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Paper Gestão de Politicas Públicas

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PRINCIPAIS OBJETIVOS DAS POLITICAS PUBLICAS ADOTADA PELA POLITICA PUBLICA BRASILEIRA
Angelita Rodrigues Tutor externo: Adriano Fidelis Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI
Gestão Pública - Seminário Interdisciplinar III
00/06/2018
Resumo: analisar as novas perspectivas de efetivação de uma Administração Pública democrática e participativa no Brasil à luz da Constituição de 1988. Trata-se de um estudo sobre as questões socioambientais no contexto brasileiro, os novos direitos e o papel das políticas públicas no exercício da Administração Pública no Brasil contemporâneo. Entende-se que o modelo estrutural de Estado propugnado pela Constituição Brasileira de 1988 pode ser interpretado como o de um Estado Social e Democrático de Direito e sob o viés ambiental e sua interface social, pode ser também entendido como um “Estado Socioambiental de Direito”. A Carta Maior além de traçar novos rumos ao modelo de Estado e modelo de administração no Brasil inaugura novos direitos e, portanto novas políticas públicas para o Estado e a coletividade. Neste sentido, destacam-se os novos direitos que podem ser integrados no conjunto teórico dos direitos socioambientais. 
Palavras-Chave: Políticas Públicas. Administração Pública. Constituição de 1988.
1 Introdução
 Partindo da análise da evolução histórica do Estado de Direito no mundo, observas e que os diferentes modelos de Estado construídos ao longo da história moderna, estão representados pelo Estado Liberal, no século XVIII, a partir da Revolução Francesa passando para o Estado Social ou Estado Providência, durante o século XIX, e posteriormente, para o bem-estar Social e Estado Democrático de Direito, a partir de meados do século XX. 
 A importância de pesquisar o Estado Democrático de Direito brasileiro está no processo de construção de um novo Estado, mais eficiente, mais cidadão, de caráter social, democrático e principalmente participativo. Neste cenário, estão também inseridas as diferentes correntes de Administração Pública. Identifica-se atualmente, que o Estado de Direito tenta firmar o papel da promoção dessa nova liberdade. 
 Observa-se também, as transformações ocorridas na passagem do Estado Moderno para o Estado Contemporâneo que atingem tanto a área do Direito como a da Administração. Assiste-se um descortinar dos chamados novos direitos dentro de uma nova percepção de realidade. Constata-se que os direitos estão intimamente ligados a noção de Estado e de Sociedade.
 Em primeira instância, busca-se investigar desde suas raízes, o Estado de Direito, conforme a Constituição Federal de 1988, com o objetivo de compreender a importância da construção de uma Administração Pública Democrática Participativa, da sua legitimação pela eficiência à sua legitimação pela participação. Busca-se contextualizar e analisar as diferentes fases do Estado e também da Administração Pública e seus momentos históricos.
(...) Nesta direção, nos anos 90, encontramos no Brasil, a reforma do Estado. Esta teve como objetivo a redefinição da organização da Administração Pública, com o intuito de superar mazelas e assim implantar uma Nova Administração Pública. Analisar a reforma administrativa no Brasil é também investigar o estado de direito brasileiro, pois ocorrem alterações do texto constitucional que envolvem novas orientações jurídico-políticas. (BENTO:2003)
 Destaca-se que a participação popular no Estado de Direito proporciona um avanço nas formas de controle da Administração. Sublinha-se que através da participação, a coletividade fiscaliza de maneira ativa os abusos cometidos na Administração Pública. É, portanto, uma forte ferramenta na construção do Estado Democrático de Direito, assim como a efetivação dos direitos humanos. 
 Houve um crescimento da Administração Pública sobre a vida social e desta forma, acentuou-se a necessidade da criação de novos mecanismos objetivando a proteção dos cidadãos. Portanto, procura-se efetivar e remodelar o estado de direito brasileiro composto pelos diversos ‘atores sociais e políticos’ da sociedade, pelos cidadãos ativos que buscam atuar em diferentes espaços públicos de participação. Hoje, o estado de direito se firma no papel da liberdade identificada pelos direitos fundamentais tanto de cunho coletivo quanto
individual e pelos direitos humanos.
2 O Estado Democrático de Direito e a Administração Pública Democrática Participativa no Brasil
 A Constituição brasileira de 1988 lança bases para a consecução do estado democrático de direito, pois conforme ARAÚJO (1998) a escolha do constituinte na hora da elaboração da Carta Maior do país está baseada nos princípios da liberdade, da igualdade, do pluralismo político e da justiça social que vem a caracterizar o modelo de Estado democrático de direito, pois o constituinte não se preocupou somente em fazer uma mera promessa de organizar o Estado, mas sim de mudar o status quo do país. 
 A Constituição está baseada no modelo de Estado de Direito Social que assegura através de instrumentos jurídicos uma participação mais efetiva da sociedade perante o Estado conferindo com isto mobilidade ao cidadão, além de contribuir na promoção da igualdade. 
 
(...) A novidade do Estado Democrático de Direito não está em uma revolução das estruturas sociais mas, deve-se perceber que esta nova conjugação incorpora características novas ao modelo tradicional. Ao lado do núcleo liberal agregado à questão social, tem-se com este modelo a incorporação efetiva da questão da igualdade como um conteúdo próprio a ser buscado garantir através do asseguramento jurídico de condições de vida ao cidadão e à comunidade. (ARAÚJO, 1998, p. 39)
 Para se atingir um Estado o qual a Constituição de 1988 proclama em seu texto é necessário conforme BONAVIDES (2001, p. 213) 
“uma nação que promova a prosperidade econômica e ultima a segurança social, quando se faz atuante na esfera material por um principio positivo, quando diminui o nível dos conflitos sociais, quando intervém menos pelas vias coercivas do que pelas vias persuasivas, quando pune menos e incentiva mais, quando faz da negociação o instrumento hábil de seu diálogo com os seus entes autônomos da economia e dos interesses sociais, quando oferece a contraprestação, quando substitui a recusa e o confronto pelo consenso pela cooperação”. 
 O Estado brasileiro para colocar em prática os novos direitos consagrados na Constituição além de uma inovação no campo jurídico precisa uma inovação no campo administrativo e é disto que iremos falar agora da administração mais participativa e democrática que a Constituição de 1988 proclama em seu texto constitucional.
 A década de 70 e 80 representam o início da crise da administração pública brasileira devida alguns fatores como a forte burocratização da máquina estatal e a tecnocracia existentes, a crise do petróleo e o definhamento do milagre econômico. Com a abertura política e a redemocratização do país de novos ideais são criados e legitimados na Constituição de 1988 que preconiza em seu texto constitucional um Estado democrático de direito, porém para que este novo Estado entrasse em vigor algumas medidas teriam quer ser tomadas. 
 Na década de 90 com a crise do Estado de bem estar social no mundo e com o advento do neoliberalismo existe um retrocesso na conquista brasileira dos seus direitos garantidos na Constituição de 1988, pois a cartilha que o país teve que seguir era aquela ditada por órgãos financeiros internacionais e que tinham como objetivo um Estado mínimo e tecnocrata.
 Esta é uma corrente daadministração pública que foi seguida pelo governo, porém existe outra corrente da administração pública que é seguida e defendida por muitos estudiosos no tema o qual se trata da administração do novo serviço público, o qual está pautado em um estado ativador, no poder local, na participação da sociedade, no capital social, na democracia, na cidadania, na transparência e na co-produção do bem-público, ou seja, é aquela administração que o próprio texto constitucional proclama uma sociedade que deve trabalhar junto com o Estado para chegar ao mesmo objetivo que é produzir a coisa pública. 
3 Políticas Públicas : contextualização
 As políticas públicas são consideradas atividades típicas do Estado social de direito e conseqüência direta da necessidade de participação social em sua efetivação. A autora compreende por políticas públicas, a organização sistemática dos motivos fundamentais e dos objetivos que orientam os programas de governo relacionados à resolução de problemas sociais. (BUCCI, 2002)
 As políticas públicas permitem romper com as barreiras que separam a administração pública da sociedade. Esta passa a participar da concepção, da decisão e da sua implementação. Podem-se citar as audiências públicas e as consultas públicas, como exemplos práticos da participação na elaboração das políticas públicas. Já o plebiscito administrativo, o referendo, as comissões de caráter deliberativo são exemplos da participação no processo de decisão. 
 Exemplos de execução de políticas públicas são as comissões de usuários, a atuação de organizações sociais ou de entidades de utilidade pública e a expansão dos serviços públicos. (PEREZ, 2004) 
(...) Entende-se que a relação entre o Estado, às classes sociais e a sociedade civil, proporciona o surgimento de agentes definidores das políticas públicas. A partir do contexto da produção econômica, cultura e interesses dos grupos dominantes são construídas as políticas públicas, sua elaboração e operacionalização, de acordo com as ações institucionais e, em particular. (BONETI, 2006)
 Constata-se a predominância dos interesses das elites econômicas camuflados nas diversas políticas públicas, porém com objetivos de expansão do capitalismo internacional. Utilizam-se de temas atuais como o desenvolvimento sustentável para transmitir uma imagem positiva de preocupação e engajamento no desenvolvimento social e ambiental. 
 Percebe-se que é inviável considerar a formulação de políticas públicas a partir somente da determinação jurídica, fundamentada em lei, como se fosse uma instituição neutra. Deve-se levar em consideração a existência da relação entre o Estado e as classes sociais, em particular entre o Estado e a classe dominante. (BONETI, 2006)
 Pode-se pensar também, as políticas públicas como algo relacionado com o público, a arte ou a ciência de governar, de administrar e de organizar. A expressão ‘políticas públicas’ é uma ação voltada ao público e que envolve recursos públicos. Pode-se considerar, que medidas de intervenção meramente administrativas, por parte do Estado, sem mesmo envolver o orçamento público, são consideradas políticas públicas. (BONETI, 2006)
 A tarefa de conceituar políticas públicas envolve certa ‘complexidade’ na dinâmica da sua formulação e sua operacionalização. É preciso analisar desde o surgimento da idéia, sua elaboração até o amadurecimento da mesma, sua efetivação, resultando numa ação pública. 
 Deve-se ir além de avaliar seus resultados em relação ao atendimento aos direitos sociais. Sabe-se que as políticas públicas envolvem a organização da sociedade civil, os interesses de classes, os partidos políticos e agentes responsáveis pela sua elaboração, operacionalização e controle.
 No que se refere política pública governamental, pensa-se que sendo a política pública um processo sujeito a pressões e articulações políticas, ela pode ser entendida como uma ação intencional de Governo, instrumentalizada pelo Estado, cujo impacto está dirigido a um segmento majoritário da população, ou como um conjunto de ações (ou omissões) que manifestam determinada modalidade de intervenção do Estado, em relação a uma questão que seja de interesse para outros atores da sociedade civil.
(...) Entende-se a política pública como a estratégia de ação e metas desejadas (parte pragmática), num processo de decisão política, construído socialmente, de acordo com os interesses dos segmentos envolvidos. (CARVALHO, 2000)
 É interessante, aclarar uma distinção entre políticas de Estado e políticas de Governo. Entendemos como políticas de Estado, determinadas idéias e princípios que se caracterizam pelo seu caráter de permanência, da legimitidade junto à sociedade e junto à burocracia e pela sua materialização em textos legais e em instituições específicas.  
 Quanto aos diferentes tipos de política pública, definem-se como intervenções do Estado, de três tipos: distributivas, redistributivas e regulatórias. Estas últimas envolvem uma decisão de curto prazo a respeito de quem serão os beneficiados diretos de uma política determinada. 
 Já políticas distributivas vão se acumulando ao longo do tempo e envolvem todos os setores institucionais envolvidos. Por outro lado, as decisões de caráter redistributivo têm sentido muito mais amplo e consideram a sociedade dividida em diferentes classes e setores sociais.
 No Brasil, as políticas públicas muitas vezes beneficiam grupos sociais específicos, regiões, municípios, ou seja, são sempre beneficiados os segmentos sociais com maior força política no poder legislativo e com  civil. Uma política pública após sair da instância legislativa e passar pelo setor burocrático segue em direção a sua operacionalidade, comandada por agentes do partido político que se diz autor do projeto. 
(...) Significa dizer que uma política pública, da elaboração a sua operacionalização, envolve uma rede de micro poderes contribuindo com o fortalecimento e interesses específicos de cada instância do poder. As pessoas que entram em contato com as políticas públicas no decorrer de suas longas trajetórias, não pensam de modo uniforme, não tem a mesma interpretação de intervenção na realidade, etc. As políticas  seus percursos, são contaminadas por interesses, inocências e sabedorias. (BONETI, 2006)
4 A Constituição de 1988 na Gestão Pública Democrática
Participativa no Brasil
 Antes de compreender qual o papel da Carta Maior na Gestão Democrático-Participativa no Brasil, cabe tecer o conceito de Constituição. Conforme Lassale (1998), na obra “A essência de uma Constituição”, aponta que a Constituição é mais do que uma simples lei, e desta forma não sendo como as outras, pode-se denominá-la de ‘lei fundamental da nação’, uma forma ativa’ que exige que as demais leis “sejam o que realmente são”. Para este autor a Constituição é uma questão de poder, pois reflete ‘ fatores reais e efetivos de poder’. Portanto, a Constituição é o marco do denominado Estado Democrático de Direito.
 Trata-se da Lei Maior, garantidora dos direitos fundamentais e que organiza politicamente a nação. São as Constituições que estabelecem garantias fundamentais e organizam o Estado por meio de seus poderes.
 O Brasil prevê em sua Constituição de 1988, no art.1º, o direito de participação, assim como importantes elementos que abrem caminho para a gestão pública democrática participativa no Brasil. Observa-se com freqüência que as palavras ‘participação’, ‘democracia participativa’, ‘os novos direitos’ estão cada vez mais presentes no contexto da atualidade. Faz-se mister uma nova cidadania’. É uma outra mudança, para uma outra democracia. Uma democracia participativa com o respaldo da Constituiçãobrasileira.
 
(...) Verifica-se a preocupação com a eficiência e a legitimidade. A Administração Pública atualmente passa a adotar novos métodos de atuação voltados para a cultura do diálogo, de favorecer o trabalho da sociedade sobre ela mesma. Percebe-se que a administração depende da vitalidade das intervenções sociais e da dinâmica dos atores sociais. A Administração assume hoje a função de harmonizar o comportamento dos atores sociais, procurando ser mais transparente, distanciando-se dos modelos burocráticos puramente gerenciais e neoliberais.(PEREZ, 2004)
 Entende-se que a participação é um processo de construção lento e gradual e, portanto, não é algo fácil, sem obstáculos ou dificuldades. Fica bem claro que é uma conquista contínua. A sociedade sempre girou em torno do poder e a teoria da participação não pode ignorar esse fato, sendo um forte obstáculo. Nesse sentido, Demo (1999) complementa os possíveis defensores da participação ao assumirem o ‘poder’ podem se tornar seus inimigos, pois ela conduz às críticas e a divisão de possíveis privilégios.
6 Considerações Finais
 Conforme o exposto confirmou-se que o modelo mais adequado de administração para sociedade brasileira é a efetivação da gestão pública democrática participativa, pois ela procura aproximar através da ‘participação’ a sociedade e o Estado. Porém, nem o Estado e a Constituição se atuarem sozinhos podem resolver estas complexas questões impostas pela sociedade atual. 
 As políticas públicas socioambientais exercem importante papel na construção desta gestão participativa, pois promovem a sustentabilidade social, além da sustentabilidade ambiental. Assim como os ‘novos’ direitos consagrados pelo socioambientalismo resgatam e reforçam a dimensão democrática participativa das políticas públicas.
 Portanto, o modelo administrativo que mais se coaduna com o tipo de Estado no Brasil contemporâneo é de uma administração pública pautada em critérios de legitimação democrático-participativa. Entende-se que a Constituição Brasileira de 1988, além de inovar no que tange á estruturação do Estado também traçou rumos novos à administração pública no país. 
 Os estudos mostram que é necessário oferecer aos cidadãos um leque maior de instrumentos de participação de decisões políticas de movimentos ambientalistas, ingressarem em sindicatos, ajuizar ações populares, votar dentro de associações comunitárias, comparecerem a plebiscitos. 
 Entende-se que é os espaços de participação que se tornam cada vez mais, espaços de decisão política, desenvolvendo o poder a seu legítimo detentor, o povo e também para que os próprios instrumentos tradicionais de representação política possam aperfeiçoar-se.
 Conclui-se que o Estado Democrático de Direito tem a responsabilidade de cumprir a lei e de assegurar os direitos e garantias fundamentais. A partir do momento que os consagra como ‘valores primordiais’, o Estado torna-se o maior responsável pela efetivação desses direitos. A Constituição de 1988 aponta para um Estado Social e Democrático de Direito, que vai mais além, de caráter inovador que busca traçar novos horizontes à administração pública brasileira. 
 Portanto, é este o modelo mais adequado que atenderá as necessidades da sociedade atual, pois através de mecanismos como a participação, rompe-se com as barreiras do Estado e da Sociedade aproximando-os. Portanto, não basta somente existir leis, é preciso ordenações estatais que se direcionem para concretização das necessidades sociais. 
 Observa-se que não é suficiente que os direitos e garantias fundamentais estejam elencados nos mandamentos legais para modificar um Estado em Estado Democrático de Direito, mas sim atuar de maneira organizada e coordenadora dos cidadãos para exigir a concretização desses direitos aos poderes executivo, legislativo e judiciário. 
 Percebe-se a dicotomia que existe entre o direito nos textos e o direito na prática da sociedade brasileira, pois ainda está cercada pelos anéis burocráticos e Segmentos tecnocráticos, frações das classes dominantes reproduzindo estruturas sociais discriminatórias. Isto se reflete na sociedade como um todo, em diversas áreas como no direito e na administração.
 A pesquisa realizada permitiu perceber que muitos problemas de caráter socioambiental afetam diretamente os cidadãos, porém no Brasil se tem a dificuldade de visualizar isto. As questões de cunho ambiental e seus conflitos, por exemplo, são na maioria das vezes designadas como assuntos para as elites políticas e econômicas. Porém, observa-se que as resoluções de questões ambientais solucionam juntamente os problemas sociais. 
 
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Luiz Ernani Bonesso de. O acesso a terra no Estado democrático de direito. Frederico Westphalen (RS): Ed. Uri, 1998.
BENTO, Leonardo Valles. Governança e governabilidade na reforma do Estado: entre eficiência e democratização. Barueri,SP: Manole, 2003.
BOBBIO, Norberto,; MATTEUCCI, NIcola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 5. ed. Brasília, DF: Ed. UnB; São Paulo: Impr. Oficial, 2004. 2v.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed., rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2004.
BONETI, Lindomar Wessler. Políticas públicas por dentro. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2006.
BRASIL. [Constituição (1988)].; MORAES, Alexandre de. Constituição da República Federativa do Brasil: de 5 de outubro de 1988. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BUCCI, Maria Paula Dollari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002.
CARVALHO, Edson Ferreira; BATISTA, Vanessa. Cidadania, crise do Estado e Reforma Constitucional. In: Revista do Curso de Direito de Cruz Alta. V.5.2000.
DEMO, Pedro. Participação é conquista: noções de política social participativa. 4ed. São Paulo: Cortez, 1999.

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