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Resumo PSICOMOTRICIDADE

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PSICOMOTRICIDADE – Resumo
AULA 1: PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM MOTORA
O que é psicomotricidade?
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo.
Segundo Ajuriaguerra, Psicomotricidade é a realização do pensamento através do ato motor preciso, econômico e harmonioso. Resumindo, psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção.
Portanto, psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo. Mas não devemos esquecer que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos que o sujeito possui para expressar conhecimentos, idéias, sentimentos e emoções. É ele que une o indivíduo com o mundo que lhe dá as marcas necessárias para que se constitua como sujeito. 
O desenvlvimento de uma criança 
É o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais.
Deve ser entendido não apenas como algo biológico que possibilita o exercício dos sentidos, a audição, a visão, o tato e o movimento mas também um lugar que permite expressar emoções e estados interiores.
A respeito, Vayer afirma: " Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou o fracasso) são sempre vividos corporalmente.
Se acrescentarmos valores sociais que o meio dá ao corpo e à certa de suas partes, este corpo termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente pessoais. 
O movimento para a criança pequena, significa muito mais que investir parte do corpo ou deslocar-se no espaço, significa expressar-se através dele. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. 
É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
A criança nasce com uma bagagem de sensações e percepções proprioceptivas. Na medida em que há um maior amadurecimento do sistema nervoso, ela vai podendo organizar as diversas sensações. 
O primeiro é a exterocepção, em que os estímulos são recebidos pelos receptores externos do indivíduo, ou seja, os órgãos dos sentidos. São sensações em nível tátil, auditivo, gustativo, olfativo ou visual, o último é a Propriocepção, e diz respeito à percepção dos estímulos em nível de músculos, ligamentos e tendões.
A medida em que ela cresce, a aquisição de novas habilidades possibilita que ela atue de maneira cada vez mais independente, ganhando assim maior autonomia.
A importância do desenvolvimento de uma motricidade global harmoniosa durante esta etapa, (três à seis anos) tem como prioridade ajudar a criança a ter uma percepção mais adequada de si mesma, a comprender melhor suas possibilidades e limitações reais assim como ao mesmo tempo, auxiliá-la a expressar-se corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências.
Evolução histórica da psicomotricidade
A psicomotricidade é uma ciência que possui uma importância cada vez maior no desenvolvimento global do indivíduo em todas as suas fases, principalmente por estar articulada com outros campos científicos como a neurologia, a psicologia e a pedagogia. 
 
Isso acontece porque a psicomotricidade, se preocupando com a relação entre o homem e seu corpo, considera não só aspectos psicomotores mas também aspectos cognitivos e sócio-afetivos que constituem o sujeito.
O termo "psicomotricidade", aparece pela primeira vez no discurso médico, mais especificamente, no campo da neurologia, quando no século XIX houve uma preocupação em identificar e nomear áreas específicas do córtex cerebral segundo as funções desempenhadas por cada uma delas.
 
Foi no século XX que ela passou a desenvolver-se como uma prática independente e aos poucos tranformar-se em ciência. A psicomotricidade começou a ser praticada no momento em que o corpo deixou de ser visto apenas como um pedaço de carne, para ser algo indissociável do sujeito.
No século XVII, Renè Descartes ainda propunha esta dicotomia entre o corpo e a alma, mas já fazia colocações de que o corpo é tão unido à pessoa que ambos chegam a "misturar-se"
O dualismo mente-corpo de Descartes ou dualismo cartesiano é a ideia de que a mente e o corpo são constituídos por substâncias diferentes, o corpo é físico e a mente não. Os seres humanos, pensava Descartes, além de corpos também possuem uma mente, que é a mesma coisa que a alma.
No século XIX constatou-se que existem disfunções graves evidenciadas no corpo sem que o cérebro tenha nenhuma lesão. Segundo Levin é esta "necessidade médica de encontrar uma área que explique os fenômenos clínicos que nomeia pela primeira vez a palavra psicomtricidade, no ano de 1870".
Em 1909 Duprè, neuropsiquiatra define a síndrome da debilidade motora através das relações entre o corpo e a inteligência, dando partida para o estudo dos transtornos psicomotores, patologias não relacionadas a nenhum indício neurológico estudadas pela psicomotricidade.
Henry Wallon, médico psicólogo, em 1925 começou a relacionar a motricidade com a emoção explicando o que chamou de "diálogo tônico-emocional". Com essa teoria, temos o fim do dualismo cartesiano que separa o corpo do desenvolvimento intelectual e emocional do indivíduo.
A prática psicomotora começou em 1935, quando Eduard Guilmain, neurologista, elaborou protocolos de exames para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.
Distúrbios Psicomotores
Em 1947, Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e delimitou com clareza os transtornos psicomotores no seu manual de Psiquiatria Infantil.
A patologia psicomotora é, portanto, uma patologia do continente psíquico, dos distúrbios da representação de si cuja sintomatologia pode se apresentar no somático e/ou no psíquico.
Desenvolvimento infantil
Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos que, inicialmente, não apresentam significado ainda inscritos. Aos poucos, este corpo em movimento tranforma-se em expressão de desejo e posteriormente em linguagem. 
Assim, a psicomotricidade atua proporcionando ambientes que estimulem as vivências corporais, ou seja, buscando desafiar os alunos, atingindo suas zonas de desenvolvimento, como defende Vygotsky.
A partir daí a criança é capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta. 
Assim, a criança consegue separar o objeto do seu significado, falar daquilo que está ausente e representar corporalmente. Este processo nada mais é do que a vivência dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos significativos. 
E isso é que garantirá a aprendizagem de conceitos formais aliados à aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir textos, contar uma história, dar um recado, fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações matemáticas. 
De acordo com Vygotsky (1998), o faz-de-conta é uma atividade importante para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois exercita no plano da imaginação, a capacidade de planejar, imaginar situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras inerentes a cada situação.
O faz de conta é a maneira como ela começa a interagir com o mundo à sua volta e traz para a criança amadurecimento social, emocional, físico e intelectual. Quando ela brinca, representa papéis, cria interações e enredos.
Quando os pequenos brincam de super-heróis, piratas, princesas, e transformam objetos comuns em mil e uma coisas, eles estão assimilando o mundo à sua volta de forma ativa. No faz de conta, a criança entra em contato consigo mesma e com o outro, desenvolvendo associações entre esses dois universos.
Além disso, para chegar à coordenação motora fina, necessária à construçãoda escrita, a criança precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal.
De acordo com a teoria Piagetiana da equilibração que diz que a criança ao confrontar com conflitos, para resolvê-los, cria estratégias a partir de esquemas que já dispõe. 
Se assim o é, ao se defrontar com obstáculos da aprendizagem formal, a criança terá que recorrer às experiências anteriores que são esmagadoramente psicomotoras. Se no lugar destas experiências houver um buraco, não haverá aprendizagem.
Os conceitos básicos da aprendizagem (dentro/fora, em cima/em baixo, escuro/claro, mole/duro, cheio/vazio, grande/pequeno, direita/esquerda, entre outros) são experimentados primeiramente no corpo do sujeito para que depois possam ser representados. 
Assim fica constatada a importância do professor oferecer vivências motoras adequadas às crianças para que seu corpo vivido haja positivamente no processo de aprendizagem de conceitos formais e informais. 
Níveis de intervenção: educação psicomotora, reeducação e clínica (terapia)
Atualmente, na psicomotricidade, existem três campos de atuação: educação, reeducação e clínica ou terapia
Educação psicomotora
O que é educação psicomotora?
- São atividades motoras que acompanham o desenvolvimento (normal) físico e emocional da criança.
Onde ocorre?
- Teve início na França, com o professor de educação física Lè Boulch, na década de 60, já visando o desenvolvimento global do indivíduo por meio dos movimentos e, mais especificamente , evitar distúrbios de aprendizagem. 
- Escolas, creches e atividades esportivas. A educação psicomotora é dirigida a atuação dentro do âmbito escolar, principalmente nos segmentos da educação infantil e no ensino fundamental I. 
Qual a formação necessária?
- Escola normal, Faculdade de Educação Física, Cursos de Especialização e com formação em motricidade.
Quem trabalha?
- Professores, Professores de Educação Física, Fisioterapeutas, Recreadores, Psicomotricistas e Fonoaudiólogos.
Como o corpo é visto?
- O corpo é visto como parte integrante do indivíduo que deve ser trabalhado e estimulado, objetivando o desenvolvimento global do indivíduo
Reeducação psicomotora
O que é?
Conjunto de métodos e técnicas elaborados para reestruturação da motricidade com o objetivo de retirar o sintoma corporal em questão.
- A reeducação é o atendimento individual ou em pequenos grupos de crianças, adolescentes ou adultos que apresentam sintomas de ordem psicomotora. Estes sintomas podem vir acompanhados de distúrbios mentais, orgânicos, psiquiátricos, neurológicos, relacionais e afetivos. 
Onde ocorre?
- Instituições, consultórios, clínicas, ambulatórios e escolas especiais.
Qual a formação necessária?
- Cursos de graduação em Psicomotricidade, Fonoaudiologia, T.O, Fisioterapia e Pedagogia.
Quem trabalha?
- Psicomotricistas, Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas, T.O, Fisioterapeutas e Pedagogos.
Como o corpo é visto?
- O corpo é visto como um sintoma, uma máquina que funciona mal.
Clínica psicomotora ou terapia 
O que é?
- A clínica psicomotora vai ocupar-se do corpo de um indivíduo que sofre.
- A terapia psicomotora é também realizada com crianças, adolescentes ou adultos, individualmente ou em pequenos grupos que apresentem grandes perturbações de ordem patológicas.
Onde ocorre?
- Consultórios e clínicas.
O que é uma patologia psicomotora
- É uma patologia do continente psíquico, dos distúrbios da representação de si cuja sintomatologia pode se apresentar no somático e/ou no psíquico.
Qual a formação necessária?
- Cursos de especialização na área de psicomotricidade com uma abordagem psicanalítica.
Quem trabalha?
- Profissionais das áreas afins com especialização em psicomotricidade e com visão psicanalítica do sujeito.
Como o corpo é visto?
- A preocupação está na estrutura dos transtornos psicomotores e não apenas nos seus signos. Ocupa-se da vertente simbólica e não só da expressiva.
O psicomotricista
- É o profissional da área de saúde e educação que pesquisa, avalia previne e trata do homem na aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-psíquica.
Mercado de trabalho
- Creches, escolas, escolas especiais, clínicas multidisciplinares, consultórios, clínicas geriátricas, postos de saúde e empresas.
Quais são suas áreas de atuação?
- Educação, clínica, consultoria, supervisão e pesquisa.
Qual a clientela atendida?
- Crianças em fase de desenvolvimento, crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global, pessoas portadoras de necessidades especiais, deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas, família e 3ª idade.
Elementos da psicomotricidade
AULA 2: CONCEITOS RELACIONADOS AOS DIFERENTES CAMPOS DA PSICOMOTRICIDADE
A função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo na criança estão intimamente relacionados. A psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica.
Os movimentos são de grande importância biológica, psicológica e social, sendo fundamentais para a aprendizagem e para o desenvolvimento humano. O movimento é fundamental para a construção da autonomia, já que contribui para o domínio das habilidades motoras que a criança desenvolve ao longo da primeira infância.
Por meio do corpo e do movimento, a criança interage e se comunica. Conhece mais sobre si, sobre o outro e o mundo que a cerca. Expressa sentimentos, emoções e pensamentos, aprimorando gestos e posturas corporais.
Desta forma é a dimensão motora que dá a condição inicial ao organismo para o desenvolvimento da dimensão afetiva. A criança atua primeiro, não no mundo físico, mas no ambiente humano. A mobilização do outro se faz pela emoção. A vida psíquica é resultante do encontro da vida orgânica com o meio social.
De modo geral, estar em movimento melhora muito a qualidade de vida. Além dos benefícios, os exercícios físicos ainda favorecem a interação social e o desempenho no trabalho e nos estudos, por aumentar a velocidade de reação e a memória.
A relação entre a afetividade e a aprendizagem tem influência fundamental que garantem ao aluno um ensino de qualidade, além de contribuir na formação da criticidade, solidariedade, criatividade e felicidade. Portanto, o papel da escola é o de acolher e de transmitir afeto para seus alunos.
A importância da afetividade no desenvolvimento humano, segundo Wallon, baseia-se na afirmação que o ser humano desde o seu nascimento é envolvido pela afetividade e que o afeto desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento e no estabelecimento de boas relações sociais.
A interação entre o bebê e os adultos dá-se por uma troca afetiva comunicada por gestos e expressões faciais, onde o desenvolvimento tem seu início na relação do organismo do bebê recém-nascido, através dos reflexos e movimentos impulsivos, também chamados descargas motoras, com o meio humano que as interpreta. Nesta fase distingue-se apenas estados de bem-estar ou desconforto.
São as reações do ambiente humano, representado pela mãe, motivadas pela interpretação da mímica do bebê que permitem distinguir as emoções básicas. 
Essa mímica não é casual, mas um recurso biológico da espécie, essencialmente social, que faz do bebê um ser capaz de produzir, no ambiente humano, ainda representado pela mãe, um efeito mobilizador para sobreviver, posteriormente o movimento assume uma função instrumental, de conhecer e explorar o mundo físico, auxiliando o pensamento e inaugurando, assim, a dimensão cognitiva da afetividade motora.
Wallon fala da afetividade e da socialização da criança. Para ele o movimento tem primeiro uma função expressiva. Mais tarde o movimento passa a ter uma função instrumental: conhecer e explorar o mundo físico. O movimento passa a auxiliar o pensamento, inaugurando-se a dimensão cognitiva da atividade motora.
A relevância da afetividade para aprendizagem significativa só é estimulada atravésda vivencia, onde o professor/educador estabelece vínculos de afeto com o educando. Sabe-se que toda criança precisa de estabilidade emocional para aprender, e a afetividade é eficaz nesse processo.
Organização do cérebro humano e correlação com as unidades funcionais de luria
Luria, juntamente com Alexei Leontiev e Vygotski desenvolveram um novo tipo de psicologia, relacionando os processos psicológicos com aspectos culturais, históricos e instrumentais, com ênfase no papel fundamental da linguagem.
Luria, estudou também a influência da cultura nos processos mentais, que os soviéticos chamaram de mediação cultural. Foi ele que dividiu o cérebro humano em três unidades básicas e funcionais: A unidade de atenção, localizada na substância reticulada e cerebelo; a unidade de codificação e processamento, localizada nos lobos occipital, temporal e parietal e a unidade de planificação, localizada no lobo frontal.
A evolução do cérebro, vai da estrutura menos organizada (medula) à mais organizada (córtex).
A organização funcional do cérebro é o resultado da interação dos três blocos funcionais, dos quais dependem as funções que organizam o trabalho do cérebro, implicando em todas as formas complexas do comportamento.
Luria caracteriza assim os três blocos funcionais:
1° Bloco: regula o nível de energia do córtex, garantindo a base para a organização, principalmente da memória. 
Localizando-se no tronco cerebral, principalmente na formação reticulada, pertencem-lhe as funções de seleção, discriminação, atenção e vigília.
2° Bloco: Compreende a análise, a codificação e o armazenamento de informação. Localizando-se nas zonas posteriores do córtex, nos lóbulos occipital, temporal e parietal e pertencem-lhe funções específicas e hierarquizadas em zonas primárias, secundárias e terciárias: 
A organização intra e interneurossensorial e integrada dos analisadores visuais, auditivos e tátil-cinestésicos.
Localizados na parte inferior do cérebro e cobertos pelo córtex cerebral, os lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por córtex visual.
Na zona localizada acima das orelhas e com a função principal de processar os estímulos auditivos encontram-se os lobos temporais.
Na região superior do cérebro temos os lobos parietais, constituídos por duas subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira, também chamada de córtex somatossensorial, tem a função de possibilitar a percepção de sensações como o tato, a dor e o calor.
3° bloco: envolve a formação, a programação e a verificação de condutas. 
Localiza-se na zona anterior do córtex, isto é, nos lóbulos frontais e pertencem-lhe função de planificação e execução das praxias, relacionadas com as funções do tronco cerebral, principalmente, a atenção e a concentração.
OBSERVAÇÃO: A organização psicomotora evolui do 1° ao 3° bloco, isto é, da Tonicidade à Praxia Fina.
Lobos Cerebrais
O cérebro humano é composto, segundo Luria, por unidades funcionais básicas, cada uma delas possuindo uma função particular e peculiar, no todo, que constitui a atividade mental humana nas suas múltiplas e variadas formas.
Luria aborda o problema do tônus cortical não se referindo ao tônus postural, que é inseparável daquele, o que ele quer dizer é que um certo nível tônico cortical é indispensável a qualquer atividade mental, da mesma forma que um certo nível postural é indispensável à preparação de qualquer movimento voluntário.
Toda aquisição cognitiva da criança, a postura bípede, a manipulação práxica, a compreensão auditiva, a fala, a leitura a escrita e etc. é consequência de uma atividade simultânea e integrada dos centros de trabalho dispersos no cérebro.
Da mesma forma que não podemos desvincular a linguagem gestual, a comunicação não verbal emocional e mímica, a atenção, a percepção, a memória e o pensamento da linguagem falada, não podemos estudar de forma isolada a motricidade humana sem levar em conta a organização do tônus de repouso e de ação, o controle postural, a regulação vestibular e espacial, a noção do corpo e sua relação com o espaço, a memória e as aferências do meio.
As três unidades funcionais participam de todo tipo de atividade mental, quer no movimento voluntário, na elaboração práxica e psicomotora, quer na produção da linguagem falada ou escrita.
De uma forma esquemática, as três unidades podem ser descritas da seguinte maneira:
1ª Unidade funcional, para regular o tônus cortical e a função de vigilância. 
(de regulação tônica, de alerta e dos estados mentais)
● A primeira, a projeção; recebe e emite os impulsos para a periferia.
● Para se desenvolver adequadamente qualquer atividade humana, o estado de alerta e de vigilância (atenção) é fundamental.
● A condição de alerta, que exige a mobilização de um certo tônus e de uma certa energia cortical, é essencial para ativação dos sistemas seletivos de conexão, sem os quais nenhuma atividade mental pode ser processada, mantida ou organizada, nem corrigida ou recorrigida eficazmente.
● A atenção seletiva não ocorre no sono, ou seja, não ocorre no estado não vigilante. Alguma atividade que se possa registrar (sonho, sonambulismo e etc.) nunca pode atingir o estado seletivo.
● Em tais condições, a orientação e a direção da atividade mental é difusa e desorganizada.
● A atividade intencional, exige a manutenção de um certo nível de tônus cortical.
● As estruturas do sistema nervoso responsáveis pelo funcionamento da primeira unidade funcional são o tronco cerebral, o diencéfalo e as regiões médias do córtex. Sua função é a regulação do tônus cortical e postural e os estados de alerta (sono e vigília).
● A formação reticulada, localizada no tronco cerebral (vai do diencéfalo à medula) é responsável pelo tônus cortical, consequentemente pelo tônus corporal e, além de regular a atenção seletiva das atividades conscientes, ainda é responsável pela regulação de todas as funções vitais do ser humano durante o sono (atividade gastrintestinal, respiratória, cardiovascular, postural e locomotora).
● No âmbito da organização da psicomotricidade, o fator da tonicidade é o seu alicerce fundamental. A tonicidade garante, por consequência, as atitudes, as posturas, as mímicas, as emoções, etc., de onde emergem todas as atividades motoras humanas. A tonicidade tem um papel fundamental no desenvolvimento motor - e igualmente no desenvolvimento psicológico, como asseguram os trabalhos de Wallon. 
● André Thomas e Ajuriaguerra, 1949, e Saint-Anne Dargassies, 1968, referem duas formas de tonicidade: a de repouso ou de fundo e a de atividade. A tonicidade assegura a preparação da musculatura (Paillard, 1963) para as múltiplas e variadas formas de atividade postural e práxica.
● Em resumo, qualquer estudo sobre a motricidade humana, e como tal sobre a psicomotricidade, não pode deixar de focar a tonicidade, como fator de suporte essencial sem o qual aquela forma de expressão não pode ser obtida. Daí a inclusão na BPM como o primeiro fator de observação.
● TÔNUS E EQUILÌBRIO: Serão avaliadas duas formas de tonicidade: a de fundo e a de ação. 
Na primeira vamos verificar o aspecto da passividade que é a capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades mediante mobilizações, oscilações e balanceios promovidos pelo avaliador e o aspecto da extensibilidade que é o maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo.
Após a observação do tônus de fundo, de base ou repouso, devemos seguir nossa observação para o tônus de ação ou de atitude, investigando: 
-Paratonias - incapacidade de descontração voluntária, que podem estar presentes tanto no tônus de repouso quanto no de ação.
- Diadococinesia - função motora que permite a realização de movimentos simultâneos e alternados, que põe em cena a coordenação cerebelar.
- Sincinesias - quando um grupo muscular que não foi convidado para a ação, vem participar da mesma.
● EQUILIBRAÇÃO: Sentido que permite a permanência em equilíbrio e cujo centro nervoso é o cerebelo (que reage às mensagens doouvido interno).
A observação do equilíbrio também é fator de interesse da primeira unidade funcional, uma vez que envolve ajustamentos antigravitários que dão suporte a qualquer ato motor. O equilíbrio é resultante de uma ação coordenada e simultânea da proprioceptividade, da tonicidade e da exteroceptividade, sendo o ponto de partida para todas as ações coordenadas e intencionais.
Por meio das provas de equilíbrio estático podemos observar o grau de controle vestibular e cerebelar da postura. Nosso olhar deve estar atento aos movimentos faciais, às gesticulações, aos sorrisos, às oscilações, à rigidez corporal, aos tiques, à hiperemotividade.
As provas de equilíbrio dinâmico implicam na orientação controlada do corpo em situações de desenvolvimento no espaço, entrando em cena, a própria atividade piramidal. 
O sistema piramidal é responsável pela execução dos movimentos voluntários, realizados através dos músculos estriados.
Nosso olhar deve estar atento para os sinais como precisão, a economia e a melodia do movimento, controle, destreza, grau de facilidade ou dificuldade, assimetrias, reações de busca de equilíbrio.
2ª Unidade funcional, para obter, captar, processar e armazenar informação vinda do mundo exterior.
(de recepção, análise e armazenamento da informação)
● A segunda de projeção-associação; processa a informação integrada e prepara os programas.
● A primeira unidade funcional, localizada no tronco cerebral, no diencéfalo e nas regiões médias do cortex, difere da segunda unidade, cuja função fundamental é a recepção análise e armazenamento da informação.
● A segunda unidade funcional ocupa, consequentemente as seguintes áreas:
- Região occipital, que projeta as funções do analisador visual.
- Região temporal, que projeta as funções do analisador auditivo.
- Região parietal, que projeta o analisador tátil cinestésico.
● É uma unidade altamente específica em termos de modalidade sensorial, cujas zonas nucleares componentes estão adapatadas para receber informações visuais, auditivas, vestibulares e tátil-cinestésicas. Incorpora também como unidade funcional, os sentidos do gosto e do olfato.
● É uma unidade funcional especialmente estruturada para recepção de sistemas exteroceptivos superiores, recebendo estímulos dos objetos a distância. 
● A segunda unidade funcional só entra em funcionamento após o nascimento, estabelecendo importante papel nas relações entre o organismo e o meio (espaço intra e extra corporal).
● Em resumo, a segunda unidade funcional que compreende as funções de recepção, codificação e armazenamento da informação, está localizada nas divisões posteriores dos hemisférios e incorpora o lóbulo occipital (visão), o lóbulo parietal (tátil-cinestésico) e o lóbulo temporal (audição).
3ª Unidade fundamental, para programar, regular e verificar a atividade mental.
A terceira, de sobreposição; organiza as formas mais complexas de atividade, exigindo a participação conjunta de muitas áreas corticais, razão pela qual é a última estrutura a desenvolver-se.
● Esta última implica a organização da atividade consciente, ou seja, a programação, a regulação, e verificação deste tipo de atividade.
● Está localizada nas regiões anteriores do cortex à frente do sulco central na região denominada lóbulos frontais.
● Segundo Fonseca, são nessas áreas que se apoiam as bases psiconeurológicas da Psicomotricidade que abrangem as funções de programar, regular, verificar e efetivar (executar) ações motoras voluntárias.
● Ou seja, ao mesmo tempo em que o homem é capaz de reagir a estímulos criando estratégias e programando ações intencionais, inspeciona sua realização, regulando e até reprogramando para que tudo saia como planejado. Todo esse processo requer a participação de todas as três unidades funcionais.
● A terceira unidade funcional depende das duas primeiras e, como vimos, é responsável pelas ações voluntárias, que só serão realizadas mais tarde. Portanto, nas ações voluntárias podemos constatar a interação das três unidades funcionais. 
Bateria psicomotora (BPM)
O modelo de Luria oferece, efetivamente condições para analisar a estrutura dos processos mentais ao mesmo tempo em que permite a análise dos fatores e a composição interna dos processos mentais complexos.
É dentro dessa perspectiva que tentaremos em seguida analisar a estrutura dos processos psicomotores, ao mesmo tempo em que iremos analisar os fatores e a composição interna dos processos psicomotores na criança, recorrendo, para o efeito, a uma bateria psicomotora (BPM), que resulta de uma experiência psicopedagógico com várias centenas de casos clínicos.
A bateria psicomotora (Fonseca. 1976 e 1981), compõe-se de sete fatores psicomotores distribuídos pelas três unidades fundamentais de Luria. 1977, da seguinte forma: 
1ª unidade: Tonicidade e equilibração
2ª unidade: Lateralização, noção do corpo e Estruturação espaço-temporal
3ª unidade: Praxia global e praxia fina 
Tomando como referência o modelo de Luria, os sete fatores psicomotores da BPM constituem uma verdadeira constelação psicomotora, trabalhando em conjunto de forma integrada e harmoniosa, cada um dos quais realizando a sua própria contribuição para a organização psicomotora global. 
A qualidade do perfil psicomotor da criança, reflete o grau de organização neurológica das três principais unidades. Segundo Luria está indubitavelmente associada ao seu potencial de aprendizagem, quer em termos de integridade, quer fundamentalmente em termos de dificuldade.
A BPM construiu-se com base nesta idéia fundamental, pois a sua finalidade essencial é detectar, identificar crianças com dificuldades de aprendizagem. 
O reconhecimento precoce de uma dificuldade de aprendizagem é, por outro lado, um objetivo fundamental de todo o educador, por isso, a BPM não passa de um instrumento psicopedagógico, porque pode ser usado com tais intenções. 
Identificar crianças que não possuem as competências psicomotoras necessárias à sua aprendizagem e ao seu desenvolvimento é, pois, o objetivo e o propósito da BPM. Objetivo que não se esgota apenas na identificação do perfil psicomotor, na medida em que está nela subjacente a edificação de estratégias habilitativas e a reabilitativas.
A BPM não é um teste no sentido tradicional, é uma bateria de observação que permite ao prático (educador, professor, psicólogo, terapeuta, etc.) observar vários componentes do comportamento psicomotor da criança de uma forma estrututurada e não estereotipada.
A BPM compõe-se de sete fatores psicomotores: tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global e praxia fina, subdivididos em 26 subfatores.
Para Fonseca (1995) há uma mensuração por pontos que classifica as crianças segundo seu desempenho psicomotor.
As crianças que apresentam ausência de resposta nas atividades propostas, realização imperfeita, incompleta, ou inadequada e não coordenada tais atividades são classificadas como apráxicas, e o seu desempenho é considerado muito fraco. 
Aquelas que apresentam dificuldade de controle com presença de sinais desviantes demonstrando uma realização fraca, insatisfatória e com disfunções ligeiras são classificadas como dispráxicas. 
Temos ainda, na classificação de Fonseca; as crianças eupráxicas, que realizam de forma completa, adequada e controlada, apresentando um bom desempenho.
Finalmente, uma última classificação engloba as crianças que executam de forma perfeita, precisa, econômica e com facilidade de controle todas as atividades propostas, obtendo um desempenho excelente, sendo consideradas hiperpráxicas. 
AULA 3
A base do trabalho com crianças na educação infantil consiste na estimulação perceptiva e no desenvolvimento do esquema corporal.
A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para a consciência dos movimentos corporais integrados com a emoção e expressados pelo movimento.
A função motora perceptiva é definida como a seleção, integração e interpretação dos estímulos sensoriais do corpo e do ambiente,sendo relevante para o desempenho motor e para uma interação bem sucedida com o ambiente.
É um processo mental de interação do indivíduo com o meio através da vinculação dos sentidos e de outros aspectos não sensitivos como o comportamento e o pensamento. É a interpretação da informação sensorial.
O esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos do nosso próprio corpos seja em posição estática ou em movimento, em relação às diversas partes entre si e sobretudo nas relações com o espaço e os objetos que o circundam. 
O esquema corporal resulta de experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. 
O que é latente a princípio estará fundido e integrado com o mundo ao redor, não havendo diferenciação das percepções internas daquelas que chegam do exterior. 
Uma primeira etapa é tomar consciência dos limites de seu eu corporal e os limites de seu não eu.
Após as primeiras percepções corporais, haverá uma separação e dispersão, em que essas primeiras percepções serão abandonadas e não reconhecidas mais como tendo relação entre sí, sómente por volta dos seis meses de idade que começarão as percepções a se unirem em um esquema de conjunto.
A partir de então irá começar a unidade do eu corporal, que será feita pela fusão de dados visuais e proprioceptivos iniciais, tendo como referência preferencialmente, a mãe.
Chega a fase da criança identificar-se com o seu eu corporal, o que acontecerá lentamente. Esta fase inicia-se quando a criança entrar no período linguístico e começar a empregar o pronome eu. O uso do eu quero, eu faço, eu posso, pode ser considerada a primeira etapa do autoconhecimento, e esta etapa, só terminará por volta dos seis anos.
Em paralelo ao período anterior, a criança, irá organizar e estruturar seu corpo, fazendo a distinção de suas partes, a cabeça, o tronco e posteriormente as pernas, peito e palmas das mãos.
Através da ação, a criança vai descobrindo as suas preferências e adquirindo a consciência do seu esquema corporal.
Para isso é necessário que ela vivencie diversas situações durante o seu desenvolvimento, nunca esquecendo que a afetividade é a base de todo o processo de desenvolvimento, pricipalmente do ensino-aprendizagem.
O homem é um ser social. As relações da criança no grupo são por isso, importantes não só para aprendizagem social, mas fundamental para tomada de conscência de sua personalidade.
Partindo da organização do eu, a criança pouco a pouco irá ampliando o seu espaço. Sensação, percepção, cognição e afeto caminham lado a lado na trilha do conhecimento humano.
A confrontação com os amigos permite-lhe constatar que é um entre outros e que, ao mesmo tempo, é igual e diferente deles.
Através da dinâmica psicomotora, pretendemos que a criança perceba as reais potencialidades do seu corpo, dando conta das possibilidades e dificuldades do mesmo.
Este trabalho oferece-lhe uma melhor aceitação das diferenças, uma melhor percepção de seu próprio corpo, o prazer do movimento pela brincadeira que pode despertar consequentemente um maior desejo no ato de aprender.
Uma das principais propostas deste trabalho na educação infantil, portanto, é criar espaços e oportunidades onde as crianças se vejam podendo realizar várias atividades, sempre experimentando, pois acreditamos que só assim elas podem de fato, tornar-se cada vez mais saudáveis, confiantes e autônomas.
O psicomotricista é um profissional que cuida do processo de afetividade, pensamento, motricidade e linguagem, onde a dinâmica psicomotora auxilia no potencial de relação pela via do movimento, incentiva o brincar e amplia a possibilidade de comunicação.
Falaremos dos diversos fatores que agem no desenvolvimento do ser humano. A sensação, a percepção, a imaginação, a linguagem e suas formas. Desenvolvem-se através da experiência da criança com o meio ambiente, dependendo das atividades que realiza em seu grupo social.
● SENSAÇÃO 
É o reconhecimento dos estímulos presentes num ambiente, feito pelo aparato sensorial humano, a visão, a audição, a gustação, o tato e o olfato.
- Sensação a partir da gestação.
● PERCEPÇÃO
É a organização das informações obtidas por meio das sensações. Forma, peso, altura, distância, tamanho, localização espacial, tonalidade, intensidade, textura entre outros.
- A percepção é instintiva de zero à dois anos, quando se torna consciente. 
Ex: Grande, alto, longe, perto, antes, depois, claro, escuro, barulhento, agudo, rugoso, liso e etc... É importante ter claro que a percepção é parte do sistema dinâmico do comporamento humano. Ela depende de outras atividades intelectuais do indivíduo ao mesmo tempo em que as influencia.
● IMAGINAÇÃO
É o reflexo criativo da realidade.
- A imaginação tem início aos três anos.
Ex: Brincadeiras de faz de conta. Super homem, Pelé e etc...
● ATENÇÃO
● MOTIVAÇÃO
● MEMÓRIA
Relação entre a sensação e a percepção
É uma relação mútua, a percepção é consequência da sensação.
Relação entre percepção e inteligência
Segundo Piaget, para haver o desenvolvimento cognitivo é necessário antes o desenvolvimento perceptivo, pois a percepção se refere ao conhecimento que se tem dos objetos ou movimentos, obtidos através do contato direto e atual com os mesmos.
A inteligência, por sua vez possibilita o conhecimento de outros aspectos dos objetos e movimentos e que subsiste mesmo na ausência de contato direto com eles.
Ex: Pelo tamanho da roupa da pessoa sabemos seu tamanho e peso aproximados, mesmo que a pessoa não esteja presente.
A posição de vygotski em relação à percepção
Enquanto Piaget considere que durante todo o período sensório-motor, a percepção não se separe da ação. O bebê percebe um objeto que já conhece reproduzindo o gesto que habitualmente emprega quando o usa (chocalho).
Vygotski chama atenção para o papel da fala na modificação das percepções iniciais da criança pequena. Pelas palavras aprendidas, as crianças isolam certos atributos dos objetos e formam novas categorias explicativas para os mesmos. 
Podem então perceber o objeto por rótulos verbais como, é grande, é pequeno, está bem perto. Por meio da fala, a criança pode, ainda, controlar verbalmente sua atenção e, consequentemente, reorganizar seu campo perceptivo. 
Imaginação x Realidade
Para imaginação existir, é necessário que se tenha acumulado certo número de experiências da realidade, através das sensações e percepções.
Relação entre imaginação e simbolização
A imaginação é mental e a simbolização é a transposição dessa imagem mental para o plano real. 
Levando em conta que a imaginação é um reflexo criativo da realidade, é necessário se externar para o mundo real através da simbolização.
Condições para o desenvolvimento da capacidade imaginativa
Um ambiente acolhedor, que promova a liberdade de pensamento, que incentive a ousadia nas formas de expressão, que valorize a descoberta do novo. Daí a preocupação em fazer da escola também um local onde os outros possam aperfeiçoar seus processos sensoriais, perceptivos e imaginativos.
Isso pode ser alcançado por meio de experiências que estimulem a exploração, a experimentação e a criação. É conhecendo, explorando e criando que as crianças se constituem enquanto sujeitos.
As relações entre motivação e aprendizagem
A motivação para aprender nada mais é do que o reconhecimento pelo indivíduo, de que conhecer algo irá satisfazer suas necessidades atuais ou futuras. A aprendizagem é mais eficiente quando existe motivação. Portanto a relação entre motivação e aprendizagem tem que ser mútua.
Portanto vemos que o ser humano necessita dos órgãos sensoriais, no caso as sensações para a partir daí formar a percepção sobre as coisas, consequentemente estes dois sensação e percepção dando base para a criação de objetos de imaginação.
A imaginação por sua vez trabalhando em conjunto com o cognitivo (inteligência) formam conceitos cada vez mais completos (abstratos) detalhistas, logo após, muitos destes conceitos tendendo ao concreto,através da comprovação. 
Já a linguagem, em suas diversas formas, é fundamental para a interação social, apropriação das experiências de gerações precedentes, assimilação de conquistas alcançadas, organizando, articulando e orientando o pensamento.
O afetivo tem que trabalhar sempre em conjunto com o cognitivo, para que se tenha um melhor desenvolvimento do ser humano, nos aspectos intelectuais, emocionais e éticos porque consideramos que a afetividade pura é ética.
Habilidades motoras fundamentais: habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas
As habilidades motoras fundamentais são divididas em estabilização, locomoção e manipulação. Que por sua vez são divididas em estágios: inicial, elementar e maduro. Para facilitar a compreensão e com base em diversas pesquisas determinou-se a idade aproximada para que a criança consiga executar determinadas tarefas.
Lembrando que com seis anos a criança tem potencial para estar maduro, dependendo de como for estimulada (tarefas e ambientes). Essas habilidades motoras formam a base sobre a qual a criança desenvolve ou refina padrões motores fundamentais do início da infância e as habilidades motoras especializadas da infância posterior e da adolescência.
Ou seja, movimentar-se através do espaço, atividades como caminhar, correr, pular, escorregar, e saltar obstáculos são considerados movimentos locomotores fundamentais e envolvem a projeção do corpo no espaço em plano horizontal, vertical ou diagonal e o desempenho desses movimentos deve ser suficientemente flexível, de modo que possam ser alterados à medida que as necessidades do ambiente o exijam, sem prejuízo do ato.
A estabilidade
Ou controle de sua musculatura em oposição à gravidade sendo o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se, por ela, as crianças obtém e mantém um ponto de partida para as explorações que fazem no espaço. 
A manipulação
Habilidade de fazer contato controlado e preciso com objetos do seu ambiente, movimentos fundamentais como arremessar, chutar, bater e rolar uma bola são alguns exemplos de manipulação.
Os movimentos amortecedores envolvem atividades nas quais o corpo, ou parte deste é posicionado no caminho de um objeto em movimento, com o propósito de parar ou desviar esse objeto e movimentos como apanhar ou aparar também são exemplos de manipulação.
O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento motor das crianças. Umas grandes variedades de experiências motoras fornecem às crianças uma profusão de informações que são a base das percepções que elas têm de si mesmo e do mundo que as cerca.
As habilidades do movimento fundamental da infância são um crescimento da fase rudimentar do movimento na criança. Essa fase representa a época da descoberta do desempenho de uma variedade de movimentos locomotores, de estabilidade e manipulativos, primeiramente isolados, depois em combinação uns com os outros. 
Atividades locomotoras tais como correr e saltar, atividades de manipulação tais como arremessar e receber e atividades de estabilidade tais como caminhar numa trave e equilibrar-se numa perna só, são exemplos das habilidades fundamentais do movimento que deveriam ser desenvolvidos durante a primeira parte da infância da criança.
Os fatores de oportunidade, motivação e instrução têm um papel importante sobre o grau desenvolvido pelas habilidades fundamentais do movimento. Para objeto de avaliação vários investigadores têm tentado subdividir o movimento fundamental em uma série de estágios sequenciais identificáveis. 
Estágios
Para objeto de nosso modelo, veremos toda a fase do desenvolvimento fundamental a partir de três estágios: inicial, elementar e maduro. 
● ESTÁGIO INICIAL: 
O estágio inicial de uma habilidade da fase do movimento fundamental representa as primeiras tentativas objetivamente orientadas de desempenhar uma habilidade fundamental. 
O movimento é caracterizado por três partes sequenciadas ou mesmo por ausência de partes, uso restrito ou exagerado do corpo, pouca fluidez rítmica e coordenação. Em outras palavras, a integração espacial e temporal do movimento é pobre nesse estágio. 
Tipicamente os movimentos locomotores, manipulativos e de estabilidade de uma criança de dois anos estão em nível inicial. Algumas crianças podem estar além desse nível no desempenho de alguns padrões do movimento, mas a maioria está em estágio inicial.
● ESTÁGIO ELEMENTAR: 
O estágio elementar envolve um maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Os elementos temporais e espaciais do movimento são melhores coordenados, mas os padrões de movimento nesse estágio ainda continuam restritos ou exagerados, porém melhor coordenados. 
A observação da criança de três ou quatro anos de idade revela uma variedade de habilidades no estágio elementar. Muitos indivíduos falham se desenvolver além do estágio elementar em muitos padrões de movimento e permanecem nesse estágio através da vida por falta de oportunidades para participar, motivação e instrução qualificada.
● ESTÁGIO MADURO:
O estágio maduro dentro da fase do movimento fundamental é caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados. A maioria dos dados existentes em aquisição de habilidades fundamentais de movimento sugerem que a criança pode e deveria estar no estágio maduro pelos cinco ou seis anos de idade.
Isto é constatado através da observação dos movimentos de estabilidade tais como o crescente aumento do controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco: as tarefas de alçar, pegar, soltar e os movimentos locomotores de rastejar, engatinhar e caminhar. A fase de desenvolvimento do movimento rudimentar pode ser subdividida em dois estágios que apresentam progressivamente altos níveis de controle do movimento.
● ESTÁGIO DA INIBIÇÃO DO REFLEXO:
O estágio da inibição do reflexo da fase rudimentar do movimento pode ser considerado a partir do nascimento. Ao nascer os reflexos dominam o repertório de movimentos da criança. Daí por diante, todavia, os movimentos são progressivamente influenciados pelo córtex em desenvolvimento. O desenvolvimento do córtex causa a inibição de muitos reflexos que gradualmente desaparecem. 
● ESTÁGIO PRÉ-CONTROLE:
Em torno de um ano de idade, a criança começa a demonstrar maior precisão e controle em seus movimentos. Durante o estágio pré-controle de movimento as crianças aprendem a ganhar e manter o equilíbrio, manipular objetos e se movimentar através do meio ambiente com um surpreendente grau de proficiência e controle, se considerarmos o pequeno tempo que tiveram para desenvolver tais habilidades.
AULA 4: NÍVEIS DE INTERVENÇÃO - EDUCAÇÃO, REEDUCAÇÃO E CLÍNICA PSICOMOTORA
O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação do seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais.
Todos nós temos ideia de como é uma criança; ela se arrasta, engatinha, corre, pula, joga, fantasia fala e faz coisas que nós, adultos, nem sempre entendemos. De qualquer maneira, sua marca característica é a intensidade de sua atividade motora e a fantasia.
Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. 
O desenvolvimento motor infantil passa por uma série de etapas, em função de sua maturidade nervosa e das experiências vividas alcançadas por meio do ensaio e erro; analogias; comparações; sensações táteis, auditivas, gustativas, olfativas e cenestésicas.
Logo, para que haja o desenvolvimento Integral da criança é preciso que ela realize por si mesma as suas ações (Vestir-se, calçar-se, comer, tomar banho, e etc...), que exercite seus músculos, aperfeiçoando seus movimentos, tome decisões; treine a coordenação e a concentração, exercendo assim, todas as atividades psicomotoras que necessitam de repetição e de conscientização para se aperfeiçoarem.
Pela educação psicomotora, a criança reestuda dentro de si, as informaçõesrecebidas de fora e, depois as exteriorizam através de uma linguagem corporal coerente com seu equilíbrio psíquico.
A criança bem estruturada internamente, trabalha com os três fatores básicos vitais.
A educação psicomotora tem sido empregada nas turmas de pré-escolar onde a criança aprende a conhecer o seu corpo a nomear cada parte dele, a usá-lo livremente, a se expressar com ele, a saber colocá-lo de maneira positiva, a manusear instrumentos que exigem sua coordenação motora fina.
Sem viver concretamente, corporalmente, as relações espaciais e temporais de que a infância é repleta, torna-se difícil falar em conhecimento significativo, informação para autonomia, democracia e outros.
A educação psicomotora pode ser considerada como o ponto chave de toda ação educativa infantil. É através do corpo em movimento que a criança adquire plena consciência de si mesma, de sua realidade corporal, encontra-se com os objetos e o mundo das pessoas, trazendo em si a realidade que a cerca.
A psicomotricidade deve estar presente em qualquer atividade realizada e cabe a exploração da situação, fazendo propostas em função da idade e dos interesses da criança, permitindo assim a passagem gradativa de uma fase para outra dentro do próprio tempo de cada criança. 
“ A função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados na criança: a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica”.
A educação psicomotora é uma técnica que deve ser utilizada para que a criança adquira noções de esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial e temporal, indispensáveis para seu desenvolvimento e como pré-requisito para um bom desempenho escolar, pois o movimento permite à criança explorar o mundo exterior através de experiências concretas, sobre as quais são construídas as noções básicas para o desenvolvimento intelectual.
O movimento é uma necessidade imperiosa da criança desde o seu nascimento. Já no ventre materno manifesta esta necessidade. Aos poucos vai adquirindo maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades com o mundo. 
Para a criança, a vida é uma brincadeira constante, é um jogo. É jogando que ela aprende, descobre, cria, expressa-se, controla seus movimentos e sentimentos.
A importância do desenvolvimento de uma motricidade global harmoniosa durante a etapa de três a seis anos tem como propriedade ajudar a criança a ter uma percepção mais adequada de si mesma, a compreender melhor suas possibilidades e limitações reais assim como ao mesmo tempo, auxiliá-la a expressar-se corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências.
Estamos lidando com seres em pleno crescimento e grande parcela do desenvolvimento é de nossa responsabilidade. Sabemos que muitas crianças passam parte do tempo na escola e os pais trabalham fora não tendo tempo para dedicar aos filhos.
Cabe-nos despertar a curiosidade da criança, pois assim ela vai sentir a necessidade de explorar. Seguindo a evolução a criança percebe a importância da linguagem, usando-a quando e da forma que for necessária.
As crianças menos estimuladas, em sua maioria, têm uma linguagem quantitativamente mais limitada e qualitativamente diferente das que possuem mais estímulos. 
DEVEMOS ENTÃO: Estimular a fala da criança em todas as oportunidades, nos jogos, nas excursões, nos passeios, no banho, dando muita importância ao que ela expõe, dando-lhe espaço, sem querer ensinar-lhe tudo. 
“A cada momento que alguém ensina algo que a criança poderia descobrir por conta própria, essa criança está perdendo a oportunidade de exercer a sua criatividade e de compreender totalmente o que foi ensinado”.
Segundo Vigotsky, “a adaptação à vida é a procura de um equilíbrio entre o indivíduo e o meio”. Procura esta construída, não imposta.
Como saber então se a criança está apresentando as habilidades características de sua faixa etária?
Há uma margem de tolerância nas faixas etárias e outros aspectos como nascimento, estimulação, enfermidades e respeito ao ritmo de cada pessoa que deve ser considerado.
De 0 a 5 meses - Vira de lado para trás
De 2 a 7 meses - Volta para o lado
De 4 a 10 meses - Vira de um lado para o outro
De 5 a 11 meses - Rasteja
De 6 a 12 meses - Movimentos de piso
De 7,5 a 12,5 meses - Anda segurando em móveis
De 7 a 12 meses - Caminha com ajuda
De 9 a 17 meses - Anda independente
De 11 a 14 meses - Anda bem
De 10 a 20 meses - Caminha para os lados e para trás
De 12 a 23 meses - Caminha para cima e para baixo
De 13 a 24 meses – Caminha num só pé
Estudiosos no assunto apresentam vários aspectos relacionados ao desenvolvimento do indivíduo. Nada está sendo criado aqui; apenas lemos, estudamos e observamos algumas crianças, juntando as características que nos pareciam mais comuns a cada faixa etária.
Podemos afirmar que vários autores estudaram a evolução nos indivíduos, entre eles, Mira Y Lopes, Gessel, Erickson, Freud, Pierre Vayer, Wallon, Piaget entre outros. Seja qual for a Escola à qual eles pertençam, todos são unânimes em afirmar que a importância dessa evolução para o desenvolvimento harmônico do ser humano é sumamente considerada.
Wallon dá muita importância a relações afetivas do eu com o mundo exterior.
Piaget estuda de forma lógica a formação e a evolução da inteligência da criança.
Gessel utiliza um método descritivo para apreciar os diferentes estágios da evolução da criança e sua inserção no mundo.
Erickson, pela visão da psicanálise, vê o desenvolvimento da criança ocorrer em decorrência de sua inserção no mundo (social).
Pensemos, agora, juntos: qual é o maior centro de atividade do recém-nascido? 
Por onde recebe as impressões de umidade, calor, frio e de sequidão e estabelece as primeiras relações afetivas?
Pensou certo se respondeu que é pela boca, pois é por meio dela que o bebê estabelece as primeiras relações, daí a importância da amamentação, que lhe dá segurança e conforto; a certeza de estar sendo amado e reconhecido
Você deve estar perguntando o que acontece depois, não é mesmo?
Bom logo em seguida, em movimento, a criança começa a fixar as formas, seguindo-as com os olhos. 
Após algumas semanas, começa a experimentar diferentes pressões nas partes do corpo, pela pele. 
Um pouco mais tarde, ele desenvolverá suas mãos como parte de si, como elementos intermediários entre o dentro e o fora. 
Isso é muito importante, pois começa a diferenciação entre a criança e o mundo, a percepção do eu e dos outros.
Em torno dos seis meses, o bebê descobre seus pés, começando a incorporá-los conforme aconteceu com suas mãos. 
Ao completar seu primeiro ano de vida, toma conhecimento da existência do polo anal e suas peculiaridades, ficando sua atenção nessa zona.
A integração do tronco faz-se por volta de dois anos, quando a criança cai, levanta, dá encontros, enfim, sente seu corpo contra as paredes, os portais, o chão, os móveis, as pessoas que a cercam e tudo mais. 
Sabemos que a “configuração total” do indivíduo ocorre após o terceiro ano de vida, o que significa que a criança tem consciência do polo anal, dos pés, das mãos e do tronco como um todo contínuo. 
Esse desenvolvimento é muito importante, e a criança, se não viver todas essas experiências, indispensáveis ao seu crescimento, poderá apresentar dificuldades futuras que provavelmente aparecerão em diversas áreas, como a da linguagem, da fala, a motora entre outras.
EDUCAÇÃO E REEDUCAÇÃO PSICOMOTORAS
Educar, promover a educação, transmitir conhecimento à, instruir.
Reeducar, tornar a educar, completar ou aprimorar a educação.
Bem, e o que seria educação?
Educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando sua melhor integração individual e social.
A educação psicomotora abrange todas as aprendizagens das crianças, dirige-se a todas elas individual ou coletivamente,processando-se por progressões bem específicas nas quais todas as etapas são necessárias.
A educação psicomotora é indispensável nas aprendizagens escolares e é por essa razão que propomos inicialmente na educação infantil, sem esquecer, é claro, que ela acontece desde o nascimento do indivíduo e perdura por todos os momentos da vida da criança, por exemplo:
Quando uma criança pede um lenço para sua mãe, esta mesma poderá entregá-lo, mas não estará incentivando o desenvolvimento dela. Deve então, para isso, dizer-lhe: vá a seu quarto, abra a segunda gaveta de seu armário, que o lenço está do lado direito (ou do lado desta mão, caso a criança seja muito pequena).
Na escola, a professora deixará que as crianças vistam sozinhas suas roupas e escovem os dentes. Resumindo, convidá-las a agirem sozinhas, obviamente de acordo com suas aptidões. 
Na escola, a professora deixará que as crianças vistam sozinhas suas roupas e escovem os dentes. Resumindo, convidá-las a agirem sozinhas, obviamente de acordo com suas aptidões. 
Ninguém vai exigir de uma criança de dois anos que amarre sozinha o cordão dos seus sapatos. Existem exercícios de educação psicomotora que são classificados em etapas de aquisições, segundo a idade ou o nível da criança. 
O educador deverá adaptar os exercícios a cada criança, grupo ou classe. A educação psicomotora tem como objetivo ajudar a criança a perceber melhor seu corpo, dominar seu movimento para uma melhor expressão corporal e orientá-lo no tempo e no espaço. Em suma, visa ao seu desenvolvimento integrado. (Ação, pensamento e emoção).
A variedade de jogos ou exercícios (como forem chamados) é muito importante, pois fazem com que as crianças manipulem materiais de todas as espécies e vivam diferentes experiências.
Inicialmente, esta tarefa é por certo dos pais que no dia a dia dispõe de momentos de privilegiados para estimular a criança: por exemplo, o banho favorece maravilhosamente a aprendizagem do corpo.
Eles devem deixar, ao máximo, as crianças enfrentarem as situações nas refeições e nos brinquedos, permitindo que elas encontrem por si mesmas um bom número de “jeitinhos” que facilitem suas atividades.
As professoras, como já vimos também estão no primeiro plano da educação psicomotora e devemos acabar com a ideia de que os jogos constituem perda de tempo, fazendo com que as crianças trabalhem o tempo inteiro sentadas em frente de uma folha de papel ofício, colorindo desenhos com limites pré-elaborados, executando tarefas em livros. 
Certamente os pais ficam satisfeitos ao receberem no final de cada mês, pastas recheadas de trabalhos que na realidade tolheram a criatividade de seus filhos. 
A reeducação psicomotora, (como qualquer outra reeducação) deve começar o mais cedo possível. Ela não é uma ginástica corretiva nem uma rítmica especializada, constitui uma abordagem de problemas da motricidade e da emoção perturbadas, partindo de um aspecto essencial e básico, auxiliar o indivíduo nas múltiplas ações de adaptação à vida.
É relativamente fácil fazer com que uma criança bem nova adquira as estruturas motoras ou intelectuais corretas, mas se a criança já assimilou esquemas errados, o reeducador deverá fazer com que os esqueça antes de poder ensinar-lhe os esquemas corretos.
A reeducação é urgente, sobretudo para os problemas afetivos: quanto mais tempo passar, mais a criança reagirá com algum tipo de bloqueio, se sentirá angustiada, e as punições e observações de seus conhecidos só agravarão essa angústia. A reeducação vai ajudá-la a adotar um outro comportamento e pouco a pouco os que a cercam a verão de forma mais positiva.
Embora não exista uma “escala de idades” real podemos dar algumas indicações: A reeducação pode começar em idade que varia entre 18 e 24 meses para crianças que acusam atraso motor, grande déficit motor ou bloqueio afetivo. Será mais educação do que reeducação, mas, como se trata das “dificuldades psicomotoras”, será orientada segundo o modelo de uma reeducação. 
Quanto aos problemas de esquema corporal e estruturação espacial, trabalharemos com crianças de aproximadamente cinco anos de idade. Certas dificuldades motoras e certos casos de instabilidade psicomotora podem, desde os quatro anos, constituir objeto de uma reeducação.
A idade de seis anos é a mais comum para reeducações. É na primeira série que o professor constata mais seguramente as deficiências de organização espacial ou temporal da criança, sua lentidão no trabalho, sua falta de concentração.
As idades citadas são as “ideais” para o início de uma reeducação, mas é frequente termos de reeducar crianças com mais idade, as vezes até jovens de 16 ou 17 anos e adultos. 
Este fato deve-se à negligência: os pais ou educadores deixaram que as dificuldades se acumulassem (e até as reprovações escolares), por não terem compreendido que o problema estava na própria base das aprendizagens, ou por não terem se convencido bem cedo da pertinência de uma reeducação.
A ausência de reeducação é um abandono da criança em sua dificuldade de viver, de perceber uma imagem valorizante de si, de corresponder convenientemente às expectativas daqueles que a cercam (rendimento escolar, insatisfação, falta de habilidade geral). 
Uma reeducação bem dirigida ajuda a criança a resolver seu problema quando ele surge e a perder menos tempo para se desenvolver afetiva e intelectualmente. 
Em resumo, a reeducação torna a criança feliz na escola e na sociedade.
Não podemos deixar de abordar a qualidade do relacionamento entre o reeducador e a criança, visto que esse é um dado essencial. Um bom relacionamento estabelece-se com correr do tempo, jamais se consegue previamente. 
Entretanto, os primeiros encontros são muito importantes, provocam uma reação de simpatia e de confiança ou, ao contrário, uma atitude de temor, de timidez, de fechamento.
E especificamente, a reeducação deve acontecer quando se evidenciar na criança perturbações psicomotoras: os hiperativos – capetas, bagunceiros e etc.
PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS
Atraso no desenvolvimento motor
Sintoma: A criança não consegue subir escadas ou andar para trás.
Grandes déficits motores
Sintoma: Hemiplegia. A criança não move as pernas ou tem muita dificuldade para fazê-lo.
Perturbações do equilíbrio
Sintoma: A criança cai com regularidade, choca-se contra seus companheiros, anda com os pés afastados, corre com o tronco para frente. 
Perturbações da Coordenação
Sintomas: A criança não tem um gesto harmônico, nas refeições é desajeitada; suas habilidades manuais são inadequadas, recorta
 mal, seu grafismo é hesitante, leva muito mais tempo para vestir-se. 
Perturbações da sensibilidade
Sintomas: A criança não faz os mesmos gestos que lhe demonstramos, deixa cair das mãos os objetos que segura, torce os tornozelos com frequência e é relativamente sensível ao contato.
Perturbação do esquema corporal 
Sintomas: A criança não conhece as partes do seu corpo, não situa bem seus membros ao gesticular, não coordena bem seus movimentos.
Perturbações da lateralidade
Sintomas: A criança não sabe qual mão escolher para executar as tarefas, é desajeitada, recorta com a mão direita, mas só sabe brincar com a esquerda, tem dificuldade em reconhecer direita e esquerda, espelha letras e números.
Perturbação da estrutura espacial
Sintomas: A criança ignora os termos espaciais (em cima, em baixo), orienta-se com dificuldade (1 passo para frente dois passos para trás), confunde p com b, 6 com 9, u com n, não tem memória espacial (esquece sempre que o interruptor é ao lado da porta), não tem organização espacial.
Perturbações da orientação temporal
Sintomas: A criança é incapaz de distinguir o que é primeiro e o que é último, não percebe o que demora e o que vai depressa, sente dificuldade em correr pois sua corrida é constituída de passos muito compridos e de passos muito curtos, a criança não consegue organizar o seu tempo.
Perturbações afetivas
Sintomas: A criança não consegue exprimir desejos, seus sentimentos é avessa a qualquer contato corporal.
Reeducação psicomotora
É a açãodesenvolvida em indivíduos que sofrem com perturbações ou distúrbios psicomotores. A reeducação psicomotora tem como objetivo retomar as vivências anteriores com falhas ou as fases da educação ultrapassadas inadequadamente. Em termos gerais, reeducar significa educar o que o indivíduo não assimilou adequadamente em etapas anteriores.
Mas o mais importante para uma boa reeducação é a tranquilidade e o intercâmbio afetivo e presente do reeducador com o educando, condição básica para uma boa reeducação.
A atribuição da reeducação está contida em várias áreas profissionais: pedagogia, educação física, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia educacional, psicologia, arte educadores, médicos da especialidade motora ou psíquica, dentre outros.
Terapia psicomotora
Dirigida à indivíduos com conflitos mais profundos na sua estruturação associados aos funcionais ou com desorganização total de sua harmonia corporal e pessoal.
Envolve crianças com quadro de hipercinese associado a outras dificuldades, crianças com agressividade acentuada, pulsões motoras incontroladas, casos de excepcionalidade e dificuldades de relacionamento corporal e também destinada a indivíduos que possuem a associação de transtornos psicomotores com transtornos da personalidade. 
Dirigida à indivíduos com conflitos mais profundos na sua estruturação associados aos funcionais ou com desorganização total de sua harmonia corporal e pessoal.
PRAXIA, DISPRAXIA, APRAXIA, GNOSIAS E AGNOSIAS
Do grego práxis, que significa ação, praxia é função que permite a realização de gestos coordenados e eficazes. Resumindo, podemos dizer que as praxias são um conjunto de movimentos coordenados, voltados para a execução de alguma finalidade determinada e que dependem da aprendizagem. 
A Dispraxia caracteriza-se como uma disfunção neurológica que atua nas ações do cérebro, no que diz respeito à coordenação. As partes afetadas são aquelas que se referem aos aspectos motores, verbal e espacial. É inegável que isso causa impacto na vida da criança e de seus familiares.
Popularmente conhecida como "síndrome do desastrado" a dispraxia é uma disfunção motora neurológica que impede o cérebro de desempenhar os movimentos corretamente. 
É também conhecida por outros nomes como: disfunção motora, distúrbio do desenvolvimento da coordenação motora ou como dificuldade de percepção. Trata-se de uma condição que normalmente se apresenta na infância e quando diagnosticada precisa da ajuda dos pais, familiares, professores e profissionais de saúde para que possa ser tratada de forma adequada.
A criança "dispráxica" apresenta dificuldade e lentidão na execução de habilidades motoras que podem ser:
Habilidades motoras grossas - Dificuldade de realizar movimentos que envolvem os grandes músculos do corpo ou grupos de músculos que permitem andar, pular, correr, pular em uma perna só, ou jogar um objeto.
Habilidades motoras finas - Dificuldade na execução de tarefas que são realizadas pelos pequenos músculos do corpo, como os músculos das mãos, pés, cabeça ou do rosto (incluindo a língua e os lábios). São movimentos mais difíceis e delicados, como, escrever, desenhar, pintar, montar um quebra-cabeça, amarrar um sapato ou pentear os cabelos.
A criança com dispraxia tem dificuldades também para organizar seus pensamentos (planejar o que, e como fazer). As áreas que sofrem mais alterações são as do esquema corporal e a orientação têmpora espacial.
O que é Apraxia?
Apraxia é uma condição neurológica em que a pessoa é incapaz de realizar voluntariamente movimentos motores mesmo que seus músculos estejam normais e ela saiba como fazer o movimento.
A apraxia pode ocorrer de diferentes formas, são elas:
 Apraxia orofacial ou bucofacial
Pessoas com essa condição são incapazes de realizar voluntariamente determinados movimentos que envolvem os músculos faciais.
Apraxia membro-cinética
Afeta a capacidade da pessoa de mover intencionalmente braços e pernas.
Apraxia ideacional
A pessoa não consegue fazer tarefas complexas na ordem correta, uma dificuldade poderia ser colocar a meia antes do sapato, por exemplo.
Apraxia ideomotora
A pessoa é incapaz de realizar tarefas aprendidas quando recebe os objetos necessários para ela. Por exemplo, ela pode usar uma chave inglesa como uma caneta.
Apraxia da fala
Condição em que a pessoa acha difícil ou impossível mover sua boca ou língua para falar. Isso ocorre mesmo quando a pessoa tem o desejo de falar e os músculos da boca e língua são capazes de formar palavras. 
Existem duas formas de apraxia da fala. A apraxia adquirida pode ocorrer em qualquer idade e faz com que a pessoa perca a capacidade da fala que tinha antes. Já a apraxia de desenvolvimento está presente desde o nascimento e afeta a capacidade da criança para formar sons e palavras.
A causa da apraxia são danos no cérebro. Sendo que os problemas mais comuns que levam a ela são:
Tumor cerebral
Doenças neurodegenerativas, que provocam uma piora gradual do cérebro e do sistema nervoso
Demência
AVC
Traumatismo crânio-encefálico.
GNOSIAS
Reconhecimento dos objetos por intermédio de um dos sentidos: gnosia visual, auditiva etc
AGNOSIA
A agnosia é a perda da capacidade de identificar objetos, utilizando um ou mais dos sentidos.
A agnosia é causada por lesão no lobo parietal, temporal ou occipital do cérebro. Essas áreas armazenam memórias dos usos e importância dos objetos, visões e sons familiares e integram a memória com a percepção e identificação.
As três formas principais de Desordens do espectro autista são o autismo clássico, a síndrome de Asperger e o transtorno invasivo de desenvolvimento não especificado. O autismo é o centro das desordens do espectro autista.
Terapia psicomotora
A distinção entre autismo e síndrome de Asperger não é universalmente aceita. O quadro de autismo e síndrome de Asperger tem similaridades nos quesitos de diagnóstico. A diferença está apenas em que na síndrome de Asperger a memória é privilegiada e os aspectos cognitivos e da Linguagem não apresentam atraso.(19 de abr. de 2013)

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