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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCAVO DA BAHIA CETENS - FEIRA DE SANTANA BACHARELADO EM ENERGIA - BES CETENS136- FUNDAMENTOS: OSCILAÇÕES, FLUIDOS E TERMODINÂMICA EXPERIMENTO: Hidrodinâmica Objetivo Determinar a velocidade real de saída do jato d’ água por um orifício na base de uma garrafa PET. Introdução O movimento dos fluidos é um dos problemas de maior complexidade dentro da física, tanto na observação experimental como na descrição teórica. Esta complexidade está ligada ao fato de se estar lidando com um sistema com um número muito grande de constituintes, e se reflete no número de variáveis necessárias para a sua descrição matemática. O escoamento dos fluidos pode ocorrer dentro dos regimes laminar e turbulento. No primeiro caso ainda é possível, em situações de grande simetria, obter-se uma descrição através de expressões matemáticas simples. Porém, no último caso, só é possível uma descrição estatística do escoamento, isto é através do valor médio da velocidade e suas flutuações em torno deste valor. Ainda dentro do regime laminar, tem-se que fazer a distinção se a energia dissipada durante o escoamento pode ser desprezada ou não. Em caso afirmativo, a lei de conservação de energia (Equação de Bernoulli) pode ser utilizada para calcular a velocidade e pressão em diversos pontos de um escoamento. Se a dissipação é relevante, então é necessário se usar a equação de Navier-Stokes, que é obtida ao se aplicar a segunda lei de Newton para um elemento de fluido. Nesta equação, os efeitos de dissipação de energia são descritos através do coeficiente de viscosidade h, que mede a intensidade da força de atrito entre duas camadas adjacentes de fluido. Neste experimento serão realizadas medidas com intuitivo de determinar a velocidade da água armazenada em uma garrafa PET, quando a mesma sai através de um pequeno orifício. Essa situação corresponde a um reservatório de seção reta uniforme, com um furo na sua parede inferior. Se h é a altura da superfície livre do reservatório, a velocidade v com que o jato de fluido sai do reservatório é expressa por: 𝑣𝐵𝑒𝑟𝑛𝑜𝑢𝑙𝑙𝑖 = √2𝑔ℎ. (1) Esta relação foi derivada inicialmente por Torricelli (1636). Mas pode ser deduzida com o auxílio da equação de Bernoulli 1 2 𝜌𝑣1 2 + 𝑝1 + 𝜌𝑔𝑧1 = 1 2 𝜌𝑣2 2 + 𝑝2 + 𝜌𝑔𝑧2, (2) onde ρ representa a massa específica do líquido (no caso água), v1(v2), p1(p2), z1(z2) representam, respectivamente, a velocidade da água, a pressão e a posição do ponto 1(2). Convém notar que esta expressão (1) leva em conta que a seção reta do reservatório (πR2, no caso de um reservatório cilíndrico) é muito maior que a do furo (πr2, no caso de um furo circular). Com isso se pode desprezar o fato que a altura do fluido no reservatório está variando. No entanto, ao se observar a situação em que o nível no reservatório varia de maneira apreciável, podemos perceber facilmente que a velocidade do jato diminui à medida que o nível da água vai abaixando. Neste caso, a expressão (1) vale apenas em pequenos intervalos de tempo. O tratamento correto consiste em escrever, na equação de Bernoulli, a velocidade com que o nível da água decresce como dh/dt. Com isso obtém-se a expressão: Note que, para os nossos dados experimentais, r/R< 1. A integração da equação acima leva à seguinte relação entre a variação da altura no reservatório e o intervalo de tempo em que o flui escoou: ou (3) Materiais utilizados Garrafa PET de 2 litros perfurada. Cronômetro Paquímetro Trena Régua Água Procedimentos experimentais Na garrafa PET foi feito um orifício de diâmetro, d, na sua parte inferior. Quando a garrafa está cheia e não rosqueada (ou sem a tampa) pode-se observar a vazão contínua de água, como mostra a Fig. 1. Na Fig. 1 está indicado o alcance do jato d’água A e as alturas H e h, que correspondem, respectivamente, as alturas do orifício da garrafa (ponto 2) em relação a bancada onde se encontra a trena e da linha d'água (ponto 1) até o orifício. Determine o valor do diâmetro do furo na parte inferior da garrafa e estime a sua incerteza. Inicialmente tampe o orifício da garrafa, a encha com água e logo após destampe o orifício. Para uma dada altura h do nível de água deve-se determinar o alcance A . Como isto pode ser feito? Pode-se rosquear a tampa no momento em que o jato de água tiver o alcance A desejado, previamente marcado com uma barra metálica, (ou uma linha) colocada perpendicularmente à direção do jato de água. A tampa é rosqueada quando a linha d’água atinge a altura h, mantendo-se constante e, assim, pode-se realizar sua medida com tranquilidade e precisão (Você está livre para bolar outra maneira de colher esses dados experimentalmente, inclusive usando software que permita determinar com maior precisão as variáveis envolvidas através da filmagem do experimento (Tracker)). Anote os valores de H, h e A com suas respectivas incertezas na folha de dados. Repita todo o procedimento e faça mais cinco medidas de A. Tratamento de Dados Determine a média dos valores de A. A partir do valor de h calcule a velocidade de saída do jato de água utilizando a Eq. (1) e estime sua incerteza. Deduza a equação (1) com o auxílio da equação de Bernoulli. Agora, utilizando as medidas de H e da média de A, obtenha a velocidade de saída do jato de água fazendo uso dos conhecimentos de cinemática do lançamento horizontal e determine sua incerteza: 𝑣𝑙𝑎𝑛ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = 𝐴√ 𝑔 2𝐻 . (4) Compare os resultados encontrados com o auxilio das equações (1) e (4). Onde está o problema? Lembre-se que a equação de Bernoulli é baseada na conservação da energia mecânica. Levando-se em consideração a perda de energia, a equação da velocidade de Bernoulli (2) pode ser reescrita como: 𝑣 = 𝑐𝑣√2𝑔ℎ. (5) onde cv é conhecido como coeficiente de velocidade dado pela razão da velocidade média real (velocidade obtida via lançamento horizontal) pela velocidade média ideal (velocidade obtida via equação de Bernoulli) que ocorreria se não houvesse perda de energia. 𝑐𝑣 = 𝑣𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑣𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑣𝑙𝑎𝑛ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑣𝐵𝑒𝑟𝑛𝑜𝑢𝑙𝑙𝑖 . (6) Com auxilio da equação (6) determine 𝑐𝑣 e sua incerteza. Com auxílio da equação (5) determine a velocidade da água ao sair pelo orifício. Compare o resultado encontrado com o obtido com a equação (4). O que você pode concluir? A Eq. (5) passa a representar a velocidade real de saída do jato d’ água pelo orifício. Assim, a equação de Bernoulli (1) pode ser reescrita como: ( 1 2 𝜌𝑣1 2 + 𝑝1 + 𝜌𝑔𝑧1) − ( 1 𝑐𝑣 2 − 1) 𝑣2 2 2𝑔 = 1 2 𝜌𝑣2 2 + 𝑝2 + 𝜌𝑔𝑧2 (7) onde o termo ( 1 𝑐𝑣 2 − 1)representa a perda de carga em orifícios, tubos, bocais e medidores Venturi [2]. Discuta todos os erros experimentais envolvidos nas medidas realizadas. Referências: 1. Roteiro experimental, Escoamento de Fluído – FIS 122- Instituto de Física/UFBA; Disponível em http://www.fis.ufba.br/sites/fis.ufba.br/files/escoamento_fluidos_0.pdf 2. V.L.B. de Jesus1 e M.A.V. Macedo Junior; Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 1507 (2011); disponívelem http://sbfisica.org.br/rbef/pdf/331507.pdf
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