“Eu sempre durmo em cima desses pontos novos. É gostoso. O 
teto tem um vidro e uma tela embaixo, então não dá medo de que 
quebre. É só colocar um cobertor embaixo, pra ficar menos duro, e 
ninguém te incomoda”, disse Silva depois de acordar e descer da 
estrutura. No dia, entretanto, ele estava sem a coberta, “por causa 
do calor de matar”. 
Por não ter trabalho em local fixo (“Cato lata, ajudo numa empresa 
de carreto. Faço o que dá”), ele varia o local de pouso. “Às vezes 
é aqui no centro, já dormi em Pinheiros e até em Santana. Mas é 
sempre nos pontos, porque eu não vou dormir na rua”. 
www1.folha.uol.com.br, 19/03/2014. Adaptado. 
Qual é o efeito de sentido produzido pela associação dos elementos 
visuais e verbais presentes na imagem acima? Explique.
04. (UNICAMP 2014)
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
91
INTERPRETAÇÃO
Os infográficos apresentam informações de forma sintética, 
utilizando imagens, cores, organização gráfica, etc. Indique dois 
exemplos, do infográfico reproduzido acima, em que a informação 
é apresentada por meio de linguagem não verbal.
05. (UNICAMP 2013) Os textos abaixo integram uma matéria de 
divulgação científica sobre o tamanho de criaturas marinhas, 
ilustrada com fotos dos animais mencionados.
TEXTO 1
Eles nascem com milímetros e alcançam metros de comprimento, 
nadam das praias rasas às águas abissais. Em fotos únicas, 
produzidas em tanques especiais, conheça as medidas dos 
animais do fundo do mar.
TEXTO 2
ESCALA MILIMÉTRICA
Enquanto este cavalo-marinho pode chegar a 30 cm, os filhotes 
medem poucos milímetros ao nascer. Eles surgem depois que a 
fêmea deposita óvulos em uma bolsa na barriga do macho, que é 
responsável pela fertilização.
Pode-se afirmar que a compreensão do texto 2 depende da 
imagem que o acompanha. Destaque do texto a expressão 
responsável por essa dependência e explique por que seu 
funcionamento causa esse efeito.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. E
02. B
03. B
04. C
05. E
06. A
07. D
08. A
09. C
10. B
11. A
12. D
13. D
14. A
15. B
16. E
17. A
18. E
19. A
20. A
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. 
a) O anúncio publicitário dialoga com a colocação de Lavoisier: “Na Natureza, nada se 
cria, nada se perde, tudo se transforma”.
b) A linguagem não verbal aponta para duas teclas do computador unidas, 
representando um atalho para o recurso de copiar dados. Ambas, unidas, são alvo 
de crítica, representada pelo pejorativo arremesso de objetos. 
02. Recursos: uso de frases interrogativas; uso da primeira pessoa no plural. 
03. Estamos diante de uma contradição e, por conseguinte, de uma ironia. Diante desta 
imagem, nossos olhos sentem um estranhamento imediato fruto do contraste produzido 
pela palavra escrita em letras garrafais e tomando boa parte do anúncio: CONFORTO. Em 
cima, com custo, percebemos a existência de um homem deitado. Abaixo do homem um 
anúncio imenso. O efeito de sentido é produzido pelo contraste gerador da ironia presente 
entre a palavra CONFORTO e um homem dormindo ao relento, em um lugar que não foi feito 
para isso. A posição toda torta do homem enquanto dorme colide com a segurança e a 
beleza escritas também no anúncio, outro contraste que levará à ironia.
Refletido pelo vidro, no canto à esquerda, há um outro homem, que também parece 
maltrapilho, e que parece estar se penteando e utilizando o vidro do ponto de ônibus para 
sua toalete, o que também remete à beleza expressa na mensagem escrita do anúncio. 
Uma ironia produzida pela própria realidade.
04. O infográfico apresenta um homem estilizado para mostrar que o consumo é por 
pessoa, nas laterais do boneco há uma escala para representar a quantidade de água 
gasta. As bandeiras representam a nacionalidadeou a localização geográfica. A água é 
representada pela linha ondulada. Há ainda o balão para representar a fala.
05. Os pronomes demonstrativos demonstram a posição de um elemento qualquer em 
relação à pessoa do discurso, situando-o no espaço, no tempo ou no próprio discurso. 
Assim, a compreensão do texto II depende da visualização da imagem que acompanha 
o texto verbal, dependência estabelecida pelo pronome demonstrativo “este”, elemento 
catafórico, que antecede o que vai ser revelado posteriormente. 
ANOTAÇÕES
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR92
INTERPRETAÇÃO 02 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
ANOTAÇÕES
INTERPRETAÇÃO
PRÉ-VESTIBULAR 93PROENEM.COM.BR
SEMÂNTICA I: POLISSEMIA, 
AMBIGUIDADE, DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO03
Veja esta tira, de Luis Fernando Verissimo:
(VERISSIMO, Luis Fernando. As Cobras. Porto Alegre: L&PM, 1997)
Nesta tira, Verissimo utiliza o conceito da palavra “semântica” 
para criar humor. As palavras possuem certos sentidos que podem 
variar, dependendo do contexto em que são empregadas.
Comumente, a Semântica é definida como o estudo do 
significado. No entanto, como se sabe, esse vocábulo abarca 
várias acepções. Ogden e Richards (1972), em “O significado de 
significado”, apontam para a ideia de que “o significado de qualquer 
frase é aquilo que o elocutor pretende que seja entendido, através 
dela, pelo ouvinte.” Tal definição deixa implícito um conceito acerca 
do processo linguístico: o sentido do texto está intrinsecamente 
ligado ao uso da língua em uma situação de comunicação.
De fato, se a língua é um sistema que está em constante 
processo de construção, sendo constituída por diversas vozes, 
nas variadas práticas discursivas, é legítimo pensar que o mundo 
e o homem, que compõem esse processo de referências da 
língua, também se constroem e se mantêm em processo a cada 
enunciação. Sendo assim, analisar a língua sob o viés do discurso 
é trazer para a discussão linguística a interação do homem e seu 
mundo, atores que são, afinal, desse processo linguístico.
Assim, aspectos semânticos envolvidos na construção do sentido 
como a polissemia, a denontação, a conotação, a homonímia, a 
sinonímia, a antonímia, a paronímia, e ainda os campos semânticos 
devem ser analisados sob o olhar discursivo, não podendo ser 
analisados sem se levar em conta, entre outros fatores, as condições 
de produção do texto que abarca tais aspectos.
A POLISSEMIA 
Polissemia, como mostram os próprios componentes da 
palavra (poli + sema + ia), é a capacidade que o vocábulo apresenta 
de comportar várias significações. Uma das funções da polissemia 
na construção linguística é economizar as entradas lexicais numa 
língua, evitando a exacerbação de termos dentro de um sistema 
linguístico e valorizando, de certa forma, a captação de sentido 
através do contexto em que determinado signo está inserido.
A linguagem publicitária emprega com certa regularidade a 
polissemia como recurso linguístico, interagindo com o contexto 
em que o produto está inserido. Neste anúncio, retirado do site do 
Clube de Criação de São Paulo, o termo “pulso”, como toda lógica 
discursiva, aponta para uma sequência que caminha em direção a 
um enfoque biológico:
(In www.ccsp.com.br)
Pelo direcionamento argumentativo da frase, tem-se a palavra 
“pulso” entendida como batimento, frequência respiratória. No 
entanto, quando se percebe que o texto é um anúncio do relógio 
Rolex, há uma ressignificação do termo “pulso”, que é, de fato, o 
local apropriado para o uso do relógio. O anúncio, de forma criativa, 
legitima duas leituras: a biológica e aquela em que o termo “pulso” 
amplia sua carga de sentido, ganhando expressividade dentro da 
especificidade do anúncio.
CONOTAÇÃO / DENOTAÇÃO
A denotação compreende a união do significante e do significado 
da palavra. A conotação possui outros significados acrescidos à 
palavra no plano de sua expressão. Pode-se dizer que, na forma 
denotativa, “dicionarizada”, há a significação objetiva, literal, referencial 
da palavra. Em contrapartida, a forma conotativa da palavra expressa o 
sentido subjetivo, figurado, emotivo da palavra. Os textos informativos 
possuem, predominantemente, a linguagem denotativa, enquanto as 
propagandas, músicas e poemas caracterizam-se, principalmente, 
pela linguagem conotativa.
http://www.eitapiula.com.br/
A palavra “burro” é explorada em um significado diverso do 
uso comum: o dicionário é muito bom ou é bom para pessoas 
ignorantes. Vale lembrar que há um trocadilho intencional com a 
expressão “pai dos burros”, como se referem aos dicionários.
• DENOTAÇÃO
 – significação específica
 – sentido comum, dicionarizado utilização do modo 
automatizado linguagem de uso comum, concreto
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt
. 1
84
 d
o 
CP
.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR94
INTERPRETAÇÃO 03 SEMÂNTICA I: POLISSEMIA, AMBIGUIDADE, DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
• CONOTAÇÃO
 – significação ampla
 – sentidos que ultrapassam o sentido comum, utilização 
do modo criativo
 – linguagem de uso expressivo, abstrato
A AMBIGUIDADE E SUA 
EXPRESSIVIDADE
As pesquisas sobre linguagem têm considerado a ambiguidade 
um fenômeno até certo ponto bem delineado: é um fenômeno 
ligado a traços discursivos do enunciado, ocorrendo sempre 
que uma mesma frase apresenta vários sentidos, sendo, então, 
suscetível a diferentes interpretações. As causas da ambiguidade 
podem ser de ordem fonética, gramatical ou lexical.
A ambiguidade de ordem fonética acontece quando uma 
unidade sonora é pronunciada sem interrupção, tornando palavras 
diferentes potencialmente ambíguas. Em português, é o caso de 
“agosto” – oitavo mês do ano – e “a gosto” – locução adverbial.
A ambiguidade gramatical pode ser originada de forma 
bipartida: em um primeiro caso, a ambiguidade se dá pelas formas 
gramaticais, em especial no emprego de prefixos e sufixos que 
possuem mais de um sentido, como o prefixo in-, que assume o 
sentido de negação em “inapropriado” e “incapaz”, por exemplo, e o 
sentido de introdução, de movimento para dentro, como em “influir”, 
“ingerir”. Em outro caso, a ambiguidade se dá pela combinação de 
palavras numa frase equívoca. Servem como exemplo frases como 
(1) e (2):
(1) O pai trouxe este mapa da França para a filha.
(2) Vi uma foto sua no metrô.
A construção (1) torna-se ambígua na medida em que se 
podem observar duas leituras da frase: o mapa caracteriza o 
território francês ou o mapa foi trazido de lá. Sintaticamente, 
não está clara a relação estabelecida pelo termo “da França”, se 
se liga ao substantivo “mapa” ou à forma verbal “trouxe”. Para a 
construção (2), poderia haver até mais de duas leituras:
2.1 Eu estava no metrô quando vi uma foto em que você estava.
2.2 Eu estava no metrô quando vi a foto que você tirou.
2.3 Eu vi uma foto em que você estava no metrô.
Este caso, gerado pela combinação equivocada das palavras 
na estrutura frasal, recebe o nome de ambiguidade sintática.
A ambiguidade de ordem lexical, considerada a mais importante 
dentre os fatores de ambiguidade presentes na língua, assume 
duas formas diferentes – a polissemia e a homonímia:
(3) Aquela carteira estava velha.
A palavra “carteira” pode assumir duas leituras: a de um objeto 
utilizado para guardar documentos e um objeto utilizado para 
sentar-se, como uma carteira escolar. Há outro tipo de ambiguidade 
a que alguns autores chamam de ambiguidade discursiva. O duplo 
sentido, aqui, não reside na estrutura léxica, nem na construção 
frasal, mas no sentido implícito do enunciado:
(4) Tenho 35 anos.
Tal enunciado, solto, não permite saber se o sujeito falante 
se considera velho ou jovem. Fosse o sujeito um esportista, por 
exemplo, poderíamos considerá-lo velho, pelas exigências da 
prática de determinado esporte; fosse um professor, entenderíamos 
como a voz de um jovem com um futuro profissional pela frente.
Apesar de, no ideário linguístico, o discurso ambíguo ser 
tomado com um fator negativo, a produtividade da ambiguidade,

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