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Av1 Processo Civil II • Preclusão É fenômeno exclusivamente processual, vinculado a ideia de que, passo a passo, os atos processuais vão acontecendo subsequentemente no processo, realizando o modelo procedimental que se tenha adotado em cada caso. preclusão lógica: se dá pela prática de outro ato, incompatível com aquele que se poderia praticar. preclusão consumativa: se dá pela própria noção de prosseguimento dos autos, na definição clássica dos motivos da preclusão processual, ou seja, quando há a prática de um ato. Ou seja, não se pode repetir atos processuais. preclusão temporal: Pelo transcurso do prazo sem a prática do ato, e está ligada a necessidade do andamento do processo. É a que mais tem sido relativizada no código de processo civil, em casos de litigância com entes públicos, por exemplo, em que eventual declaração da preclusão pode prejudicar a própria celeridade, havendo interesse em "renovar" o prazo processual à fazenda pública ou autarquia federal. • Julgamento de improcedência do pedido Ela é uma decisão que resolve o mérito da demanda, nos casos em que a improcedência possa ser verificada desde já, mesmo antes da citação do réu. E ela é um instituto que esta regulada no artigo 332 do Código de Processo Civil. Art. 332 - Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: Primeiramente é necessário entender é o que significa dispenda da fase instrutória. O Código está dizendo que se não houver a necessidade de produção de provas, ou de quaisquer uma que não seja aquelas das já produzidas com a petição inicial. Assim o Juiz independentemente da citação do réu, vai poder julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar. Então é fundamental que ao escrever a sua petição inicial o autor tenha em mente que o seu direito estar de acordo com os Tribunais Superiores, se estiver de acordo autorizado a uma improcedência liminar, em contrapartida se não estiver de acordo com o entendimento firmado entre o STJ ou o STF seja no enunciado de Súmulas, seja em um acórdão de algum recurso repetitivo e o Juiz perceber que já não há mais a necessidade de produção de provas além daquelas que já constam nos autos, vai poder realizar a improcedência liminar do pedido sem sequer determinar a citação do réu. Nos casos em que o autor que fizer pedido de contrarie entendimento de Súmula editado por Tribunal local, a respeito de direito local, o Juiz vai poder julgar liminarmente improcedente o pedido, ou seja, analisa o mérito, sem citar o réu, e julga o processo em desfavor do autor. São dois casos também em que há julgamento de mérito, pois prescrição e decadência são dois temas relativos ao mérito da causa, temas relativos ao Direito Material não são temas de ordem processual, então sempre que o Juiz reconhece que ocorreu decadência ou prescrição ele estará analisando o mérito da causa, por isso que se fala em improcedência. A razão de ser deste dispositivo do parágrafo 1º do artigo 332 foi conferir a aceleração ao processo, foi conferir celeridade ao processo de modo que o Juiz possa ser autorizado se verificar desde já a julgar pela improcedência do pedido. Nesse caso é importante lembrar inclusive que o Juiz antes de julgar liminarmente um pedido, deve abrir vista aos autos para manifestação pelo autor. É fundamental também saber que por ser uma sentença de mérito, nesse caso do artigo 332, o recurso cabível é o de apelação, recurso que cabe sobre sentenças, então o autor que desejar recorrer, vai poder fazê-lo mediante apelação. • Revelia Os efeitos negativos que decorrem da inércia do réu, ou seja, da não apresentação de manifestação contrária ao pedido do autor, é a revelia. No processo de conhecimento o revel é aquele que não ofereceu contestação, não se confundindo entretanto a revelia com os efeitos da revelia que são presumidamente a veracidade dos fatos alegados pelo autor e que por consequência da inércia, não foram contestados pelo réu. A revelia no entanto, não enseja como consequência a procedência do pedido, estando o juiz livre para apreciar de acordo com a robustez das provas, podendo o autor não ter sua pretensão satisfeita, apesar da revelia Revelia e seus efeitos Duas são as consequências primordiais da revelia. A primeira dispensa do juiz a tarefa de verificar os fatos afirmados pelo autor, podendo decidir como se estes tivessem sido analisados, assim denominado como presunção de veracidade. Não se aplica nas hipóteses de litisconsórcio, de direito indisponível e de documento essencial acompanhando a inicial. O juiz pode, caso entenda necessário, determinar a produção de provas pelo autor e encontrando elementos que possam elidir a presunção derivada da revelia, decidir em favor do réu. A desnecessidade de provas se dá pela presunção de veracidade da narrativa na exordial. A ausência de contestação faz com que os fatos constitutivos do direito do autor não se tornem controversos, gerando a presunção relativa de sua veracidade. A segunda é a desobrigação de atos subsequentes à revelia ao réu, que dispensa o juiz na investigação da verdade real, podendo assim decidir sobretudo que a sentença se baseie em uma verdade formal, sem cabal apuração dos fatos e sem contraditório efetivo. Ressalte-se que o efeito da desnecessidade de intimação dos atos processuais não tem ligação com a ausência de contestação, mas sim com o não comparecimento ao processo da parte demandada, após a citação. Exceções A ausência de contestação não traz por si só a confissão resumida do réu e a omissão de sua defesa não pode por si só fazer induzir como verdadeiros os fatos alegados pelo autor. Quando houver pluralidade de réus e estando todos citados e se apenas alguns apresentam contestação, os demais tornar-se-ão revéis, sem contudo haver indução de confissão pelos mesmos. Em princípio, os litisconsortes (art. 48 CPC) são considerados, em suas relações com a parte adversa litigantes: os atos e as omissões de um não prejudicarão e nem beneficiarão os outros. A previsão de exclusão aplica-se tão somente ao litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes (do mesmo pólo), segundo (Jacy de Assis, p. 264). E, havendo pluralidade de réus, não sendo o litisconsórcio necessário, a contestação por alguns dele não impede o efeito da revelia para os outros. No inciso segundo, tratando-se de direitos indisponíveis, que são aqueles que não se pode alienar ou renunciar, não incide a presunção de veracidade oriunda da revelia. Quer a ordem jurídica, com isso, apenas evitar que aquele que não pode dispor de um direito, por ser indisponível, sinta-se tentado a camuflar tal renúncia mediante a confissão de um fato que lhe diz respeito. O direito dos pais de visitarem os filhos, v. G. É indisponível, de sorte que, não obstante a revelia, a decisão que regulamentar esse direito deve visar exclusivamente os interesses do menor. Assim, não há ilegalidade na deliberação judicial que, ao regulamentar o direito de visita, ultrapassa os limites estabelecidos na petição inicial. No inciso terceiro, tem-se que quando o direito material exige forma determinada para a validade de um ato jurídico, o ato não tem validade nem eficácia se não realizado pela forma exigida. Desse modo, se a peça inaugural afirma um ato jurídico que somente pode ser considerado quando realizado por instrumento público, v. G. Arts. 108 e 109, CC, pouco importa que não tenha sido apresentada contestação caso a petição inicial não sido com eleinstruída. A inação do demandado não tem o condão de suprir a ausência de prova substancial. • Revelia não é presunção absoluta Pois, em havendo nos autos prova contrária á pretensão do demandante, fica afastado tal efeito. • Presunção Relativa São aquelas que podem ser desfeitas pela prova em contrário, ou seja, admitem contra-prova. Assim, o interessado no reconhecimento do fato tem o ônus de provar o indício, ou seja, possui o encargo de provar o fato contrário ao presumido. • Julgamento conforme o estado do processo O novo CPC inova em termos de formalização de algo que particularmente já defendíamos, o processo pode ter mais de uma sentença, justamente quando resolve um dos pedidos imediatamente. Além de ratificar os casos anteriores, como veremos abaixo, vimos uma melhor sistematização da temática e até mesmo organização. Veja último programa em que iniciamos a discussão como um todo. Diz o novo CPC: Seção I Da Extinção do Processo Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. Seção II Do Julgamento Antecipado do Mérito Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. Seção III Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Sobre os primeiros artigos supra e caput do último ouça aqui áudio. • Saneamento do processo Saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os vícios, irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença. Tal providência é tomada entre a fase postulatória e a instrução do processo, mediante um despacho saneador. Art. 344 Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Art. 345 A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. Art. 346 Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. Art. 347 Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo. Art. 348 Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. Art. 349 Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. Art. 350 Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Art. 351 Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. Art. 352 Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. Art. 353 Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X. Art. 354 Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. Art. 355 O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I – não houver necessidade de produção de outras provas; II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. Art. 356 O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I – mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Art. 357 Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I – resolver as questões processuais pendentes, se houver; II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal,o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. § 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. • Todos os tipos de provas O Código de Processo Civil elenca como meios de prova: depoimento pessoal exibição de documentos ou coisa inspeção judicial prova documental prova pericial ÔNUS DA PROVA: “Ônus da prova é o encargo, atribuído pela lei a cada uma das partes, de demonstrar a ocorrência dos fatos de seu próprio interesse para as decisões a serem proferidas no processo”. O instituto do ônus da prova possui três princípios prévios: O juiz não pode deixar de proferir uma decisão; As partes possuem a iniciativa da ação da prova, ou seja, possuem o encargo de produzir as provas para o julgamento do juiz; O juiz deve decidir segundo o princípio da persuasão racional, ou seja, segundo o alegado e comprovado nos autos e não segundo sua convicção pessoal. MOMENTOS DA PROVA: De modo geral, podemos considerar como três os momentos da prova: REQUERIMENTO: A princípio a Petição Inicial (por parte do autor) e a Contestação (por parte do réu); DEFERIMENTO: No saneamento do processo o juiz decidirá sobre a realização de exame pericial e deferirá as provas que deverão ser produzidas na audiência de instrução e julgamento; PRODUÇÃO: A prova oral é produzida na audiência de instrução e julgamento, porém provas documentais, por exemplo, podem ser produzidas desde a Petição Inicial. VALORAÇÃO DA PROVA: O sistema adotado pelo legislador brasileiro é o Sistema da Persuasão Racional do juiz. Sendo o convencimento do magistrado livre. Porém, ainda que livre, deve ser racional conforme as provas descritas nos autos processuais. O material de valoração da prova deve encontrar-se, necessariamente, contido nos autos do processo, onde o juiz tem o dever de justificá-los e motivar sua decisão. Isso permite às partes conferirem que a convicção foi extraída dos autos e que os motivos que o levaram a determinada sentença chegam racionalmente à conclusão exposta pelo magistrado. PROVA EMPRESTADA: Prova emprestada é aquela que, não obstante ter sido produzida em outro processo, é deste transferida para demanda distinta, a fim de produzir nesta os efeitos de onde não é originária. A prova produzida ingressa em outro processo sob a forma documental, cuja força probatória será valorada pelo juiz, que não está adstrito a dar-lhe idêntico valor ao que teve nos autos em que foi produzida. PROVA LICITA: Considera-se prova ilícita, no âmbito do direito material, quando a constituição da prova é realizada de forma ilícita. Por exemplo, uma gravação através de celular de uma conversa entre credor e devedor ou mesmo quando o marido grava a conversa de sua esposa com seu amante. A ilicitude está na constituição da prova ao violar o direito fundamental ao sigilo na comunicação telefônica, no segundo caso, e a própria intimidade, no primeiro. A utilização de gravação ilícita num processo de divórcio, ainda que não seja admitida pelo juiz, pode ensejar a quebra do sigilo telefônico do cônjuge para apuração do fato verificado na prova constituída de forma ilícita. CARGA ESTÁTICA E DINAMICA DO ONUS DA PROVA: O Código estabeleceu três regras específicas para a definição do ônus da prova, ampliando consideravelmente o tratamento do tema em relação ao CPC/1973. A distribuição estática do ônus da prova está definida no art. 373 do CPC. Diz-se estática por ser a regra geral acerca do ônus da prova. O juiz poderá distribuir o ônus da prova de forma dinâmica, diversa da regra geral, nos casos previstos em lei; diante da impossibilidade ou excessiva dificuldade de se cumprir a distribuição dinâmica do ônus da prova; e nos casos em que uma das partes tenha maior facilidade em sua produção. PROVAS EM ESPÉCIES: Ata notarial: é um instrumento público, lavrado por tabelião de notas (Lei Federal nº 8.935/94, art. 7º, III) a requerimento de pessoa interessada, que se destina a atestar (através dos sentidos do próprio notário) e documentar a existência ou o modo de existir de algum fato jurídico. O exemplo mais palpável na atualidade talvez seja a prova das situações documentadas na internet e, principalmente, nas redes sociais. Depoimento pessoal: O depoimento pessoal constitui espécie de prova oral a ser produzida em juízo. Consiste no depoimento de uma parte requerido pela parte contrária6. O depoimento será, em regra, realizado na audiência de instrução e julgamento. A principal finalidade do depoimento pessoal é obter esclarecimento sobre fatos da causa ou mesmo a confissão do depoente. Antes de abordar em detalhes o depoimento pessoal, é preciso apontar as diferenças entre tal espécie de prova e o interrogatório. Produção do depoimento pessoal: A produção do depoimento pessoal é simples. A parte deverá ser intimada a prestar depoimento pessoal em audiência de instrução e julgamento designada pelo juízo (art. 385, §1º). Entretanto, a pena de confesso em razão da ausência da parte intimada somente incidirá se o ato de comunicação tiver sido realizado pessoalmente e com advertência expressa sobre as consequências da ausência da parte intimada. Se essa formalidade exigida pela lei não for devidamente cumprida, a interpretação, contrario sensu, da regra mencionada sugere que o juiz, na ausência da parte sem a respectiva intimação pessoal, não poderá aplicar a pena de confesso. Confissão: O réu admite o fato e reconhece o pedido formulado pelo autor. Há concordância com as consequências jurídicas apresentadas pelo autor. Por exemplo, reconhece que há o dever de indenizar no montante fixado pelo autor. Já a confissão, por sua vez, é a admissão acerca da ocorrência de um fato e não de suas consequências jurídicas. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS: viabiliza a antecipação do que só seria possível no curso da instrução processual[1] (isto é, a produção da prova). Embora o CPC/1973 já previsse essa ação, passível de ser proposta nos casos em que presente a urgência (era uma das cautelares típicas, prevista nos artigos 846 a 851 do Código revogado)[3], o CPC/2015 lhe conferiu espectro mais amplo, abarcando outras hipóteses que não envolvem urgência Então, nos casos em que: (i) “haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação” (artigo 381, inciso I); (ii) “a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito”(artigo 381, inciso II); ou (iii) “o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação” (artigo 381, inciso III), pode a parte requerer a produção antecipada da prova. Como seu objetivo é, tão somente, viabilizar a produção da prova[5], não comporta valoração ou formação de convencimento[6]. O procedimento da produção antecipada da prova é conciso e culmina na prolação de sentença homologatória, que atesta servirem os elementos produzidos como prova judicial[7]. Assim, a análise da prova ocorrerá no bojo de uma ação[8] (futuraou em curso[9]), resguardando a ambas as partes o exercício do contraditório, em sua acepção substancial[10]. Prova documental: O direito processual civil admite um conceito amplo de documento como meio de prova. Documento, entretanto, é qualquer material que contenha registro de um fato. Pode ser uma escritura, uma carta, uma pintura, um registro em uma pedra, enfim, não se limita ao registro em determinado papel. Produção da prova documental: A prova documental, em regra, é produzida na petição inicial pelo autor e na contestação pelo autor (art. 434). O réu se manifestará sobre os documentos produzidos pelo autor na contestação e o autor se manifestará sobre os documentos produzidos pelo réu na réplica (art. 437). As partes poderão juntar documentos em outras fases do processo, em homenagem ao princípio da ampla defesa e do devido processo legal (art. 435). Ocorrendo essa hipótese, o juiz deverá assegurar o contraditório, intimando a parte contrária para se manifestar no prazo de 15 dias. Documento eletrônico: O art. 439 do CPC trata do documento eletrônico utilizado no processo convencional, ou seja, processo físico (papel). Não há nenhum conflito com a Lei nº 11.419/2006, que regulamenta o processo eletrônico. A referida norma tem prazo de validade, pois em breve não mais haverá processos físicos. No entanto, enquanto perdurar o sistema híbrido, o art. 439 regulará o ingresso do documento eletrônico nos autos. Conforme dispõe o art. 439 do CPC, a admissão do documento eletrônico somente será permitida no processo físico se for convertido para a forma impressa. Se isso não ocorrer, o juiz apreciará o seu valor probante, evidentemente assegurando às partes o acesso ao teor do mesmo. A limitação temporal da regra dispensa maiores observações em sede doutrinária e até mesmo prática. Prova testemunhal: A parte poderá valer-se da prova testemunhal para demonstrar a existência dos fatos afirmados em juízo. No entanto, a prova testemunhal não é tão simples, pois consiste na percepção de um indivíduo acerca da existência ou não de um fato. A própria experiência humana mostra que dois indivíduos podem ter percepções diametralmente opostas acerca da existência de determinado fato. Diversos são os fatores que podem explicar essa discrepância. A prova testemunhal será admitida, também, nos casos em que a lei exigir prova escrita e houver início de prova escrita emanada da parte contra qual se pretende produzir a prova (art. 444). Nesses casos, mesmo que não haja prova escrita, a parte poderá produzir prova testemunhal como meio efetivo para demonstrar a existência do negócio alegado. Admite-se a prova testemunhal nos casos em que o credor não teve como, do ponto de vista moral ou material, obter prova escrita da obrigação (art. 445). Suponha que uma pessoa emprestou dinheiro para um primo mais velho e, em razão do parentesco, não teve condições morais de exigir prova escrita da obrigação. Nessa hipótese, o credor poderá provar o crédito através de prova testemunhal. Produção da prova testemunhal :A prova testemunhal será produzida, em regra, na audiência de instrução e julgamento (art. 453). O juiz ouvirá em juízo as testemunhas arroladas previamente pelas partes, nos termos do art. 357, §§4º e 5º do CPC. A testemunha arrolada previamente poderá ser substituída nas hipóteses elencadas no art. 451, ou seja, por falecimento, por motivo de enfermidade ou quando, devido à mudança de endereço, não tenha sido localizada. Ocorrendo uma dessas hipóteses, a parte que arrolou a testemunha poderá substituí-la. A testemunha arrolada será intimada pelo advogado da parte. Cuida-se de uma inovação do CPC/2015 cuja finalidade é propiciar maior dinamismo na efetivação desse ato de comunicação processual. O art. 455 diz que caberá ao advogado da parte que arrolou a testemunha informá-la sobre a data da audiência ou promover sua intimação. Prova pericial: A prova pericial será sempre indicada quando houver necessidade de um conhecimento técnico, especializado, a fim de apurar a alegação das partes. Esse meio de prova é indicado, por exemplo, nas ações que tenham como objeto a investigação de paternidade, a ser apurada através de exame de DNA, ou mesmo para se apurar a gravidade de uma lesão provocada por um acidente de carro. Assim, quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz se valerá do auxílio de um perito nos termos do art. 156 do CPC. A prova pericial consistirá em exame, vistoria e avaliação (art. 464). O exame é a inspeção para verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à causa; vistoria é a inspeção restrita a imóveis; e avaliação é a estimação de valor de algo em moeda corrente (MEDINA, 2015, p. 661). A defi nição, portanto, não é absoluta, pois o próprio Código não é rigoroso em sua utilização, mas se faz necessária para fins didáticos. Produção de prova técnica simplificada:A produção da prova pericial é sempre dispendiosa e demorada. Por essa razão, o Código inovou ao permitir que o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, substitua a perícia por produção de prova técnica simplificada, sempre que a questão de fato controvertida apresentar menos complexidade. A produção de prova técnica simplificada consiste, tão somente, na inquirição de um especialista pelo juiz, através do qual serão esclarecidos os aspectos técnicos da questão de fato controvertida. O especialista deverá ter formação acadêmica na área em que irá produzir prova técnica. Nomeação de perito através de negócio processual: As partes podem escolher, em comum acordo, o perito que produzirá a prova pericial requerida (art. 471). Trata-se de regra sem precedentes no CPC/1973, mas que, se for bem utilizada, em muito contribuirá para solução do mérito em tempo razoável. Essa modalidade de negócio processual típico somente poderá ser utilizada se as partes forem plenamente capazes e a causa puder ser resolvida através de autocomposição (art. 471, I e II). A nomeação de perito através de negócio processual será efetivada mediante requerimento das partes perante o juiz da causa. No requerimento, as partes deverão, também, indicar o perito escolhido, a data e o local da perícia. As partes deverão, além disso, indicar assistentes técnicos (especialistas contratados pelas partes para acompanhar a perícia) que possam acompanhar o trabalho do perito. Realizada a perícia, o laudo do perito bem como os pareceres dos assistentes técnicos deverão ser entregues no prazo assinalado pelo juiz. Produção da prova pericial: Não sendo a hipótese de prova técnica simplificada ou de perito indicado através de negócio processual, o juiz nomeará o perito do juízo. Deferida a prova pericial, o juiz nomeará perito especializado e fixará, desde logo, prazo para a entrega do laudo (art. 465). Se a questão de fato for complexa, o juiz poderá nomear mais de um perito (art. 475). Importante destacar que o perito não está obrigado a aceitar o encargo, podendo escusar-se (art. 467). Nomeado o perito, as partes terão o prazo de 15 dias para arguir o impedimento ou a suspeição do perito, indicar assistente técnico e apresentar quesitos. Considerando que o perito é um auxiliar do juiz (art. 156), não cabe às partes impugnar a nomeação do perito. Entretanto, o perito poderá ser substituído se for parcial (impedido ou suspeito), quando lhe faltar conhecimento técnico ou se deixar de cumprir o encargo no prazo fixado (art. 468). Se não ocorrer nenhuma das hipóteses aqui mencionadas, o perito exercerá o trabalho técnico, entregando o respectivo laudo no prazo fixado. As partes poderão indicar assistentes técnicos cuja função principal é acompanhar o trabalho do perito,podendo, também, oferecer parecer acerca da perícia realizada (art. 466, §1º). Não é incomum casos em que o parecer do assistente técnico chega a conclusões diversas do laudo formulado pelo perito. Nesses casos, caberá ao juiz, com base no princípio do livre convencimento, valorar a prova técnica produzida ou mesmo determinar que nova perícia seja realizada. Inspeção judicial: A inspeção judicial será cabível nos casos em que o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, identificar a necessidade de inspecionar, pessoalmente, pessoas ou coisas, para esclarecer fatos da causa (art. 481). Há casos em que a simples presença do julgador, in loco, pode esclarecer de forma célere e eficaz a questão de fato controvertida. É o que pode ocorrer em conflitos sobre direito de vizinhança, em que a inspeção poderá concluir pelo abuso ou não do direito de se construir ou mesmo para verificar a existência da turbação alegada em ação de manutenção de posse. Embora não seja muito comum na prática forense brasileira, não há dúvidas quanto à sua eficácia em alguns casos. • Coisa julgada A finalidade é proibir o Poder Judiciário, as partes e, eventualmente, terceiros de rediscutir o objeto do litígio. Coisa julgada material A primeira espécie de coisa julgada é a material, porque o conteúdo da decisão judicial, que se torna imutável e indiscutível, é o próprio mérito. O mérito é o objeto do processo, sua questão principal, que será apresentada pelas partes ao Estado-juiz para resolução. Na sua essência, é composto das “relações jurídicas afirmadas pelas partes, das quais se extraem os direitos e deveres subjetivos, com as respectivas pretensões e ações de direito material”[2]. Coisa julgada formal A segunda espécie de coisa julgada é a formal, que se identifica pelo fato de o conteúdo da decisão judicial, que se torna imutável e indiscutível, ser uma questão formal, em geral, relativa aos pressupostos processuais e/ou as condições da ação. O fundamento legal desta nova situação jurídica é o artigo 486, parágrafo 1º do CPC. Segundo esse dispositivo legal, a parte não poderá repropor a mesma ação, sem a prévia “correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito”, se o conteúdo desta decisão se referir às seguintes hipóteses: a) litispendência; c) indeferimento da petição inicial; c) falta dos pressupostos processuais; d) ilegitimidade e falta de interesse processual; d) acolhimento da alegação de existência de convenção de arbitragem ou o quando o juízo arbitral reconhecer sua competência (rectius: jurisdição). Coisa julgada sobre questão prejudicial A terceira espécie de coisa julgada diz respeito à questão prejudicial. Esse tipo de questão se caracteriza pelo fato de seu julgamento, que precede logicamente a decisão da questão principal, influir necessariamente no conteúdo desta. Barbosa Moreira escreve que “a denominação de ‘prejudiciais’ a essa luz, será aplicável às questões de cuja solução depender necessariamente o teor da solução que se haja de dar a outras questões”[5]. Luiz Guilherme Marinoni nos fornece o seguinte exemplo: “Se na ação de alimentos decidiu-se, com força de coisa julgada, que A é filho de B, condenando-se B a pagar alimentos para A, não é possível que B proponha ação negatória para rediscutir a questão da paternidade em face de A”[6]. Coisa julgada sobre tutela antecipada antecedente A última e talvez mais controversa espécie de coisa julgada diz respeito às decisões que concedem a tutela antecipada antecedente e não são impugnadas pelo recurso de agravo de instrumento. Essas decisões continuam produzindo efeito, mesmo após a extinção do processo. Esse fenômeno se chama estabilização da tutela antecipada antecedente (artigo 304, caput e parágrafo 1º do CPC). O novo CPC concedeu às partes o direito de rediscutir a tutela antecipada antecedente estabilizada. Para isso, precisam repropor a ação, nos termos do artigo 304, parágrafo 2º do CPC, “com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada”. • Ação Rescisória Ação rescisória está prevista no Art. 485 e seguintes do CPC/73 e no Art. 966 e seguintes no NCPC, o conceito dessa ação segundo Nelson Neri Junior é “É a ação autônoma de impugnação de natureza constitutiva negativa quanto ao juízo rescindendo, dando ensejo a outra relação processual distinta daquela em que foi proferida a decisão rescindenda”, Nelson Neri Junior. Ou seja, é uma ação ou instituto processual a fim de afastar a coisa julgada que tenha se formado com um dos vícios gravíssimos de nulidade previstos em lei (rol taxativo) e se necessário rejulgar a lide. O fato de afastar a coisa julgada pode levantar suspeitas se seria inconstitucional, mas essa polêmica é descaracterizada pois a coisa julgada que a constituição quer preservar é a aquela idônea, sem vício de nulidade, aferida em um processo regular, previstos no rol do art. 966. Portanto, preserva a coisa julgada interpretando o instituto à luz dos princípios da constituição (interpretação conforme). Por outro lado, essa ação é uma medida excepcional, pois deve primar pela preservação da coisa julgada. E por apresentar um rol de nulidades taxativo possui um cabimento vinculado à lei, sendo uma medida restritiva. Assim, ainda que possa encontrar outros vícios gravíssimos que não estejam previstos no rol taxativo da lei (art. 966), não cabe ação rescisória. O objeto da presente ação foi alterado com o novo CPC. No código de 1973 o objeto era a sentença de mérito apenas, já no CPC/2015 o legislador fez uma adequação da rescisória, das espécies de decisão que transitam em julgado. Saímos do objeto “sentença de mérito” para adotar a expressão “decisão de mérito transitada em julgado”, continuam incluídas as sentenças, mas acrescentou as interlocutórias parciais. Em suma, o legislador traz o cabimento da rescisória decisão terminativa (sem resolução do mérito) com o objetivo de impedir a propositura de uma nova demanda e impedir a admissibilidade do recurso correspondente a essa ação. Sua natureza jurídica é de ação, é um meio impugnativo autônomo. E para tanto, a ação rescisória exige: provocação por meio de uma petição inicial e processo de conhecimento, o juiz desenvolve ação de natureza cognitiva para identificar o tipo de procedimento: comum ou processual. E assim, sendo procedimento comum transitará em julgado se for de mérito, passando pelas fases: postulatória, ordinatória, probatória, decisória e recursal. Pelo fato de a rescisória ser uma ação ela se desenvolve observadas as fases procedimentais do procedimento comum do processo de conhecimento, sendo assim transitará em julgado, salvo se for decisão terminativa. Uma questão a ser ressaltada é: “A decisão transitada em julgado na rescisória caberia outra rescisória? Ou seja, o sistema autoriza a rescisória sucessiva? Sim, desde que ainda possua um dos vícios previstos no rol taxativo, disposto no art. 966/NCPC. No art. 968, inciso I, está previsto o “duplo juízo” (duas análises) a fim de atingir objetivos, os quais são: o 1º Juízo, denominado juízo rescindendo (afasta a coisa julgada viciada), tem natureza desconstitutiva em relação à coisa julgada e é obrigatório, ou seja, toda rescisória tem juízo rescindendo, mas se do afastamento da coisa julgada remanescer uma lacuna de julgamento (ausência de solução para a lide) a lide terá que ser rejulgada, baseado no “princípio da inafastabilidade da jurisdição”, o judiciário não pode se eximir de julgar, surgindo o segundo objetivo. Este é nominado de 2º juízo, o juízo rescisório (rejulga a lide), é facultativo, ou seja, pode ocorrer ou não. Sintetizando o juízo rescisório: ocorrerá quandoa desconstituição da coisa julgada trouxer ausência de solução para a lide. Princípio da inafastabilidade da decisão. Isto é, se gerar lacuna/ausência de julgamento, se julgará a lide na própria rescisória, através do Juízo Rescindendo. Por isso, diz -se que o Juízo rescisório tem natureza constitutiva em relação de uma nova decisão. É interessante indagar: qual a natureza jurídica da decisão no juízo decisório? Dependerá da natureza jurídica da ação, visto que deve ser a mesma. Logo, se estiver sendo rejulgada uma ação constitutiva, a ação rescisória será natureza constitutiva, no caso de uma condenatória, será condenatória, de uma mandamental, será mandamental, uma latu sensu, será latu sensu e declaratória será declaratória. Portanto, se a decisão proferida no rejulgamento contiver natureza distinta do pedido principal, caberá, após o trânsito em julgado rescisória por violação ao princípio da congruência. Isto porque a rescisória deve obedecer ao princípio da congruência. O art. 966 elenca, como já mencionado acima, as hipóteses em que a decisão de mérito pode ser rescindida, depois de transitada em julgado. São elas: Inciso primeiro: “Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz”. Possui Juízo Rescindendo e Rescisório. Inciso segundo: “For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente”. Possui Juízo Rescindendo e Rescisório. Inciso IV: “Ofender a coisa julgada”. A ação rescisória fundada no inciso IV traz a hipótese do conflito de duas coisas julgadas sobre a mesma lide. Se uma segunda ação idêntica for proposta e passar desapercebido acarretando no trânsito em julgado, após o juízo rescindendo não precisará rejulgar a lide, pois NÃO houve lacuna de julgamento. Inciso V: “Violar manifestamente norma jurídica”. Será objeto de reforma processual responsável por uma inúmeras rescisórias. Se tivermos uma decisão transitada em julgado, conferindo ao autor coisa diversa da que foi pedida (“extrapetita”) ou valor superior ao que foi demandado (“ultrapetita”), só será solucionada via ação rescisória. Assim, uma decisão de mérito que transitar em julgado com vício de extra petição ou de ultra petição só será excluída do sistema pela via da rescisória. A Ação Rescisória possui requisitos para que seja validada. São eles: DISTRIBUIÇÃO DE COMPETENCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA A ação rescisória é uma ação de competência originária de tribunal, isto é, inicia junto aos tribunais. O Tribunal de segundo grau é competente para a rescisória quando o trânsito ali ocorrer. Se o trânsito ocorrer junto ao STJ a competência será do próprio STJ, CF 105 I, j + RI STJ 233 a 238. Se o trânsito ocorrer no STF será competente o STF, CF 102 I, e + RI STF 259 e 262. Se o trânsito ocorrer em primeiro grau contra sentença num novo recurso quem vai rescindir no tribunal de primeiro grau. No NCPC, se a rescisória for endereçada ao Tribunal errado ela será encaminhada ao Tribunal correto. Intimado o autor para eventualmente emendar a inicial e se houver emenda ouve-se o réu – artigo 968, § 5º e 6º. INDICAÇÃO DAS PARTES Diante do desconhecimento das informações exigidas do réu, basta que o autor na PI requerer ao juiz diligencias necessárias ao juiz. Não é necessário que o autor prove as informações dos dados do réu. Não será frustrado o direito de ação em ausência a esses requisitos do réu. O juiz vai diligenciar comunicando ao réu que passe as informações que faltaram. Serão partes, na rescisória, aqueles que figuraram como partes na ação principal, ou seus sucessores, porém há detalhes. Também poderá ser parte: o MP, o 3º juridicamente interessado, ingressa como agente litisconsorcial. LEGITIMIDADE Previsto no artigo 967, § 4º, o NCPC confere legitimidade ao litisconsorte necessário para a propositura da rescisória. Obs: o litisconsorte necessário implica na obrigatoriedade de ter mais de uma pessoa em um dos pólos. Sendo que a falta acarreta em nulidade. CAUSA DE PEDIR O autor deve narrar os fatos que revelam a prolação de uma sentença ou interlocutória parcial transitada com vício de rescisória. Portanto, é preciso indicar a decisão, a data do trânsito, e é preciso comprovar o vício. Se não houver a indicação desses elementos a rescisória será julgada pela sua improcedência. Logo, na exposição do pedido é necessário que o autor exponha, requeira a rescisão da decisão (juízo rescindendo) e se for o caso cumular a essa pretensão o pedido rescisório. Caso deduzida (o autor apresentando) apenas a pretensão rescindenda descontitutiva e o caso exigir, também, o rejulgamento da lide (pretensão rescisória), o Tribunal determinará a emenda da petição inicial. PRAZO PARA A RESCISÓRIA No código de 73 se materializa em uma condição histórica, portanto, estabelece um prazo de DOIS ANOS. No NCPC o prazo é de DOIS ANOS, baseado em duas hipóteses: o legislador é claro ao dizer que o prazo flui da última decisão, seja de mérito ou terminativa, que houve na ação principal no caso de dois pedidos cumulados, se um deles julgado no mérito restar irrecorrido no 16º dia do prazo certifica-se o trânsito. Aguarda-se o julgamento da última decisão. Não cabem rescisórias progressivas. No processo civil não aceitamos a tese da coisa julgada parcial ou progressiva para fins de rescisória. Sobre depósito prévio envolvido na Ação Rescisória: é um mecanismo pelo qual o autor demonstra sua boa-fé, visto que deposita 5% do valor da causa atualizado, que nada mais é do que a CAUÇÃO, que significa, garantia. Esse mecanismo é uma demonstração da litigância responsável por parte do autor. Caso a rescisória seja julgada procedente, o dinheiro do depósito prévio voltará a compor o patrimônio do autor. Outrossim, se julgada improcedente, por unanimidade dos votos, essa caução se reverte para a outra parte, pois tem natureza jurídica de multa ao autor, sendo caracterizada como uma forma de punição pela irresponsabilidade do autor. Conclui-se a partir disso que a natureza jurídica é mista: a de caução se julgada procedente a rescisória e de multa ao autor se julgada improcedente por votação unanime. Por outro lado, existem hipóteses em que o depósito prévio é dispensado, estando previsto no art. 968, § 1º que são casos que envolvem a União, aos Estados, Municípios, DF, autarquias, Fundações de Direito Público e beneficiários da Gratuidade. Muito embora nos tribunais tenhamos a atuação do colegiado (3 julgadores), é o relator que assume a função de juiz preparador/condutor do processo, ou seja, é ele que conduz a relação processual. Não há prolação de uma sentença e sim ACÓRDÃO (art. 970). Interessante salientar que a Ação Rescisória pode ou não comportar dilação probatória: quando a matéria for só de direito ou de direito e de fato há julgamento antecipado, sem necessidade de produção de prova. Mas quando há tal necessidade, o relator determina a remessa dos autos ao órgão inferior (à origem) para que seja produzida a prova. Confeccionada a prova sob o crivo do contraditório (não é produção unilateral), retorna-se a prova ao tribunal para ele possa julgar. Quanto ao efeito suspensivo na Ação rescisória, disposto no art. 969/NCPC, a rescisória não suspende a execução, ou seja, a produção de efeitos da decisão que se quer rescindir. Se a decisão já produziu efeitos e a rescisória for julgada procedente, ocorre tutela reparatória. Portanto, admite-se o requerimento do efeito suspensivo como espécie de tutela de urgência, porém na prática é difícil de obtê-lo. • Audiência de instrução e julgamento Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandaráapregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. O pregão ocorre no momento em que as partes são chamadas para entrar na sala de audiência. As testemunhas não são apregoadas nesse momento. Apenas se não houver a conciliação é que será necessária a produção da prova testemunhal. Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. No processo civil, a principal atividade do juiz é ainda a conciliação, buscando uma solução em que ambas as partes cheguem a um consenso e que tudo possa ser resolvido da melhor maneira possível, tanto é que, com o Novo CPC, tornou-se obrigatória a audiência de conciliação, porém existe muitas controvérsias sobre tal obrigatoriedade. Essas controvérsias residem no entendimento de que, o autor da demanda pode optar por não querer a realização da audiência de conciliação, entretanto, alguns magistrados têm entendido que a realização dessa audiência prévia é necessária, e pedem que a inicial seja reformada pedindo a ocorrência da audiência de conciliação. Saindo dessa polêmica, nada impede que em uma audiência de instrução as partes cheguem a um acordo e o mesmo seja homologado pelo magistrado. Em relação ao lugar para sentar, o autor da demanda sempre se fará presente no lado direito do magistrado, esquerdo da mesa; e o réu sempre se fará presente no lado esquerdo do magistrado, direito da mesa. Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, força policial; IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. O poder de polícia que trata o referido artigo, é o mesmo do Direito Administrativo, em que o magistrado deverá conduzir a audiência com amplos poderes, realizando o que for necessário, fiscalizando e organizando o processo. Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; Se o perito já apresentou por escrito a prova pericial, não há necessidade do comparecimento pelo mesmo na audiência. II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. Em resumo, quando houver perito, o mesmo deve ser ouvido por primeiro. Logo depois, há, por primeiro, o depoimento pessoal do autor e por segundo o do réu. Então, são ouvidas, primeiramente, as testemunhas arroladas pelo autor e logo a seguir, as testemunhas do réu. Toda vez que alguma pergunta for feita, a mesma poderá ser direcionada diretamente às testemunhas, conforme art. 459 CPC. Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida. Caso o magistrado indefira alguma pergunta, é possível pedir que tal indeferimento conste em ata. O pedido para que conste em ata serve para, em eventual recurso, que a parte tente comprovar alguma irregularidade, como, por exemplo, cerceamento de defesa. O advogado do autor não poderá fazer perguntas para o autor e o advogado do réu não poderá fazer perguntas para o réu quando houver o depoimento pessoal, uma vez que é o juiz que buscará o seu próprio convencimento. Porém, quando forem ouvidas as testemunhas, ambos os advogados podem fazer perguntas para todas as testemunhas, ou seja, o advogado do autor pode inquirir as testemunhas da parte contrária e vice-versa. Art. 362. A audiência poderá ser adiada: I - por convenção das partes; II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. Caso passem 30 (trinta) minutos e o magistrado não tenha iniciado a audiência, devido à fato não justificado, a mesma poderá ser adiada. Destaca-se que atraso em pauta não é justificativa para adiar audiência. § 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução. Esse impedimento se refere quando uma das partes não tem como comparecer, entretanto, não é qualquer compromisso do autor ou réu que viabiliza o adiamento da audiência. Para ocorrer o adiamento é necessário que uma das partes não tenha como se locomover até o local. Ex: uma das partes está doente no hospital, e acabou de fazer uma cirurgia. Essa comprovação de não comparecimento deve ser feita até a abertura da audiência e se não a for, infelizmente, o juiz é obrigado a julgar o processo. § 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público. Se o advogado não compareceu, seu cliente não tem como produzir provas. § 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação. Em caso de adiamento, consideram-se intimados os advogados das partes, sendo desnecessário a intimação por outro meio. Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. Dentro da audiência, esse ato realizado recebe o nome de RAZÕES FINAIS ou ALEGAÇÕES FINAIS, e como disposto no próprio artigo, cada advogado terá 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos, a critério do magistrado. § 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo continuará sendo de, no máximo, 30 minutos, e o mesmo pode ser dividido anteriormente entre os advogados, ou caso não seja, será dividido igualmente entre os que estiverem no mesmo polo da ação. § 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. Como já foi dito, quando o juiz negar uma pergunta que o advogado ache pertinente, deve pedir para registrar em ata tal pergunta e que o magistrado a indeferiu. Caso o juiz não deixa registrar em ata, nas alegações finais o advogado deve fazer o registro de talpergunta e seu consequente indeferimento, uma vez que se não for feita nesse momento, haverá a preclusão e nada poderá ser arguido em sede de eventual recurso. O debate oral serve para analisar uma prova mais complexa, de difícil entendimento, ou seja, dentro da audiência pode haver a acareação de testemunhas para buscar a solução do litígio caso o mesmo se apresente laborioso. As razões finais/alegações finais em forma escrita são necessárias quando a ação for de difícil resolução, quando houver necessidade dos advogados, aos requererem seus últimos pedidos, serem obrigados a olhar de forma atenta e minuciosa os detalhes, sendo impossível fazê-la logo no momento da audiência. Quando as razões finais/alegações finais forem transcritas e juntadas posteriormente à audiência, recebem o nome de MEMORIAL. Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. Esse artigo tem relação com o horário de execução de atos processuais, e devem estar entre às 6 horas até às 20 horas (determinado pelo Tribunal de Justiça quais serão os horários utilizados), e em ações que seja possível o fracionamento do ato, sem que traga prejuízo ao processo, a mesma é permitida. Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. Em casos mais simples ou que demandem uma solução rápida do litígio, a sentença já é proferida em audiência, porém, em casos mais complexos, há a necessidade de análise do magistrado para uma decisão mais equânime e que siga os preceitos legais. Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. Nesse termo haverá um resumo de tudo o que ocorreu na audiência, e é nele que constará qualquer eventual indeferimento de perguntas feita pelos advogados. O que for registrado nesse termo, também poderá servir como base para eventuais recursos. § 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio. § 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes. Em regra, as partes não são obrigadas a rubricar o termo de audiência, exceto quando os advogados não tiverem poderes para tal, naquele momento. (Artigo sobre os poderes do advogado). § 3o O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência. § 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas normas internas dos tribunais. § 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. § 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. Em caso de na audiência, não houve tecnologia suficiente no momento de sua realização, é permitido que o próprio advogado grave a audiência. Além disso, mesmo que exista aparelhagem e tecnologia suficiente, ainda sim, é possível que, se o advogado deseje, grave com seu próprio dispositivo, o ocorrido na audiência. Na prática, esse último ato dificilmente acontece. Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais. Em resumo, esses são os procedimentos e condutas a serem tomados em uma audiência de instrução e julgamento durante o processo civil. Lembra-se que a audiência de instrução é apenas mais um ato processual, porém, como todos, deve ser executada da melhor maneira possível, pois possui sua relevante importância no processo, sendo em muitos casos o fator determinante para o sucesso ou fracasso nas questões discutidas. • Prorrogação a prorrogação da competência pode ser legal, ou seja, prevista em lei, como se dá nos casos em que há conexão ou continência entre duas ações (arts. 102 e 104 do CPC), como também pode ser voluntária, isto é, decorrente de vontade das partes. A prorrogação voluntária da competência, por sua vez, divide-se em expressa ou tácita. A expressa dá-se nas hipóteses de eleição de foro (art. 111 do CPC) e a tácita quando a parte ré deixa de opor exceção de incompetência relativa no prazo legal (art. 114 do CPC). Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 1º O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)
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