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ESPELHO_CORRECAO_S3 DIREITO TRABALHO PEÇA

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Direito do Trabalho
SEÇÃO 3
ESPELHO DE CORREÇÃO
Seção 3
Direito do Trabalho
Caro aluno, vamos agora à resolução comentada do caso 
envolvendo Albano Machado e Maria José Pereira.
A reclamação trabalhista ajuizada por Albano foi julgada 
parcialmente procedente, sendo deferidos os feriados laborados 
(em dobro), uma hora extra decorrente do não gozo regular 
do intervalo intrajornada e indenização por danos morais no 
importe de R$ 10.000,00.
Todavia, foram julgados improcedentes os pedidos de pagamento 
das horas extras além da 8ª diária pela adoção do regime 12x36 
sem respaldo em normal coletiva, dos domingos trabalhados 
(em dobro), a reversão da justa causa e a multa do art. 477, §8º, 
da CLT.
O reclamante ainda foi condenado ao pagamento de honorários 
advocatícios nos termos do art. 791-A da CLT, cuja redação foi 
dada pela Lei n. 13.467/17.
A peça processual cabível contra a sentença publicada pela 2ª 
Vara do Trabalho de Goiânia/GO é o Recurso Ordinário, nos 
termos do art. 895, inciso I da CLT.
A praxe jurídica é no sentido de que operador do direito deve 
apresentar uma petição endereçada ao juízo que prolatou a 
sentença, requerendo a juntada das razões recursais. Anexa a ela 
Na prática!
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
DIREITO DO TRABALHO - ESPELHO DE CORREÇÃO - SEÇÃO 3
é elaborado o Recurso Ordinário, dirigido ao Tribunal Regional 
do Trabalho da 18ª Região, órgão que irá julgar o recurso.
Trata-se de sistemática facultativa, eis que o art. 899, caput, da 
CLT, dispõe que o Recurso Ordinário pode ser interposto por 
simples petição.
No tocante ao mérito o aluno deve rechaçar os fundamentos 
constantes na sentença acerca da improcedência do pedido de 
pagamento do adicional de horas extras. O principal argumento 
a ser utilizado no tocante à invalidade do regime 12x36 é a falta 
de amparo em norma convencional, o que é exigido pelo art. 
7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 e pela Súmula n. 
444 do TST. 
Em relação aos domingos, deve-se invocar que a jornada 12x36 
não é válida, o que macula a alegada compensação do domingo 
com folga em outro dia da semana.
O fundamento a ser utilizado para combater a justa causa 
aplicada e mantida pela decisão de primeiro grau é de que houve 
desproporcionalidade entre a medida e o ato do trabalhador, 
ainda mais que ele não tinha qualquer prévia advertência ou 
suspensão. Uma vez dado provimento ao Recurso Ordinário no 
que diz respeito à justa causa, deve-se deferir a multa prevista 
no art. 477, §8º, da CLT.
Por fim, deve-se recorrer da condenação ao pagamento de 
honorários advocatícios. Um dos argumentos é de que a petição 
inicial foi distribuída antes da vigência da Lei n. 13.467/17, que o 
instituiu. Além disso, deve-se questionar a constitucionalidade 
do art. 791-A, da CLT, vez que um beneficiário da justiça gratuita 
é reconhecido pelo Poder Judiciário como incapaz de arcar com 
os custos processuais. Como, então, pode ser determinado o 
pagamento de honorários advocatícios?
Após expor os fundamentos fáticos e jurídicos pelos quais 
pugna a reforma da decisão de primeiro grau, você, aluno, deve 
requerer o provimento do Recurso Ordinário. 
33
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Questão de ordem!
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da 2ª 
Vara do Trabalho de Goiânia/GO
Processo n. 0010001-10.2017.518.0002
Albano Machado, já qualifi cado nos autos em epígrafe, doravante 
simplesmente denominado recorrente por seu advogado que 
esta subscreve, nos autos da reclamação trabalhista que move 
em face de Maria José Pereira, também já qualifi cada no 
presente feito, ora denominada recorrida, vem interpor Recurso 
Ordinário para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3ª 
Região, com fulcro no art. 895, “a”, da CLT. 
Satisfeitos os mandamentos legais, requer seja o apelo recebido 
e enviado à apreciação do Tribunal Regional.
Requer, por fi m, a remessa das razões anexas ao Egrégio Tribunal 
Regional do Trabalho da 3ª Região. 
Termos em que pede juntada de ferimento.
Data, assinatura.
44
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
PELO RECORRENTE JONAS FAGUNDES
Colendo Tribunal
I – Tempestividade
O reclamante foi intimado da sentença por meio de publicação 
oficial ocorrida no dia 21/11/2017, segunda-feira. 
Dessa forma, o prazo para interposição do Recurso Ordinário se 
iniciou em 21/11/2017, terça-feira, e finda em 01/12/2017, uma 
vez que pela nova redação do art. 795, da CLT, os prazos devem 
ser contados em dias úteis.
Assim, o presente Recurso Ordinário é tempestivo.
II – Mérito
II. 1 – Horas extras – Jornada 12x36
A sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de 
horas extras ao fundamento de que não deve ser aplicada ao 
caso em comento a Súmula n. 444, do Colendo TST, isto é, a 
exigência de negociação coletiva para a validade do regime 
12x36 pode ser afastada. Ainda mais quando se trata de atividade 
de cunho social exercida pelo trabalhador, em prol de família 
que não visa lucro com a prestação de serviços contratada. 
Pede-se vênia para transcrever trecho da decisão de primeiro grau:
Entretanto, não se pode perder de vista a atividade de cunho 
social exercida pelo cuidador de idosos ou de doentes no 
55
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
âmbito familiar. O direito à saúde pertence a todos, devendo 
ser promovido pelo Estado, nos termos dos art. 194, 197, 
203 e 227, da CF/88. Além disso, o art. 230, da Carta Magna, 
prevê que o Estado deve assistir o idoso, “defendendo sua 
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”, 
preferencialmente em casa.
Nota-se, portanto, que a empregadora contratou os serviços 
do reclamante em substituição à atividade estatal, não visando 
qualquer espécie de lucro, mas tão somente o bem estar de seu 
marido idoso e enfermo.
Com a devida vênia, a decisão merece ser reformada.
Em que pese a relevância social do trabalho executado pelo 
reclamante, não se pode olvidar que mesmo para o seu exercício 
não podem ser deixados de lado os preceitos legais. 
A própria decisão atacada assevera que o art. 7º, inciso XIII, da 
CF/88, prevê que a duração do trabalho normal não deve ser 
superior a oito horas por dia. Somente pode haver elastecimento 
desta jornada mediante Acordo ou Convenção Coletiva de 
Trabalho, o que inexiste na espécie.
A previsão de adoção da jornada 12x36 em nada modifica 
a situação, pois é necessária a previsão em norma coletiva, 
haja vista que o trabalho neste regime é mais nocivo para o 
trabalhador. Neste sentido é a Súmula n. 444, do Colendo TST:
Súmula nº 444 do TST
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 
12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 
26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho 
proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado 
em 26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas 
de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou 
ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho 
66
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração 
em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem 
direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado 
na décima primeira e décima segunda horas.
Neste contexto, data máxima venia, não se pode utilizar como 
fundamento para a burla de direito trabalhista básico a alegação 
de que a empregadora não visava o lucro com a contratação 
dos serviços do recorrente. Ora, podia ela não ter escopo de 
lucro, mas se beneficiou da prestação laboral, sem observar 
corretamente as regras trabalhistas. 
Diante do exposto, requer seja dado provimentoao Recurso 
Ordinário para que a reclamada seja condenada ao pagamento 
das horas extras excedentes à 8ª diária, desde sua contratação 
(01/02/2014) até 01/06/2015, com reflexos em aviso prévio, 
férias + 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS.
II. 2 – Trabalho em domingos
A r. sentença aduz que o labor aos domingos não é devido 
de forma dobrada, haja vista que na jornada 12x36 é 
automaticamente compensado.
Entretanto, como salientado no tópico anterior, o trabalho 
sob regime 12x36 foi indevidamente contratado, ou seja, sua 
estipulação não é juridicamente válida. Assim, por óbvio que as 
compensações que advém de um sistema nulo não pode ter 
força jurídica.
Dessa forma, requer seja dado provimento ao Recurso Ordinário, 
deferindo o pagamento em dobro dos domingos laborados.
II. 3 – Justa Causa
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Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
A decisão de primeiro grau manteve a justa causa aplicada ao 
fundamento de que a conduta do trabalhador foi muito grave, 
sendo suficiente, portanto, para ocasionar a ruptura contratual.
Mais uma vez a decisão merece reparo.
Não resta dúvida de que a gravidade do ato deve ser mensurado 
para fins de aplicação da justa causa. Entretanto, não se pode 
deixar de lado o histórico do trabalhador. Como asseverado pela 
própria sentença não há nos autos qualquer prova de que tenha 
sofrido penalidade anterior à justa causa. 
Além disso, a única testemunha ouvida no feito afirmou que ele 
era um bom trabalhador.
Assim, resta evidente que um único ato isolado não tem o 
condão de ensejar a aplicação de justa causa. Neste sentido é a 
jurisprudência do Colendo Tribunal Superior do Trabalho:
AGRAVO. PROVIMENTO. Infirmados os fundamentos expendidos 
na decisão mediante a qual se denegou seguimento ao agravo 
de instrumento, dá-se provimento ao apelo para determinar 
o processamento do agravo de instrumento interposto pela 
reclamada. AGRAVO DE INSTRUMENTO. HORAS IN ITINERE. 
PRETOLEIROS. LEI N.º 5.811/72. Demonstrada a ofensa ao 
artigo 3º da Lei n.º 5.811/72, dá-se provimento ao agravo de 
instrumento, a fim de determinar o processamento do recurso de 
revista. RECURSO DE REVISTA. HORAS IN ITINERE. PETROLEIROS. 
LEI N.º 5.811/72. A jurisprudência desta Corte superior vem-se 
posicionando no sentido de que o empregado enquadrado na Lei 
n.º 5.811/72 não tem direito à percepção de horas de percurso, 
tendo em vista que o fornecimento de transporte gratuito aos 
empregados da indústria petroquímica e de transporte de petróleo 
e seus derivados decorre de imposição legal. Recurso de revista 
conhecido e provido. JUSTA CAUSA. EMBRIAGUEZ. PODER 
DISCIPLINAR DO EMPREGADOR. PROPORCIONALIDADE 
ENTRE O ATO FALTOSO E A PUNIÇÃO APLICADA. 1. O Tribunal 
Regional, com base no exame dos fatos descritos nos autos e nas 
provas produzidas pelas partes, manteve a sentença mediante 
88
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
a qual fora convertida a dispensa por justa causa em dispensa 
imotivada do reclamante, fundamentando sua decisão no 
sentido de que o empregado trabalhou na empresa por três 
anos, nunca tendo realizado qualquer ato que desabonasse a 
sua conduta, constituindo punição desproporcional a dispensa 
sumária. Concluiu, assim, pela ausência de proporcionalidade 
entre a falta cometida e a punição aplicada. 2. Para o correto 
exercício do poder disciplinar do empregador, deve-se 
observar o preenchimento de certos requisitos, entre eles 
a proporcionalidade entre o ato faltoso e a pena aplicada. 
No presente caso, diante da comprovação do excesso na 
aplicação da punição, resulta escorreita a anulação da justa 
causa. Recurso de revista não conhecido. CERCEAMENTO DE 
DEFESA. PENA DE CONFISSÃO. DEPOIMENTO DO RECLAMANTE. 
Encontra respaldo no artigo 843, § 2º, da Consolidação das Leis 
do Trabalho, a representação do reclamante por seu Sindicato 
de classe, diante da impossibilidade, por motivo de doença, 
de comparecer à audiência de instrução e julgamento em que 
deveria depor. Reputada justificada a ausência pela instância de 
prova, não há cogitar em violação do princípio assecuratório do 
direito ao contraditório e à ampla defesa. Recurso de revista não 
conhecido. (RR - 29740-11.1994.5.01.0050 , Relator Ministro: 
Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 13/10/2010, 1ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 28/10/2010) (destaque nosso)
Frisa-se que no caso em comento não houve nenhuma exposição 
da reclamada ou de seu marido a qualquer risco. Muito pelo 
contrário, o recorrente sempre cuidou muito bem do enfermo. 
Prova disso é a inexistência de penalidades. 
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário para que seja declarada a reversão da dispensa 
por justa causa em dispensa imotivada, com a consequente 
condenação da reclamada ao pagamento de aviso prévio, férias 
proporcionais +1/3, décimo-terceiro salário proporcional e 
multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo 
de Serviço, além da emissão dos documentos necessários para 
99
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
sacar o valor depositado na sua conta vinculada do FGTS e para 
o recebimento do seguro desemprego.
II. 4 – Multa do art. 477, 8º, da CLT
Uma vez reconhecida a reversão da justa causa, como pleiteado 
no tópico anterior, o Recurso Ordinário também deve ser 
provido para condenar a reclamada ao pagamento da multa do 
art. 477, §8º, da CLT. Isto porque a conduta ilegal da reclamada 
foi que acarretou o não pagamento das verbas rescisórias no 
prazo estipulado pelo próprio art. 477, da CLT.
À respeito da aplicação da multa prevista no art. 477, §8º, da 
CLT, aos casos de reversão de justa causa, o Colendo Tribunal 
Superior do Trabalho já sedimentou entendimento:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - 
DESCABIMENTO. [...] 2. MULTA DO ART. 477, § 8°, DA CLT. 
JUSTA CAUSA AFASTADA EM JUÍZO. Com o cancelamento da 
Orientação Jurisprudencial nº 351 da SBDI-1, a jurisprudência 
desta Corte está firmada no sentido de que a multa prevista no 
§ 8º do art. 477 da CLT apenas é indevida quando o trabalhador 
der causa à mora. Nesse contexto, o reconhecimento da 
dispensa imotivada em juízo não afasta a incidência da 
penalidade. Precedentes. [...] Agravo de instrumento conhecido 
e desprovido.” (TST, AIRR-95600-68.2006.5.01.0007, Data de 
Julgamento: 8/5/2013, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de 
Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/5/2013)
“A) AGRAVO DE INSTRUMENTO DA AUTO VIAÇÃO REDENTOR 
LTDA. RECURSO DE REVISTA. DISPENSA POR JUSTA CAUSA. 
REVERSÃO EM JUÍZO (SÚMULAS 126 E 296, I, DO TST). DECISÃO 
DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. Não há como assegurar o 
processamento do recurso de revista quando o agravo de 
instrumento interposto não desconstitui os termos da decisão 
1010
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
denegatória, que subsiste por seus próprios fundamentos. 
Agravo de instrumento desprovido.
B) RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. REVERSÃO DA 
JUSTA CAUSA EM JUÍZO. MULTA DO ART. 477 DA CLT DEVIDA. 
Nos casos de justa causa revertida em Juízo, cabe o pagamento 
da multa do art. 477, § 8º, da CLT, uma vez que todas as 
significativas verbas da dispensa injusta, incontroversamente, 
não foram pagas no prazo de 10 dias. O pagamento relativo à 
rescisão por justa causa não elide a incidência da multa neste 
caso. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.” 
(TST - ARR-297-74.2012.5.09.0013, Relator Ministro: Mauricio 
Godinho Delgado, Data de Julgamento: 10/12/2014, 3ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 12/12/2014)
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, também neste particular.
II. 5 – Honorários Advocatícios
Ao recorrente foi deferido os benefícios da assistência judiciária 
gratuita, mas mesmo assim foi determinadoo pagamento de 
honorários advocatícios. Veja-se trecho da sentença:
A Lei n. 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê 
o pagamento de honorários advocatícios, mesmo quando for 
concedida a assistência judiciária gratuita (§4º). 
Diante da procedência parcial da presente reclamação 
trabalhista e da impossibilidade de compensação dos honorários 
advocatícios (§3º), fixo-os em 5% para cada parte, devendo ser 
calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença.
A condenação ao pagamento de honorários advocatícios, 
inicialmente, contraria a ordem legal processual, na medida em 
que a Lei n. 13.467/17, cuja vigência se inicia em 11/11/2017, não 
pode ser aplicada para casos ajuizados anteriormente a tal data. 
1111
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Entendimento diverso, como o consignado na sentença, implica 
em violação ao princípio da segurança jurídica, o que não pode 
ser tolerado.
Quando o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor 
houve controvérsia semelhante, pois as regras referentes aos 
honorários advocatícios passaram por significativas mudanças. O 
Superior Tribunal de Justiça pacificou o seguinte entendimento 
à respeito do tema:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NATUREZA JURÍDICA. LEI 
NOVA. MARCO TEMPORAL PARA A APLICAÇÃO DO CPC/2015. 
PROLAÇÃO DA SENTENÇA. (…) 7. Os honorários advocatícios 
repercutem na esfera substantiva dos advogados, constituindo 
direito de natureza alimentar. 8. O Superior Tribunal de 
Justiça propugna que, em homenagem à natureza processual 
material e com o escopo de preservar-se o direito adquirido, 
AS NORMAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NÃO 
SÃO ALCANÇADAS PELA LEI NOVA. 9. A sentença, como ato 
processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção 
dos honorários advocatícios, deve ser considerada o marco 
temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015. 
10. Quando o capítulo acessório da sentença, referente aos 
honorários sucumbenciais, for publicado em consonância 
com o CPC/1973, serão aplicadas as regras do antigo diploma 
processual até a ocorrência do trânsito em julgado. Por outro 
lado, nos casos de sentença proferida a partir do dia 18.3.2016, 
as normas do novo CPC regularão a situação concreta. 11. No 
caso concreto, a sentença fixou os honorários em consonância 
com o CPC/1973. Dessa forma, não obstante o fato de esta 
Corte Superior reformar o acórdão recorrido após a vigência 
do novo CPC, incidem, quanto aos honorários, as regras do 
diploma processual anterior. (STJ, 4ª Turma, Recurso Especial 
Nº 1.465.535 – SP (2011/0293641-3, Rel. Ministro Luis Felipe 
Salomão, Publicação DJ Eletrônico: 07/10/2016)
Ademais, o art. 791-A, da CLT, padece de vício de 
constitucionalidade, como já arguido em sede de Ação Direta 
1212
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
de Inconstitucionalidade (n. 5766). Ora, não é razoável que 
o Poder Judiciário reconheça que a parte não tem condição 
de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu 
próprio sustento e, ainda assim, determinar o pagamento de 
honorários advocatício.
Flagrante a intenção do art. 791-A, da CLT, isto é, na verdade 
pretende inibir que o trabalhador se valha da Justiça do Trabalho 
para pleitear o que lhe foi sonegado durante o pacto laboral. 
Por esta razão o dispositivo legal em questão viola a garantia de 
amplo acesso à jurisdição, previstas no art. 5º, incisos XXXV e 
LXXIV, da Constituição Federal de 1988.
Pede-se vênia para transcrever também o seguinte trecho da 
petição inicial da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766:
Ao impor maior restrição à gratuidade judiciária na Justiça do 
Trabalho, mesmo em comparação com a Justiça Comum, e ao 
desequilibrar a paridade de armas processuais entre os litigantes 
trabalhistas, as normas violam os princípios constitucionais da 
isonomia (art. 5º , caput), da ampla defesa (art. 5º , LV), do devido 
processo legal (art. 5º , LIV) e da inafastabilidade da jurisdição 
(art. 5º , XXXV). 
Dessa forma, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, julgando-se improcedente o pagamento de 
honorários advocatícios.
III – Pedido
Diante do exposto, requer seja dado provimento ao Recurso 
Ordinário, nos termos da fundamentação supra.
Termos em que pede juntada deferimento.
1313
Direito do Trabalho - Espelho de Correção - Seção 3NPJ 
Local, 01º de dezembro de 2017. 
Nome e assinatura do advogado.
PERGUNTAS PARA ENTREVISTA
1) O CPC de 2015 extinguiu o primeiro juízo de admissibilidade. 
Como fica esta situação no Processo do Trabalho quando se 
interpõe um Recurso Ordinário?
2) A previsão do art. 795 da CLT, de que os prazos processuais 
devem ser contados em dias úteis, não colide com o princípio 
da celeridade processual?
3) Quais outras modificações relevantes foram feitas pela 
reforma trabalhista no art. 477 da CLT?
4) No tocante à sucumbência das perícias em reclamações 
trabalhistas, qual foi o tratamento dado pela reforma trabalhista?
5) É razoável a dispensa por justa causa de um ótimo trabalhador 
pelo fato de ter se apresentado um único dia embriagado?
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