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DESAFIO PROFISSIONAL 6º SEMESTRE PEDAGOGIA _2017-02

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
POLO JUNDIAÍ
CURSO: PEDAGOGIA
Disciplinas norteadoras: Didática da Língua Portuguesa, Educação e Jovens e Adulto, Políticas Educacionais, Fundamentos da Gestão em Educação, Pedagogia Empresarial, Competências Profissionais.
Evelin Spolaore
 RA 9750438843
A EDUCAÇÃO E O MUNDO DO TRABALHO
NOME DO TUTOR A DISTÂNCIA: Silvana Batista
Jundiaí / SP
12/11/2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
POLO JUNDIAÍ
CURSO: PEDAGODIA
Disciplinas norteadoras: Didática da Língua Portuguesa, Educação e Jovens e Adultos, Políticas Educacionais, Fundamentos da Gestão em Educação, Pedagogia Empresarial, Competências Profissionais.
EVELIN SPOLAORE
 RA 9750438843
A EDUCAÇÃO E O MUNDO
 DO TRABALHO
Desafio profissional apresentado à Anhanguera-Uniderp, como requisito parcial para o aproveitamento do Curso de Pedagogia.
Tutor a distância: Silvana Batista
Tutor do Polo Apoio Natanael Benedito de Souza
Desafio profissional apresentado à Anhanguera-Uniderp, como requisito parcial para o aproveitamento do Curso de 
JUNDIAÍ / SP
12/11/2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................4
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇAO.....................5
APRESENTAÇÃO DA PALESTRA ESTRUTURADA.........................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................7
REFERÊNCIAS..........................................................................................8
ANEXOS......................................................................................................9
INTRODUÇÃO
Este Desafio Profissional tem como objeto central a reflexão em torno do tema Educação de Jovens e Adultos e os meios para a necessária aproximação entre escola e mundo do trabalho.
A relevância desse estudo está na busca de alternativas para melhorar as práticas desenvolvidas na Educação de Jovens e Adultos, destacando a necessidade do protagonismo dos estudantes.
Os objetivos desse Desafio são:
Compreender o conceito de interdisciplinaridade.
Conhecer os desafios da Educação de Jovens e Adultos na Atualidade.
Apresentar um Projeto de Intervenção visando estreitar as relações entre escola e mundo do trabalho.
Propor meios para motivar os alunos a partir de vivências profissionais.
O trabalho está organizado em duas partes principais, além da Introdução e Conclusão. Na primeira parte apresentamos um projeto de intervenção cujo tema é de relevância para a EJA, destacando a importância dessa temática para os alunos. 
Na segunda parte apresentamos a palestra estruturada cujo tema é “Educação e Mundo do Trabalho”, visando motivar os alunos a pensarem sobre esse assunto e definirem objetivos a serem seguidos.
Para a realização do trabalho utilizamos de estudos bibliográficos de sites da internet, relatos orais e levantamento estatístico. 
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
 A Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) define a Educação de Jovens e Adultos (EJA) enquanto modalidade de ensino destinada às pessoas que não puderam ter acesso ou continuidade aos estudos no ensino fundamental ou no ensino médio na idade própria (BRASIL, 1996). Desde que foi implementada no Brasil, a EJA tem o objetivo de propiciar a milhares de discentes a oportunidade de se alfabetizarem e/ou de crescerem intelectualmente a partir de um tipo de ensino que deve estar voltado para as necessidades de uma vida juvenil e adulta. Ainda assim, não são poucas as dificuldades pelas quais passam os estudantes dessa modalidade. Podem ser muitos os motivos que levam um aluno a abandonar seus estudos, sejam eles de ordem social, econômica, emocional e, até mesmo, pedagógica. O fato é que retornar à escola após anos fora dela ou depois de sequenciadas reprovações é um ato marcante e nem sempre fácil para quem decide prosseguir sua vida escolar, pois, não raramente, discentes nessa situação são levados a se acharem "incapazes", "atrasados" — pelos próprios rótulos que a sociedade impõe aos não letrados. Por outro lado, o ato de voltar a estudar pode ser motivado por diversas razões. Dentre muitas, o desafio de estar cada dia mais qualificado e preparado para o mercado profissional é uma das que mais determinam jovens e adultos a se matricularem na EJA. Nesse sentido, é muito importante que as escolas estejam preparadas para acolherem os que decidem continuar a jornada escolar e, principalmente, para lhes oferecer um tipo de ensino mais conectado às suas necessidades profissionais. Este artigo dialoga com as questões acima levantadas abordando a importância do tema mundo do trabalho na EJA, tomando como ponto de partida o relato de uma experiência entre professores e alunos de uma escola municipal. 
A importância do mundo do trabalho na da Educação de Jovens e Adultos
Na sociedade globalizada e competitiva deste século XXI, estar preparado para o mundo do trabalho é uma obrigação natural. Desde criança somos motivados e, muitas vezes, pressionados a "escolher" uma profissão. Quando conseguimos um ofício e somos bem sucedidos, temos o reconhecimento social; porém, quando ocorre o contrário, somos comumente julgados como aqueles que não se esforçaram. Não raramente quando alguém se encontra numa situação de desprestígio socioeconômico é muito comum ouvir frases do tipo: "não tem sucesso profissional porque não estudou"; ou, "não levou a escola a sério, por isso é um fracassado". Ou seja, questões desse tipo, relacionadas ao trabalho, são quase sempre associadas à vida escolar dos sujeitos. Trabalho e educação são temas convergentes abrigando vários pontos de intersecção, ainda mais quando estamos nos referindo à EJA: “emprego”, "mercado profissional" e "qualificação" são os tópicos usualmente associados à EJA e presentes em seu currículo. Com o aumento da precarização do trabalho nas últimas décadas, os estudantes e também trabalhadores dessa modalidade de ensino passaram a viver em condições sociais e econômicas cada vez mais instáveis, trabalhando em condições parciais ou temporárias, sendo alvo do desemprego no país (COSTA,2013). Não obstante aos vários problemas sociais, não são raros os casos em que estudantes voltaram a frequentar ou continuam frequentando a escola através da EJA para buscarem qualificação e terem mais sucesso em suas vidas profissionais. Portanto, com um mercado mais competitivo, instituições envolvidas com a EJA “devem suprir essa necessidade, visto que o trabalho é o contexto mais importante da experiência curricular" .(PARECER CNE/CEB, 11/ 2000). Segundo Méndez (2013), a EJA se depara com a exigência do mercado por uma educação formal que contribua para a formação de sujeitos dotados de multifuncionalidade, 16530 adaptabilidade, disciplina e alta produtividade. (MÉNDEZ, 2013, p. 51).Portanto, professores envolvidos com a EJA passam a ter uma responsabilidade ainda maior, pois não são poucos os desafios para qualificar seu público-alvo a partir de uma nova lógica de mercado, a qual exige cada vez mais, um perfil profissional conhecedor de múltiplas linguagens e habilidades. Apesar dessas exigências, observa-se que ainda hoje o ensino da EJA abriga um exacerbado tradicionalismo curricular e metodológico que acaba por oferecer ao estudante um número excessivo de conteúdos dissociados de sua vida profissional. E estando os conteúdos desconectados do mundo do trabalho do estudante, fará algum sentido estudar apenas para concluir oficialmente o ensino fundamental ou o médio, por exemplo? Será útil ao aluno que já se encontra fora da faixa etária recomendada frequentar a escola apenas para se deparar com conteúdos e metodologias desfragmentadas de seu cotidiano profissional? Acredita-se que não, pois toda aprendizagem deve ser dotada de significados e sentidos. E para as escolas de EJA uma aprendizagem dotada de significadose sentidos é aquela que acontece a partir da realidade dos estudantes, sujeitos imersos em uma sociedade que a todo instante se transforma e que exige dos mesmos, novas formas de sociabilidade e qualificação. Assim, é muito importante que cada escola conheça sua realidade e conheça seus estudantes a fim de poder fazer melhores intervenções e de propor projetos e metodologias que auxiliem significativamente os estudantes naquilo que eles mais necessitam em relação ao mundo do trabalho.
PALESTRA DE ESTRUTURADA.
Diálogos Discentes e Docentes sobre o Mundo do Trabalho na 
Educação de Jovens e Adultos
É de suma importância que as instituições escolares de EJA conheçam sua realidade, três professores da Escola Municipal “Construindo o Saber”, vem realizando no ano de 2017 uma experiência de diálogos discentes e docentes a fim de propor intervenções que auxiliarão continuamente à comunidade estudantil naquilo que mais anseiam em relação ao mundo do trabalho. Proposta por uma professora da escola, a experiência, vem sendo fomentada através da realização e mediação de debates entre grupos discentes e docentes da instituição e por meio da aplicação de questionários. Os principais objetivos desta experiência são: refletir sobre as principais necessidades dos estudantes em relação ao mundo do trabalho e apontar alguns caminhos para que temas associados ao mercado profissional sejam oferecidos nesta instituição de modo a atender os anseios do corpo discente. Os professores envolvidos com a pesquisa decidiram dedicar um maior tempo a temas voltados para o mundo do trabalho. Assim buscaram rever o planejamento anual para atingir esse objetivo inserindo mais conteúdos sobre mercado profissional e pensando em metodologias que fossem mais eficazes para qualificar os jovens e adultos. Além disso, sentiram a necessidade de buscar um diálogo mais aberto tanto com grupos de alunos como com grupo de professores a fim de mapearem a realidade EJA versus mundo do trabalho na escola pesquisada. No que diz respeito ao diálogo com os professores foram ouvidos quatro docentes, além dos três responsáveis pelo estudo. Desses diálogos foi aprendido que os educadores tem uma grande preocupação com o mundo do trabalho, mas que esta temática precisa ser muito mais reforçada. Em depoimento, uma professora fez a seguinte afirmação: "acho que trago muitos temas sobre o trabalho para a minha disciplina, mas sinto que esses temas precisam ser reforçados envolvendo mais estudos de leitura e interpretação, pois os estudantes tem muita deficiência em conhecimentos que são básicas". Dos conteúdos relacionados ao mundo do trabalho mais abordados pelos professores da escola estes foram os mais utilizados nas turmas de EJA na escola: currículos; entrevistas; cartas de intenção de emprego; relatórios técnicos; tabelas; gráficos; legislação profissional; direitos trabalhistas; matemática financeira; e economia. Como exemplo, cita-se o projeto intitulado "A importância da Língua Portuguesa no Mercado de Trabalho", através do qual uma das educadoras envolvida nesta pesquisa aborda uma série de gêneros textuais que poderão ser utilizadas no dia-a-dia profissional dos estudantes. No que se referem aos debates com os estudantes, foram muito proveitosos, pois serviram para que os discentes percebessem que são importantes no processo de construção de propostas pedagógicas. Além dos debates realizados em sala de aula pelos professores envolvidos na pesquisa, estes também aplicaram um questionário ao corpo discente em busca de diagnosticar como o tema mundo do trabalho vem sendo abordado na escola. Como fonte de pesquisa para analise 100 alunos foram entrevistados nos meses de maio e junho de 2017. Como resultados quantitativos serão apresentados dados das perguntas objetivas do questionário. Como analise qualitativa será usada nesse tópico a analise dos resultados das perguntas subjetivas e dos diálogos da professora Edivânia Barros e dos professores Nilton de Oliveira e Vladson Paz com todos os alunos entrevistados. Na análise quantitativa do questionário, fica explicito que o número de alunos do sexo masculino que trabalha é maior que o de estudantes do sexo feminino (ver Figura 1 e 2).
Figura 1 – Alunos do sexo masculino que trabalham.
Figura 2 – Alunos do sexo feminino que trabalham.
Os dados levantados colaboram para o entendimento de que na sociedade brasileira existe uma continuidade das desigualdades de gênero, principalmente em áreas e/ou comunidades de baixa renda. Em pleno século XXI, ainda é fácil perceber e dialogar com problemas sociais típicos das primeiras décadas do século passado no Brasil, como, altas taxas de fecundidade, gravidez e trabalho na adolescência, baixa especialização de mão de obra. Nesse contexto, aplicar conteúdos que apresentem uma integração do aluno dessa modalidade escolar (EJA) ao mundo do trabalho, não só amplia e valoriza a EJA, como pode permitir uma mudança significativa em algumas das estruturas da sociedade brasileira. Assim, escolas de EJA que primam por uma qualificação educacional voltada para o mundo do trabalho, também passam a fazer parte de uma construção cidadã concomitante à construção de um ensino fundamental/médio voltado para uma pré-qualificação profissional. Afinal de contas, a maior parte dos alunos entrevistados e matriculados na EJA da Escola Municipal está na faixa etária de 15 a 19 anos (ver Figura 3).
Gráfico 3 – Quantidade de Alunos por Faixa Etária e Sexo.
Entre os entrevistados do sexo masculino, mais de 62% estão na faixa etária de 15 a 19 anos. Já, entre os do sexo feminino, essa quantidade em percentual cai para um pouco menos de 32%. Nos diálogos com algumas entrevistadas, pode-se aferir uma análise qualitativa a esses números. A maioria das mulheres tem ou tiveram filhos na adolescência, o que dificulta tanto a inserção das mesmas no mundo do trabalho, como no próprio mundo acadêmico (escola): Entretanto é pertinente observar que muitas voltam à escola num tempo posterior, quando os filhos já tem certa autonomia e “podem" ficar sozinhos, ou aos cuidados de uma vizinha ou uma amiga.
Essa árdua realidade pode explicar porque apenas 54,4% das mulheres com idade para o trabalho responderam sim quando perguntadas se trabalham ou não. Dentre os homens entrevistados, esse número é de 71,42% - (ver gráficos 1 e 2 ). Contudo, no contexto da EJA versus do mundo do trabalho, o gráfico 4 é aquele que apresenta um resultado mais pertinente para a construção desse artigo.
Grafico 4 – Tipos de Ocupação por Sexo
Onde nossos alunos trabalham? Que trabalhos exercem? Quais os objetivos traçados para o futuro? Dentro desse contexto, uma EJA que dialogue com a vida cotidiana dos alunos bem como com suas expectativas em relação ao mundo do trabalho − aliadas a uma conscientização de todos os atores envolvidos no processo de construção educacional de que a escola deve ser a direcionadora para um conteúdo prático e associado ao mundo real do educando−, não deve ser apenas de ações pontuais. Deve ser um projeto predominante, contínuo e prioritário. Observa-se que a maior necessidade dos estudantes é que a escola traga para eles mais conhecimentos de tecnologia e línguas estrangeiras, pois julgam que são linguagens muito cobradas no mercado profissional atual. 
A escola pode preparar mais com atividades de leitura e escrita; ensinando mais matemática voltada para o trabalho; através de cursos ou oficinas de pequena duração; fornecendo mais conhecimentos sobre as diversas profissões, fazendo para os estudantes um guia para o mercado de trabalho; trazer assuntos que me preparem para o mercado de trabalho; a escola pode ajudar com mais internet; conversando mais com os alunos sobre emprego; ajudando no desenvolvimento do raciocínio e nas coisas que irão usar no futuro.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A problemática sobre EJA versus trabalho motivou três professores de uma escola municipal, a debaterem sobre a importância deste tema naEducação de Jovens e Adultos e a realizarem uma experiência entre professores e alunos em uma escola. Os diálogos realizados por meio de debates (com docentes e discentes) e aplicação de questionários (com discentes) serviram de experiência para diagnosticar uma determinada realidade sobre o que pensam e desejam os estudantes sobre o tema “Educação mundo do trabalho”. Sobre o diagnóstico de como vem sendo abordado o tema na escola pode-se perceber que já existe uma série de conteúdos incorporados aos currículos das diversas disciplinas. Através de entrevistas aos estudantes percebeu-se que a escola vem realizando: aulas que estimulam a produção de currículos, de cartas de intenção de empregos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília. 1996. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11, de 10 de maio de 2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 10 de maio de 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf Acesso em: 9 de julho de 2015. COSTA, Claudia. Borges. Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o mundo do trabalho: trajetória histórica de afirmação e negação de direito à educação. Belo Horizonte:Universidade Fumec, ano 10, nº 15. 2013. MÉNDEZ, Natalia Pietra. Educação de Jovens e Adultos e o mundo do trabalho. In: STECANELA, N. (org.) Cadernos de EJA 1. Caxias do Sul, RS: Educs, 2013, p.42-53.
ANEXOS
Anexo I – PROJETO DE INTERVENÇÃO
Anexo II – PALESTRA ESTRUTURADA
ANEXO I: PROJETO DE INTERVENÇÃO
TEMA: EDUCAÇÃO E O MUNDO DO TRABALHO
ALUNO: Evelin Spolaore
Jundiaí/Jundiaí
novembro/2017
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:
1.1 Tema do Projeto: “A educação e o Mundo do Trabalho”
Nome da Escola: Escola Municipal “Construindo o Saber”
Público Alvo: Turma da EJA
Nome da Empresa parceira: Educere
Nome do Pedagogo Responsável: Evelin Spolaore
Objetivos do Projeto:
Objetivo Geral: 
Os principais objetivos desta experiência são: refletir sobre as principais necessidades dos estudantes em relação ao mundo do trabalho e apontar alguns caminhos para que temas associados ao mercado profissional sejam oferecidos nesta instituição de modo a atender os anseios do corpo discente. Os professores envolvidos com a pesquisa decidiram dedicar um maior tempo a temas voltados para o mundo do trabalho.
Relevância do Desenvolvimento do Projeto
Dentre os diversos assuntos relacionados à Educação de Jovens e Adultos (EJA), um dos mais discutidos diz respeito à necessidade de as escolas envolvidas com esta modalidade de ensino contemplarem concepções, currículos e metodologias voltados para o mundo do trabalho. Tanto os jovens, quantos os adultos, ao matricularem-se em uma escola desta modalidade precisam ser preparados e qualificados para um mercado de trabalho que é cada vez mais exigente, desafiador e competitivo. Todavia, observa-se que ainda hoje o ensino da EJA abriga um grande tradicionalismo curricular e metodológico que acaba por oferecer ao estudante um número excessivo de conteúdos dissociados de sua vida profissional. Este artigo discute a importância do tema mundo do trabalho na Educação de Jovens e Adultos a partir de uma experiência. Trata-se de um relato de experiência envolvendo debates entre grupos discentes e docentes da instituição e aplicação e interpretação de questionários respondidos pelos estudantes. O artigo objetiva levantar uma reflexão sobre como vem sendo abordado o tema mundo do trabalho nas turmas de EJA dessa instituição, refletindo sobre as principais necessidades dos estudantes envolvidos na pesquisa. O trabalho expõe os principais temas voltados para o tema mundo do trabalho abordados na escola durante o ano de 2017 e descreve aqueles que os estudantes desejam aprofundar no futuro.
Breve Fundamentação Teórica
Oferecer a modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das políticas educacionais e das propostas de (re) inclusão desses educandos nas redes de educação pública do nosso país. O que se tem pensado até o momento é que o trabalho pedagógico desenvolvido neste seguimento de ensino deva ser de cunho eminentemente alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é somente a primeira parte do processo. O que não se pode é pensar que só alfabetização poderá garantir desenvolvimento social deste educando.
A defasagem escolar é grande, segundo a Lei 9.394/96 art. 37 “a educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento”, dessa forma, e se realmente acontecesse o que está previsto em lei, teríamos muito mais jovens dentro das escolas. Em consequência do desemprego, a busca pelo ensino profissional e técnico aumentou significativamente. O jovem quer trabalhar, mas falta qualificação e oportunidades, principalmente a de concluir a educação básica e ter parcial domínio das novas tecnologias.
Encaminhamento metodológico
Concepção 
Planejamento
Analise
Desenho 
Desenvolvimento
Referências
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília. 1996. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11, de 10 de maio de 2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 10 de maio de 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf Acesso em: 9 de julho de 2015. COSTA, Claudia. Borges. Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o mundo do trabalho: trajetória histórica de afirmação e negação de direito à educação. Belo Horizonte:Universidade Fumec, ano 10, nº 15. 2013. MÉNDEZ, Natalia Pietra. Educação de Jovens e Adultos e o mundo do trabalho. In: STECANELA, N. (org.) Cadernos de EJA 1. Caxias do Sul, RS: Educs, 2013, p.42-53.
ANEXO II: PALESTRA ESTRUTURADA
TEMA DA PALESTRA: “Educação e Mundo do Trabalho”
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE TRABALHO
Diálogos Discentes e Docentes
sobre o Mundo do Trabalho na Educação de Jovens e Adultos.
É de suma importância que as instituições escolares de EJA conheçam sua realidade, três professores da Escola Municipal Construindo o Saber, vem realizando no ano de 2017 uma experiência de diálogos discentes e docentes a fim de propor intervenções que auxiliarão continuamente à comunidade estudantil naquilo que mais anseiam em relação ao mundo do trabalho. Proposta por uma professora da escola, a experiência, vem sendo fomentada através da realização e mediação de debates entre grupos discentes e docentes da instituição e por meio da aplicação de questionários. Os principais objetivos desta experiência são: refletir sobre as principais necessidades dos estudantes em relação ao mundo do trabalho e apontar alguns caminhos para que temas associados ao mercado profissional sejam oferecidos nesta instituição de modo a atender os anseios do corpo discente. Os professores envolvidos com a pesquisa decidiram dedicar um maior tempo a temas voltados para o mundo do trabalho. Assim buscaram rever o planejamento anual para atingir esse objetivo inserindo mais conteúdos sobre mercado profissional e pensando em metodologias que fossem mais eficazes para qualificar os jovens e adultos. Além disso, sentiram a necessidade de buscar um diálogo mais aberto tanto com grupos de alunos como com grupo de professores a fim de mapearem a realidade EJA versus mundo do trabalho na escola pesquisada. No que diz respeito ao diálogo com os professores foram ouvidos quatro docentes, além dos três responsáveis pelo estudo. Desses diálogos foi aprendido que os educadores tem uma grande preocupação com o mundo do trabalho, mas que esta temática precisa ser muito mais reforçada. Em depoimento, uma professora fez a seguinte afirmação: "acho que trago muitos temas sobre o trabalho para a minha disciplina,mas sinto que esses temas precisam ser reforçados envolvendo mais estudos de leitura e interpretação, pois os estudantes tem muita deficiência em conhecimentos que são básicas". Dos conteúdos relacionados ao mundo do trabalho mais abordados pelos professores da escola estes foram os mais utilizados nas turmas de EJA na escola: currículos; entrevistas; cartas de intenção de emprego; relatórios técnicos; tabelas; gráficos; legislação profissional; direitos trabalhistas; matemática financeira; e economia. Como exemplo, cita-se o projeto intitulado "A importância da Língua Portuguesa no Mercado de Trabalho", através do qual uma das educadoras envolvida nesta pesquisa aborda uma série de gêneros textuais que poderão ser utilizadas no dia-a-dia profissional dos estudantes. No que se referem aos debates com os estudantes, foram muito proveitosos, pois serviram para que os discentes percebessem que são importantes no processo de construção de propostas pedagógicas. Além dos debates realizados em sala de aula pelos professores envolvidos na pesquisa, estes também aplicaram um questionário ao corpo discente em busca de diagnosticar como o tema mundo do trabalho vem sendo abordado na escola. Como fonte de pesquisa para analise 100 alunos foram entrevistados nos meses de maio e junho de 2017. Como resultados quantitativos serão apresentados dados das perguntas objetivas do questionário. Como analise qualitativa será usada nesse tópico a analise dos resultados das perguntas subjetivas e dos diálogos da professora Edivânia Barros e dos professores Nilton de Oliveira e Vladson Paz com todos os alunos entrevistados. Na análise quantitativa do questionário, fica explicito que o número de alunos do sexo masculino que trabalha é maior que o de estudantes do sexo feminino (ver Figura 1 e 2).
Figura 1 – Alunos do sexo masculino que trabalham.
Figura 2 – Alunos do sexo feminino que trabalham.
Os dados levantados colaboram para o entendimento de que na sociedade brasileira existe uma continuidade das desigualdades de gênero, principalmente em áreas e/ou comunidades de baixa renda. Em pleno século XXI, ainda é fácil perceber e dialogar com problemas sociais típicos das primeiras décadas do século passado no Brasil, como, altas taxas de fecundidade, gravidez e trabalho na adolescência, baixa especialização de mão de obra. Nesse contexto, aplicar conteúdos que apresentem uma integração do alunado dessa modalidade escolar (EJA) ao mundo do trabalho, não só amplia e valoriza a EJA, como pode permitir uma mudança significativa em algumas das estruturas da sociedade brasileira. Assim, escolas de EJA que primam por uma qualificação educacional voltada para o mundo do trabalho, também passam a fazer parte de uma construção cidadã concomitante à construção de um ensino fundamental/médio voltado para uma pré-qualificação profissional. Afinal de contas, a maior parte dos alunos entrevistados e matriculados na EJA da Escola Municipal Solange Coelho está na faixa etária de 15 a 19 anos (ver Figura 3).
Gráfico 3 – Quantidade de Alunos por Faixa Etária e Sexo.
Entre os entrevistados do sexo masculino, mais de 62% estão na faixa etária de 15 a 19 anos. Já, entre os do sexo feminino, essa quantidade em percentual cai para um pouco menos de 32%. Nos diálogos com algumas entrevistadas, pode-se aferir uma análise qualitativa a esses números. A maioria das mulheres tem ou tiveram filhos na adolescência, o que dificulta tanto a inserção das mesmas no mundo do trabalho, como no próprio mundo acadêmico (escola): Entretanto é pertinente observar que muitas voltam à escola num tempo a posteriori, quando os filhos já tem certa autonomia e “podem" ficar sozinhos, ou aos cuidados de uma vizinha ou uma amiga.
Essa árdua realidade pode explicar porque apenas 54,4% das mulheres com idade para o trabalho responderam sim quando perguntadas se trabalham ou não. Dentre os homens entrevistados, esse número é de 71,42% - (ver gráficos 1 e 2 ). Contudo, no contexto da EJA versus do mundo do trabalho, o gráfico 4 é aquele que apresenta um resultado mais pertinente para a construção desse artigo.
Onde nossos alunos trabalham? Que trabalhos exercem? Quais os objetivos traçados para o futuro? Dentro desse contexto, uma EJA que dialogue com a vida cotidiana dos alunos bem como com suas expectativas em relação ao mundo do trabalho − aliadas a uma conscientização de todos os atores envolvidos no processo de construção educacional de que a escola deve ser a direcionadora para um conteúdo prático e associado ao mundo real do educando−, não deve ser apenas de ações pontuais. Deve ser um projeto predominante, contínuo e prioritário. Observa-se que a maior necessidade dos estudantes é que a escola traga para eles mais conhecimentos de tecnologia e línguas estrangeiras, pois julgam que são linguagens muito cobradas no mercado profissional atual. 
A escola pode preparar mais com atividades de leitura e escrita; ensinando mais matemática voltada para o trabalho; através de cursos ou oficinas de pequena duração; fornecendo mais conhecimentos sobre as diversas profissões, fazendo para os estudantes um guia para o mercado de trabalho; trazer assuntos que me preparem para o mercado de trabalho; a escola pode ajudar com mais internet; conversando mais com os alunos sobre emprego; ajudando no desenvolvimento do raciocínio e nas coisas que irão usar no futuro. 
Considerações Finais 
A problemática sobre EJA versus trabalho motivou três professores de uma escola municipal em Lauro de Freitas, na Bahia, a debaterem sobre a importância deste tema na Educação de Jovens e Adultos e a realizarem uma experiência entre professores e alunos em uma escola municipal localizada em Lauro de Freitas, na Bahia. Os diálogos realizados por meio de debates (com docentes e discentes) e aplicação de questionários (com discentes) serviram de experiência para diagnosticar uma determinada realidade sobre o que pensam e desejam os estudantes sobre o tema mundo do trabalho na Escola Solange Coelho. Sobre o diagnóstico de como vem sendo abordado o tema mundo do trabalho na escola pode-se perceber que já existe uma série de conteúdos incorporados aos currículos das diversas disciplinas. Através de entrevistas aos estudantes percebeu-se que a escola vem realizando: aulas que estimulam a produção de currículos, de cartas de intenção de empregos.
OBJETIVOS DA PROPOSTA DE TRABALHO
O Objetivo desta proposta e melhorar de forma efetiva a proposta pedagógica do EJA para que desta forma prepare melhor os alunos para o mercado de trabalho.
METODOLOGIA QUE SERÁ UTILIZADA
Concepção da Ideia
Planejamento 
Analise
Pesquisas e levantamento de estatísticas
Dialogo e questionamento com docentes e discentes.
CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
	Fase
	Atividade
	Duração
	1
	Concepção
	14
	2
	Planejamento
	21
	3
	Analise
	21
	4
	Desenho
	21
	5
	Desenvolvimento
	28

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