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Disciplina: Contabilidade e Gestão Tributária I APURAÇÃO DOS TRIBUTOS INDIRETOS (ICMS) Professor: Junior Vaillant • Da Constituição de 1934 surgiu o IVC – Imposto sobre Vendas e Consignações. • O IVC possuía natureza mercantil, onde cada venda era tida como um fato gerador distinto. • Era um imposto de natureza cumulativa exigido repetidamente sobre a base de cálculo integral (preço da mercadoria). CONTEXTO HISTÓRICO DO ICMS • Em 1965 a EC 18 criou o ICM – Imposto sobre Circulação de Mercadorias, substituindo o IVC. • A inovação era que o ICM não apresentava características de cumulatividade. • O ICM era sobre o valor agregado anulando o “efeito cascata” do IVC. CONTEXTO HISTÓRICO DO ICMS • A previsão do ICMS está em nossa carta magna o que expõe a presença do princípio da legalidade do Direito Tributário. • Do ponto de vista tributário a CF/88 estabelece, no inciso I do Art. 150, que nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei estabeleça. • A CF é a fonte primário do Direito Tributário. LEGALIDADE DO ICMS • CF/ 88 - Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I – Causa Mortis e Doação II – ICMS III - IPVA ICMS NA CF/88 ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. O constituinte em 1988 não imaginava o alcance da aplicação do ICMS sobre os Serviços de Comunicação. Há 30 anos anos depois comunicação se tornou o maior sistema do mundo! Como tributar a comunicação? Internet? WhatsApp? Facebook? Blogs? ICMS Competência: Estados e Distrito Federal Não-Cumulativo: Deverá ser compensando o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores. O tributo incide de modo fracionado e alcança apenas os valores agregados da cadeia econômica. Contribuinte: É qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial. ICMS ICMS O ICMS não é um só tributo, são vários tributos numa única sigla: 1. Operações Mercantis; 2. Serviços de Transporte; 3. Serviços de Comunicação; 4. Produção, importação ou circulação de combustíveis e energia elétrica; 5. Extração, circulação e consumo de minerais. ICMS IMUNIDADE X ISENÇÃO X NÃO INCIDÊNCIA São aquelas situações citadas pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL em que há a proibição de incidência do imposto sobre determinado produto. É a proibição de tributação de determinado produto/operação/ serviço de caráter TEMPORÁRIO e CONDICIONAL determinado por Lei complementar. São produtos/operação/serviço que teoricamente deveriam ser tributadas, todavia não serão, em virtude da inexistência de lei que a obrigue. No intuito de proteger e preservar o funcionamento de determinadas instituições e produtos, a Constituição Federal os concede imunidade tributária, ignorando completamente a capacidade econômica de tais entes ao não exigir destes o pagamento de impostos. Nesta baila, a Constituição Federal assim determina, em seu artigo 150: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) III – cobrar tributos: (…) VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) .... livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. IMUNIDADE É a exclusão, por lei, de parcela da hipótese de incidência, sendo objeto da isenção a parcela que a lei retira dos fatos que realizam a hipótese de incidência da regra de tributação. Diante desse complexo conceito, podemos afirmar que a isenção é exceção feita por lei à regra jurídica tributária. As operações beneficiadas com isenção do ICMS constam no Anexo II do RICMS/PA. Citamos como exemplo as seguintes operações: a) Amostra Grátis – art. 2º b) Artesanato regional – art. 4º c) Polpa de cupuaçu e açaí – art. 22 d) Hortifrutículas – art. 23 e) Insumos agropecuários – art. 64 ISENÇÃO São todas as hipóteses que não as previstas, tipificadas ou descritas in abstractum em lei, e, por isso, ficam fora do campo de incidência tributária, ou seja, é a não- ocorrência de fato gerador, porque, ou não há lei, ou se há, então a lei não prevê a hipótese de incidência específica e precisa (lacuna) para o evento verificado. NÃO INCIDÊNCIA As hipóteses de não incidência são as situações em que, apesar de ocorrer a circulação da mercadoria, não haverá tributação do ICMS, pois a operação encontra-se fora do campo de incidência do imposto conforme definido na legislação tributária. Existem 22 casos de Não incidências, entre eles: • Operações e prestações que destinem ao exterior mercadoria. • O transporte de carga própria. • O fornecimento de medicamentos e de alimentação em hospitais, sanatórios, casas de saúde, extensivo ao acompanhante, desde que incluído seu valor na respectiva conta de prestação de serviço. • O fornecimento de refeições em hotéis, motéis, pensões e congêneres, sempre que o respectivo valor estiver incluído no preço da diária ou mensalidade. NÃO INCIDÊNCIA • Produtos Imunes, Isentos ou Não incidentes NÃO dão direito a recuperação do valor do imposto em momento posterior, tendo em vista que não houve pagamento do mesmo. • Não suporta o ônus fiscal = Não pode lançar créditos do tributo • Se o contribuinte adquire mercadoria com incidência de ICMS, automaticamente esse pagamento de imposto gera um crédito fiscal. Todavia, se esta mesma mercadoria for vendida contemplando na venda uma imunidade, isenção ou não incidência, o crédito da operação anterior deverá ser ANULADO! Exceção: Mercadoria para o Exterior. ATENÇÃO!!!! INCIDÊNCIA 1. As operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes, hotéis e estabelecimentos similares. 2. O fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios ou compreendidos na competência tributária dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. (Ex.: Manutenção de equipamentos com fornecimento de peças) 3. A entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa natural ou jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado ao consumo ou ao ativo permanente do estabelecimento. 4. A prestação de serviço efetuada ou iniciada no exterior; INCIDÊNCIA 5. A entrada, em território paraense, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado do Pará; Obs.: Essas são as Compra para consumo. 6. As prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; (Não compreendem o ISS) Ex.: Transporte de cargas: Belém – São Paulo; Transporte de Passageiros: Belém – Ananindeua. 7. As prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; (Não comprendem o ISS) Ex.: Serviços de TV a cabo. INCIDÊNCIA 8. A venda do bem ao arrendatário, na operação de arrendamento mercantil. Ex.: Operações de Leasing. (quando fizer a opção decompra ao final do contrato) Considera-se mercadoria, para efeito de tributação do ICMS: a) Qualquer bem móvel, novo ou usado, inclusive semoventes (animais); b) A energia elétrica. (comercialização) Equipara-se a mercadoria: a) O bem importado, destinado à pessoa física ou, se pessoa jurídica, destinado a uso ou consumo ou ativo permanente do estabelecimento do destinatário; b) O bem importado que tenha sido apreendido ou abandonado. INCIDÊNCIA As alíquotas atualmente são bastante diversificadas, sendo divididas em alíquotas internas e alíquotas interestaduais. INTERNA As alíquotas internas são aplicadas livremente pelos Estados, sendo que a menor alíquota não pode ser menor que a interestadual. ALÍQUOTA Quando as ALÍQUOTAS INTERNAS serão aplicadas? a) O remetente ou o prestador e o destinatário da mercadoria, bens ou de serviço estiverem situados no mesmo Estado; b) Da entrada da mercadoria importada do exterior; c) Da arrematação de mercadorias importadas do exterior e apreendidas ou abandonadas; ALÍQUOTA INTERNA Quem determina a alíquota EXTERNA (INTERESTADUAL)? Para evitar “Guerras Fiscais” e “Conflitos de Competência” limitando o poder de tributar dos Estados, a Constituição Federal determina que, as operações interestaduais e importações terão alíquotas fixadas pelo Senado Federal. ALÍQUOTA EXTERNA ALÍQUOTA ALÍQUOTAATENÇÃO!!!! • Integra a Base de Cálculo: - Despesas Acessórias e seguros - Juros e Acréscimos - Bonificações e Descontos Condicionais - Frete Intramunicipal, intermunicipal ou interestadual cobrado do adquirente. - IPI: 1. Saídas efetuadas por contribuinte do IPI com destino a consumidor ou usuário final; 2. Compra de mercadoria de outro Estado, para uso, consumo ou ativo permanente de contribuinte, quando do recolhimento da diferença de alíquota (DIFAL), se houver; 3. Na importação de mercadorias. BASE DE CÁLCULO • Não Integra a Base de Cálculo: - Descontos Incondicionais. - IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes do ICMS e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. - Juros, multas e atualização monetária recebidos pelo contribuinte a título de mora, por inadimplência de seu cliente, desde que calculados sobre o valor da saída da mercadoria ou do serviço prestado e auferidos após a ocorrência do fato gerador do imposto. - O acréscimo financeiro pago à empresa financiadora, na intermediação de venda a prazo. BASE DE CÁLCULO ICMS na Compra EX.: Uma empresa comercial adquire uma mercadoria à vista, para revenda por R$ 20.000, a nota fiscal terá os seguintes destaques: • Memória de Cálculo: Preço de mercadoria 20.000,00 ICMS incluso no preço da mercadoria 17% x 20.000,00 = R$ 3.400,00 Contabilização: D – MERCADORIAS R$ 16.600,00 (Estoque) D – ICMS A RECUPERAR R$ 3.400,00 (Direito) C – CAIXA R$ 20.000,00 CONTABILIZAÇÃO ICMS na Venda Suponha-se que esta mesma mercadoria seja vendida por R$ 30.000,00 a prazo. Na emissão da nota fiscal haveria os seguintes destaques: Memória de Cálculo: Preço da Mercadoria R$ 30.000,00 ICMS incluso no preço da mercadoria: 17% x 30.000,00 = R$ 5.100,00 Contabilização: D – CLIENTES R$ 30.000,00 (Direito) C – RECEITA DE VENDAS (BRUTA) R$ 30.000,00 (Receita) D – ICMS SOBRE VENDAS R$ 5.100,00 (Despesa) C – ICMS A RECOLHER R$ 5.100,00 (Obrigação) CONTABILIZAÇÃO Apuração do ICMS D – ICMS a Recolher R$ 3.400,00 C – ICMS a Recuperar R$ 3.400,00 - Total de ICMS a recolher R$ 5.100,00 - Total de ICMS a recuperar R$ 3.400,00 ________ • Saldo a recolher R$ 1.700,00 CONTABILIZAÇÃO O diferencial de alíquota ou popularmente conhecido como DIFAL, é uma obrigação que ocorre nas operações interestaduais para consumidor final contribuinte ou não contribuinte do imposto. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA O Diferencial de alíquota só pode ser aplicado se a venda estiver sendo realizada para consumidor final. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA PRESTE ATENÇÃO! A responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente ao DIFAL será devida: – ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto. – ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA PRESTE ATENÇÃO! O DIFAL É A DIFERENÇA ENTRE ALÍQUOTA INTERNA DO ESTADO DE ORIGEM E O ICMS INTERESTADUAL DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA PRESTE ATENÇÃO! Antes do convênio ICMS 93/2015 o ICMS era arrecadado exclusivamente para a UF da vendedora. Agora este ICMS será gradativamente partilhado entre a UF de origem e a UF de destino entre 2016 e 2018 até o ponto de todo o ICMS ser transferido para a UF de destino em 2019. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA PAGA POR MEIO DE GNRE PAGA POR MEIO DO DAE Exemplo: Empresa do Estado do Pará vendendo para empresa do Estado de São Paulo uma máquina para seu uso no valor de R$ 845,00. Estado de Origem: Pará Estado de Destino: São Paulo Valor do Bem: R$ 845 Alíquota interestadual (PA-SP): 12% Alíquota no Estado Interna do Estado de Destino (SP): 18% DIFAL: 18%-12% = 6% De acordo com a tabela vista anteriormente 20% do valor arrecadado nesta operação deverá ficar no Pará que é o Estado de Origem e 80% no Estado de São Paulo que é o Estado de Destino DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA A lei poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário. Contribuinte Substituto: é eleito para efetuar a retenção e recolhimento do ICMS Contribuinte Substituído: aquele que nas operações antecedentes é beneficiado pelo diferimento do tributo e nas subsequentes sofre retenção ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Substituição Tributária: Art. 150, § 7° da CF/88 – A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador, deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição de quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Dependência de Convênio ou Protocolo A substituição tributária nas operações interestaduais dependerá de acordo específico entre os estados interessados. O contribuinte substituto para cálculo e recolhimento do ICMS ST deverá observar a legislação da UF de destino. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Em outras palavras, o Estado cobra o imposto da venda do produto no momento que ele sai da indústria, elegendo uma terceira pessoa para o cumprimento da obrigação tributária. O principal objetivo da ST é facilitar o processo de fiscalização dos tributos “plurifásicos”, ou seja, aqueles tributos que incidem várias vezes no decorrer da cadeia de circulação de uma determinada mercadoria ou serviço. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA TIPOS: PARA TRÁS PARA FRENTE PROPRIAMENTE DITA ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA TIPOS: SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE - O tributo relativo a fatos geradores que deverão ocorrer posteriormente é arrecadado de maneira antecipada, sobre uma base de cálculo presumida. - Exemplo: O estabelecimento industrial que vende certo produto, recolhe o tributo devido por ele mesmo, e também o tributo que seria devido pelo distribuidor e pelo varejista. - Para proceder ao cálculo, o Estado deve divulgar uma base de cálculo presumida, segundo critérios definidos em lei. Essa base de cálculo deve observar a realidade de cada mercado, para fins de determinar o preço final praticado em cada operação. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIATIPOS: SUBSTITUIÇÃO PARA TRÁS - O que ocorre é justamente o contrário. Apenas a última pessoa que participa da cadeia de circulação da mercadoria é que paga o tributo, de maneira integral, inclusive relativamente às operações anteriormente praticadas e/ou seus resultados. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA TIPOS: PROPRIAMENTE DITA - O contribuinte em determinada operação ou prestação é substituído por outro que participa do mesmo negócio jurídico. Este é o caso, por exemplo, do industrial que paga o tributo devido pelo prestador que lhe provém o serviço de transporte. - Os valores recolhidos a título de substituição tributária são considerados definitivos, a não ser que o fato gerador presumido não se realize, hipótese em que o contribuinte poderá pedir restituição do tributo. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ONDE APLICA-SE? Nas operações internas e interestaduais ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Como Calcular? Base de Cálculo ICMS ST ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Como Saber se meu produto tem ST? Antigamente, cada estado publicava um protocolo próprio no qual indicava quais os produtos que possuiam ST. Mas desde janeiro de 2016 este procedimento mudou. O CONFAZ, uma organização formada por representantes de todos os estados, passou a publicar uma tabela com os produtos sujeitos à substituição tributária e um novo código chamado CEST. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Como Saber se meu produto tem ST? O fato do produto estar publicado na tabela de CEST, não significa que ele está sujeito à ST em todos os estados. Cada estado que quiser ter um produto sujeito à ST, precisa se certificar que ele está na tabela de CEST, mas também precisa publicar um protocolo regulamentando isso. Em resumo: o produto precisa estar publicado na tabela de CEST e no protocolo de cada estado. ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
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