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Prof. César Ataide Instituto Camillo Filho Engenharia Civil 21 – Introdução • Podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água No Egito Antigo já usava uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado. Certa forma é a origem do cimento 31 – Introdução • A origem da palavra CIMENTO vem do latim CAEMENTU, que designava na velha Roma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada O grande passo no desenvolvimento do cimento foi dado em 1756 pelo inglês John Smeaton conseguiu obter um produto de alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos 41 – Introdução Em 1818,o francês Vicat obteve resultados semelhantes aos de Smeaton Mistura de componentes argilosos e calcários Ele é considerado o inventor do cimento artificial 51 – Introdução o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava- se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções A mistura não se dissolvia em água 61 – Introdução No mesmo ano essa mistura foi patenteada com o nome Cimento Portland apresenta cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. 71 – Introdução Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido Sua fabricação segue princípios bem estabelecidos. Possui grande versatilidade de emprego e notáveis qualidade de adaptação a novos produtos e métodos construtivos Sua gama de aplicações ainda aumentará. 82 – Fabricação do cimento Portland O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados na construção civil, por conta da sua larga utilização em diversas fases da construção O cimento pertence à classe dos materiais classificados como aglomerantes hidráulicos esse tipo de material em contato com a água entra em processo físico- químico, tornando-se um elemento sólido com grande resistência à compressão e resistente à água e a sulfatos 92 – Fabricação do cimento Portland 102 – Fabricação do cimento Portland 112 – Fabricação do cimento Portland O cimento Portland é um material em forma de pó, constituído de silicatos e aluminatos de cálcio. Estes materiais ao serem misturados com água hidratam-se... endurecendo a massa e tendo por consequência uma elevada resistência mecânica. 122 – Fabricação do cimento Portland Este cimento resulta da moagem do clínquer, obtido através de uma mistura de calcário (aproximadamente 90%) e argila (aproximadamente 10%) Dosada e homogeneizada, aquecida até a fusão (cerca de 1450 ºC) De modo que toda a cal se combine com os materiais argilosos, não resultando cal livre em quantidade prejudicial 132 – Fabricação do cimento Portland No forno a pasta ou a farinha sofrem as seguintes transformações: A secagem da pasta na temperatura de 100º C A carbonatação, na temperatura de 500º C a 900º C, onde o calcário se transforma em óxido de cálcio pela reação: CaCO3 → CaO + CO2 (100%) (56%) (44%) Reação da sílica e alumina com o CaO na temperatura de 900º C a 1200º C Formação dos compostos cristalinos do clínquer, que são os aluminatos e silicatos de cálcio, na temperatura de 1450º C 143 – Constituintes do cimento Portland Após sofrer um aquecimento prévio, a mistura começa a ser aquecida até se transformar de pó num líquido pastoso A primeira reação que se processa é a reação do óxido de ferro com a alumina e a cal, formando ferro aluminato tetracálcico 4CaOAl2O3Fe2O3 – (C4AF) até esgotar o ferro Por fim acontece a formação do silicato tricálcio 3CaOSiO2 - (C3S) e o silicato dicálcico 2CaOSiO2 - (C2S) podendo ainda resultar CaO livre (pequenas quantidades) 153 – Constituintes do cimento Portland Os compostos principais formados no forno de cimento são relacionados a seguir e estes definirão as propriedades do cimento: • C3S – silicato tricálcico – 3CaOSiO2 É o principal composto do cimento, responsável pela resistência inicial e libera grande quantidade de calor na hidratação do cimento. São cristais de forma poligonal, denominados de alita; 163 – Constituintes do cimento Portland • C2S – silicato bicálcico – 2CaOSiO2 • C3A – aluminato tricálcico – 3CaOAl2O3 São cristais que têm aspecto variável, sendo em geral pequenos e mal formados, apresentando pega instantânea com altíssimo calor de hidratação. Tem baixa resistência e não resiste à águas sulfatadas. Age como fundente na mistura. Em combinação com o sulfato de cálcio dão origem à etringita que é um sal bastante expansivo, causa a destruição do concreto quando esta reação se dá após o seu endurecimento São cristais sem forma muito definida, mas geralmente arredondados, denominados belita. Reagem lentamente, até os 28 dias, aumentando a resistência do cimento consideravelmente após este período. Têm baixo calor de hidratação; 173 – Constituintes do cimento Portland • C4AF – ferro-aluminato tetracálcico – 4CaOAl2O3Fe2O3 Este composto se encontra na fase intersticial do clínquer. Tem pega rápida mais não instantânea. Tem baixa resistência e o óxido de ferro age como fundente e fixa a alumina que melhora a resistência ao ataque das águas sulfatadas. Aos cristais formados pelo conjunto C3A e C4AF dá-se a denominação de celite. 183 – Constituintes do cimento Portland Outros componentes do cimento Portland que apresentam importância são: • Álcalis Os álcalis presentes no cimento são os óxidos de sódio e de potássio, em condições especiais de umidade, esses agregados podem reagir com os álcalis do cimento, reação essa de caráter expansivo, designada por reação álcali-sílica, álcali-silicato e álcali-carbonato, dependendo daquelas características mineralógicas dos agregados • Óxido de magnésio – MgO Se o óxido de magnésio cristalizar-se, transformando-se em periclase, poderá sob certas condições de umidade transformar-se em brucita, que é um elemento expansivo 193 – Constituintes do cimento Portland Outros componentes do cimento Portland que apresentam importância são: • Cal livre Na mistura do calcário com a argila para a formação do clínquer, nem todo o CaO combina com a sílica e alumina, existindo portanto um pequeno excesso de CaO, denominado de cal livre, que não deve ultrapassar o teor de 2%. Quando este teor é elevado, a reação desta cal com a água provoca expansões e grande liberação de calor trazendo problemas no uso do aglomerante Resumo das funções básicas de cada composto: 204 – Hidratação do cimento Portland Após a adição de água ao cimento Portland os cristais que imediatamente reagem com ela são os de C3A Reação que seria quase instantânea não fosse a ação de retardamento provocada pelo gesso ! A seguir reagem com a água os cristais de C3S Esta reação é lenta e ocorre por bem mais de 28 dias e somente a partir de 7 dias é que se inicia a reação do C2S com a água 214 – Hidratação do cimento Portland Alta resistência inicial dada pelo C3S Porém esta reação deve ser controlada por causa da alta produção de cal hidratada comprometendo a estabilidade química do concreto ou argamassa Após a hidratação do cimento existem dois tipos principais de cristais hidratados Silicatos hidratados - São cristais insolúveis denominados de tobermorite 224 – Hidratação do cimento Portland Hidróxido de cálcio - Os cristais de hidróxido de cálcio, denominados de portlandite ou cal de hidratação são oriundos principalmente da reação de C3S com água São cristais solúveis na água e, portanto, lixiviáveis quandoocorre percolação através do concreto. Esta cal dissolvida também pode reagir com o CO2 do ar, formando carbonato de cálcio, que é um sal solúvel e gera eflorescências brancas Os sulfatos da água do mar também reagem com esta cal e combinando com a alumina do C3A formam o sulfoaluminato de cálcio (etringita) que é expansivo. 234 – Hidratação do cimento Portland Processo de aglomeração do cimento 245 – Pega do cimento Portland Após uma hidratação completa, cada componente mineral do cimento libera a seguinte quantidade de calor: É o nome tecnológico do fenômeno durante o qual a pasta do cimento adquire gradualmente resistência. Os diversos compostos contribuem para o endurecimento em relação ao tempo da seguinte forma C3A> C3S> C4AF> C2S 255 – Pega do cimento Portland Consegue-se retirar este efeito adicionando ao cimento mais Fe2O3 que retira o Al2O3 formando C4AF, diminuindo assim o teor de C3A O cimento com baixo desprendimento de calor, durante a pega, é recomendado para barragens porque evita rachaduras na estrutura provocadas por tensões térmicas criadas durante a pega e o arrefecimento O calor gerado durante a hidratação aumenta a temperatura das partes, argamassas e concretos causando perigo nas construções de grande porte, pois o calor gerado é proporcional ao volume 266 – Tipos de cimento Portland Nomenclatura dos cimentos Portland 276 – Tipos de cimento Portland Composição química dos cimentos Portland 286 – Tipos de cimento Portland Cimento Portland Comum (CP I) Um tipo de cimento Portland sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retardador da pega). Com pequenas adições - CP I-S Aplicações: É usado em serviços de construção em geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento. CP II-E É recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. 296 – Tipos de cimento Portland CP II-Z É um cimento de menor permeabilidade, sendo ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. CP II-F Este tipo de cimento é recomendado desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento, porém não é indicado para aplicação em meios muito agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. 306 – Tipos de cimento Portland O CP-III Recomendado tanto para obras de grande porte e agressividade (barragens, fundações de máquinas, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de estradas, pistas de aeroportos, etc.) O CP-IV Cimento com uma alta impermeabilidade e, consequentemente, maior durabilidade. O concreto confeccionado com o CP IV apresenta resistência mecânica à compressão superior ao concreto de cimento Portland comum a longo prazo. É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5736. Também para aplicação geral em argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto simples, armado ou protendido, etc. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5735. 316 – Tipos de cimento Portland O CP-V-ARI Cimento uma alta resistência inicial do concreto em suas primeiras idades, podendo atingir 26MPa de resistência à compressão em apenas 1 dia de idade. É recomendado o seu uso, em obras onde seja necessário a desforma rápida de peças de concreto armado. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5733. Cimento Portland resistente a sulfatos – RS Qualquer um dos tipos de cimento Portland anteriormente citados pode ser classificado como resistente a sulfatos. É recomendado para meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos. 326 – Tipos de cimento Portland Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação - BC É o cimento Portland de alto forno com baixo calor de hidratação, tendo como sigla – CP-III-BC, por exemplo. Cimento Portland Branco Mistura de calcário e caulim, que é uma argila branca, pois não possui óxido de ferro. Alta temperatura de cozimento torna-o mais caro. Existe o estrutural e não estrutural.
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