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Horários de Telefone: (0xx31) 3865-1400 Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas MATERIAL DIDÁTICO GESTÃO DA LOGÍSTICA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA .......................................................... 04 UNIDADE 3 – SISTEMAS LOGÍSTICOS ................................................................ 09 3.1 Logística de abastecimento ............................................................................... 09 3.2 Logística interna ................................................................................................ 11 3.3 Logística de distribuição .................................................................................... 12 3.4 Logística reversa ............................................................................................... 21 3.5 Logística verde .................................................................................................. 25 3.6 Logística integrada ............................................................................................ 30 3.7 Logística de infraestrutura ................................................................................. 32 UNIDADE 4 – GESTÃO DA ARMAZENAGEM ...................................................... 33 4.1 Finalidades da movimentação de materiais ...................................................... 34 4.2 Princípios Básicos para a Movimentação de Materiais ..................................... 35 4.3 Equipamentos de movimentação de materiais .................................................. 36 4.4 Custos da movimentação de materiais ............................................................. 38 UNIDADE 5 – GESTÃO DO TRANSPORTE .......................................................... 40 5.1 Movimentação de materiais e importância do transporte .................................. 40 5.2 Modais de transporte ......................................................................................... 43 5.3 Transporte intermodal ....................................................................................... 48 5.4 Custos logísticos de transporte ......................................................................... 50 UNIDADE 6 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA A LOGÍSTICA ...... 55 6.1 Sistemas de gestão empresarial ....................................................................... 60 6.2 Softwares de apoio à decisão ........................................................................... 62 6.3 Softwares para a integração da cadeia de suprimentos .................................... 63 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 66 3 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Chamamos de processo logístico ou simplesmente logística, ao conjunto de atividades envolvidas nos processos de armazenagem e transporte de produtos. O que se pretende ao final dessa integração é a satisfação do consumidor final com o menor custo possível, o que requer o máximo de aproveitamento dos recursos e redução de possíveis ineficiências. Para que uma organização atinja esse objetivo, ela precisa se organizar de maneira tal que a logística faça parte da estratégia e passe a atuar com as seguintes estruturas: logística de suprimentos, logística interna, logística de distribuição e logística reversa. Estes são alguns dos temas que iremos explorar neste módulo. Aqui pertencem a gestão de transportes, os modais e seus custos, gestão do armazenamento e a aplicação das tecnologias de informação, além, é claro, de conceitos básicos. Partiremos da evolução da logística e sua atuação no Brasil. Atenção especial será dada aos Centros de Distribuição Avançados (CDA) e a tecnologia da informação aplicada a logística, devido sua aplicabilidade na atualidade. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA Existem muitas maneiras de definir a logística, mas o conceito principal poderia ser: processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo (BALLOU, 2001). A logística de uma empresa é um esforço integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possível, conforme Bowersox; Closs (2001, p. 3), A logística existe para satisfazer as necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado-da-arte. Segundo Wanke (2006), ao longo dos últimos 50 anos, firmaram-se algumas premissas e alguns paradigmas relacionados à logística, muitas vezes induzidos por casos de sucesso em contextos específicos. Dentre os paradigmas, caberia destacar o do custo total, com a implicação de minimizar o custo total para determinado nível de serviço que se deseja prestar ao cliente, e o da melhoria dos processos, segundo o qual o aumento da eficiência e da eficácia deveria observar a otimização do fluxo de produtos ao invés da maximização da utilização dos recursosque apoiam este fluxo. Um serviço seria uma atividade ou uma série de atividades de natureza intangível que normalmente, mas não necessariamente, tomaria lugar entre o cliente, o prestador do serviço e seus recursos. A natureza de um serviço seria demarcada por duas características centrais: intangibilidade e simultaneidade entre produção e consumo, dentre outras. A intangibilidade seria a característica mais frequentemente citada para diferenciar um produto de um serviço. Enquanto os produtos seriam fabricados, os Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 serviços seriam executados. Um serviço seria, portanto, um ato que não poderia ser estocado e por isso não envolveria transferência de propriedade do prestador do serviço para o cliente. Já a simultaneidade por sua vez, implicaria o fato de que o prestador do serviço e o cliente necessitam interagir até certo ponto para a consecução do serviço. A logística constitui o serviço onde recursos são orientados para a consecução de determinada organização do fluxo de produtos entre clientes e fornecedores. Podemos falar em características centrais de um serviço. Em primeiro lugar, o serviço logístico não poderia ser estocado como um produto, já que as capacidades dos recursos de transporte, de armazenamento e de processamento de pedidos não utilizadas em determinado momento seriam perecíveis (intangibilidade). Em segundo lugar, o objeto do serviço logístico, ou seja, o fluxo de produtos, necessitaria interagir ao longo do tempo com os recursos para que houvesse sua consecução (simultaneidade). A produção e consumo dos serviços logísticos estariam intrinsecamente associados na consecução do fluxo de produtos. Haywood-Farmer (1988 apud WANKE, 2006) apresenta um modelo, o triângulo dos serviços, para facilitar a compreensão das principais questões relativas ao gerenciamento dos serviços em diversas situações. Os vértices do triângulo caracterizariam os serviços intensivos em habilidades técnicas (conhecimento, diagnóstico e assessoria), os serviços intensivos em características pessoais (motivações e identidade pessoal) e os serviços intensivos em recursos (ativos, sistemas, procedimentos e rotinas, etc.). De maneira geral, a natureza dos serviços apresentaria maior ou menor grau dessas características. Os serviços logísticos seriam intensivos em recursos, pois seriam desenhados para executar o fluxo de produtos e de informações de modo eficiente e eficaz. Além disso, os serviços logísticos seriam facilmente traduzidos em rotinas, padrões e especificações de nível de serviço como, por exemplo, disponibilidade de produto e tempo de entrega. Sob a perspectiva dos serviços logísticos, as decisões referentes aos recursos e às habilidades técnicas seriam de extrema importância. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 Por exemplo, tradicionalmente, o serviço logístico oferecido por fornecedores tem-se concentrado nos níveis de disponibilidade e nos tempos de entrega dos produtos. Observando-se mais detalhadamente o espectro das relações comerciais entre fornecedores e clientes, percebem-se outras alternativas de serviço logístico. Nessas alternativas, o fornecedor ofereceria dimensões adicionais de serviço, como, por exemplo, maior frequência de entrega, disponibilização de informações em tempo real sobre o carregamento ou maior facilidade na colocação do pedido. O fornecedor poderia ir além, proporcionando soluções em termos de parametrização e definição de políticas relativas à organização do fluxo de produtos. Por exemplo, em acordos do tipo VMI (Vendor Managed Inventory), ou em outras iniciativas de ressuprimento enxuto, o fornecedor é o responsável pela gestão de estoques e previsão das vendas de seus clientes. O fornecedor é o responsável, em suma, pela organização do fluxo de produtos. Ao utilizar os serviços logísticos como uma ferramenta competitiva, as empresas poderiam estar criando barreiras à entrada de novos competidores e/ou custos associados à mudança para seus atuais clientes. Oferecer serviços ampliados, como a parametrização e a definição de políticas para a organização do fluxo de produtos, poderia afastar a concorrência, ao aumentar a complexidade e os custos de entrada (WANKE, 2006). É aceitável situar o uso da logística desde a antiguidade. Líderes militares desde os tempos bíblicos, já se utilizavam da logística na preparação de suas guerras santas. As guerras eram longas e nem sempre ocorriam próximo de onde estavam as pessoas. Por isso, eram necessários grandes deslocamentos de um lugar para outro, além de exigir que as tropas carregassem tudo o que iriam necessitar. Para fazer chegar carros de guerra, grandes grupos de soldados e transportar armamentos pesados aos locais de combate, era necessária uma organização logística das mais fantásticas. A preparação dos soldados, o transporte, a armazenagem e a distribuição de alimentos, munição e armas, entre outras atividades já eram efeitos da logística (DIAS, 2005, p. 27). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 Para Fontana; Aguiar (2001, p. 210), “A logística engloba diversos segmentos, como a distribuição física, a administração de materiais, os suprimentos, os transportes, as operações de movimentação de materiais e produtos, entre outros”. Segundo Cavanha Filho (2001), a Logística pode ser definida como a parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla o eficiente e efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando atender aos requisitos dos consumidores. Também em diversas outras definições e significados, a Logística leva a esse conjunto de terminologias para designar as áreas onde se desenvolve: transportes, distribuição, distribuição física, suprimento e distribuição, administração de materiais e operações. Para Caixeta Filho e Martins (2001), a Logística, na qual o transporte é normalmente seu principal componente, é vista como a última fronteira para a redução de custos na empresa. Neste contexto, a Logística orienta que nos dias atuais, para se visualizar a diferença entre uma empresa vencedora e uma perdedora deve-se vincular a Administração da Logística aplicada pelos seus administradores. E esta diferença irá refletir não só na redução de seus custos, como também na satisfação de seus clientes. Rodrigues (2002) também entende o conceito de Logística pelas ações de adquirir, manusear, transportar, distribuir e controlar eficazmente os bens disponíveis. Acerca desse conceito pode-se afirmar que um negócio qualquer pode gerar quatro tipos de valor em produtos ou serviços: forma, tempo, lugar e posse. A utilidade de forma está relacionada ao fato de o produto estar disponível e pronto para uso/consumo, no entanto, ao consumidor não interessa, simplesmente, a utilidade da forma, mas a de lugar e tempo, estando no lugar certo e disponível para compra. O produto/serviço só terá valor efetivo se o cliente encontrá-lo onde e quando precisar. Imagine uma campanha publicitáriade vários milhões de reais e quando o consumidor vai procurar o produto não o encontra na loja?! Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 Segundo Rosa (2007), a Logística administra o valor de tempo e de lugar nos produtos, sobretudo, por meio dos transportes, fluxos de informações e inventários. Para movimentar materiais e produtos em direção aos clientes e disponibilizá-los de maneira oportuna, uma empresa incorre em custos, visando agregar um valor que não existia e foi criado para o cliente. Isso faz parte da missão da Logística que está relacionada à satisfação das necessidades dos clientes internos e externos, viabilizando operações relevantes de manufatura e marketing, otimizando todos os tempos e custos, dadas às condições de cada elo da cadeia. Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às outras regiões (ROSA, 2007). O sistema permite então que o custo do país (logísticos e de produção) e a qualidade desse produto sejam competitivos com aqueles de qualquer outra região. Para Moura (1997), dentro deste conceito, a logística tem três funções principais: 1. O aprovisionamento físico das matérias-primas, auxiliares e semiacabadas, desde sua aquisição até sua introdução no processo de fabricação. 2. A produção propriamente dita, armazenamento, movimentando todos os materiais entre as unidades de fabricação para a realização das operações desta; 3. A distribuição física dos produtos acabados, que envolve todo o movimento, desde a saída da cadeia de produção até sua entrega aos consumidores. Por fim, a missão da logística segundo Ballou (2006), é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 UNIDADE 3 – SISTEMAS LOGÍSTICOS De acordo com Silva (2004, p. 144), “o sistema logístico é composto por seis subsistemas: logística de abastecimento, logística interna/fabril, logística de distribuição, logística reversa, logística verde e logística de infraestrutura”, os quais passamos a analisar. 3.1 Logística de abastecimento Logística de Abastecimento é a atividade que trata da administração do fluxo de materiais dos fornecedores para a empresa e que inclui processos como: gerenciamento de estoques e dos volumes de reabastecimento, compra de provedores locais ou do exterior, coleta, definição de embalagens, retorno de mercadorias e embalagens, enfim, todos os processos ligados ao abastecimento de produtos para uso nas atividades operacionais das empresas e que são administrados principalmente pela área de compras ou suprimentos. Um dos pontos críticos ligado a este tema é o relacionamento da organização empresarial com seus fornecedores. Na década de 1980, Michael Porter, em seu livro Estratégia competitiva (1986), incluía o poder dos fornecedores como um dos limitantes – senão ameaça – para a competitividade das empresas na medida em que, por meio de seu poder de negociação e de concentração, poderiam elevar os preços ou reduzir a qualidade de seus bens e serviços. Nessa visão, a política de suprimentos está inserida no mesmo contexto estratégico com que a empresa tem de lidar com seus concorrentes. Já nos anos 1990, criou-se o que se denominou de visão logística como alternativa para a visão tradicional de relacionamento antagônico e de curto prazo. Ao invés da prática simplista de qualificação e avaliação de fornecedores por meio do preço e de indicadores de desempenho, propõe-se a criação de vínculos permanentes e de uma relação de rentabilidade mútua entre clientes e fornecedores. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 Tal visão – que poderia ser definida como um relacionamento ganha/ganha – eliminaria as barreiras à parceria de lucros entre ambos e os manteria estrategicamente alinhados. Hoje, a colaboração entre os componentes da cadeia logística é um tema já bastante explorado e considerado como um fator de competência estratégica para as empresas. A logística se torna uma competência central na medida em que se desenvolvam programas com fornecedores e clientes que propiciem a integração interna dos recursos logísticos, que resultem em agregação de valor à operação. Assim, estruturaram-se relações de parceria, pelas quais os recursos logísticos dos diversos fornecedores, bem como suas melhores práticas de flexibilidade são coordenados, com vistas a alcançar uma sinergia máxima. A definição clara e consciente da política de suprimentos é particularmente importante, senão vital, quando a empresa está inserida em uma economia em que o custo de capital é proibitivo, como ocorre no Brasil. Esse cenário leva muitas empresas a focarem a redução dos investimentos em estoques – tanto estoques próprios como os de toda a cadeia de abastecimento na qual se inserem – e dos custos de capital associados como forma de manter sua competitividade. Em outras palavras, o gerenciamento do estoque e do momento de reposição tornam-se variáveis importantes dentro do planejamento, pois podem influir significativamente no resultado das empresas (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). A logística de abastecimento é especializada na área de planejamento e operacionalização do suprimento, compras de materiais e tratamento logístico dos produtos. Ela abrange as seguintes atividades: planejamento de materiais e insumos; prospecção e seleção de fornecedores; prospecção, desenvolvimento ou criação de fontes alternativas de fornecimento; criação e manutenção de bancos de dados de fornecedores e materiais; determinação, em conjunto com a área de produção, das quantidades a comprar; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 implantação dos processos de padronização, simplificação e homologação; processamento e transmissão de pedidos; redução de sobras de materiais; contratação de seguros de transporte e procedimentos alfandegários; avaliação e confecção de contratos; compras; negociação e otimização de garantias e serviços pós-venda (SILVA, 2004, p. 145). 3.2 Logística interna A logística interna corresponde à área especializada no fluxo interno de matérias-primas e de produtos acabados nos armazéns e centros de distribuição, compreendendo as atividades de recebimento, movimentação, ressuprimento, armazenagem, seleção de pedidos, faturamento e expedição. Ela mantém interfaces com as áreas de logística de abastecimento e com a de logística de distribuição. As principais atividades executadas nessa área são as seguintes: recepção de documentos fiscais; unitização de produtos em um mesmo dispositivo ou embalagem; inspeção e conferência de cargas recebidas; movimentação de mercadorias no ambiente interno do armazém; armazenagem de produtos no armazém; ressuprimento das áreas de apanha dos produtos nos armazéns; seleção de pedidos; expedição de materiais para a produção e de produtos acabados para a distribuição; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 logística Fabril (SILVA, 2004, p. 146). 3.3 Logística de distribuição A Logística de Distribuição engloba atividades relacionadas ao fluxo de produtos acabados da empresa para seus clientes, tais como: localização e administração de centros de distribuição, armazenagem de produtos acabados, separação de pedidos, unitização, expedição, transporte doméstico e internacional e exportação (SANTOS, OLIVEIRA, 2007). Segundo Novaes (2007), a logística de distribuição é a área responsável pela entrega do produto ao cliente. Ela mantém interfaces nas operações com a logística interna e com o marketing, de modo a auxiliar na determinação do nível de serviço. As operações executadas nessa área são: planejamento dos meios de transporte a serem utilizados; escolha do meio de transporte mais adequado para o produto transportado, considerando custos e nível de serviço; roteirização da distribuição; gerenciamento de frotas; entrega dos pedidos. Novaes (2007) denomina a Logística de Distribuição Física como os processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. Os responsáveis pela distribuição física operam elementos específicos, de natureza predominantemente material: depósitos, veículos de transporte, estoques, equipamentos de carga e descarga, entre outros. Bertaglia (2006) afirma que a distribuição física consiste basicamente em três elementos globais: recebimento, armazenagem e expedição. 1. Recebimento: a função recebimento se inicia quando o veículo é aceito para descarregar um produto ou material que está destinado ao armazém ou Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 centro de distribuição. O produto é contado ou pesado, e o resultado é comparado com o documento de transporte. Dependendo da origem e do tipo de produto, são necessárias análises de qualidade, por meio de amostragens, que eventualmente podem ser feitas antes que o produto seja totalmente descarregado. Os recebimentos, quanto à sua origem, podem ser classificados em importação, transferências entre fábricas e armazéns ou centros de distribuição, transferências provenientes de terceiros e devolução de clientes. 2. Armazenagem: após o recebimento, os itens são armazenados em locais específicos no armazém ou no centro de distribuição, em prateleiras, estantes, tanques, estrados ou até mesmo acondicionados no solo, muitas vezes sobre protetores de umidade. 3. Expedição: a expedição ou despacho corresponde ao processo de separar os itens armazenados em um determinado local, movimentando-os para um outro lugar com o objetivo de atender a uma demanda específica, que pode ser o envio do produto a um cliente ou a um terceiro com objetivos de agregar valor ao item. Dentro da operação expedição ou despacho temos atividades detalhadas como carregar e pesar veículo, emitir documentação e liberar veículo são consideradas. Contextualizando essa logística, a vantagem competitiva de uma empresa pode estar na forma de distribuir, na maneira com que faz o produto chegar rapidamente à gôndola, na qualidade do seu transporte e na eficiência de entrega de um material a um fabricante. A concorrência entre as empresas tem exigido melhores níveis de serviço no atendimento aos clientes. Essa melhora na qualidade é traduzida na prática de formas diversas: entrega mais rápida, confiabilidade (pouco ou nenhum atraso em relação ao prazo estipulado), existência do tipo desejado de produto na hora da compra (tipo, cor, etc.), segurança (baixa ocorrência de extravios, produtos sem defeitos), etc. (ALVARENGA E NOVAES, 2000). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 Esta é a categoria na qual a terceirização de serviços logísticos é mais rotineira, tanto pelo uso de transportadoras e de corretores, como pela contratação de operadores logísticos que absorvem grande parte da administração da operação. A decisão pela terceirização não é apenas função do custo, mas também parte do posicionamento estratégico da empresa. As empresas localizam seus centros de distribuição com a finalidade de otimizar a integração de sua cadeia de abastecimento. Os estudos normalmente procuram respostas às seguintes questões: 1. Quantidade e localização dos centros de distribuição (CD). 2. Clientes e áreas de mercado a serem atendidas. 3. Linhas de produto por CD. 4. Canais logísticos de suprimentos e distribuição. 5. Atividades a serem desenvolvidas – armazenagem, montagem, consolidação, cross-docking, etc. 6. CD próprio ou terceirizado. Estudos desta natureza são complexos em função do grande número de variáveis, mas suas metas são habitualmente bem definidas: igualar os padrões de serviço em cada opção de localização e buscar os menores custos de transporte e de manutenção de estoques. A função de armazenagem e todas as demais atividades correlatas – recebimento, localização de produtos, giro de estoque, separação, carregamento, unitização e controle de qualidade – são apoiadas por processos operacionais e sistemas de informática bastante avançados e que maximizam a rentabilidade dos investimentos em instalações e equipamentos. Entre os aplicativos de informática, o principal é o Warehouse Management System (WMS), ou sistema de gerenciamento de armazém, que contêm facilidades que propiciam a localização de itens estocados, contagem de inventário, controle de vida útil, rastreabilidade, entre outros. Atualmente, estão também cada vez mais desenvolvidos o uso de etiquetas inteligentes e os softwares que definem o melhor Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 layout de carregamento de caminhões e contêineres, com vista a aumentar a produtividade medida em volumes por rota. As principais decisões relacionadas à função de armazenagem são: 1. Espaço necessário. 2. Layout das áreas de recebimento, estocagem e de separação. 3. Instalações, como estruturas porta-pallets, tipos e configuração de prateleiras, estruturas drive-in, equipamentos de refrigeração etc. 4. Altura. 5. Tipos de armazém em função das características dos produtos, como, por exemplo, congelados, resfriados e secos. 6. Quantidade e tipos de docas. 7. Equipamentos de movimentação, como paleteiras, empilhadeiras e esteiras. 8. Requisitos técnicos de qualidade (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). Além disso, muita atenção deve ser dada ao treinamento do pessoal com a finalidade de minimizaros erros operacionais. A importância da atividade de transporte na cadeia de abastecimento é clara, não apenas em função de seu aspecto operacional – movimentação de produtos –, como também em virtude do alto custo que, corresponde a cerca de 60% do custo logístico total e 7,5% do PIB brasileiro. Os custos de transporte envolvem combustível, depreciação e juros do investimento no equipamento, horas do condutor, pedágio, taxas portuárias, manutenção, renovação de licenças para trânsito, entre outros. Portanto, muita atenção deve ser dada à escolha do tipo de transporte, à definição da rota e às características exigidas pelo produto (por exemplo, a temperatura mínima exigida pela carga resfriada ou congelada) (SANTOS; OLIVEIRA, 2007). Bertaglia (2006) conclui afirmando que o gerenciamento da distribuição vai além de meramente movimentar um produto de um determinado ponto a outro. É uma atividade fundamental no serviço, custo e qualidade desejados por consumidores e clientes. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 3.3.1 Os Centros de Distribuição Avançados e transit point Os centros de distribuição avançados são típicos de sistemas de distribuição escalonados, em que o estoque é posicionado em vários elos de uma cadeia de suprimentos. Seu objetivo é permitir rápido atendimento às necessidades dos clientes de determinada área geográfica distante dos centros produtores (LACERDA, 2000). Além de buscar rápido atendimento, os centros de distribuição avançados possibilitam a obtenção de economias de transporte, visto que operam como centros consolidadores de carga. Em vez de atender a um grupo de clientes diretamente dos armazéns centrais, o que poderia implicar movimentação de cargas fracionadas por grandes distâncias, a utilização dos centros de distribuição avançados permite o recebimento de grandes carregamentos consolidados e, portanto, com custos de transportes mais baixos. O transporte até o cliente pode ser feito em cargas fracionadas, mas este é realizado em movimentos de pequena distância, conforme mostra a figura abaixo (LACERDA, 2000). Centro de Distribuição Avançado Fonte: LACERDA (2000, p. 157) Transit point De acordo com Lacerda (2000, p. 155), as instalações do tipo Transit Point são instalações similares aos centros de distribuição, mas não mantém estoque. Os produtos já têm seu destino estabelecido ao serem enviados. Portanto, não há perda de tempo. Como vantagem, destaca-se a possibilidade de transportar cargas consolidadas para grandes distâncias, mas esta opção só se torna viável com a existência de grandes volumes de carga a serem transportados. FORNECEDOR OU ARMAZÉM CENTRAL CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO AVANÇADO CLIENTE 1 CLIENTE 2 CLIENTE 3 CARGA FRACIONADA PEQUENAS DISTÂNCIAS CARGA CONSOLIDADA GRANDES DISTÂNCIAS Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 O transit point é localizado de forma a atender a determinada área de mercado distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais. Outra característica dos transit points é que estruturalmente são muito simples, necessitando baixo investimento em sua instalação, seu gerenciamento é facilitado, pois não são executadas atividades de estocagem. Uma característica básica dos sistemas tipo transit point é que os produtos recebidos já têm os destinos definidos, ou seja, já estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente expedidos para entrega local. Não há espera pela colocação dos pedidos. Essa é uma diferença fundamental em relação às instalações de armazenagem tradicionais, em que os pedidos são atendidos a partir de seu estoque. Seu custo de manutenção, portanto, é relativamente baixo (LACERDA, 2000). De acordo com o autor: Os transit points guardam as mesmas relações de custo de transporte que os centros de distribuição avançados, visto que permitem que as movimentações em grandes distâncias sejam feitas com cargas consolidadas, que resultam em baixos custos de transporte (LACERDA, 2000). Decisões de localização da instalação e o modelo gravitacional de localização Encontrar instalações fixas ao longo da rede logística é um problema importante de decisão que dá formato, estrutura e forma ao sistema logístico inteiro. Esse projeto, por sua vez, define as alternativas e seus custos associados, que podem ser usados para operar o sistema (BALLOU, 2006). Chopra e Meindl (2003, p. 322) afirmam que o objetivo dos gerentes ao decidirem os locais de suas instalações e alocarem capacidade deve ser o de maximizar a lucratividade total da rede de cadeia de suprimento. É importante ao gerente conhecer as seguintes informações elencadas abaixo, antes de decidir pela execução do projeto: local das fontes de suprimentos e mercados; possíveis locais para instalação; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 previsão de demanda por mercado; custos de instalação, mão de obra e matéria-prima por local; custos de transporte entre cada par de localidades; custos de estoque por local e de acordo com a quantidade (CHOPRA; MEINDL, 2003, p. 322). A partir dessas informações, podem ser aplicados os modelos gravitacional de localização ou de otimização de rede para o desenvolvimento do projeto, como explicados a seguir. Os modelos gravitacionais são utilizados para encontrar localidades que minimizem o custo do transporte de matérias-primas de fornecedores e de produtos acabados para os mercados-alvo. Esses modelos supõem que tanto os mercados como as fontes de suprimentos localizam-se como pontos em uma tabela em um plano. Todas as distâncias são calculadas como a distância geométrica entre dois pontos nesse plano. Esses modelos supõem também que o custo de transporte aumenta linearmente com a quantidade embarcada (CHOPRA; MEINDL, 2003, p. 322). A seguir temos uma fórmula oferecida por Ballou (2006) utilizada no modelo gravitacional de localização. Dado um conjunto de pontos que representam os pontos de fonte e os pontos de demanda, junto com seus volumes que devem ser movimentados para/ou de uma instalação de localização desconhecida e suas taxas de transporte associadas, onde deve ser localizada a instalação? (BALLOU, 2001, p. 382). LY = ∑VT.Y ∑VT ∑VT.X ∑VT LX = Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 Quanto ao modelo de otimização de rede, ao projetar uma rede de cadeia de suprimentos, normalmente existem diversos estágios, entre eles, fornecedores, fábricas, depósitos e mercados. Podem existir ainda outras instalações intermediárias tais como centros de consolidação ou pontos de passagem. Além de determinar os locais das instalações, o gerente também deve decidircomo os mercados serão alocados nos depósitos e como os depósitos serão alocados nas fábricas (CHOPRA E MEINDL, 2003, p. 324). Existem também custos fixos e variáveis associados a instalações, transporte e estoques em cada instalação. Os custos fixos são aqueles contraídos independentemente do quanto uma instalação produz ou despacha. Os custos variáveis são aqueles contraídos proporcionalmente à quantidade produzida ou despachada por uma determinada instalação (CHOPRA E MEINDL, 2003). Ferramentas de roteirização Como os custos de transporte variam tipicamente entre um terço e dois terços do total dos custos logísticos, melhorar a eficiência é de grande interesse. Dentre outros problemas frequentes de decisão, Ballou (2006) cita a redução de custo dos transportes e também a melhoria do serviço ao cliente, encontrando os melhores trajetos que um veículo deve fazer através de malha rodoviária, linhas de ferrovias, linhas de navegação aquaviária ou rotas de navegação aérea, os quais minimizarão o tempo ou a distância. O rápido desenvolvimento da informática nos últimos anos é responsável pelo surgimento de programas de computador voltados à solução desse tipo de problema. Pacotes específicos são comercializados, operando em micro ou minicomputadores. Os programas mais sofisticados levam em consideração as coletas e entregas de cada rota, permitindo o uso de diferentes tipos de veículo, controlando o carregamento por peso, volume ou por número de paradas, e estabelecendo horários de partida e de chegada ao depósito (ALVARENGA; NOVAIS, 2000, p. 183). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 Atualmente, o mercado dispõe de um número razoável de softwares de roteirização, que ajudam as empresas a planejarem e programarem os serviços de distribuição física. Para escolher um software adequado às condições reais da empresa, o ideal é definir uma ou mais situações para testar os sistemas disponíveis no mercado. Algumas observações e sugestões podem ajudar nesse processo de seleção: praticamente todos os softwares de roteirização não são sistemas que podem ser instalados pelo usuário e utilizados imediatamente, sem apoio técnico. Normalmente requerem a participação de um ou mais consultores, com o objetivo de adaptar o caso em questão ao formato próprio do produto e treinar o pessoal que irá utilizá-lo na empresa; alguns softwares exigem simplificações para resolver certos tipos de problema e, em alguns casos, essas situações não ficam muito claras na hora da aquisição. Ex.: o software restringir o número de entregas; todos os roteirizadores operam sobre uma representação digital da rede viária (ruas, no ambiente urbano e rodovias, nas ligações interurbanas). Para bem utilizar um software de roteirização, essa base de dados, representando a rede viária, deve estar disponível, pois, caso contrário, a empresa usuária terá que desenvolvê-la, com custos e tempo razoáveis. De acordo com Hijjar (2006, p.145), Uma das premissas básicas no planejamento de um sistema logístico é que as atividades que compõem a operação logística devem ser estruturadas de modo a se atingir determinado nível de serviço ao cliente, ao menor custo total possível. Segundo Figueiredo, Fleury e Wanke (2006), prestar um serviço logístico de excelência tem sido o objetivo de inúmeras empresas que perceberam no atendimento, e até mesmo na superação das expectativas de seus clientes, uma forma de garantir sua lealdade e conquistar novas contas. É através do serviço que as empresas procuram diferenciar seus produtos, fazendo com que os clientes percebam mais valor naquilo que estão comprando. A maior responsabilidade da logística, no que se refere ao nível de serviço, está na distribuição física. Informações de disponibilidade de estoque, entrega do Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 produto certo, quantidade correta e o mais significativo para o cliente, o tempo de ciclo do pedido. Para Ballou (2006), mesmo não existindo nenhum acordo geral para uma melhor e mais apropriada definição de logística de serviços ao cliente, pesquisas indicam que o tempo do ciclo do pedido e os elementos que compõem estão entre os mais críticos. Mesmo para a logística de serviços ao cliente em geral, os componentes logísticos parecem ter um papel dominante. Vale lembrar que do ponto de vista prático e conceitual, o serviço ao cliente representa o componente-chave que diferencia a logística moderna da abordagem tradicional, a qual tratava somente das questões relacionadas à eficiência operacional. Atualmente, considerar as necessidades dos clientes constitui ponto de partida para o desenvolvimento de uma estratégia logística de vanguarda (LAVALLE, 2006, p.154). 3.4 Logística reversa A Associação Brasileira de Logística define a Logística como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. Logística Reversa engloba todos os processos descritos acima, todavia, de modo inverso. De acordo com Leite (2009), se distinguem, pelo menos, três grandes categorias de motivos que justificam o retorno de produtos não-consumidos ou de retorno de pós-venda: retornos por motivos comerciais, por defeitos ou qualidade em geral e por validade expirada. Entre os motivos comerciais, o autor identificou erros de expedição, falta de giro nos estoques, contratos de consignação, término de uma estação, entrada de novos modelos, entre outros motivos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 Na categoria de defeituosos, o autor cita os serviços de pós-venda para conserto ou troca de componentes, produtos danificados em trânsito e os casos em que o produto admite extinção de validade. Políticas e procedimentos adotados no retorno dos produtos Diversas são as atitudes possíveis das empresas quanto ao retorno de produtos ainda não consumidos. Com maior ou menor liberalidade, as empresas poderão adotar diferentes atitudes reveladas pelo nível de recursos colocados à disposição do retorno de seus produtos, que variarão de acordo com o impacto que o retorno poderá causar em suas atividades. Os direcionadores estratégicos orientarão, de acordo com certos limites naturais, o nível de disponibilidade de seus ativos empresariais, de mão de obra e de recursos financeiros colocados à disposição dos sistemas de coleta, transportes, informações, armazenagem, treinamento de especialistas, procedimentos de retorno e sistema de indicadores de desempenho, entre outros aspectos (Brito et al., 2005; De Brito, 2004; Kopicki et al., 1993; Leite, 2006; Rogers; Tibben-Lembke, 1998; Stock, 1998 apud SILVA; LEITE, 2012). Estas políticas relacionadas por Brito et al, (2005), reproduzidas no quadro abaixo, com as quais, mediante um critério de pontuação, tornaram objetiva a mensuração destas atitudes empresariaiscom relação aos recursos colocados a disposição para o retorno de produtos. Fonte: Adaptado de Brito (2005). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 A geração de programas de Logística reversa é orientada por objetivos estratégicos ou direcionadores que podem ser sinteticamente resumidos como geradores de possíveis diferenciais de competitividade. Podem ser avaliados por diferentes perspectivas e não serem mutuamente exclusivos, porém visam benefícios econômicos de revalorização dos bens retornados, ou objetivam gerar satisfação dos clientes ou ainda visam reforçar a imagem de marca ou empresarial (LEITE, 2009; LEITE, 2006). Kotler (2000) lembra a importância e as implicações positivas de reter clientes fidelizando-os. Cita, por exemplo, que uma redução de 5% na taxa de abandono de clientes pode influir mais que proporcionalmente nos lucros, permitindo maior lucratividade com o cliente no longo prazo. Figueiredo (2002) corrobora essas ideias ao lembrar que os serviços de pós- venda e de reparação de falhas podem gerar satisfação aos clientes, além de contribuir para sua fidelização, argumentando que os produtos na atualidade possuem características muito próximas e que são os serviços que diferenciam a preferência dos consumidores. Essas considerações apoiam a ideia da Logística Reversa eficiente como uma das estratégias de retenção de cliente e de fortalecimento da marca. Assim, o retorno de produtos, como atividade empresarial, está relacionado a uma orientação estratégica que varia de caso a caso. As orientações, objetivos estratégicos ou direcionadores (drivers) na Logística Reversa podem envolver resumidamente a prestação de serviços aos clientes, a um reforço ou garantia de imagem corporativa e de marca de produtos, ou a geração de centros de lucratividade resgatando valor de componentes, materiais e de ativos. Por outro lado, os impactos destes direcionadores nos resultados empresariais podem variar entre empresas de setores diferentes, pelo valor agregado de seus produtos, pelo tipo de atividade das empresas, pela posição da empresa na cadeia de suprimentos, pela preocupação empresarial quanto à sua imagem ou quanto à sua responsabilidade ambiental, entre outros aspectos. No entanto, são poucos os estudos que examinam, de forma específica, o impacto desses direcionadores sobre as políticas de retorno adotadas pela empresa (De Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 Brito, 2004; De Brito e Dekker, 2002; Dornier et al., 2000; Dowlatshahi, 2000; Fuller e Allen, 1995; Kopicki et al. 1993; Rogers e Tibben-Lembke, 1999 e 2001; Leite, 2005). Dessas considerações, depreendem as duas hipóteses do estudo ilustradas (SILVA; LEITE, 2012). Vale guardar... A logística reversa está associada ao retorno de materiais e embalagens, visando a reciclagem, a substituição de produtos, a reutilização ou até mesmo o descarte de resíduos de forma apropriada e reduzindo os custos e os impactos ao meio ambiente. Existem várias situações em que se aplica a logística reversa, a saber: devolução de material ou produto para o fornecedor; devolução de produto pelo cliente; devolução de embalagens para o fornecedor; devolução de embalagens reutilizáveis pelo cliente; devolução de embalagens, para descarte, pelo cliente. No caso de devolução de material ou produto para o fornecedor, é necessário efetuar as seguintes atividades: negociação com o fornecedor, inspeção do material ou produto a ser devolvido, reembalagem, transporte, etc. Já no caso de devolução do produto pelo cliente, a empresa precisa realizar as seguintes atividades: inspeção do produto a ser devolvido, relatório técnico sobre a aceitação da devolução, gerenciamento do processo de coleta, reembalagem, transporte, recepção do produto devolvido. As devoluções de embalagens para o fornecedor requerem que sejam efetuados os seguintes procedimentos: tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens e transporte. Quanto à devolução de embalagens reutilizáveis pelo cliente, isso exige uma série de atividades sob supervisão e controle; dentre as principais atividades, pode- Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 se citar as seguintes: gerenciamento do processo de coleta; coleta das embalagens; descarga das embalagens; tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens. A devolução de embalagens e produtos, para descarte ou reciclagem, pelo cliente, requer os seguintes procedimentos: gerenciamento do processo de coleta, coleta das embalagens, descarga das embalagens, tratamento das embalagens (se necessário), armazenagem das embalagens, transporte para recolhedora ou outro local definido (SILVA, 2004). 3.5 Logística verde Nos últimos anos, em decorrência das políticas ambientais internacionais e nacionais relativas, a responsabilização dos resíduos têm apresentado novos desafios para a logística. De um modo geral, as empresas estão se defrontado com uma nova regulação através da Agenda ambiental empresarial derivada da Agenda 211 na qual foram inseridas a responsabilidade civil e criminal por meio de parâmetros relativos a responsabilidade estendida do produtor (extended product reponsability) e a responsabilidade do produtor (producer responsability) que foram formuladas pelas agências ambientais dos Estados Unidos e da Europa. Devido a isso, a preocupação ambiental passa a ser tratada de forma mais integrada, ou seja, desde o projeto do produto mediante a análise de seu ciclo de vida e os custos (ALCOFORADO, 2004 p. 1-3 apud SILVA, 2004, p. 149). A logística reversa difere da logística verde porque, enquanto a reversa está voltada mais para o ponto de vista privado, consequentemente concentra seu esforço para movimentar bens de forma a agregar ou capturar valor. Ao contrário, a verde ou ecológica volta-se mais para o lado social porque procura minimizar o 1 A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21, e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento (WIKIPEDIA, 2012). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 impacto no meio ambiente através de uma responsabilidade compartilhada (ALCOFORADO, 2004, p. 3 apud SILVA, 2004, p. 149). A Comissão Brundtland da Organização das Nações Unidas definiu o desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (ONU, 1991). A partir disso, vários relatórios já vêm sendo divulgados a fim de expor indicadores de desenvolvimento sustentável e contribuir com os tomadores de decisões em relação a aspectos ambientais. Sabedores da grande importância das empresas neste âmbito, por contribuírem fortemente com os impactos negativos ao meio ambiente, as atenções são voltadas para elas, que por sua vez, são movidas por imposição legislativa, pela conscientização ou mesmo pela exigência do atual cenário de concorrência forte, buscando a adoção de iniciativas verdes em sua cultura organizacional com o objetivo de ter um desenvolvimento sustentável. O Gerenciamento da cadeia de suprimentos verde é uma dessas iniciativas que tem se destacado e contribuído de forma relevante para tal desenvolvimento, já que tem o objetivo de promover a conciliação entre meio-ambiente e a cadeia de suprimentos (RIBEIRO; SANTOS, 2012). Esse gerenciamento inclui práticas de diminuição de perdas, reutilização, aperfeiçoamento de fornecedores, desempenho dos compradores, compartilhamento de recompensas e riscos, utilização de tecnologias “limpas”, adequações a legislação, reutilização de materiais, diminuição no consumo de água e energia, utilização de insumos ecologicamente corretos, processos de produção enxutos e flexíveis e o comprometimento e conscientização dos participantes da cadeia de suprimentos em relações ambientais. Na adoção das práticas de gerenciamento da cadeia de suprimentos verde, alguns benefícios e custos são apontados. Os benefícios estendem-se à sociedade, à empresa e aos processos de compra e suprimento (BOWEN et al., 2001 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012). Em relação aos custos, Lamming e Hampson (1996 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) apontam que ao atender as legislações ambientais, as empresas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 acabam tendo um aumento do custo, apesar de que também se entenda que empresas que têm um elevado desempenho ambiental podem diminuir ou eliminar perdas e desperdícios resultando em reduções de custos para a organização. Lamming e Hampson (1996 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) também destacam que o custo/benefício do gerenciamento da cadeia de suprimentos verde é difícil de ser quantificado. Neste contexto, atividades relacionadas a logística, figuram-se como uma das áreas que mais se envolve ativamente nas ações voltadas para a sustentabilidade ambiental de uma organização. Dentre essas ações praticadas pelas empresas inclui-se a logística verde entre as que podem fazer a diferença na redução de impactos ambientais. Assim como afirma Rogers (2010), ter uma cadeia de suprimentos sustentável não é uma tarefa fácil e pode ser até muito mais complicada do que ter uma organização sustentável. Mesmo que possa ser discutida, a questão para uma empresa ser considerada sustentável é necessária ter no mínimo uma de suas cadeias de suprimentos sustentável. Para Rogers (2010), uma cadeia de suprimentos sustentável significa que há várias empresas trabalhando juntas, de maneira orquestrada, para oferecer valor para o consumidor final em termos de produtos e serviços, sempre de forma favorável, tanto para as empresas envolvidas quanto para os consumidores. O mesmo autor também apresenta um modelo de elementos-chave da cadeia de fornecimento sustentável, conforme pode ser visualizado na ilustração abaixo. Segundo ele, a figura simboliza o “triple bottom line”, que é uma abordagem teórica com o objetivo de avaliar o desempenho que trata de três áreas que precisam ser analisadas não só na empresa, mas também em toda a cadeia de fornecimento. Estas áreas são: Meio Ambiente, Sociedade e Desempenho Econômico. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 Triple botton line Fonte: Roger (2010). Com o aumento das pressões externas e da demanda em integrar ações ambientais e sociais ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, percebeu-se a aplicação dos conceitos utilizados no tema da sustentabilidade no gerenciamento da cadeia de suprimentos, pelo lado da exploração dos recursos naturais finitos e pela forma de processamento dos produtos e serviços. (KLEINDORFER, SINGHAL e VAN WASSENHOVE, 2005; LINTON, KLASSEN e JAYARAMAN, 2007; MARKLEY e DAVIS, 2007; ANDERSEN e SKJOETT-LARSEN, 2009 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012). Pressões sobre os impactos causados ao meio-ambiente pelas empresas estão cada vez maiores. Com isso, faz necessária a expansão do conceito tradicional do gerenciamento da cadeia de suprimentos abrangendo questões ambientais. Srivastara (2007 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) define o gerenciamento da cadeia de suprimentos verde como a Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 integração dos princípios verdes na gestão da cadeia suprimentos, incluindo a concepção do produto, a seleção e fontes de materiais, os processos de fabricação, a entrega do produto final aos consumidores e a gestão dos resíduos. Já Lamming e Hampson (1996 apud RIBEIRO; SANTOS, 2012) expõe que o objetivo final de aumentar a cadeia de fornecimento tradicional é permitir consideração total, imediata e eventuais efeitos ambientais de todos os produtos e processos. O conceito de gestão é baseado no reconhecimento de que os efeitos ambientais de uma organização incluem os impactos ambientais de bens e processos, desde a extração de matérias-primas, com a utilização de bens produzidos, à disposição final desses bens. A gestão verde da cadeia de suprimentos é um importante passo para alcançar a sustentabilidade ambiental de uma empresa, pois em todos os elos da cadeia de suprimentos até o consumidor final são causados impactos ambientais. Porém este passo, não é somente visualizado como o cumprimento dos aspectos ambientais, mas também como uma forma de alavancar os lucros das organizações. Isto pode ser visualizado na definição expressa por Rao e Holt (2005, apud BRITO e BERARDI, 2010, p. 139) em que, A gestão verde da cadeia de suprimentos promove eficiência e sinergia entre os parceiros do negócio e contribui para uma aumento da performance ambiental, minimizando desperdícios e auxiliando a economia de custos. Sobre tal sinergia, segundo os autores, ‘espera-se um aumento de imagem corporativa, vantagem competitiva e exposição de marketing’. Contudo, as empresas só adotam práticas de gestão verde da cadeia de suprimentos se identificarem benefícios, especificamente nos resultados financeiros e operacionais. Para tal ganho, é necessário que investimentos e ações sejam feitos em diversas áreas na cadeia de suprimentos. A logística é uma delas, o desenvolvimentode uma logística verde pode representar tanto a redução de impactos gerados como ganho de competitividade para empresa. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 3.6 Logística integrada Na base do moderno conceito de Logística integrada está o entendimento de que a Logística deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados. Para aprofundar o entendimento desse conceito, nada melhor do que citar dois exemplos reais, um de empresa nacional, outro de empresa estrangeira, ambas reconhecidas pela eficácia de suas operações logísticas, que funcionam como instrumento central de suas estratégias competitivas. A primeira delas é a Wal-Mart, cuja estratégia logística é considerada um dos pilares de seu estrondoso sucesso no mercado americano, que a transformou na maior rede varejista do mundo, com um faturamento anual bem acima dos US$ 150 bilhões. No Brasil, um dos exemplos mais marcantes do uso da Logística como instrumento da estratégia de marketing é o atacadista Martins, de Uberlândia, Minas Gerais, que, em pouco mais de três décadas, transformou-se de um pequeno comércio, restrito a uma cidade de porte médio no interior do país, no maior e mais conhecido atacadista distribuidor do Brasil, com uma cobertura em todo o território nacional, e faturamento anual na casa de R$ 1,5 bilhão. Um conjunto de conceitos ajuda a explicar o modelo adotado por essas duas empresas na utilização da logística como instrumento gerencial, capaz de agregar valor à atividade de marketing, o que podemos resumir em logística integrada. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 Enfim, a logística integrada trata-se da área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. É a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com objetivo de atender às exigências dos clientes, envolvendo: Transporte; Movimentação de materiais; Armazenagem; Processamento de pedidos; Gerenciamento de informações. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 Fonte: Pires; Musetti (2000). 3.7 Logística de infraestrutura Pequeno (2004, p. 3-4) propõe a existência de uma logística de infraestrutura (ou urbana), denominada por ele como “Grande Logística”, que funcionaria como uma espécie de pano de fundo ou cenário para o exercício dos demais tipos de logística. Segundo ele, a logística de infraestrutura é importante na definição da eficácia das ferramentas logísticas, em seus resultados, no perfil das pessoas que devem se preocupar com este assunto e, por fim, nos ganhos sinérgicos que todas estas atividades devem trazer para a sociedade como um todo” (PEQUENO, 2004, p. 3 apud SILVA, 2004, p. 149). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 UNIDADE 4 – GESTÃO DA ARMAZENAGEM Dentre as atividades desempenhadas na gestão logística, precisamos destacar a atividade de armazenagem que tem importante papel para o funcionamento eficiente de uma empresa e está ganhando importância frente às atuais mudanças do mercado. Kaibara (1998) afirma que os custos de armazenar produtos podem atingir cerca de 25 a 30% do valor do produto por ano. Assim, fica evidente que uma boa gestão da armazenagem, no âmbito da logística, é fundamental para o bom desempenho das empresas. A dinâmica de um armazém consiste basicamente em receber, estocar/armazenar, movimentar e expedir, e, para que isto ocorra há que se dimensionar com a maior exatidão as áreas correspondentes a este processo. Já falamos um pouco sobre a movimentação de materiais, mas ainda cabe novos conhecimentos (MACEDO; FERREIRA, 2011). Para a criação e boa utilização de um armazém, é necessário definir algumas questões fundamentais. De acordo com Bowersox e Closs (2001), é preciso: escolher bem a localização, realizar considerações sobre a arrumação dos produtos, escolher um sistema de manutenção e manuseio de materiais, definir o layout do armazém, determinar o espaço necessário para abrigar o depósito e elaborar um projeto com o auxílio de um arquiteto para a estruturação do depósito. Dentre as decisões de armazenagem, vamos explorar a localização, o layout, a movimentação dos materiais, a identificação e endereçamento dos materiais, picking e a utilização da tecnologia da informação. Os elementos base da armazenagem são os unitizadores; equipamentos de movimentação; verticalização dos estoques; sistemas de codificação; depósitos e tecnologias. Segundo Chiavenato (2005), a movimentação de materiais não deve ser estudada como um tópico separado e independente, mas como uma parte integrante da AM. O estudo da movimentação de materiais deve levar em consideração todas as características do processo produtivo já que faz parte inerente e inseparável dele. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 Dá-se o nome de movimentação de materiais a todo o fluxo de materiais dentro da empresa. A movimentação de materiais é uma atividade indispensável a qualquer sistema de produção e visa não somente o abastecimento das seções produtivas, mas também a garantia da sequência do próprio processo de produção entre as diversas seções envolvidas. A movimentação de materiais pode ser horizontal ou vertical. É horizontal quando se dá dentro de um espaço plano e em um mesmo nível. É vertical quando a empresa utiliza edifício de vários andares ou níveis de altura. 4.1 Finalidades da Movimentação de Materiais A movimentação de materiais tem sido indevidamente encarada como uma atividade improdutiva, que gera uma enorme perda de tempo e de dinheiro. Contudo, ultimamente, ela tem sido objeto de grandes investimentos por parte das empresas, como uma forma de obter retornos garantidos. Na realidade, quando bem-administrada, a movimentação de materiais pode trazer grandes economias para a empresa e um excelente resultado para a produção. As principais finalidades da movimentação de materiais são três: 1. Aumentar a capacidade produtiva da empresa: a movimentação eficiente de materiais permite utilizar plenamente a capacidade produtiva da empresa e, em alguns casos, até aumentá-la. O aumento da capacidade produtiva da empresa pode ser conseguido por meio de: - redução do tempo de fabricação; - incremento da produção – através da intensificação do abastecimento de materiais às seções produtivas;- utilização racional da capacidade de armazenagem – utilizando plenamente o espaço disponível e aumentando a área útil da fábrica. 2. Melhorar as condições de trabalho: a movimentação de materiais contribui enormemente para a melhoria das condições de trabalho das pessoas, proporcionando: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 - maior segurança e redução de acidentes: durante as operações com materiais, já que a produção normalmente envolve o manuseio e processamento de materiais; - redução da fadiga – nas operações com materiais e maior conforto para o pessoal; - aumento da produtividade da mão de obra. 3.Reduzir os custos de produção. A movimentação de materiais permite reduzir os custos de produção através de: - redução da mão de obra braçal – pela utilização de equipamentos de manuseio e transporte de material adequados, com a diminuição dos transportes manuais; - redução dos custos de materiais – por meio do acondicionamento e transporte para diminuir as perdas ou estragos de materiais; - redução de custos em despesas gerais – através de menores despesas de transporte e menores níveis de estoque de materiais (CHIAVENATO, 2005). 4.2 Princípios Básicos para a Movimentação de Materiais Para atingir um adequado sistema de transportes internos que seja eficiente e que funcione dentro de custos minimizados, torna-se imprescindível a adoção de certos princípios básicos, que nada mais são do que variações dos princípios de economia de movimentos. Os princípios básicos para a movimentação de materiais são os seguintes: 1. Obedecer ao fluxo do processo produtivo e utilizar meios de movimentação que facilitem esse fluxo. 2. Eliminar distâncias e eliminar ou reduzir todos os transportes entre as operações. 3. Usar a força da gravidade sempre que possível. 4. Minimizar a manipulação, preferindo meios mecânicos aos meios manuais. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 5. Considerar sempre a segurança do pessoal envolvido nas operações. 6. Utilizar cargas unitárias sempre que possível. 7. Procurar a utilização máxima do equipamento, evitando o transporte vazio, isto é, utilizar sempre o transporte nos dois sentidos de ida e volta. 8. Prever sempre um sistema alternativo de transporte para uso em caso de falha do sistema principal. Um plano B é indispensável. Toda empresa deve definir uma política de suprimentos e de movimentação de materiais a fim de regular e consolidar sua adequação aos objetivos empresariais, afinal, o abastecimento e a movimentação não são fins em si mesmos, mas meios para que as operações possam acontecer da melhor maneira possível. 4.3 Equipamentos de movimentação de materiais Existe uma gama de esquemas e equipamentos de movimentação de materiais no mercado. A definição dos esquemas e equipamentos deve ser analisada juntamente com o arranjo físico, levando em consideração os seguintes aspectos principais: 1. O produto/serviço produzido pela empresa: suas dimensões, características, quantidade a ser movimentada, possibilidades de alterações, etc. 2. O tipo de edificação e suas características: espaço, dimensão das áreas e corredores, tamanho das portas, resistência do piso, layout, possibilidades de alterações, etc. 3. O processo produtivo utilizado: o sistema de produção, sequência das operações, tecnologia utilizada, máquinas e equipamentos de produção, métodos de trabalho, possibilidades de alterações, etc. 4. As necessidades de movimentação de materiais: em função dos métodos de trabalho, de abastecimento de materiais e de armazenamento dos mesmos, etc. Os principais tipos de equipamentos de movimentação de materiais são: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 1) Veículos Industriais São os equipamentos indicados para a movimentação de materiais entre pontos sem limites fixos ou predefinidos, isto é, movimentação de materiais em uma trajetória variável e em áreas diversas. São os equipamentos mais versáteis e não têm limites fixos de movimentação. Aqui podemos incluir carretas, carrinhos de 1, 2 ou rodas múltiplas, empilhadeiras frontais, laterais ou manuais, tratores e trailers. 2) Transportadores Contínuos São utilizados para os casos de movimentação constante e ininterrupta de materiais entre dois pontos predeterminados. É o caso da mineração, dos terminais de carga e descarga, armazéns de granéis, terminais de recepção e expedição de mercadorias, etc. Sua maior aplicação na indústria é a linha de montagem na produção em série. No sistema de produção contínua – como nas fábricas de refrigerantes, cervejas, óleos alimentícios, etc. –, os transportadores contínuos são controlados e integrados por equipamentos eletrônicos, com paradas em pontos determinados. Dentre estes equipamentos, encontramos correias, esteiras e roletes transportadores; transportadores de fita métrica, de roscas, magnéticos, vibratórios e pneumáticos. 3) Guindastes, Talhas e Elevadores Nesta categoria de equipamentos de movimentação de materiais estão agrupados todos os equipamentos de manuseio específicos para áreas restritas e limitadas, em que as cargas são movimentadas de maneira constante e ininterrupta. Quase sempre, esses equipamentos servem para o transporte e elevação de cargas. São muito utilizados em áreas de armazenamento de ferro para construção, nas linhas de produção da construção pesada, na recepção e expedição de cargas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 de grandes proporções e peso, nas indústrias metalúrgicas e siderúrgicas, nos portos, etc. Temos os guindastes fixos e móveis; pontes rolantes, monovias, talhas, elevadores de carga e monta-carga. 4) Contêineres e estruturas de suporte Fazem parte desta categoria os contêineres (cofres), tanques, vasos, suportes e plataformas, estrados, pallets, suportes para bobinas, equipamentos auxiliares para embalagem, etc. Não têm mobilidade própria e dependem de outros equipamentos para serem tracionados ou deslocados. Nesse sentido, são equipamentos auxiliares ou de suporte na movimentação de materiais. Não movimentam materiais, mas servem como suporte para que outros equipamentos de movimentação possam movimentar e transportar. 5) Equipamentos Diversos e Plataformas Nesta categoria estão incluídos os equipamentos de posicionamento, pesagem e controle, plataformas fixas e móveis, rampas, equipamentos de transferência de materiais, etc. Quase sempre, sua função é auxiliar na colocação e posicionamento, na pesagem, no controle e na pequena movimentação de materiais. 4.4 Custos da movimentação de materiais Os custos de movimentação de materiais constituem geralmente uma parcela significativa do custo total de fabricação. Isso significa que eles influenciam o custo final do produto ou serviço sem contribuir em nada para a sua melhoria.
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