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Prévia do material em texto

_____________________________________________________________________________
____ 
1 
 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
2 
 
 
 
REDESCOBRINDO A 
LÍNGUA 
PORTUGUESA 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL ELABORADO POR: ANGÉLICA MORICONI 
JUNHO DE 2014 
_____________________________________________________________________________
____ 
3 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5 
1 O ESTUDO DO TEXTO ............................................................................................. 6 
1.1. TEXTO E TEXTUALIDADE ........................................................................................ 7 
1.2 TEXTO E NÃO TEXTO ............................................................................................... 8 
1.3. A TEXTUALIDADE : COESÃO E COERÊNCIA........................................................... 10 
1.3.1 A COERÊNCIA DO TEXTO ................................................................................ 11 
1.3.2 A COESÃO DO TEXTO ...................................................................................... 12 
1.4 EXPLORE SEUS CONHECIMENTOS ......................................................................... 18 
1.5 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 22 
2. FONOLOGIA ........................................................................................................ 25 
2.1 LÍNGUA E FALA ...................................................................................................... 25 
2.2 LETRAS E FONEMAS .............................................................................................. 26 
2.3 VOGAL E SEMIVOGAL ............................................................................................ 26 
2.4 ENCONTROS VOCÁLICOS ...................................................................................... 27 
2.5 ENCONTROS CONSONANTAIS ............................................................................... 27 
2.6 SÍLABAS ................................................................................................................. 28 
2.7 EXPLORE SEU CONHECIMENTO ............................................................................ 29 
2.8 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 30 
3 ORTOGRAFIA ....................................................................................................... 31 
3.1 - AS PALAVRAS E SUAS SÍLABAS TÔNICAS ............................................................. 31 
_____________________________________________________________________________
____ 
4 
 
3.2 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ........................................................................................ 31 
3.3 EMPREGO DE CERTAS LETRAS .............................................................................. 34 
3.4 EMPREGO DAS PALAVRAS “MAU” E “MAL” ......................................................... 35 
3.5 USO DE “POR QUE”, “PORQUE”, “PORQUÊ” E “POR QUÊ” .................................. 36 
3.6 EXPLORE SEU CONHECIMENTO ............................................................................ 36 
3.7 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 38 
4 AS CLASSES DE PALAVRAS .................................................................................... 40 
4.1 EXPLORE SEU CONHECIMENTO ............................................................................ 50 
4.2 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 51 
5 CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA ............................................................................... 52 
5.1 CONCORDÂNCIA NOMINAL .................................................................................. 52 
5.2 CONCORDÂNCIA VERBAL ...................................................................................... 53 
5.3 REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................. 56 
5.4 REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................ 57 
5.5 EXPLORE SEU CONHECIMENTO ............................................................................ 60 
5.6 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 61 
6. CRASE, PONTUAÇÃO E VÍCIOS DE LINGUAGEM ................................................... 62 
6.1 C R A S E ................................................................................................................ 62 
6.2 SINAIS DE PONTUAÇÃO ........................................................................................ 65 
6.3 ALGUNS VÍCIOS DE LINGUAGEM .......................................................................... 67 
6.4 EXPLORE SEU CONHECIMENTO ............................................................................ 70 
6.5 RESPOSTAS COMENTADAS ................................................................................... 71 
BIBLIOGRAFIA: ....................................................................................................... 72 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
5 
 
 
 I NTRODUÇÃO 
 
 
Caro aluno, 
 
―O processo educativo precisa de utopia. Precisa apresentar 
uma possibilidade de futuro. Precisa embutir o ‗tu serás, tu 
criarás, nós criaremos‘. 
Nós não temos um projeto social viável para apresentar aos 
nossos alunos e filhos, mas precisamos abrir uma janela na 
história, prepará-los para que façam seu próprio projeto. 
(Emilia Ferreiro, 1996) 
 
Esperamos, com este material, oferecer essa possibilidade acenada por Emilia 
Ferreiro: que cada um seja capaz de abrir uma janela na história e, com isso, construir 
seu projeto pessoal. 
 Este material é bastante abrangente e espero que possa auxiliá-lo (a), inclusive 
em pesquisas posteriores. Daí a opção por contemplar um número bastante 
significativo de fatos da norma culta da língua portuguesa. Abrimos a apostila 
com o capítulo que se refere ao estudo do texto. Neste capítulo, você estudará os 
principais fatores de textualidade, contanto com o aparato teórico dos mais 
representativos pesquisadores da gramática textual no Brasil. 
 No segundo capítulo, o estudo diz respeito à fonologia, ou seja, estudaremos os 
elementos mínimos distintivos da língua na perspectiva do sistema da língua 
portuguesa. 
 A ortografia, tema abordado no capítulo terceiro, tratará da escrita de alguns 
vocábulos, em especial; bem como da acentuação gráfica. 
 No quarto capítulo, você estudará as classes de palavras, compreenderá as 
principais características atinentes a cada uma delas. 
 Concordância e regência serão assuntos do capítulo quinto, em que 
estudaremos, tanto a concordância e regência de nomes quanto de verbos. 
_____________________________________________________________________________
____ 
6 
 
 Finalmente, no último capítulo, trataremos da crase, da pontuação e dos 
principais vícios de linguagem. 
 Com isso, espero fornecer a você um material bastante rico e abrangente 
acerca dos principais fatos da “última flor do Lácio, inculta e bela”! 
 Um ótimo estudo! 
 
 O ESTUDO DO TEXTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, saiba que em nossa atuaçãono mundo, constantemente nos 
pronunciamos a respeito dos fatos que presenciamos ou vivemos, produzindo algum 
efeito sobre as pessoas com as quais nos relacionamos. Estas, por sua vez, também se 
manifestam através de seus textos e produzem sobre nós alguma reação. Essa relação 
nos possibilita um aprendizado constante: a fala do outro está presente na minha fala. 
Algumas vezes concordamos com o discurso alheio e o assumimos como nosso, outras, 
discordamos dele e entramos em conflito. 
Todas essas ações se concretizam na e pela linguagem: os discursos se 
concretizam em textos que se interpenetram o tempo todo. 
1 
_____________________________________________________________________________
____ 
7 
 
A língua é, já nos ensinava Saussure em fins do século XIX, coletiva, social. 
Assim, uma vez que a língua é coletiva, social e nos utilizamos de textos o tempo todo, 
você estudará agora o texto e os fatores de textualidade. Vamos lá? 
 
TEXTO E TEXTUALIDADE 
 
Caro aluno, texto é uma manifestação linguística produzida por alguém, em 
alguma situação concreta (contexto), com determinada intenção. 
A definição apresentada faz com que pensemos o texto com um objeto de 
interação. Assim passamos a ter textos e não textos, conforme os interlocutores, o 
contexto e as intenções. 
Fávero e Koch (1983) ensinam que o texto pode ser tomado em duas acepções: 
Texto em sentido amplo, designando toda e qualquer manifestação da 
capacidade textual do ser humano (uma música, um filme, uma escultura, um poema 
etc.). e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa 
de um sujeito, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de 
enunciados produzidos pelo locutor e interlocutor, (no caso dos diálogos) e o evento 
de sua enunciação. 
Assim, um texto é uma ―totalidade em funcionamento‖1em que o valor de 
cada elemento não depende apenas de sua natureza , mas do lugar em que se insere e 
de suas relações com o conjunto( intratextual e extra verbal). 
Parece ficar claro que um texto não é um amontoado de frases, mas algo 
maior. Para se chegar ao sentido do texto há que se observar diversos fatores como: 
quem o produziu, para quem o fez, em que situação, com qual intenção e de que 
forma? 
Somente diante da apreciação de todos esses aspectos é que se pode afirmar 
que se pode constituir o sentido textual. Expliquemo-nos, utilizando um exemplo de 
1.1 
_____________________________________________________________________________
____ 
8 
 
Fiorin (2006) em que demonstra brilhantemente os aspectos relacionados à 
construção de sentidos do texto. 
Em 1988, no debate promovido pela rede Globo de televisão, por ocasião do 
segundo turno das eleições presidenciais, quando Collor mencionou uma possível 
negociata na Prefeitura de São Paulo, dirigida pelo PT (o famoso caso Lubeca), Lula 
rebateu, proferindo o seguinte enunciado: ―Eu sabia que você era collorido por fora e 
caiado por dentro!‖ 
Para que seja possível construir o sentido do texto de Lula não basta somente 
conhecer o significado de cada uma das expressões que compõem o enunciado, é 
preciso mais. É preciso saber que o candidato Ronaldo Caiado, representante da elite 
latifundiária brasileira, foi o primeiro a denunciar o caso Lubeca. Sendo claramente um 
representante de direita, opunha-se a Lula, representante da esquerda. Ao afirmar que 
Fernando Collor era collorido por fora e caiado por dentro, Lula fez um brilhante 
trocadilho (utilizando os substantivos próprios Collor e Caiado e os relacionando aos 
adjetivos collorido e caiado), aproximando semanticamente Caiado (representante da 
direita mais ultrapassada e conservadora) a Collor (que então surgia como o caçador 
de marajás, ocupando a posição político-ideológica de centro- esquerda). 
Desta forma, para se chegar ao sentido do texto cumpre conhecer o contexto 
situacional, e ainda, as relações dialógicas entre os vários discursos políticos da época 
em que o enunciado foi proferido. 
 
TEXTO E NÃO TEXTO 
 
Quando temos um amontoado de palavras para as quais não conseguimos dar 
um sentido, entender seus significados, falamos que estamos diante de um não texto. 
O Mundo É bom, Sebastião 
Composição: Nando Reis 
1.2 
_____________________________________________________________________________
____ 
9 
 
Por que o Sol saiu 
Por que seu dente caiu 
Por que essa flor se abriu 
Por que iremos viajar no verão 
Por que aqui o mundo não será cão 
Quando o Goodzila atacar 
Quando essa febre baixar 
Quando o mamute voltar Descongelado a caminhar na Sibéria 
Quando invento, o mundo é feito de ideias 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é teu, Sebastião 
Como escrever certo o seu nome 
Como comer se der fome 
Como sonhar pra quem dorme 
E deixa o cansaço acalmar lá em casa 
Como soltar o mundo inteiro com asas 
Tiranossauro Rex tião 
Dentro dos seus olhos virão 
Monstros imaginários ou não 
Por sorte somos todos os infernais 
E agora eu vivo em paz 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é bom, Sebastião 
O mundo é teu, Sebastião 
O mundo é bom, o mundo é bom 
O mundo é bom, o mundo é bom 
 
A princípio poderíamos receber essas sequências como algo sem sentido, um 
amontoado de frases desconexas, soltas, carentes de conexões e entrelaçamentos 
semânticos, capazes de dar sentido a um texto. O texto apresentado seria para nós, 
um não texto. Entretanto, quando começamos a ampliar o universo de análise, 
observando o contexto, nosso entendimento começa a modificar-se: Os enunciados 
fazem parte de uma música - ―O mundo é bom Sebastião‖ - composta por Nando Reis 
para seu filho, Sebastião, criança mal-humorada, cuja mãe, brincando, sempre lhe 
dizia: o mundo é ―bom, Sebastião! 
Já na primeira estrofe, o autor dá uma série de explicações para que seu filho 
compreenda porque o mundo é tão bom (o sol saiu, seu dente caiu, a flor se abriu...), 
_____________________________________________________________________________
____ 
10 
 
incentivando-o a não se chatear por qualquer motivo como uma criança mimada. 
Nando Reis fala ainda da importância do sonho, da imaginação, da criatividade, das 
ideias sempre acompanhado pelo refrão: ‗o mundo é bão Sebastião‘. 
Vejamos outro exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sequência acima será considerada linguística somente para os falantes de 
italiano. Caso não se conheça a língua italiana será impossível estabelecer o sentido do 
texto, uma vez que não haverá interação entre o texto e o seu receptor. Pode-se falar, 
portanto, que para estes a sequência acima não será um texto. 
Portanto, para a construção do sentido de um texto devemos considerar os 
interlocutores, o contexto, a intenção comunicativa, o código utilizado, as conexões 
intratextuais – ou seja- entre as diversas partes do texto, a seleção lexical , a escolha 
do nível linguístico etc. 
A TEXTUALIDADE : COESÃO E 
COERÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
Ero stato catturato dalla Milizia Fascista il 13 dicembre 1943. Avevo 
ventiquattro anni, poço senno, nessuna esperienza, e uma decisa 
propensione, favorita dal regime di segregazione a cui da quattro anni lê 
leggi razziali mi avevano ridotto, a vivere in um mio mondo scarsamente 
reale, popolato da civili fantasmi cartesiani, da sincere amicizie maschili e 
da amicizie femminili esangui. Coltivavo um moderato e astratto senso di 
ribellione.( Primo Levi, Se questo è um uomo: 1993) 
1.3 
_____________________________________________________________________________
____ 
11 
 
 
A textualidade é o fator responsável pela conversãode uma sentença 
linguística qualquer em texto. É a ―totalidade em funcionamento‖ já citada 
anteriormente. Em outras palavras, a textualidade faz de um texto um conjunto 
unitário – um todo - coeso e coerente para quem o produz e/ou recebe. 
Coesão e coerência textuais são propriedades fundamentais de um texto. 
Comecemos pela coerência textual. 
 
A COERÊNCIA DO TEXTO 
 
A coerência ―é o que faz com que um texto faça sentido para os usuários, 
devendo ser vista, pois, como um princípio de interpretabilidade. (Koch & 
Travaglia,1989:11). Assim, a coerência é estabelecida na interação, na situação 
comunicativa em que se inscrevem os usuários da língua. Nessa visão interacionista, 
tanto o receptor do texto atua para compreendê-lo, calculando-lhe o sentido, como 
também o produtor esforça-se para que o seu texto seja bem recebido e interpretado 
pelo interlocutor. 
Além dos fatores acima apontados, a coerência também depende da 
continuidade de sentidos perceptível no texto. As várias partes do texto devem estar 
em ―sintonia, ou seja, não poderá haver falhas, contradições, uma frase que destoe 
das anteriores etc. 
Exemplifiquemos o que estamos querendo dizer sobre a coerência. Tomemos 
como exemplo o encadeamento das frases a seguir: 
Estava chovendo demais. Sujeito e predicado são termos essenciais da oração. 
Um texto que expusesse as duas frases acima seria, a princípio, incoerente, pois 
não há nenhuma relação entre as duas ideias que o compõem. Dessa forma, podemos 
afirmar que a coerência é semântica e pragmática. Semântica porque as partes do 
1.3.1 
_____________________________________________________________________________
____ 
12 
 
texto devem estabelecer uma relação de sentido. Pragmática porque o sentido 
depende não somente dos arranjos sintáticos e lógicos, mas também dos vários 
elementos envolvidos na interação (intenção comunicativa dos interlocutores, formas 
de influência do falante, relações interpessoais etc.). 
Alguns autores apontam outros elementos responsáveis pela coerência de um 
texto: conhecimentos linguísticos, conhecimentos partilhados, conhecimento de 
mundo, conhecimento das superestruturas textuais, inferências, situacionalidade, 
aceitabilidade, informatividade, focalização, intertextualidade etc. 
 
A COESÃO DO TEXTO 
 
A coesão é ―revelada através das marcas linguísticas, índices formais na 
estrutura da sequência linguística superficial do texto, sendo, portanto, de caráter 
linear, já que se manifesta na organização sequencial do texto.(Koch & Travaglia, 
1989:13) 
Chamamos coesão textual a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, 
expressões, frases, ou parágrafos do texto. Ela é manifestada por elementos 
linguísticos que marcam o vínculo entre os componentes textuais. 
Vejamos um exemplo de coesão textual: 
Paulo e José são ótimos advogados. Eles se formaram na São Francisco. 
O termo em negrito estabelece a referenciação entre os nomes citados 
anteriormente (Paulo/José). O pronome ele retoma os substantivos Paulo e José. 
Todos os termos que servem para retomar outros são chamados anafóricos. Esse 
recurso é muito importante na produção de um texto uma vez que evita repetições 
excessivas responsáveis por textos carregados, pesados e pouco coesos. 
1.3.2 
_____________________________________________________________________________
____ 
13 
 
É muito comum, em textos infantis, falhas na utilização de recursos de coesão, 
justamente porque as crianças destas fases iniciais ainda não adquiriram as habilidades 
e as competências necessárias para a produção de textos coesos e coerentes. 
As produções infantis apresentam falhas no uso de elementos de ligação entre 
as várias partes do texto. Confira o exemplo que segue: 
 
 
Além da anáfora, outro recurso coesivo é a catáfora. A catáfora antecipa, 
anuncia um termo que será explicitado adiante. Analisemos a frase abaixo: 
Meu pai disse isto: vá deitar cedo. 
A palavra isto, em negrito, antecipa o que o pai irá dizer (vá deitar cedo). É, 
portanto, um elemento catafórico. 
Você verá agora os principais tipos de coesão: 
 
A COESÃO REFERENCIAL 
Certos elementos linguísticos têm a função de estabelecer referência, ―não 
são interpretados semanticamente por seu sentido próprio, mas fazem referência a 
alguma coisa necessária a sua interpretação‖.(Fávero, 2002:18). 
A referência é uma abstração. O leitor/alocutário relaciona um determinado signo a 
um objeto e esse fenômeno é cultural. 
Vejamos um exemplo, retirado de Fávero, 2002: 
Comemora-se este ano o sesquicentenário de Machado de Assis. As comemorações 
devem ser discretas para que dignas de nosso maior escritor. Seria ofensa à memória 
do Mestre qualquer comemoração que destoasse da sobriedade e do recato que ele 
imprimiu a sua vida, já que o bruxo de Cosme Velho continua vivo entre nós. 
A minha casa é grande. A minha casa tem um jardim. A minha casa é 
amarela. Eu gosto muito da minha casa. Meus pais também gostam da 
minha casa. Minha casa é muito confortável. 
_____________________________________________________________________________
____ 
14 
 
No exemplo, percebemos vários elementos que fazem referência a Machado de 
Assis. Todos esses elementos destacados em vermelho são, pois, elementos 
referenciais. Se tomados isoladamente, esses elementos nada significam, 
recomendando que se busquem no texto informações capazes de preencher seus 
significados. 
Pensemos no pronome anafórico ele. No texto, para que possamos saber quem 
é ele (...do recato que ele imprimiu...), precisamos recuperar a informação 
apresentada anteriormente (Machado de Assis). Então, estabelecemos o elo: Ele = 
Machado de Assis. 
Pode-se obter a coesão referencial através da substituição e da reiteração. 
Coesão referencial por substituição 
Quando ocorre a retomada de um termo, dá-se o que chamamos de anáfora. 
Ex.: Tenho duas irmãs. Elas são mais novas que eu. 
O pronome elas refere-se ao termo já citado anteriormente duas irmãs. Trata-se de 
anáfora. 
Quando ocorre que o pronome preceda um termo que virá adiante explicitado, dá-se o 
que chamamos de catáfora. 
Ex.: Isto que vou lhe contar é segredo: meu pai ganhou na loto. 
O pronome isto faz alusão a algo que ainda será exposto: o fato de o pai ter ganhado 
na loto. Trata-se de catáfora. 
Eis mais alguns exemplos : 
Comprei um caderno novo. Ele é universitário.(Ele = pronome) 
Ana faz caminha todas as manhãs. Eu também faço o mesmo.(Faço = verbo) 
A Europa é belíssima na primavera. Lá há flores de cores deslumbrantes. 
_____________________________________________________________________________
____ 
15 
 
(Lá = advérbio) 
Carlos e Marcela são ótimos alunos. Ambos conseguiram a nota máxima na 
prova. (Ambos = numeral) 
 
Coesão referencial por reiteração 
A origem etimológica da palavra reiteração é latina . Reiterare significa repetir. 
Assim, a reiteração consiste na repetição de elementos textuais que têm a mesma 
referência. 
A reiteração pode ocorrer através de uso de um mesmo item lexical, através do 
uso de formas sinônimas, através do uso de hipônimos e hiperônimos, através de 
expressões nominais definidas e também de nomes genéricos. Estudemos cada uma 
das formas citadas. 
♦Repetição de um mesmo item lexical 
A casa estava deserta. Não havia nada na casa que lembrasse a vida cotidiana 
rica e apressada de tempos passados. A mobília antiga e rústica, as pessoas 
mastigando furiosas as mágoas do dia, os empregados tão solícitos e submissos. Toda 
a casa parecia um rio sem água, um corpo sem vida. 
No texto acima, a repetição do item lexical casa exerce a função de assinalarque a informação é conhecida (é algo já sabido, é uma informação dada) e mantida. 
Para tal usa-se o recurso da reiteração. 
♦ Sinônimos 
Cientes da dificuldade de conceituar a sinonímia, adotamos a definição de 
Câmara (1978:222): 
―Propriedade de dois ou mais termos poderem ser empregados um pelo outro, em 
diversos e variados contextos, sem prejuízo do que se pretende comunicar”. 
_____________________________________________________________________________
____ 
16 
 
São sinônimas, pois, palavras com o mesmo significado e diferentes 
significantes. Contudo, em teoria semântica moderna, duas unidades somente serão 
sinônimas se tiverem o mesmo sentido estrutural, definido por meio de uma análise 
rigorosa. Sobre esse assunto Ullmann afirma: ―só se podem considerar como 
sinônimas as palavras que se podem substituir em qualquer contexto sem a mais leve 
mudança ou no sentido cognitivo ou no afetivo . (Lyons, 1979: 476). 
Tal condição proposta por Ullmann nos parece bastante rara. Dois vocábulos 
podem ser comutáveis em alguns contextos, mas não em todos os contextos possíveis. 
Vejamos: 
A casa foi estimada em 100 milhões. 
A casa foi avaliada em 100 milhões. 
Mas, estimar uma pessoa não pode comutar com o vocábulo avaliar. 
Podemos acrescentar ainda a possibilidade de comutação em níveis de língua 
diferentes. Assim, chato, cacete, tedioso e enfadonho podem traduzir uma certa 
semelhança, porém, implicam variantes linguísticas que lhes atribuem nuances 
distintas. 
Bem, ainda que saibamos da complexidade da questão da sinonímia, o que 
importa aqui é considerarmos a identidade referencial, já esta não é uma questão 
puramente lexical, mas textual. 
Temos a frase: 
A criança não parava de chorar. O menino queria o doce e o brinquedo do irmão. 
Os termos em destaque são reiterados através da sinonímia. 
♦ Hiperônimos e hipônimos 
A Hiponímia é um fenômeno semântico que ocorre quando o significado de um 
determinado elemento inclui o de outro elemento. Está intrinsecamente ligado à 
questão do significado das unidades lexicais. Gato mantém com animal uma relação 
_____________________________________________________________________________
____ 
17 
 
semântica, o sentido de gato está incluído no sentido de animal. Desta forma dizemos 
que gato é hipônimo em relação a animal. 
♦ Expressões nominais definidas 
No exemplo visto anteriormente, ―Machado de Assis‖, ―nosso maior escritor, 
―o bruxo de Cosme Velho‖, ―Mestre‖ substituem-se no texto, pois têm um 
referencial comum: o escritor Machado de Assis. Sempre que há retomada do mesmo 
referente, através de formas diversas, ou melhor, através de expressões nominais 
diversas, estamos diante de um recurso coesivo reiterativo. 
♦ Nomes genéricos 
Nomes muito abrangentes, que possuem uma grande extensão porque são 
muito gerais como ―gente‖, ―coisa‖, ―negócio‖, funcionam como elementos de 
referência anafórica. Vejamos um exemplo: 
Estudo, diálogos com pessoas próximas, relacionamento afetivo, um tempo 
para nós mesmos... Algumas vezes, deixamos de lado muita coisa importante na vida. 
O termo genérico coisa refere-se aos termos já citados antes (estudo, diálogos, 
relacionamento afetivo, tempo) funcionando como elemento anafórico. 
Os conectivos 
Os conectivos também contribuem para a coesão do texto. Esses elementos 
são responsáveis pela ligação semântica entre partes do texto. Conectam orações, 
parágrafos, enfim são peças-chave para a boa organização textual. 
 
 
 
 
Atenção 
Conectivo é o que conecta, o que liga as partes do texto. 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
18 
 
 Você observe o exemplo que segue e perceba que quando um conectivo não 
está apropriadamente empregado acaba por comprometer a coerência do texto: 
Não fui ao cinema, ou estava doente. 
Neste caso, o conectivo apropriado seria pois ou seus similares ( porque, uma 
vez que ...) já que a ideia expressa a causa, o motivo pelo qual o enunciador não foi ao 
cinema. 
Finalmente, concluímos lembrando que o texto deve possuir o que chamamos 
de textualidade, que é o que faz com que um agrupamento de expressões linguísticas 
ou mesmo uma única lexia sejam considerados textos, isto é, uma unidade de sentido 
coesa e coerente. 
 
1.4 EXPLORE SEUS CONHECIMENTOS 
 
 
Leia o texto abaixo e complete as lacunas com elementos coesivos que estabeleça 
sentido. Utilize as palavras (desordenadas) do quadro para melhor orientação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
que por enquanto também embora mas também 
de modo desde a pela então porém 
por esse instrumento mas mais tarde 
1.4 
_____________________________________________________________________________
____ 
19 
 
COP-17 chega a acordo histórico, mas adia proteção ao clima 
CLAUDIO ANGELO 
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN 
O combate internacional à mudança climática teve hoje seu maior avanço político 
___________ criação do Protocolo de Kyoto, no fim dos anos 1990. A COP-17, a 
conferência do clima de Durban, África do Sul, terminou na madrugada deste domingo 
lançando a base para um futuro acordo contra as emissões de gases-estufa, que 
envolve metas para Estados Unidos e China, os dois maiores poluidores do planeta, 
mas só após 2020. 
_________ foi aprovada uma controversa extensão do acordo de Kyoto, que envolve 
apenas a União Europeia e mais um punhado de países e _________ não tem nem 
intervalo de tempo definido para vigorar. 
E foi lançado o chamado Fundo Verde do Clima, que tem a promessa de US$ 100 
bilhões anuais a partir de 2020 para combater as emissões e promover ações de 
adaptação à mudança climática nos países em desenvolvimento. 
________ não façam rigorosamente nada para combater o aquecimento global hoje, 
exceto manter os compromissos fracos que os países já haviam adotado na 
conferência de Copenhague, em 2009, e que deixam o mundo no rumo de um 
aquecimento de 2,5°C a 4°C neste século, as decisões adotadas em Durban têm caráter 
histórico. 
A principal delas, um texto de uma página e meia batizado de Plataforma de Durban, 
estabelece um calendário para criar "um protocolo, outro instrumento legal ou um 
resultado acordado com força legal" em 2015, que possa entrar em vigor até 2020. 
____________, todos os países do mundo terão de se comprometer a metas 
obrigatórias de redução de emissões. 
Trata-se de uma revolução política no âmbito da Convenção do Clima da ONU. Nas 
palavras do negociador-chefe americano, Todd Stern, a Plataforma de Durban 
"desbasta a barreira que existia entre países desenvolvidos e países em 
desenvolvimento" e que causou a divisão do planeta entre ricos e pobres (os 
chamados Anexo 1 e não-Anexo 1) em Kyoto. Foi essa divisão que impediu que o 
_____________________________________________________________________________
____ 
20 
 
Senado americano ratificasse o acordo assinado no Japão e que causou, ________, o 
impasse com a China que fez fracassar a conferência de Copenhague. 
O acordo foi negociado por meses entre os países emergentes, a União Europeia e os 
EUA, e costurado durante vários dias em reuniões secretas no hotel Hilton, em Durban. 
Na madrugada de domingo, ___________, ele ameaçou ruir. 
A Índia exigiu que fosse acrescentada no texto uma opção de ação mais frouxa, 
_______ a que ela não precisasse se comprometer com metas. Foi criticada por 
europeus e pelas nações-ilhas, que não só pediam um instrumento com força de lei, 
___________ exigiam sua ratificação em 2018, não 2020. 
A presidente da COP, a chancelersul-africana Maite Mashabane, suspendeu a sessão e 
pediu que a comissária europeia do Clima, Connie Hedegaard, e a ministra do 
Ambiente da Índia, Jayanthi Natarajan, fizessem "uma rodinha" para encontrar uma 
solução para o conflito. 
O ato de criatividade retórica que salvou Durban veio do embaixador brasileiro Luiz 
Alberto Figueiredo, que mais cedo havia brigado com os europeus por ter defendido, 
alinhado com os emergentes e com os EUA, a inclusão da expressão mais fraca 
"resultado legal". Figueiredo propôs trocar "resultado legal" por "resultado acordado 
com força legal", uma mudança aparentemente boba, ________ que salvou a 
negociação. 
"Temos de nos orgulhar muito, este é um momento histórico", disse Figueiredo a 
jornalistas após o fim da COP mais longa da história, com o sol já raiando em Durban. 
"Esta plataforma tem uma chance real de se tornar uma conquista ainda maior que o 
Mandato de Berlim", disse Hedegaard, em referência ao processo legal presidido em 
1995 _________ ministra do Ambiente alemã, Angela Merkel, e que deu origem a 
Kyoto. 
"Os países sairão daqui dizendo que foi um grande sucesso, especialmente os Estados 
Unidos. Mas para o clima não foi", afirmou Samantha Smith, da ONG WWF. 
(http://www1.folha.uol.com.br/ambiente 11/12/2011 - 08h20) 
 
2. Utilize o conectivo adequado para completar o texto que segue, de modo que a 
coesão e a coerência do texto sejam observadas. 
_____________________________________________________________________________
____ 
21 
 
 
A garota não aceitou o emprego, _______________ o salário fosse tentador. 
 
3. O texto que segue apresenta elementos de coesão? 
 
A pesca 
 
Affonso Romano de Sant'Anna 
 
O anil 
o anzol 
o azul 
 
o silêncio 
o tempo 
o peixe 
 
a agulha 
vertical 
mergulha 
 
a água 
a linha 
a espuma 
 
o tempo 
o peixe 
o silêncio 
 
a garganta 
a âncora 
o peixe 
 
a boca 
o arranco 
o rasgão 
 
aberta a água 
aberta a chaga 
aberto o anzol 
 
aqulíneo 
_____________________________________________________________________________
____ 
22 
 
ágil-claro 
estabanado 
 
o peixe 
a areia 
o sol. 
 
4. Pode-se dizer que o texto do exercício anterior é coerente? Explique. 
 
1.5 RESPOSTAS COMENTADAS 
 
 Caro(a) aluno(a), espero que você tenha completado o texto conforme segue: 
COP-17 chega a acordo histórico, mas adia proteção ao clima 
CLAUDIO ANGELO 
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN 
O combate internacional à mudança climática teve hoje seu maior avanço político 
desde a criação do Protocolo de Kyoto, no fim dos anos 1990. A COP-17, a conferência 
do clima de Durban, África do Sul, terminou na madrugada deste domingo lançando a 
base para um futuro acordo contra as emissões de gases-estufa, que envolve metas 
para Estados Unidos e China, os dois maiores poluidores do planeta --mas só após 
2020. 
Também foi aprovada uma controversa extensão do acordo de Kyoto, que envolve 
apenas a União Europeia e mais um punhado de países e que por enquanto não tem 
nem intervalo de tempo definido para vigorar. 
E foi lançado o chamado Fundo Verde do Clima, que tem a promessa de US$ 100 
bilhões anuais a partir de 2020 para combater as emissões e promover ações de 
adaptação à mudança climática nos países em desenvolvimento. 
Embora não façam rigorosamente nada para combater o aquecimento global hoje --
exceto manter os compromissos fracos que os países já haviam adotado na 
conferência de Copenhague, em 2009, e que deixam o mundo no rumo de um 
aquecimento de 2,5°C a 4°C neste século--, as decisões adotadas em Durban têm 
caráter histórico. 
_____________________________________________________________________________
____ 
23 
 
A principal delas, um texto de uma página e meia batizado de Plataforma de Durban, 
estabelece um calendário para criar "um protocolo, outro instrumento legal ou um 
resultado acordado com força legal" em 2015, que possa entrar em vigor até 2020. Por 
esse instrumento, todos os países do mundo terão de se comprometer a metas 
obrigatórias de redução de emissões. 
Trata-se de uma revolução política no âmbito da Convenção do Clima da ONU. Nas 
palavras do negociador-chefe americano, Todd Stern, a Plataforma de Durban 
"desbasta a barreira que existia entre países desenvolvidos e países em 
desenvolvimento" e que causou a divisão do planeta entre ricos e pobres (os 
chamados Anexo 1 e não-Anexo 1) em Kyoto. Foi essa divisão que impediu que o 
Senado americano ratificasse o acordo assinado no Japão e que causou, mais tarde, o 
impasse com a China que fez fracassar a conferência de Copenhague. 
O acordo foi negociado por meses entre os países emergentes, a União Europeia e os 
EUA, e costurado durante vários dias em reuniões secretas no hotel Hilton, em Durban. 
Na madrugada de domingo, porém, ele ameaçou ruir. 
A Índia exigiu que fosse acrescentada no texto uma opção de ação mais frouxa, de 
modo a que ela não precisasse se comprometer com metas. Foi criticada por europeus 
e pelas nações-ilhas, que não só pediam um instrumento com força de lei, mas 
também exigiam sua ratificação em 2018, não 2020. 
A presidente da COP, a chanceler sul-africana Maite Mashabane, suspendeu a sessão e 
pediu que a comissária europeia do Clima, Connie Hedegaard, e a ministra do 
Ambiente da Índia, Jayanthi Natarajan, fizessem "uma rodinha" para encontrar uma 
solução para o conflito. 
O ato de criatividade retórica que salvou Durban veio do embaixador brasileiro Luiz 
Alberto Figueiredo, que mais cedo havia brigado com os europeus por ter defendido, 
alinhado com os emergentes e com os EUA, a inclusão da expressão mais fraca 
"resultado legal". Figueiredo propôs trocar "resultado legal" por "resultado acordado 
com força legal", uma mudança aparentemente boba, mas que salvou a negociação. 
"Temos de nos orgulhar muito, este é um momento histórico", disse Figueiredo a 
jornalistas após o fim da COP mais longa da história, com o sol já raiando em Durban. 
_____________________________________________________________________________
____ 
24 
 
"Esta plataforma tem uma chance real de se tornar uma conquista ainda maior que o 
Mandato de Berlim", disse Hedegaard, em referência ao processo legal presidido em 
1995 pela então ministra do Ambiente alemã, Angela Merkel, e que deu origem a 
Kyoto. 
"Os países sairão daqui dizendo que foi um grande sucesso, especialmente os Estados 
Unidos. Mas para o clima não foi", afirmou Samantha Smith, da ONG WWF. 
 
2. Caro(a) aluno(a) , os conectivos que mais apropriadamente completam o trecho são 
os que seguem: 
 
A garota não aceitou o emprego, EMBORA OU AINDA QUE OU MESMO QUE o salário 
fosse tentador. 
 
3. Caro (a) aluno (a), o texto A Pesca, de Affonso Romano de Sant’Anna, não 
apresenta nenhum elemento coesivo: não há repetição de palavras; não há retomada 
de termos já citados; não há emprego de sinonímias ou hiperonímias etc. 
 
4. Pode-se dizer que o texto do exercício anterior é coerente? Explique. 
Embora não haja elementos coesivos, o texto é coerente. Isso se dá levando em 
conta o contexto global: título do poema e sequenciação de vocábulos no poema que 
constroem a narrativa: tudo o que ocorre para uma pesca- desde os preparativos até a 
efetiva realização da mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
25 
 
 
 
FONOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudaremos como os fonemas da língua se 
organizam no sistema. Preparado(a)? 
 
 LÍNGUA E FALA 
 
Língua é um sistema pertencenteà coletividade de falantes. Já nos ensinava 
Saussure que ela é abstrata e equivale a um contrato social. Nenhum falante sozinho 
pode criá-la, transformá-la. Justamente por isso ela é um contrato social. 
 
Fala é o uso da língua no momento da execução individual. Cada pessoa tem 
uma capacidade de expressar-se de acordo com os conhecimentos adquiridos durante 
sua vida. 
 
A fala é característica de determinados grupos sociais, e sofre alterações de 
acordo com a idade do falante, a região em que vive, o seu grau de instrução e outras 
2.1 
_____________________________________________________________________________
____ 
26 
 
variantes mais. Esse fenômeno explica, por exemplo a variação lexical entre mandioca 
e macaxeira. 
 
LETRAS E FONEMAS 
 
 
 
Fonema “é a menor unidade sonora formadora de uma palavra”. 
Exemplos: 
1- Na palavra “sexo” existem 5 fonemas, veja: (s / e / k / s / o) 
2- Na palavra “esquema” existem 6 fonemas, veja: (e / s / k / e / m / a) 
 
Letra “é o símbolo que representa graficamente (visualmente) o fonema; é percebido 
pela visão.” - Idem 
Exemplos: 
1- Na palavra “sexo” existem 4 letras, veja: (s / e / x / o) 
2- Na palavra “esquema” existem 7 letras, veja: (e / s / q / u / e / m / a) 
 
VOGAL E SEMIVOGAL 
 
Vogal: veja as características desse tipo de fonema: 
- é sempre a base sonora da sílaba; 
- não existe sílaba sem vogal; 
2.2 
2.3 
_____________________________________________________________________________
____ 
27 
 
- nunca há mais de uma vogal em uma sílaba. 
Exemplos: 
o-pi-ni-ão te-sou-ro a-cei-tou ca-dei-ra 
 
Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando aparecem ligados a uma vogal, 
formando sílaba com ela. 
Exemplos: 
o-pi-ni-ão te-sou-ro a-cei-tou ca-dei-ra 
 
ENCONTROS VOCÁLICOS 
 
Caro(a) aluno(a), denominam-se encontros vocálicos os sons vocálicos (vogais e 
semivogais) pronunciados na mesma sílaba. 
Os encontros vocálicos podem ser classificados como: ditongo, tritongo e 
hiato. Vejamos as características de cada um deles: 
Ditongo: Diz-se que há ditongo quando há o encontro de dois sons vocálicos 
pronunciados na mesma sílaba. Ex: a-guar-dar va-leu fai-xa 
 no-tí-cia 
Tritongo: Diz-se que há tritongo quando há o encontro de três sons vocálicos 
pronunciados na mesma sílaba. Ex: i-guais sa-guão a-ve-ri-guei 
Hiato: Diz-se que há hiato quando há dois sons vocálicos seguidos, mas pronunciados 
em sílabas diferentes. 
 Ex: cons-tru-ir su-a-do sa-ú-de ru-im 
 
ENCONTROS CONSONANTAIS 
 
Têm-se encontros consonantais quando duas consoantes aparecem juntas na 
mesma sílaba e são ambas pronunciadas. 
Ex: blo-co a-brir ci-clo-ne plu-ral a-gri-cul-tu-ra 
2.4 
2.5 
_____________________________________________________________________________
____ 
28 
 
 
DÍGRAFOS 
Quando há o encontro de dois grafemas (duas letras) que representam um 
único fonema (único som). 
Ex: capricho amarrar fosse descer 
 
Alguns dígrafos que devem ser separados na divisão silábica. São eles: 
ss - a-mas-sa-do 
rr - cor-rei-o 
sc - pis-ci-na 
Outros dígrafos não podem ter suas letras separadas. Vejamos: 
lh - jo-a-lhei-ro 
nh - quei-ji-nho 
ch - em-chen-te 
 
SÍLABAS 
 
Na Língua Portuguesa, existem palavras de uma sílaba (mês, tem) até palavras 
de muitas sílabas. 
Segundo a quantidade de sílabas das palavras, elas são classificadas como: 
 
Quantidade de sílabas Classificação Exemplos 
1 Monossílaba fé – vê – pai – Deus – tio - vez 
2 Dissílaba noi-te; can-tam; lá-bios; vin-te 
3 Trissílaba can-ta-vam; per-di-dos; en-con-tros 
4 ou mais Polissílaba ir-res-pon-sá-vel; con-fi-dên-cia 
 
2.6 
_____________________________________________________________________________
____ 
29 
 
 
2.7 EXPLORE SEU CONHECIMENTO 
 
1. Separe as sílabas das palavras que seguem e classifique-as quanto ao número. 
ÁGUA 
HERÓI 
ENXAGUOU 
EMPREENDIMENTO 
 
2. Classifique a palavra átomo quanto ao número de sílabas. 
3. Picareta é uma palavra _________________porque tem ____ sílabas. 
4. Separe as sílabas da palavra DEZ e diga se é monossílaba, dissílaba, trissílaba ou 
polissílaba. 
 
2.8 RESPOSTAS COMENTADAS 
 
1. Caro (a) aluno (a), após estudar este capítulo, espero eu você tenha 
classificado as palavras conforme segue: 
ÁGUA = Á-GUA ( DISSÍLABA) 
HERÓI = HE-RÓI (DISSÍLABA) 
ENXAGUOU= EM-XA-GUOU ( TRISSÍLABA) 
EMPREENDIMENTO= EM-PRE-EN-DI-MEN-TO (POLISSÍLABA) 
2. Átomo é uma palavra TRISSÍLABA: á- to- mo. 
 
3. Picareta é uma palavra POLISSÍLABA porque tem QUATRO sílabas. 
4. DEZ: é uma palavra monossílaba. 
 
 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
30 
 
 
 
 
ORTOGRAFIA 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você vai estudar a ortografia da Língua 
Portuguesa. Vamos ao trabalho? 
 
AS PALAVRAS E SUAS SÍLABAS 
TÔNICAS 
 
Sílabas tônicas são as que, em uma palavra, são pronunciadas com mais 
intensidade, com mais “força” que as demais. Nem sempre as sílabas tônicas são 
acentuadas graficamente. 
Exemplos: 
an-ti-pá-ti-co ve-lo-ci-da-de in-va-são grá-fi-ca vo-vó 
 
De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se da seguinte forma: 
Classificação Posição da sílaba tônica Exemplos 
Oxítona Última Guaraná, Pacaembu, quintal 
Paroxítona Penúltima Madeira, repórter, digno 
Proparoxítona Antepenúltima Simpático, próximo, lâmina 
3.1 
_____________________________________________________________________________
____ 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
 
 
a) Palavras Monossílabas 
As palavras de uma só sílaba dividem-se em átonas e tônicas. Para facilitar sua 
compreensão, pense dessa forma: as monossílabas tônicas podem ser usadas como 
resposta a alguma pergunta. 
Exemplos: 
- Você viajará? – sim 
- Ele vai jantar? – vai 
- Como é a professora? – má 
- Veio acompanhada ou só? – só 
 
As monossílabas átonas, ao contrário das tônicas, não podem ser usadas como 
resposta. Imagine se haveria alguma pergunta que você pudesse responder com: se, 
te, tu, lhe, me, etc. 
3.2 
Atenção 
Sílaba tônica é a sílaba cuja pronúncia é mais forte e não aquela que é acentuada! 
 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
32 
 
 
Vamos, agora, conhecer quais palavras monossílabas devem ser acentuadas 
graficamente. Lembre-se de que somente as monossílabas tônicas podem ser 
acentuadas graficamente. 
Você verá, portanto, quais delas devem receber o acento gráfico e quais não o 
recebem: 
 
REGRA: Devem ser acentuadas todas as palavras monossílabas tônicas que terminam 
em: “a”, “e”, “o”, “éi”, “ói” e “éu” – seguidos ou não de “s”. 
Exemplos: pá, lá, má, vó, vô, ré, só, réis, mói, céu. 
 
 
b) Palavras Oxítonas (quem têm a última sílaba tônica) 
REGRA: Devem ser acentuadas todas as palavras oxítonas terminadas em: “a”, “e”, 
“o”, “éi”, “ói”, “éu”, “ém” e “éns” – seguidos ou não de “s”. 
Exemplos: vatapá, café, vovó, vovô, anéis, corrói, lençóis, troféu, chapéus, também, 
amém, parabéns, reféns. 
 
ATENÇÃO: O sinal nasalazador “~” (til) não é considerado acento gráfico. 
Portanto, não poderemos considerar que “coração, feijão, consideração”, etc. 
sejam palavras acentuadas graficamente. 
 
 
c) Palavras Proparoxítonas (que têm a antepenúltima sílaba tônica) 
REGRA: Todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas graficamente. Fácil, 
não é? 
Exemplos: oxítona, paroxítona,proparoxítona, crisântemo, ridículo, ícone, lâmpada, 
código, tímido, êxito, protótipo, místico, cândida, mímica, rústico, diálogo, fenômeno, 
etc. 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
33 
 
d) Palavras Paroxítonas 
Relembrando: As palavras paroxítonas recebem o acento tônico na penúltima sílaba, 
porém, somente as que terminam com determinadas letras, devem ser acentuadas 
graficamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe as palavras abaixo: 
repórter, águas, falência, bônus, tórax, júri, tênis, pólen, lavável, ímã, órfãs, sótão, 
órgãos. 
Veja que, com exceção do “o”, as palavras paroxítonas terminadas com as letras 
grafadas devem ser acentuadas graficamente. 
 
Acrescente somente mais três terminações e a regra ficará completa. Veja: 
bíceps, álbum e álbuns. 
 
REGRA GERAL: Devem receber o acento gráfico as palavras paroxítonas terminadas 
em: 
um, uns, ps, r, l, x, n 
e também as paroxítonas terminadas em: 
ditongo, i, ã, ao (seguidos ou não de “s”) 
 
e) Hiato 
As vogais tônicas (i e u), localizadas à direita do hiato, devem também receber o 
acento gráfico. 
Veja os exemplos: ra-í-zes; sa-í-ram; sa-ú-de; sa-ú-va, A-nhan-ga-ba-ú. 
DICA 
Utilize a palavra mnemônica ROUXINOLÃO para fixar as regras das palavras 
paroxítonas que devem receber o acento gráfico. Veja como utilizá-la de forma 
bem prática: 
R O U X I N O L Ã O 
 ditongos 
_____________________________________________________________________________
____ 
34 
 
OBS: Não devem receber o acento gráfico, o “i” e “u” quando antecederem “nh”. 
Ex: ra-i-nha; sa-i-nha; 
 
 
 
Você verá agora a grafia de algumas palavras que podem causar dúvidas: 
 
EMPREGO DE CERTAS LETRAS 
 
 ALGUNS EMPREGOS DE “S” E DE “Z” 
a) Escrevem-se com ES/ESA os sufixos que indicam nacionalidade, origem ou 
procedência. Ex: francês, francesa – chinês, chinesa – camponês, camponesa. 
b) Escrevem-se com ISA os sufixos que entram na formação do gênero feminino. 
Ex: profeta, profetisa – sacerdote, sacerdotisa – poeta, poetisa. 
c) Escrevem-se com EZ/EZA os sufixos que se unem a adjetivos para formar 
substantivos abstratos. Ex: rápida, rapidez – belo, beleza – límpido, limpidez. 
d) Escrevem-se com ISAR os verbos formados a partir de palavras que já têm “s” 
na última sílaba. Ex: dose, dosar – piso, pisar – manso, amansar. 
e) Escrevem-se com IZAR os verbos formados de palavras que não têm “s” na 
última sílaba. Ex: canal, canalizar – terror, aterrorizar – padrão, padronizar. 
f) Depois de ditongo, emprega-se sempre “S”. Ex: coisa, maisena, pausa, lousa, 
causa, aplauso, ousado, faisão. 
g) Nas formas dos verbos QUERER e POR (e nos derivados deles), usa-se sempre 
“S”. Ex: quis, quiseram, quiser – pus, puserem, pusemos, depuser, repuserem. 
 
3.3 
Saiba Mais 
Ortografia é a escrita correta das palavras. Todos os falantes de uma língua têm 
obrigação de falar bem seu idioma. 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
35 
 
ALGUNS EMPREGOS DE “J” E DE “G” 
a) São escritas com J as palavras formadas a partir de outras que terminam com 
a sílaba “já”. Ex: loja, lojista – laranja, laranjeira – cereja, cerejeira - franja, 
franjinha – granja, granjeiro. 
b) Escrevem-se com G as palavras terminadas em: ágio, égio, ígio, ógio, úgio, 
agem, igem e ugem. Exceções: pajem e lambujem. Ex: contágio, sacrilégio, 
litígio, relógio, refúgio, barragem, origem, penugem. 
 
ALGUNS EMPREGOS DE “X” E DE “CH” 
a) Depois de ditongo, emprega-se X. (Exceções: recauchutar, recauchutagem) Ex: 
ameixa, rouxinol, paixão, desleixado. 
b) Depois da sílaba inicial “em”, emprega-se X. (Exceções: palavras formadas de 
outras grafadas com “ch”, como: encher (de cheio) e encharcar (de charco). 
Ex: enxugar, enxame, enxoval, enxurrada, enxaqueca, enxotar, enxofre, 
enxerto, enxerido. 
 
EMPREGO DAS PALAVRAS “MAU” E 
“MAL” 
 
MAU é o contrário de BOM. MAL é o contrário de BEM. 
Quanto tiver dúvida, tente substituir a palavra para dar sentido à frase; observe as 
frases: 
- O aluno foi MAU/MAL na prova. Se substituirmos MAU por BOM, a frase fica 
estranha, não é mesmo? Mas se a troca for MAL por BEM, então dará sentido: “O 
aluno foi BEM na prova; então eu deveria escrever MAL. 
- Nas telenovelas sempre há um homem MAU/MAL. Se usarmos a regrinha do 
“contrário”, veremos que não faz sentido dizer: “Nas telenovelas sempre há um 
homem BEM.” Portanto, esse MAU (contrário de BOM) deve ser escrito com U. 
 
 
3.4 
_____________________________________________________________________________
____ 
36 
 
USO DE “POR QUE”, “PORQUE”, 
“PORQUÊ” E “POR QUÊ” 
 
a) POR QUE – Essa forma deve ser empregada quando no sentido de “razão ou 
motivo” ou com o significado de “pelo qual”. 
Ex: Por que você faltou ontem? (razão) 
 Vou explicar-lhe por que não voltei lá. (razão) 
 São humilhantes as situações por que ele tem passado. (pelas quais) 
 
b) POR QUÊ – Essa forma só é usada no final de frases. 
Ex: Você faltou ontem por quê? 
 Eles nos enganaram, mas jamais saberemos por quê. 
c) PORQUE – Emprega-se em frases afirmativas e em respostas; geralmente 
como forma equivalente a “pois” ou “como”. 
Ex: Faltei à aula porque precisei viajar às pressas. (pois) 
 Porque jogava mal, os colegas o obrigavam a jogar no gol. (como) 
 
d) PORQUÊ – Essa forma é empregada com o significado aproximado de 
“razão/motivo”. É sempre precedida de artigo ou pronome. 
Ex: Ninguém sabia o porquê da demissão do professor. 
 Não houve um porquê específico para ele abandonar o projeto. 
 Eles nos traíram, mas jamais saberemos o porquê. 
 Desconfiado, ele nos interrogou com muitos porquês. 
 
EXPLORE SEU CONHECIMENTO 
 
Observe a sequência de palavras acentuadas graficamente: 
 
 
Negócios – política – fácil – país – só 
3.5 
3.6 
_____________________________________________________________________________
____ 
37 
 
1. Indique a opção em que as palavras foram acentuadas, respectivamente, pelo 
mesmo motivo que as da sequência proposta. 
a) Artística – influência – está – anzóis – pé 
b) Influência – café – artística – saída – mão 
c) Influência – artística – automóvel – saída – pó 
d) Influência – artística – saúde – pé – automóvel 
e) Gláucia – mecânico – ágil – pão - dó 
 
2. Marque a opção em que as palavras obedecem à mesma regra de acentuação 
gráfica. 
a) própria – média – pílula – época 
b) média – História – cárie – trajetória 
c) aéreo – possível – país – biquíni 
d) pílula – História – símbolo – trajetória 
e) amálgama – descartável – ignorância – cântaro 
 
3. Complete utilizando porque/por que/porquê/ por quê: 
 
____________você não compareceu à palestra de seu curso? 
 
4.Utilize mau/mal: 
Ele é um ______professor, porque está sempre de ________humor e por isso trata 
muito ________seus alunos. 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________________________________
____ 
38 
 
 3.7 RESPOSTAS COMENTADAS 
 
 Caro(a) aluno(a), depois de estudar as regras de acentuação gráfica, espero que 
suas respostas sejam as que seguem: 
1. 
c) Influência – artística – automóvel – saída – pó 
 Influência e negócios são paroxítonas terminadas em ditongo; 
 Artística e política são proparoxítonas; 
 Automóvel e fácil são paroxítonas terminadas em L; 
Saída e país são acentuadas pois são hiatos; 
Pó e só são monossílabos tónicosterminados em “o”. 
2. 
b) média – História – cárie – trajetória 
 A regra de acentuação a que pertencem todos os vocábulos é a seguinte: 
Acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em ditongo. 
 
3. POR QUE você não compareceu à palestra de seu curso? 
Sempre se usa porque no início de perguntas. 
 
4.Ele é um MAU professor, porque está sempre de MAU humor e por isso trata muito 
MAL seus alunos. 
Mau é adjetivo, antônimo de bom. Mal é advérbio, antônimo de bem. 
 
 
 
 
 
 
 
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AS CLASSES DE PALAVRAS 
 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), você estudará neste capítulo as classes de palavras. 
Preparado(a)? 
As palavras da língua são agrupadas em dez classes: substantivo, artigo, 
adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 
a) SUBSTANTIVO 
É a classe de palavras que diz respeito aos nomes. 
 
Artigo 
Adjetivo 
Numeral 
Pronome 
 
Observando o gráfico, você pode compreender que essas quatro classes de palavras 
(artigo, adjetivo, numeral e pronome) devem sempre concordar com o Substantivo. 
Vejamos: 
 O menino caiu. 
artigo substantivo verbo 
 
Aquelas garotas boas estudaram. 
 
SUBSTANTIVO 
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pronome substantivo adjetivo verbo 
 
 Duas alunas estudiosas elaboraram os trabalhos. 
numeral substantivo adjetivo verbo artigo substantivo. 
 
Você percebeu como as quatro classes citadas devem concordar com o substantivo 
(masculino, feminino, singular ou plural)? 
A importância do Substantivo deve-se ao fato de que ele “dá nome às coisas, 
pessoas, sentimentos, lugares”, ou seja, nomeia tudo o que existe ou que 
imaginamos existir. 
Ex: casa, carro, prédio, cachorro, Antonio, São Paulo, fada, bruxa, batata, etc. 
Os substantivos podem ser subdivididos em: 
I- Comum – quando indicado todos os seres da uma mesma espécie 
(cidade). 
II- Próprio – quando indica um só ser de uma mesma espécie (São Paulo). 
Estes devem sempre ser escritos com letra maiúscula inicial. 
III- Simples – quando formado por uma só palavra (batata). 
IV- Composto - quando formado por duas ou mais palavras (batata-doce). 
V- Primitivo – quando dá origem a outras palavras (ferro). 
VI- Derivado – quando se origina de outra palavra (ferreiro). 
VII- Concreto – quando indica um ser de existência independente, real ou 
não (livro, ar, fada). 
VIII- Abstrato – quando indica um ser de existência dependente, concebido 
pela nossa consciência (amor, ódio, ciúme). 
IX- Coletivo - quando um substantivo, no singular, indica uma porção de 
seres da mesma espécie (discoteca, colmeia, arquipélago). 
 
Os substantivos podem ser flexionados em: 
- Gênero (masculino e feminino) = aluno, aluna 
- Número (singular e plural) = alunos, alunas 
- Grau (normal, diminutivo, aumentativo) = nariz, narizinho, narigão 
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b) ARTIGO – é a palavra que vem antes do Substantivo para individualizá-lo ou 
para generalizá-lo. 
Ex: o livro a caneta um livro uma caneta 
Observe que quando digo “Pegue um caderno”, refiro-me a qualquer caderno, 
não especificando qual eu desejo. (artigo indefinido – são eles: UM, UMA, UNS, 
UMAS) 
Mas se eu disser “Pegue o caderno”, certamente você já saberá a qual deles me 
refiro. (artigo definido – são eles: O, A, OS, AS) 
 
c) ADJETIVO – é a palavra que acompanha ou modifica o Substantivo, para 
indicar sua qualidade, estado, condição. 
Ex: homem bom mulher grande 
 substantivo adjetivo substantivo adjetivo 
 
Os Adjetivos podem ser flexionados em: 
- Gênero (masculino e feminino) = cidade pequena – barco antigo 
- Número (singular e plural) = cidade pequena – sonhos impossíveis 
- Grau (comparativo) = A árvore era mais alta que a casa. 
 A noite foi tão quente quanto o dia. 
 Seu irmão é menos estudioso que você. 
 - Grau (superlativo) = Este exercício é facílimo. 
 Fiz o exercício mais fácil de todos. 
 Fiz o exercício menos fácil de todos. 
 
d) NUMERAL – é a palavra que dá ideia de número (um, dois, três, mil, etc.) ou 
de ordem numérica (primeiro, segundo, terceiro, milésimo, etc.). O numeral 
também pode indicar multiplicação (dobro, triplo, quádruplo) ou fração 
(meio, metade, terça parte, dois quinze avos). 
 
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e) PRONOME – é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, 
indicando a pessoa gramatical. 
Ex: ELA chegou, mas não A vi. 
 NOSSO carro é AQUELE calhambeque. 
OS PRONOMES PODEM SER: 
 
1) Pessoais – Estes, subdividem-se em: retos e oblíquos e de tratamento. 
 
Pronomes retos 
(função de sujeito) 
Pronomes oblíquos 
(função de 
complemento) 
Pronomes de tratamento 
eu me, mim, comigo 
tu te, ti, contigo 
ele/ela se, lhe, o, a, si, consigo você, senhor, Vossa 
Excência, Vossa Majestade, 
etc. 
nós nos, conosco 
vós vos, convosco 
eles/elas se, lhes, os, as, si, 
consigo 
vocês, senhores, Vossas 
Excelências, Vossas 
Majestades, etc. 
 
2) Possessivos – são os que dão ideia de posse, referindo-se a uma pessoa 
gramatical. 
 
Pronomes retos Pronomes possessivos 
1ª. pessoa – EU meu, minha, meus, minhas 
2ª. pessoa – TU teu, tua, teus, tuas 
2ª. pessoa - ELE seu, sua, seus, suas 
1ª. pessoa - NÓS nosso, nossa 
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2ª. pessoa - VÓS vosso, vossa 
3ª. pessoa - ELES seus, suas 
 
 
3) Demonstrativos – são os pronomes que indicam a posição de um ser em 
relação à pessoa gramatical. 
Os principais pronomes demonstrativos são: 
ESTE, ESTA, ISTO, ESSE, ESSA, ISSO, AQUELE, AQUELA, AQUILO. 
Quanto ao seu uso, é importante sabermos que: 
- ESTE, ESTES, ESTA, ESTAS, ISTO – 
 No espaço: indicam o que está próximo de quem fala/escreve. 
 No contexto: referem-se a algo que será dito/escrito. 
 No tempo: indicam tempo atual, presente (em relação ao momento da 
fala). 
EX: Esta aliança que está em meu dedo, é a recordação de um pacto. 
 Meu grande objetivo sempre foi este: ajudar as pessoas. 
 Esta aula de hoje é muito útil. 
- ESSE, ESSES, ESSA, ESSAS, ISSO – 
 No espaço: indicam o que está próximo de quem ouve/lê. 
 No contexto: referem-se a algo que já foi dito/escrito. 
 No tempo: Marcam um tempo anterior próximo ou posterior próximo. 
EX: Posso dar uma olhada nesse livro que está com você? 
 “É mentira!” – Foi só isso que ele disse antes de sair. 
 A meteorologia prevê que esse fim de semana terá tempo bom. 
- AQUELE, AQUELES, AQUELA, AQUELAS, AQUILO – 
 No espaço: indicam o que está longe de quem fala/escreve e de quem 
ouve/lê. 
 No contexto: indicam um elemento referido anteriormente a outro. 
 No tempo: indicam tempo distante, bem anterior ou posterior ao 
momento da fala/escrita. 
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EX: Aqui do avião, aquele rio lá embaixo parece uma cicatriz na 
selva. 
 Marcos e Carla são irmãos. Aquele é músico; esta é médica. 
 Naquela época de meus avós, aqui só havia fazendas de café. 
 
4) Relativos - são aqueles que retomam um substantivo (ou um pronome) 
anterior a eles, substituindo-o no início da oração seguinte.São eles: O/A QUAL, OS/AS QUAIS, QUE, CUJO, CUJOS, CUJA, CUJAS, QUEM, 
QUANTO, QUANTOS, QUANTA, QUANTAS, ONDE, AONDE. 
Ex: O jogo, que decidirá o campeonato, será no domingo. 
 Conheço a cidade a qual (que) você visitou ontem. 
 Serão atendidas as pessoas cujos nomes constem na lista. 
 Visitarei a cidade onde nasci. 
 
5) Indefinidos – são aqueles que se referem de modo vago, indeterminado, à 
3ª. pessoa gramatical. 
Os mais comuns são: ALGUM (UNS), ALGUMA(S), ALGUÉM, NENHUM(UNS), 
NENHUMA(S), TODO(S), TODA(S), MUITO(S), MUITA(S), POUCO(S), 
POUCA(S), CERTO(S) CERTA(S), QUALQUER, QUAISQUER 
EX: Algum amigo telefonará para você. 
 Certos indivíduos destroem as praças. 
 As lojas todas estarão fechadas amanhã. 
 Muitos serão chamados, porém poucos serão escolhidos. 
 
6) Interrogativos – são pronomes empregados em frases interrogativas. 
São eles: QUE, QUEM, QUAL, QUAIS, QUANTO(S), QUANTA(S). 
EX: Quantos trabalhadores construíram este prédio? 
 Qual era o nome do cozinheiro? 
 Quem vencerá a Copa do Mundo? 
 
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f) VERBO – é a palavra que podemos conjugar. O verbo, por si só, exprime um 
fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-se no tempo. 
Existem, na Língua Portuguesa, aproximadamente onze mil verbos, que são 
divididos em três subgrupos, chamados de conjugações. Assim: 
- 1ª. conjugação – todos os verbos terminados em AR (amar, cantar, dançar). 
2ª. conjugação – todos os verbos terminados em ER (viver, ser, beber, vencer). 
3ª. conjugação – todos os verbos terminados em IR (sentir, rir, vir, decidir). 
 
MODOS VERBAIS – São três: 
- Indicativo: exprime atitudes de certeza (ele virá) 
- Subjuntivo: exprime atitudes de hipótese (se ele vier) 
- Imperativo: exprime atitudes de ordem, pedido, conselho (venha) 
 
 
 
 
TEMPOS VERBAIS: 
 
 - Presente (eu trabalho) 
 
MODO perfeito (eu trabalhei) 
INDICATIVO - Pretérito imperfeito (eu trabalhava) 
 mais-que-perfeito (eu trabalhara) 
 
 - Futuro do presente (eu trabalharei) 
 do pretérito (eu trabalharia) 
 
 
 
 
 
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MODO - Presente (que eu trabalhe) 
SUBJUNTIVO - Pretérito imperfeito (se eu trabalhasse) 
 - Futuro (quando eu trabalhar) 
 
 
FORMAS - Infinitivo: terminação –R (andar, viver, sorrir) 
NOMINAIS - Gerúndio: terminação –NDO (andando, vivendo, 
sorrindo) 
 - Particípio: terminação –ADO/-IDO (andado, vivido) 
 
VERBOS REGULARES: um verbo é regular quando ele, ao ser conjugado, não 
sofre nenhuma alteração no radical. 
EX: o verbo ANDAR, em qualquer tempo, modo e pessoa, o radical AND não 
sofrerá alteração: eu ando, se eles andassem, nós andaríamos, quando tu 
andares, etc. Outros exemplos de verbos regulares são: FALAR, VIVER, 
DEPENDER, DIVIDIR, PARTIR. 
 
VERBOS IRREGULARES: é aquele que, ao ser conjugado, sofre alterações, 
geralmente no radical. Vejamos alguns exemplos: 
DIZER – eu digo, se eu disser, eu direi. 
FAZER – eu faço, se eles fizessem, nós faremos. 
CABER – eu caibo, que eles coubessem, que eles caibam. 
PEDIR – eu peço, que nós peçamos, que eles peçam. 
 
VERBOS DEFECTIVOS: são os que apresentam falhas, defeitos, em sua 
conjugação. Algumas formas soariam estranham se as utilizássemos. 
EX: Ao conjugar os verbos COLORIR, ABOLIR, FALIR E CHOVER na primeira 
pessoa do singular do presente do indicativo, teríamos: “eu coloro”, “ eu 
abulo”, “eu falo” e “eu chovo”. 
 
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VERBOS ABUNDANTES: são aqueles que apresentam duas formas de mesmo 
valor. 
EX: MATAR = matado / morto 
 PRENDER = prendido / preso 
O particípio regular apresenta as terminações –ado e –ido. Portanto, matado e 
prendido são particípios regulares e morto e preso são irregulares. 
Observe alguns verbos no quadro abaixo: 
 
Verbo abundante Particípio regular 
(terminação –ado / -ido) 
Particípio irregular 
Aceitar Aceitado Aceito 
Acender Acendido Aceso 
Eleger Elegido Eleito 
Entregar Entregado Entregue 
Enxugar Enxugado Enxuto 
Expulsar Expulsado Expulso 
Extinguir Extinguido Extinto 
Imprimir Imprimido Impresso 
Limpar Limpado Limpo 
Morrer Morrido Morto 
Murchar Murchado Murcho 
Soltar Soltado Solto 
Suspender Suspendido Suspenso 
Para que não haja dúvidas quanto ao uso desses verbos, você deverá observar 
o seguinte: 
- Particípio regular → usa-se com os verbos TER e HAVER. 
EX: A fome tem matado milhares de crianças em todo o mundo. 
 O povo havia elegido o presidente. 
 
- Particípio irregular → usa-se com os verbos SER e ESTAR. 
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48 
 
EX: O presidente foi eleito com o apoio dos banqueiros. 
 O cãozinho ainda não estava morto quando o tiramos da rua. 
 
ATENÇÃO: A expressão “Eu tinha chego”, NÃO EXISTE! 
 
 
g) ADVÉRBIOS / LOCUÇÕES ADVERBIAIS– são palavras invariáveis que se 
relacionam com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo, de lugar, de 
modo etc.) em que ocorrem as ações verbais. 
Veja no quadro abaixo, alguns advérbios/locuções adverbiais e suas classificações: 
 
Classificação Principais Exemplo 
Afirmação Sim, certamente, 
realmente, sem dúvida 
Nós vimos, sim, o filme. 
Dúvida Talvez, acaso Talvez viajemos juntos. 
Intensidade Pouco, bastante, muito, 
tão, demais 
Ela trabalha muito. 
Lugar Aqui, lá, perto, longe, por 
dentro, embaixo 
O hotel fica perto. 
Modo Mal, devagar, assim, às 
pressas, rapidamente 
O frio ia chegando devagar. 
Negação Não, de modo algum Eles não querem nos apoiar. 
Tempo Agora, sempre, nunca, 
brevemente, à noite, de vez 
em quando 
Você nunca viaja à noite? 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
DIFERENÇA ENTRE O ADJETIVO E O ADVÉRBIO: 
O adjetivo modifica o substantivo, enquanto que o advérbio modifica o verbo. 
 
 
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EXPLORE SEU CONHECIMENTO 
 
1. A que classe de palavras pertencem os vocábulos destacados nas frases que 
seguem? 
 
 As meninas estão brincando. 
Todos os jogadores eram excelentes. 
Haveria outra forma de acreditar nele? 
Os políticos brasileiros não têm muita credibilidade. 
 
2. Alguns verbos que têm duplo particípio são chamados de verbos abundantes. Nas 
orações abaixo, assinale a que tem o emprego incorreto do particípio: 
a) O partido já tinha aceito a renúncia do candidato. 
b) Ambos tinham aceitado o chamado. 
c) As fogueiras estavam acesas. 
d) A empresa tinha suspendido o pagamento. 
e) O banheiro já fora enxuto. 
 
3. A que classe de palavras pertence o termo grifado na seguinte oração: 
Aquele belo menino sabia escolher as palavras justas! 
 
4,A que classe de palavras pertence o vocábulo grifado na oração que segue: 
 
Eles não saberiam escolher um presente que contentasse aquele professor casmurro. 
 
 
 
 
 
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4.2 RESPOSTAS COMENTADAS 
 
 Caro(a) aluno(a), depois que você estudou as classes de palavras, espero que 
você tenha classificado os vocábulos desatacados conforme abaixo: 
1. A que classe de palavras pertencemos vocábulos destacados nas frases que 
seguem? 
As meninas estão brincando. (Artigo definido) 
Todos os jogadores eram excelentes. (Adjetivo) 
Haveria outra forma de acreditar nele? (Verbo) 
Os políticos brasileiros não têm muita credibilidade. (Substantivo) 
 
2. 
a) O partido já tinha aceito a renúncia do candidato. 
 O particípio correto é aceitado! 
 
3. Aquele belo menino sabia escolher as palavras justas! 
Belo é adjetivo: caracteriza o substantivo menino. 
 
4.Eles não saberiam escolher um presente que contentasse aquele professor 
casmurro. 
Eles é pronome pessoal do caso reto. 
 
 
 
 
 
 
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CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA 
 
 
 Caro (a) aluno (a), você agora verá os principais casos de concordância e 
regência de verbos e nomes. Espero que você aproveite este capítulo! 
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGRA GERAL: As palavras variáveis (artigo, adjetivo, numeral e pronome) que se 
referem ao substantivo devem concordar com ele em gênero (masculino/feminino) e 
número (singular/plural). 
 
Ex: Todas as organizações humanitárias criticaram os dois países. 
 pron art subst. adj verbo art num subst 
 
 
CASOS ESPECÍFICOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
1) ANEXO, INCLUSO E OBRIGADO 
Concordam com a palavra a que se referem. 
Ex: Ele enviará anexos ao contrato os recibos. 
5.1 
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52 
 
 As taxas inclusas na mensalidade eram ilegais. 
 A garotinha disse timidamente: obrigada. 
 
2) MESMO E BASTANTE 
Essas palavras ora exercem papel de advérbio, ora de pronome. Como 
advérbio, são invariáveis; como pronomes, concordam com a palavra a que se 
referem. A palavra bastante irá para o plural (bastantes) quando puder ser 
trocada por muitos. 
Ex: As pessoas deveriam se interessar mesmo (advérbio = realmente) pela 
situação do país. 
 As crianças mesmas (pronome) contaram o que aconteceu na festa. 
 Por causa do calor, os ciclistas se desgastaram bastante. (advérbio = muito) 
 Na biblioteca da escola, há bastantes (pronome = muitos) livros sobre 
ecologia. 
 
 
3) CARO, BARATO, SÓ E MEIO 
Caro, barato e só são invariáveis quando funcionam como advérbio e variáveis 
quando funcionam como adjetivo. 
Ex: Os turistas pagam caro (advérbio) para se hospedar neste hotel. 
 Elas só usam jóias baratas (adjetivo de jóias), embora sejam ricas. 
 São muito caras (adjetivo de internações) as internações em hospitais 
particulares. 
 Muitas pessoas se sentem sós (adjetivo de pessoas), mesmo no meio da 
multidão. 
Meio – quando numeral (metade), concorda com a palavra a que se refere; 
quando advérbio (um pouco), é invariável. 
Ex: Ao meio (numeral)-dia e meia (numeral), as crianças já estão meio advérbio 
cansadas. 
 Atenção! 
Ela anda meio preocupada!!! 
Nunca diga : Ela anda meia preocupada!!! 
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53 
 
 
 
4) É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO + SUBSTANTIVO 
Se o substantivo está acompanhado de artigo ou pronome, o adjetivo concorda 
com o substantivo. 
Ex: É proibida a entrada de estranhos. 
 
Se o substantivo apresenta-se sem palavra determinante, o adjetivo fica 
invariável. 
Ex: É proibido entrada de estranhos. 
 Para aturá-lo, é necessário paciência. 
 Todos sabem que laranja é bom para a saúde. 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
 
 
 
 
 
 
a) Com sujeito simples – Como o sujeito sempre manda no verbo, se o sujeito 
estiver no plural, o verbo o acompanhará, não importando a colocação do 
verbo na frase. Veja: 
O menino apareceu na festa. / Os meninos apareceram na festa. 
A alta dos preços dos alimentos irrita o povo. 
 
 
5.2 
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54 
 
ATENÇÃO: 
I- Qualquer nome acompanhado de artigo no plural exige o verbo no 
plural. Ex: OS Andes FICAM na América do Sul. 
OS Estados Unidos SÃO uma superpotência. 
 
II- Se o artigo estiver no singular, ou se não houver artigo, o verbo ficará no 
singular. 
Ex: O Amazonas É um grande rio. 
 CAMPINAS É uma grande cidade. 
 
III- Quando um pronome no singular estiver seguido das expressões DE NÓS, 
DE VÓS, DE VOCÊS, DELES, ou de qualquer outra no plural, o verbo 
ficará no singular. 
Ex: NENHUM de nós VOTARÁ mais em gente corrupta. 
 ALGUM de vocês GOSTA de políticos demagogos? 
 
IV- Se, porém, o pronome estiver no plural, o verbo concordará com a 
expressão que vier depois do pronome. 
Ex ALGUNS de nós ainda VOTAREMOS em gente corrupta? 
 QUAIS de vós ainda VOTAREIS em gente corrupta? 
 
V- O pronome QUEM exige o verbo na 3ª. pessoa do singular. 
Ex: Hoje sou EU QUEM paga a conta. 
 Hoje somos NÓS QUEM paga a conta. 
 
VI- Porém, se no lugar do pronome QUEM, aparecer QUE, a concordância se 
fará com o pronome reto anterior. 
Ex: Hoje sou eu QUE pago a conta. 
 Hoje somos nós QUE pagamos a conta. 
 Hoje são eles QUE pagam a conta. 
 
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55 
 
VII- O verbo FAZER, quando dá ideia de tempo, não varia. 
Ex: FAZ dois anos que não viajo. 
 Ontem FEZ trinta dias que assisti a esse filme. 
 
VIII- O verbo HAVER, quando significa existir, acontecer, realizar-se ou fazer 
(em orações temporais), não varia. 
Ex: HAVIA muitas pessoas na fila. (existiam) 
 HAVERÁ eleições este ano. (realizar-se-ão) 
 HÁ tempos não viajo de trem. (faz) 
 
IX- Os verbos DAR, SOAR E BATER variam normalmente. 
Ex: Já DERAM onze horas? 
 ESTÃO DANDO seis horas só agora. 
 Já SOARAM oito horas? 
 
 
b) Com sujeito composto - REGRA GERAL: Todo sujeito composto exige o verbo no 
plural. 
Ex: Ela e o namorado CAÍRAM do cavalo. 
 
ALGUNS CASOS ESPECIAIS 
I- Sujeito formado por infinitivos exige o verbo no singular. 
Ex: Apanhar e chorar FAZ bem de vez em quando. 
 
II- Se, porém, os infinitivos forem antônimos, ou se vierem com o artigo O, 
o verbo irá para o plural. 
Ex: Rir e chorar SÃO próprios do homem. 
 O comer e o beber demais FAZEM mal à saúde 
 
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56 
 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o modo como o nome se relaciona com o termo que lhe serve de complemento. 
Observe a frase abaixo e veja que nela falta algo: 
 
“ Meu filho tem medo de escuro”. 
 
Você percebe que há algo errado? Pois é, falta a preposição “de”, porque a 
palavra “medo” exige a preposição, pois, quem tem medo, tem medo DE algo ou de 
alguém. Não dizemos ter medo algo ou alguém, não é verdade? 
É exatamente essa ocorrência que denominamos regência nominal, pois 
determinados “nomes” exigem certas palavrinhas (preposições) para ligá-los a outras. 
 
Relação de nomes e as preposições que eles exigem: 
Adepto DE Favorável A Relativo A 
Alheio A Feliz DE, POR, EM, COM Residente EM 
Ansioso POR, PARA Impróprio PARA Rigoroso COM, EM 
Apto A, PARA Imune A, DE Simpatia A, POR 
Aversão A, POR Inofensivo A, PARA União COM, ENTRE 
Benéfico A, PARA Junto A, DE Vazio DE 
5.3 
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57 
 
Ciente DE Livre DE Cheio DE 
Composto

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