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Conceitos Psicomotricidade

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE PSICOLOGIA - NOITE
PSICOMOTRICIDADE
PROFA.: ADRIANA MUNAYER
ALUNA: CAMILLA DE CARVALHO FELICORI
Conceitos da Psicomotricidade
A estimulação do desenvolvimento psicomotor deve ser feita até a idade dos oito anos. Após essa idade, aspectos que não foram trabalhados trarão consequências em aspectos como escrita, fala, dentre outros. A partir dos oito anos de idade a psicomotricidade da pessoa é refinada, podendo ser trabalhada em sua potencialidade assim como em suas dificuldades. 
Coordenação Dinâmica Global
 
A coordenação dinâmica global se refere à capacidade da pessoa de controlar movimentos amplos do corpo de maneira independente. Para uma pessoa fazer um movimento da ioga, por exemplo, ela precisa contrair alguns músculos, relaxar outros, para conseguir manter-se naquela posição. Desse modo vários segmentos corporais são trabalhados. A criança começa a realizar os movimentos de maneira instintiva, mas logo pode descobrir, por meio dos seus movimentos, o mundo que a circunda. 
A coordenação estática se refere ao controle dos movimentos amplos em repouso em busca de equilíbrio.
A coordenação dinâmica se refere ao uso simultâneo e dissociado de distintos grupos musculares, por exemplo, movimentar membros superiores de uma forma e membros inferiores de outra, como no tai-chi-chuan. 
De acordo com a idade da criança:
De 3 a 4 anos - desenvolvimento da amplitude dos movimentos
Com 5 anos - coordenação global de membros superiores e inferiores
6 anos - dissociação de movimentos
7 e 8 anos - aperfeiçoamento das habilidades
Dos 7 até a adolescência - força, velocidade, resistência e coordenação
Coordenação motora fina
Esse conceito se refere à capacidade de controle de movimentos detalhistas e sutis como usar uma tesoura, perfurar um papel. Refere-se à coordenação visio-motora, musculofacial e oculomanual. A coordenação visio-motora integra visão e tato, como quando uma criança joga bolinha de gude; ela precisa estar atenta ao que vê e fazer uso dos dedos para jogar e realizar os movimentos. Se a criança conversa com seu amigo durante o jogo ela está fazendo uso da coordenação musculofacial, com movimentos sutis na face para possibilitar a comunicação. Movimentos igualmente refinados ocorrem para mastigar e deglutir. 
Postura
O controle tônico do corpo permite à pessoa ter uma postura ou outra e, com isso, ela consegue realizar variados movimentos. Além do tônus é necessária a força muscular, já que uma pessoa que sente dor na perna, por exemplo, terá menos força muscular ali, o que lhe cria mais dificuldades para caminhar, por exemplo. 
Para mudar de uma postura a outra a pessoa precisa alterar seu tônus. Novamente recorrendo ao exemplo do tai-chi-chuan, para mudar de uma posição a outra, o tônus se altera, assim como a postura e a força muscular usada em cada parte do corpo. 
É importante ressaltar que uma postura que não foi bem trabalhada na criança pode acarretar dificuldades na coordenação motora fina. 
Há dois tipos de perturbações tônicas:
Distonia de atitude: refere-se à tensão muscular, como quando um membro está mais rígido do que deveria.
Distonia neurovegetativa: manifestada em hipotensão e ligada a transtornos emocionais. 
Tônus
Refere-se à tensão dos músculos tanto em repouso quanto em movimento. Para uma boa coordenação dos movimentos o tônus é necessário, ou seja, o músculo não pode estar nem muito flácido nem muito rígido. Quando uma pessoa está em uma sessão de massagem, por exemplo, é comum a massagista falar para a pessoa relaxar determinado músculo. Nesse caso, o músculo da pessoa está mais rígido que o normal. Em se tratando de movimento, a pessoa só terá o equilibrio necessário se tiver o tônus ideal. 
Costallat divide o tônus em três categorias:
Tônus muscular: relacionado ao movimento realizado.
Tônus afetivo: realizado ao “estado de espírito apresentado”(p. 55)
Tônus mental: atenção dirigida no momento da ação.
Inúmeros teóricos consideram que o tônus não é apenas um aspecto físico, mas também intimamente influenciado pelo comportamento humano e pelo ambiente no qual a pessoa se encontra. Por exemplo, uma pessoa pode ter acabado de voltar de viagem relaxante para um SPA, mas, ao chegar ao trabalho e abrir o e-mail descobre que a última transação realizada foi mal-sucedida gerando prejuízo à empresa. O corpo dessa pessoa, reagindo ao ambiente e contexto no qual se encontra pode aumentar o tônus na área do ombro gerando nela, por exemplo, um torcicolo. 
Equilíbrio
Para pensarmos no conceito de equilíbrio temos que ter em mente os conceitos de tempo, espaço e eixo de gravidade, afinal, um corpo só se equilibra localizado temporalmente no espaço. O equilíbrio pode ser estático, como no caso de uma pessoa em posição de lótus para realizar uma meditação. Nesse caso a pessoa precisa de muita concentração para manter seu tônus e postura. O equilíbrio também pode ser dinâmico e, nesse caso, relaciona-se ao centro da gravidade, já que é nele que se dá o movimento. De acordo com a neurofisiologia, o equilíbrio liga-se à área temporal e aos estímulos vestibulares, assim como aos estímulos auditivos. 
Respiração
A respiração ocorre por meio de uma dinâmica entre movimentos passivos e ativos. Fazer o ar entrar, inspiração, é um movimento ativo e deixar o ar sair, expiração, é um movimento passivo. A forma como a respiração é realizada relaciona-se intimamente à qualidade da respiração e a uma boa oxigenação. Uma respiração profunda e que faz uso do músculo do diafragma proporciona uma oxigenação muito melhor que uma respiração curta no peitoral. Uma pessoa que decide realizar uma corrida com a respiração torácica ficará muito mais cansada que outra pessoa que corre usando o diafragma para respirar. A respiração curta da primeira pessoa lhe proporciona muito menos energia que a respiração da segunda. Não sem razão quando alguém está tendo uma crise de ansiedade podem sugerir-lhe que tente fazer uma respiração mais profunda, trazendo mais oxigenação e controlando a ansiedade. 
Esquema Corporal 
O conceito de esquema corporal refere-se à capacidade da pessoa de encontrar seu lugar no mundo, em uma relação entre o corpo e o ambiente circundante. O corpo é, também, linguagem, e se situar no mundo é dizer-se com o corpo. Trata-se, portanto, da representação que a pessoa tem de seu corpo e como ela coloca o seu corpo no mundo. É preciso, portanto, que a pessoa consiga reconhecer a si mesma, para, assim, colocar-se no mundo. Quando a pessoa não é capaz de fazer bem esse reconhecimento de si, de seu corpo, ela não é capaz de situar-se no mundo, e, por isso, inúmeros prejuízos aparecem, tais como dificuldades de percepção de letras, de compreensão de palavras, etc. Além disso, o esquema corporal relaciona-se à socialização, pois apenas alguém que se coloca no mundo é capaz de socializar. Uma pessoa não socializa apenas com a mente do outro, mas também com o seu corpo.
Para Frostig, o conceito de imagem corporal se relaciona à imagem que a pessoa tem de si mesma. Por exemplo, Ana pode medir 1,60 e pesar 47kg e se achar gorda, ainda que, segundo os padrões da saúde ela não o seja. Le Bouch, por outro lado, tem uma concepção diferente de Frostig de imagem corporal. Para o teórico, a imagem corporal relaciona-se a um processo simbólico construído na relação entre os outros (sejam eles objetos ou pessoas). Experiências fragmentadas espaço-temporalmente permitem que a pessoa construa sua imagem corporal. Como essas experiências são contínuas, a imagem corporal está sempre em constante mudança de acordo com o meio e a socialização que vivenciamos. 
Outro conceito relacionado é o de eixo corporal, o qual está conectado com a coluna vertebral. Cada parte da coluna desempenha funções motoras diferentes, tendo, também diferentes tônus. Um eixo corporal bem integrado é vital para um bom esquema corporal. 
Lateralidade
As pessoas se orientam no mundoexterior segundo sua lateralidade, a qual relaciona-se aos hemisférios cerebrais. De acordo com a neurofisiologia, o hemisfério direito refere-se a funções espaciais e ao inconsciente enquanto que o esquerdo é mais lógico e analítico e relacionado à linguagem. O senso comum divide as pessoas em destras, canhotas e ambidestras, mas há mais nuances nesta divisão do que se pensa. Uma pessoa pode, por exemplo, ser destra nos membros superiores e canhota nos membros inferiores, ou mesmo canhota de ouvido e destra do olho e da mão. Quanto a ser ambidestro, ou seja, ter habilidade em ambos os lados, Zazzo considera que essa característica pode ser ocasioanda por uma disfunção. A dominância de um lado ou de outro é formada sob a influência da cultura, da educação, do ambiente e de aspectos neurológicos. 
Relaxamento
Enquanto o tônus se refere à tensão muscular, o relaxamento se refere à descontração muscular. O relaxamento possibilita a regulação dos ritmos orgânicos, a calma interior e uma integração da corporeidade. É preciso se chegar a determinados níveis mentais para se conseguir um relaxamento. Para se trabalhar o relaxamento são necessários: “Tomada de consciência, noção de imobilidade” e o controle da relação tensão e relaxamento. O relaxamento pode ser global, ao se distanciar do vai-e-vem do cotidiano ou segmentar, quando se consegue ter uma percepção e controle de determinada parte do corpo. Trabalhar essa habilidade permite um maior controle emocional e disposição mental. 
Organização Espacial 
Quem está no mundo está em um lugar no mundo, por isso o conceito de organização espacial é essencial para a compreensão da corporeidade do indivíduo. E como o espaço está constantemente em mudança e ao tempo, esse conceito relaciona-se intimamente à memória. Vemos, aqui, o aspecto abstrato do conceito de organização espacial, até porque o espaço não é apenas externo, mas também interno; o pensamento é o loco de um espaço representativo e simbólico. A organização espacial engloba as ideias de direção, distância e integração, sendo o próprio corpo e a experiência pessoal as bases para referência. Uma pessoa sem habilidades na organização espacial terá dificuldades para aprender a ler.  
Organização temporal
 
A organização temporal refere-se à sucessão, duração dos eventos, ao caráter cíclico dos acontecimentos e à finitude das coisas no mundo. O tempo é um conceito abstrato e muitas vezes é mais fácil compreendê-lo ao relacioná-lo ao conceito de espaço. Por exemplo, a avenida Afonso Pena. Esta avenida no início do século passado tinha características totalmente diferentes da avenida que conhecemos hoje. Trata-se de um lugar situado espacialmente e que, analisado temporalmente mostra sua alteração. Para uma criança, compreender essa nuance do tempo é complicado, dada a necessidade de abstração. Contudo, todos vivenciamos o tempo, seja passado, presente ou futuro. Ao pensar no tempo como um conceito não linear, mas, ainda assim, contínuo, podemos pensar que o presente é o aqui agora, o instante. O passado pode ser acionado no presente por meio da memória. E o futuro também pode ser acessado no presente por meio da expectativa. Assim, o foco para a análise temporal é o momento presente. 
O ritmo e o som são elementos que permitem à criança ter uma noção mais clara do tempo por meio da sucessão sonora e motora. É importante ressaltar que uma criança não vai conseguir compreender de uma só vez o tempo em seu sentido abstrato é simbólico. É necessário proporcionar uma compreensão gradativa. Primeiro trabalha-se os conceitos de duração, continuidade e irreversibilidade, logo pode-se trabalhar as ideias de simultaneidade e sucessão para, enfim, chegar ao seu aspecto simbólico. 
 
Ritmo
Refere-se à sucessão de movimentos diferentes inerentes às atividades físicas ou intelectuais humanas. Constitui-se na integração funcional das forças que regem o corpo e funciona como um suporte a todos os comportamentos humanos.
 
O ritmo vital está associado ao funcionamento do corpo e está biologicamente ligado aos ritmos ultradiano, circadiano e infradiano. Os ritmos ultradianos são os das células cerebrais, do coração e da respiração, que mantêm o corpo em atividade. Os ritmos circadianos são os do sono, metabolismo, fome, sede, endócrinos, temperatura e outros que dependem do hipotálamo e indiretamente do córtex cerebral. Os ritmos infradianos referem-se às alterações periódicas como ciclo menstrual.
 
Os diferentes tipos de ritmo podem ser segregados em ritmos internos (ritmo vital) e externos (estações do ano, dias, horas, com alterações de temperatura, luminosidade, floração e migração dos animais).
 
A atividade rítmica regulariza a força nervosa e proporciona sensações agradáveis e é a que exige menos atenção e esforço consciente. A sincronização sensório-motora é iniciada na infância com 1 ano e atingida aos 3-4 anos. No momento em que a criança descobre os ritmos corporais como caminhar e pular, ela consegue acompanhar ritmos usando instrumentos sonoros.
O ritmo ajuda no processo adaptativo infantil, porque permite que a criança equilibre assimilação e acomodação.
 
A aquisição e o aperfeiçoamento das noções físicas básicas como regularidade, velocidade, duração, silêncio e acentuação estão na base da educação do sentido rítmico, sendo fundamentais na evolução da percepção sonora de maior complexidade. A base disso tudo é a percepção individual pela criança, de seu corpo como um instrumento de ritmo.
 
O ritmo tem papel importante na construção intelectual e maturação da atividade motora sincronizada e representa elemento de economia de energia se comparada à mesma atividade realizada sem ritmo, porque possui alternância de força e relaxamento.  
O uso de ritmo na educação é eficaz no combate à ansiedade, inibição, desabilidade motora, timidez, e rigidez de atitudes; por outro lado, incentiva a imaginação, a criatividade e a fala. Além disso, pode ajudar uma criança a ser menos desajeitada, mas não se deve forçar a alteração do seu ritmo, por se tratar de uma característica congênita, o que explica o motivo porque algumas pessoas são rápidas e outras lentas por toda a vida.
 
O objetivo da atividade rítmica na psicomotricidade é atingir a autonomia motora por meio da supressão das contraturas provenientes de uma atividade voluntária de controle precário.
O uso do ritmo só é educativo se não for feito de forma mecânica, devendo a criança prestar atenção à atividade de forma profunda. Para isso, devem proporcionar prazer e ser agradável para a criança. A exploração do espaço fazendo uso do corpo é importante para a percepção do ritmo.
 
Estruturação espaço-temporal
 
É a capacidade de se situar no tempo e espaço e interagir-se de forma real e convencional em relação à dimensão espacial e à sequência de acontecimentos.
Permite ao indivíduo reconhecer-se e às suas partes do corpo dentro do espaço. No primeiro ano, a criança reconhece o movimento; e nos dois anos seguintes, a começa a percepção de tempo e espaço. Toda ação ou adaptação corporal precisa de conhecimento exato de nossa situação em relação aos demais seres e objetos presentes no meio.
A estruturação espaço-temporal exerce importante papel nos problemas de aprendizagem escolar.
Percepções
É a capacidade de reconhecer e interpretar estímulos, organizando a estimulação que chega até si através do meio. Depende da captação de estímulos sensoriais como visão, audição, olfato e paladar e de sensações somestésicas. A percepção tem como base o tempo e o espaço e é a via de acesso ao objeto, às palavras e às ações por um corpo que habita o mundo. É a ponte de relação entre o mundo e o ser.
Estimular a percepção da criança permite o registro, a impressão, a classificação das impressões e sua associação com outras e possibilita tomar consciência de tudo o que está ao seu redor. 
A relação da percepção com o corpo é uma consciência vivenciada, tornando algo presente com o auxílio do corpo. 
A percepção doadulto ocorre de modo articulado; a da criança, de forma global e também fragmentada, ocorrendo primeiro a percepção da forma e raramente a estrutura dos objetos.
Percepção auditiva
Capacidade de organizar, compreender e interpretar estímulos auditivos e associá-los a estímulos vivenciados anteriormente. É feita por meio das áreas: 
 - Consciência e discriminação auditiva - diferenças e semelhanças de sons;
- Atenção auditiva- resposta voluntária a estímulo sonoro;
- Memória auditiva- armazenamento e evocação de material auditivo;
- Localização do som e figura-fundo auditiva - identificação e seleção de estímulo sonoro dentro de outros sons que são emitidos ao mesmo tempo;
- Análise e síntese auditiva - 
Análise: decomposição dos sons
Síntese: união de sons para compor a informação sonora
A região temporal no córtex cerebral é a responsável pela discriminação. Para a linguagem falada e para a aprendizagem dos sons sociais e ruídos emitidos por animais, e coisas em movimento, a percepção auditiva é essencial; 
A criança desenvolve a linguagem através da percepção dos sons emitidos por outras pessoas.
Percepção visual
Importante canal de comunicação com o meio externo, a percepção visual é utilizada constantemente no conhecimento, diferenciação (cor, forma, tamanho) e manipulação de objetos; ela prepara a criança para a discriminação de símbolos (letras, palavras) e apropriação da escrita, daí a sua importância nos processos de aprendizagem escolar.
Distúrbios anatômicos podem prejudicar a percepção das formas e detalhes e levar a distúrbios de aprendizagem.
Percepção tátil
Estabelece-se no contato físico da periferia da pele com outros corpos e objetos. Trata-se do mais antigo dos sentidos, sendo experienciada pela criança ainda dentro do ventre materno.
 
A percepção tátil permite a exploração, em relação ao próprio corpo ou a objetos, pressão, temperatura, textura (liso, áspero, macio, duro), forma, peso (leve ou pesado), umidade (seco, úmido, molhado) sem o auxílio da visão.
Além disso, permite perceber algumas comunicações corporais não-verbais: (ternura, dor, indiferença e agressão).
Percepção olfativa
Capacidade de distinguir odores e associá-los a outros já experienciados. Exerce influência sobre o paladar e contribui para memória de alguns alimentos. Por exemplo: uma pessoa que morou por um tempo no Chile e sempre usava um sabonete líquido para lavar o rosto, quando volta para o Brasil e continua a usar aquele sabonete líquido lembra do Chile ao lavar o rosto com o sabonete. Contudo, é um sentido pouco evoluído no ser humano em relação aos outros animais. 
Percepção gustativa
Capacidade de distinguir sabores e associá-los a outros já experienciados. É função dos botões gustativos localizados na boca e permite a seleção de alimentos de acordo com o desejo e necessidade do indivíduo.
Conceitos relacionais
Nossa abordagem só pode ser desenvolvida por meio do corpo que se comunica com outros corpos
Os corpos são vistos em interação com o meio, espaço, objetos e consigo mesmo.
Expressão
Para que a criança externalize seus sentimentos e suas dificuldades de ordem psicológica, física ou biológica, a expressão facial ou corporal deve ser incluída por meio de atividades com liberdade, que facilitem a livre expressão (mímicas, dramatizações e danças). Uma expressão plena só é atingida com a coordenação física e psíquica integradas. Inicialmente os trabalhos são mais direcionados e, aos poucos, a criança vai perdendo a timidez, desenvolvendo as atividades de forma lúdica.
Exercitar a expressão das emoções conforme a música é um modo de aprender a se expressar de forma clara e a internalizar conceitos abstratos. As atividades criativas são imprescindíveis no processo educativo, tendo em vista que a criatividade facilita a comunicação, permitindo expressar o que tem dentro de si. Para que haja uma boa expressão, a ação deve ser espontânea e considerada como manifestação natural. Por meio da espontaneidade o indivíduo facilita a sua adaptação a novas situações. O processo de comunicação com o mundo e o estabelecimento das relações possibilita a construção do conhecimento.
Comunicação
Expressão e comunicação
O indivíduo aprende a se expressar, assume identidade e se relaciona com o outros e com o mundo. 
A comunicação transmite informação e impõe um comportamento. Ainda que o indivíduo não queira conversar, o simples fato de se calar comunica o seu desejo de não estabelecer contato.
 
O profissional precisa aprender a escutar para que consiga transmitir informações e estabelecer uma relação de crescimento, abrindo um canal de acesso e estabelecendo a cada momento, um tipo de comunicação, modificando-a à medida em que se estabeleça um vínculo com o indivíduo.
 
Afetividade 
A afetividade, enquanto conceito psicomotor, relaciona-se à capacidade de comunicação com as pessoas e as coisas ao nosso redor. A comunicação ocorre apenas quando há uma troca, seja ela corporalmente ou simbolicamente. Para maior espontaneidade nessa troca entre duas pessoas, pode-se começar o processo com um intermédio de um objeto. Em um segundo momento, os corpos das pessoas e seu contato tônico permitirão a comunicação e a expressão da afetividade. 
Para Piaget, as funções intelectuais relacionam-se ao desenvolvimento da afetividade, sendo que esses conceitos se imbricam. 
Wallon chama a atenção ao fato de que a afetividade se constrói por meio da imitação ou recusa das pessoas. Uma criança pode imitar a mãe que ama, sendo que expressará no corpo suas impressões. 
O terapeuta, educador e qualquer pessoa que trabalha junto ao outro deve levar em conta a afetividade e o próprio corpo nas suas relações para estabelecer um clima emocional favorável. O corpo deve estar aberto à relação com o outro, para, assim, produzir significado. 
Agressividade
O senso comum lê a palavra agressividade como algo ruim, uma característica de caráter a ser combatida. Contudo, a agressividade, enquanto conceito da psicomotricidade, quando bem canalizada é uma forma de posicionamento do indivíduo no mundo. Conseguir assumir-se, posicionar-se, são habilidades fundamentais para a pessoa não se reprimir nem se introverter em demasiado. A agressividade relaciona-se à busca de seu espaço no mundo e também à necessidade de comunicar-se com o outro, já que o agressor agride à espera de uma resposta do outro; é um desejo de vinculação. 
Uma criança que faz uso constante da agressividade possivelmente está com dificuldades para se comunicar. Assim, ela provoca o outro na busca de resposta, na busca de comunicação. Muitos educadores e terapeutas escolhem como estratégia para lidar com a agressividade da criança a repressão e a proibição da agressividade, método que não se mostra muito eficaz, pois gera culpa. Lapierre propõe que a psicomotricidade pode trabalhar essa questão no plano do simbólico, em um contexto no qual a agressividade é desculpabilizada por meio do uso de materiais lúdicos e isentos de perigo, criando a possibilidade para que a criança possa “vivenciar no simbólico sua demanda agressiva, dominá-la e aí estabelecer o início de adaptação ao outro.”(p. 77).
Limites
O conceito de limite relaciona-se intimamente ao de liberdade. Cercear a liberdade de uma criança de forma autoritária é uma ação contrária à defendida pela psicomotricidade. O limite deve ser colocado de forma equilibrada entre o permitir e o proibir, buscando uma harmonia entre esses dois lados.
Existe o limite interno, que é aquele que nos colocamos e o limite externo, que nos é colocado pela sociedade e o meio no qual vivemos. Um exemplo é o toque entre as pessoas. No Brasil, se um adulto esbarra em outro isso é resolvido com um simples “me desculpe”. Se alguém deixa cair algo no metrô e outra pessoa vê e quer chamar a atenção da primeira, essa pessoa pode fazer isso tocando-a. Na Alemanha, por outro lado, tocar um desconhecido é um ato muito grave e que ultrapassa um limite estabelecido culturalmente.Nesse exemplo temos uma ação externa, espacial e de relação entre pessoas que muda de significado segundo a cultura. No Brasil, esse toque chega a ser corriqueiro, enquanto que na Alemanha a mesma ação pode chega a ser uma agressão, por ultrapassar um limite. 
Corporeidade
A corporeidade se relaciona à “vivência do corpo na relação com o outro e com o mundo” (p. 78). Refere-se, também, à unidade corporal e está formada por meio dos movimentos. A comunicação entre os outros e mesmo a relação entre uma pessoa e um objeto se dá por meio dos movimentos do corpo. E nessas relações vai se construindo a identidade de cada um, em uma imagem global. A corporeidade refere-se, portanto, ao colocar-se no mundo, uma pessoa, que também é um corpo e ocupa um espaço no mundo e que se relaciona com os outros e com esse mundo. 
Referência Bibliográfica
BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade, Teoria & Prática: Estimulação, Educação e Reeducação Psicomotora com Atividades Aquáticas. Editora Lovise, 1998

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