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Trabalho 1 Temas Atuais de Direito Econômico

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Formas de controle
Concentração econômica 
 (Concentrações horizontais e verticais)
Nome: Thayna Lopes da Silva 
Tarefa: Responda as perguntas abaixo relacionadas.
O que é ato de concentração econômica?
Os atos de concentração econômica são as fusões de uma ou mais empresas que em momento anterior foram idependentes as aquisições de controle ou de partes de uma ou mais empresas por outras; as incorporações de uma ou mais empresas por outras; ou, ainda, a celebração de contrato associativo, consórcio ou joint venture entre duas ou mais empresas. Apenas não são considerados atos de concentração, para os efeitos legais, os consórcios ou associações destinadas às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos contratos delas decorrentes.
O que é uma fusão?
Fusão é um ato societário pelo qual dois ou mais agentes econômicos independentes formam um novo agente econômico, deixando de existir como entidades jurídicas distintas. 
O que é uma incorporação?
Incorporação é um ato societário pelo qual um ou mais agentes econômicos incorporam, total ou parcialmente, outros agentes econômicos dentro de uma mesma pessoa jurídica, no qual o agente incorporado desaparece enquanto pessoa jurídica, mas o adquirente mantém a identidade jurídica anterior à operação. 
O que é uma aquisição?
Aquisição ocorre quando um agente econômico adquire o controle ou parcela substancial da participação acionária de outro agente econômico.
O que é uma joint venture?
Joint venture é a associação entre dois ou mais agentes econômicos para a criação de um novo agente econômico, sem a extinção dos agentes que lhe deram origem. Pode ter por objetivo a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a atuação em um novo mercado distinto dos mercados individuais de cada empresa, ou ainda a participação no mesmo mercado relevante dos agentes econômicos, dentre outros. 
Quais aspectos o Cade leva em consideração ao analisar um ato de concentração?
O Cade tem como competência analisar os aspectos concorrenciais de atos de concentração cuja notificação à autarquia é obrigatória. As análises concorrenciais do Cade são baseadas em critérios legais previstos na Lei 12.529/11, no Regimento Interno do Cade, no Guia para Análise Econômica de Atos de Concentração Horizontal (Portaria Conjunta SEAE/SDE nº 50 de 1º de agosto de 2001), na Resolução 2 do Cade e na própria jurisprudência do órgão. Ao analisar um ato de concentração, são observadas, por exemplo, a participação de mercado das empresas envolvidas na operação; se há existência ou não de rivalidade por parte dos concorrentes; além de outros aspectos relacionados ao setor em análise. O Cade zela pela preservação da concorrência, objetivando, entre outros quesitos, diversidade e qualidade de produtos e serviços prestados ao consumidor. Após a conclusão da análise do ato de concentração, o Cade decide pela aprovação, com restrições (quando há imposição ou negociação de medidas) ou sem restrições, ou pela reprovação da operação. 
Qualquer ato de concentração deve ser analisado pelo Cade?
Não, apenas aqueles que se enquadram nos critérios legais de notificação obrigatória. Segundo o artigo 88 da Lei 12.529/2011, com valores atualizados pela Portaria Interministerial 994, de 30 de maio de 2012, devem ser notificados ao Cade os atos de concentração, em qualquer setor da economia, em que pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 750 milhões, e pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 75 milhões. O controle dos atos de concentração econômica que devam ser obrigatoriamente submetidos à aprovação do Cade será prévio, o que significa que tais atos não poderão ser consumados antes de apreciados pelo Conselho. Ou seja, até a decisão final sobre o ato de concentração, deverão ser preservadas as condições de concorrência entre as empresas envolvidas. 
E se as empresas realizarem um ato de concentração que se enquadre nos critérios legais de notificação obrigatória sem apresentar a operação ao Cade para análise?
A consumação de atos de concentração antes da decisão final do Cade pela sua aprovação é uma prática conhecida como gun jumping, vedada pelo artigo 88, §3º da Lei 12.529/11. Esse dispositivo obriga as partes a absterem-se de concluir o ato de concentração antes de finalizada a análise prévia do Cade, sob pena de possível declaração de nulidade da operação, imposição de multa pecuniária em valores que variam entre R$ 60 mil e R$ 60 milhões – a depender da condição econômica dos envolvidos, dolo, má-fé e do potencial anticompetitivo da operação, entre outros – e a possibilidade de abertura de processo administrativo contra as partes envolvidas. Assim, devem ser preservadas até a decisão final da operação as condições de concorrência entre as empresas envolvidas (artigo 88, §4º da Lei 12.529/11). 
O que é Acordo em Controle de Concentrações – ACC?
O Acordo em Controle de Concentração – ACC é um instrumento utilizado para sanar eventuais problemas identificados em atos de concentração submetidos ao Cade. O objetivo do ACC é remediar uma situação estrutural que poderia inviabilizar a aprovação da operação analisada. Segundo o artigo 125 do Regimento Interno do Cade, o acordo pode ser apresentado em até 30 dias da decisão de impugnação da Superintendência-Geral, e deve ser homologado pelo Tribunal. 
Quando ocorre o Ato de Concentração Empresarial e quais as formas assumidas pelas concentrações?
Quais os tipos de Concentrações?
As concentrações empresariais podem ser classificadas de três formas, que variará conforme os mercados de atuação das empresas participantes. Podem ser horizontais, verticais e conglomeradas.
A concentração horizontal é a forma mais comum e tradicional de eliminação da concorrência pois se consubstancia na operação entre empresas do mesmo nível da cadeia produtiva, ou seja, concorrentes diretos.
Cabe mencionar que consoante Calixto Salomão Filho é considerada concentração horizontal não apenas aquela integração entre empresas que fabriquem ou comercializem o mesmo produto. Firmas no mesmo mercado são consideradas todas aquelas que operam no mesmo mercado relevante. 
Portanto, tem por escopo neutralizar a concorrência entre os agentes atuantes no mesmo mercado, possibilitando a estes um aumento abusivo dos preços, restrições de mercado tanto para fornecedores como para consumidores, por exemplo: os cartéis - que são instituídos sempre com o intuito por parte dos empresários de aumentar abusivamente os preços e assim auferirem maiores lucros, sem o perigo de uma concorrência eminente por parte de outro agente que possua preços mais competitivos.
Não há dúvida na doutrina e na jurisprudência quanto à potencial ameaça representada pelas concentrações horizontais para a ordem econômica, resta apenas determinar o nível de concentração a partir do qual é necessário o controle.
A concentração vertical ocorre entre agentes econômicos que atuam em diferentes níveis da cadeia produtiva dentro de um mesmo segmento, sendo mesmo mercado relevante material e geográfico. Tem por escopo dificultar o acesso do concorrente à determinado insumo ou matéria-prima. Opera-se geralmente entre o empresário e fornecedores ou distribuidores.
Trata-se de uma limitação indireta da concorrência, do qual dificulta a entrada de um novo concorrente no mercado bem como o desenvolvimento de sua atividade empresarial.
A concentração conglomerada são aquelas uniões entre empresas cujos produtos não possuem qualquer relação de concorrência ou complementaridade. Trata-se de uma categoria muito discutida na doutrina e cujo controle é muito limitado.
Importante ponto se consubstancia no fato de se determinar o impacto de eventual operação e verificarse é ou não um ato concentrado. Conforme Paula Forgioni, o primeiro passo para a avaliação do abalo que uma operação de concentração causa no mercado é a sua delimitação, ou seja, indicação do mercado relevante. Sendo que posteriormente identificam-se as quotas do mercado detidas pelas empresas antes e depois da operação, bem como grau de concentração do mercado nesses dois momentos. Igualmente verificam-se outros pontos, quais sejam: (i) existência ou de barreiras à entrada de novos concorrentes; (ii) dinâmica da concorrência naquele mercado relevante; e (iii) concorrência potencial, chegando-se a conclusão sobre eventual impacto causado pela concentração. 
Qual o significado de Mercado Relevante no contexto da concentração Econômica?
O mercado relevante é a unidade de análise para avaliação do poder de mercado. É o que define a fronteira da concorrência entre as firmas.
A definição de mercado relevante leva em consideração duas dimensões: a dimensão produto e a dimensão geográfica. A ideia por trás desse conceito é definir um espaço em que não seja possível a substituição do produto por outro, seja em razão do produto não ter substitutos, seja porque não é possível obtê-lo.
Assim, um mercado relevante é definido como sendo um produto ou grupo de produtos e uma área geográfica em que tal(is) produto(s) é (são) produzido(s) ou vendido(s), de forma que uma firma monopolista poderia impor um pequeno, mas significativo e não transitório aumento de preços, sem que com isso os consumidores migrassem para o consumo de outro produto ou o comprassem em outra região. Esse é o chamado teste do monopolista hipotético e o mercado relevante é definido como sendo o menor mercado possível em que tal critério é satisfeito.
Escolha e explique, de forma resumida, um dos casos abaixo relacionados sob os aspectos da concentração econômica: Caso Ambev / Caso Perdigão e Sadia – Brasil Foods
Caso AMBEV
Foi submetida a apreciação do CADE a fusão da Antartica e da Brahma que deu origem a AMBEV. O pedido foi protocolado em dois de julho de 1999, sendo aprovado pela autarquia em 30 de março de 2000, ou seja, após nove meses de análise.
A Brahma detinha 51,0%, enquanto a Antartica 26,0% do mercado brasileiro. Após a fusão as empresas teriam 77% do mercado de cerveja.
Na 161ª Sessão ordinária de 29 de março de 2000 o CADE aprovou sem restrições a fusão da AMBEV no tocante aos mercados relevantes de água engarrafadas e refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas, contudo, impôs condições no mercado de cerveja, são elas:
i) Viabilização de novo concorrente através da alienação da marca Bavaria;
ii) Transferência dos contratos de fornecimento e distribuição relacionados a marca e alienação de uma unidade de fabricação e produção de cerveja, localizada em cada uma das 5 regiões do mercado relevante geográfico (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte);
iii) Acesso à distribuição para o mercado;
iv) A Ambev deverá providenciar a oferta pública das unidades de fabricação da cerveja que pretender desativar nos próximos 4 anos (não pode fechar a fábrica antes de oferecer previamente ao mercado);
v) Deve promover programa de treinamento e recolocação dos trabalhadores que perderam emprego em razão da fusão, nos próximos quatro anos;
vi) Desobrigação da exclusividade no ponto de venda; entre outros.
O CADE também estipulou que a venda da marca Bavaria poderia ser para empresa nacional ou estrangeira sem qualquer vínculo com a AMBEV, e que não detenha, na data da decisão, mais de 5% da participação no mercado relevante brasileiro de cerveja.

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