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DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA DOENÇA O QUE É? FISIOPATOLOGIA SINAIS CLINICOS IMAGEM RADIOLOGICA TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO P n eu m o n ia É um processo inflamatório, geralmente agudo, comprometendo alvéolos, bronquíolos e espaço intersticial, que adquire características diferentes conforme o agente etiológico, a idade do paciente, a doença de base e o seu estado nutricional e imunitário. Acomete mais crianças maiores de 2 anos Um microorganismo causa lesão das mucosas, fazendo com que haja a descamação celular, se instalando então o processo inflamatório. Ocorre a produção de exsudato nos alvéolos e brônquios, levando a um afluxo de neutrófilos e aumento da atividade intra-alveolar (onde anteriormente havia ar fica edemaciado ocluindo parcialmente os brônquios e alvéolos). Como resultante, há a diminuição da pressão alveolar, aumento da barreira alvéolo-capilar, alteração da relação ventilação/perfusão, diminuição da troca gasosa, e por fim, hipoxemia Viral: tosse seca evoluindo para produtiva, estado subfebril e desconforto respiratório de acordo com o comprometimento, secreção clara. Bacteriana: febre alta, tosse seca evoluindo para produtiva, vômito, dores generalizada e pleural, secreção esverdeada e de cheiro forte, taquidispnéia. Fungica: dispnéia intensa, sem acúmulo de secreção. FTV aumentado (devido acumulo de secreção) Apresenta opacificação homogênea do parênquima, respeitando a segmentação pulmonar ou lobar, com presença de broncograma aéreo. AP: MV↓ nas regiões comprometidas com roncos, estertores e sibilos inspiratórios. A fisioterapia objetiva a reexpansão pulmonar MHB (tosse, aspiração se necessário, DP, T, VC), MRP, exercícios respiratórios, incentivadores respiratorios, assistência ventilatória, RTA, posicionamento, higienização (lavar as mãos, materiais). B ro n co p n eu m o n ia É um processo inflamatório, geralmente agudo, comprometendo alvéolos [...] Acomete principalmente pacientes imunodeprimidos fisiológicos (RN, prematuros e lactentes até 2 anos de idade, idosos) e imunodeprimidos patológicos ou induzidos (HIV+, por medicamentos). Imagens de hipotransparência que não obedecem à segmentação pulmonar, ocorrendo imagem única ou múltiplas, iniciando-se na região peri-hilar e espalhando para o parênquima, com aumento de trama vasobrônquica e broncograma aéreo. AP: MV+ bilateral, com roncos, estertores localizados ou difusos e sibilos inspiratórios. A sm a Doença crônica que causa obstrução da VA total ou parcial, inflamação brônquica e remodelamento da arquitetura e hiper-reatividade das VAs Liberação de mediadores inflamatórios, a partir dos mastócitos da mucosa gerando broncoconstrição. Nas horas seguintes ocorre o aumento da resposta inflamatória com migração das células para a parede do brônquio resultando em broncoconstrição adicional, aumento da produção de muco e da permeabilidade vascular obstruindo progressivamente o fluxo aéreo, aprisionando ar, alterações da relação ventilação/perfusão, hipoxemia e hipercapnia. Sibilos (devido o broncoespasmo), dispnéia, desconforto torácico (dor), tosse. As manifestações sistêmicas são raras (exceto no mal asmático) e a febre ocorre se associada o processo infeccioso, pode haver astenia e depressão. Ao exame físico apresenta o tórax hiperinsuflado (ar aprisionado). Ao raio-x apresenta sinais de hiperinsuflação (horizontalização das costelas, aumento dos espaços intercostais, horizontalização de cúpula diafragmática) Ofertar O2, posicionando- o sentado com os MMII flexionados, abraçando-os (apoiando o diafragma e facilitando a respiração) respiração em freno labial. DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA D is p la si a B ro n co p u lm o n ar Lesão pulmonar presente em todo neonato que necessitou de concentrações de oxigênio acima de 21% por mais de 28 dias de vida. É inversamente proporcional à idade gestacional e ao peso de nascimento. A lesão pulmonar ocorrida na DBP tem como característica principal a alteração e a interrupção do crescimento e do desenvolvimento pulmonar pós- natal. 1. Toxicidade do O2: desequilíbrio entre um agente agressor oxidante (O2 que produzem radicais tóxicos) sobre o tecido pulmonar com capacidade antioxidante limitada. 2. Imaturidade pulmonar: RN mais suscetíveis às agressões no tecido pulmonar 3. VM: atelectrauma (baixas PEEP) e volutrauma (altos VC)→hiperdistensão → alteração da permeabilidade da membrana alvéolo- capilar→extravasamento de fluidos, proteína e sangue para interstício e alvéolos→edema pulmonar e inflamação 4. Infecção: pré natal (FM com corioamnionite e infecção pelo Ureaplasma urealyticum); pós natal (liberacao de mediadores pró inflamatorios e citocina quimiotáticas, que diminuem a atividade de enzimas antioxidantes, aumentam a permeabilidade alvéolo-capilar, e levam a fibrose pulmonar 5. Doenças associadas: PCA 6. Deficiência de vitamina A: importante antioxidante não enzimático DR: taquipneia, cianose, tiragens, retrações, BAN Crise de broncoespasmos Atelectasias Infecções de repetição Cor pulmonale Dependência de O2 Hipoxemia Hipercapnia ADNPM São visualizadas linhas de fibrose que podem estar visíveis até a região periférica do pulmão, sendo o acometimento pulmonar bilateral com sinais de hiperinsuflação, áreas de enfisema intersticial pulmonar, atelectasia e cardiomegalia com visualização ou não do tronco da artéria pulmonar, o que depende da existência de doenças associadas. Corticóide Broncodilatadores Nutrição Surfactante Estratégias ventilatórias de proteção pulmonar (baixos VC, otimização da PEEP) MHB DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA Sí n d ro m e d o D es co n fo rt o R es p ir at ó ri o Doença caracterizada por uma piora progressiva do DR nas primeiras horas de vida, decorrente da deficiência do surfactante pulmonar, que leva a um aumento da tensão superficial com colabamento alveolar. Acomete RNPT BP Situações que aumentam risco de parto prematuro são fatores de risco para SDR: diabetes materno, asfixia, descolamento prematuro da placenta, gemelaridade, alterações metabólicas e cesárea elet Deficiência do surfactante→ ↑ tensão superficial→ atelectasia→ hipoxemia e hipoperfusão→ lesão do epitélio alveolar→ aumento da permeabilidade dos capilares→ extravasamento de plasma e sangue para os espaços alveolares→ formação da membrana hialina Taquipnéia, Batimento de Asa de Nariz (BAN), retrações de caixa torácica, cianose, gemido expiratório, MV +, estertores e sibilos expiratórios. RX: hipotransparente (branco) -leve: infiltrados difusos, da região perihilar para periferia, preserva silhueta cardíaca -moderado: broncograma aéreo, com borramento da silhueta cardíaca -grave: opacidade total dos campos pulmonares Cuidados de equipe multiprofissionais: manutenção térmica, hídrica e calórica, suporte hemodinâmico e controle dos processos infecciosos; Oxigenoterapia ou suporte ventilatório invasivo e não invasivo. DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA Sí n d ro m e d a A sp ir aç ão d o M ec ô n io Aspiração do mecôniopresente no liquido amniótico. A eliminação pode ocorrer: -processo asfixico associado a compressão da cabeça fetal ou cordão umbilical→ estimulo vagal→ ↑ peristalse e relaxamento esfíncter anal. -evento maturacional: 42 semanas IG→ ↑ hormônio motilina (peristalse e defecação) Quando presente no liquido amniótico a aspiração pode ocorrer: -intrautero: movimentos gasping -nascimento: por meio dos primeiros movimentos respiratórios Obstrução parcial ou completa das VA -obstrução completa em grandes VA: sufocação com evolução letal muitas vezes na sala de parto -obstrução parcial em pequenas VA: o ar entra mas não sai→ hiperinsuflação→aumento da CRF→rompimento da VA→ extravasamento de ar (pneumotórax, pneumomediastino e enfisema intersticial) -obstrução completa em pequenas VA: após absorção do ar residual surgira atelectasias Ocorre processo inflamatório (neutrófilos, macrófagos, mediadores químicos) que desencadeia edema pulmonar e pneumonite química, aumentando risco de infecção secundaria O mecônio pode levar a inibição da produção do surfactante→ novas atelectasias Atelectasias+ áreas de hiperinsuflação → desequilíbrio da V/Q e hipoxemia, hipercapnia e acidose. Hipoxemia + acidose + mediadores químicos + remodelagem dos vasos pulmonares → vasoconstrição pulmonar→ HPPN DR leve com taquipneia, retrações intercostais -presença de mecônio em VA, pele, unhas -a IR pode aumentar com o tempo: BAN, gemido expiratório, retrações da caixa torácica, aumento diâmetro anteroposterior do tórax, cianose -o meconio vai sendo absorvido e o processo inflamatorio vai se atenuando (5-7 dias) *exceto quando há síndrome do escape de ar e HPPN AP: estertores crepitantes e subcrepitantes, áreas com MV↓ por atelectasia ou pneumotórax RX: comprometimento heterogêneo do parênquima; áreas de hiperinsuflação; presença de infiltrado alveolar; pode ter atelectasias, pneumotórax, pneumomediastino e enfisema intersticial conduta imediata: aspiração através de laringoscopia com cânula traqueal ligado ao vácuo de parede Suporte ventilatório → PaCO2 entre 40 e 65 mmHg, PaO2 entre 50 e 70mmHg, SatO2 entre 86% e 93% e pH entre 7,20 e 7,45. -Oxigenoterapia : apenas melhora a hipoxemia, -CPAP nasal: indicada nos casos de DR menos acentuado com objetivo de estabilizar VA terminais e evitar formacao de atelectasias; ou se PaO2 < 50mmHg, SatO2 < 85% apesar da utilização de O2 acima de 40%. -VM: indicada no caso de falha do CPAP nasal ou DR mais acentuado, com necessidade de recrutamento alveolar, de maiores ofertas de O2 ou nos casos de HPPN. -surfactante exógeno, NO Papel do fisioterapeuta: -MHB: indicadas para remover o mecônio das VA para prevenir obstruções e corrigir alterações na V/Q. *SAM associada com hipertensão pulmonar: indicar manobras menos invasivas como drenagem postural DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA Ta q u ip n ei a tr an si tó ri a d o R N Distúrbio respiratório autolimitado causado pelo retardo da absorção do liquido pulmonar, quadro de DR leve ou moderado, inicia-se ao nascimentos ou algumas horas depois, desaparecendo geralmente em 72 horas. O aumento do liquido causa ↓ da complacência pulmonar O liquido pulmonar é produzido na vida intrauterina pelos pneumocitos tipo I a partir da 20ª semana gestacional. Sua eliminação decorre de: 65% -durante o trabalho de parto inicia-se o processo de absorção do liquido pulmonar, devido a estímulos hormonais (catecolamina) -durante o parto vaginal: a compressão pela passagem no canal de parto estimula o feto a expelir o liquido pela boca *durante parto cesárea, o feto não passa pelo estimulo físico nem o hormonal 35% reabsorção pelos capilares pulmonares Ao nascer o ar entra passivamente na VA→deslocamento liquido para espaço intersticial→posteriormente para a circulação através dos capilares O processo de aeração e reabsorção ocorrerem paralelamente, finalizando-se o processo de transição quando o liquido for totalmente substituído por ar Fatores de risco: cesárea, prematuridade, asfixia fetal, diabetes materno DR: gemido expiratório, retração da caixa torácica, BAN, cianose Taquipneia (>60 até 100rpm) RX Aumento da trama broncovascular Congestão peri hilar Espessamento das cisuras interlobares Hiperinsuflação: ↑espaços intercostais, ↑ diâmetro anteroposterior, rebaixamento do diafragma, infiltrados AP: estertores subcrepitantes Hidratação venosa adequada Manutenção da temperatura corporal Dieta zero no tratamento agudo inicial e introdução da alimentação de acordo com evolução do quadro Oxigenoterapia Manobras de desinsuflação Posicionamento DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA A p n ei a d a p re m at u ri d ad e Pausa respiratória> 20 segundos, ou <20 segundos acompanhada de bradicardia e queda da saturação <85% por mais de 5 segundos (cianose, palidez) Classificação: -central: depressão do CR que leva a parada do fluxo aéreo e nenhum movimento respiratório -obstrutiva: interrupção do fluxo aéreo por obstrução das VA com persistência dos movimentos respiratórios -mista: envolve as duas CR (Centro Respiratório) O SN do RN caracteriza-se por alterações histológicas como menor numero de conexões sinápticas entre os neurônios, arborização dendritica escassa e mielinização incompleta. Isto dificulta a despolarização dos neuronios tornando letárgica a propagação do estimulo nervoso Alteracoes anatômicas e funcionais das VA -cabeça do RN maior e mais pesada→flexão da coluna cervical -cavidades nasais pequenas -mandíbula mais arredondada -língua maior que a cavidade oral -epiglote longa e menos flexível, localizada em local mais alto e mais horizontalizado -faringe tubo muscular sem suporte rígido apresentando > tendência ao colabamento. Adequação térmica (isolete) Cafeína (metilxantina) Posicionamento Oxigenoterapia CPAP (obstrutiva ou mista, central não) VMI: através de prong nasal, com modo Time Cycle e modalidade SIMV+PS H ip er te n çã o P u lm o n ar P er si st en te d o N eo n at o -Aumento da RVP com conseqüente elevação da pressão da artéria pulmonar, ocasionando um shunt D- E pelo canal arterial e forame oval, resultando em hipoxemia grave. -Ocorre sempre que a transição da circulação pulmonar fetal não se instala normalmente ao nascimento. Principais fatores que podem contribuir para a não reversibilidade da circulação: hipóxia intra-uterina, asfixia perinatal, acidose respiratória e/ou metabólica e hipercapnia A não transição da circulação fetal para a neonatal determina o quadro de HPPN. A elevada pressão nas artérias pulmonares mantém a passagem de fluxo sanguíneo pobre em O2 para a câmara E, através do forame oval e do canal arterial, gerando uma mistura de sangue venoso com sangue arterial, fornecendo à circulação sistêmica uma menorquantidade de sangue oxigenado. DR: cianose, gemência, BAN, retrações e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, taquipneia e assincronismo toracoabdominal. A medida da PA sistêmica estará normal ou diminuída, a AC poderá ter sopro de insuficiência da valva tricúspide; poderá apresentar sinais de insuficiência cardíaca se o RN tiver disfunção miocárdica. A RVP aumentada provoca hipoxemia, acidose e hipercapnia - Corrigir estímulos para HP / vasoconstrição (hipotermia, anemia, hipotensão, acidose) - Tratar doença de base - Diminuir estímulo ambiental - Manter boa perfusão periférica e corrigir hipotensão arterial - Oxido nítrico (NO) DOENÇAS – UTI NEONATAL E PEDIATRICA B ro q u io lit e V ir al A gu d a Síndrome infecciosa viral aguda que se apresenta inicialmente no trato respiratório superior e progride com manifestações no trato respiratório inferior, afetando sobre tudo bronquíolos. Etiologia - vírus sincicial respiratório (85%) PRINCIPAL - influenza - parainfluenza - adenovirus - rinovirus. - Acomete primeiramente VAS e depois vai para a VA inferior - Incubado de 4 a 5 dias, surgem os sintomas de VAS, posteriormente VAI. Agressão viral→ processo inflamatório→ produção excessiva de muco, edema/e ou necrose de celular epiteliais respiratórias→ necrose de células ciliadas→ diminuicao do clearence→ diminuicao do clearence + excesso de muco = obstrução: -bronquiolar -total: atelectasia -parcial: hiperinsuflação * transtornos de ventilação e perfusão (shunt intrapulmonar, hipoxemia, retenção de CO2, redução de pH sanguíneo, com consequente acidose respiratória). Inicialmente: coriza, rinorreia, febre baixa (característico de infecções virais), redução de apetite, irritabilidade -Posteriormente: taquipneia, sinais de DR, hiperinsuflação torácica, tosse produtiva, hipoxia, expiração prolongada, dispnéia, crises de sibilancia; podendo evoluir para IR ou ate falência respiratória aguda. AP: sibilos, roncos, estertoração, MV presente ou diminuído RX: hiperinsuflação torácica difusa, hipertransparência, retificação das cúpulas diafragmática e broncograma aéreo com infiltrado intersticial padrão. Pode ainda Sinais de hiperinsuflação e hipertransparencia, aumento dos espaços intercostais, horizontalização das costelas, podendo ter infiltrado padrão intersticial. TTO CLÍNICO - nebulização a distancia, em casos em que a obstrução nasal é evidente - terapia broncodilatora agonista s em aerossol ou epinefrina racêmica, salbutamol, produzem melhora da clínica - corticoide: utilizados em processos inflamatórios e imunitários–prednisolona FISIOTERAPIA MHB MRP (quando não houver sinais de hiperinsuflação, para evitar atelectasias) MDP (quando houver sinais de hiperinsuflação)
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