Buscar

Processos degenerativos e infiltrativos intersticiais corrigido

Prévia do material em texto

Processos degenerativos e infiltrativos intersticiais
TRANSFORMAÇÃO ou "DEGENERAÇÃO" MUCÓIDE:
PROCESSOS DEGENERATIVOS E INFILTRATIVOS INTERSTICIAIS
Introdução:
Interstício ou Matriz extracelular
Chama-se matriz extracelular à massa que une as células dos animais e que é composta de macromoléculas: colágeno, proteoglicanos, glicoproteínas e integrinas, segregadas pelas próprias células e fluido extracelular.
Para além de permitir a migração das células durante o desenvolvimento embrionário, esta matriz é também um fator de coesão e de flexibilidade do corpo dos animais.
 Conceito:
Alteração real ou aparente (embebição em água e íons) da Substância Fundamental Amorfa, que se apresenta:
Entumecida
Basófila (devida aos Mucopolissacárides Ácidos - MPS Ac)
Metacromática, com dissociação das fibras colágenas, e com fibroblastos apresentando núcleos hipercromáticos e estrelados, devido ao aumento da síntese (com liberação de MPS Ácidos sulfatados ou carboxilados) resultando no aparecimento de material de aspecto mucóide 
 TRANSFORMAÇÃO ou 
"DEGENERAÇÃO" MUCÓIDE
Sinonímia:
Alteração Mixomatosa, Transformação ou Entumescimento Mucóide (ou da Substância Fundamental), Edema Mucoso, ou ainda Distrofia Mucosa do Tecido Conjuntivo. 
 
 Conceito:
Alteração real ou aparente (embebição em água e íons) da Substância Fundamental Amorfa, que se apresenta entumecida, basófila (devida aos Mucopolissacárides Ácidos - MPS Ac), metacromática, com dissociação das fibras colágenas, e com fibroblastos apresentando núcleos hipercromáticos e estrelados, devido ao aumento da síntese ou à despolimerização incipiente (com liberação de MPS Ácidos sulfatados ou carboxilados) resultando no aparecimento de material de aspecto mucóide(lembrando tecido conjuntivo fetal primitivo - "Gelatina de Wharton"). É um processo agudo e reversível, sendo encontrado mais freqüentemente nos ligamentos, tendões, meniscos, duramater espinhal, na mixomatose dos coelhos (causada por um poxvírus, afetando principalmente o limite pele - mucosas e as orelhas), no hiper e hipotireoidismo (com formação do "Mixedema" na derme) e em algumas imunopatias. 
 Histoquímica:
PAS amilase negativa (diferencial com Infiltração Glicogênica), Azul de Metileno Policromo, Azul de Toluidina em pH 3,5 e Azul de Alcian. 
 
 Observação:
Alguns autores consideram também como Degeneração Mucóide:"Degeneração Mucóide Epitelial" Aumento intracelular e/ou intersticial de mucinas e mucopolissacárides neutros (Eosinofilia! ¹ do conceito clássico). em conseqüência do aumento da função secretora dos epitélios mucíparos, vistos nas inflamações agudas catarrais dos sistemas respiratório, digestório e genital; ou nas neoplasias mucossecretoras (Carcinoma colóide, cistadenoma e cistadenocarcinoma mamários e gastrointestinais) onde a falta de acesso aos ductos resultam em acúmulo intracelular ("Célula em anel de Sinete!") ou mesmo intersticial de mucina.
2. DEGENERAÇÃO (OU NECROSE) FIBRINÓIDE:
Conceito:
Designação corrente (e talvez imprópria - "Não Degeneração para a deposição no tecido conjuntivo e paredes de arteríolas, de um material acelular amorfo, brilhante, eosinófilo, as vezes granular ou reticular, sem limites definidos, morfológica e tinturialmente (PAS positivo) semelhante à Fibrina depositada (donde a denominação "Fibrinóide"). Ocorre também por vezes uma redução no número de núcleos na área afetada com degradação dos componentes tissulares (donde a denominação também comum de "Necrose Fibrinóide"). 
 Composição do Fibrinóide: Variável, geralmente contém:
Gamaglobulinas;
Fragmentos do complemento;
Albuminas;
Colágeno alterado e fibrina parcialmente digeridas;
Debris celulares.
Com tal composição, o fibrinóide pode ser considerado um produto da deposição de imunocomplexos circulantes (com posterior fixação do complemento) e da degradação de Fibrina exsudada, de fibras colágenas, e de glicoproteínas e células locais. 
Etiopatogenia:
Hipertensão Malígna (nas arterioloscleroses / arteríolas e glomérulos renais); 
Digestão enzimática dos tecidos (úlceras pépticas); 
Vilosidades placentárias normais (Fibrinóide de Rohr); 
Autoimunopatias (ex. "Colagenoses"/ Reação de Arthus, Artrite Reumatóide, Febre Reumática, Periarterite Nodosa, entre outras), que levem a um aumento dos imunocomplexos circulantes com posterior fixação do complemento.
Tais alterações culminam com aumento da permeabilidade vascular (e conseqüente saída de plasma e macromoléculas para o interstício) e com quimiotaxia (com conseqüente liberação de enzimas lisossômicas dos leucócitos nos tecidos lisossômicas 
 3.HIALINOSE EXTRACELULAR
Componentes do sistema conjuntivo
Conceito:
Deposição extracelular ou intersticial de material hialino (vítreo, claro, homogêneo, translúcido, amorfo, denso, eosinofílico e refringente) no tecido conjuntivo e nas membranas basais, de modo a alterar a proporção Núcleo/Colágeno e aumentar a eosinofilia do tecido.Alterações Hialinas do Colágeno após a sua formação normal (Verdadeira Transformação Hialina das fibras colágenas ou Degeneração Hialina do colágeno ou ainda Hialinose Colágena
DISTÚRBIOS DO COLÁGENO - Excesso na biossíntese -
Sinonímia:
DEGENERAÇÃO HIALINA EXTRACELULAR OU TRANSFORMAÇÃO HIALINA DO CONJUNTIVO 
Considerando-se a etimologia da palavra, poder-se-ia empregar aqui o termo "Colagenoses", acrescentando-se no entanto que nesse caso não se refere ao sentido clássico de Autoimunopatias.
Características Microscópicas:
Condensação das fibras colágenas com aumento da sua espessura e rigidez, assumindo um aspecto hialino, vítreo, homogêneo, irregular (por solução de continuidade das fibras e subsequente neossíntese).
Ocorrência:
É comum nos quelóides, nas cicatrizes extensas, nas esclerodermias e nos folículos ovarianos em atresia. Na vizinhança de hemorragias, podem-se somar à hialinose a deposição de Ferro e Cálcio, formando os "Nódulos de GANDY-GAMMA" ou nódulos sídero-calcáreos do baço esclero - congestivo.
Mecanismo:
A fibroplasia excessiva se associa à desidratação progressiva e fragmentação das fibras, o que estimula mais fibroplasia, com aumento da densidade dos componentes intersticiais (aproximação das fibras colágenas, espessamento dessas, de modo a dificultar a distinção uma das outras e a comprimir células e vasos adjacentes).
4. AMILOIDOSE:
 
Sinonímia:
Deposição, Infiltração ou "Degeneração" Amiloide.
 
Conceito:
Deposição intersticial de material fibrilar glicoproteico, de composição química variável, de aspecto hialino (ainda que tintorialmente diferente das hialinoses), eosinofílico, amorfo, homogêneo, birrefringente, metacromático, especialmente nas membranas basais, com reações tintoriais específicas.
 
Histórico:
Rudolf Virchow, ao verificar reação de metacromasia do Iodo (de amarronzado para azulado, semelhantemente ao que ocorre com amido), batizou de amiloide, acreditando ser o material depositado de natureza glicílica.
 
Características Macroscópicas: 
Aumento de volume e de consistência;
Palidez (isquemia pela compressão vascular, associada à própria natureza da substância amiloide); 
Tensão capsular e friabilidade (predisposição à rupturas/ não se recomenda biópsias hepáticas quando se suspeita de amiloidose. Tal procedimento poderia causar rupturas e hemorragias graves pela diminuição dos fatores de coagulação); 
Superfície de corte pálida, translúcida, homogênea, (lardácea tipo toucinho quando a deposição amiloide é difusa) ou "em Sagú" (se focal, perifolicular); 
Reação de metacromasia característica com o Iodo.
 
Características Microscópicas: 
Material hialino, eosinofílico, amorfo, homogêneo, birrefringente, metacromático (i.e., cora-se com cor diferente daquela que cora os demais tecidos);
Histoquímica: Róseo à HE; PAS positivo; Vermelho (em vez de verde ou roxo) aos corantes Verde Metileno, Violeta de Cresila e Violeta de Genciana. O melhor corante para a identificação do amiloideé o Vermelho Congo (que cora o amiloide em alaranjado em contraste com o róseo de fundo). Ao exame com luz polarizada, o amiloide corado com Vermelho Congo mostra uma refringência verde (as vezes vermelha ou azul amarelada) e ao exame com Ultra Violeta mostra uma fluorescência avermelhada.
Sítios de predileção: Glomérulos renais, sinusóides hepáticos, e em volta dos folículos esplênicos, sempre diminuindo o espaço e comprimindo as células.
Composição Química:
Variável - num mesmo indivíduo, entre indivíduos e entre espécies; 
Não existe "uma" substância Amilóide, mas sim várias (AL - oriunda de cadeia leve de Ig´s ou parte da cadeia - proteína de fase aguda, sintetisada no fígado, após estímulo de IL-1, IL-6 e/ou TNF-2 m ou microglobulina 2 - componente do MHC I, presente no soro normal, A2 ou Proteína amilóide b2 - derivada da proteína precursora APP, AE - de origem endócrina, etc) . São, no entanto, sempre polipeptídeos dispostos em arranjo molecular especial, constatável à Microscopia eletrônica de transmissão. Assim, o termo Amilóide define uma estrutura molecular física e não uma composição química; 
A substância Amilóide é composta de:
 Proteínas: Principalmente com aminoácidos acidificantes. Não há Hidroxilisina nem hidroxiprolina como no colágeno, na elastina ou na fibrina. Os aminoácidos acidificantes (em inúmeras seqüências diferentes) formam peptídeos empilhados e dobrados ("pregueamento Beta" - que lhe confere característica resistência à degradação) formando uma estrutura molecular em lâmina ou folha pregueada antiparalela, semelhante à da Beta ceratina e à da seda, quando observada com difração de raios X.
5 a 10% de Carbohidratos: principalmente galactose, glicose e manose. Explica a reação com PAS e com o Iodo.
Origem:
Parece estar ligada à fagocitose de imunocomplexos e proteínas desnaturadas circulantes pelos fagócitos sangüíneos ou do Sistema Mononuclear Fagocitário (ex. SRE), com degradação enzimática (cisão) de várias proteínas e polipeptídeos e exocitose de cadeias leves de globulinas, precursoras do Amilóide. Estes corpos residuais exocitados é que então forneceriam o substrato para a polimerização das fibrilas.
 
Classificação(Tipos etiopatogenéticos de Amiloidose): 
 
Amiloidose de origem imunológica:
Causada em última análise por alguma disfunção do Sistema Imunológico. Existem 2 tipos: 
Amiloidose Primária: Decorre de um descontrole da resposta imunológica/ "Discrasia de Plasmócitos". É vista no Plamocitoma ou Mieloma Múltiplo, quando plasmócitos anormais aumentam a produção de precursores de globulinas e de Amilóide tipo B (de origem imunoglobulínica). Os sítios de deposição mais freqüentes são o coração, os pulmões, os músculos, a língua, os pequenos vasos, a pele, o trato gastrointestinal e os nervos.
Amiloidose Secundária: Decorre da exaustão do Sistema Imunológico, em conseqüência de superestimulação e/ou da carência de fatores que o tornem eficiente. É visto nas Doenças Crônicas Caquetizantes (Tbc, Osteomielite, lepra, sífilis, artrite reumatóide, carcinomas e sarcomas, etc...) e em animais utilizados na produção de soro hiperimune, quando o Amilóide que predomina é o do tipo A e C (de origem desconhecida). Os sítios de deposição mais freqüentes são o fígado, o baço, os rins, a adrenal, o pâncreas e os linfonodos. O mecanismo mais provável é o da supressão da ação dos linfócitos T com manutenção da imunidade humoral ou o do esgotamento do mecanismo pelo qual imunocomplexos ou proteínas desnaturadas são normalmente eliminadas da circulação pelo Sistema Monocítico Fagocitário. Com a catabolização incompleta, resíduos são depositados nos tecidos.
Amiloidose de origem endócrina:
Deposição de Amilóide em concomitância à ocorrência de neoplasias de origem neuroectodérmica ("Amiloide Apud" - devido às características das células secretoras de hormônios polipeptídeos com as quais está associada). É vista no Carcinoma medular da tireóide, no gastrinoma, no feocromocitoma e no insulinoma - quando se formam complexos de precursores de hormônios polipeptídeos análogos às subunidades de Amilóide. 
Amiloidose localizada, de origem neurológica:
Doença de Alzheimer, Scrapie, e  encefalopatias espongiformes (Doença da Vaca Louca,  Doença de Creutzfeldt-Jakob, Síndrome de Gerstmann-Straussler-Scheinker, etc...).
 
Conseqüências:
 
A deposição progressiva de Amilóide acaba levando à atrofia compressiva do parênquima adjacente.
Nos rins: É um dos componentes da "Síndrome Nefrótica" (Proteinúria + hipertensão arterial + Insuficiência renal com uremia + obliteração glomerular com diminuição da filtração glomerular).
No coração: Leva à "Insuficiência Cardíaca refrataria aos digitálicos".
Na adrenal: Pode determinar "Doença de Addison" (Insuficiência adrenal).
No fígado e baço: Compressão parenquimatosa + friabilidade = Predisposição à rupturas (que no caso do fígado geralmente determina hemorragia grave e letal em virtude da diminuição dos fatores da coagulação).
 
5. ARTERIOSCLEROSE:
Conceito:
Grupo de processos que têm em comum o espessamento da parede e a diminuição da elasticidade vascular.
 
Classificação:
Aterosclerose ou Ateromatose: 
                    Termo utilizado pela primeira vez por Lobstein, entre 1777 e 1835. 
                    Derivado do Grego mingau, material lipídico, amolecido...
 
Conceito:
Doença de progressão lenta, de início precoce, cuja característica é o "Ateroma" - Depósito circunscrito de lípides na íntima, formando uma placa fibrogordurosa focal e elevada, afetando artérias grandes e medias (principalmente as coronárias, as cerebrais, a aorta, o tronco braquicefálico e as ilíacas). É a arteriosclerose mais freqüente e mais importante.
 
Etiopatogenia:
Fatores de risco:
Dieta hiperlipídica e obesidade;
Hipertensão arterial;
Doenças metabólicas (diabete melito, hipotireoidismo, etc...)
Tabagismo;
Idade;
Tensão emocional (stress).
Hipercolesterolemia (Relação LDL/HDL alta, ie LDL>70% e HDL<25%)
Inicia-se com a deposição de lípides na íntima (formação de estrias lipídicas que evoluem para a placa ateromatosa); 
Posteriormente ocorre invasão da túnica subjacente e diminuição da luz arterial; 
Com a invasão da túnica subjacente ocorrerá enfraquecimento da resistência vascular com predisposição à formação de aneurismas. 
Com a diminuição da luz arterial ocorrerá comprometimento do fluxo (de lamelar passa a turbulento, predispondo à trombose).
Complicações:
Calcificações distróficas; 
Hemorragias internas, as vezes para dentro do próprio ateroma, com distensão e aumento de volume da placa ateromatosa. Outra possibilidade é a ruptura de aneurismas. 
Trombose, devido á modificação do fluxo e à descamação de células endoteliais com exposição do colágeno subendotelial, o que permite adesão e agregação plaquetária. Como evolução poderá advir isquemia, hipotrofia ou mesmo infarto. 
Embolização do trombo ou mesmo da placa ateromatosa (ulceração endotelial com derrame de detritos ateromatosos na circulação).
 
Características Macroscópicas:
Inicialmente formam-se "Estrias gordurosas" elevadas na superfície, que se coram em laranja vivo pelo Sudam IV. Posteriormente essas faixas se avolumam tornando-se placas arredondadas, ovais ou irregulares(tipo "mapa geográfico"), salientes, moles e branco amareladas ou rígidas, brancas e fibrosas. Ao corte, apresentam uma coleção central de material mole granular e gorduroso. Podem também ocorrer as "lesões complicadas" já descritas anteriormente (hemorragia intra ateromatosa com distensão da placa ateromatosa, com conseqüente isquemia súbita e infarto; ulceração endotelial, com microembolia e trombogênese; calcificação e aneurismas.).
 
 Características Microscópicas:
GEITZ et alii (1969) demonstraram que as células musculares lisas da túnica íntima são capazes de sintetizar colágeno e fibras elásticas (como os fibroblastos) e de fagocitar lípides do ateroma (como os macrófagos), razão pela qual as chamou de "células mioíntimasou mesenquimais potenciais". Inicialmente ocorre acúmulo progressivo de lípides nas células mioíntimas (então chamadas "lipófagos" ou "células esponjosas") e ao longo das fibras elásticas da limitante elástica interna. Posteriormente ocorre fibroplasia (talvez devido à necrose das células carregadas de lípides, que liberam radicais ácidos) com o envolvimento da massa gordurosa e das células esponjosas por uma capa conjuntiva vascularizada, onde se observam por vezes grânulos de hemossiderina e deposição progressiva de Cálcio (grânulos basófilos). Os grandes ateromas tem a limitante elástica interna destruída, com infiltração e compressão ateromatosa na camada média que se hipotrofia (perda de fibras elásticas e musculares e fibrose). Na adventícia ocorre fibrosamento e infiltração linfocitária.
 
Esclerose calcificante da média de MONCKEBERG, 
ou Calcinose da média ou ainda Arteriosclerose de MONCKEBERG: 
 
Conceito:
Doença senil cuja característica é o endurecimento das artérias musculares (ou distribuidoras ou de pequeno e médio calibre), devido à uma calcificação da túnica média (muscular). 
Trata-se de uma entidade totalmente (clínica, patológica e etiopatogeneticamente) distinta da aterosclerose, ainda que possa ocorrer concomitantemente com esta no mesmo indivíduo, ou ainda, no mesmo vaso.
 
Etiologia e patogenia
Ainda obscuras. Acredita-se no envolvimento prolongado de fatores vasomotores (nicotina, adrenalina, etc...).
 
Artérias mais freqüentemente afetadas:
Femoral,tibial,genitais,coronárias. 
Ocorre calcificações anulares ou em placa, que à palpação lembram "traquéia de passarinho", ou então quando mais intensa, um tubo calcificado rígido, com abertura e secção do vaso dificultada. 
O endotélio pode estar um pouco deformado, mas permanece intacto a maior parte das vezes. A luz vascular, assim como as túnicas intima e adventícia, não estão afetadas, donde o pequeno significado clínico desta alteração.
Arteriolosclerose:
 
Conceito:
Espessamento da parede de pequenas artérias ou arteríolas, devido à proliferação fibromuscular ou endotelial, geralmente associadas à hipertensão arterial.
 
Tipos:
Arteriolosclerose Hialina: Espessamento homogêneo hialino das paredes arteriolares com mudança no aspecto estrutural e estreitamento da luz do vaso. Mais freqüentemente encontrado nos vasos dos rins, pâncreas, vesícula biliar, adrenais e mesentério. Ultraestruturalmente verifica-se espessamento irregular da membrana basal causado pela deposição de material PAS positivo e colagenização da íntima. É a característica morfológica da Nefroesclerose benigna (estreitamento arteriolar  isquemia renal difusa "retração simétrica dos rins"). Encontrado freqüentemente em diabéticos e em idosos com hipertensão benigna ( da Pressão Sistólica sem  da Pressão diastólica). 
Arteriolosclerose Hiperplásica: Espessamento em lâminas concêntricas das paredes arteriolares com estreitamento progressivo da luz do vaso. A membrana basal mostra espessamento com proliferação das células mioíntimas. Ocorre também deposição de material fibrinóide e necrose aguda da parede de vasos ("arteriolite necrosante"). É rara, só sendo encontrável na hipertensão maligna ( da Pressão Sistólica e diastólica). É grave. Patogenia obscura. Os sítios mais comuns são os vasos do tecido adiposo peri adrenais, peri pancreáticos e intestinais.
6. GOTA ÚRICA:
 
Etimologia:
latim "gutta" = gota, refletindo uma crença antiga de que a doença era causada por um veneno que caia gota a gota dentro da articulação...
 
Conceito:
Deposição de cristais de Ácido Úrico (uratos) nos tecidos conjuntivos e membranas serosas, afetando principalmente as articulações ("Gota articular"), pleura e/ou peritonio e túbulos renais da região papilar ("Gota visceral"), onde o pH baixo favorece a cristalização.
 
Etiopatogenia: 
Distúrbios na metabolização e eliminação dos catabólitos das purinas - principalmente anormalidades na produção endógena de purina;
Retenção de uratos - nas nefropatias crônicas;
Deficiência de vitamina A e/ou restrição de água em planteis avícolas;
Dietas hiperproteicas (predisposição);
O excesso de uratos no sangue e nos fluidos orgânicos determinará a deposição no tecido conjuntivo e nas serosas de cristais hidrossolúveis (retirados pelo processamento histológico de rotina) em forma de agulhas, circundados por reação inflamatória. A fagocitose dos cristais pelos fagócitos freqüentemente é frustrada pela perfuração dos fagossomas pelos cristais determinando morte celular e amplificação da reação inflamatória, com diminuição do pH, o que favorecerá mais ainda a cristalização e precipitação de novos tofos gotosos, cronificando o processo inflamatório, com deformação local e dor aguda e intensa.

Continue navegando