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Av1 Processo Civil II 
• Preclusão 
É fenômeno exclusivamente processual, vinculado a ideia de que, passo a passo, os atos 
processuais vão acontecendo subsequentemente no processo, realizando o modelo 
procedimental que se tenha adotado em cada caso. 
preclusão lógica: se dá pela prática de outro ato, incompatível com aquele que se poderia 
praticar. 
preclusão consumativa: se dá pela própria noção de prosseguimento dos autos, na definição 
clássica dos motivos da preclusão processual, ou seja, quando há a prática de um ato. Ou seja, 
não se pode repetir atos processuais. 
preclusão temporal: Pelo transcurso do prazo sem a prática do ato, e está ligada a necessidade 
do andamento do processo. É a que mais tem sido relativizada no código de processo civil, em 
casos de litigância com entes públicos, por exemplo, em que eventual declaração da preclusão 
pode prejudicar a própria celeridade, havendo interesse em "renovar" o prazo processual à 
fazenda pública ou autarquia federal. 
• Julgamento de improcedência do pedido 
Ela é uma decisão que resolve o mérito da demanda, nos casos em que a improcedência possa 
ser verificada desde já, mesmo antes da citação do réu. E ela é um instituto que esta regulada 
no artigo 332 do Código de Processo Civil. 
Art. 332 - Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação 
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
Primeiramente é necessário entender é o que significa dispenda da fase instrutória. O Código 
está dizendo que se não houver a necessidade de produção de provas, ou de quaisquer uma 
que não seja aquelas das já produzidas com a petição inicial. Assim o Juiz independentemente 
da citação do réu, vai poder julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar. 
Então é fundamental que ao escrever a sua petição inicial o autor tenha em mente que o seu 
direito estar de acordo com os Tribunais Superiores, se estiver de acordo autorizado a uma 
improcedência liminar, em contrapartida se não estiver de acordo com o entendimento 
firmado entre o STJ ou o STF seja no enunciado de Súmulas, seja em um acórdão de algum 
recurso repetitivo e o Juiz perceber que já não há mais a necessidade de produção de provas 
além daquelas que já constam nos autos, vai poder realizar a improcedência liminar do pedido 
sem sequer determinar a citação do réu. 
Nos casos em que o autor que fizer pedido de contrarie entendimento de Súmula editado por 
Tribunal local, a respeito de direito local, o Juiz vai poder julgar liminarmente improcedente o 
pedido, ou seja, analisa o mérito, sem citar o réu, e julga o processo em desfavor do autor. 
São dois casos também em que há julgamento de mérito, pois prescrição e decadência são 
dois temas relativos ao mérito da causa, temas relativos ao Direito Material não são temas de 
ordem processual, então sempre que o Juiz reconhece que ocorreu decadência ou prescrição 
ele estará analisando o mérito da causa, por isso que se fala em improcedência. 
A razão de ser deste dispositivo do parágrafo 1º do artigo 332 foi conferir a aceleração ao 
processo, foi conferir celeridade ao processo de modo que o Juiz possa ser autorizado se 
verificar desde já a julgar pela improcedência do pedido. 
Nesse caso é importante lembrar inclusive que o Juiz antes de julgar liminarmente um pedido, 
deve abrir vista aos autos para manifestação pelo autor. 
É fundamental também saber que por ser uma sentença de mérito, nesse caso do artigo 332, o 
recurso cabível é o de apelação, recurso que cabe sobre sentenças, então o autor que desejar 
recorrer, vai poder fazê-lo mediante apelação. 
• Revelia 
Os efeitos negativos que decorrem da inércia do réu, ou seja, da não apresentação de 
manifestação contrária ao pedido do autor, é a revelia. 
No processo de conhecimento o revel é aquele que não ofereceu contestação, não se 
confundindo entretanto a revelia com os efeitos da revelia que são presumidamente a 
veracidade dos fatos alegados pelo autor e que por consequência da inércia, não foram 
contestados pelo réu. 
A revelia no entanto, não enseja como consequência a procedência do pedido, estando o juiz 
livre para apreciar de acordo com a robustez das provas, podendo o autor não ter sua 
pretensão satisfeita, apesar da revelia 
Revelia e seus efeitos 
Duas são as consequências primordiais da revelia. 
A primeira dispensa do juiz a tarefa de verificar os fatos afirmados pelo autor, podendo decidir 
como se estes tivessem sido analisados, assim denominado como presunção de veracidade. 
Não se aplica nas hipóteses de litisconsórcio, de direito indisponível e de documento essencial 
acompanhando a inicial. O juiz pode, caso entenda necessário, determinar a produção de 
provas pelo autor e encontrando elementos que possam elidir a presunção derivada da 
revelia, decidir em favor do réu. 
A desnecessidade de provas se dá pela presunção de veracidade da narrativa na exordial. A 
ausência de contestação faz com que os fatos constitutivos do direito do autor não se tornem 
controversos, gerando a presunção relativa de sua veracidade. 
A segunda é a desobrigação de atos subsequentes à revelia ao réu, que dispensa o juiz na 
investigação da verdade real, podendo assim decidir sobretudo que a sentença se baseie em 
uma verdade formal, sem cabal apuração dos fatos e sem contraditório efetivo. Ressalte-se 
que o efeito da desnecessidade de intimação dos atos processuais não tem ligação com a 
ausência de contestação, mas sim com o não comparecimento ao processo da parte 
demandada, após a citação. 
Exceções 
A ausência de contestação não traz por si só a confissão resumida do réu e a omissão de sua 
defesa não pode por si só fazer induzir como verdadeiros os fatos alegados pelo autor. 
Quando houver pluralidade de réus e estando todos citados e se apenas alguns apresentam 
contestação, os demais tornar-se-ão revéis, sem contudo haver indução de confissão pelos 
mesmos. 
Em princípio, os litisconsortes (art. 48 CPC) são considerados, em suas relações com a parte 
adversa litigantes: os atos e as omissões de um não prejudicarão e nem beneficiarão os outros. 
A previsão de exclusão aplica-se tão somente ao litisconsórcio necessário, quando, por 
disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo 
uniforme para todas as partes (do mesmo pólo), segundo (Jacy de Assis, p. 264). E, havendo 
pluralidade de réus, não sendo o litisconsórcio necessário, a contestação por alguns dele não 
impede o efeito da revelia para os outros. 
No inciso segundo, tratando-se de direitos indisponíveis, que são aqueles que não se pode 
alienar ou renunciar, não incide a presunção de veracidade oriunda da revelia. Quer a ordem 
jurídica, com isso, apenas evitar que aquele que não pode dispor de um direito, por ser 
indisponível, sinta-se tentado a camuflar tal renúncia mediante a confissão de um fato que lhe 
diz respeito. 
O direito dos pais de visitarem os filhos, v. G. É indisponível, de sorte que, não obstante a 
revelia, a decisão que regulamentar esse direito deve visar exclusivamente os interesses do 
menor. Assim, não há ilegalidade na deliberação judicial que, ao regulamentar o direito de 
visita, ultrapassa os limites estabelecidos na petição inicial. 
No inciso terceiro, tem-se que quando o direito material exige forma determinada para a 
validade de um ato jurídico, o ato não tem validade nem eficácia se não realizado pela forma 
exigida. Desse modo, se a peça inaugural afirma um ato jurídico que somente pode ser 
considerado quando realizado por instrumento público, v. G. Arts. 108 e 109, CC, pouco 
importa que não tenha sido apresentada contestação caso a petição inicial não sido com eleinstruída. A inação do demandado não tem o condão de suprir a ausência de prova 
substancial. 
• Revelia não é presunção absoluta 
Pois, em havendo nos autos prova contrária á pretensão do demandante, fica afastado tal 
efeito. 
• Presunção Relativa 
São aquelas que podem ser desfeitas pela prova em contrário, ou seja, admitem contra-prova. 
Assim, o interessado no reconhecimento do fato tem o ônus de provar o indício, ou seja, 
possui o encargo de provar o fato contrário ao presumido. 
• Julgamento conforme o estado do processo 
O novo CPC inova em termos de formalização de algo que particularmente já defendíamos, o 
processo pode ter mais de uma sentença, justamente quando resolve um dos pedidos 
imediatamente. 
Além de ratificar os casos anteriores, como veremos abaixo, vimos uma melhor sistematização 
da temática e até mesmo organização. Veja último programa em que iniciamos a discussão 
como um todo. 
Diz o novo CPC: 
Seção I Da Extinção do Processo 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz 
proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do 
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. 
Seção II Do Julgamento Antecipado do Mérito 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de 
mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, 
na forma do art. 349. 
Seção III Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação 
líquida ou ilíquida. 
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que 
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra 
essa interposto. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser 
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
Sobre os primeiros artigos supra e caput do último ouça aqui áudio. 
• Saneamento do processo 
Saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os vícios, 
irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença. Tal 
providência é tomada entre a fase postulatória e a instrução do processo, mediante um 
despacho saneador. 
Art. 344 Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as 
alegações de fato formuladas pelo autor. 
Art. 345 A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere 
indispensável à prova do ato; 
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos. 
Art. 346 Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de 
publicação do ato decisório no órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no 
estado em que se encontrar. 
Art. 347 Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências 
preliminares constantes das seções deste Capítulo. 
Art. 348 Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia 
previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se 
ainda não as tiver indicado. 
Art. 349 Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, 
desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais 
indispensáveis a essa produção. 
Art. 350 Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este 
será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. 
Art. 351 Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a 
oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. 
Art. 352 Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará 
sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. 
Art. 353 Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz 
proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X. 
Art. 354 Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz 
proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do 
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. 
Art. 355 O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de 
mérito, quando: 
I – não houver necessidade de produção de outras provas; 
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, 
na forma do art. 349. 
Art. 356 O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I – mostrar-se incontroverso; 
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação 
líquida ou ilíquida. 
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que 
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra 
essa interposto. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser 
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
Art. 357 Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de 
saneamento e de organização do processo: 
I – resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando 
os meios de prova admitidos; 
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar 
ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das 
questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula 
as partes e o juiz. 
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz 
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas 
alegações. 
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal,o juiz fixará prazo 
comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. 
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de 
testemunhas. 
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no 
máximo, para a prova de cada fato. 
§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da 
causa e dos fatos individualmente considerados. 
§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o 
disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. 
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as 
audiências. 
• Todos os tipos de provas 
O Código de Processo Civil elenca como meios de prova: 
depoimento pessoal 
exibição de documentos ou coisa 
inspeção judicial 
prova documental 
prova pericial 
ÔNUS DA PROVA: “Ônus da prova é o encargo, atribuído pela lei a cada uma das partes, de 
demonstrar a ocorrência dos fatos de seu próprio interesse para as decisões a serem proferidas 
no processo”. 
O instituto do ônus da prova possui três princípios prévios: 
O juiz não pode deixar de proferir uma decisão; 
As partes possuem a iniciativa da ação da prova, ou seja, possuem o encargo de produzir as 
provas para o julgamento do juiz; 
O juiz deve decidir segundo o princípio da persuasão racional, ou seja, segundo o alegado e 
comprovado nos autos e não segundo sua convicção pessoal. 
MOMENTOS DA PROVA: De modo geral, podemos considerar como três os momentos da 
prova: 
REQUERIMENTO: A princípio a Petição Inicial (por parte do autor) e a Contestação (por parte 
do réu); 
DEFERIMENTO: No saneamento do processo o juiz decidirá sobre a realização de exame 
pericial e deferirá as provas que deverão ser produzidas na audiência de instrução e 
julgamento; 
PRODUÇÃO: A prova oral é produzida na audiência de instrução e julgamento, porém provas 
documentais, por exemplo, podem ser produzidas desde a Petição Inicial. 
VALORAÇÃO DA PROVA: O sistema adotado pelo legislador brasileiro é o Sistema da 
Persuasão Racional do juiz. Sendo o convencimento do magistrado livre. Porém, ainda que 
livre, deve ser racional conforme as provas descritas nos autos processuais. 
O material de valoração da prova deve encontrar-se, necessariamente, contido nos autos do 
processo, onde o juiz tem o dever de justificá-los e motivar sua decisão. Isso permite às partes 
conferirem que a convicção foi extraída dos autos e que os motivos que o levaram a 
determinada sentença chegam racionalmente à conclusão exposta pelo magistrado. 
PROVA EMPRESTADA: Prova emprestada é aquela que, não obstante ter sido produzida em 
outro processo, é deste transferida para demanda distinta, a fim de produzir nesta os efeitos 
de onde não é originária. 
A prova produzida ingressa em outro processo sob a forma documental, cuja força probatória 
será valorada pelo juiz, que não está adstrito a dar-lhe idêntico valor ao que teve nos autos em 
que foi produzida. 
PROVA LICITA: Considera-se prova ilícita, no âmbito do direito material, quando a constituição 
da prova é realizada de forma ilícita. Por exemplo, uma gravação através de celular de uma 
conversa entre credor e devedor ou mesmo quando o marido grava a conversa de sua esposa 
com seu amante. A ilicitude está na constituição da prova ao violar o direito fundamental ao 
sigilo na comunicação telefônica, no segundo caso, e a própria intimidade, no primeiro. A 
utilização de gravação ilícita num processo de divórcio, ainda que não seja admitida pelo juiz, 
pode ensejar a quebra do sigilo telefônico do cônjuge para apuração do fato verificado na 
prova constituída de forma ilícita. 
CARGA ESTÁTICA E DINAMICA DO ONUS DA PROVA: O Código estabeleceu três regras 
específicas para a definição do ônus da prova, ampliando consideravelmente o tratamento do 
tema em relação ao CPC/1973. A distribuição estática do ônus da prova está definida no art. 
373 do CPC. Diz-se estática por ser a regra geral acerca do ônus da prova. 
O juiz poderá distribuir o ônus da prova de forma dinâmica, diversa da regra geral, nos casos 
previstos em lei; diante da impossibilidade ou excessiva dificuldade de se cumprir a 
distribuição dinâmica do ônus da prova; e nos casos em que uma das partes tenha maior 
facilidade em sua produção. 
PROVAS EM ESPÉCIES: 
Ata notarial: é um instrumento público, lavrado por tabelião de notas (Lei Federal nº 8.935/94, 
art. 7º, III) a requerimento de pessoa interessada, que se destina a atestar (através dos 
sentidos do próprio notário) e documentar a existência ou o modo de existir de algum fato 
jurídico. O exemplo mais palpável na atualidade talvez seja a prova das situações 
documentadas na internet e, principalmente, nas redes sociais. 
Depoimento pessoal: O depoimento pessoal constitui espécie de prova oral a ser produzida em 
juízo. Consiste no depoimento de uma parte requerido pela parte contrária6. O depoimento 
será, em regra, realizado na audiência de instrução e julgamento. A principal finalidade do 
depoimento pessoal é obter esclarecimento sobre fatos da causa ou mesmo a confissão do 
depoente. Antes de abordar em detalhes o depoimento pessoal, é preciso apontar as 
diferenças entre tal espécie de prova e o interrogatório. 
Produção do depoimento pessoal: A produção do depoimento pessoal é simples. A parte 
deverá ser intimada a prestar depoimento pessoal em audiência de instrução e julgamento 
designada pelo juízo (art. 385, §1º). Entretanto, a pena de confesso em razão da ausência da 
parte intimada somente incidirá se o ato de comunicação tiver sido realizado pessoalmente e 
com advertência expressa sobre as consequências da ausência da parte intimada. Se essa 
formalidade exigida pela lei não for devidamente cumprida, a interpretação, contrario sensu, 
da regra mencionada sugere que o juiz, na ausência da parte sem a respectiva intimação 
pessoal, não poderá aplicar a pena de confesso. 
Confissão: O réu admite o fato e reconhece o pedido formulado pelo autor. Há concordância 
com as consequências jurídicas apresentadas pelo autor. Por exemplo, reconhece que há o 
dever de indenizar no montante fixado pelo autor. Já a confissão, por sua vez, é a admissão 
acerca da ocorrência de um fato e não de suas consequências jurídicas. 
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS: viabiliza a antecipação do que só seria possível no curso 
da instrução processual[1] (isto é, a produção da prova). 
Embora o CPC/1973 já previsse essa ação, passível de ser proposta nos casos em que presente 
a urgência (era uma das cautelares típicas, prevista nos artigos 846 a 851 do Código 
revogado)[3], o CPC/2015 lhe conferiu espectro mais amplo, abarcando outras hipóteses que 
não envolvem urgência 
Então, nos casos em que: 
(i) “haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de 
certos fatos na pendência da ação” (artigo 381, inciso I); 
(ii) “a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio 
adequado de solução de conflito”(artigo 381, inciso II); ou 
(iii) “o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação” (artigo 
381, inciso III), pode a parte requerer a produção antecipada da prova. 
Como seu objetivo é, tão somente, viabilizar a produção da prova[5], não comporta valoração 
ou formação de convencimento[6]. O procedimento da produção antecipada da prova é 
conciso e culmina na prolação de sentença homologatória, que atesta servirem os elementos 
produzidos como prova judicial[7]. Assim, a análise da prova ocorrerá no bojo de uma ação[8] 
(futuraou em curso[9]), resguardando a ambas as partes o exercício do contraditório, em sua 
acepção substancial[10]. 
Prova documental: O direito processual civil admite um conceito amplo de documento como 
meio de prova. Documento, entretanto, é qualquer material que contenha registro de um fato. 
Pode ser uma escritura, uma carta, uma pintura, um registro em uma pedra, enfim, não se 
limita ao registro em determinado papel. 
Produção da prova documental: A prova documental, em regra, é produzida na petição inicial 
pelo autor e na contestação pelo autor (art. 434). O réu se manifestará sobre os documentos 
produzidos pelo autor na contestação e o autor se manifestará sobre os documentos 
produzidos pelo réu na réplica (art. 437). As partes poderão juntar documentos em outras 
fases do processo, em homenagem ao princípio da ampla defesa e do devido processo legal 
(art. 435). Ocorrendo essa hipótese, o juiz deverá assegurar o contraditório, intimando a parte 
contrária para se manifestar no prazo de 15 dias. 
Documento eletrônico: O art. 439 do CPC trata do documento eletrônico utilizado no processo 
convencional, ou seja, processo físico (papel). Não há nenhum conflito com a Lei nº 
11.419/2006, que regulamenta o processo eletrônico. A referida norma tem prazo de validade, 
pois em breve não mais haverá processos físicos. No entanto, enquanto perdurar o sistema 
híbrido, o art. 439 regulará o ingresso do documento eletrônico nos autos. Conforme dispõe o 
art. 439 do CPC, a admissão do documento eletrônico somente será permitida no processo 
físico se for convertido para a forma impressa. Se isso não ocorrer, o juiz apreciará o seu valor 
probante, evidentemente assegurando às partes o acesso ao teor do mesmo. 
A limitação temporal da regra dispensa maiores observações em sede doutrinária e até mesmo 
prática. 
Prova testemunhal: A parte poderá valer-se da prova testemunhal para demonstrar a 
existência dos fatos afirmados em juízo. No entanto, a prova testemunhal não é tão simples, 
pois consiste na percepção de um indivíduo acerca da existência ou não de um fato. A própria 
experiência humana mostra que dois indivíduos podem ter percepções diametralmente 
opostas acerca da existência de determinado fato. Diversos são os fatores que podem explicar 
essa discrepância. 
A prova testemunhal será admitida, também, nos casos em que a lei exigir prova escrita e 
houver início de prova escrita emanada da parte contra qual se pretende produzir a prova (art. 
444). Nesses casos, mesmo que não haja prova escrita, a parte poderá produzir prova 
testemunhal como meio efetivo para demonstrar a existência do negócio alegado. Admite-se a 
prova testemunhal nos casos em que o credor não teve como, do ponto de vista moral ou 
material, obter prova escrita da obrigação (art. 445). Suponha que uma pessoa emprestou 
dinheiro para um primo mais velho e, em razão do parentesco, não teve condições morais de 
exigir prova escrita da obrigação. Nessa hipótese, o credor poderá provar o crédito através de 
prova testemunhal. 
Produção da prova testemunhal :A prova testemunhal será produzida, em regra, na audiência 
de instrução e julgamento (art. 453). O juiz ouvirá em juízo as testemunhas arroladas 
previamente pelas partes, nos termos do art. 357, §§4º e 5º do CPC. A testemunha arrolada 
previamente poderá ser substituída nas hipóteses elencadas no art. 451, ou seja, por 
falecimento, por motivo de enfermidade ou quando, devido à mudança de endereço, não 
tenha sido localizada. Ocorrendo uma dessas hipóteses, a parte que arrolou a testemunha 
poderá substituí-la. A testemunha arrolada será intimada pelo advogado da parte. Cuida-se de 
uma inovação do CPC/2015 cuja finalidade é propiciar maior dinamismo na efetivação desse 
ato de comunicação processual. O art. 455 diz que caberá ao advogado da parte que arrolou a 
testemunha informá-la sobre a data da audiência ou promover sua intimação. 
Prova pericial: A prova pericial será sempre indicada quando houver necessidade de um 
conhecimento técnico, especializado, a fim de apurar a alegação das partes. Esse meio de 
prova é indicado, por exemplo, nas ações que tenham como objeto a investigação de 
paternidade, a ser apurada através de exame de DNA, ou mesmo para se apurar a gravidade 
de uma lesão provocada por um acidente de carro. Assim, quando a prova do fato depender 
de conhecimento técnico ou científico, o juiz se valerá do auxílio de um perito nos termos do 
art. 156 do CPC. A prova pericial consistirá em exame, vistoria e avaliação (art. 464). O exame é 
a inspeção para verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à causa; vistoria é a 
inspeção restrita a imóveis; e avaliação é a estimação de valor de algo em moeda corrente 
(MEDINA, 2015, p. 661). A defi nição, portanto, não é absoluta, pois o próprio Código não é 
rigoroso em sua utilização, mas se faz necessária para fins didáticos. 
Produção de prova técnica simplificada:A produção da prova pericial é sempre dispendiosa e 
demorada. Por essa razão, o Código inovou ao permitir que o juiz, de ofício ou a requerimento 
das partes, substitua a perícia por produção de prova técnica simplificada, sempre que a 
questão de fato controvertida apresentar menos complexidade. 
A produção de prova técnica simplificada consiste, tão somente, na inquirição de um 
especialista pelo juiz, através do qual serão esclarecidos os aspectos técnicos da questão de 
fato controvertida. O especialista deverá ter formação acadêmica na área em que irá produzir 
prova técnica. 
 
Nomeação de perito através de negócio processual: As partes podem escolher, em comum 
acordo, o perito que produzirá a prova pericial requerida (art. 471). Trata-se de regra sem 
precedentes no CPC/1973, mas que, se for bem utilizada, em muito contribuirá para solução 
do mérito em tempo razoável. Essa modalidade de negócio processual típico somente poderá 
ser utilizada se as partes forem plenamente capazes e a causa puder ser resolvida através de 
autocomposição (art. 471, I e II). A nomeação de perito através de negócio processual será 
efetivada mediante requerimento das partes perante o juiz da causa. No requerimento, as 
partes deverão, também, indicar o perito escolhido, a data e o local da perícia. As partes 
deverão, além disso, indicar assistentes técnicos (especialistas contratados pelas partes para 
acompanhar a perícia) que possam acompanhar o trabalho do perito. Realizada a perícia, o 
laudo do perito bem como os pareceres dos assistentes técnicos deverão ser entregues no 
prazo assinalado pelo juiz. 
Produção da prova pericial: Não sendo a hipótese de prova técnica simplificada ou de perito 
indicado através de negócio processual, o juiz nomeará o perito do juízo. Deferida a prova 
pericial, o juiz nomeará perito especializado e fixará, desde logo, prazo para a entrega do laudo 
(art. 465). Se a questão de fato for complexa, o juiz poderá nomear mais de um perito (art. 
475). Importante destacar que o perito não está obrigado a aceitar o encargo, podendo 
escusar-se (art. 467). Nomeado o perito, as partes terão o prazo de 15 dias para arguir o 
impedimento ou a suspeição do perito, indicar assistente técnico e apresentar quesitos. 
Considerando que o perito é um auxiliar do juiz (art. 156), não cabe às partes impugnar a 
nomeação do perito. Entretanto, o perito poderá ser substituído se for parcial (impedido ou 
suspeito), quando lhe faltar conhecimento técnico ou se deixar de cumprir o encargo no prazo 
fixado (art. 468). Se não ocorrer nenhuma das hipóteses aqui mencionadas, o perito exercerá o 
trabalho técnico, entregando o respectivo laudo no prazo fixado. As partes poderão indicar 
assistentes técnicos cuja função principal é acompanhar o trabalho do perito,podendo, 
também, oferecer parecer acerca da perícia realizada (art. 466, §1º). Não é incomum casos em 
que o parecer do assistente técnico chega a conclusões diversas do laudo formulado pelo 
perito. Nesses casos, caberá ao juiz, com base no princípio do livre convencimento, valorar a 
prova técnica produzida ou mesmo determinar que nova perícia seja realizada. 
Inspeção judicial: A inspeção judicial será cabível nos casos em que o juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, identificar a necessidade de inspecionar, pessoalmente, pessoas ou 
coisas, para esclarecer fatos da causa (art. 481). Há casos em que a simples presença do 
julgador, in loco, pode esclarecer de forma célere e eficaz a questão de fato controvertida. É o 
que pode ocorrer em conflitos sobre direito de vizinhança, em que a inspeção poderá concluir 
pelo abuso ou não do direito de se construir ou mesmo para verificar a existência da turbação 
alegada em ação de manutenção de posse. Embora não seja muito comum na prática forense 
brasileira, não há dúvidas quanto à sua eficácia em alguns casos. 
• Coisa julgada 
A finalidade é proibir o Poder Judiciário, as partes e, eventualmente, terceiros de rediscutir o 
objeto do litígio. 
 Coisa julgada material 
A primeira espécie de coisa julgada é a material, porque o conteúdo da decisão judicial, que se 
torna imutável e indiscutível, é o próprio mérito. 
O mérito é o objeto do processo, sua questão principal, que será apresentada pelas partes ao 
Estado-juiz para resolução. Na sua essência, é composto das “relações jurídicas afirmadas 
pelas partes, das quais se extraem os direitos e deveres subjetivos, com as respectivas 
pretensões e ações de direito material”[2]. 
Coisa julgada formal 
A segunda espécie de coisa julgada é a formal, que se identifica pelo fato de o conteúdo da 
decisão judicial, que se torna imutável e indiscutível, ser uma questão formal, em geral, 
relativa aos pressupostos processuais e/ou as condições da ação. 
O fundamento legal desta nova situação jurídica é o artigo 486, parágrafo 1º do CPC. Segundo 
esse dispositivo legal, a parte não poderá repropor a mesma ação, sem a prévia “correção do 
vício que levou à sentença sem resolução do mérito”, se o conteúdo desta decisão se referir às 
seguintes hipóteses: a) litispendência; c) indeferimento da petição inicial; c) falta dos 
pressupostos processuais; d) ilegitimidade e falta de interesse processual; d) acolhimento da 
alegação de existência de convenção de arbitragem ou o quando o juízo arbitral reconhecer 
sua competência (rectius: jurisdição). 
Coisa julgada sobre questão prejudicial 
A terceira espécie de coisa julgada diz respeito à questão prejudicial. Esse tipo de questão se 
caracteriza pelo fato de seu julgamento, que precede logicamente a decisão da questão 
principal, influir necessariamente no conteúdo desta. Barbosa Moreira escreve que “a 
denominação de ‘prejudiciais’ a essa luz, será aplicável às questões de cuja solução depender 
necessariamente o teor da solução que se haja de dar a outras questões”[5]. 
Luiz Guilherme Marinoni nos fornece o seguinte exemplo: “Se na ação de alimentos decidiu-se, 
com força de coisa julgada, que A é filho de B, condenando-se B a pagar alimentos para A, não 
é possível que B proponha ação negatória para rediscutir a questão da paternidade em face de 
A”[6]. 
 Coisa julgada sobre tutela antecipada antecedente 
A última e talvez mais controversa espécie de coisa julgada diz respeito às decisões que 
concedem a tutela antecipada antecedente e não são impugnadas pelo recurso de agravo de 
instrumento. Essas decisões continuam produzindo efeito, mesmo após a extinção do 
processo. Esse fenômeno se chama estabilização da tutela antecipada antecedente 
(artigo 304, caput e parágrafo 1º do CPC). 
O novo CPC concedeu às partes o direito de rediscutir a tutela antecipada 
antecedente estabilizada. Para isso, precisam repropor a ação, nos termos do artigo 304, 
parágrafo 2º do CPC, “com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada 
estabilizada”. 
• Ação Rescisória 
Ação rescisória está prevista no Art. 485 e seguintes do CPC/73 e no Art. 966 e seguintes 
no NCPC, o conceito dessa ação segundo Nelson Neri Junior é “É a ação autônoma de 
impugnação de natureza constitutiva negativa quanto ao juízo rescindendo, dando ensejo a 
outra relação processual distinta daquela em que foi proferida a decisão rescindenda”, Nelson 
Neri Junior. Ou seja, é uma ação ou instituto processual a fim de afastar a coisa julgada que 
tenha se formado com um dos vícios gravíssimos de nulidade previstos em lei (rol taxativo) e 
se necessário rejulgar a lide. 
O fato de afastar a coisa julgada pode levantar suspeitas se seria inconstitucional, mas essa 
polêmica é descaracterizada pois a coisa julgada que a constituição quer preservar é a aquela 
idônea, sem vício de nulidade, aferida em um processo regular, previstos no rol do art. 966. 
Portanto, preserva a coisa julgada interpretando o instituto à luz dos princípios 
da constituição (interpretação conforme). 
Por outro lado, essa ação é uma medida excepcional, pois deve primar pela preservação da 
coisa julgada. E por apresentar um rol de nulidades taxativo possui um cabimento vinculado à 
lei, sendo uma medida restritiva. Assim, ainda que possa encontrar outros vícios gravíssimos 
que não estejam previstos no rol taxativo da lei (art. 966), não cabe ação rescisória. 
O objeto da presente ação foi alterado com o novo CPC. No código de 1973 o objeto era a 
sentença de mérito apenas, já no CPC/2015 o legislador fez uma adequação da rescisória, das 
espécies de decisão que transitam em julgado. Saímos do objeto “sentença de mérito” para 
adotar a expressão “decisão de mérito transitada em julgado”, continuam incluídas as 
sentenças, mas acrescentou as interlocutórias parciais. 
Em suma, o legislador traz o cabimento da rescisória decisão terminativa (sem resolução do 
mérito) com o objetivo de impedir a propositura de uma nova demanda e impedir a 
admissibilidade do recurso correspondente a essa ação. 
Sua natureza jurídica é de ação, é um meio impugnativo autônomo. E para tanto, a ação 
rescisória exige: provocação por meio de uma petição inicial e processo de conhecimento, o 
juiz desenvolve ação de natureza cognitiva para identificar o tipo de procedimento: comum ou 
processual. E assim, sendo procedimento comum transitará em julgado se for de mérito, 
passando pelas fases: postulatória, ordinatória, probatória, decisória e recursal. 
Pelo fato de a rescisória ser uma ação ela se desenvolve observadas as fases procedimentais 
do procedimento comum do processo de conhecimento, sendo assim transitará em julgado, 
salvo se for decisão terminativa. 
Uma questão a ser ressaltada é: “A decisão transitada em julgado na rescisória caberia outra 
rescisória? Ou seja, o sistema autoriza a rescisória sucessiva? Sim, desde que ainda possua um 
dos vícios previstos no rol taxativo, disposto no art. 966/NCPC. 
No art. 968, inciso I, está previsto o “duplo juízo” (duas análises) a fim de atingir objetivos, os 
quais são: o 1º Juízo, denominado juízo rescindendo (afasta a coisa julgada viciada), tem 
natureza desconstitutiva em relação à coisa julgada e é obrigatório, ou seja, toda rescisória 
tem juízo rescindendo, mas se do afastamento da coisa julgada remanescer uma lacuna de 
julgamento (ausência de solução para a lide) a lide terá que ser rejulgada, baseado no 
“princípio da inafastabilidade da jurisdição”, o judiciário não pode se eximir de julgar, surgindo 
o segundo objetivo. Este é nominado de 2º juízo, o juízo rescisório (rejulga a lide), é 
facultativo, ou seja, pode ocorrer ou não. 
Sintetizando o juízo rescisório: ocorrerá quandoa desconstituição da coisa julgada trouxer 
ausência de solução para a lide. Princípio da inafastabilidade da decisão. Isto é, se gerar 
lacuna/ausência de julgamento, se julgará a lide na própria rescisória, através do Juízo 
Rescindendo. Por isso, diz -se que o Juízo rescisório tem natureza constitutiva em relação de 
uma nova decisão. 
É interessante indagar: qual a natureza jurídica da decisão no juízo decisório? Dependerá da 
natureza jurídica da ação, visto que deve ser a mesma. Logo, se estiver sendo rejulgada uma 
ação constitutiva, a ação rescisória será natureza constitutiva, no caso de uma condenatória, 
será condenatória, de uma mandamental, será mandamental, uma latu sensu, será latu sensu 
e declaratória será declaratória. 
Portanto, se a decisão proferida no rejulgamento contiver natureza distinta do pedido 
principal, caberá, após o trânsito em julgado rescisória por violação ao princípio da 
congruência. Isto porque a rescisória deve obedecer ao princípio da congruência. 
O art. 966 elenca, como já mencionado acima, as hipóteses em que a decisão de mérito pode 
ser rescindida, depois de transitada em julgado. São elas: 
Inciso primeiro: “Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz”. Possui Juízo Rescindendo e Rescisório. 
Inciso segundo: “For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente”. 
Possui Juízo Rescindendo e Rescisório. 
Inciso IV: “Ofender a coisa julgada”. A ação rescisória fundada no inciso IV traz a hipótese do 
conflito de duas coisas julgadas sobre a mesma lide. Se uma segunda ação idêntica for 
proposta e passar desapercebido acarretando no trânsito em julgado, após o juízo rescindendo 
não precisará rejulgar a lide, pois NÃO houve lacuna de julgamento. 
Inciso V: “Violar manifestamente norma jurídica”. Será objeto de reforma processual 
responsável por uma inúmeras rescisórias. Se tivermos uma decisão transitada em julgado, 
conferindo ao autor coisa diversa da que foi pedida (“extrapetita”) ou valor superior ao que foi 
demandado (“ultrapetita”), só será solucionada via ação rescisória. Assim, uma decisão de 
mérito que transitar em julgado com vício de extra petição ou de ultra petição só será excluída 
do sistema pela via da rescisória. 
A Ação Rescisória possui requisitos para que seja validada. São eles: 
DISTRIBUIÇÃO DE COMPETENCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
A ação rescisória é uma ação de competência originária de tribunal, isto é, inicia junto aos 
tribunais. O Tribunal de segundo grau é competente para a rescisória quando o trânsito ali 
ocorrer. 
Se o trânsito ocorrer junto ao STJ a competência será do próprio STJ, CF 105 I, j + RI STJ 233 a 
238. Se o trânsito ocorrer no STF será competente o STF, CF 102 I, e + RI STF 259 e 262. 
Se o trânsito ocorrer em primeiro grau contra sentença num novo recurso quem vai rescindir 
no tribunal de primeiro grau. No NCPC, se a rescisória for endereçada ao Tribunal errado ela 
será encaminhada ao Tribunal correto. Intimado o autor para eventualmente emendar a inicial 
e se houver emenda ouve-se o réu – artigo 968, § 5º e 6º. 
INDICAÇÃO DAS PARTES 
Diante do desconhecimento das informações exigidas do réu, basta que o autor na PI requerer 
ao juiz diligencias necessárias ao juiz. Não é necessário que o autor prove as informações dos 
dados do réu. 
Não será frustrado o direito de ação em ausência a esses requisitos do réu. O juiz vai 
diligenciar comunicando ao réu que passe as informações que faltaram. 
Serão partes, na rescisória, aqueles que figuraram como partes na ação principal, ou seus 
sucessores, porém há detalhes. Também poderá ser parte: o MP, o 3º juridicamente 
interessado, ingressa como agente litisconsorcial. 
LEGITIMIDADE 
Previsto no artigo 967, § 4º, o NCPC confere legitimidade ao litisconsorte necessário para a 
propositura da rescisória. 
Obs: o litisconsorte necessário implica na obrigatoriedade de ter mais de uma pessoa em um 
dos pólos. Sendo que a falta acarreta em nulidade. 
CAUSA DE PEDIR 
O autor deve narrar os fatos que revelam a prolação de uma sentença ou interlocutória parcial 
transitada com vício de rescisória. Portanto, é preciso indicar a decisão, a data do trânsito, e é 
preciso comprovar o vício. 
Se não houver a indicação desses elementos a rescisória será julgada pela sua improcedência. 
Logo, na exposição do pedido é necessário que o autor exponha, requeira a rescisão da 
decisão (juízo rescindendo) e se for o caso cumular a essa pretensão o pedido rescisório. 
Caso deduzida (o autor apresentando) apenas a pretensão rescindenda descontitutiva e o caso 
exigir, também, o rejulgamento da lide (pretensão rescisória), o Tribunal determinará a 
emenda da petição inicial. 
PRAZO PARA A RESCISÓRIA 
No código de 73 se materializa em uma condição histórica, portanto, estabelece um prazo de 
DOIS ANOS. No NCPC o prazo é de DOIS ANOS, baseado em duas hipóteses: o legislador é claro 
ao dizer que o prazo flui da última decisão, seja de mérito ou terminativa, que houve na ação 
principal no caso de dois pedidos cumulados, se um deles julgado no mérito restar irrecorrido 
no 16º dia do prazo certifica-se o trânsito. Aguarda-se o julgamento da última decisão. Não 
cabem rescisórias progressivas. 
No processo civil não aceitamos a tese da coisa julgada parcial ou progressiva para fins de 
rescisória. 
Sobre depósito prévio envolvido na Ação Rescisória: é um mecanismo pelo qual o autor 
demonstra sua boa-fé, visto que deposita 5% do valor da causa atualizado, que nada mais é do 
que a CAUÇÃO, que significa, garantia. Esse mecanismo é uma demonstração da litigância 
responsável por parte do autor. 
Caso a rescisória seja julgada procedente, o dinheiro do depósito prévio voltará a compor o 
patrimônio do autor. Outrossim, se julgada improcedente, por unanimidade dos votos, essa 
caução se reverte para a outra parte, pois tem natureza jurídica de multa ao autor, sendo 
caracterizada como uma forma de punição pela irresponsabilidade do autor. 
Conclui-se a partir disso que a natureza jurídica é mista: a de caução se julgada procedente a 
rescisória e de multa ao autor se julgada improcedente por votação unanime. Por outro lado, 
existem hipóteses em que o depósito prévio é dispensado, estando previsto no art. 968, § 1º 
que são casos que envolvem a União, aos Estados, Municípios, DF, autarquias, Fundações de 
Direito Público e beneficiários da Gratuidade. 
Muito embora nos tribunais tenhamos a atuação do colegiado (3 julgadores), é o relator que 
assume a função de juiz preparador/condutor do processo, ou seja, é ele que conduz a relação 
processual. Não há prolação de uma sentença e sim ACÓRDÃO (art. 970). 
Interessante salientar que a Ação Rescisória pode ou não comportar dilação probatória: 
quando a matéria for só de direito ou de direito e de fato há julgamento antecipado, sem 
necessidade de produção de prova. Mas quando há tal necessidade, o relator determina a 
remessa dos autos ao órgão inferior (à origem) para que seja produzida a prova. 
Confeccionada a prova sob o crivo do contraditório (não é produção unilateral), retorna-se a 
prova ao tribunal para ele possa julgar. 
Quanto ao efeito suspensivo na Ação rescisória, disposto no art. 969/NCPC, a rescisória não 
suspende a execução, ou seja, a produção de efeitos da decisão que se quer rescindir. Se a 
decisão já produziu efeitos e a rescisória for julgada procedente, ocorre tutela reparatória. 
Portanto, admite-se o requerimento do efeito suspensivo como espécie de tutela de urgência, 
porém na prática é difícil de obtê-lo. 
• Audiência de instrução e julgamento 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e 
julgamento e mandaráapregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras 
pessoas que dela devam participar. 
O pregão ocorre no momento em que as partes são chamadas para entrar na sala de 
audiência. As testemunhas não são apregoadas nesse momento. Apenas se não houver a 
conciliação é que será necessária a produção da prova testemunhal. 
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do 
emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a 
arbitragem. 
No processo civil, a principal atividade do juiz é ainda a conciliação, buscando uma solução em 
que ambas as partes cheguem a um consenso e que tudo possa ser resolvido da melhor 
maneira possível, tanto é que, com o Novo CPC, tornou-se obrigatória a audiência de 
conciliação, porém existe muitas controvérsias sobre tal obrigatoriedade. 
Essas controvérsias residem no entendimento de que, o autor da demanda pode optar por não 
querer a realização da audiência de conciliação, entretanto, alguns magistrados têm entendido 
que a realização dessa audiência prévia é necessária, e pedem que a inicial seja reformada 
pedindo a ocorrência da audiência de conciliação. 
Saindo dessa polêmica, nada impede que em uma audiência de instrução as partes cheguem a 
um acordo e o mesmo seja homologado pelo magistrado. 
 
Em relação ao lugar para sentar, o autor da demanda sempre se fará presente no lado direito 
do magistrado, esquerdo da mesa; e o réu sempre se fará presente no lado esquerdo do 
magistrado, direito da mesa. 
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da 
Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; 
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
O poder de polícia que trata o referido artigo, é o mesmo do Direito Administrativo, em que o 
magistrado deverá conduzir a audiência com amplos poderes, realizando o que for necessário, 
fiscalizando e organizando o processo. 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, 
preferencialmente: 
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos 
requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 
Se o perito já apresentou por escrito a prova pericial, não há necessidade do comparecimento 
pelo mesmo na audiência. 
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as 
testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem 
licença do juiz. 
Em resumo, quando houver perito, o mesmo deve ser ouvido por primeiro. Logo depois, há, 
por primeiro, o depoimento pessoal do autor e por segundo o do réu. Então, são ouvidas, 
primeiramente, as testemunhas arroladas pelo autor e logo a seguir, as testemunhas do réu. 
Toda vez que alguma pergunta for feita, a mesma poderá ser direcionada diretamente às 
testemunhas, conforme art. 459 CPC. 
Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando 
pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem 
relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de 
outra já respondida. 
Caso o magistrado indefira alguma pergunta, é possível pedir que tal indeferimento conste em 
ata. O pedido para que conste em ata serve para, em eventual recurso, que a parte tente 
comprovar alguma irregularidade, como, por exemplo, cerceamento de defesa. 
O advogado do autor não poderá fazer perguntas para o autor e o advogado do réu não 
poderá fazer perguntas para o réu quando houver o depoimento pessoal, uma vez que é o juiz 
que buscará o seu próprio convencimento. Porém, quando forem ouvidas as testemunhas, 
ambos os advogados podem fazer perguntas para todas as testemunhas, ou seja, o advogado 
do autor pode inquirir as testemunhas da parte contrária e vice-versa. 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva 
necessariamente participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário 
marcado. 
Caso passem 30 (trinta) minutos e o magistrado não tenha iniciado a audiência, devido à fato 
não justificado, a mesma poderá ser adiada. Destaca-se que atraso em pauta não é justificativa 
para adiar audiência. 
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz 
procederá à instrução. 
Esse impedimento se refere quando uma das partes não tem como comparecer, entretanto, 
não é qualquer compromisso do autor ou réu que viabiliza o adiamento da audiência. Para 
ocorrer o adiamento é necessário que uma das partes não tenha como se locomover até o 
local. Ex: uma das partes está doente no hospital, e acabou de fazer uma cirurgia. Essa 
comprovação de não comparecimento deve ser feita até a abertura da audiência e se não a 
for, infelizmente, o juiz é obrigado a julgar o processo. 
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou 
defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao 
Ministério Público. 
Se o advogado não compareceu, seu cliente não tem como produzir provas. 
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento 
da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência 
da nova designação. 
Em caso de adiamento, consideram-se intimados os advogados das partes, sendo 
desnecessário a intimação por outro meio. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao 
membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo 
de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. 
Dentro da audiência, esse ato realizado recebe o nome de RAZÕES FINAIS ou ALEGAÇÕES 
FINAIS, e como disposto no próprio artigo, cada advogado terá 20 minutos, prorrogáveis por 
mais 10 minutos, a critério do magistrado. 
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da 
prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de 
modo diverso. 
Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo continuará sendo de, no máximo, 30 
minutos, e o mesmo pode ser dividido anteriormente entre os advogados, ou caso não seja, 
será dividido igualmente entre os que estiverem no mesmo polo da ação. 
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral 
poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, 
bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 
15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 
Como já foi dito, quando o juiz negar uma pergunta que o advogado ache pertinente, deve 
pedir para registrar em ata tal pergunta e que o magistrado a indeferiu. Caso o juiz não deixa 
registrar em ata, nas alegações finais o advogado deve fazer o registro de talpergunta e seu 
consequente indeferimento, uma vez que se não for feita nesse momento, haverá a preclusão 
e nada poderá ser arguido em sede de eventual recurso. 
O debate oral serve para analisar uma prova mais complexa, de difícil entendimento, ou seja, 
dentro da audiência pode haver a acareação de testemunhas para buscar a solução do litígio 
caso o mesmo se apresente laborioso. 
As razões finais/alegações finais em forma escrita são necessárias quando a ação for de difícil 
resolução, quando houver necessidade dos advogados, aos requererem seus últimos pedidos, 
serem obrigados a olhar de forma atenta e minuciosa os detalhes, sendo impossível fazê-la 
logo no momento da audiência. Quando as razões finais/alegações finais forem transcritas e 
juntadas posteriormente à audiência, recebem o nome de MEMORIAL. 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na 
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do 
julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima 
possível, em pauta preferencial. 
Esse artigo tem relação com o horário de execução de atos processuais, e devem estar entre às 
6 horas até às 20 horas (determinado pelo Tribunal de Justiça quais serão os horários 
utilizados), e em ações que seja possível o fracionamento do ato, sem que traga prejuízo ao 
processo, a mesma é permitida. 
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em 
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. 
Em casos mais simples ou que demandem uma solução rápida do litígio, a sentença já é 
proferida em audiência, porém, em casos mais complexos, há a necessidade de análise do 
magistrado para uma decisão mais equânime e que siga os preceitos legais. 
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na 
audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no 
ato. 
Nesse termo haverá um resumo de tudo o que ocorreu na audiência, e é nele que constará 
qualquer eventual indeferimento de perguntas feita pelos advogados. O que for registrado 
nesse termo, também poderá servir como base para eventuais recursos. 
§ 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, 
que serão encadernadas em volume próprio. 
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão 
ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para 
cuja prática os advogados não tenham poderes. 
Em regra, as partes não são obrigadas a rubricar o termo de audiência, exceto quando os 
advogados não tiverem poderes para tal, naquele momento. (Artigo sobre os poderes do 
advogado). 
§ 3o O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de 
audiência. 
§ 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação 
específica e nas normas internas dos tribunais. 
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou 
analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a 
legislação específica. 
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer 
das partes, independentemente de autorização judicial. 
Em caso de na audiência, não houve tecnologia suficiente no momento de sua realização, é 
permitido que o próprio advogado grave a audiência. Além disso, mesmo que exista 
aparelhagem e tecnologia suficiente, ainda sim, é possível que, se o advogado deseje, grave 
com seu próprio dispositivo, o ocorrido na audiência. Na prática, esse último ato dificilmente 
acontece. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais. 
Em resumo, esses são os procedimentos e condutas a serem tomados em uma audiência de 
instrução e julgamento durante o processo civil. Lembra-se que a audiência de instrução é 
apenas mais um ato processual, porém, como todos, deve ser executada da melhor maneira 
possível, pois possui sua relevante importância no processo, sendo em muitos casos o fator 
determinante para o sucesso ou fracasso nas questões discutidas. 
• Prorrogação 
a prorrogação da competência pode ser legal, ou seja, prevista em lei, como se dá nos casos 
em que há conexão ou continência entre duas ações (arts. 102 e 104 do CPC), como também 
pode ser voluntária, isto é, decorrente de vontade das partes. A prorrogação voluntária da 
competência, por sua vez, divide-se em expressa ou tácita. A expressa dá-se nas hipóteses de 
eleição de foro (art. 111 do CPC) e a tácita quando a parte ré deixa de opor exceção de 
incompetência relativa no prazo legal (art. 114 do CPC). 
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão 
ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. 
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa 
de pedir. 
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às 
partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. 
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção 
das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, 
elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 
1º O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir 
expressamente a determinado negócio jurídico. 
2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único 
do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. 
(Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)

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