Buscar

Banco de Questões IX - Direitos Humanos

Prévia do material em texto

DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
1a Questão 
 
 
Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra Palmer, em que 
um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal de Nova Iorque (em 1889) 
julga o caso considerando que a legislação do local e da época não previa o homicídio como causa de 
exclusão da sucessão. Para solucionar o caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito 
que diz que ninguém pode se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino 
não recebeu sua herança. Com esse exemplo podemos concluir que a jusfilosofia de Ronald Dworkin, 
dentre outras coisas, pretende 
 
 
 
Tanto as regras como os princípios são sempre aplicados mediante subsunção. 
 argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e em 
certos casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão 
judicial, pois a tornam também moralmente aceitável. 
 
defender que regras e princípios são normas jurídicas que possuem as mesmas características 
e, por isso, ambos podem ser aplicados livremente pelos tribunais. 
 
mostrar como as cortes podem ser ativistas quando decidem com base em princípios e não 
com base na lei e que decidir assim fere o estado de direito. 
 
revelar que a responsabilidade sobre o maior ou menor grau de justiça de um ordenamento 
jurídico é responsabilidade exclusiva do legislador que deve se esforçar por produzir leis 
justas. 
 
 
2a Questão 
 
 
Operação desencadeada pela Polícia Federal quebra o sigilo bancário de uma pessoa suspeita de 
¿lavagem de dinheiro¿. Considerando que o sigilo bancário é um corolário do direito fundamental à 
privacidade, capitulado no art. 5.º, X, da Constituição da República, de 1988, tal quebra de sigilo é 
juridicamente possível? 
 
 
 
Não, o direito fundamental é absoluto, não cabendo ceder em proveito de outro direito 
fundamental ou sequer do interesse público. 
 
Não, por ser um direito fundamental, constitucionalmente protegido, o sigilo bancário das 
pessoas não pode ser quebrado. 
 
Não, O desvio de finalidade na utilização dessa garantia constitucional de privacidade, não 
autoriza a sua quebra pelo Juiz ou pelas CPI¿s. 
 
Sim, há sempre o interesse maior da Polícia Federal, órgão público, que em suas operações 
busca a elucidação de desvios, independente dos motivos que levam ao pedido de quebra. 
 Sim, desde que haja fundada suspeita de cometimento de algum ilícito e, ainda, 
desde que seja autorizado por uma autoridade judicial, podendo ser autorizado por 
CPI¿s. Os direitos fundamentais não se prestam a acobertar transações ilícitas, mas 
sim a resguardar a intimidade e a vida privada das pessoas. 
 
 
3a Questão 
 
 
Quanto ao Princípio da Concordância Prática podemos dizer que: 
 
 
 
O juiz deve apreciar a relação entre o fim constitucional e as medidas impostas pelos direitos 
em tensão, havendo, pois, a exigibilidade de um em relação às outras. 
 
O intérprete avalia o grau da lesão imposta ao direito constitucional perdedor, verificando se 
não há outro meio igualmente eficaz para satisfazer o princípio vencedor que sacrificasse 
menos o princípio perdedor. 
 
É o resultado da impossibilidade de se obter concessões recíprocas, ou seja, simplesmente não 
foi possível alcançar qualquer tipo de harmonização, tornando-se necessário, então, optar pela 
aplicação de apenas um enunciado normativo. 
 O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos. 
 
Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos de um lado, com o fim de 
conseguir uma melhor decisão para os bens. 
 
 
4a Questão 
 
 
O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe uma solução com 
o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos 
recíprocos de forma a conseguir uma harmonização entre esses bens. Trata-se do princípio: 
 
 
 
Princípio da Necessidade. 
 
Princípio da Ponderação Excludente. 
 
Princípio da Proporcionalidade em sentido estrito. 
 
Tal possibilidade inexiste no Direito Pátrio. 
 Princípio da Concordância Prática. 
 
 
5a Questão 
 
 
¿A interpretação é um processo aberto, no qual estão envolvidos os Poderes Estatais, os órgãos 
públicos, mas também os cidadãos e os grupos sociais¿ (Häberle) O princípio hermenêutico da 
concordância prática ou harmonização deve ser entendido como 
 
 
 
aquele que o interprete parte do caso concreto para a norma, e não da Constituição para o 
problema. 
 aquele que o interprete parte da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos 
constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual 
conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um 
princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância 
decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 
aquele que o intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao concretizar a 
norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não 
podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte 
originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de 
Direito. 
 
aquele que consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias 
de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, 
direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito 
constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação 
para todo o ordenamento jurídico¿ Trata -se de princípio extremamente importante, 
especialmente na situação de colisão entre valores constitucionalizados. 
 
aquele que o interprete da Constituição deve assegurar a mais ampla efetividade social as 
normas constitucionais. ¿É um princípio operativo em relação a todas e quaisquer normas 
constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da atualidade das normas 
programáticas, é hoje sobretudo invocado no âmbito dos direitos fundamentais (no caso de 
dúvidas deve preferir -se a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos 
fundamentais). 
 
 
6a Questão 
 
 
¿Utilizado, de ordinário, para aferir a legitimidade das restrições de direitos ¿ muito embora possa 
aplicar -se, também, para dizer do equilíbrio na concessão de poderes, privilégios ou benefícios (...) 
em essência, consubstancia uma pauta de natureza valorativa que emana diretamente das ideias de 
justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito 
justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; 
e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o 
ordenamento jurídico¿. Este texto refere-se a quais princípios da interpretação constitucional? 
 
 
 
elástico/efeito integrador. 
 proporcionalidade/razoabilidade; 
 
correção funcional/máxima efetividade; 
 
eficácia integradora/interpretação conforme a Constituição; 
 
unidade/força normativa; 
 
 
7a Questão 
 
 
"(...) Responsabilidade civil de empresa jornalística. Publicação ofensiva. I. Liberdade de informação 
versus inviolabilidade à vida privada. Princípio da unidade constitucional. Na temática atinente aos 
direitos e garantias fundamentais, dois princípios constitucionais se confrontame devem ser 
conciliados. De um lado, a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença, de outro lado, a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Sempre que princípios aparentam 
colidir, deve o intérprete procurar as reciprocas implicações existentes entre eles até chegar a uma 
inteligência harmoniosa, porquanto, em face do princípio da lealdade constitucional, a Constituição 
não; pode estar em conflito consigo mesma, não obstante a diversidade de normas e princípios que 
contém. Assim, se ao direito à livre expressão da atividade intelectual e de comunicação contrapõe-
se o direito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, segue-se como 
consequência lógica que este último condiciona o exercício do primeiro, atuando como limite 
estabelecido pela própria Lei Maior para impedir excessos e abusos" (Tribunal de Justiça do Rio de 
Janeiro, Apelação Cível n° 760/96 - RJ, 2ª Câmara Cível, rel. Des. SÉRGIO CAVALIERI FILHO). Dessa 
forma, no caso concreto, ponderou-se que o princípio da inviolabilidade da vida privada teria maior 
"peso e importância" do que a liberdade de expressão, para fins de aplicação da sanção civil. 
Aplicou-se, assim, a dimensão de peso e importância, apesar de ficar consignado em diversas partes 
do acórdão, que se deveria buscar a conciliação dos princípios. Na hipótese, como a conciliação 
completa não seria possível, tendo em vista que a matéria já havia sido publicada, condenou-se a 
Editora Abril S.A. a pagar uma indenização à atriz, pela violação de sua vida privada. A partir do 
texto, é correto afirmar que: 
 
 
 
No caso, para a solução da colisão entre os direitos constitucionais mencionados, foi utilizado 
pelo interprete os meios tradicionais de interpretação; 
 
O texto invoca como via de solução da controvérsia constitucional, a utilização do princípio da 
generalidade e abstração, que permitem ao interprete larga discricionariedade hermenêutica. 
 
É nítido no texto o0 reconhecimento pelo interprete da existência de hierarquia entre normas 
constitucionais, tanto que a Editora foi condenada a pagar indenização à atriz, pela violação da 
sua vida privada; 
 Para equacionar a colisão de direitos fundamentais, bem como para confirmar a 
validade ou não do ato estatal que tenha por finalidade restringir direitos 
fundamentais, a hermenêutica constitucional vem utilizando diversos parâmetros, 
dentre os quais se destacam (a) a utilização da regra da proporcionalidade e a 
necessária ponderação dos interesses envolvidos; 
 
O texto deixa claro que foi adotada a interpretação que garantisse a maior eficácia e 
supremacia de um dos direitos colidentes; 
 
 
8a Questão 
 
 
A tríade subprincipial da proporcionalidade é composta pelos seguintes subprincípios: 
 
 
 
adequação meio, necessidade fática e proporcionalidade em sentido amplo 
 adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito 
 
adequação, impositividade e proporcionalidade em sentido estrito 
 
adequação jurídica, necessidade meio e proporcionalidade em sentido amplo 
 
adequação, reserva fática e razoabilidade 
 
 
9a Questão 
 
 
este princípio proporciona a todos os Estados o direito subjetivo de proteção, em face da UE e dos 
demais Estados. Assim, o respeito pelas identidades nacionais investe-se como uma obrigação de 
considerar também este aspecto no processo de ponderação, quando deva a UE decidir sobre 
situações várias. O enunciado acima se refere a qual princípio? 
 
 
 Princípio do Respeito pelas identidades nacionais 
 
Princípio dos poderes implícitos 
 
Princípio da dignidade da pessoa humana 
 
Princípio da Liberdade 
 
Princípio do Respeito pela estadualidade 
 
 
10a Questão 
 
 
A respeito da colisão entre direitos fundamentais, é CORRETO afirmar que: 
 
 
 
Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios possui maior hierarquia, para fins de 
resolução do conflito. 
 
Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios tem maior hierarquia in abstrato, para 
fins de resolução do conflito. 
 
Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios é o mais recente, para fins de resolução 
do conflito. 
 Deve-se, primeiramente, buscar soluções conciliatórias entre princípios conflitantes, 
mediante aplicação do princípio da concordância prática. 
 
Deve-se, primeiramente, identificar qual princípio irá prevalecer sobre o outro, mediante 
aplicação da ponderação excludente.

Continue navegando