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AT 1 MÉTODOS E TÉCNICAS PARA COACHING 2 32 S U M Á R IO 3 UNIDADE 1 – Introdução 5 UNIDADE 2 – Perguntas Eficazes - Iniciando 5 2.1 Os elementos consciência e responsabilidade 5 2.2 A função das perguntas 7 2.3 Preste atenção: às respostas, ao tom de voz, à linguagem corporal 8 2.4 Perguntas úteis 10 UNIDADE 3 – O Questionamento e o Estabelecimento de Metas 10 3.1 Informal, formal, individual 11 3.2 Metas para quê? 13 3.3 Objetivos de quem? 15 UNIDADE 4 – A Realidade e a Consciência - Finalizando 15 4.1 Imparcialidade, discrição, sentidos 18 4.2 As escolhas e a classificação das opções 19 4.3 Finalizando 23 UNIDADE 5 – Algumas Dinâmicas de Coaching 23 5.1 AutoCoaching 26 5.2 Coaching de comunicação 29 5.3 Coaching multifocal 33 5.4 O modelo cíclico DADE e o método Ciclo Team Power ® 36 5.5 O modelo CHA para seleção de pessoal 39 5.6 Coaching transcultural 42 5.7 Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR) 43 5.8 O Balanced Score Card (BSC) na avaliação de resultados do Coaching 48 REFERÊNCIAS 2 33 UNIDADE 1 – Introdução Método, segundo Ferreira (2004), pode ser o caminho pelo qual se atinge um obje- tivo ou programa que regula previamente uma série de operações que se devem re- alizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado. Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que tem como objetivo obter um determinado resultado, seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade (FERREIRA, 2004). No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indiví- duo a aprende e a faz progredir. Só o ser humano é capaz de construir, com a ima- ginação, algo que logo pode concretizar na realidade. Em termos de Tecnologia, a técnica responde ao interesse e à vonta- de do homem de transformar seu ambien- te, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Paladini (2012) nos lembra que as fer- ramentas, por si só, não geram melhorias e nem implantam alterações. O que elas fazem, na verdade, é orientar a ação do usuário. Elas geram dispositivos simples de avaliação de ações desenvolvidas, pos- sibilitando ao usuário conhecer, passo a passo, como ocorrem as mudanças nas operações de processo. Nos interessa nesse módulo refletir e estudar métodos e técnicas para Coa- ching! O Coaching, atividade que se desenvol- ve ao longo de um tempo desejável, tem como foco de ação: informações, ferra- mentas, desenvolvimento de habilidades, orientação e avaliação. Ele começa com uma fase de sensibilização, seguida de ca- pacitação, consolidação e conclusão. De- senvolve-se a partir da elaboração de um plano de ação que contempla as principais metas de crescimento do participante para atingir seus objetivos profissionais e pessoais. Seminários com grupo, sessões de atendimento individual, leituras e exercí- cios, canal aberto, reuniões de feedback e acompanhamento fazem parte da meto- dologia do Coaching. Um modelo de Coaching é um processo que permite ao Coach estruturar a inte- ração com o seu Coachee, para este man- ter o foco nos seus objetivos e decisões. A criação de uma agenda de tarefas fa- cilita o cumprimento de todos os pontos necessários para conseguir chegar aos resultados pretendidos. Existem mais de 20 modelos/processos diferentes para estruturar uma sessão de Coaching. Para usar um determinado modelo com uma pessoa, é necessário perceber quais os resultados que essa pessoa pretende e qual o modelo que mais se adequa. Segundo estudos de Ferreira (2013), para um resultado eficaz, por vezes temos de aplicar vários modelos de Coaching. Durante o processo de resolução de um problema ou situação podem existir abor- dagens diferentes e para isso podemos ter de mudar de processo para chegarmos eficazmente aos resultados pretendidos 4 54 pelo Coachee. Ferreira (2013) encontrou pelo menos 50 ferramentas que podem ser aplica- das no Coaching: Autoavaliação do Coach - Contrato de Coaching - Criar Confiança, Rapport e Empatia - Escuta Ativa - Escuta Estruturada – Feedback – Reformulação - Coaching Apreciativo - Perguntas Pode- rosas - Feedback 360º - Janela de Johari - Assessment Individual - Enunciar a Missão - Tomada de Consciência - Estabelecimen- to de Objetivos - Reconhecimento de Com- petências - T.P.O. - Transformar Problemas em Objetivos - State of Flow - A Linha da Vida - Roda da Vida - I.D.C.O.R. - G.R.O.W. - C.R.A. - Método IESEC - Changing Belie- fs - Análise Uau - C.L.E.A.R. – CreativeUp - Anatomia do Sucesso - Eleição - ABC - Fast - Feedforward - O.S.K.A.R. - PCM - PNL - Mapa Mental - Posições Perceptivas - Yin & Yang – POWER - QuesUp - 1234 - Filtros de Sócrates - Inteligência Emocional - Me- táforas e Frases Inspiradoras - Team Coa- ching - Risodinâmica© - Ficha de Registo da Sessão de Coaching – ROI - Supervisão de Coaching. Pois bem, neste módulo partiremos das perguntas eficazes, o questionamento, o estabelecimento de metas até a finaliza- ção do processo e apresentaremos alguns dos métodos citados acima. Ressaltamos em primeiro lugar que em- bora a escrita acadêmica tenha como pre- missa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clás- sicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o cará- ter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se ou- tras que foram ora utilizadas, ora somen- te consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos es- tudos. 4 55 UNIDADE 2 – Perguntas Eficazes - Iniciando Nosso objetivo nessa unidade é mos- trar a importância das perguntas no pro- cesso de Coaching, mas não qualquer tipo de pergunta e sim perguntas que sejam eficazes, que nos levem a um resultado que nos satisfaça. Esse raciocínio passa necessariamente por entendermos o lu- gar e importância dos elementos consci- ência e responsabilidade. 2.1 Os elementos consciên- cia e responsabilidade O primeiro elemento ou elemento-cha- ve do Coaching é a consciência, produto de atenção direcionada, concentração e clareza. Consciência inclui ver e ouvir no am- biente de trabalho e muito mais. Trata-se de reunir e perceber claramente fatos e informações relevantes e a capacidade de determinar o que é relevante. Tal ca- pacidade inclui uma compreensão de sis- temas, dinâmicas, relações entre coisas e pessoas, e inevitavelmente algum enten- dimento de psicologia. Consciência tam- bém engloba a autoconsciência, em par- ticular o fato de se reconhecer quando e como as emoções ou desejos distorcem a própria percepção (WHITMORE, 2010). O Coaching fornece a alternativa de uma crescente consciência dos atributos únicos do corpo e da mente de cada indi- víduo, enquanto desenvolve a capacidade e a segurança para melhorar sem a pres- crição de terceiros. Isso desenvolve a au- toconfiança, a segurança e a responsabili- dade próprias. Consciência é saber o que está acon- tecendo à sua volta. Autoconsciência é saber o que você está sentindo. Consciência é feedback do meio am- biente, do seu corpo, de suas ações, do equipamento que você está usando, em oposição ao feedback de outras pessoas. Responsabilidade demanda poder de escolha, implica liberdade.Quando a consciência da responsabili- dade é verdadeira, a culpa dá lugar à esco- lha e a performance é melhorada. Em ou- tras palavras, se sentir responsável não faz temer o fracasso, nem lançar a culpa deste nos ombros de outra pessoa, faz sim ter autoestima e autoconsciência nos níveis desejados para melhorar a perfor- mance. 2.2 A função das perguntas Segundo Whitmore (2010), geralmente as perguntas são mais comumente feitas para se solicitar informações. Eu posso re- querer informação para resolver um pro- blema meu, para dar um conselho ou su- gerir uma solução para outra pessoa. Se eu sou um Coach, contudo, as respostas têm uma importância secundária. A infor- mação não é para meu uso próprio e pode não ser completa. Ao contrário, a informa- ção é justamente para orientar o outro, o Coachee. Eu só preciso saber que a pessoa orien- tada tem a informação necessária. As respostas dadas pelo Coachee frequente- mente indicam para o Coach a linha a se- 6 7 guir com perguntas consecutivas, ao mes- mo tempo em que o permite monitorar se o orientando está seguindo um caminho que seja produtivo ou que esteja alinhado com o propósito ou objetivos da empresa. As perguntas abertas exigem respos- tas descritivas, elas promovem a cons- ciência, enquanto perguntas fechadas são absolutas demais para apresentarem precisão, e respostas do tipo sim e não fecham a porta para um exame mais de- talhado. Elas nem mesmo forçam alguém a engajar seu cérebro. Perguntas abertas são muito mais eficazes para gerar cons- ciência e responsabilidade no processo de Coaching. As perguntas mais eficazes para aumentar consciência e responsabi- lidade começam com palavras que procuram quantificar ou juntar fatos, palavras como: O QUÊ, QUANDO, QUEM, QUANTO; POR QUE não é aconselhável, visto que muitas vezes implica crítica e provoca reação defensiva; e, PORQUE e COMO, se não qualificados, levam ao pensamento analítico, o que pode ser contraproducente. Vamos explicar: análise (pensamento) e consciência (observação) são módulos mentais não semelhantes, cujo emprego simultâneo para se obter um efeito abso- luto é virtualmente impossível. Se o que se requer é o relato preciso aos fatos, a análise de sua importância e significado é temporariamente suspensa. Se nós real- mente precisarmos fazer tais perguntas, é melhor parafrasear as perguntas com PORQUE para “Quais foram as razões...?”, e as perguntas contendo COMO, para “Quais são os passos...?” Elas evocam res- postas mais factuais e efetivas (WHITMO- RE, 2010). Outro ponto importante é que precisa- mos focar nos detalhes, ou seja: As perguntas devem começar abran- gentes e focalizar de modo crescente o detalhe. Essa exigência de mais detalhes mantém o foco e o interesse da pessoa orientada. O argumento é bem ilustrado pelo exercício de olhar para uns centí- metros quadrados de carpete. Depois de observar a fibra, a cor, o padrão e talvez uma marca ou mancha, o interesse do ob- servador no carpete vai-se perder quase inteiramente, e sua atenção vai começar a se voltar para coisas mais interessantes. Dê-lhe uma lente de aumento e ele vai olhar novamente, com mais profundida- de e por mais tempo, antes de se ente- diar. Um microscópio poderia transformar aquele pequeno pedaço de carpete em um universo fascinante de formas, textu- ras, cores, micróbios e até insetos vivos o bastante para manter a mente e os olhos do observador fascinados por muitos mi- nutos. O mesmo ocorre no Coaching para ne- gócios. O Coach precisa examinar minucio- samente, ou procurar mais detalhes, para manter o Coachee envolvido e para trazer à consciência dele os fatores frequente e parcialmente obscuros que podem ser im- portantes (WHITMORE, 2010). Além do foco nos detalhes, um princípio básico é de que o Coach tem que acompa- nhar as áreas de interesse, o interesse próprio e o pensamento do Coachee, pri- meiro porque o interessado no processo é 6 7 este e não o Coach e segundo porque se o Coach conduz a direção das perguntas, ele vai enfraquecer a responsabilidade do orientando. Se não é permitido aos orientandos explorar caminhos nos quais têm interes- se, é provável que a fascinação persista e cause distorções ou diferenças no próprio trabalho, em vez de apenas na sessão de Coaching. Uma vez tendo explorado seus interesses, eles estarão bem mais pre- sentes e concentrados no que quer que surja como o melhor caminho. Paradoxal- mente, isso também pode ser válido para o Coach focalizar em algum aspecto que o orientando parece evitar. Então, a fim de não prejudicar a con- fiança e a responsabilidade da pessoa orientada, a dica é a seguinte: o caminho de exploração é mais bem introduzido por uma afirmação seguida de uma pergunta: “Eu reparei que você não mencionou ... Há alguma razão especial para isso”? Os pontos cegos! Esses não podem ser esquecidos de modo algum! Um exemplo grotesco de ponto cego é aquela parte do veículo, a barra vertical entre o para-brisa e o motorista no qual este não consegue ver o que acontece. Até mesmo uma pessoa que esteja pas- sando na rua some neste ponto do veícu- lo, devendo o motorista ser extremamen- te habilidoso para se esgueirar e procurar visão para não causar um acidente. Whitmore (2010) cita como exemplo o processo para jogadores de golfe e tê- nis que podem se interessar pelo parale- lo físico desse princípio. Um Coach pode perguntar a um discípulo que parte de seu giro ou tacada ele acha mais difícil de sentir ou de ter uma consciência precisa a respeito. É mais provável que nesse “pon- to cego” esteja um desconforto velado ou erro no movimento. À medida que o Coach busca mais e mais consciência nessa área, a sensação é restaurada e a correção ocorre naturalmente sem recorrer a ensi- namentos técnicos por parte do Coach. As propriedades curativas da consciência são enormes! Por fim, temos as perguntas conduto- ras, recurso de muitos Coaches fracos, indicam que o Coach não acredita no que está tentando fazer. Isso será rapidamen- te reconhecido pelo orientando, e a con- fiança e o valor da sessão de Coaching se- rão reduzidos. É melhor para o Coach dizer a quem orienta que ele tem uma sugestão do que tentar manipulá-lo nessa direção. As perguntas que implicam crítica tam- bém devem ser evitadas, como em “Por que ‘diabos’ você fez isso”? Assim como as perguntas são impor- tantes igualmente são as respostas! Ve- jamos: 2.3 Preste atenção: às res- postas, ao tom de voz, à lin- guagem corporal O Coach precisa estar integralmente atento às respostas de seus orientan- dos. A confiança irá se perder se ele não estiver, e ele também não saberá qual a melhor pergunta a fazer na sequência. Esse processo tem que ser espontâneo. As perguntas preparadas mentalmen- te antes de realizadas quebram o fluxo e não acompanham o interesse da pessoa orientada. Se o Coach está pensando na próxima pergunta enquanto o orientan- 8 9 do está falando, este vai se dar conta de que aquele não está ouvindo realmente. É muito melhor ouvir a pessoa e fazer uma pausa, se for necessário, enquanto a per- gunta seguinte vem à mente. A maioria das pessoas não é boa em es- cutar os outros. Na escola nos dizem para escutar, mas não nos treinam ou orientam para isso. Essa é uma habilidade que requer con- centração e prática. Ainda que pareça estranho, umas poucas pessoas têm di- ficuldade em escutar o noticiário ou uma boa estação de rádio. O interesse prende a atenção; talvez precisemos aprender a nos interessarmos pelos outros. Quan- do nós realmente escutamos alguém, ou quando alguém realmente nos escuta, é muito bom. Quando escutamos, estamos realmente ouvindo? Quando olhamos, estamos realmente vendo? Enganamosa nós mesmos e àqueles a quem orienta- mos se não os ouvimos e vemos verdadei- ramente, e com isso quero dizer manter contato visual com eles. A obsessão por nossos próprios pensamentos e opiniões e a compulsão por falar, particularmente se estamos desempenhando um papel de aconselhamento, são fortes. Diz-se que já que nos foram dados dois ouvidos e uma boca, deveríamos escutar duas ve- zes mais do que falar. Talvez a coisa mais difícil que um Coach precisa aprender seja a calar a boca! Essa fala de Whitmore (2010) parece grosseira, mas é verdade. A escuta em grande parte das situações é tão ou mais importante do que a fala, tanto que o tom de voz da pessoa orientada vai indicar qualquer emoção e deve ser escutado. Um tom monocórdio pode indicar repetição de uma antiga linha de pensamento, uma voz mais animada vai indicar o surgimento de novas ideias. A escolha lexical do orien- tando pode ser bastante reveladora: uma predominância de termos negativos, uma mudança para uma linguagem formal ou infantil, tudo isso tem significados vela- dos que podem ajudar ao Coach a enten- der e, consequentemente, facilitar. A linguagem corporal também deve ser observada para além da escuta com o ob- jetivo de escolher a próxima pergunta. Já sabemos que a postura indica uma condi- ção do Coachee e precisamos agora inter- pretar essa postura, por exemplo: incerteza ou ansiedade nas respos- tas podem ser reveladas pela sua mão co- brindo parcialmente a boca enquanto fala; braços cruzados na altura do peito frequentemente indicam resistência ou insubordinação; e, uma postura corporal aberta sugere receptividade e flexibilidade. Mais uma vez vale a preciosa dica de Whitmore (2010): se as palavras dizem uma coisa e o corpo parece estar dizendo outra, o corpo está mais propenso a indi- car os sentimentos verdadeiros. 2.4 Perguntas úteis Existem perguntas que são mais úteis ao Coaching do que imaginamos. Elas de- vem ser sempre autênticas. Vejamos al- guns exemplos: “O que mais?”, usada no final da maio- ria das respostas fará surgir algo mais. Silêncio total, enquanto se permite que o Coach pense, frequentemente também evoca algo mais. 8 9 “Se você soubesse a resposta, qual seria?” - não é uma idiotice como pode pa- recer, uma vez que permite ao orientando olhar além do obstáculo. “Quais seriam as consequências disso para você ou para outras pessoas?” “Que critérios você está usando?” “Qual é a parte mais difícil/desafiado- ra disso para você?” “Que conselho você daria a um amigo na sua situação?” “Imagine-se tendo um diálogo com a pessoa mais inteligente que você conhe- ce ou de que se lembra. O que ele ou ela lhe diria para fazer?” “Eu não sei o que fazer com isso ago- ra. O que você faria?” “O que você ganharia ou perderia fa- zendo ou dizendo isso?” “Se alguém lhe dissesse ou fizesse isso, o que você sentiria, pensaria ou fa- ria?” As perguntas do Coaching implicam atenção para a resposta, concentram atenção na precisão e criam um feedback. Instruir não faz nada disso (WHITMORE, 2010, p. 51). 10 1110 UNIDADE 3 – O Questionamento e o Estabelecimento de Metas Conhecidas as perguntas “úteis”, é pre- ciso estabelecer sobre o que perguntar, e em que ordem, lembrando que o Coaching de maneira geral pode ser formal, infor- mal ou individual. Quais metas, quais ob- jetivos, de quem? Estes são os passos da vez. 3.1 Informal, formal, indivi- dual O Coaching pode ser livre e informal, a ponto de as pessoas envolvidas no pro- cesso não saberem que estão sendo orientadas. Para a função diária de geren- ciamento de instrução e questionamento da equipe, nada é melhor do que o Coa- ching, mas ele não deve ser reconhecido como tal; seria apenas gerenciamento. Para Whitmore (2010), no caso acima, o Coaching deixa de ser uma ferramenta de gerenciamento e se torna simplesmente uma forma de gerenciar pessoas, e a mais efetiva. Na outra extremidade do espectro, uma sessão de Coaching pode ser agendada e estruturada de tal modo que o propósito e os papéis fiquem bem definidos. É o que chamamos de Coaching formal, método pago, existindo um contrato, com sessões ou reuniões agendadas (MARQUES, 2014). Se pensarmos em um executivo, o pro- cesso de Coaching individual possibilita reconhecer seus potenciais e entender seu papel na organização, passando a en- carar desafios com maior segurança. O objetivo final deve ser conciliar e atin- gir os objetivos pessoais e da empresa, em equilíbrio com os demais aspectos de sua vida. Esse Coaching pode se dar através de reuniões com um Coach externo den- tro ou fora das instalações da empresa, com frequência e duração definidas a par- tir dos objetivos a serem atingidos, esta- belecidos na contratação do serviço, sen- do então um Coaching individual e formal. O Coaching individual pode ocorrer en- tre colegas, entre um gerente e um subor- dinado, entre um antigo professor e um aluno, entre um Coach e um atleta, ou en- tre um consultor e alguém buscando seu auxílio. O Coaching individual pode até ser aplicado em direção a um nível mais elevado, embora quase sempre de forma velada, por um funcionário em seu chefe. Afinal, como ninguém chega muito longe dizendo ao chefe o que fazer, o Coaching num nível crescente tem uma taxa de su- cesso muito mais alta! (WHITMORE, 2010). A sequência de passos mais conhecida para o Coach foi proposta por Whitmore, conhecido como método GROW, chamado assim por dois motivos: primeiramente pelo nome que em inglês significa cresce e por ser as iniciais das 4 etapas do méto- do. GOAL (META) - defini-la não só para a sessão, mas também no curto e longo pra- zos. REALlTY (REALIDADE) - explorar a situ- ação atual. OPTlONS (OPÇÕES) - explorar – estraté- gias alternativas ou cursos de ação. WHAT/ WHEN/ WHOM/ WILL - o QUE 10 1111 deve ser feito, QUANDO, por QUEM. Essa sequência pressupõe que é de- sejável se passar pelos quatro estágios, o que geralmente acontece ao se tentar lidar com um novo e difícil assunto pela primeira vez. Todavia, o Coaching será fre- quentemente usado para se avançar em uma tarefa ou processo que já tenha sido discutido ou que já esteja acontecendo. Nestes casos, o Coaching pode começar e terminar em qualquer estágio. 3.2 Metas para quê? Invariavelmente iniciamos uma reunião de Coaching determinando uma meta para ela. Se o orientando buscou uma reunião, claramente é ele que precisa definir o que quer obter dela. Mesmo que tenha sido o Coach ou o gerente que tenha solicitado a reunião para resolver uma questão espe- cífica que ele nomeia, o orientando ainda pode ser perguntado se há algo que ele queira da reunião. GOAL (metas): o primeiro passo do trabalho é estabelecer uma meta, um objetivo a ser alcançado. Consiste essen- cialmente em responder à questão: “o que você quer?” Pode parecer algo muito simples, mas é muito comum que o clien- te tenha metas muito genéricas, do tipo “quero ser feliz” ou “quero resolver meus problemas”, e que encontre grande difi- culdade quando tentamos detalhar seus objetivos. Para isso são empregadas algu- mas ferramentas como a “Roda da Vida”. Meta pode ser entendida como a uni- dade básica de um projeto de vida, um ob- jetivo a ser atingido. Uma meta pode ser representada por cinco variáveis: especi- ficidade, mensurabilidade, exequibilida- de, relevância e tempo: 1º. Especificidade significa exatamen- te ser bem definida. 2º. Mensurabilidade é tornar sua meta quantificável, palpável. 3º. Exequibilidade nada mais é do que ter uma meta alcançável, possível, viável. 4º. Relevância é tornar a meta signifi- cativa, desafiadora. 5º. O tempo, talvez a variável mais im- portante... é preciso estipularo tempo para realizar algo. Perguntas como: O que você espera obter dessa reu- nião? Eu tenho meia hora para isso, onde você espera ter chegado até lá? Qual seria o ponto mais útil para você obter nessa reunião? Iriam evocar respostas do tipo: Um resumo do que eu posso desen- volver no mês. Uma ideia clara e um comprometi- mento com os próximos passos de minha ação. Uma decisão sobre que lado seguir. Uma compreensão de quais são as principais questões. Um orçamento de acordo para o tra- balho. Existem metas finais e metas de per- formance, as quais precisamos saber dis- tinguir. Uma meta final: tornar-se o líder do mercado, ser nomeado diretor de vendas, 12 13 conseguir uma determinada conta, ga- nhar a medalha de ouro – raramente está como um todo sob seu controle. Você não pode saber ou controlar o que seus con- correntes irão fazer. Uma meta de performance: identifique o nível de performance que você acredita que irá lhe proporcionar uma boa chan- ce de alcançar o objetivo final. Está em grande parte sob seu controle e isso ge- ralmente cria meios de medir progresso. Exemplos de metas de performance po- dem ser para 95% da produção passarem no controle de qualidade da primeira vez, venderem 100 coisas no mês que vem ou correrem 1.500m em 4 minutos e 10 se- gundos até o fim de setembro. O importante é que é mais fácil se com- prometer e assumir responsabilidade de uma meta de performance que esteja sob seu controle do que de uma meta final que não esteja. Uma meta final deve, sempre que possível, ser apoiada por uma meta de performance. A meta final pode dar a inspiração, mas a de performance define a especificação. REALITY (Realidade): nessa etapa o cliente se dá conta de como está agora, o ponto de partida de seu trabalho. A per- gunta básica seria “o que você quer que aconteça que não está acontecendo ago- ra?” Em outras palavras, dar-se conta da situação atual, dos recursos (internos e externos) que tem disponíveis e dos obs- táculos para o sucesso. Aqui muitas vezes ele vai entrar em contato com “crenças li- mitantes” que aumentam a real dimensão de seus problemas ou escondem sua real capacidade de resolvê-los, e que precisa- rão ser trabalhadas a partir de ferramen- tas específicas. OPTIONS (Opções): o passo seguinte é fazer um levantamento do caminho a ser percorrido (o que você pode fazer?). Imagine alguém que vai viajar: ele identi- fica seu destino num mapa e estuda qual o melhor caminho a percorrer, preferindo uma estrada que seja mais curta ou mais segura, por exemplo. Ao estudar opções, podemos considerar relações de custo x benefício ou de graus de dificuldade. WHAT (O que): o passo final é estabe- lecer o plano de ações, passo a passo, de- talhadamente (o que você vai fazer?). Um plano de ações é o coração de todo pro- cesso; o cliente se compromete com um conjunto de ações que vai implantar até a sessão seguinte (normalmente as ses- sões são semanais), e a primeira ativida- de da próxima sessão vai ser o exame de como o plano de ações foi aplicado. Em cada uma dessas etapas podem ser utilizadas diversas ferramentas de Coa- ching específicas. Ao longo das sessões, o cliente vai experimentar um intenso pro- cesso de autoconhecimento e revisão de valores, então é muito comum que a meta inicial seja substituída por um outro obje- tivo mais relevante ou imediato. O êxito do método depende basicamente de dois elementos indispensáveis: Comprometimento – a motivação do cliente para atingir seus objetivos é fun- damental, e será constantemente esti- mulada pelo Coach ao longo do trabalho; Confiança Mútua – a atuação profis- sional e ética do Coach deve ser capaz de produzir uma intensa relação de confian- ça com o cliente; apenas assim ele poderá ser um auxiliar eficiente no intenso pro- 12 13 cesso de imersão dentro de si que o clien- te vai realizar durante as sessões (CAM- POS, 2014). 3.3 Objetivos de quem? O valor da escolha e da responsabilida- de em termos de automotivação nunca deve ser subestimado. Por exemplo, se uma equipe de vendas surge com um obje- tivo que é inferior ao que o patrão almeja, ele deveria analisar as consequências com muito cuidado antes de passar por cima do deles e impor seu objetivo. Ele pode fazer melhor engolindo seu orgulho e aceitando o que a equipe estipulou. Insistir na sua vi- são pode causar a queda da performance da equipe, mesmo que seu objetivo tenha sido aumentá-la. Eles podem considerar ou não a sua posição irreal e desencora- jante, mas certamente estarão motivados por sua falta de escolha. É claro, o patrão tem mais uma opção se ele estiver certo do que quer, e isso é começar com objetivo da equipe e orientá-los adiante, exploran- do e ajudando-os a romper suas barreiras para alcançar mais. Eles então assumem a responsabilidade para o objetivo final acordado (WHITMORE, 2010). Para dar suporte a uma meta final, que não está sob o seu controle, fazendo uso de uma meta de performance que está, as metas precisam ser mais que inteligente, precisam ser puras e claras, conforme o quadro a seguir: METAS INTELIGENTES METAS PURAS METAS CLARAS SPEClFlC (específicas). MEASURABLE (mensurá- veis). AGREED (acordadas). REAUSTlC (realistas). TIME PHASED (planejadas por tempo). POSITIVELY (estabelecidas positivamente). UNDERSTOOD (compreen- didas). RELEVANT (relevantes). ETHICAL (éticas) CHALLENGING (desafiado- ras). LEGAL (legais). ENVIRONMENTALLY SOUND (sintonizadas com o am- biente). APPROPRIATE (apropria- das). RECORDED (escritas). A questão de uma meta ter a maior parte dessas qualidades é evidente e não precisa de mais elaboração, mas sim de algumas observações: se uma meta não for REALISTA, não há esperança, e, se não for DESAFIADO- RA, não há motivação. Portanto, existe um invólucro aqui dentro do qual todas as metas devem caber; é muito importante estabelecer me- tas POSITIVAS; as metas devem ser ACORDADAS en- tre todas as partes envolvidas: o patrão que pensa que deve estipulá-las, o ge- rente de vendas e a equipe que precisa realizar o trabalho. Sem acordo, o domínio vital e a responsabilidade das vendas da equipe são perdidos, e sua performance irá sofrer de acordo com isso; 14 1514 as metas devem ser LEGAIS, ÉTICAS e SINTONIZADAS COM O AMBIENTE, mas cada indivíduo tem o seu próprio código pessoal sobre essas coisas e a única ma- neira de garantir o alinhamento completo dos funcionários hoje é ter padrões éticos mais altos do que os dos antigos gerentes, que muitas vezes são pegos de surpresa e cuja desculpa é a já gasta “nós sempre fi- zemos desse jeito”. Além do mais, a nova ênfase dada à contabilidade nos negócios e na sociedade, e as consequências da ex- posição por um soprador de apito ou um cão de guarda do consumidor, certamente é mais importante do que qualquer ganho no curto prazo que possa seduzir os ines- crupulosos! (WHITMORE, 2010). 14 1515 UNIDADE 4 – A Realidade e a Consciência - Finalizando Claro que uma meta é importante! Mas investigar a realidade em detalhes tam- bém é. Há quem argumente que metas não po- dem ser estabelecidas até que a situação corrente (a realidade) seja conhecida e compreendida. Whitmore (2010) rejeita esse argu- mento tomando como base que um pro- pósito é essencial para dar valor e direção a qualquer discussão. Mesmo que metas possam ser apenas vagamente definidas antes que a situação seja observada em detalhes, isso precisa ser feito primeiro. Então, quando a realidade estiver clara, as metas podem ser levadas a um foco mais aguçado ou até alteradas se a situação acabar sendo um pouco diferente do que se pensava anteriormente. Sua sugestão passapor listar as op- ções, verificando se cada uma delas real- mente levaria à meta final pretendida, ou seja, pode-se retroceder e redefinir me- tas até que a realidade e a meta encon- trem-se equilibradas. O critério mais importante para exami- nar a realidade é a objetividade. A objeti- vidade está sujeita às maiores distorções causadas por opiniões, julgamentos, ex- pectativas, preconceitos, preocupações, esperanças e medos do observador. A consciência está observando as coisas como elas são; a autoconsciência está re- conhecendo esses fatores internos que distorcem a percepção que a pessoa tem da realidade. A maioria das pessoas pensa que é ob- jetiva, mas a objetividade absoluta não existe. O melhor que temos é um grau dela, mas quanto mais perto conseguimos chegar disso melhor. 4.1 Imparcialidade, discri- ção, sentidos Para abordar a realidade, então, é preci- so que ignoremos as possíveis distorções tanto do Coach quanto do Coachee. Isso exige um alto grau de imparcialidade da parte do Coach, e a habilidade de formular perguntas de maneira que respostas reais se façam necessárias por parte do orien- tando. “Quais foram os fatores que deter- minaram a sua decisão?” - esta pergunta irá evocar uma resposta mais precisa do que: “Por que você fez isso?”, que tende a produzir o que o Coachee acredita que o Coach quer ouvir ou uma justificativa de- fensiva. O Coach deve usar, e sempre que pos- sível encorajar o orientando a usar, termi- nologia descritiva em vez de terminologia avaliativa. Isso ajuda a manter a imparcia- lidade e a objetividade e reduz a autocrí- tica contra produtiva que distorce a per- cepção. Quanto mais específicas e descritivas as nossas palavras e frases se tornarem, menos crítica elas tenderão a carregar, e mais produtivo será o Coaching, ou seja, a descrição agrega valor, a crítica geralmen- te retira. Se um Coach apenas fizer perguntas e receber respostas no nível de consciên- cia normal, ele pode estar ajudando os 16 17 orientandos a estruturarem seus pensa- mentos, mas não está sondando níveis de consciência mais novos e profundos. Quando o orientando tem de parar para pensar antes de responder, talvez levan- tando os olhos para fazer isso, a consci- ência está sendo elevada, pois está tendo de examinar novas profundidades de sua consciência para reaver a informação. É como se ele estivesse investigando seus arquivos interiores mais secretos para buscar a resposta. Uma vez encontrada, essa nova consciência se torna atenta e o orientando torna-se mais capacitado com ela. Nós temos uma medida de escolha e controle sobre o que temos consciência, porém somos controlados pelo que não temos consciência. O bom Coach tenderá a seguir o interes- se ou a cadeia de pensamento do orien- tando, enquanto ao mesmo tempo ele irá monitorar como isso se relaciona com o assunto como um todo. Apenas quando o orientando estiver pronto para deixar cada aspecto da questão é que o Coach deve levantar qualquer coisa que ele con- sidere que tenha sido omitida. Se o orien- tando parecer ter saído muito do caminho, uma pergunta como “De que maneira isso se relaciona com o problema?” pode tra- zê-lo de volta ou revelar uma razão válida. De qualquer maneira, isso irá permitir com que ele continue direcionando o processo. Ao seguir a linha de pensamento do orientando, em vez de impor a sua, o Co- ach ganha a confiança dele, porque o in- teresse e a necessidade do orientando estarão sendo respeitados. Na maioria dos cenários de Coaching em negócios, a realidade irá tratar-se de fatos e imagens, os incidentes que ocorreram, as ações assumidas, os obstáculos a se- rem superados, os recursos e as pessoas disponíveis, etc. - coisas chamadas pela e para a mente. No entanto, se o orientando estiver aprendendo uma nova habilidade física, de uma ferramenta de sua função, de uma engrenagem de ferrovia a uma ra- quete de tênis, o Coaching também estará concentrado nos sentidos: tato, audição e visão. A consciência do corpo traz com ela a autocorreção automática. Tal qual os sentidos são um aspecto da autoconsciência, as emoções têm re- levância específica com problemas inter- pessoais no trabalho ou em outro local. Perguntas assim deverão ser feitas: O que você sente quando é chamado repentinamente à sala do chefe? Que emoções restam a você após uma sequência recente de redundâncias? Do que você acha que tem medo? Em que parte do seu corpo você sen- te a tensão? De que maneiras você inibe seu po- tencial? Qual é o sentimento predominante que você tem quando sabe que fez um bom trabalho? Você pode me dar um número na es- cala de 1 a 10 para o seu nível de confian- ça na sua habilidade para fazer uma boa apresentação esta tarde? A autoconsciência também precisa ser trazida à tona em nossos pensamentos e atitudes do momento presente, e em ou- tros em que normalmente temos menos 16 17 acesso consciente. Cada um de nós traz consigo, algumas vezes desde a infância, crenças e opiniões existentes há muito tempo que irão colorir nossa percepção e nossos relacionamentos com os outros. Se falharmos em reconhecer a sua exis- tência e não compensarmos seus efeitos, nossa percepção de realidade será distor- cida para eles. A maioria dos pensamentos carrega uma emoção consigo; todas as emoções são refletidas no corpo; sensações corpo- rais frequentemente despertam pensa- mentos. O que se segue, portanto, é que pre- ocupações, bloqueios e inibições podem ser abordados pela mente, pelo corpo ou pelas emoções, e o esclarecimento de um tende a libertar os outros, embora isso não aconteça sempre. O estresse persistente, por exemplo, pode ser reduzido identifi- cando as tensões do corpo; evocando a consciência dos sentimentos que abas- tecem o trabalho excessivo; descobrindo atitudes mentais como perfeccionismo. Pode ser necessário trabalhar em todos os três separadamente e nesse ponto talvez seja importante limitar a profundidade! É hora de uma palavra de cautela. Um Coach pode ficar ciente ao investigar mais a fundo do que o previsto os impulsos e motivos ocultos de um orientando. Essa é a natureza do Coaching: ele trata da causa, não meramente do sintoma. O Co- aching pode exigir mais do que esconder as falhas interpessoais no escritório com diretivas, mas ele também pode ser mais recompensador em termos de resultados. Vale a recomendação de Whitmore (2010, p. 73): se você não for adequada- mente treinado em Coaching ou for co- varde, é melhor ficar fora disso! Se você suspeitar que um problema de relaciona- mento na equipe tem origem profunda, então é melhor trazer um profissional com as habilidades necessárias. Uma distinção entre Coaching e aconselhamento é que o primeiro é basicamente proativo e o se- gundo é geralmente reativo. Outra distin- ção é que o Coaching muitas vezes aborda questões diretamente relacionadas ao local de trabalho, porém as habilidades do aconselhamento são necessárias, caso a questão ainda ocorra ou tenha origem na infância. É nessa fase da realidade do Coaching que as perguntas devem ser iniciadas na maioria das vezes por palavras interroga- tivas como O QUÊ, QUANDO, ONDE, QUEM e QUANTO. COMO e POR QUE devem ser usadas apenas algumas vezes ou quando nenhuma outra for suficiente. Essas duas palavras requerem análise e opinião, bem como aptidão, visto que as interrogativas buscam fatos. Na fase da realidade do Coaching, os fatos são im- portantes e, assim como na investigação policial, a análise diante de todos os fatos pode, em teoria, levar a uma formação de teoria e coleta de dados parciais mais tarde. Os Coaches precisarão estar espe- cialmente alertas, de ouvidos atentos e observando para pescaremtodas as dicas que indiquem a direção que as perguntas devem tomar. Deve ser ressaltado aqui que é a consciência do Coachee que está sendo elevada. O Coach muitas vezes não precisa saber toda a história de uma situ- ação, mas precisa estar meramente certo de que o orientando sabe. Isso, portanto, não consome tanto tempo quanto consu- 18 19 miria se o Coach precisasse ter todos os fatos em ordem para fornecer a melhor resposta. Uma pergunta de realidade que várias vezes fracassa na tentativa de contribuir com valor é: “Que atitudes você tomou em relação a isso até agora?”, seguida por: “Quais foram os resultados dessa ação?” Isso serve para enfatizar o valor da ação e a diferença entre agir e pensar sobre os problemas. Muitas vezes as pessoas pensam nos problemas muito tempo, mas apenas quando são perguntadas o que fi- zeram em relação a eles é que percebem que nunca tomaram nenhuma atitude. 4.2 As escolhas e a classifi- cação das opções O propósito do estágio das opções não é encontrar a resposta “certa”, mas criar e listar o maior número possível de cursos de ação. A quantidade de opções é mais importante nesse estágio do que a quali- dade e a adequação de cada um. O proces- so estimulador do cérebro de reunir todas as opções é tão válido quanto a própria lista de opções, porque mantém a essên- cia criativa fluindo. É dessa ampla base de possibilidades criativas que passos de uma ação específica serão selecionados. Se preferências, censura, sarcasmo, obs- táculos ou a necessidade de completude são expressos durante o processo de co- leta, potencialmente, contribuições de valor serão perdidas e as escolhas serão limitadas. O Coach fará tudo que puder para ar- rancar essas opções do orientando ou da equipe que ele esteja orientando/geren- ciando. Para isso, ele precisa criar uma atmosfera em que os participantes se sintam seguros o bastante para expres- sarem seus pensamentos e ideias sem ini- bição ou medo de julgamento do Coach ou de outros. Todas as contribuições, ainda que aparentemente bobas, precisam ser anotadas, geralmente pelo Coach, para o caso de elas conterem um embrião de ideia que possa se encher de significação à luz de sugestões posteriores. Um dos fatores que mais restringem a geração de soluções criativas para os negócios e outras áreas são as assun- ções implícitas que carregamos, das quais muitas vezes mal temos consciência. Por exemplo: isso não pode ser feito; isso não pode ser feito dessa manei- ra; eles nunca concordariam com isso; é limitado para custar tanto; não podemos gastar tempo; os concorrentes devem ter pensado nisso. Há muitas outras. Observe que to- das contêm uma negativa ou recusa. Um bom Coach convidaria seus orien- tandos a se perguntarem “E se...”. Por exemplo: E se você tivesse um orçamento sufi- cientemente grande? E se você tivesse uma equipe maior? E se você soubesse a resposta? Qual seria? E se o obstáculo não existisse? O que você faria? 18 19 Através desse processo, que tempora- riamente acompanha a censura da mente racional, mais ideias criativas são libera- das e talvez se descubra que o obstáculo é menos intransponível do que sempre parecera. Talvez outro membro da equipe conhe- ça um desvio para esse obstáculo em par- ticular, de modo que o impossível torna-se possível pela combinação das contribui- ções de mais de uma pessoa. Devemos classificar as opções que po- dem ser em função do custo-benefício, dos ensinamentos do Coach, do mapea- mento de opções. Uma vez gerada uma lista abrangen- te, a fase vai do Coaching pode ser uma simples questão de selecionar o melhor do grupo. Entretanto, em assuntos mais complexos, como há tantos no ramo dos negócios, pode ser necessário reexaminar a lista observando os custos e benefícios de cada um dos cursos de ação. Isso deve mais uma vez ser feito pelo Coaching, e é aí que alguma combinação de duas ou mais ideias podem surgir como o melhor. Em relação às opções de ensina- mentos do Coach, pensem nos se- guintes questionamentos: O que faz o Coach se ele tem um deter- minado conhecimento, habilidade ou ex- periência quanto ao assunto em questão e o orientando não diz ao Coach qual é a solução óbvia? Em que estágio o Coach deve oferecer sua sabedoria? Certamente quando ele reconhece que o orientando esgotou suas possibilidades. Mas como ele pode passar seus ensina- mentos sem diminuir o senso de respon- sabilidade do orientando? Simplesmente dizendo: “Eu tenho algumas opções pos- síveis. Você gostaria de conhecê-las”? Poucos orientandos dirão não, mas eles podem pedir ao Coach que espere até que eles concluam uma corrente de pensa- mento. A quaisquer sugestões dadas pelo Coach deve ser atribuída a mesma impor- tância conferida a todas as outras opções. 4.3 Finalizando Chega um momento em que precisamos converter uma discussão em decisão, não é verdade? Para isso acontecer construí- mos um plano de ação que satisfaça pelo menos um requisito, no entanto, usando a gama mais abrangente de elementos pos- sível. O conjunto, a seguir, de perguntas do tipo VAI é aplicável à maioria das situações de Coaching. É claro que o Coach irá acres- centar subconjuntos de perguntas para esclarecer cada um desses pontos, mas as perguntas principais formam um esquele- to eficaz para essa fase. As demandas de uma autocracia ge- rencial são frequentemente conseguidas com resignação silenciosa, resistência ou ressentimento, não importa o quanto estes últimos são expressados com diplo- macia (WHITMORE, 2010, p. 87). Um Coach, por outro lado, pode trazer um surpreendente grau de firmeza para essa fase de questionamento sem causar quaisquer sentimentos ruins, visto que não está impondo sua própria vontade, mas ativando a da pessoa a quem orienta. Esta sempre mantém seu poder de esco- lha e responsabilidade, mesmo que sua decisão seja a de não agir; consequente- 20 21 mente, não se sentirá oprimida pelas per- guntas duras. Os Coachees podem até se divertir com o reconhecimento de sua própria ambiva- lência. O fato de eles se sentirem força- dos sugere que o Coach esteja revelando inconscientemente que ele acha que o orientando deve agir de um modo especí- fico. Veja a diferença de valor do modo como se faz a pergunta: O que você vai fazer? Essa pergun- ta é bem diferente de “O que você poderia fazer?” ou “O que você está pensando em fazer?” ou ainda “Qual destas você prefe- re?”. Nenhuma dessas implica uma deci- são firme. Uma vez tendo feito a primeira pergunta com uma voz firme, clara, indi- cando que é chegada a hora da decisão, ele pode completá-la com uma pergun- ta como “Sobre qual dessas alternativas você vai agir?”. Na maioria das questões relativas ao Coaching, o plano de ação vai incorporar mais de uma opção ou parte das possibilidades combinadas. As opções têm sido definidas de forma mais solta. Agora é hora de o Coach fazer perguntas para esclarecer detalhes das opções escolhidas. De longe, as mais importantes são: Quando você vai fazer isso? Esta é a pergunta mais difícil. Todos temos grandes ideias do que gostaríamos de fa- zer ou vamos fazer, mas somente quando estipulamos um tempo para realizá-las é que elas atingem uma dimensão real. E em algum momento do próximo ano tam- bém não é suficiente. Se alguma coisa vai acontecer, o prazo precisa ser bem deter- minado. Se uma simples ação é exigida, a res- posta desejada poderia ser “às dez da manhã da próxima terça, dia 12”. Com fre- quência, tanto a hora e a data de início quanto a data de término serão requisita- das. Se a ação que se segue é repetitiva, então os intervalos precisam ser especi- ficados: “Vamos nos encontrar às nove da manhãda primeira quarta-feira de cada mês”. É responsabilidade do Coach limitar o orientando aos prazos determinados. Este pode tentar esquivar-se, mas um bom Coach não deixará que ele se livre da obrigação. Esta ação vai atingir seu objetivo? Agora que temos uma ação e um limite de tempo para realizá-la, é importante que antes de prosseguirmos verifiquemos se esses levam na direção tanto do objeti- vo da sessão quanto do objetivo no lon- go prazo. Sem examinar o que já ocorreu, o orientando pode achar que se afastou bastante da trilha. Se isso aconteceu, é importante correr para mudar a ação, mas verificar se, de fato, é esse objetivo que precisa ser modi- ficado à luz do que surgiu desde que fora definido. Que obstáculos você poderia en- contrar no caminho? É importante se preparar para isso e prevenir quaisquer circunstâncias que possam surgir e que impeçam a finalização da ação. Os cená- rios externos destruídos podem ser ilu- sórios, mas os internos também podem ocorrer, como a falta de coragem do orien- tando. Algumas pessoas se comprometem de forma rasa e mal podem esperar para que um obstáculo apareça e Ihes dê uma 20 21 desculpa para não completar a ação. Isso pode ser prevenido através do processo de Coaching. Quem precisa saber? Muito fre- quentemente, no ramo dos negócios, muda-se de planos e as pessoas que de- veriam saber imediatamente só tomam conhecimento disso depois e por via indi- reta, o que é muito ruim para o relaciona- mento da equipe. O Coach precisa cumprir as expectativas de que todas as pessoas apropriadas sejam informadas e de que um plano é feito por elas para ser trans- mitido. De que apoio você precisa? Isso possivelmente está relacionado à per- gunta anterior, mas o apoio pode vir de diversas formas. Pode significar um acor- do para agregar pessoas, habilidades ou recursos externos, ou pode ser simples, como comunicar sua intenção a colegas e pedir a eles que o lembrem desta ou o mantenham no foco. Com frequência, apenas compartilhar com outras pessoas sua ação pretendida tem o efeito de ga- rantir a sua realização. Como e quando você vai conse- guir esse apoio? Não é nada bom querer apoio, mas não seguir os passos necessá- rios para consegui-lo. Aqui o Coach preci- sa insistir até que as ações do orientando sejam claras e certas. Que outros pontos você está consi- derando? Esta é uma pergunta multiuso, de modo que o orientando não pode re- clamar que o Coach omitiu alguma coisa. É responsabilidade do Coachee garantir que nada fique de fora. Em uma escala de 1 a 10, qual é o grau de certeza que você tem de que levará adiante as ações combinadas? Isso não é uma classificação da certeza do resultado verdadeiro. É uma classificação da intenção do orientando em realizar sua parte do trabalho. A finalização da tarefa pode depender da concordância ou das ações de outros, e isso não pode ser clas- sificado. O que impede a obtenção do grau 10? Se você se classificou abaixo de 8, como pode reduzir o tamanho da tarefa ou alongar o cronograma de tal modo que lhe permita elevar a classificação para 8 ou um grau acima disso? Se a sua classifi- cação ainda está abaixo de 8, risque esse passo da ação, porque você provavelmen- te não irá realizá-lo. Segundo Whitmore (2010), isso não é o mesmo que sabotar a finalização, como pode parecer, mas sua experiência diz que aqueles que atingem uma classificação menor do que 8 raramente seguem adian- te. Contudo, uma vez tendo que admitir o insucesso, o orientando pode de repente encontrar a motivação necessária. A maioria de nós está familiarizada com os itens recorrentes em nossas listas de serviço, seja no trabalho, seja no que diz respeito aos serviços domésticos pecu- liares. Nossa lista se torna tão amassada e rabiscada que, no final, acabamos re- escrevendo-a, e aqueles mesmos itens seguem sendo copiados repetidamente. Com o tempo, começamos a nos sentir apropriadamente culpados, mas ainda as- sim nada acontece. “Como é que eu nunca acabo isso?”, resmungamos para nós mes- mos. Nossa lista de serviços incompletos é a prova de nosso insucesso. Bem, por que se sentir mal por isso? Se você não vai fa- zer uma coisa, tire-a de sua lista. E se você 22 2322 quer ser um sucesso contínuo, não ponha nada em sua lista que não pretende fazer! (WHITMORE, 2010). Lembre-se de que o Coaching tem por objetivo construir e manter a autoconfian- ça do orientando, o que significa orientar as pessoas para o sucesso em seu próprio benefício e no de sua empresa. Até aqui o ciclo de Coaching está com- pleto, no entanto, fica a cargo do Coach entregar ao orientando um registro escri- to, claro e preciso, dos passos combinados da ação e das respostas dos orientandos para todas as perguntas do tipo vai. Ele deveria fazer o orientando ler tal registro e confirmar que é verdadeiro, que aquele é seu plano, que ele compreende inteira- mente, e que pretende realizá-lo. Nesse momento você, enquanto Coach, pode se colocar à disposição do orientan- do, caso ele precise, se oferece para ini- ciar o contato após um intervalo propício, só para ver como as coisas estão andando. Tudo isso serve para ajudar o orientando a perceber que ele é importante. É gratificante e consensual que o Coa- chee deixe a sessão se sentindo bem em relação a si próprio e às suas chances de finalizar o trabalho. Se ele se sentir assim, o trabalho será realizado. 22 2323 UNIDADE 5 – Algumas Dinâmicas de Coaching Na introdução listamos algo em torno de 50 dinâmicas que fazem parte do mix de Coaching. Aqui discorremos em deta- lhes sobre algumas delas, mas deixamos nas referências sugestões variadas para aqueles que queiram se aprofundar e co- nhecer outras dinâmicas em seus deta- lhes. 5.1 AutoCoaching O autoconhecimento nos aproxima de nós mesmos quando ensina que o nosso estilo, preferências e talentos não são melhores ou piores que os de ninguém, que todos temos importância e evita tam- bém a possibilidade de cairmos naquela armadilha da soberba. O autoconhecimento encurta o cami- nho para chegarmos à nossa alma, nossa essência e o verdadeiro sentido para a existência. Terapias, cursos, leituras, práticas de meditação, e claro, o Coaching, estimulam a reflexão e promovem a interiorização necessária ao crescimento pessoal. Quan- to maior o autoconhecimento, mais fácil aceitar o que precisa melhorar. Lovissaro (2011) conta que certa vez, Gandhi foi procurado por uma senhora para saber o que fazer com o filho que só queria se alimentar através de doces. Ao invés de responder de imediato, ele pediu um prazo de quinze dias. Quando ela reto- mou, após receber o conselho, não resistiu e perguntou: “Mestre, por que me pediu este tempo?”. E ele, humildemente, res- pondeu: “Porque eu também gosto muito de doces e precisei experimentar quinze dias de abstinência antes de recomendar”. A autora reconhece que nem todo mundo está disposto a praticar o AutoCo- aching, e que muitos preferem ser con- duzidos por um profissional habilitado. Para isso existem os Coaches. Mas, de qualquer forma, fica a sugestão que você experimente ler e responder as ques- tões propostas, que funcionam como um disparador para que continue se pergun- tando e descobrindo sozinho, ou com seu Coach, quais são as verdadeiras expecta- tivas que, uma vez alcançadas, farão bem a você (LOVISARO, 2011). Antes de lançar mão das perguntas, precisamos entender que AutoCoaching é a capacidade de mudar o que não está bom em sua vida, de modo consciente e planejado. O autoconhecimento é um alia- do porque facilita enxergar a realidade tal como é. Esse processo pede: força de von- tade; discernimento; responsabilidade e, principalmente, que vocêacredite que impedimentos são limites temporários autoimpostos, tão imperceptíveis quanto poderosos, também chamados de crenças ou voz interior, que insiste em desestimu- lar, amedrontar e gerar falta de confiança. As crenças não são certas ou erradas. Uma crença pode ter sido útil num deter- minado momento da vida e noutro tornar- -se um grande obstáculo. Pra iniciar o AutoCoaching é preci- so: visão clara do que quer conseguir. A visão de futuro funciona como um guia, e nos momentos difíceis é ela quem forne- 24 25 ce o combustível e estímulo necessários para continuar a jornada; reconhecer que a mudança é inevi- tável se você quiser obter resultados di- ferentes dos atuais; avaliar se o ganho obtido com a con- quista é maior ou igual à perda que terá quando alcançar a meta. Para cada sim que disser, terá que di- zer um não para outra coisa. Muitas pes- soas sabotam as próprias metas por não considerar as perdas e os ganhos. Por exemplo, uma promoção que implique expatriação envolve pessoas de seu re- lacionamento e, se isso não for conside- rado e negociado anteriormente, poderá ser o fim de um relacionamento versus uma promoção. É importante: ter clareza que você é o responsável pelos resultados do processo e que pode- rá contar com a ajuda de outras pessoas para acompanhar seu progresso; reconhecer e valorizar pontos fortes e enxergar o que pode melhorar; ter a dimensão do impacto que você causa no ambiente e nas pessoas através de suas ações; aprimorar sua capacidade de ouvir e entender o que está sendo dito, sem pre- cipitações ou julgamentos; aceitar que uma limitação é um impe- dimento temporário que pode ser mudado e superado, se souber como fazê-lo; ser capaz de se desafiar a fazer dife- rente do habitual para provocar mudan- ças de comportamentos, hábitos mentais (crenças), posturas e atitudes; saber dosar o desafio e o acolhimento necessários aos processos de mudança; identificar se o que você busca de fato é o produto da meta ou o que ela irá lhe proporcionar quando for alcançada. Enfim, quando entendemos a real mo- tivação que está por trás de uma meta é mais fácil perceber se o que almejamos é a meta em si ou o que ela nos traz. O desejo por um relacionamento pode ser menor do que a necessidade de atenção e aceitação. São benefícios do AutoCoaching, principalmente quando você começa com o objetivo em mente: 1. Identificar as próprias necessidades e buscar como superá-las. 2. Apropriar-se dos recursos internos e aprender como acessá-los. 3. Aprender a pedir ajuda. 4. Nutrir a autoestima. 5. Assumir a responsabilidade por suas ações e consequências. Comece com o objetivo em mente! Todo ser humano nasceu para ser feliz e, por isso, buscar como se sentir melhor é praticamente uma obrigação. Ao en- xergar as discrepâncias é mais fácil deci- dir por onde começar as mudanças. Uma técnica simples para fazer AutoCoaching, avaliar sua vida de forma profunda está descrita abaixo: Pegue uma folha de papel A4, divida- -a em oito partes iguais e anote em cada parte o nome de uma área. 24 25 1. Área pessoal - você corpo, mente espírito. 2. Área familiar - você e a família. 3. Área profissional - você e o traba- lho (posição que ocupa hoje). 4. Área da carreira - você e a carreira escolhida. 5. Área dos relacionamentos - você e as outras pessoas. 6. Área do romance - você e o (a) companheiro (a). 7. Área financeira - você e os recur- sos financeiros. 8. Área lazer/diversão - você e a descontração. Aqui não existe resposta certa e cada pessoa distribui a sua atenção entre as áreas de acordo com os interesses. As oito áreas são complementares, e cada uma oferece um tipo de reconhecimento, e uma não pode suprir a outra. Aprenda a diversificar sua atenção e interesses para rentabilizar os ganhos. Ao avaliar como se sente em relação a cada área será mais fá- cil perceber o que traz equilíbrio ou a falta dele (analisaremos detalhes em outra di- nâmica adiante). E a partir desta consta- tação, planeje mudanças que tragam re- sultados imediatos. Olhar para as oito áreas nos questio- nando como estamos conduzindo nossa vida pode ser uma forma rápida de fazer uma análise profunda. A boa notícia é que pequenos ajustes podem trazer grandes benefícios. Lovisaro (2011) sugere que você escreva suas respostas e evite ela- borá-las, registre o primeiro pensamento que lhe ocorrer como resposta. Instruções para trabalhar as oito áreas: 1º. Pergunte-se: Por qual área quero começar? 2º. Para a primeira área escolhida faça as nove perguntas a seguir: 1) Quão satisfeito me sinto em relação a esta área? 2) O que é mais importante para mim nesta área? 3) O que eu faço e quero preservar? O que eu faço e quero eliminar? 4) Qual tem sido a minha dedicação para esta área? 5) O que eu não faço e gostaria de fa- zer? 6) O que eu ganho se fizer o que desejo? 7) O que eu terei de abrir mão para fazer o que desejo? 8) O que eu posso começar a fazer para me sentir melhor em relação a esta área? 9) Quando pretendo começar? 3º. Repita as perguntas de 1 até 9 para todas as áreas. 4º. Defina uma meta para cada área. 5º. Ao final, olhe para a folha preen- chida e para as metas declaradas por 26 27 área e pergunte-se: Por onde eu quero começar? Avalie o tipo de meta que você costuma declarar, principalmente porque algumas metas são inspiradoras e atraentes, en- quanto outras estão repletas de obriga- ção, e alcançá-las costuma ser pesaroso. Uma meta pode ser simples ou complexa, grande ou pequena. Para qualquer tipo, vale perceber se existe conflito interno de interesse antes de iniciar a conquista. Considere se o que você deseja ameaça o que quer preservar. Ponderando as perdas e os ganhos, terá mais clareza para decidir o que quer. Inconscientemente, podemos sabotar o alcance de uma meta por medo de per- der algo tão importante quanto ela. Uma mulher que deseja engravidar e ser pro- movida simultaneamente pode gerar um conflito interno de interesses e sentir-se confusa. As metas podem ser de processo ou de resultado: para alcançar uma meta de resultado pode ser necessário alcançar várias submetas (etapas) de processo. Por isso, desfrutar a cada etapa o momen- to presente deveria ser tão importante quanto o alcance da meta em si. 5.2 Coaching de comunica- ção Segundo De Paula (2011), o medo de falar em público é, comprovadamente, um dos maiores medos do ser humano, va- riando apenas o seu grau de intensidade de pessoa para pessoa. Existem pessoas que, literalmente, tra- vam na hora de falar ou expor suas ideias publicamente. Mesmo um palestran- te acostumado não irá negar que sente aquele “friozinho” no estômago antes de ficar diante de uma plateia. É inegável a sensação de desconforto quando estamos totalmente expostos, sendo o centro das atenções, ainda mais se tivermos um holofote nos iluminando em um palco. E nem precisa ser um palco para nos causar este desconforto, pode ser até numa reunião de negócios ou mes- mo numa ocasião social, quando estamos cercados de familiares ou amigos. Quem é que já não foi exposto numa situação destas? Imagine você na sua própria festa de aniversário ou numa co- memoração por uma promoção e, de re- pente, seus amigos começam com aque- le corinho famigerado, o tal do “Discurso! Discurso! Discurso!”. Você já vai sentindo aquele frio no estômago, aquele arrepio na espinha, a boca seca, o rosto vai fican- do todo vermelho. É quase inevitável que você sinta esse desconforto pelo menos uma vez na vida. Só existe um jeito de você enfrentar este medo, que é ter a real consciência do seu limite e a partir deste ponto, atravésde muita disciplina e determinação, você ir se desafiando aos poucos para vencer este medo, através do controle de suas emoções. Esse “pavor” nada mais é do que a mes- ma sensação que você tem ao praticar um esporte radical ou quando está exposto em um momento conflitante. Nas situa- ções do dia a dia, ao qual somos desafia- dos ou expostos, temos essas sensações de medo, alegria, euforia e com o tempo até de prazer, pois nossos neurotransmis- sores, que são os responsáveis pelo nosso 26 27 equilíbrio mental e fisiológico, acabam li- berando certas substâncias químicas que estimulam e aceleram nosso metabolis- mo. Quando isso acontece, sentimos nosso coração disparar, a temperatura do nosso corpo baixar, entre outras sensações físi- cas. É nesse momento que você precisa aprender a se conhecer melhor para supe- rar seus limites de forma consciente. O medo pode ser o nosso maior aliado ou nosso pior inimigo e o que devemos fa- zer é respeitá-lo, mas não aceitá-lo. Quan- do você tem consciência de seus medos, o que você precisa fazer é negociar com eles, fazendo uma avaliação muito crite- riosa de tudo o que você ganha ou perde quando sustenta seus limites. O medo pode gerar três compor- tamentos básicos: a fuga, a inércia ou o movimento. Ao decidir movimentar-se para dominar o medo, é necessário que você se conheça profundamente, ou seja, você precisa obter o autoconhecimento dos seus limites e também dos seus re- cursos e capacidades para, aos poucos, aprender a controlar e transformar suas emoções em resultados positivos. Communication Coaching ou Coaching de Comunicação é um trabalho focado no aprimoramento das habilidades de comu- nicação e tem como objetivo fazer com que o cliente obtenha maior percepção sobre como sua comunicação impacta no ambiente pessoal ou profissional (DE PAULA, 2011). Podemos dizer que é um processo de aceleração de resultados de um indivíduo que busca aumentar o desempenho em alguma área da vida. Assertividade, poder de negociação, empatia, audição ativa, capacidade de im- proviso e domínio ou controle do medo de falar em público são, por exemplo, alguns dos assuntos trabalhados dentro deste processo de Coaching. No Coaching de Comunicação, os re- sultados são significativos, pois tudo é amparado e respaldado no exato momen- to em que é identificado como um limite de comunicação, através do processo de autoconhecimento que é promovido por reflexões, feedbacks, ensaios mentais e dramatizações, ajustando positivamente o desempenho do cliente. Quem passa por um processo de Co- aching de Comunicação adquire maior consciência da necessidade de dominar o assunto que vai ser comunicado, além de obter uma maior percepção de sua lingua- gem corporal, controle respiratório e arte de ouvir e cativar as pessoas com o olhar, gerando a empatia necessária para obter melhores resultados em um simples di- álogo familiar, reunião de negócios e até numa apresentação pública. A própria essência do Coaching já sus- tenta em si a ideia de Coaching de Comu- nicação. Se tomarmos por referência que o Co- ach, profissional que aplica o processo de Coaching, deve, acima de tudo, ser um óti- mo ouvinte para poder ouvir com precisão o diálogo interno do seu cliente e também um observador sistêmico para perceber, sem julgamentos, a relação deste cliente com os diversos ambientes pelos quais atua, entenderemos que a comunicação é a pedra fundamental de todo e qualquer processo de Coaching. 28 29 Nas sessões de Coaching de Comunica- ção, o Coach utiliza vários recursos para promover o aprimoramento da comuni- cação do seu cliente. Um dos recursos é fazer com que o cliente tome consciência do seu espaço corporal, ou seja, o espaço que o seu corpo ocupa. Inicialmente, isso é feito com ensaios mentais. O cliente é influenciado, por exemplo, a se imaginar jogando tênis, surfando, se alongando ou empinando pipa, entre outros temas. A partir deste ensaio mental, é sugerido que o cliente se movimente de acordo com as imagens da sua mente, projetando o ensaio mental no seu corpo físico. O objetivo destes exercícios práticos é fazer o cliente adquirir uma maior cons- ciência do espaço corporal que utiliza e também flexibilizar seus movimentos cor- porais, sentindo-se assim mais relaxado e à vontade. Incentivar novas possibilidades como, por exemplo, falar de forma diferente é também uma maneira de quebrar para- digmas no processo de comunicação do cliente. É importante que o Coach incen- tive-o a criar novas intenções para sua comunicação, percebendo e modelando desempenhos de outros comunicadores. Neste momento, poderão ser analisados vídeos que mostrem a performance de outros comunicadores, para que o cliente modele comportamentos. O objetivo principal é adquirir o senso de autenticidade na sua comunicação, uti- lizando a naturalidade do seu estilo pes- soal. O cliente que passa por um processo de Coaching de Comunicação começa a ter um contato direto com sua expressão cor- poral, verbal e vocal. Ele faz uma autoanálise de seus ges- tos, eliminando tudo aquilo que julga ser repetitivo e desnecessário numa apre- sentação. Para o Coach de comunicação, é importante frisar que, recursos de gra- vação de som e vídeo são importantes ferramentas para este processo. O clien- te, quando vê sua performance em vídeo, tem melhores parâmetros para avaliar sua condição de comunicação. E a partir destas gravações de perfor- mance que o cliente vai modelando novos recursos e extraindo aquilo que não ser- ve mais para sua apresentação. Também começa a perceber se está precisando ser mais criativo e onde poderá flexibilizar a comunicação pela improvisação. Ter a capacidade de influenciar pessoas é, atualmente, uma das peças principais para o sucesso pessoal e profissional. E isso só é possível com o aprimoramento da comunicação assertiva e da autocon- fiança (DE PAULA, 2011). O grande comunicador é aquele que consegue se autoavaliar constantemen- te e se adaptar rapidamente a qualquer ambiente, identificando qual é o melhor estilo para passar a mensagem ao seu re- ceptor e, desta forma, obter resultados superiores pela sua comunicação. Em ou- tras palavras, saber como transferir infor- mações gerando empatia no público e ca- tivando sua atenção para obter o melhor resultado de comunicação. Para conseguir uma mudança efetiva, há a necessidade da troca de feedbacks constantes entre Coach e coachee. Tam- bém há a necessidade do cliente escolher algumas pessoas para acompanhar o pro- cesso e observar os resultados. 28 29 Com isso, ele irá se aperfeiçoar cada vez mais, adquirindo autoconfiança, pois o feedback é a melhor ferramenta para o processo de mudança de um comporta- mento. Isso só será possível se o cliente confiar no Coach e no processo, estando aberto para o autoconhecimento e, aci- ma de tudo, compreendendo seus pontos fortes e pontos a serem melhorados, re- conhecendo suas reações ao estresse e pressão, identificando como reage aos di- ferentes estilos de comunicação das pes- soas. Uma das maiores dificuldades dos clien- tes de Coaching de comunicação é saber organizar seus pensamentos, transfor- mando-os em sequências de frases lógi- cas que possuam objetividade e clareza, possibilitando assim uma comunicação eficaz que gere resultados positivos. O processo de Coaching de comunica- ção também auxilia o cliente a reavaliar suas relações interpessoais, comunican- do-se com mais confiança e assertividade, pois todo o foco deste processo é emba- sado no ato de pensar para sentir e sentir para comunicar. O papel do Coach é oferecer ao seu cliente um espaço físico e mental onde ele consiga, de uma maneira segura e tran- quila, se aventurare experimentar novas possibilidades de comunicação, sem in- terferências negativas. A simulação com a realidade aproxima melhores resultados e isso poderá ser impactante nos processos que envolvam grandes negociações, mediações, geren- ciamentos de conflitos e que necessitem de uma visão mais ampla das vantagens e desvantagens das partes envolvidas. A comunicação é, provavelmente, a única ferramenta disponível para manter as pessoas interessadas e envolvidas em seu próprio crescimento e desenvolvi- mento, mas deve ser usada com conheci- mento e compreensão. Além disso, é im- prescindível que haja coerência no que se é comunicado. Podemos fazer aqui uma analogia com as crianças que, percebendo os padrões comportamentais dos seus pais, acabam “espalhando-os”, mesmo que sejam nega- tivos, pois não têm a devida consciência para julgar o que é certo ou errado. Os pais, como líderes naturais, devem tomar muito cuidado com as exigências que fazem aos filhos, pois muitas vezes eles mesmos não conseguem exigir de si próprios o que so- licitam aos seus. É preciso entender que a comunicação é uma das habilidades mais fáceis que uma pessoa pode adquirir, porém, a mais difícil de ser praticada. Qualquer pessoa pode falar o que pensa, mas falar não é o mesmo que comunicar. Tudo é possível quando se sabe comu- nicar: liderados compreendem suas fun- ções na organização, as equipes sabem como canalizar seus esforços rumo aos objetivos, os líderes integram pessoas e desenvolvem sucessores e, principalmen- te, os seres humanos se relacionam mais e melhor (DE PAULA, 2011). 5.3 Coaching multifocal Coaching Multifocal está fundamen- tado na teoria da Inteligência Multifocal, que é uma das poucas teorias que investi- gam os quatros grandes processos da psi- que ou mente humana. 30 31 Como o próprio nome sugere, essa teo- ria estuda os múltiplos focos do funciona- mento da mente e do desenvolvimento da personalidade, o processamento de ideias e pensamentos (MARQUES, 2014). É uma teoria original, mas abrangente, pois envolve os pontos fundamentais das principais teorias psicológicas da atuali- dade, sobretudo, a Psicologia Positiva ou Psicologia da Felicidade. A maioria das teorias usou o pensamen- to pronto para produzir conhecimento so- bre a personalidade humana, enquanto a teoria de Inteligência Multifocal investiga como se constroem os próprios pensa- mentos. Por isso, é uma teoria universal e pode ser usada para fundamentar pesqui- sas em diversas áreas do saber. Segundo Vítor (2011), embora seja uma teoria estudada por vários cientistas em diversos países e inserida na grade curri- cular de cursos de Psicologia, Psiquiatria e áreas afins em universidades de todos os continentes, ela foi desenvolvida pelo psi- quiatra, cientista e pesquisador brasileiro Augusto Jorge Cury. Após mais de vinte anos de pesquisas e exaustivos testes com resultados sig- nificativos em seus pacientes, Cury vem popularizando o conhecimento e demo- cratizando a ciência por meios de livros. Atualmente, ele figura entre os autores que mais publicam e vendem livros sobre o assunto, no Brasil e no exterior. Segundo Marques (2014), ela tem como objetivo explicar como se constrói os pen- samentos, investigando quatro processos da mente humana, sendo eles: a constru- ção de pensamentos, a transformação da energia psíquica, a formação do “eu” e a organização da história consciente e in- consciente em nossa memória. O intuito desse estudo é conduzir o ser humano a utilizar recursos intelectuais e emocionais, a fim de ampliar a sabedoria, o pensar, a solidariedade, entre outras habilidades, através de um processo de análise de suas experiências e situações do dia a dia. A teoria do funcionamento da mente visa promover o pensamento humano, expandindo seu senso crítico e racional, através de um processo de interioriza- ção. É baseado na filosofia, na psicologia existencial e na psicanálise arquetípica, levando o homem a ser produtor de suas próprias ideias e pensamentos (MAR- QUES, 2014). Passamos todos os dias por experiên- cias positivas e outras não. A inteligência multifocal busca resgatar a autoestima, trabalhando de forma positiva nas frus- trações e nos auxiliando a nos proteger das emoções negativas. Segundo Vítor (2011), as pessoas são treinadas para dirigir um carro, uma em- presa, uma comunidade, uma cidade, um estado, um país, uma nação. Mas não são treinadas para governar seus próprios pensamentos. Não aprenderam as técni- cas, não desenvolveram as habilidades e não possuem as ferramentas necessárias para administrar as emoções. Por isso, a grande maioria foi e ainda está sendo pre- parada para atuar somente na plateia, e não para ser líder de seu mundo psíquico. Os pensamentos os dominam e as emo- ções os controlam. As ciências e os sis- temas e, sobretudo, o sistema educacio- nal, preparam as pessoas para explorar o 30 31 mundo externo, mas não o território de seu próprio ser. Há pessoas que sofrem muito com ideias obsessivas. São escravas de ideias fixas. Quem produz os pensamentos que detestamos? Claro que são os fenômenos inconscientes! Eles comandam o palco de nossa mente. Não há meio termo, ou você governa seus pensamentos ou eles o dominam, en- tão a sugestão é praticar as técnicas abai- xo sugeridas, as quais alimentam nossa capacidade de gerenciar os pensamentos e emoções para sermos líderes no palco de nossa mente. Vamos expor duas delas que alicerçam e englobam as demais. 1ª) Reeditar a memória Reeditar a memória é um dos processos de transformação da personalidade estu- dados pela teoria da Inteligência Multifo- cal. Segundo essa teoria, a memória hu- mana é indelével, só podemos reeditá-la ou reescrevê-la. Reeditar ou reescrever a memória não é apagar os pensamentos doentios, mas inserir novas experiências. É construir segurança onde existe o medo, lucidez onde existe estupidez, tranquilidade onde existe excesso de ansiedade. É possível reeditá-la usando a técnica do DCD (duvidar, criticar, deter- minar). A prática dessa técnica estimula o “eu” a gerenciar os pensamentos e a ree- ditar a memória. Não seja prisioneiro de seus pensa- mentos doentios. Duvide de tudo que eles produzem e que faz você ficar deprimido, ansioso, sem motivação, com a autoes- tima em baixa. Critique seriamente cada pensamento negativo, cada ideia tola que o perturba, cada angústia, humor triste, medos, insegurança, etc. E, por fim, não peça compaixão para os pensamentos ne- fastos. Esse sentimento pode gerar o “coitadis- mo” (estado ou condição de ter compaixão de si mesmo) ou a “vitimização” (estado de se considerar vítima das circunstâncias). Vítimas vivem uma vida baseada no medo, antecipando problemas e preocupações que possivelmente não ocorrerão e que servem apenas para deixá-la na “inércia”, longe de atingir suas metas, alcançar seus objetivos e realizar seus sonhos. Pelo con- trário, reinvente-se, exorcize os pensa- mentos ruins e com fé, força e convicção, determine ser alegre, tranquilo, sereno, a viver uma vida baseada no amor. A con- quistar tudo o que quiser ter. A amar, fazer acontecer. A ser tudo o que puder, ou seja, líder de si mesmo. 2ª) Janelas paralelas da memória Construir janelas paralelas é criar na memória janelas saudáveis e que têm in- terconexão com as janelas doentias do in- consciente. As janelas paralelas abrem-se imediatamente quando as janelas doen- tias são abertas, fortalecendo a liderança do “eu”. Criar janelas paralelas pode acontecer pela técnica da mesa-redonda do “eu”. A prática dessa técnica cria janelas pa- ralelas em pessoas que desejam superar transtornos psíquicos ou que queiram de- senvolver seu potencial intelectual
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